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Aula 05

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CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PUBLICA
conceito e objeto
 
 O controle da Administração Pública pode ser conceituado como o conjunto de prerrogativas de fiscalização e acompanhamento que um Poder, entidade, órgão ou autoridade exerce sobre a atividade de outro ou sobre a sua própria atuação, visando confirmá-la ou desfazê-la, conforme seja ou não, legal, conveniente e oportuna ao bem comum.
 É válido ressaltar, de início, que essa supervisão institucional não é exercitável apenas no âmbito do Poder Executivo, posto que pode incidir em qualquer atividade administrativa do Estado  o objeto serão todos os atos administrativos emanados de quaisquer dos Poderes.
 a ideia central, quando se fala em controle da Administração Pública, reside no fato de que o titular do patrimônio público (material e imaterial) é o povo, e não a Administração, razão pela qual ela se sujeita, em toda a sua atuação, sem qualquer exceção, ao princípio da indisponibilidade do interesse público.
 Pode-se conceituar controle administrativo como o conjunto de instrumentos que o ordenamento jurídico estabelece a fim de que a própria Administracão, os Poderes Judiciário e Legislativo, e ainda o povo, diretamente ou por meio de órgãos especializados, possam exercer o poder-dever ou a faculdade de fiscalização, orientação e revisão da atuação administrativa de todos os órgãos, entidades e agentes públicos, em todas as esferas de Poder. 
fundamentos
 
 Os fundamentos básicos do controle da Administração Pública repousam nos princípios da autotutela e da tutela  que impõem aos entes estatais o dever de adotar métodos de preservação dos objetivos sociais, através das prerrogativas de fiscalização e revisão das condutas oriundas da função administrativa, a serem exercidas sobre eles próprios (autotutela) ou por uns sobre a atividade dos outros (tutela). 
 sob outro ângulo, os princípios da legalidade e da impessoalidade também se constituem como alicerces do controle administrativo, haja vista que todas as medidas adotadas pelos agentes públicos devem estar conformadas à lei e às exigências impostas pelos fins públicos perseguidos pelo Estado.
ESPÉCIES DE CONTROLE
 
As espécies de controle são encontradas a partir dos critérios utilizados para a sua realização. Elas podem ser combinadas e utilizadas simultaneamente em um determinado caso concreto, tudo isto visando assegurar a plena legalidade e legitimidade da atuação administrativa do Estado. São elas:
 
1. Quanto ao objeto
• Controle de legalidade - Sua finalidade é analisar a adequação do ato controlado aos preceitos legais vigentes, o que pode ocorrer pela própria Administração (de ofício ou a requerimento do interessado), pelo Judiciário (mediante provocação por ação judicial própria) ou pelo Legislativo (nas hipóteses admitidas pela CF/88).
• Controle de mérito - Tem por objeto a verificação da oportunidade e conveniência do ato apreciado em face do interesse público, razão por que é procedido, em regra, apenas pela Administração Pública e, excepcionalmente, pelo Poder Legislativo; nunca pelo Judiciário.
 
2. Quanto ao momento
 
• Controle preventivo (a priori) - Se verifica antes mesmo de ser realizada a conduta controlada. Ex.: provimento do cargo de Ministro do STF, cujo nome escolhido deverá ser previamente aprovado pela maioria absoluta do Senado Federal (art. 101, parágrafo único, da CF).
 
• Controle simultâneo (concomitante) – implementa-se concomitantemente à atividade apreciada, fato que resulta num comportamento dúplice do agente público consistente em praticar certo ato e verificar a sua validade e adequação.
• Controle repressivo (subsequente/corretivo) – é o ocorrido após a edição do ato, podendo implicar a sua confirmação ou, ainda, na sua anulação (se ilegal) ou revogação (se inoportuno ou inconveniente).
 
3. Quanto ao fundamento
 
• Controle hierárquico – funda-se nas relações de subordinação verificadas entre os diversos órgãos da Administração, na qual se constata a existência de entes inferiores controlados, em todas as suas atividades (controle pleno), pelos que ocupam uma posição superior na estrutura administrativa estatal.
 
• Controle finalístico - se dá com base na verificação do cumprimento dos objetivos e finalidades de certas entidades administrativas que, por serem dotadas de autonomia (como as autarquias e fundações públicas), apenas podem ser controladas de forma limitada pelos entes que as criarem. 
 tais pessoas administrativas ficam sujeitas a uma fiscalização limitada do ente federativo instituidor, pois esse controle se restringirá aos resultados alcançados e aos fins por elas a serem atingidos.
 O controle finalístico deriva do denominado poder de tutela. O Decreto-Lei nº 200/1967, que se aplica à Administração federal, refere-se a ele como supervisão ministerial. 
 
 Embora essa expressão ainda seja usada, é oportuno registrar que nem todas as entidades da Administração Indireta federal são vinculadas especificamente a um ministério  há entidades da Administração Indireta Federal que são vinculadas diretamente à Presidência da República. 
 o controle que a Administração Direta Federal exerce sobre a Administração Indireta Federal costuma ser chamado supervisão ministerial  é controle controle finalístico, fundado no poder de tutela.
 
  CABM  o controle finalístico exercido em condições normais precisa estar expressamente previsto em lei  entretanto, em situações excepcionais, de condutas aberrantes de entidades da Administração Indireta, cabe o controle por parte da Administração Direta, mesmo na ausência de expressa previsão legal  o autor denomina tutela extraordinária. 
 
4. Quanto à extensão
 
• Controle interno - É decorrência natural do princípio da autotutela, sendo implementado pelo próprio ente do qual emanou o ato, ao qual caberá exercer as funções de controlador de sua própria atuação administrativa.
O controle interno é aquele exercido dentro de um mesmo Poder, automaticamente ou por meio de órgãos integrantes de sua própria estrutura.
 art. 74 CF/88  determina que os Poderes mantenham sistemas de controle interno.
 é justificado pela hierarquia administrativa inerente à estruturação interna das pessoas administrativas e, por essa razão, independe de previsão legal. 
 A Administração Pública deve anular seus próprios atos, quando constatada a ilegalidade, e pode revogá-los por razões de conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos (art. 53 da Lei 9.784/1999 e Súmulas 346 e 473 do STF).
Ex.: o Presidente da República deve anular os atos ilegais praticados pelos respectivos Ministérios; o dirigente de uma autarquia deve anular o ato ilegal praticado pelo subordinado.
• Controle externo - Realiza-se mediante o acompanhamento feito por um ente situado fora da estrutura do órgão ou entidade controlada, com base no princípio da tutela, como ocorre com a fiscalização operada pelos Tribunais de Contas sobre a atividade das pessoas jurídicas de direito público.
 
 CF/88  Conselho Nacional de Justiça (art. 103-B) e Conselho Nacional do Ministério Público (art. 130-A)  foram criados dois novos organismos de controle funcional do Judiciário e do Ministério Público. Tais conselhos são considerados órgãos de controle externo, pois, embora façam parte da estrutura dessas instituições, são compostos também por membros estranhos aos seus quadros organizacionais.
• Controle popular/social - Uma vez que a Administração deve sempre atuar visando à satisfação do interesse público, nada mais lógico (e necessário) do que a existência de inúmeros mecanismos, constitucionalmente previstos, à disposição dos administrados, que possibilitem a verificação da regularidade da atuação da Administração e impeçam a prática de atos ilegítimos, lesivos ao indivíduo ou à coletividade, ou possibilitem a reparação dos danos decorrentes da prática de tais atos.
É implementado pela sociedade civil, por meio da participação nos
processos de planejamento, acompanhamento, monitoramento e avaliação das ações da gestão pública e na execução das políticas e programas públicos (ex.: participação em consulta pública ou audiência pública; direito de petição ou de representação etc.).
 A democratização da Administração Pública e o seu caráter gerencial, marcado pela busca da eficiência, reforçam, na atualidade, instrumentos de controle social (ex.: audiências e consultas públicas) e de gestão da atividade administrativa (ex.: contratos de gestão internos, que fixam metas de desempenho para órgão e entidades administrativas, na forma do art. 37, § 8.º, da CF, e contratos de gestão externos, que formalizam parcerias entre o Poder Público e as Organizações Sociais)
 
Exs.: art. 5º, LXXIII CF/88  "qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao património histórico e cultural".
§2º, art. 74 CF  "qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União".
5. Quanto ao ente controlador
 
• Controle administrativo - Trata-se do controle de mérito e legalidade efetuado pela Administração Pública sobre as suas próprias condutas, a requerimento do interessado ou de ofício. O controle administrativo é exercido, em regra, por meio de processos administrativos.
 
• Controle legislativo - Consubstancia-se nos atos supervisionais implementados pelos órgãos do Poder Legislativo no exercício de sua função típica de fiscalização, na forma autorizada pela Carta Magna.
• Controle judiciário - É o controle atribuído aos órgãos jurisdicionais do Estado que, uma vez provocados através das ações judiciais cabíveis, sujeitam a atividade dos entes estatais à apreciação de legalidade dos seus atos.
• Controle político - aquele que tem por base a necessidade de equilíbrio entre os Poderes estruturais da República – o executivo, o legislativo e o judiciário. 
 este controle (que possui fundamento constitucional), é feito através do sistema de freios e contrapesos  estabelecendo normas que inibem o crescimento de qualquer um deles em detrimento do outro e que permitem a compensação de eventuais pontos de debilidade de um para não deixá-lo sucumbir a força do outro.
 
 exs. de controle político do Estado exercido entre seus Poderes a) O executivo controla o legislativo através do veto aos projetos oriundos desse poder – art. 66, §1° da CF/1988. b) o legislativo controla o executivo através da rejeição ao veto do chefe deste poder – art. 66, §4° da CF/88. c) O judiciário controla a ambos pelo controle da legalidade e da constitucionalidade de seus atos. d) Mas é o chefe do executivo que, exercendo controle político sobre o judiciário, nomeia os integrantes dos mais altos tribunais do país – art. 101, Parágrafo Único; art. 104, Parágrafo Único; art. 107 da CR/88.
 O que ressalta de todos esses casos é a demonstração do caráter que tem o controle político: seu objetivo é a preservação e o equilíbrio das instituições democráticas do país.
Controle Administrativo (Controle Interno)
 
Conceito e fundamento
 
 O controle administrativo pode ser conceituado como o conjunto de ações de acompanhamento e fiscalização promovidas pelas entidades e órgãos dos três Poderes do Estado, visando avaliar a adequação de suas próprias atividades administrativas à lei e ao interesse comum. 
 No âmbito da União, o Decreto-Lei n° 200/67 refere-se ao controle administrativo como sendo a supervisão a ser efetuada pelos Ministros de Estado (art. 19).
 é o exercido pelo Poder Executivo e pelos órgãos administrativos do Legislativo e do Judiciário sobre suas próprias condutas.
 
 O controle administrativo típico é aquele realizado pelo Poder Executivo sobre os atos emanados de seus próprios órgãos e entidades. 
 O controle administrativo é um controle de legalidade e de mérito. É sempre um controle interno, porque é realizado por órgãos integrantes do mesmo Poder que praticou o ato. 
 O princípio da autotutela é o fundamento maior para que os entes da Administração realizem esse tipo de controle sobre si mesmos  permite que a autoridade pública anule, revogue ou altere seus próprios atos, bem como aplique sanções a seus agentes, mediante a incidência das penalidades funcionais previstas na legislação vigente  súmula 473 STF
Natureza e objeto
 
 É de natureza interna  situações de fiscalização  nas estruturas intrínsecas, vários componentes ocupando níveis hierárquicos distintos, o controle normalmente é feito pelos órgãos superiores (coordenadorias, diretorias e chefias) sobre a atuação dos inferiores. 
 
 o objeto do controle administrativo é amplo  suas medidas se destinam a apreciar não só a licitude, mas também a oportunidade e a conveniência dos atos controlados  é um controle de legalidade e de mérito, podendo ser hierárquico e/ou finalístico.
Meios de controle
 
 são todos os instrumentos jurídicos que propiciam aos entes estatais o acompanhamento de suas próprias atividades de gestão e o reexame de suas decisões internas. 
 
1. Instrumentos de fiscalização hierárquica
 
 São utilizados pelos órgãos de nível superior sobre os atos dos inferiores da mesma entidade administrativa, de forma contínua e independentemente de ordem ou de requerimento específico, objetivando ordenar, coordenar, orientar e corrigir seus atos ou agentes, como é o caso das inspeções, correições, auditorias, supervisões e quaisquer outras condutas de cunho fiscalizatório.
2. Instrumentos de postulação administrativa
 
 São os instrumentos de tutela assegurados aos cidadãos, por meio dos quais poderão deduzir suas pretensões perante o Poder Público  com o objetivo de proteger direitos, combater o abuso de poder ou quaisquer outras ilegalidades.
 
a) direito de petição  art. 5°, XXXIV, "a“ CF  faculdade genérica e incondicionada que toda pessoa tem de defender seus direitos ou interesses coletivos perante o Estado. 
 
b) direito de representação  é a denúncia formal de irregularidades internas ou de abuso de poder na prática de atos ou na omissão de agentes do Estado, devendo ser encaminhada por qualquer pessoa ao ente público competente para conhecer e coibir o ilícito apontado. 
Exs.: art. 74, § 2°, da Constituição Federal (representação ao TCU); art. 2° da Lei n° 4.898/65 (Lei do Abuso de Autoridade);.
c) Reclamação  é a oposição expressa e solene a certo ato ou atividade estatal, que venha a afetar a esfera de interesses do administrado. 
 
d) pedido de reconsideração  é o requerimento escrito formulado pela parte à mesma autoridade que expediu o ato administrativo, para que o retire do ordenamento jurídico ou modifique o seu conteúdo segundo as pretensões do interessado. 
"Art. 56 lei 9784/99 . Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito. 
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior."
3. Instrumentos de impugnação às decisões (recursos administrativos)
 
 Os recursos administrativos são todos os meios jurídicos utilizados pelos cidadãos (e servidores) para manifestar a inconformação com os termos de uma decisão proferida pelo Poder Público. 
 Também recebem a denominação de recursos hierárquicos, vez que são pedidos dirigidos à instância administrativa superior em relação ao ente do qual adveio a decisão impugnada, no intuito de modificá-la, desfazê-la ou corrigi-la.
Controle Legislativo
 
SENTIDO E FUNDAMENTO
 
 O controle legislativo é a prerrogativa ao poder legislativo de fiscalizar a administração pública sob os critérios político e financeiro. O poder legislativo é aquele que espelha a representação do povo.
	
 O fundamento desse controle é eminentemente
constitucional. A não ser assim, estar-se-ia admitindo a indevida interferência de um poder sobre o outro. 
 
 é amplo quanto ao seu objeto  mas é bastante limitado no que se refere às hipóteses de incidência  só poderá ocorrer nas situações previstas na CF  princípio da independência dos Poderes. (autonomia dos Poderes do Estado).
 o controle legislativo abrange basicamente os atos do poder executivo e alguns atos do poder judiciário  o legislativo também exerce o controle sobre sua administração, mas esse controle é interno, diversamente do que acontece sobre os demais poderes, que é externo.
 ESPÉCIES DE CONTROLE
 
O controle legislativo se exerce sobre atividades bastante diferenciadas. Sendo assim é possível distinguir controles de dupla natureza: o controle político e o controle financeiro.
CONTROLE POLÍTICO
 
A característica do controle político tem por base a possibilidade de fiscalização e decisão sobre atos ligados a função administrativa e de organização do executivo e do judiciário.
A constituição aponta vários aspectos desse tipo de controle.
Sustação de atos normativos
O Congresso Nacional pode sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa, na forma do art. 49, V, da CRFB.
A previsão genérica da possibilidade de controle dos atos do Poder Executivo pelo Poder Legislativo encontra-se no art. 49, X, da CF/1988, segundo o qual compete ao Congresso Nacional "fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta".
Convocação de autoridades e requisição de informações
As Casas Legislativas e suas comissões podem convocar Ministros de Estado e outras autoridades administrativas para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, sob pena de crime de responsabilidade (art. 50 da Cf).
Da mesma forma, as Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão requisitar informações por escrito, no prazo de trinta dias, a Ministros de Estado e demais autoridades administrativas, importando em crime de responsabilidade o descumprimento da requisição ou a prestação de informações falsas (art. 50, § 2.º, da CF).
Autorização e aprovação de ato administrativo
Em determinados casos, o Poder Legislativo possui a prerrogativa de autorizar ou aprovar a prática de atos administrativos (ex.: o Senado deve aprovar o nome indicado pelo Chefe do Executivo para ocupar o cargo de Procurador-Geral da República, na forma do art. 52, III, “e”, da CRFB).
Comissões Parlamentares de Inquérito – CPIs
 art. 58, § 3º, da CF/88  As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) são instituídas nas Casas Legislativas para apuração de fatos determinados e por prazo certo, com poderes de investigação próprios das autoridades judiciais (art. 58, § 3.º, da CRFB).
 Em razão do poder de investigação, as CPIs podem determinar a realização de diligências, convocar Ministros de Estado, requisitar informações e documentos, tomar depoimentos etc. 
 Atenção: a função de investigação da CPI não lhe autoriza anular os atos do Poder Executivo.
Julgamento do chefe do Executivo: impeachment
O Senado Federal possui a prerrogativa de processar e julgar os crimes de responsabilidade cometidos pelo Presidente da República, Vice-Presidente e outras autoridades indicadas no art. 52, I e II, da CF.
Nesse caso, após a autorização da Câmara dos Deputados e sob a presidência do Ministro Presidente do STF, o Senado poderá condenar a autoridade administrativa à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis (arts. 51, I, e 52, parágrafo único, da CF).
Compete à União legislar sobre crimes de responsabilidade (Súmula 722 do STF).
Atualmente, os referidos crimes encontram-se previstos nas Leis 1.079/1950, 7.106/1983 e Decreto-lei 201/1967.
CONTROLE FINANCEIRO
 
 é aquele exercido pelo poder legislativo sobre o executivo, o judiciário e sobre sua própria administração no que se refere a receita, a despesa e a gestão dos recursos públicos. 
Formas de controle: controle interno – cada poder tem que possuir em sua estrutura, órgãos especialmente destinados a verificação dos recursos do erário. São inspetorias, departamentos e etc.
Controle externo – este é exercido pelo CN, com auxilio do tribunal de contas – art. 70 e 71 CF.
 O Poder Legislativo possui uma série de atribuições no controle financeiro dos atos do Poder Executivo.
Ex: 
 o Congresso Nacional tem competência exclusiva para julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo (art. 49, IX, da CRFB).
 o Congresso, com o auxílio do Tribunal de Contas, exerce a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da Administração Pública direta e indireta, sob os aspectos da legalidade, legitimidade, economicidade (art. 70 da CF).
 à Câmara dos Deputados compete proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, (art. 51, II).
 prerrogativas do Senado Federal para dispor sobre: os limites globais para o montante da dívida consolidada de todos os Entes federativos (art. 52, VI, da CRFB); limites e condições para as operações de crédito externo e interno, bem como para a concessão de garantia da União nessas operações (art. 52, VII e VIII, da CRFB); etc. 
 art. 52  fixa a competência do Congresso Nacional para julgar as contas prestadas pelo Presidente da República, bem como a do Senado para autorizar operações externas de natureza financeira.
Áreas Fiscalizadas:
 
contábil: é aquela que se formalizam os registros das receitas e despesas. 
Financeira stricto sensu: o controle se executa através do acompanhamento de depósitos bancários, os empenhos, o pagamento e o recebimento de valores.
Orçamentária: visa ao acompanhamento da execução do orçamento e a fiscalização do registro nas rubricas adequadas.
Operacional: controla-se a execução das atividades administrativas em geral, verificando-se a observância dos procedimentos legais e a sua adequação à maior eficiência e economicidade;
Patrimonial: recai sobre os bens do patrimônio público, exigindo-se seja fiscalizado os bens em estoque, os bens de uso, os bens consumíveis, em almoxarifados,...
CONTROLE PELOS TRIBUNAIS DE CONTAS
 
 os Tribunais de Contas são os órgãos técnicos e de orientação que auxiliam o Legislativo, no exercício do controle da função administrativa do Estado  com competência para a apreciação dos atos, contratos e contas das entidades públicas  O controle legislativo é exercido com o auxílio do Tribunal de Contas, na forma prevista nos arts. 70 a 75 da CRFB.
 foram inseridos, pelo texto constitucional, no Poder Legislativo  Todavia, apesar de auxiliarem o Poder Legislativo em determinadas tarefas, os Tribunais de Contas, em virtude da sua forte independência, devem ser considerados órgãos constitucionais independentes que não estão inseridos na relação hierárquica dos três Poderes. 
 Apesar de ser considerado “tribunal” com atribuição para “julgar” contas, o Tribunal de Contas não exerce função jurisdicional, mas, sim, função administrativa de natureza técnica, razão pela qual a validade dos seus atos pode ser apreciada pelo Poder Judiciário.
 Isto não impede que os Tribunais de Contas, no exercício de suas atribuições, apreciem a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público (Súmula 347 do STF).
 
As Cortes de Contas admitidas pela Constituição Federal são: 
a) o Tribunal de Contas da União; 
b) os Tribunais de Contas dos Estados-membros. 
 âmbito municipal, há vedação expressa quanto à criação desses órgãos (art. 31, § 4°, da CF), sendo mantidos, contudo, os atualmente existentes, a exemplo do Tribunal
de Contas do Município de São Paulo.
 as normas sobre o TCU previstas na Constituição aplicam-se aos Tribunais de Contas estaduais, distritais e municipais (art. 75 da CF).
EFICÁCIA DAS DECISÕES DOS TRIBUNAIS DE CONTAS
 
 Art. 71, § 3º CF - As decisões do tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo. 
 
 decisões podem ser executadas mediante processo de execução sem necessidade de serem submetidas ao processo de conhecimento.
 a Corte de Contas, por se tratar de órgão despersonalizado, não possui legitimidade para executar os referidos títulos, atribuição reconhecida aos respectivos Entes federativos por meio de suas Procuradorias.
 O STJ tem admitido, também, que o Ministério Público, na defesa eminentemente do patrimônio público, e não da Fazenda Pública, atue como legitimado extraordinário na execução dos referidos títulos executivos.
 Os processos perante as Cortes de Contas devem assegurar o contraditório e a ampla defesa “quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão” (Súmula Vinculante 3 do STF)  a parte final da Súmula tem sido mitigada nas hipóteses em que o Tribunal de Contas demora mais de cinco anos, contados do recebimento do processo administrativo no próprio Tribunal, para examinar a legalidade dos atos concessivos de aposentadorias, reformas e pensões  o STF consolidou entendimento no sentido de que a demora por parte da Corte de Contas não acarretaria a decadência administrativa (art. 54 da Lei 9.784/1999), mas exigiria o respeito à ampla defesa e ao contraditório.
Atribuições dos Tribunais de Contas
 Os Tribunais de Contas possuem importantes atribuições previstas na Constituição Federal e nas suas respectivas Leis Orgânicas (ex.: Lei 8.443/1992 – Lei Orgânica do TCU) que podem ser assim sistematizadas: consultiva, fiscalizadora, julgadora, de registro, sancionadora, corretiva e de ouvidoria.
Exemplos de Atuações dos Tribunais de Contas:
 
1) Apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como (ou seja, analisar também) a legalidade das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
Ao verificar ilegalidade de ato administrativo o Tribunal de Contas determinará as providências cabíveis e assinará prazo para que o órgão ou entidade as adote. Se a administração não atender o próprio Tribunal de Contas poderá sustar a execução do ato impugnado, comunicando esta decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal.
A providência será diferente quando se tratar de contrato administrativo. Neste caso a sustação será adotada pelo Congresso Nacional, que solicitará de imediato ao Poder Executivo as medidas cabíveis. No entanto, se no prazo de 90 dias o Congresso Nacional ou o Poder Executivo não tomar as providências o Tribunal de Contas decidirá a respeito.

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