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FICHAMENTO: PADRÓS, Enrique S. “Capitalismo, prosperidade e Estado do bem-estar social”

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FH - UFG 
Thales Fernandes 
Prof. Dr. David Maciel 
FICHAMENTO: PADRÓS, Enrique S. “Capitalismo, prosperidade e Estado 
do bem-estar social”. In: REIS FILHO, Daniel A.; FERREIRA, Jorge e 
ZENHA, Celeste (orgs.). ​O século XX: o tempo das crises. ​ Volume 2. Rio 
de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003, p. 227-266. 
 
Obs: fichamento feito a partir de um PDF sem numeração de páginas. 
 
● 1. Período pós segunda guerra e prosperidade capitalista: IDADE DE OURO. “A 
espantosa recuperação do mundo capitalista, quanto ao crescimento econômico e 
avanços tecnológicos, revolucionou as pautas de consumo e comportamento até então 
existentes.” 
- Também: reconstrução européia e japonesa, Guerra Fria, descolonização e 
nacionalização da hegemonia americana. 
 
● Impactos da segunda guerra: bombardeios das vias de comunicação e 
desmantelamento e mudanças de fábricas causaram um grande impacto na vida 
material das pessoas; grandes imigrações espontâneas e de soldados, causando um 
maior tensionamento geopolítico e demográfico. 
- Endividamento das economias europeias “Em 1945, por exemplo, a dívida britânica 
junto à Argentina (uns 126 milhões de libras) só foi zerada com a venda de empresas 
que a Grã-Bretanha possuía naquele país (ferrovias, companhias de construção 
elétrica, transporte urbano). A essa altura, parte desse material já era considerado 
obsoleto, mas a nacionalizações foram capitalizadas pelo projeto político peronista.”; 
queda da produção “Comparada aos anos 30, a produção de cereais diminuíra em 70%, 
a de carne 66% e outros produtos agrícolas 75%.”; mas os EUA tiveram um crescimento 
produtivo “triplicaram a produção industrial (em 1946 produziram metade da produção 
mundial) já a sua renda per capita aumentou mais de 100% (de 550 para 1.260 
doláres).”. 
 
● PERCA DOS IMPÉRIOS COLONIAIS​: “a) a contradição no apelo das metrópoles ao 
esforço de guerra colonial contra as ditaduras fascistas em nome da democracia e 
liberdade; b) a falta de condições materiais para restabelecer a tradicional relação 
metrópole-colônia c) a penetração econômica americana nas colônias européias 
durante a guerra d) a pressão política e simultânea dos EUA e da URSS contra a 
manutenção da ordem colonial: a primeira, contrária aos mercados fechados; a 
segunda, identificando-se com os movimentos revolucionários e procurando novos 
espaços econômicos para relacionar-se. Independentemente de questões ideológicas, a 
descolonização enfraqueceu a Europa em benefício das superpotências.” 
 
● “A experiência da pós-primeira guerra e a crise de 1929 serviram de referência para 
evitar situações posteriormente semelhantes.” 
 
● Ajuda dos EUA à Europa, estratégica. Doação de alimentos comprados do setor 
agrícola pelo Estado, imposição do mercado norte-americano aos europeus. “As 
economias européias deviam seguir as recomendações americanas de flexibilizar seus 
mercados e suas políticas econômicas às novas tendências estruturadas a partir da 
lógica do sistema de acumulação dos EUA.” 
 
● Acordo de Bretton Woods, julho de 1944, EUA: “a) aceitação do dólar como moeda 
internacional e conversível em ouro (a libra esterlina foi usada por pouco tempo); b) livre 
conversibilidade das moedas nacionais entre si, a partir de uma paridade fixada em ouro 
ou em dólares; c) criações de instituições que sustentassem os acordos como o Fundo 
Monetário Internacional e o Banco Internacional para a Reconstrução e 
Desenvolvimento, mais conhecido como Banco Mundial.” 
- EUA possuía a maioria das reservas de ouro e trocava seus produtos pelo mesmo. “A 
enorme transferência de ouro para os EUA foi um dos fatos mais importantes do início 
da reconstrução européia. Assim, podia-se garantir a conversão desse ouro em dólares 
mantendo-se o dinamismo do circuito comercial.” 
 
● Países europeus sem a possibilidade de pagamento de suas reconstruções, mas “O 
medo de turbulências sociais e a possibilidade de avanços dos partidos de esquerda no 
velho continente levaram o tesouro americano a uma intervenção cirúrgica nas frágeis 
economias européias e japonesa do pós-guerra.” 
- Doutrina Truman e Plano Marshall: “a) reconstruir a sociedade capitalista global; b) 
recompor a economia européia; c) integrar o Ocidente europeu à economia americana; 
d) adequar a imensa defasagem entre os dólares e ouro existentes nos EUA e a falta 
deles entre os aliados ocidentais.” EMPRÉSTIMOS COM JUROS BAIXOS: “A Inglaterra 
o país mais beneficiado, recebeu 7,5 bilhões de dólares (seguido da França com 5 
bilhões, Alemanha com 4 bilhões e Itália com 3,5 bilhões).” 
- Japão: Plano Dodge. 
 
● Conferência de Bretton Woods e Plano Marshall: “americanização da economia do 
mundo ocidental”, hegemonia norte-americana. 
- 1948: OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico); Bélgica, 
Holanda e Luxemburgo (Benelux). 1951: Comunidade Européia do Carvão e do Aço 
(CECA). 
- Plano Schuman (ministro de Relações Exteriores francês), de produção integrada 
franco-alemã, “visava esvaziar a competição industrial franco-alemã colocando sob uma 
autoridade supranacional uma política de produção conjunta para o carvão, aço e ferro.” 
 
● “Finalmente, em 25 de março de 1957, França, Bélgica, Holanda, Alemanha, 
Luxemburgo e Itália, a Europa dos seis, acordavam o Tratado de Roma, criando a 
Comunidade Econômica Européia (CEE) [...] A Inglaterra, ponta-de-lança dos interesses 
dos EUA no continente não querendo abrir a sua zona internacional de influência (a 
Commonwealth), optou por não fazer parte da CEE assim como não fizera da CECA.” 
 
● Os EUA portanto, para serem vitoriosos na Guerra Fria, precisaria de aliados fortes e 
bem reestruturados, além de consumidores para a sua indústria. 
 
 “O acordo de Bretton Woods, complementado pelo Plano Marshall, garantiu um 
volume de moeda que viabilizou a relação demanda-produção. Isto foi 
fundamental. Garantiu um fantástico crescimento produtivo e acumulação de 
capitais nos EUA e impulsionou a recuperação européia e japonesa. Ainda 
estimulou a integração na Europa e possibilitou que essas economias fossem 
permeáveis aos interesses americanos. Era o resultado da supremacia 
indiscutível dos Estados Unidos no mundo capitalista.” 
 
● 2. Grande crescimento econômico, surgimento da “economia mista”, “o Estado 
planejava, racionalizava e orientava a produção. Comprometia-se com previdência 
social e garantia o pleno emprego, afastando o clima de instabilidade. ​Era o Estado 
Regulador ou de Bem-Estar Social​.” 
 
● Fordismo​ no plano microeconômico: “Fixando o trabalhador ao longo da esteira, 
reduzia o gasto inútil de energia e controlava a velocidade do processo de trabalho [...] 
Também estava implícita no fordismo a visão de que se remunerasse melhor os 
trabalhadores, estes se tornariam consumidores.” Imposição deste sistema pelo mundo 
afora. “Além do próprio conceito, grande parte da maquinaria necessária para a linha de 
montagem também deveria ser comprada dos EUA.” 
- AUMENTO DO CONSUMO E ALIENAÇÃO DO POVO: “A transformação do trabalhador 
em um consumidor de produtos até então inacessíveis, através de aumento salarial, 
criava uma sensação de melhoria material e esvaziava pressões sociais gerais.” 
- Consumo em massa. 
 
● John Maynard Keynes​, ​A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda​ , 1936. “A sua 
proposta fundamental defendia o estímulo da demanda e o aumento da produção, da 
renda e do emprego através da intervenção do Estado. Este devia corrigir os defeitos do 
mercado objetivando um capitalismo eficiente.” 
 
● Baby Boom, aumento da taxa de natalidade permanente nos países do capitalismo 
periférico e retração nos países do capitalismo central por volta da década de 60. 
 
● Segunda revolução agrícola: maquinaria e aumento da produção, a “tecnologia 
aumentou fantasticamente a capacidadede produção de alimentos.” 
- Grande aumento de inovações tecnológicas e pesquisas científicas. “A corrida espacial 
a energia nuclear, a eletrônica e a robótica foram alguns dos novos setores privilegiados 
por essa revolução tecnológica.” 
- Aumento no consumo de produtos com maior tecnologia como carros e 
eletrodomésticos, exportando o “american way of life”. 
 
● “Os EUA propuseram uma reconstrução do espaço político, um modelo 
bipartidário e a estabilidade do bem-estar econômico e da paz social. Tal 
modelo, com algumas variáveis e carregado com o anticomunismo 
doinício do pós-guerra, espalhou-se pela Europa e Japão [...] Os EUA, 
fiadores da ordem ocidental, desenvolveram três orientações que 
pautaram a reconstrução: 1) organizar a economia capitalista em volta de 
sua liderança e interesses; 2) abrir os impérios coloniais e as metrópoles 
européias aos seus investimentos e comércio; 3) derrotar a onda 
revolucionária anticapitalista (na Europa, no Extremo Oriente e depois, na 
América Latina e África).” 
 
● “É visível na política externa americana a intrínseca vinculação entre interesses 
econômicos e militar-estratégicos. Neste sentido, a obtenção de mercados estava 
acompanhada pelas necessidades geradas pela Guerra Fria: controle sobre zonas 
energéticas, bases militares, enclaves geopolíticos etc. A administração Truman 
(1945-1953) orientou com êxito a reconversão econômica de tempos de guerra para 
tempos de paz.” 
● Governos democratas em busca de maior bem-estar social mas com políticas externas 
bem agressivas (Kennedy e Johnson 1961-1968). 
- Vietnã e desequilíbrio orçamentário; Cuba (1961) e financiamento de ditaduras na 
América Latina. 
 
● ILUSÃO CAPITALISTA​: “A rápida deterioração das relações entre EUA e URSS, o 
receio do comunismo e a expectativa de melhoria do nível de vida dos trabalhadores 
acabaram isolando a esquerda em cada país. No parlamento ou mesmo em alguma 
coalizão de governo, a esquerda foi moderando suas propostas; grande parte dos 
socialistas abriu mão do marxismo adotando um reformismo negociador entre o capital 
e o trabalho.” 
 
● 1949, divisão alemã em “uma área capitalista (República Federal da Alemanha) e outra 
socialista (República Democrática da Alemanha).” 1969, aliança social-democrata (SPD) 
e liberal (FDP) afastando os cristãos (União) do poder, reforçando-se assim o Estado de 
bem-estar social. 
 
● França, “Até o fim dos anos 50, uma aliança entre socialistas e o Movimento 
Republicano dava à França destacado papel dentro dos esquemas internacionais de 
integração e cooperação, afiançando o ressurgimento europeu (OTAN, 1949; CECA, 
1951; CEE, 1957).” Problemas coloniais com a Argélia e Vietnã e De Gaulle eleito em 
1958, que buscará trazer mais autonomia pra França. “Em 1968, confluíram as 
reivindicações operárias com a intensa mobilização estudantil que produziu o “maio 
francês”. O governo conseguiu combatê-lo, mas pouco depois, um De Gaulle 
profundamente desgastado retirava-se da cena política.” 
 
● Grã-Bretanha, 1945, derrota de Churchill e vitória do trabalhista Clement Attlee. 
Alternância entre conservadores e trabalhistas no poder nos anos seguintes devido à 
problemas internos monetários. 
- Conflito Irlandês; “Na Itália manifestava-se desde a guerra uma forte tendência 
revolucionária, antifascista e antimonarquista. Mas a pressão americana e uma 
recomendação soviética ao colaboracionismo da esquerda com os setores burgueses 
esvaziaram os setores radicais.” Depois da esquerda chegar a se aliar ao partido 
cristão, “no fim dos anos 60, os problemas avolumaram-se houve desaceleração 
econômica com inflação e desemprego, sobrevivência de práticas de nepotismo, 
clientelismo e corrupção das elites. O descontentamento social manifestou-se na forma 
de greves maciças (1969) por salário e fortalecimento dos conselhos de representantes 
sindicais nas negociações capital-trabalho-Estado.” 
 
● A derrota militar do Japão abalou dois pressupostos da sociedade japonesa, o racismo 
e a divinização do imperador. General MacArthur administrou o país como território 
ocupado até 1951; “Os EUA tinham cinco eixos de interesse: 1) a destruição do poder 
militar e a responsabilização das suas ações; 2) a desmilitarização da sociedade e 
reconversão industrial; 3) a democratização do país e a limitação do poder do imperador 
(Constituição Parlamentar e Sufrágio Universal); 4) o desenvolvimento econômico que 
garantisse o retorno aos investimentos americanos e auto-sustentasse a reconstrução 
do país e; 5) a transformação do Japão em ponto de apoio do sistema defensivo dos 
EUA no Extremo Oriente.” 
- O Japão desenvolveu sua economia com a injeção de capital externo, com a Guerra da 
Coreia, reconheceu sindicatos e praticou uma reforma agrária. “A combinação de 
fatores conjunturais com a existência de uma mão-de-obra barata e relativamente dócil, 
a contenção do gasto público e da inflação, e a capacidade de poupança do Estado e 
da população garantiram o ‘milagre japonês’.” 
- O Japão era precioso para os EUA no contexto da Guerra Fria, portanto não precisou 
de gastar seu capital com a segurança nacional e gastos militares. 
- Lá o Partido Liberal-Democrático assumiu o poder depois do General MacArthur. 
- Sobre a economia japonesa que, já nos anos 60, ganhava espaço internacional: 
“Adquirindo e produzindo tecnologia avançada, adaptando patentes importadas e 
desenvolvendo a capacidade de concentração da mão-de-obra no trabalho, estruturou 
uma sofisticada indústria siderúrgica, naval, automobilística e eletrônica. Não só 
ocupava mercados externos como o aumento da renda nacional criara um grande 
mercado interno.” 
 
● “A reestruturação teve sérias implicações sociais. As profundas alterações no sistema 
produtivo, o perfil do emprego e o aburguesamento de segmentos operários 
provocaram desdobramentos. Em breve linhas, pode-se destacar: 
 
1)​ A extensão da mecanização da agricultura e sua intensificação tecnológica produziu 
constante diminuição do campesinato e estímulo à urbanização da sociedade.” A biotecnologia 
aumentava a produção e reduzia o trabalho no campo. As consequências foram drásticas nos 
países periféricos capitalistas, onde, diferente dos países do capitalismo central que possuem 
outras fontes de trabalho nas cidades, na periferia “produziu êxodo rural e os cinturões urbanos 
de miséria. Tal situação combinou-se com a explosão demográfica, resultando em falta de 
espaço, poluição, insuficiência de redes sanitárias, ausência de áreas verdes e excesso de 
automóveis.” 
 
2)​ O crescimento do proletariado europeu, no imediato pós-guerra, acompanhou a 
incorporação do fordismo, assim como a exploração extensiva de setores econômicos cujas 
potencialidades, antes daguerra, não haviam sido utilizadas.” A robotização e automação 
promoveram problemas que se agravaram a partir da década de 70. A proteção do Estado de 
bem-estar social nos países centrais forçaram as empresas a irem aos países periféricos: 
“Constata-se, entre os operários com capacidade de consumo nos países desenvolvidos, uma 
gradual acomodação social, perda de solidariedade e combatividade. O acesso ao consumo de 
certos bens de massa, o pleno emprego, assim como o entorno protetor do Estado de 
bem-estar, moderaram as reivindicações e fragilizaram o poder sindical. Parte desse bem-estar 
de setores do operariado europeu e americano foi financiado pelos trabalhadores do Terceiro 
Mundo, que, com o seu trabalho, geraram a riqueza dos Estados periféricos, canalizada e 
transferida, através do comércio desigual e do pagamento de juros e dívidas, aos países 
desenvolvidos.” 
 
3) ​“A ascensão da mulher, como protagonista produtiva e política, concretizou-se rapidamente 
[...] O papel desempenhado na retaguarda da guerra, tanto no setor produtivo, quando na 
estrutura familiar,permitiu acesso maciço ao ensino e ao mundo do trabalho.” Junto com a 
desigualdade salarial. Salários e pílulas anticoncepcionais traziam uma aceleração na 
conscientização social feminina na década de 60, transformando o inclusive o conceito de 
família. 
 
4) ​Necessidade de mão-de-obra mais qualificada e popularização das escolas e aumento do 
número de universidades. A educação popular influenciou no Maio de 68. “Gerações mais 
conscientes, críticas, exigentes e mais bem instrumentalizadas surgiram deste processo. Por 
isso 1968 foi o ano da explosão estudantil. Exigia-se o arejamento geral do mundo acadêmico. 
Mas criticavam-se também as contradições de uma sociedade que começava a ter problemas 
sociais crescentes, além da burocratização, massificação, despersonalização e alienação. 
Secundaristas e universitários clamaram como uma geração que buscasse seu espaço; mas 
muito mais gritaram contra o legado que estavam recebendo das gerações anteriores: o 
imperialismo, o napalm e bomba atômica, a mercantilização de tudo e os valores consumistas 
da sociedade burguesa, que pausterizava e massificava qualquer postura autônoma e solidária. 
O paradoxo é que a radicalização era de setores que, em tese, viviam muito melhor que a 
geração anterior mas que exigiam, além da qualidade material, mais qualidade de vida. Já no 
Terceiro Mundo, 1968 foi muito mais do que isso; foi também denúncia da opressão econômica 
externa, do subdesenvolvimento crônico e de muitos autoritarismos.” 
 
5)​ A guerra abalou o sentimento religioso, somado ao grande consumismo. “A eleição de João 
XXIII para o papado em 1958, iniciou um fase de abertura aos problemas sociais. As encíclicas 
Mater et Magistra (1961) sobre aspectos sócio-econômicos, e Pacem in Terris (1962) 
envolvendo a paz e as relações internacionais, confirmaram essa preocupação. Finalmente, o 
Concílio Vaticano II (1962-1965) estabelecia as bases para uma orientação mais sensível à 
situação dos setores pobres e terceiromundistas.” 
 
● O caráter destrutivo da guerra fez as pessoas repensarem os limites no uso da ciência e 
da tecnologia; a produção científica aumentou, “Keynes, Galbraith, Samuelson e os 
ultraliberais Hayeck e Friedman apontaram caminhos diferentes para a nova ordem 
econômica.” Na filosofia, o existencialismo e o marxismo. “Sartre, Althusser e Marcusse 
estiveram entre os principais inspiradores da efervescência político-cultural do fim dos 
anos 60.” 
- Artes e literatura: “O experimentalismo, a existência de um público muito maior e de 
mediana formação e as diversas percepções sobre os fatos produziram uma explosão 
de manifestações artísticas extremamente variadas. Na pintura, entre outras correntes, 
destacavam-se a permanência do surrealismo, presente no mundo dos sonhos, das 
alucinações e do subconsciente (Miró, Dalí) e a ausência de elementos figurativos na 
explosão colorida das formas no abstracionismo (Kandinski, Mondrian, Poliakoff). 
Fortemente marcada pela sociedade individualista e de consumo de fins dos anos 50, a 
Pop Art foi a grande representação plástica dos anos gloriosos, mostrando o ​efeito da 
massificação e a mercantilização de tudo​ através da transformação de ícones em 
produtos de consumo.” 
- Avanços técnicos na arquitetura, utilização de mais materiais e prédios maiores; prédio 
da ONU em NY e Oscar Niemeyer para Brasília. 
- Popularização da música associada à evolução da mobilidade social de jovens e 
adolescentes, “O fenômeno musical marcante dos anos gloriosos foi o Rock; de Elvis 
Presley a Jimi Hendrix, passando pelos Beatles, o rock pautou musicalmente as 
mudanças sociais do seu tempo.” 
- “Na literatura ecoaram profundamente os problemas do período. As questões sociais, a 
guerra e o pós-guerra, as infindáveis feridas abertas, individuais ou coletivas, o 
maquinismo e a massificação, o autoritarismo, o papel da ciência, a burocracia, a 
contestação etc. Orwel, Greene, Camus, Malraux, Brecht, Weiss, Pasternak, Kerouac, 
Hemingway e Neruda são alguns dos tantos nomes que refletiram a realidade do 
pós-guerra no romance e na poesia.” 
- O cinema foi perdendo a qualidade por causa da busca por resultados comerciais 
imediatos. “Se é verdade que se criou um mercado para o entretenimento (aproveitando 
a demanda da massa por opções de lazer), também é verdade que alguns diretores 
produziram grandes obras reflexivas. Rossellini, De Sica, Capra, Weles, Truffaut, 
Gordad, Tati, Buñuel, Wilder e Bergman estão entre eles.” Hollywood ganhou grande 
projeção, com sua indústria diversificando temas e investindo em grandes produções, 
além de divulgar o “american way of life”, junto com a TV. “Produtos típicos da industria 
cultural massificada de baixa qualidade para públicos pouco exigentes, a TV e o cinema 
(assim como as histórias em quadrinhos) desempenharam destacado papel na 
padronização cultural em curso nos anos 50 e 60.” 
 
● O Estado de Bem-estar social vêm da concepção social-democrata de passar reformas 
de cunho social por dentro da máquina do Estado capitalista, para reduzir as 
contradições do sistema, amenizar as tensões. “As participações malsucedidas de 
partidos políticos de orientação social-democrata no poder, durante o entre guerra, e a 
vontade de marcar distância do socialismo soviético, levaram essa corrente, em 
diversas partes da Europa, a priorizar a participação dentro dos limites da legitimidade 
do Estado burguês.” 
 
● “O cruzamento das propostas de Keynes com o gradual afastamento da 
social-democracia de propostas revolucionárias levou-os ao objetivo de 
gerenciar a economia capitalista, limitando-se a combater seus efeitos 
sociais negativos [...] Assim, o Estado intervinha nos seguintes setores: 
estratégicos ou que exigiam um enorme volume de capital privado. Fora 
estas situações, a orientação reformista era a de que esquecer posturas 
radicais anteriores e não mais ameaçar o capital e a prosperidade privada. 
Isto interessava muito a burguesia.” 
 
● “Keynes já havia dado o sinal, cabia ao Estado intermediar tal relação (Estado 
regulador). Os Social-democratas preencheram esse Estado com preocupações sociais 
progressistas e até humanistas (se comparadas às outras propostas da direita). O 
consumo passava pelo compromisso dos capitalistas em direcionar parte dos seus 
lucros às atividades produtivas (criando mais empregos) e em concordar com uma 
distribuição de riqueza (sem colocar em risco, em momento algum, a propriedade 
privada ou a hierarquia social existente). Já os trabalhadores aceitavam as regras do 
funcionamento do sistema, inseriam-se nele e reconheciam a propriedade privada do 
capital.” 
 
● “Portanto, o Estado foi instrumento de diversas ações encadeadas: 1) assumiu as 
atividades que não interessavam ao setor privado, mas que eram globalmente 
importantes; 2) regulou, mediante mecanismos políticos, as relações econômicas entre 
o capital e o trabalho e compensou os efeitos distributivos do mercado; 3) 
desempenhou papel econômico, fornecendo serviços e insumos a baixo custo, 
financiando a atividade privada, realizando obras públicas e capacitando a 
mão-de-obra; 4) incorporou múltiplos programas sociais (assistência familiar, 
habitacional, auxílio financeiro, saúde).” 
 
● Acabando com a falácia da ​social-democracia​, de que era possível se fiscalizar 
racionalmente o capitalismo, assim que a burguesia não se viu mais ameaçada, as 
multinacionais dirigiram seus capitais para o terceiro mundo. A inserção de novas 
tecnologias também se inserem nesse contexto, pois ambas causaram “iniciou-se um 
processo de desemprego que tomaria um viés profundamente agudo a partir dos anos 
80. São dois exemplos que mostram como o compromisso do capital com a proposta 
social-democrata funcionou enquanto aquele não encontrou melhores condições de 
reprodução.” 
 
● “Quando, em meados dos anos 70,os investimentos públicos ficaram obsoletos e 
sucateados, por falta de reinvestimento e de cobrança de preços de mercado, foram 
alvo de críticas pelos defensores das privatizações e dos quais exigiam “menos Estado”. 
O argumento usado seria o da incompetência do setor público e da incapacidade 
reguladora do Estado (Przeworski, 1989. P.58).” A social-democracia também fortalece 
o Mercado e o capitalismo pois descredibiliza a revolução, pois, “defendendo uma 
economia de mercado com crescente produtividade para manter o pacto social, a 
social-democracia fortaleceu o capital e ajudou-o a combater suas contradições 
(desequilíbrio na distribuição de riqueza, eficiência pela redução salarial, tendências ao 
desemprego etc.)”. Sem contar que o Estado de bem-estar social na Europa Ocidental 
se deu em cima da exploração dos países periféricos. A social-democracia se baseia no 
consumismo​. 
 
● O Estado de bem-estar social investiu em indústrias de consumo durável, indústrias 
relacionadas ao bem-estar e outras. Investiu em infraestrutura; investiu no capital 
privado e se tornou um consumidor, principalmente de materiais militares. “Finalmente, 
desenvolveu-se uma política externa agressiva, em termos econômicos, dando 
sustentação aos investimentos e empresas que agiam no mercado mundial. De forma 
geral, estas foram tendências que caracterizaram a intervenção econômica do Estado 
do pós-guerra.” 
 
● Exemplos de governos keynesianos e suas estatizações: França, Inglaterra, Itália, 
Alemanha, Japão e EUA, mesmo menores do que na época do New Deal. 
 
● “A corrida armamentista estreitou a colaboração entre o setor público e privado. A 
pesquisa e a produção no setor bélico e afins exigiram financiamento público. A corrida 
espacial e as novas demandas industriais de alta tecnologia reforçaram um 
planejamento eficiente.” 
 
● O salário mínimo: “Sendo uma iniciativa de origem inglesa, foi na França, porém, 
vigente desde 1947, que ele recebeu a complementação da indexação às variações de 
preços (1953), evitando a defasagem entre salário e variação do custo dos produtos 
básicos.” 
 
● “Em relação ao ensino, a intervenção também foi forte. As necessidades eram diversas: 
renovação dos quadros dirigentes, formação qualificada de quadros técnicos e 
científicos numerosos para enfrentar as novas necessidades e responder ao enorme 
afluxo em todos os graus provocados pela pressão demográfica e pela adequação dos 
futuros trabalhadores às novas tecnologia em desenvolvimento.” Multiplicação de 
escolas públicas e bolsas. 
 
● “Estes investimentos e subvenções estatais foram financiados por recursos próprios do 
Estado e pelo mecanismo de tributação progressiva sobre salários e lucros das 
empresas.” 
 
● Crise nos EUA a partir da década de 60. Recuperação europeia (milagre japonês e 
alemão). “Com matrizes industriais mais modernas, aquisição e reprodução de 
tecnologia avançada, e especializando-se em setores produtivos específicos (eletrônico, 
automobilístico, siderúrgico e químico), aquelas economias contavam com a vantagem 
de não ter maiores ônus com a segurança militar, o que, paradoxalmente, pesava cada 
vez mais para os EUA.” 
- Toyotismo: mais funções exercidas por um só trabalhador, perseguição por meio dos 
sindicatos, vinculação da estabilidade do emprego e salário à situação financeira da 
empresa. 
 
● FIM DA HEGEMONIA DO KEYNESIANISMO E INÍCIO DA HEGEMONIA 
NEOLIBERAL; FIM DA FALÁCIA DA SOCIAL-DEMOCRACIA: ​“As demandas internas 
da população dos países desenvolvidos saturaram-se. A reconstrução das suas 
economias, acrescidas de injeções de capital e de novas tecnologias, atingia todo o 
conjunto de demandas reprimidas desde a guerra. Por outro lado, tendências 
decrescentes na produção e na margem de lucros começavam a pesar mais sobre as 
concessões que tinham sido feitas ao movimento operário para evitar a sua 
radicalização. O alto custo dessa mão-de-obra levou a expansão de empresas 
multinacionais ao Terceiro Mundo. O Estado de bem-estar social passava a ser 
questionado abertamente. A saída de capitais e empresas dos espaços metropolitanos 
seria, futuramente, pesada carta de barganha contra os sindicatos e partidos de 
esquerda.” 
 
● Cuba, desgaste dos EUA. “Novos projetos nacionalistas e populistas, combinados com 
a expansão de guerrilhas e a radicalização de alguns setores vinculados à Igreja e ao 
exército, provocaram uma escalada inédita na região.” 
- Vietnã: No Vietnã caiu, definitivamente, a máscara de nação pacifista e anticolonial dos 
EUA mostrando ao mundo a lógica do “grande porrete”, conhecida há muito tempo por 
mexicanos e centro-americanos.” 
- Movimentos internos de igualdade racial e contrários à desigualdade social. 
- BLACK POWER​: “A mecanização agrícola aumentara a pobreza. Nos centros urbanos 
mesclava-se a ostensiva concentração de riqueza e a visibilidade do racismo. 1968 foi o 
ano do esgotamento da capacidade de diálogo e espera. A questão racial 
intensificou-se com o assassinato de Martin Luther King. A violência racista, permanente 
e impune durante os anos 60, varreu as expectativas da não-violência negra. A 
belíssima frase de Luther King, “Eu tenho um sonho [...] que todos os homens foram 
criados iguais”, pronunciada ante 250 mil pessoas na histórica Marcha sobre 
Washington (1963), surtiu efeito, mas nas mãos de estratégias de luta mais radicais: os 
Black Muslins​ (muçulmanos negros) de ​Malcom X​ (assassinado em 1965); o 
movimento ​Black Power​ (Poder Negro), de ​Stokley Carmichael​; e a estrutura 
guerrilheira dos ​Black Panthers​ (Panteras Negras), fundada por ​Huey Newton e 
Bobby Seale​ em 1966. A cassação e prisão do campeão mundial de boxe ​Cassius 
Clay​ (futuro Mohammed Ali) por negar-se a lutar no Vietnã, e o punho levantado dos 
atletas negros ​Thomas Smith e John Carlos​ na Olimpíada do México (1968), ao 
melhor estilo Black Power, foram marca registrada dessa época. Mas a insatisfação 
contra o sistema não se restringia à comunidade negra. 
- Movimento estudantil, Universidade de Berkley (hippies, yippies, gays, feministas). 68, 
movimentação no México, na Alemanha, França, Tchecoslováquia. 
 
● Luta contra ditaduras na América Latina. “A perda de competitividade econômica 
internacional e o custo altíssimo do “guarda-chuva nuclear” e do conflito vietnamita 
fragilizaram profundamente a hegemonia americana. No fim dos anos 60, os EUA 
exauriram os saldos positivos acumulados durante o boom dos anos gloriosos. 
Enquanto Europa e Japão passavam a ter saldos comerciais positivos e a acumular 
dólares, os EUA careciam deles.” “O medo de que os dólares dos bancos centrais 
europeus – eurodólares – fossem usados para comprar o ouro estocado pelo tesouro 
dos EUA (dentro das diretrizes de convertibilidade negociada em Bretton Woods) 
assustou o governo Nixon. A ameaça de uma corrida ao ouro e do colapso do sistema 
econômico americano assumiu enormes proporções, pois afetaria todo o sistema 
mundial.” 
- Livre conversibilidade: o dólar passou a flutuar de acordo com as leis do mercado. 
- Neoliberalismo​: “A espiral inflacionária instalava-se nos centros capitalistas 
desenvolvidos e medidas de contenção com evidente custo social (congelamento 
salarial e não-concessão ou renovação de conquistas sociais), somaram-se neste 
processo de esgotamento do crescimento econômico do pós-guerra.” 
- RETALIAÇÃO DOS ÁRABES​: “Em outubro de 1973, os membros da Organização dos 
Países Árabes Exportadores de Petróleo (​OPAEP​), em represália à reação israelense 
na Guerra do Yong Kippur, contra a Síria e o Egito, e cansados de esperar o 
cumprimento da Resolução 242 das Nações Unidas (devolução dos territórios ocupados 
por Israel desde a Guerra dos Seis Dias: Faixa de Gaza, Sinai, Colinas do Golan e a 
Cisjordânia), assumiram importante solidariedade com o Egito.As medidas tomadas 
constituíram significativa agravante conjuntural à crise estrutural que se gestava havia 
quase uma década: a redução de 5% do fornecimento do produto energético (essencial 
para o desenvolvimento do mundo industrial contemporâneo), era acompanhada do 
aumento de 70% no preço do barril, e a imposição do embargo total aos países que 
apoiavam Israel (principalmente os EUA).” 
 
● Crise do petróleo, barril à 34 dólares (1,75 em 1950 e 2,18 em 1973). “Uma das 
imagens mais fortes da necessária reestruturação tecnológica e de padrões de 
consumo foi a difícil substituição dos obsoletos “carrões” americanos por uma nova 
geração de automóveis menores e mais econômicos de origem européia e japonesa.” 
Mas os EUA possuíam alternativas (jazidas). Conseguiram uma nova valorização do 
dólar atraindo petrodólares mediante juros atrativos. “Sem dúvida, as economias 
afetadas a médio e longo prazo foram as periféricas, pois tiveram sua produção primária 
desvalorizada (salvo exceções), viram um crescimento acelerado e asfixiante da dívida 
externa e sofreram maior taxação nas relações econômicas e financeiras estabelecidas 
com os países desenvolvidos.” 
 
● “A ciência transformou-se em objeto de produção e as empresas e universidades 
uniram-se na pesquisa científica de ponta.” Multinacionais e conexão capitalista. 
Exportação pro terceiro mundo de indústrias com tecnologia obsoleta. 
GLOBALIZAÇÃO​. 
- “As guerra mundiais, a Guerra da Coréia, a Guerra Fria e a descolonização 
acompanharam os progressos dos meios de comunicação e o impacto da propaganda. 
A transmissão das palavras e das imagens chegou ao âmbito econômico e o controle 
dos fluxos de informação tornou-se, também, fator, criador de riquezas e poder”. 
- Expansão tecnológica (computadores); influência nas culturas. 
 
● 1973, ano da crise. Esgotamento do Keynesianismo, fim de Bretton Woods. “A 
internacionalização da economia e o aumento da competição, junto com o problema do 
petróleo, produziram inflação de custos, crise de oferta e recessão. O ônus deste 
processo foi passado à periferia. Os países do Terceiro Mundo, não conseguindo saldas 
seus compromissos, viram sua dívida externa crescer extraordinariamente.” 
 
● “Porém, a combinação entre o custo social interno, a ascensão de economias 
competitivas e o custo da parafernália militar da Guerra Fria provocou o esgotamento do 
sistema na passagem dos anos 60 para os 70.” “O fim da convertibilidade do dólar em 
ouro, acompanhado pela sua desvalorização (para recuperar competitividade no 
exterior), produziu uma inflação que se espalhou mundo afora. O aumento do preço do 
petróleo aprofundou essa situação.” Aumento do desemprego, movimentos sociais mais 
acuados. “As finanças públicas tiveram que socorrer o capital privado e rompeu-se a 
política de consenso e compromisso que a social-democracia ajudara a consolidar como 
mecanismo de construção do Estado de bem-estar social.”

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