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Comunicação Oral e Escrita - Aula 2 (Adim e Cont)

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Eixo Temático
Comunicação e Iniciação Científica
Disciplina: Comunicação Oral e Escrita
Elias Maurício S. Rodrigues
Prof. M.Sc. em Linguística
Objetivo:
Identificar os elementos e as funções envolvidos no processo de comunicação humana. 
Linguagem e Comunicação
1.1 Teoria da comunicação
1.1.1 O esquema da comunicação
Existem vários tipos de comunicação: as pessoas podem comunicar-se pelo código Morse, pela escrita, por gestos, pelo telefone, etc.; uma empresa, uma administração, até mesmo um Estado podem comunicar-se com seus membros por intermédio de circulares, cartazes, mensagens radiofônicas ou televisionadas.
Toda comunicação tem por objetivo a transmissão de uma mensagem, e se constitui por um certo número de elementos.
O que é comunicação?
Comunicar é tornar comum por meio de um algum contato. (BORBA, 1991)
Comunicação é um ato de comunhão de ideias e o estabelecimento de um diálogo. Não é simplesmente uma transmissão de informação.” (TERCIOTTI & MACARENCO, 2010, p. 2)
Nas organizações, a comunicação atende a quatro importantes funções:
Controle
Motivação
Expressão emocional
Informação 
A comunicação no ambiente organizacional tem por objetivo controlar os comportamentos dos membros do grupo, envolvendo aspectos de autoridade e poder; gerar motivação, ao deixar claro o que deve ser feito e qual deve ser o desempenho de cada um, constituindo um reforço ao comportamento esperado; permitir a expressão emocional dos sentimentos, facilitando a demonstração de satisfação ou de frustração por parte dos indivíduos; fornecer informações para a criação de alternativas de solução de problemas ou para servir de base à tomada de decisão. (TERCIOTTI & MACARENCO, 2010, p. 3).
É necessário, para que a comunicação se efetue, que haja, de um lado, quem formule a mensagem para enviar a notícia e, de outro, quem a receba e a decifre: um emissor e um receptor. (BORBA, p. 22-23)
Quem comunica não o faz simplesmente para transmitir informações e/ou receber e decifrar mensagens: antes, quer mais que isso, pretende controlar as informações para saber até que ponto conseguiu ser compreendido pelo R. Na verdade o E espera sempre uma resposta, isto é, algum tipo de reação. Daí entender-se, também de modo amplo, a comunicação como estimulação para uma resposta. (BORBA, p. 23).
De forma mais completa, teremos, então, seis elementos da comunicação configurados no seguinte esquema:
Resposta (feedback)
Ruído
Elementos da Comunicação
O emissor ou destinador: é o que emite a mensagem; pode ser um indivíduo ou um grupo (organização empresarial, organismo de difusão, etc.)
Receptor ou destinatário: é o que recebe a mensagem; pode ser um indivíduo, um grupo, ou mesmo um animal ou uma máquina (computador). Em todos estes casos, a comunicação só se realiza efetivamente se a recepção da mensagem tiver uma incidência observável sobre o comportamento do destinatário (o que não significa necessariamente que a mensagem tenha sido compreendida: é preciso distinguir cuidadosamente recepção de compreensão).
Leia os textos e diga se eles são coerentes do ponto de vista da recepção da mensagem...
A mensagem: é o objeto da comunicação; ela é constituída pelo conteúdo das informações transmitidas.
O canal de comunicação: é a via de circulação das mensagens. Ele pode ser definido, de maneira geral, pelos meios técnicos aos quais o destinador tem acesso, a fim de assegurar o encaminhamento de sua mensagem para o destinatário:
Meios sonoros
Meios visuais
De acordo com o canal de comunicação utilizado, pode-se empreender uma primeira classificação das mensagens:
Mensagens visuais(verbais ou não-verbais);
Mensagens sonoras;
Mensagens táteis;
Mensagens olfativas;
Mensagens gustativas.
O código: é um conjunto de signos e regras de combinação destes signos; o destinador lança mão dele para elaborar sua mensagem (esta é a operação de codificação). O destinatário identificará este sistema de signos (operação de decodificação) se seu repertório for comum ao do emissor. Este processo pode se realizar de várias maneiras:
A comunicação não se realizou; a mensagem é recebida, mas não compreendida: o emissor e o receptor não possuem nenhum signo em comum. 
I’m sorry!
O quê?
A comunicação é restrita; são poucos os signos em comum.
Conversa entre um inglês e um estudante brasileiro que estuda inglês há um ano.
A comunicação é mais ampla; entretanto, a inteligibilidade dos signos não é total: certos elementos da mensagem proveniente de E não serão compreendidos por R.
Um curso de alto nível ministrado a alunos não preparados.
A comunicação é perfeita; todos os signos emitidos por E são compreendidos por R (o inverso não é verdadeiro, mas estamos considerando o caso de uma comunicação unidirecional.
O referente: é constituído pelo contexto, pela situação e pelos objetos reais aos quais a mensagem remete. 
Há dois tipos de referentes: 
O referente situacional: constituído pelos elementos da situação do emissor e do receptor e pelas circunstâncias de transmissão da mensagem;
O referente textual: constituído pelos elementos do contexto linguístico.
Funções da Linguagem na Expressão e na Comunicação
As seis funções da linguagem, segundo Roman Jakobson: 
função expressiva (centrada no emissor), 
função conativa (centrada no receptor);
função referencial (centrada no referente) ;
função fática (centrada no canal);
função metalinguística (centrada no código);
função poética (centrada na mensagem).
Função Expressiva
Centrada no emissor(ou destinador) da mensagem, exprime a atitude do emissor em relação ao conteúdo de sua mensagem e da situação.
Tudo aquilo que, numa mensagem escrita ou falada, revela a personalidade do emissor.
Características:
Subjetividade (ênfase na primeira pessoa)
Visão intimista;
Unilateralidade;
Visão com o “eu”
Opiniões e relatos pessoais.
Função conativa
É a função que se orienta para o destinatário. Tudo o que, numa mensagem, remete diretamente ao destinatário dessa mensagem concerne à função conativa cujas manifestações mais evidentes são os imperativos, convencer, influenciar, ordenar, convidar, apelar, sugerir.
Características:
Verbos no imperativo;
Orações optativas (expressam desejos);
Referência direta ao receptor.
Função referencial
Também chamada de denotativa, está centrada no referente. Tudo o que na mensagem, remete aos referentes situacionais ou textuais concerne à função referencial.
Características:
Objetividade;
Ênfase na informação;
Conhecimento e esclarecimento;
Linguagem denotativa;
Visão universal;
Preferência pela 3ª pessoa
“Ônibus destroçado na rodovia: 13 mortos”. Folha da Tarde, 26/11/77
Função fática
Está centrada no contato (físico ou psicológico). Tudo o que numa mensagem serve para estabelecer, manter ou cortar o contato (portanto a comunicação) concerne a essa função.
Características:
Testar o canal de comunicação;
Avaliar o nível de atendimento.
Alô
Alô
Hummm
Heinnn?
Alô
 Tudo bem!
Função metalinguística
Está centrada no código. Tudo o que, numa mensagem serve para dar explicações ou precisar o código utilizado pelo emissor (destinador).
Características:
Código abordando o próprio código (poema que fala do poema, língua portuguesa usada para explicar a própria língua portuguesa, etc.) 
Escher (1898-1972 )
Função poética
É aquela que se centra na própria mensagem. Ela coloca em evidência o lado palpável dos signos (Jakobson). Tudo o que, numa mensagem, suplementa o sentido da mensagem através do jogo de sua estrutura, de sua tonalidade, de seu ritmo, de sua sonoridade concerne à função poética.
Melhoral é melhor e não faz mal.
Vote certo voltando em Carlos Alberto.
Teoria da Informação
O termo informação, no seu sentido comum, designa um conjunto de indicações relativas a fato, pessoas, etc.
Foi Shannon que exprimiu matematicamente a quantidade de informação transmitida por uma mensagem.
Pode-se medir a quantidade de uma informação independentemente de seu sentido.
Brasília é a capital do Brasil.
Se os veículos de comunicação de massa repassarem a informação de que “o Pará é a capital do Brasil”, torna-se uma mensagem original, imprevisível, porém nula. Logo, QUANTO MAIS IMPREVISÍVEL FOR A MENSAGEM, MAIOR SERÁ A INFORMAÇÃO.
Do ponto de vista prático, o receptor de uma mensagem identifica os signos da mensagem com os signos de seu código. Se os signos da mensagem forem facilmente identificáveis, se seu grau de probabilidade for grande, a identificação será fácil, rápida, e a informação, pequena. QUANTO MAIS PREVISÍVEL FOR A MENSAGEM, MENOR SERÁ A INFORMAÇÃO.
Exemplos:
PARIS É A CAPITAL DA ...”
BRASÍLIA É A CAPITAL DO...”
BUENOS AIRES É A CAPITAL DA...”
TEGUCIGALPA É A CAPITAL DE...” HONDURAS
A medida da originalidade da mensagem é a seguinte: a quantidade da informação é função de sua probabilidade. Quanto mais imprevisível for a mensagem, maior será a informação.
PARIS É A CAPITAL DO UNIVERSO.
Mensagem imprevisível, original, com uma carga maior de informação e não nula.
O PARÁ É A CAPITAL DO AÇAÍ.
Mensagem imprevisível, original, com uma carga maior de informação e não nula.
BRASÍLIA É A CAPITAL DO AÇAÍ.
Mensagem imprevisível, original, com uma carga maior de informação e nula.
A mensagem mais econômica é a que veicula o maior número de informações com o menor número de signos (exemplo: o telegrama) e cujas informações comportam o máximo de originalidade. (p. 14-15)
Nas comunicações interpessoais, uma mensagem muito “econômica” seria intransmissível: o locutor teria muita dificuldade em identificar signos densos e inesperados. O objetivo da comunicação não está na economia, mas na boa recepção da mensagem. (p. 15)
Aplicações
A Teoria da Informação aplica-se a vários domínios:
Telecomunicações;
Informática;
Linguística
A medida da informação varia conforme o receptor e, portanto, entram em cena fatores culturais e psicológicos. Explicar que dois e dois são quatro é uma informação nula para um aluno da segunda série do primeiro grau, e muito grande para uma criança em início de escolarização. A novidade da informação é relativa, variando conforme a idade, os conhecimentos, a experiência, o ambiente geográfico, etc.
Bibliografia
BORBA, Francisco da Silva. Introdução aos Estudos Linguísticos. Campinas, SP: Pontes, 1991. P. 9-27.
TERCIOTTI, Sandra Helena & MACARENCO, Isabel. Comunicação empresarial na prática. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
VANOYE, Francis. Usos da linguagem: problemas e técnicas na produção oral e escrita. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p. 1-15; 54-62.

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