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Propriedades Da Madeira

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TRABALHO DE TÉCNICAS CONSTRUTIVAS 
MADEIRA: PROPRIEDADES E APLICAÇÕES 
NA ARQUITETURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - ARQUITETURA E URBANISMO 
TÉCNICAS CONSTRUTIVAS 2017.1 - PROFº. CARLOS RODRIGO AVILEZ 
CAROLINA MESQUITA 
JULIANA PAIVA 
LARISSA MARQUES 
LUCAS PORTO 
LUÍS FERNANDO 
MATHEUS AFFONSO 
YASMIN ALMEIDA 
 
Universidade Estácio de Sá – Arquitetura e Urbanismo – 2017.01 
Madeira: Propriedades e Aplicações na Arquitetura 
 
 
A presente apostila foi elaborada para fins didáticos e seu download e cópia estão disponíveis para qualquer 
pessoa interessada. Contudo a alteração de seu conteúdo, a transcrição da totalidade ou parte de seu texto, 
bem como a tradução total ou parcial não estão autorizadas, exceto se devidamente citada a sua fonte. 
2 
Sumário 
Anatomia, Fisiologia e Extração........................................................................................5 
Anatomia e Fisiologia.............................................................................................................6 
Composição Elementar..........................................................................................................6 
Composição Molecular..........................................................................................................6 
De Onde Vem a Madeira? ....................................................................................................10 
Que Fatores Promovem a Extração da Madeireira? .................................................................11 
Madeira Legal vs. Madeira Ilegal............................................................................................12 
Ciclo de Extração da Madeira................................................................................................13 
Composição Física e Química da Madeira......................................................................15 
Composição Química...........................................................................................................16 
Substâncias Macromoleculares.............................................................................................16 
Substâncias Poliméricas Secundárias.....................................................................................18 
Propriedades da Madeira....................................................................................................19 
Propriedades Físicas...........................................................................................................20 
Heterogeneidade...............................................................................................................20 
Anisotropia.......................................................................................................................21 
Higrometricidade...............................................................................................................22 
Umidade...........................................................................................................................22 
Contração e Inchamento Volumétrico...................................................................................24 
Porosidade........................................................................................................................27 
Dureza.............................................................................................................................28 
Propriedades Organoléticas da Madeira...............................................................................28 
Textura............................................................................................................................28 
Cor..................................................................................................................................29 
Cheiro..............................................................................................................................29 
Brilho................................................................................................................................30 
Densidade.........................................................................................................................30 
Condutibilidade Elétrica.......................................................................................................31 
Condutibilidade Térmica......................................................................................................32 
Universidade Estácio de Sá – Arquitetura e Urbanismo – 2017.01 
Madeira: Propriedades e Aplicações na Arquitetura 
 
 
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bem como a tradução total ou parcial não estão autorizadas, exceto se devidamente citada a sua fonte. 
3 
Condutibilidade Sonora......................................................................................................34 
Os Principais Conceitos Teóricos da Acústica.........................................................................34 
Isolamento do Som............................................................................................................35 
Durabilidade.....................................................................................................................39 
Propriedades Mecânicas e Estruturas de Madeiras.....................................................41 
Propriedades Mecânicas.....................................................................................................42 
Definição..........................................................................................................................42 
Elasticidade e Plasticidade...................................................................................................42 
Dependências Gerais das Propriedades Mecânicas e Elásticas da Madeira.................................47 
Influências Internas da Madeira.....................................................................................................47 
Influências Externas da Madeira...........................................................................................54 
Estruturas de Madeira........................................................................................................56 
Revestimentos de Paredes Internas e Externas...........................................................64 
Definição.........................................................................................................................65 
Tipos de Madeiras Utilizadas..............................................................................................66 
Fotos..............................................................................................................................79 
Revestimentos de Pisos e Forros.................................................................................90 
Considerações Gerais........................................................................................................91 
Pisos, Instalações e Acabamentos.......................................................................................92 
Vantagens.......................................................................................................................92 
Desvantagens..................................................................................................................93 
Conservação dos Pisos de Madeira de um Modo Geral........................................................104 
Forros de Madeira..........................................................................................................104Instalação......................................................................................................................105 
Manutenção..................................................................................................................105 
Cortes da Madeira, Encaixes e Aplicações................................................................106 
Introdução....................................................................................................................107 
Tipos de Encaixes...........................................................................................................107 
Materiais Para Fixação dos Encaixes.................................................................................111 
Encaixes Japoneses........................................................................................................119 
Tipos de Cortes..............................................................................................................120 
Aplicações na Arquitetura...............................................................................................125 
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bem como a tradução total ou parcial não estão autorizadas, exceto se devidamente citada a sua fonte. 
4 
Vantagens e Desvantagens do Uso da Madeira e Suas Patologias.........................132 
Construção de Casas de Madeira....................................................................................133 
Vantagens...................................................................................................................133 
Desvantagens..............................................................................................................134 
Utilização em Geral.......................................................................................................134 
Vantagens....................................................................................................................134 
Desvantagens...............................................................................................................136 
Patologias Relacionadas.................................................................................................136 
Agentes Físicos.............................................................................................................137 
Agentes Biológicos........................................................................................................137 
Prevenção e Tratamento...............................................................................................138 
Tratamento de Preservação...........................................................................................139 
Medidas Curativas........................................................................................................140 
ABNT - NBR 7190......................................................................................................141 
Generalidades..............................................................................................................142 
Hipóteses Básicas de Segurança.....................................................................................143 
Ações.........................................................................................................................144 
Bibliografia...............................................................................................................146 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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bem como a tradução total ou parcial não estão autorizadas, exceto se devidamente citada a sua fonte. 
5 
Anatomia, Fisiologia e Extração 
Anatomia e Fisiologia 
De Onde Vem a Madeira? 
 
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Madeira: Propriedades e Aplicações na Arquitetura 
 
 
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bem como a tradução total ou parcial não estão autorizadas, exceto se devidamente citada a sua fonte. 
6 
Anatomia e Fisiologia 
 
Composição Elementar 
 
Os três principais elementos constituintes da madeira são o carbono, o oxigênio e o hidrogênio. A 
percentagem referente a cada elemento é dada na tabela I: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Composição Molecular 
 
A celulose, a hemicelulose e a lignina são as principais substâncias que compõem a madeira. 
A celulose é um polímero linear natural formado pela união de moléculas de glicose, um produto da 
fotossíntese. As figuras abaixo apresentam uma molécula de glicose e uma cadeia de celulose: 
 
 
 
 
Por ser formada pela repetição de monômeros de glicose, a celulose, portanto, é um 
polissacarídeo. 
Elemento 
Percentagem 
(em peso) 
Carbono 49 
Oxigênio 44 
Hidrogênio 6 
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Madeira: Propriedades e Aplicações na Arquitetura 
 
 
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bem como a tradução total ou parcial não estão autorizadas, exceto se devidamente citada a sua fonte. 
7 
A união de cadeias de celulose adjacentes por pontes de hidrogênio forma regiões cristalinas 
denominadas microfibrilas. Cerca de 65% da celulose encontra-se nestas regiões; o resto forma 
regiões amorfas. 
A celulose, que compõe cerca de 60% da madeira, confere resistência e dá suporte aos organismos 
vegetais. 
As hemiceluloses, compondo entre 20 e 35% da madeira, possuem uma estrutura muito próxima à 
da celulose. No entanto, enquanto a celulose é um homopolissacarídeo, ou seja, um polissacarídeo 
composto de apenas um tipo de unidade básica, as hemiceluloses são heteropolissacarídeos. Por 
serem hidrófilas, as hemiceluloses contribuem para a elasticidade e as variações dimensionais da 
madeira. 
A lignina - palavra proveniente do latim lignum (madeira) - é um polímero tridimensional cuja 
unidade funcional básica é a fenil-propana. Esta substância, que constitui de 15 a 35% da madeira, 
possui como funções interligar a celulose, preencher vazios e dar à parede celular rigidez e 
impermeabilidade. 
Por último, uma pequena parte da madeira é composta por outros compostos, como extrativos 
(óleos, graxas, resinas, etc.), compostos orgânicos (ceras, ácidos, ácidos graxos, etc.) e inorgânicos. 
 
Estrutura interna: 
 
 Casca 
 Floema 
 Câmbio 
 Xilema 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Casca: é a região mais externa do tronco. Esta camada tem como funções proteger a árvore 
de fatores externos, como variações climáticas e insetos, e reter a umidade durante 
períodos secos. 
 Câmbio: é responsável pelo crescimento radial de uma árvore. Nesta região ocorre a divisão 
e a diferenciação de novas células, dando origem ao floema e ao xilema, tecidos vasculares 
secundários. 
 Floema ou Líber: localizado entre a zona cambial e a casca, é responsável pelo transporteda 
seiva elaborada. A seiva elaborada ou orgânica é produzida nas folhas durante a 
fotossíntese e é composta por água e açúcares. Após certo tempo, as células mais externas 
do floema morrem e passam a fazer parte da casca. 
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Madeira: Propriedades e Aplicações na Arquitetura 
 
 
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bem como a tradução total ou parcial não estão autorizadas, exceto se devidamente citada a sua fonte. 
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 Xilema ou Lenho: é a camada central da árvore, situada abaixo do câmbio, e possui a função 
de distribuir a seiva bruta ou inorgânica (água e sais minerais). O xilema - palavra 
proveniente do grego xylon (madeira) - é o que constitui a madeira propriamente dita. 
 
O xilema divide-se em duas regiões distintas: o alburno (sapwood) e o cerne (heartwood). O 
alburno, composto por células vivas e ativas, é mais claro, menos denso, contém mais água e é 
menos resistente mecanicamente e a insetos e micro-organismos. O cerne, por outro lado, é 
composto apenas por células mortas e inativas e apresenta maior resistência mecânica e ao ataque 
de insetos e micro-organismos. Geralmente, devido à acumulação de compostos orgânicos e à 
ausência de água, o cerne é mais escuro que o alburno. 
O tronco também possui nós, os nós são porções de ramos incluídos no tronco da planta ou ramo 
principal. Os ramos originam-se, em regra, a partir do eixo central do caule de uma planta 
(a medula) e, enquanto vivos, tal como o tronco, aumenta em tamanho com a adição anual de 
camadas lenhosas. 
Durante o desenvolvimento da árvore, a maiorias dos ramos, especialmente os mais baixos, 
morrem, mas continuam presos à árvore por algum tempo, muitas vezes por anos. As camadas de 
crescimento posteriores deixam de ser incluídas no ramo (agora morto), mas são depositados ao 
redor dele. Assim os troços de inserção dos ramos mortos dão origem aos nós, que são apenas o 
conteúdo de um furo preenchido com material oriundo do troço do ramo incluído, e podem soltar-
se facilmente quando a madeira é serrada ou seca. Para os diferentes fins de uso da madeira, os 
nós são classificados de acordo com a forma, tamanho, sanidade e firmeza com que estão presos 
ao caule. 
Os nós afetam a resistência da madeira a rachas e quebras, assim como sua maneabilidade e 
flexibilidade. Esses defeitos enfraquecem a madeira e afetam diretamente seu valor, 
principalmente para o uso em estruturas, onde a resistência é importante. 
 
Anéis de Crescimento 
 
A produção de madeira (xilema) difere de acordo com a época do ano. Na primavera, as células 
formadas são mais largas, com paredes mais finas, resultando em madeira menos densa, menos 
resistente, mais clara e mais acessível à água. Durante o verão, outono e inverno, por outro lado, as 
novas células criadas são menores e suas paredes celulares são mais espessas. Consequentemente, 
a madeira formada é mais densa, escura e resistente e menos permeável. 
Esta alternância de células menos densas e mais densas forma os anéis de crescimento. A camada 
formada durante a primavera, denominada lenho inicial, primaveril ou madeira de primavera, 
aparece como uma faixa mais clara, ao passo que a camada originada no verão, chamada de lenho 
tardio, estival ou madeira de verão, pode ser vista como uma região mais escura. Os anéis de 
crescimento são mais visíveis em árvores de regiões de clima temperado, onde as diferenças entre 
as estações são mais pronunciadas. 
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Madeira: Propriedades e Aplicações na Arquitetura 
 
 
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bem como a tradução total ou parcial não estão autorizadas, exceto se devidamente citada a sua fonte. 
9 
 
 
Como a alternância entre o lenho inicial e o lenho tardio ocorre de forma anual, os anéis de 
crescimento indicam a idade de uma árvore (este método é conhecido como dendrocronologia). 
No entanto, falsos anéis podem surgir devido a mudanças climáticas bruscas (secas, geadas, etc.). 
 
Classificação 
 
As madeiras costumam ser classificadas em duas categorias: as coníferas e as folhosas. Pinho, 
araucária, abeto e cipreste são alguns exemplos de coníferas; eucalipto, carvalho e álamo são 
exemplos de folhosas. As folhosas e as coníferas apresentam várias diferenças quanto às estruturas 
celulares de seus xilemas. Embora existam exceções, a madeira das folhosas geralmente é mais 
dura que a das coníferas. Por isso, as folhosas também são conhecidas como madeiras 
duras (hardwood), e as coníferas são denominadas madeiras moles (softwood). 
As folhosas são árvores da subclasse das dicotiledôneas, pertencente à classe angiosperma. Suas 
sementes são protegidas por carpelos, e suas folhas caem durante o outono e crescem novamente 
na primavera. As folhosas possuem basicamente quatro tipos de células: os vasos, as fibras, o 
parênquima longitudinal e o parênquima radial. Os vasos, células alongadas com seção transversal 
vazada, atuam na condução de seiva bruta de modo vertical. As fibras são células alongadas e 
afinadas nas extremidades, possuindo como principal função a sustentação da árvore. 
As coníferas pertencem à classe das gimnospermas. Ao contrário das folhosas, suas sementes são 
nuas (a palavra gimnosperma vem do grego gimno, que significa nu). A composição celular das 
coníferas é mais simples e uniforme. Os traqueídeos ou fibras constituem a maior parte das células 
deste tipo de árvore. Estas células possuem formato alongado e orientação vertical (paralela ao 
eixo do tronco) e são responsáveis por transportar a seiva bruta verticalmente e por dar força e 
suporte à madeira. O restante das células das coníferas são os raios, células alongadas e achatadas 
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Madeira: Propriedades e Aplicações na Arquitetura 
 
 
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bem como a tradução total ou parcial não estão autorizadas, exceto se devidamente citada a sua fonte. 
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com orientação radial (perpendicular aos anéis de crescimento). O papel dos raios é armazenar e 
distribuir a seiva bruta horizontalmente. 
 
Tipos de seções 
 
De acordo com o corte realizado em um tronco ou em uma tora, podem ser observados diferentes 
planos ou seções de madeira. A figura a seguir apresenta os três tipos de seções existentes: 
 
 A seção transversal pode ser vista ao observar a extremidade de uma tora de madeira. 
Neste plano, os anéis de crescimento aparecem aproximadamente como circunferências 
(ou arcos de circunferências) concêntricas, e os raios são vistos como linhas normais aos 
anéis. 
 O plano radial é gerado ao cortar uma tora segundo a orientação de um raio (ou seja, de 
maneira perpendicular aos anéis de crescimento). Nesta superfície, os anéis aparecem 
como um conjunto de linhas paralelas. Os raios podem igualmente ser observados como 
pequenas manchas. 
 Por último, como o próprio nome sugere, a seção tangencial refere-se à superfície que 
tangencia os anéis de crescimento, com orientação normal aos raios. 
 
 
De Onde Vem a Madeira? 
 
A madeira pode ser definida como sendo o tecido lenhoso das árvores, ele é o principal produto 
mercantil florestal. É obtida do corte das árvores, é preciso que a extração seja feita em florestas 
controladas, ondeapenas uma pequena fração das árvores é cortada para evitar o desmatamento 
em larga escala. Após o corte, as árvores têm seus galhos removidos e são cortadas novamente em 
diagonal antes de serem transportadas para tratamento adicional. Ao chegar à serralheria, os cortes 
de madeira são convertidos em pranchas de tamanho diversificado e recebem um tratamento com 
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bem como a tradução total ou parcial não estão autorizadas, exceto se devidamente citada a sua fonte. 
11 
conservantes para prolongar sua vida útil. 
A utilização da madeira em grande escala se deve à razão entre a sua resistência e o seu peso que 
são altos, por isso é um excelente material de construção. Possui propriedades como durabilidade e 
solidez que são essenciais para estruturas resistentes. Além disso, a madeira é muito fácil de ser 
trabalhada, objetos que exigem um trabalho artesanal como mobílias, instrumentos musicais, artigos 
de arte e painéis são trabalhados em madeira. 
A madeira dá origem à matéria-prima da indústria do papel: a chamada polpa de celulose, que é o 
principal ingrediente do papel. A celulose é extraída da polpa da madeira, praticamente qualquer 
árvore pode ser utilizada para produzir celulose. Além do papel, é ainda usada na obtenção de 
produtos químicos como: rayon, alcatrão, tanino e acetato de celulose, produtos usados para 
fabricar tintas e no curtimento de couro. 
Quando a celulose é tratada com ácido nítrico e sulfúrico, produz vários nitratos como, por exemplo, 
o trinitrato de celulose, também conhecido como algodão pólvora, utilizado na fabricação de 
explosivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Que Fatores Promovem a Extração da Madeireira? 
 
A floresta tropical é objeto da exploração econômica pela possibilidade de extração de madeira, caça 
e matéria prima para materiais de construção. 
A derrubada de árvores está intimamente ligada à construção de rodovias e a movimentos 
migratórios. O acesso rodoviário facilita a entrada na mata e a extração seletiva de madeira. 
As áreas que foram objeto de extração seletiva têm maior chance de serem ocupadas por novos 
moradores e de sofrerem corte raso para o cultivo de pasto ou grãos. 
Por outro lado, as áreas de floresta com maior dificuldade de acesso permanecem intactas e têm 
menos chances de serem ocupadas. 
 
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Extração Ilegal na Amazônia 
 
Embora existam leis que autorizem a exploração madeireira em áreas específicas, a extração ilegal 
de madeira está amplamente difundida no Brasil e em vários países amazônicos. 
As operações extrativas ilegais acontecem em áreas florestais remotas e caracterizam-se por 
qualquer um dos seguintes aspectos: 
 
 Uso de licenças falsas. 
 Corte de qualquer árvore comercialmente valiosa, independentemente de quais árvores 
sejam protegidas por lei. 
 Corte em quantidades superiores às cotas permitidas por lei. 
 Corte fora de áreas de concessão florestal. 
 Corte dentro unidades de conservação e terras indígenas. 
 
Madeira Legal vs. Madeira Ilegal 
 
Madeira Legal 
 
Madeiras nativas de origem legal são madeiras de espécies nativas que provêm do corte autorizado 
pelo órgão ambiental competente e que possuam o documento de licença de transporte e 
armazenamento (DOF, GF, GCA ou afins), acompanhada da Nota Fiscal correspondente. 
Para exploração de madeira legal é necessária a Autorização de Exploração (AUTEX), que pode ter 
origem a partir de: 
 
 Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS), 
 Autorização de Desmate para Uso Alternativo do Solo ou 
 Autorização para Supressão da Vegetação. 
 Nesses dois últimos tipos de extração, o manejo é o convencional e, apesar de legal nos 
termos da lei, não é sustentável. Por outro lado, quando a madeira é extraída de áreas com 
Plano de Manejo Florestal Sustentável, o impacto ambiental gerado é muito menor, 
garantindo a conservação das florestas e a continuidade da disponibilidade de matéria prima 
para as próximas gerações. 
 
Madeira Ilegal 
 
A exploração ilegal é aquela realizada sem autorização de exploração e se caracteriza pela sua ação 
rápida, predatória e devastadora de grandes áreas de floresta nativa. 
Muitas vezes ocorre inclusive em Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL), ou 
seja, em áreas protegidas por lei. 
A exploração ilegal de madeira ainda é um grande problema no Brasil, e a Floresta Amazônica é a 
principal afetada por esta atividade. Estima-se que 80% da extração anual de madeira da região seja 
de origem ilegal. 
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13 
O Estado de São Paulo consome cerca de 25% da madeira extraída da Amazônia, e destes, 70% é 
consumido pelo setor da construção civil. 
Desta forma, o Estado de São Paulo, através do seu poder de compra e do transporte, 
armazenamento e comercialização responsável, atua como um dos principais agentes reguladores e 
indutores da preservação dos recursos florestais da Amazônia. 
 
 
Madeira Legal vs. Certificada 
 
 O termo ‘legalizada’ significa que a extração é autorizada por órgãos ambientais e, assim, o 
produto possui o Documento de Origem Florestal (DOF). Isso não determina, porém, que a 
retirada da madeira não afeta o ecossistema. É proveniente do desmatamento. 
 Já a certificada cumpre exigências desde o processo de extração até o comércio. Possui o selo 
FSC® (Conselho Brasileiro de Manejo Sustentável) e conserva a floresta, respeita os 
trabalhadores e as comunidades locais, pode ser rastreada e assegura o pagamento de 
impostos. Para minimizar este impacto, algumas medidas são tomadas, como a retirada de 
apenas duas ou três árvores a cada 30 anos numa área equivalente a um campo de futebol. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Madeira com Selo de certificação 
 
Ciclo de Extração da Madeira 
 
Após a árvore atingir o seu estado de maturidade é feita sua colheita, e logo depois de as toras 
serem cortadas em tamanhos padronizados, e delas serem extraídos os galhos, é feito o transporte 
até a fábrica de pisos, painéis MDP e MDF e revestimentos. 
O processo de produção das placas, propriamente dito, começa com as toras sendo descascadas em 
um tambor descascador, onde elas se chocam até que as cascas soltem-se naturalmente. A próxima 
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bem como a tradução total ou parcial não estão autorizadas, exceto se devidamente citada a sua fonte.14 
etapa é a de picagem e produção dos cavacos (pequenos pedaços de madeira que podem ter 
tamanhos variáveis entre 5 a 50mm). 
Através de uma grande peneira é feita a seleção dos cavacos que serão utilizados na produção, cuja 
dimensão é determinante já que cada tipo de produto requer tamanhos diferentes. 
Nem os cavacos não selecionados e nem as cascas são desperdiçadas: eles se tornam biomassa que 
auxilia o processo de queima das peças. Já os cavacos selecionados são cozidos em uma máquina 
específica, e em outro equipamento são desfibrados, ou seja, transforma-se em fibras e recebem 
uma resina sintética antes de serem secas com ar quente para obterem a umidade exata necessária. 
A partir daí, a matéria-prima está pronta para ser transformada em piso ou painéis. 
 
Processo produtivo do painel mdf, desde a sua extração, até a forma final 
No caso dos pisos, o processo produtivo segue exatamente as mesmas etapas, porém inclui uma a mais: a fase de usinagem do painel 
para confecção do encaixe de sistema click. Após todas essas etapas, os produtos são fabricados e prontos para entregar em suas lojas. 
 
 
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bem como a tradução total ou parcial não estão autorizadas, exceto se devidamente citada a sua fonte. 
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Propriedades Químicas e Físicas da Madeira 
Composição Química 
Propriedades Físicas 
Heterogeneidade 
Higrometricidade 
Umidade 
Contração e Inchamento Volumétrico 
Porosidade 
Dureza 
Textura, Cor, Brilho e Cheiro 
Densidade 
Condutibilidade Elétrica 
Condutibilidade Térmica 
Condutibilidade Sonora 
Durabilidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Composição Química 
Em relação a composição química elementar da madeira, pode-se afirmar que não há diferenças 
consideráveis, levando-se em conta as madeiras de diversas espécies. 
Os principais elementos existentes são o Carbono (C), o Hidrogênio (H), o Oxigênio (O) e o Nitrogênio 
(N), este em pequenas quantidades. 
A análise da composição química elementar da madeira de diversas espécies, coníferas e folhosas, 
demonstram a seguinte composição percentual, em relação ao peso seco da madeira: 
Elemento % 
C 49 - 50 
H 6 
O 44 – 45 
N 0,1 – 1 
 
Além destes elementos encontram-se pequenas quantidades de Cálcio (Ca), Potássio (K), Magnésio 
(Mg) e outros, constituindo as substâncias minerais existentes na madeira. 
 
Substâncias Macromoleculares 
Do ponto de vista da análise dos componentes da madeira, uma distinção precisa ser feita entre os 
principais componentes macromoleculares constituintes da parede celular: 
• Celulose 
• Polioses (hemiceluloses) 
• Lignina 
Que estão presentes em todas as madeiras, e os componentes minoritários de baixo peso molecular, 
extrativos e substâncias minerais, os quais são geralmente mais relacionados a madeira de certas 
espécies, no tipo e quantidade. As proporções e composição química da lignina e polioses diferem 
em coníferas e folhosas, enquanto que a celulose é um componente uniforme da madeira. 
 
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Exemplo: 
Composição Média de Madeiras de Coníferas e Folhosas: 
Constituinte Coníferas Folhosas 
Celulose 42 ± 2% 45 ± 2% 
Polioses 27 ± 2% 30 ± 5% 
Lignina 28 ± 2% 20 ± 4% 
Extrativos 5 ± 3% 3 ± 2% 
 
O quadro anterior e o esquema a seguir, apresentam uma curta introdução à composição química da 
madeira: 
 
Em madeiras oriundas de zonas temperadas, as porções dos constituintes alto poliméricos da parede 
celular, somam cerca de 97~99% do material da madeira. Para madeiras tropicais este valor pode 
decrescer para um valor médio de 90%. A madeira é constituída de cerca de 65 a 75 % de 
polissacarídeos. 
 Celulose 
 É o componente majoritário, perfazendo aproximadamente a metade das madeiras tanto de 
coníferas, como de folhosas. Pode ser brevemente caracterizada como um polímero linear de alto 
peso molecular, constituído exclusivamente de β-D-glucose. Devido a suas propriedades químicas e 
físicas, bem como à sua estrutura supra molecular, preenche sua função como o principal 
componente da parede celular dos vegetais. 
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 Polioses (hemiceluloses): 
Estão em estreita associação com a celulose na parede celular. Cinco açucares neutros, as hexoses, 
glucoses, manose e galactose; e as pentoses: xilose e arabinose, são os principais constituintes das 
polioses. Algumas polioses contêm adicionalmente ácidos urônicos. As cadeias moleculares são 
muito mais curtas que a de celulose, podendo existir grupos laterais e ramificações em alguns casos. 
As folhosas, de maneira geral, contêm maior teor de polioses que as coníferas, e a composição é 
diferenciada. 
 Lignina: 
 É a terceira substância macromolecular componente da madeira. As moléculas de lignina são 
formadas completamente diferente dos polissacarídeos, pois são constituídas por um sistema 
aromático composto de unidades de fenilpropano. Há maior teor de lignina em coníferas do que em 
folhosas, e existem algumas diferenças estruturais entre a lignina encontrada nas coníferas e nas 
folhosas. Do ponto de vista morfológico a lignina é uma substância amorfa localizada na lamela 
média composta, bem como na parede secundária. Durante o desenvolvimento das células, a lignina 
é incorporada como o último componente na parede, interpenetrando as fibrilas e assim 
fortalecendo, enrijecendo as paredes celulares. 
 
Substâncias Poliméricas Secundárias: 
Estas são encontradas na madeira em pequenas quantidades, como amidos e substâncias pécticas. 
Proteínas somam pelo menos 1% das células parenquimáticas da madeira, mas são principalmente 
encontradas nas partes não lenhosas do tronco, como o câmbio e casca interna. 
Substâncias de Baixo Peso Molecular: 
 Junto com os componentes da parede celular existem numerosas substâncias que são chamadas de 
materiais acidentais ou estranhos da madeira. Estes materiais são responsáveis muitas vezes por 
certas propriedades da madeira como: cheiro, gosto, cor, etc. Embora estes componentes 
contribuem somente com uma pequena porcentagem da massa da madeira, podem apresentar uma 
grandeinfluência nas propriedades e na qualidade de processamento das madeiras. Alguns 
componentes, tais como os íons de certos metais são mesmo essenciais para a árvore viva. 
As substâncias de baixo peso molecular pertencem a classes muito diferentes em termos de 
composição química e portanto há dificuldades em se encontrar um sistema claro e compreensivo 
de classificação. 
Uma classificação simples pode ser feita dividindo-se estas substâncias em material orgânico e 
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inorgânico. 
O material orgânico é comumente chamado de extrativos, e a parte inorgânica é sumariamente 
obtida como cinzas. 
No que concerne a análise é mais útil a distinção entre as substâncias na base de suas solubilidades 
em água e solventes orgânicos. 
Os principais grupos químicos que compreendem as substâncias de baixo peso molecular são: 
 Compostos aromáticos (fenólicos) - as substâncias mais importantes deste grupo são os 
compostos tanínicos que podem ser divididos em: taninos hidrolisáveis e flobafenos 
condensados, além de outras substâncias como estilbenos, lignanas e flavonoides e seus 
derivados. 
 Terpenos - englobam um grande grupo de substâncias naturais, quimicamente podem ser 
derivados do isopreno. Duas ou mais unidades de isopreno constituem os mono - sesqui - di - 
tri - tetra e politerpenos. 
 Ácidos alifáticos - ácidos graxos saturados e insaturados são encontrados na madeira 
principalmente na forma dos seus ésteres com glicerol (gordura e óleo) ou com álcoois 
(ceras). O ácido acético é ligado as polioses como um grupo éster. Ácido di e hidroxi-
carboxílico ocorrem principalmente como sais de cálcio. 
 Álcoois - a maioria dos álcoois alifáticos na madeira ocorrem com componentes éster, 
enquanto que os esteróis aromáticos, pertencentes aos esteroides, são principalmente 
encontrados como glicosídeos. 
 Substâncias inorgânicas - os componentes minerais das madeiras são predominantemente 
Ca, K e Mg. 
 Outros componentes - mono e dissacarídeos são encontrados na madeira somente em 
pequenas quantidades, mas ocorrem em altas porcentagens no câmbio e na casca interna. 
Pequenas quantidades de aminas e eteno são também encontradas na madeira. 
 
Propriedades da Madeira 
A madeira é um material heterogêneo, isto é, não apresenta as mesmas propriedades em todos os 
seus pontos; também é um material anisótropo, isto é, não apresenta a mesma propriedade, com 
valores iguais, em todas as direções. 
Das várias características que diferenciam os diversos tipos de madeira, que se podem obter a partir 
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bem como a tradução total ou parcial não estão autorizadas, exceto se devidamente citada a sua fonte. 
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da sua extração das árvores que a produzem na natureza, temos as propriedades ditas de “físicas” e 
as propriedades “mecânicas”. 
Fundamentalmente, o que as diferencia é o fato de, no que diz respeito às primeiras (as físicas), elas 
se referirem às características intrínsecas independentemente da utilização que dela se faça, ou do 
destino que se lhe pretenda dar. No que se refere às segundas (às mecânicas), já é relevante o que 
toca às suas utilizações ou destinos, constituindo um importante meio de verificação da sua aptidão 
para ser utilizada nos mais diversos fins para que é extraída. 
Dada a sua importância como forma de a caracterizar, também, e de aferir a sua qualidade, 
dividimos o tratamento destas propriedades em duas seções autônomas. 
 
Propriedades Físicas 
Relativamente as propriedades físicas que caracterizam as “madeiras” podemos enquadrá-las num 
conjunto de treze principais e que se passa a expor (embora algumas delas se devam entender mais 
como características do que por propriedades, dado que não beneficiam o comportamento das 
madeiras): 
 Heterogeneidade 
 Higrometricidade 
 Umidade 
 Contração e Inchamento Volumétrico 
 Porosidade 
 Dureza 
 Textura, Cor, Brilho e Cheiro 
 Densidade 
 Condutividade Elétrica 
 Condutividade Térmica 
 Condutividade Sonora 
 Durabilidade 
 
Heterogeneidade 
Entende-se por propriedade da heterogeneidade da madeira, o fato de qualquer que seja a porção 
que é extraída, mesmo que seja de um mesmo tipo de árvore, ser sempre diferente o pedaço em 
questão. Tal assim é derivado da existência de, para o mesmo tipo, existirem tecidos celulares das 
árvores que são diferentes. É o caso dos tecidos dos “anéis de crescimento” na estação da Primavera 
e na estação do Outono, ou menos quando temos os tecidos do “cerne” comparados com outros 
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bem como a tradução total ou parcial não estão autorizadas, exceto se devidamente citada a sua fonte. 
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tecidos (do alburno, por exemplo). 
A variabilidade e a sua heterogeneidade materializam-se na diferente dureza, densidade e cor, entre 
outras características. A título de exemplo podemos ver duas porções de madeira que são 
heterogêneas, muito embora tenham sido retiradas da mesma árvore. 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://www.movelpratico.com.br/media/wysiwyg/corte_madeira.jpg 
 
Anisotropia 
Esta característica identifica-se com o fato de a madeira ser diferente do ponto de vista da direção 
ou do sentido em que cresceu na árvore, ou seja, as suas propriedades são diferentes para cada uma 
das três dimensões. 
Está intimamente ligada e é uma consequência de ela ter crescido mais ou menos em altura, 
qualquer que seja a árvore. Desta forma as fibras que a compõe tomam a disposição desta 
condicionante. 
Classe Valor (%) Qualidade Exemplos 
Baixa < 1,5 
Madeiras consideradas 
excelentes, procuradas 
para usos que não 
permitem deformações 
(janelas, móveis, 
instrumentos musicais). 
Cedros, zimbros, 
nogueira, aderno 
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Higrometricidade 
Esta propriedade é referente à relação que se pode estabelecer entre um pedaço extraído de 
madeira e a quantidade de umidade possuída por ela (pelo facto de estar em contato com a 
natureza antes de ser extraída da árvore que lhe deu origem). É importante referir que a maior ou 
menor umidade afeta o crescimento da árvore da qual se procedeu a extração da madeira. 
Tecnicamente, estas diferenças consubstanciam-se em dois aspectos: um que designamosde 
“empolamento” e outro que apelidamos de “retração”. 
O empolamento diz respeito ao maior corpo possuído pela madeira. Quando ela absorve umidade, 
nota-se que com muita frequência ela aumenta de volume nas fases mais iniciais do seu processo de 
crescimento (menos ou de forma insignificante na fase de maturidade). 
Por seu lado, a “retração” traduz precisamente a ideia contrária: diminuição do corpo possuído pela 
madeira quando perde umidade fazendo com que ela diminua de volume. No entanto, neste caso, 
esta retração pode ser definida como podendo ser de dois tipos diferentes: “retração transversal” 
quando atravessa o diâmetro da árvore (podendo ser o mesmo “tangencial” ou “radial”); “retração 
longitudinal” quando se refere ao comprimento da árvore em altura, por exemplo. 
 
Umidade 
Como todo o tecido vivo, a madeira contém, sempre, uma forte proporção de água. Esta água pode 
ser: 
Água de impregnação, se faz parte integrante da matéria lenhosa. Esta massa de água mantém-se 
invariável, enquanto não se faça sofrer à madeira um tratamento brutal, pelo calor ou pela ação de 
Média 1,6 a 1,9 Madeiras normais. 
Pinho bravo, 
pseudotsuga, castanho, 
plátano 
Alta ≥ 2,0 
Madeiras de baixa 
qualidade, 
inapropriadas para 
várias utilizações, mas 
algumas ainda de 
grande interesse 
comercial. 
Pinho Larício, 
criptoméria, carvalhos, 
eucaliptos 
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agentes químicos que a destruam. 
Água de embebição, que satura as paredes das células e que, por isso, também por vezes, se 
costuma chamar de saturação. 
Água livre, que se encontra no interior das células e nos espaços intercelulares, sob a forma líquida, 
que não aparece senão quando as paredes estão saturadas e não podem mais absorver o líquido em 
excesso. 
Esta propriedade identifica-se com o fato de a água estar presente como um dos elementos que a 
constituem e que é imprescindível ao seu processo evolutivo. Com efeito, a água fazendo parte do 
lenho só é possível ser eliminada se efetuar a destruição da própria madeira ou, melhor dizendo, da 
árvore da qual se extraiu. 
De um ponto de vista técnico, quando somente existe a água que faz parte intrínseca do lenho, 
então diz-se que o teor de umidade é nulo. Se a umidade for retida nas paredes das suas fibras, diz-
se que a umidade ou água é de “impregnação”. Se a umidade ou água for referente às fibras (surge 
quando as paredes que constituem estas atingiram o ponto de saturação) designa-se de água livre. 
 
 
 
 
 
 
 Fibras perdendo água 
Fonte: 
https://static.wixstatic.com/media/a8dace_07c5fd4ced364340bb2ca8f7a7230cd5.png/v1/fill/w_600,h_199,al_c,usm_0.66_1.00_0.01/a8dace_07c5fd4
ced364340bb2ca8f7a7230cd5.png 
 
Como a madeira é constituída por celulose, a sua ligação com a água é de extrema importância pois 
absorve muito desta e de forma célere. As dimensões que a madeira consegue atingir estão 
intrinsecamente associadas com a capacidade de absorver água, os valores extraídos podem atingir 
grandes magnitudes. Se as “madeiras” forem de peso mais leve, de um modo geral, retém mais água 
do que as madeiras mais pesadas. A quantidade de água que uma madeira pode absorver depende 
da sua espécie, podendo-se encontrar valores entre 30% aos 400% do seu peso. 
Quando se abate recente a umidade é muito variável, mas, em geral, as madeiras de muito baixa 
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densidade podem apresentar valores entre 200% a 300% e as espécies de alta densidade entre 40% 
a 50%. A madeira é considerada “verde” se a sua umidade ainda assume valores entre 20% e 30%. 
Por outro lado, uma madeira de umidade entre 18% e 20% já se pode classificar como 
comercialmente seca. 
Contudo, uma madeira só se encontra nas condições ideais de aplicação quando a sua umidade está 
de acordo com a do local de aplicação, o que no nosso país corresponde, a grosso modo, a 15% a 
18% no Inverno e 12% a 15% no Verão. Caso não seja este o valor da umidade no seio da madeira a 
colocar, podem advir abertura de juntas (se estiver com umidade a mais, irá perder para o ambiente, 
após a aplicação), ou empolamento (caso a madeira esteja excessivamente seca face ao local de 
emprego, o que determinará que a mesma vai receber futuramente umidade do ambiente). 
Umidade previsível da madeira face a situação ou local de aplicação: Umidade previsível da madeira 
face a situação ou local de aplicação: 
Um valor de referência para o emprego de madeiras em habitações e edifícios de serviços é de 12%. 
 
Contração e Inchamento Volumétrico 
É a propriedade que se traduz no fato de a madeira sofrer uma alteração das suas dimensões 
quando se modifica o teor de água que ela possui. Ao absorver água a madeira aumenta de volume 
(incha) e ao liberar água perde volume (contrai). 
Tal como acontece para a maior parte dos corpos sólidos, a madeira varia de dimensões com a 
temperatura. No entanto, esta variação é pequena e, na pratica, desprezível. É que, deve notar-se, a 
cada aumento de temperatura que conduz a uma dilatação correspondente, em geral, uma 
diminuição do grau de umidade e, portanto, uma retração. 
Devido a madeira ser um material anisotrópico, ocorre o desenvolvimento de defeitos em diversas 
Situações ou Locais de Aplicação da Madeira Umidade da Madeira (%) 
Contato com focos de umidade 22 – 30 
Locais abertos e descobertos 18 – 22 
Locais abertos e cobertos 15 – 18 
Locais fechados e cobertos 13 – 15 
Locais fechados e aquecidos 10 – 13 
Locais fechados e continuamente aquecidos 08 – 10 
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localizações no tronco durante a fase de secagem ou de seu recondicionamento, tais como 
rachaduras, torções, empenamentos e abaulamentos, decorrentes de contrações diferenciadas, 
conforme representadas na figura: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://static.wixstatic.com/media/a8dace_c224c77cc77d48d791ee2beed6da45ad.png_srz_600_448_85_22_0.50_1.20_0.00_png_srz 
 
Coeficiente de contração transversal: É o coeficiente de retração linear correspondente à retração na 
direção transversal. 
Coeficiente de contração radial: É o coeficiente de retração linear correspondente à retração na 
direção radial. 
Coeficiente de contração tangencial: É o coeficiente de retração linear correspondente à retração na 
direção tangencial. 
Coeficiente de inchamento volumétrico máximo: É oquociente, expresso em porcentagem, pela 
diferença entre os volumes da madeira no estado saturado de umidade e no estado absolutamente 
seco, relacionada ao menor teor de umidade. 
Coeficiente de contração volumétrica máxima: É o coeficiente dado pela diferença entre os volumes 
no estado saturado de umidade e no estado absolutamente seco, em relação ao volume da madeira 
no estado saturado de umidade. 
Coeficiente de contração volumétrica unitária: É o coeficiente de retração volumétrica total, pelo teor 
de umidade de saturação das fibras. 
Coeficiente de contração linear: É o quociente, expresso em porcentagem, da deformação linear de 
um segmento tomado sobre uma peça de madeira, devida a diminuição de umidade, pelo 
comprimento desse segmento correspondente ao menor teor de umidade. 
Os efeitos da retratibilidade podem ser atenuados, para tal existindo vários processos. Dentre eles 
destaque-se o mais simples: adotar a utilização de “madeiras” que se encontrem no estado bem 
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seco e, após serem trabalhadas, envolve-las em uma película que seja impermeável a umidade e a 
água. A ideia, em geral, é impedir a penetração da umidade na peça. 
 
Coeficiente de retratibilidade volumétrica 
Classe Valor (%) Comportamento da Madeira 
Madeira muito nervosa 1,00 a 0,75 
Madeira muito sensível a 
variações da umidade (alto 
dinamismo higroscópico – 
faia, eucaliptos) 
Madeira nervosa 0,75 a 0,55 
Madeira preferivelmente 
serrada radialmente 
(carvalhos duros, robínia) 
Madeira medianamente 
nervosa 
0,55 a 0,35 
Madeira de construção 
normal (pinhos 
heterogêneos, castanho 
bravo) 
Madeira pouco nervosa 0,35 a 0,15 
Madeira de marcenaria, 
ebanisteiria, escultura e 
torneamento (nogueiras, 
resinosas heterogêneas, 
folhas brandas, carvalhos 
moles de lento crescimento) 
 
Se o corte for radialmente consegue-se que a peça de madeira fique menos exposta a este processo 
de erosão e desgaste. Estes efeitos, para além de afetarem a qualidade, atingem igualmente a 
resistência, em particular no que se refere as tensões que ela suporta sem causar defeitos ou 
consequências na flexão paralela as fibras. A resistência da madeira a compressão é inferior quando 
ela é exercida perpendicularmente a fibra do que quando é exercida paralelamente. 
 
 
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Métodos de serragem/corte de madeira: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Efeitos da retratibilidade conforme a localização de uma peça na seção transversal. 
 
Porosidade 
É a propriedade que se traduz no fato de a madeira ser um material que deixa passar determinados 
elementos de caráter fluido através da sua superfície e saliências. O cerne é menos poroso do que o 
borne ou alburno. 
Corte Radial Cortes Paralelos Peça Inteiriça Cruz Explodida Cantibay 
Fios Paralelos Fios Encontrados Corte Holandês Corte Paralelo Corte Encartonado 
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Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/ed/VeluweTreeTrunk.jpg 
 
Dureza 
Opõe-se, de certo modo e por contraposição, a porosidade, muito embora esta propriedade faça 
alusão mais a penetração de outros elementos, como sejam ferramentas, parafusos, pregos e outros 
objetos que podem ser aplicados ou com os quais a madeira possa estar em contato. Esta 
propriedade varia, com o tempo de duração ou a idade da madeira, com a espécie que estiver em 
causa e, normalmente, é maior a dureza na parte do cerne do que no borne. 
Esta propriedade reflete-se na resistência que a madeira possui, sendo um tanto proporcional a sua 
resistência em relação a sua dureza. 
 
Propriedades Organoléticas da Madeira 
As propriedades organoléticas da madeira são aquelas que impressionam os órgãos sensitivos, sendo 
elas: cor, grã, textura e desenho que se apresentam no material, bem como odor e sabor, e são 
diretamente ligadas ao seu valor decorativo e ornamental, e aos usos onde o cheiro e gosto de 
produtos armazenados/ embalados com a madeira possam ser alterados. 
 
Textura 
A textura que a madeira possui é variável e encontra-se intimamente ligada com a distribuição dos 
tecidos e das células que a compõem, assim como da porosidade. Os seguintes tipos de textura são 
apresentados, de acordo com o grau de uniformidade pela madeira: 
Cerne 
Borne 
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Madeira: Propriedades e Aplicações na Arquitetura 
 
 
A presente apostila foi elaborada para fins didáticos e seu download e cópia estão disponíveis para qualquer 
pessoa interessada. Contudo a alteração de seu conteúdo, a transcrição da totalidade ou parte de seu texto, 
bem como a tradução total ou parcial não estão autorizadas, exceto se devidamente citada a sua fonte. 
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Textura grossa ou grosseira: apresentada em madeiras com poros grandes e visíveis a olho nu 
(diâmetro tangencial maior que 250 µm), parênquima axial abundante ou raios lenhosos largos. 
Textura média: situação intermediária entre a textura grossa e a textura fina. 
Textura fina: apresentada em madeiras cujos vasos têm dimensões muito pequenas e se encontram 
distribuídos principalmente na forma difusa no lenho, parênquima escasso e tecido fibroso 
abundante, conferindo à madeira uma superfície homogênea e uniforme. 
Cor 
A cor da madeira é originada por substâncias corantes depositadas no interior das células que 
constituem o material lenhoso, bem como impregnadas nas suas paredes celulares. Entre estas 
substâncias podem-se citar resinas, gomas, goma-resina, derivados tânicos e corantes específicos. 
A região periférica do alburno, juntamente com a do tecido cambial, apresenta coloração mais clara 
que a madeira de cerne, situado na região mais interior do fuste de uma árvore. Alguns dos produtos 
depositados no interior das células e das paredes celulares, responsáveis pela coloração da madeira, 
podem ser tóxicos a agentes xilófagos, os quais conferem a várias madeiras de coloração escura uma 
alta durabilidade em situações de uso que favorecem a bio-deterioração. Embora com menor 
frequência, madeiras com cerne de coloração clara também podem ser impregnadas com 
substâncias que as protegem contra agentes xilófagos. 
De forma geral, madeiras mais leves e macias são sempre mais claras que as mais pesadas e duras. 
Por outro lado, em regiões quentes predominam as madeiras com cores variadas e mais escurasque 
em regiões de clima frio; nas de clima frio predominam as madeiras denominadas “madeiras 
brancas”. 
Com o propósito de aumentar o valor comercial de algumas espécies de madeira, pode-se causar a 
modificação artificial da cor da madeira por meio de tinturas, descolorações ou outros meios, como 
alterações na cor por tratamentos com água ou vapor d’água, ozônio e/ou temperatura. Para escurecer 
madeiras recém cortadas no sentido de dar-lhes um aspecto envelhecido, e obviamente aumentar o seu valor 
comercial, utiliza-se com sucesso o tratamento de corrente contínua de ar quente carregado com ozônio, o 
que produz, simultaneamente, a secagem e o envelhecimento artificial da madeira, por evaporação da água e 
por oxidação das substâncias existentes no material lenhoso. 
Cheiro 
O odor típico que algumas espécies de madeira apresentam deve-se à presença de substâncias 
voláteis, concentradas principalmente na madeira de cerne. Por consequência ele tende a diminuir 
com o tempo em que a superfície da madeira fica exposta, mas pode ser realçado com a raspagem 
da sua superfície, produzindo-se cortes ou umedecendo o material a ser examinado. 
O odor natural da madeira pode ser agradável ou desagradável, valorizando-a ou limitando-a quanto 
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a sua utilização. Contudo ela também pode ser inodora, característica que a qualifica para inúmeras 
finalidades, em especial na produção de embalagens para chás e produtos alimentícios. 
Brilho 
O brilho da madeira é causado pela reflexão da luz incidente sobre a sua superfície. Porém, como 
este material é constituído de forma heterogênea, ocorre variação em brilho entre as suas três faces 
anatômicas. Dentre elas a face radial é sempre a mais reluzente, por efeito de faixas horizontais do 
tecido que forma os raios da madeira. 
A importância do brilho é principalmente de ordem estética. 
Densidade 
A densidade constitui uma das propriedades mais importantes da madeira, pois dela dependem a 
maior parte de suas propriedades físicas e tecnológicas, servindo na prática como uma referência 
para a classificação da madeira. Em regra geral madeiras pesadas são mais resistentes, elásticas e 
duras que as leves. Porém, em paralelo a estas vantagens, são de mais difícil trabalhabilidade e 
apresentam maior variabilidade. 
O conhecimento da densidade serve como uma informação útil sobre a sua qualidade, e para a 
classificação de uma madeira. Essa propriedade varia de acordo com o local concreto da árvore de 
onde a madeira foi extraída, o estado de conservação da árvore, sua idade, etc. 
Classes de densidade (g/cm³) em dois grupos de árvores 
Arvores Resinosas 
Classe Valor Exemplo 
Muito Pesada > 0,70 Teixo 
Pesada 0,60 a 0,70 Zimbro comum, pinho bravo 
Moderadamente Pesada 0,50 a 0,59 
Pinhos (bravo, manso, larício, 
silvestre, de alepo) 
Leve 0,40 a 0,49 
Espruce, abeto, ciprestes, 
camecipar 
Muito Leve < 0,40 
Criptoméria, pinho branco, 
tuia 
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Arvores Folhosas 
Classe Valor Exemplo 
Muito Pesada > 0,95 Azinho, casuaria vermelha, 
oliveira 
Pesada 0,80 a 0,95 Eucalipto de cerne claro a 
negro, carvalhos duros 
(rápido crescimento) 
Moderadamente Pesada 0,65 a 0,79 Carvalhos moles (lento 
crescimento), faia, plátano, 
Austrália, castanho bravo) 
Leve 0,50 a 0,64 Vidoeiro, sicómoro, castanho 
manso, nogueiras, cerejeira, 
eucaliptos de cerne rosa 
Muito Leve < 0,50 Choupos, amieiro 
 
Acrescentando que esta propriedade é um dos índices que mais informações fornecem sobre as 
características gerais de uma madeira. A maior dureza corresponde, com efeito e quase sempre, maior 
retratilidade, maior dificuldade de elaboração e secagem, resistência mecânica mais eficiente, menor 
permeabilidade e maior durabilidade natural. 
 
Condutividade Elétrica 
Esta propriedade relaciona-se com o fato de a madeira constituir um material que permite, em 
determinados casos, efetuar um isolamento. Quando temos materiais que contém sais minerais e, 
no caso da madeira quando ela se encontra úmida, também permite ser utilizada como condutora 
de eletricidade. As suas características como fatos de isolamento podem ser aumentadas pelo 
recurso de impregnação, sujeição a resinas sobre pressão e a cobertura por baquelite, 
designadamente. Estes processos permitem, por seu lado e acréscimo, a obtenção de substanciais 
melhorias das propriedades mecânicas da madeira. 
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Se a madeira encontra-se em estado seco, referindo-se ao grau de umidade, ela constitui um bom 
material isolante para quaisquer equipamentos que possuam uma tensão elétrica baixa. A sua 
eficácia como fator de isolamento é maior se a madeira for pintada e/ou envernizada. 
 
Condutividade Térmica 
A condutividade térmica de peças de madeira é normalmente responsável por apenas uma pequena 
parcela da condutividade térmica de peças de outros materiais que compõe uma edificação, o que a 
coloca numa posição de destaque para esta finalidade. Esta propriedade assume importância onde 
se pretende o isolamento de temperatura (calor ou frio) em edificações, e também na 
industrialização da madeira onde se utilizam os processos de aquecimento, vaporização ou 
cozimento (secagem artificial, fabricação de lâminas e moldagem, etc.). 
Devido à estrutura porosa da madeira, o seu coeficiente de condutividade térmica é relativamente 
baixo (λ = 0,12), o que a caracteriza como um bom isolante de temperatura. Isto se deve à porção de 
ar existente no seu interior, este com um coeficiente λ = 0,0216, e ao fato da baixa condutividade 
térmica do próprio material lenhoso. 
Diferentemente de materiais homogêneos, o fluxo de calor pela madeira varia em cada direção 
anatômica, e também em função de irregularidades estruturais (fendas, nós, etc.) e de outras 
variáveis, como apresentadas a seguir: 
 Quanto maior for a densidade (menor é a proporção de ar por unidade de volume e maior a 
proporção de material lenhoso), maior será a sua condutividade térmica; 
 Quanto maior for o teor de umidade da madeira, maior será a condutividade térmica deste 
material (coeficiente de condutividade térmica da água = 0,5); 
Exemplos de alguns coeficientes de condutividade térmica: 
Material Kcal / m.h. °C 
Vácuo 0,00 
Ar 0,0216 
Poliestireno Expandido 0,035 
Lã de Vidro Seca (20 kg/m³) 0,05 
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Madeira Balsa 0,054 
Chapa Aglomerada 0,07 a 0,12 
Pinho do Paraná 0,12 
Tijolo Vasado 0,5 
Água 0,5 
Concreto Armado 1,75 
Cobre 50,0 
Alumínio 230,0 
Ferro 330,0 
 
Por isso a madeira é muito procurada para a construção de revestimentos isolantes e de paredes de 
espaços isotérmicos (caixas frigorificas, vagões frigoríficos, contentores, etc). 
Para atender as necessidades de uma edificação, no que concerne o isolamento térmico, suas consequentes 
vantagens econômicas e de conforto ambiental ao usuário, o coeficiente de resistência à transmissão térmica 
de uma parede é determinado como: 
 
 
Onde: 
1/K = Coef. de resistência à transmissão térmica, ou de calor/frio; 
Qi = Coef. de transmissão térmica entre o ar do ambiente interior e a superfície interior da parede 
considerada; 
d = Espessura individual da camada da parede que está sendo considerada; 
λ = Coeficiente de condutividade térmica do material que constitui a camada considerada; 
Qe = Coeficiente de transmissão térmica entre o ar do ambiente exterior e a superfície exterior da 
parede considerada. 
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As normas técnicas de construção normalmente trazem valores mínimos de 1/k, para atender as 
exigências térmicas de ambientes construídos. Como exemplos de especificações, podem-se citar os 
seguintes valores: 
1/k = 0,55 para lajes entre apartamentos; 
1/K = 0,75 para teto de porões ou de pisos. 
Condutividade Sonora 
Uma vez que a madeira é utilizada na fabricação de instrumentos musicais e no revestimento de 
paredes e assoalhos (casas, auditórios, escolas, etc.), algumas de suas propriedades acústicas são de 
elevada importância. Para entendê-las melhor, se faz indispensável o conhecimento dos conceitos 
teóricos dessa área específica de conhecimento, a saber: 
Os principais conceitos teóricos da acústica são: 
Som: O som é a impressão fisiológica produzida por vibrações de corpos e que chegam a nossos 
ouvidos por meio de ondas mecânicas, necessitando de um meio material para se propagar (ondas 
longitudinais). 
Na construção civil, o som propagado pelo ar é diferenciado do som propagado por materiais 
sólidos, como os que constituem as paredes e pisos de edificações. 
Frequência ( F ): A frequência de uma onda sonora depende do seu emissor: Enquanto ouvimos o 
som emitido por ondas nas frequências entre 20 Hz e 20.000 Hz, as emitidas com frequências 
inferiores a 20 Hz (infra sonoras) e superiores a 20.000 Hz (ultrassonoras) não provocam qualquer 
sensação no aparelho auditivo humano. 
Velocidade do som ( V ): A velocidade do som depende das características elásticas do meio em que ele se 
propaga e é dada por: 
 
 
Onde: 
V = velocidade do som; 
E = módulo de elasticidade do material ou meio de propagação; 
r = massa específica do material. 
 
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Exemplo: 
Utilizando-se uma madeira a 12%U, módulo de elasticidade paralelo às fibras igual a 160.000 kg/ 
cm2 e uma massa específica de 0,67 g/ cm3, obteremos uma velocidade de propagação de som de: 
 
 
 
4.900 metros por segundo, no sentido paralelo às fibras, quando a madeira estiver com 12%U. 
Exemplos de propagação do som em diferentes materiais: 
Ar 340 m/seg 
Cortiça 500 m/seg 
Borracha 500 m/seg 
Água 1.450 m/seg 
Cimento 4.000 m/seg 
Aço 5.000m/seg 
 
Intensidade do som ( I ): Intensidade do som é a intensidade sonora física mensurável, dada pelo 
quociente entre a energia transportada pela onda sonora e a área de uma superfície perpendicular à 
direção de propagação da onda, em unidade de tempo. Portanto, ela indica a potência da onda por 
unidade de área (l = P/A), dada em erg/ seg. x cm2 = 10-7 W/ cm2 = 1 dB (decibel). 
Isolamento do som 
Para conseguirmos adequado isolamento do som, devemos diferenciar os dois casos supracitados, 
ou seja, propagação do som pelo ar e propagação do som por materiais sólidos, levando-se em conta 
as seguintes considerações: 
 Propagação sonora no ar: a acústica de recintos depende da relação entre o som refletido 
e/ou absorvido pelos seus diferentes materiais de construção. Além disso, ela é influenciada 
pela geometria das peças, a qual repercute na frequência e no ângulo de reflexão do som; 
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O grau de absorção do som “A” depende do valor da frequência. Por tal razão a madeira tem um 
grau de absorção favorável em relação a outros materiais, por absorver mais as frequências baixas 
que as altas, resultando num efeito agradável para a audição, importantes na qualidade de som para 
salas de aula, auditórios, etc. 
 
 
 
 
 
 
Efeito de um forro acústico confeccionado de chapa de fibras de madeira perfuradas: a) penetração 
das ondas sonoras pelos buracos, e perda de energia por efeito da reflexão sucessiva nas paredes do 
espaço vazio entre o teto e o forro aplicado; b) reflexão de parte da onda sonora incidente na 
superfície da chapa de fibras; e c) absorção da onda sonora pela chapa de fibras. 
Exemplos de graus de absorção sonora de alguns materiais: 
Material 
Grau de Absorção (A) 
120Hz 2.000Hz 
Janela aberta* 1,00 1,00 
Telhas, cimento, água e vidro 0,10 0,02 
Madeira 0,10 0,08 
Chapa compensada 0,20 0,10 
Chapas isolantes 0,12 a 0,30 0,20 a 0,75 
*referência para fins comparativos com os demais materiais – não há absorção de som em 
janela aberta, o som apenas sai do ambiente. 
 
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 Propagação do som de um ambiente para outro pelas paredes: O choque de ondas sonoras 
que se propagam no ar, incidentes sobre uma parede, faz com que a parede entre em 
vibração e as propague do outro lado da parede. 
A figura abaixo apresenta,

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