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Apostila - DIREITO DO CONSUMIDOR - Resumo

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DIREITO DO CONSUMIDOR – 1ª prova 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
- Direito é a forma pela qual a sociedade civilizadamente realiza a JUSTIÇA  Direito como 
instrumento  Portanto, não faz sentido interpretar o CDC de maneira desfavorável ao 
consumidor. 
- Justiça  Obrigação de reparação pelos danos causados (responsabilidade civil) 
 
 
2. FINALIDADE E CAMPO DE INCIDÊNCA 
- O CDC tem seu campo de incidência delimitado pela noção de relação de consumo, isto é, o 
vínculo formado entre o fornecedor e o consumidor, tendo por objeto a circulação de produtos 
ou serviços para destinação final. 
 A relação jurídica de consumo apresenta-se da seguinte forma: 
 
 Fornecedor X Consumidor 
 
 Objeto: aquisição de produtos ou utilização 
 de serviços como destinatário final 
 
 
 Responsabilidade Civil no DBrasileiro: 
1.a) Contratual: Quando nasce de um contrato. Ex: Descumprimento de cláusula contratual 
1.b) Aquiliana (extra-contratual): Lex aquila  Lei que impõe a reparação de danos, 
independentemente de existir um contrato 
2.a) Objetiva: O autor de um dano é obrigado a repará-lo, independentemente de culpa 
(ocorreu o dano, nada mais precisa ser provado)  O D. do Consumidor envolve, via de 
regra, a responsabilidade civil objetiva 
2.b) Subjetiva (sujeito): Analisa-se se o autor de um dano agiu com culpa, o que deve ser 
provado pela vítima (tem o ônus). Se sim, deve indenizar; do contrário, não é obrigado  
Culpa = violação de um dever jurídico (imprudência, imperícia e negligência são formas 
de se violar um dever jurídico – sempre envolvem a discussão da culpa). 
 
 1) Agente (causador do dano) 
 Resp. 2) Vítima (PF ou PJ) 
 Civil 3) Dano: Se não há dano, não há que se cogitar de responsabilidade 
Resp. Objet. 4) Nexo de causalidade: Se não existe nexo, não existe dano 
Civil Ex: Fornecedor que teve suas mercadorias roubadas do galpão e que 
Subj. foram vendidas por camelôs 
5) Culpa – ex: responsabilidade civil médica (cirurgião plástico que 
garante poder transformar seu paciente no Tom Cruise) 
 
* Obs: Em hipóteses excepcionais, presume-se a culpa (quando se está + próximo da 
responsabilidade civil objetiva do que da subjetiva). Ex: Responsabilidade civil do prédio pelas 
coisas lançadas de um de seus apartamentos. 
 
 
3. NATUREZA JURÍDICA DAS NORMAS DO CDC 
- As normas contidas no CDC são de ordem pública, cogentes e de caráter social. 
a) São de ORDEM PÚBLICA porque não admitem derrogação por vontade dos interessados 
em determinada relação de consumo, sofrendo a intervenção do Estado na sua regulamentação 
(fenômeno que se denomina de Dirigismo Contratual), sendo regra a inderrogabilidade das 
partes, admitindo, no entanto, algumas exceções expressamente autorizadas no texto legal  
Ex: Art. 107, CDC, ao tratar de Convenção Coletiva de Consumo, autorizando determinadas 
entidades e/ou associações regularem, por convenção escrita, algumas condições relativas a 
produtos e serviços, bem como, reclamação e composição do conflito de consumo. 
 Por serem de ordem pública, o juiz deve apreciar de ofício qualquer questão relativa às 
relações de consumo, e sobre elas não se opera a preclusão. 
 
b) NORMAS COGENTES são as imperativas, que contêm comandos ou proibições que 
visam interesses gerais, impondo-se de modo absoluto, não permitindo o seu afastamento ou 
incidência em decorrência da vontade particular. 
 Todavia, encontramos o caráter cogente, na Seção II, do Capítulo VI, do Título I, CDC, 
quando se trata das chamadas “cláusulas abusivas”, fulminadas de nulidade (art. 51, CDC), bem 
como, nos arts. 39 a 41, que dispõem sobre as práticas abusivas. 
 
c) No que concerne ao CARÁTER SOCIAL, o código consumerista visa a resgatar a imensa 
coletividade de consumidores da marginalização não apenas em face do poder econômico, como 
também dotá-la de instrumentos adequados para o acesso à Justiça do ponto de vista individual 
e coletivo. 
 
 Art. 1° 
- “Normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social”  porque o 
fenômeno do consumo é coletivo 
- Princípio da Ordem Pública  Implicações: 
a) Por ser norma de ordem pública, o juiz poderá aplicar o CDC DE OFÍCIO , 
independentemente do requerimento ou queixa das partes (afinal, é o juiz que diz qual é a lei 
que deve ser aplicada ao caso concreto, em qualquer matéria; as partes apenas citam os fatos). 
b) Sobre as normas de ordem pública NÃO SE OPERA PRECLUSÃO e as questões que dela 
surgem podem ser DECIDIDAS E REVISTAS A QQ TEMPO e grau de jurisdição. Tal ocorre 
em razão do caráter social da norma, alicerçada num dos fundamentos da República Federativa 
do Brasil – a dignidade da pessoa humana –, bem como numa cláusula pétrea e, ainda, no 
princípio basilar constitucional da defesa do consumidor. 
 
 
 APLICA-SE OU NÃO O CDC? 
 
A primeira coisa a fazer é aprender quando é que o CDC deverá ser aplicado, e quando não, isto 
é, quando é que estamos diante de uma relação de consumo, e quando não. A relação de 
consumo possui 2 elementos: 
 
 consumidor 
1 - partes 
 fornecedor 
 
 produto 
2 - objeto 
 serviço 
 
OS CONSUMIDORES 
 
- Quanto à definição de consumidor, há três correntes: 
1 - Finalista: Defende que só o usuário final é consumidor (restringir ao máximo o conceito de 
consumidor) 
2 - Maximalista: Defende que qualquer um que adquire o produto é consumidor, não 
importando sua destinação. 
3 - Moderada: Defende parcialmente a corrente maximalista, em função da fraqueza de quem 
adquire ante quem vende. Não havendo equilíbrio, aplica-se o CDC. 
 
* A grande diferença entre as duas teorias é que para a (1) o consumidor precisa ser, também, 
destinatário final econômico, e para a (2), não. 
 
 Art. 2°: “Consumidor é toda PF ou PJ que adquire ou utiliza produto ou serviço como 
destinatário final”. 
- O CDC não define se o destinatário final é fático ou econômico. Dá para saber, contudo, que 
foi adotada a teoria maximalista, pois é definido que consumidor é qualquer pessoa física ou 
jurídica e na teoria finalista a pessoa jurídica não podia ser consumidor). 
- PJ como destinatário final: É a PJ que compra um bem para uso próprio, privado, individual, 
familiar ou doméstico mas não repassa seu custo para os seus consumidores porque ela o 
consome em sua atividade-meio. 
- PJ como consumidora intermediária: a compra do bem pela PJ é necessário ao desempenho 
da 
atividade lucrativa. 
 Ex: Ambev como consumidora de gelo da Barra-Gelo  A relação não é de consumo  
Mas se a Barra-Gelo compra um tapete para colocar em sua sala de reuniões, a relação 
será de consumo. 
 Ex: Compra de passagens aéreas pela Petrobrás para viagem de seu Presidente em missão 
da empresa na África  Relação de consumo pois não está em sua atividade-fim 
 Ex: Companhia aérea que compra turbina de avião  Relação empresarial, não é de 
consumo 
 Ex: Cia. aérea que firma contrato de plano de saúde em nome de seus empregados  
Consumo (seus empregados são os destinatários finais) 
* Obs: Alguns bancos dizem que o consumidor de crédito não é destinatário final. Não seria 
porque ninguém toma crédito para guardar, muito pelo contrário, porque faz para usar e 
empregar para algum fim ou uso. Na realidade, a pessoa que toma o crédito é destinatária final 
do crédito, a não ser que a pessoa repasse o crédito paraoutrem 
 Após assistir a uma propaganda na TV, uma pessoa compra uma máquina de fazer fraldas, 
que depois demonstra defeito  Essa pessoa é + destinatária final do que fornecedor pois 
não tinha know-how no ramo  Essa foi uma decisão da Min. Eliana Calmon mas o tema 
é controverso. Se fosse uma empresa de fraldas, obviamente não seria relação de consumo 
mas, sim, relação empresarial. 
 Ex: Escritório de advocacia compra computador  É relação de consumo pois o 
computador não se insere na atividade final (o computador é essencial para qq atividade) 
 Mas já houve decisão em contrário em casos de escritório de advocacia 
 Mas empresa de telemarketing com 800 funcionários que compra computadores  Relação 
empresarial 
* Relação empresarial: responsabilidade civil subjetiva, não inverte o ônus da prova 
 
 Art. 2° § único – Consumidor por Equiparação 
“Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja 
intervindo nas relações de consumo”. 
- C/C art. 17, 29, 81 
- Consiste em uma determinada categoria de pessoas legitimadas a serem indenizadas pois, por 
ficção jurídica e para fins de aplicação da lei, supõe-se haver um vínculo com o fornecedor. 
Estão sob o alcance desta norma todas as pessoas que venham a sofrer danos em razão de 
defeito do produto / serviço fornecido, ainda que não os tenham adquirido nem recebido como 
presente. 
- Pode ser o consumidor final ou uma coletividade inteira 
- Ex: Explosão no Shopping Osasco  Embora não perfizesse uma relação de consumo (pois 
não estavam fazendo compras), são equiparados 
- Ex: Explosão de celular  As pessoas feridas que se encontravam próximas ao local da 
explosão são consumidoras por equiparação 
- Ex: São consumidores todos os convidados de uma festa em face do fornecedor do buffet que 
serve alimento intoxicado 
 
 
FORNECEDOR 
 
 Art. 3° - “Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou 
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, 
montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou 
comercialização de produtos ou prestação de serviços”. 
- Deve ser observado que o fornecedor tem uma característica básica: a habitualidade. 
- Exemplos de fornecedores: advogado (em relação ao seu cliente), pedreiro, empresa de seguro, 
Telemar, instituição financeira (Súm. 297, STJ), atividade de incorporação de imóveis (*), 
construtora (*), corretagem (*). 
(*) Princípio da Solidariedade: Se der “zebra” todas serão responsáveis, ficando a critério do 
consumidor decidir quem processar. 
 
a) Pessoa política: PJDPúblico (U, E, M, DF) Podem ser consumidores e 
fornecedores 
b) Entes despersonalizados: Massa falida,espólio 
sociedades de fato (empresário irregular, camelô etc) 
 Deve ser observado que não há diferença entre o camelô e uma loja que não está 
regularizada. 
 Ex: Condomínio de edifício comercial (edif. Central)  O próprio condomínio aluga suas 
salas 
 Obs: A relação condômino-condomínio não é de consumo 
- Acionista de Petrobrás que abastece seu carro em um posto da Petrobrás é consumidor (não 
seria se fosse sócio controlador) 
- O Poder Público é fornecedor quando presta um serviço mediante a cobrança de preço, como o 
fornecimento de água, luz e telefone. Os demais serviços públicos mantidos com a cobrança de 
impostos não constituem relação de consumo. 
- § 1°: Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial 
 Rol exemplificativo (numerus apertus) 
- § 2°: Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, 
inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das 
relações de caráter trabalhista. 
 
 Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser 
exercida em juízo individualmente ou a título coletivo. 
 § único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de: 
I - Interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste Código, os 
transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e 
ligadas por circunstâncias de fato. 
  Ex: Acesso à saúde 
 
II - Interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste Código, os 
transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo, categoria ou classe de 
pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base. 
 Ex: Direitos de sócios de um clube, de um grupo de empregados de uma fábrica, de 
usuários de um plano de saúde  O grupo será defendido e não cada um de per si. 
 
III - Interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem 
comum. 
 O problema é de cada um e de todos  Ex: Mesmos correntistas de um Banco, mesmos 
associados de um plano de saúde  A pessoa faz uma representação ao MP, que faz um 
inquérito civil e, se for o caso, propõe a respectiva ação civil pública 
 
 Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente: 
I - o MP 
II - a União, os Estados, os Municípios e o DF 
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem 
personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos 
protegidos por este Código 
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus 
fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este Código, 
dispensada a autorização assemblear. 
 
 Art. 3°, §2°: Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante 
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as 
decorrentes das relações de caráter trabalhista. 
 
Remuneração não é o melhor termo para se usar como característica do serviço, é melhor 
substituí-lo, pois remuneração dá idéia de pagamento e há situações em que as relações de 
consumo não envolvem qq pagamento. Exemplos: 
 
1) Se um indivíduo for ao Shopping Rio Sul utilizando o ônibus gratuito disponibilizado pelo 
shopping, e o ônibus bater antes de chegar ao shopping, ainda assim o indivíduo será 
considerado consumidor, mesmo sem ter havido qualquer remuneração nesta relação. 
 
2) Se, por outro lado, o indivíduo estiver andando nos corredores do shopping, e escorregar, sem 
ter comprado nada, ele ainda assim é considerado um consumidor, mesmo sem ter havido 
qualquer remuneração nesta relação. 
 
3) Se o indivíduo estacionar o carro no estacionamento do supermercado, que é gratuito, e ao 
entrar na loja perceber que as mercadorias estão todas mais caras que no concorrente, e for 
embora do mercado sem nada comprar, e ao chegar ao veículo descobrir que haviam quebrado o 
vidro do carro e roubado o rádio do mesmo, o indivíduo ainda é considerado um consumidor, 
mesmo sem ter havido qualquer remuneração nesta relação. 
 
O mais adequado, assim, é substituir a palavra remuneração por onerosidade. Assim, 
somente não seria serviço aquilo que não é oneroso, isto é, aquilo que é beneficente ou 
filantrópico. Todos os demais serviços são onerosos, e envolvem, portanto, relações de 
consumo. 
No caso do ônibus do shopping, na verdade o custo do mesmo é pago pelos lojistas do 
shopping, na forma de cota condominial. O lojista, uma vez que visa o lucro, repassa estes 
custos ao consumidor, embutido no preço das mercadorias. Assim, pode não ser o cliente que 
anda no ônibus do shopping que paga a passagem e os custos deste transporte, mas um outro 
cliente o fará, através das mercadorias que compra nas lojas,pois não se trata nem de uma ação 
beneficente, nem filantrópica. 
 
 
4. PRINCÍPIOS CARDIAIS 
 
a) P. da Ordem Pública 
- Previsto no art. 1°, CDC (já caiu em prova da Procuradoria). 
- Sendo de ordem pública, somente os legitimados do art. 82 podem sair em defesa do direito 
coletivo do consumidor 
- O CDC trata de normas públicas que têm incidência imediata. Também, por ser de ordem 
pública, o Juiz não fica adstrito ao Princ. da Inércia da Jurisdição. 
 
b) P. da Especialidade 
- Princípio pelo qual a relação de consumo atrai a incidência do CDC  Se houver + de uma lei 
aplicável ao caso concreto, aplica-se a lei + específica 
 
c) P. da Vulnerabilidade 
- Relação com a hipossuficiência do consumidor (o consumidor é considerado a parte + fraca da 
relação de consumo) 
- Este princípio orienta a inversão do ônus da prova (o limite dessa inversão é a prova negativa, 
que é a prova impossível de ser feita – ex: furto de bagagem) 
- A vulnerabilidade do consumidor é a própria razão de ser do CDC; ele existe porque o 
consumidor está em posição de desvantagem técnica e jurídica em face do fornecedor. 
- A vulnerabilidade consiste na presumida fraqueza econômica, técnica e/ou fática do 
consumidor, que se encontra normalmente na posição de inferioridade ao administrar os seus 
interesses com o fornecedor. Daí decorre o motivo de o CDC conferir certos instrumentos ao 
consumidor para melhor defender-se. 
- A vulnerabilidade do consumidor é tríplice: 
o vulnerabilidade econômica 
o vulnerabilidade técnica (ou hipossuficiência técnica): pois há casos em que o 
consumidor não será mais fraco economicamente que o fornecedor, mas poderá ser 
vulnerável quanto ao conhecimento técnico. Este consumidor por falta de informações 
técnicas adquire mercadoria que não é adequada para as suas necessidades, ou que 
possa lhe causar um dano, ou submetê-lo a um risco  Ex.: Uma pessoa que não 
entende nada de computadores, influenciada pelo fornecedor, compra um equipamento 
que está além de suas necessidades e caríssimo, quando na verdade para o uso dele 
bastaria um mais simples. Isso acontece quando o fornecedor não fornece as 
informações necessárias do produto para que o consumidor não tenha uma exata idéia 
do que ele está adquirindo. 
o vulnerabilidade fática: é quando o consumidor, por precisar adquirir de forma 
indispensável um produto e/ou serviço, acaba se submetendo às arbitrariedades 
perpetradas pelo fornecedor, de forma a ferir-lhe a liberdade de escolha  Ex.: para 
não ficar um minuto sequer sem luz, aceita pagar fatura já quitada; para receber o 
atendimento hospitalar de emergência, aceita antes assinar um cheque-caução, etc. 
 
* OBS.: Cumpre esclarecer que a vulnerabilidade só é presumida em relação ao consumidor 
pessoa física ou não-profissional. Para as pessoas jurídicas ou profissionais vale a presunção 
em contrário, isto é, que devem possuir conhecimentos jurídicos mínimos e sobre a economia 
para poderem exercer a profissão, ou devem consultar advogados e profissionais especializados 
antes de obrigar-se. 
 
d) P. da Boa-fé Objetiva (art. 4°, III) 
- Boa-fé objetiva: significa um padrão ético de conduta, impondo o dever de lealdade, 
veracidade, cooperação recíproca, transparência, antes durante e após o contrato. Impõe a cada 
uma das partes o respeito às expectativas e interesses demonstrados pela outra  É o tipo de 
comportamento / conduta ideal que deve presidir uma relação de consumo 
o Boa-fé subjetiva - você vai avaliar intenção da parte, se a parte teve intenção ou não de 
prejudicar, é uma avaliação subjetiva, psicológica do atuar daquele contratante, você vai 
ter que verificar se teve intenção de causar prejuízos 
o Boa-fé objetiva - não cabe avaliação de intenção. Existe um padrão de comportamento 
imposto ao cidadão, e ele ou respeita ou não esse padrão. Se ele cumpriu esse padrão, 
ótimo, se ele não cumpriu, ele violou a boa-fé 
 
- A boa-fé objetiva gera uma série de obrigações acessórias para o fornecedor, ainda que não 
constantes no contrato  Observar o padrão de conduta ideal: orientação (informação) de como 
usar, assistência técnica, lealdade, honestidade 
- Quando o consumidor contrata um serviço ou compra um produto, ele espera dele determinada 
performance (expectativa)  O que o fornecedor deveria ter feito e não fez? Qual a conduta 
ideal média? 
- Ex: Quando contrato um plano de saúdo, faço-o esperando ter cobertos todos os serviços 
básicos. Tenho uma determinada expectativa, muitas vezes gerada pela propaganda do próprio 
fornecedor. 
 
e) P. da Transparência (art. 31; art. 6°, III) 
- Corolário (conseqüência) da boa-fé objetiva 
- Relações claras, transparentes (tudo bem claro e informado) 
- As partes não podem contratar de maneira ambígua, com reserva mental, elas devem expor 
uma à outra as suas pretensões, as suas expectativas. 
- Este princípio fundamenta o direito à informação e implica assegurar ao consumidor a plena 
ciência da exata extensão das obrigações assumidas perante o fornecedor. 
- Não basta ao empresário abster-se de falsear a verdade, deve ele transmitir ao consumidor em 
potencial todas as informações indispensáveis à decisão de consumir ou não o fornecimento. 
- Encontra-se presente este princípio nos artigos 4°, caput, 6°, III, 8°, caput, 31, 37, § 3°, 46 e 
54, §§ 3° e 4°, por exemplo. 
 
f) P. da Informação (art. 46) 
- Não basta que as relações sejam transparentes, é preciso que ambas as partes estejam bem 
informadas (sobre o preço a ser pago, sobre o desempenho daquele produto/serviço, os riscos e 
danos que ele pode causar, como usar o produto, etc) 
- Visa suprir a deficiência técnica, a vulnerabilidade técnica. 
- Este princípio está no art. 46 CDC, quando diz que as cláusulas de um contrato não serão 
obrigadas ao consumidor se não foram informadas a ele no momento da contratação. As 
cláusulas que não forem informadas claramente no momento da contratação não lhe são 
oponíveis. 
- Princípio da transparência c/c Princípio da informação  Eles estão interligados, pois o 
contrato tem que ser transparente e com as informações necessárias, inclusive dos riscos do 
produto/serviço. 
- Ex: Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou 
concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, 
informá-lo prévia e adequadamente (...) 
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional; 
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros; 
III - acréscimos legalmente previstos; 
IV - número e periodicidade das prestações; 
V - soma total a pagar, com e sem financiamento. 
 
§ 2º É assegurada ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total ou parcialmente, 
mediante redução proporcional dos juros e demais acréscimos. 
  
 Se o consumidor não conhecer bem os valores a serem pagos, terá dificuldade para quitar 
seu débito. Também deve conhecer as vantagens que terá caso queira liquidar antecipadamente 
o débito. 
- Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. 
 Aplicação dos princípios da transparência, da boa-fé objetiva, da informação 
 §2°: Propaganda abusiva diz respeito ao abuso do direito do fornecedor (abuso do direito – 
art. 187, CC – relação com a boa-fé objetiva) e também é uma transgressão ao princípio da 
informação. 
 
g) P. da Segurança (arts. 8, 9, 10) 
- O consumidor não pode ser exposto a riscos e, havendo a possibilidade destes ocorrerem, deve 
ser informado sobre tal fato  O consumidor tem o direito de se sentir seguro ao adquirir o 
produto ou a usufruir de serviços, de saber que aquele produto ou serviço não lhe causará dano.- O fornecedor tem a obrigação de indenizar o consumidor pelos danos causados, ainda que não 
saiba / conheça esses riscos  Trata-se da Teoria do Risco do Empreendimento 
- Ex.: um produto químico agrícola, que é tóxico, mas indispensável de se usar no combate as 
pragas; clonagem de cartão de crédito, cheque adulterado, etc 
- Este princípio também se conjuga com o da transparência e o da informação. 
 
h) P. da Efetividade da Tutela Jurisdicional 
- Busca de formas efetivas para fazer com que a lei não seja letra morte (a tutela jurisdicional 
deve ser efetiva)  Não basta que o Juiz condene o fornecedor, é preciso que o consumidor, 
além de “ganhar”, também “leve” 
- Ex: Art. 28 – Possibilidade de desconsideração da personalidade jurídica, se for o caso / 
Concessão de liminar. 
- Vários são os dispositivos no CDC que revelam este princípio, senão vejamos: 
 Art. 6°, inciso VIII - o dispositivo alberga a inversão do ônus da prova, uma das 
vedetes do CDC. Trata-se de uma inovação de grandiosa significação, que deixa fora de 
qualquer dúvida, o apreço do Código à questão da efetividade; 
 Art. 83 - expressa verdadeira profissão de fé na efetividade do processo; 
 Art. 84 - cuidando, nos seus incisos, das obrigações de fazer e não fazer - acabou até 
reproduzido pela reforma do CPC (confira-se o art. 461 CPC), igualmente comprometida 
com a cruzada da efetividade; 
 Art. 101 CDC - permitiu a propositura da ação de responsabilidade civil do fornecedor 
no domicílio do autor, o que traduz uma verdadeira prerrogativa de foro. 
 
i) P. da Solidariedade (art. 7° § único, 18, 19 e § do art. 25 §1° e §2°) 
- Havendo mais de um autor para cada infração ao consumidor, serão todos chamados em juízo 
de forma solidária (ex: importador, fabricante e revendedor)  O consumidor pode ajuizar ação 
em face de todos os fornecedores e de qq um deles 
  
 O fornecedor que tiver indenizado o consumidor terá direito de regresso contra o verdadeiro 
causador do dano, mas esse direito de regresso nunca será na mesma ação em que corre o 
processo do consumidor (não se admite intervenção de terceiros nas relações de consumo, em 
observância ao princípio da celeridade). 
 
- Este princípio é importante porque criou o que se chama cadeia de fornecimento, que junta 
todos os envolvidos pelo fornecimento, na mesma situação de responsabilidade. Normalmente, 
temos uma cadeia: o fabricante, o distribuidor, o exportador e importador, outro distribuidor (no 
caso de produtos importados), até que chega ao comerciante que efetua a venda ao consumidor. 
O CDC estabelece que todos são responsáveis. Todos respondem. 
- Pela cadeia de fornecimento, o consumidor pode escolher contra quem vai propor a ação, um 
ou vários dos membros da cadeia, e depois estes, em regresso, poderão buscar ressarcimento 
entre eles pelos custos. 
- É preciso observar que se o consumidor, por exemplo, decidir propor a ação contra o 
importador, este não poderá chamar ao processo o distribuidor. O artigo 88 do CPDC 
veda, expressamente, a denunciação da lide. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Art. 6º 
 
Direitos Básicos do Consumidor Princípios 
I - A proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos 
provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços 
considerados perigosos ou nocivos 
Segurança, boa-fé, 
transparência, informação 
II - A educação e divulgação sobre o consumo adequado dos 
produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a 
igualdade nas contratações (*) 
Boa-fé, transparência, 
informação 
III - A informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e 
serviços, com especificação correta de quantidade, características, 
composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que 
apresentem 
Informação, boa-fé, 
segurança 
IV - A proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos 
comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e 
cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e 
serviços 
Refere-se ao abuso de 
direito. Ex: Venda casada 
– ver arts. 39 e 51 
V - A modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam 
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos 
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas (**) 
 
VI - A efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e 
morais, individuais, coletivos e difusos 
Efetividade da prestação 
jurisdicional 
VII - O acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas 
à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, 
individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção jurídica, 
administrativa e técnica aos necessitados 
Efetividade da prestação 
jurisdicional 
VIII - A facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a 
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, 
a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele 
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências 
Vulnerabilidade 
IX - (Vetado) 
X - A adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral 
(água, luz, transporte). 
 
 
 
(*) “asseguradas a liberdade de escolha”: A mesma facilidade que o consumidor tem para 
contratar, deve ter para descontratar. Fidelizar o cliente não pode significar amarra-lo e suprimir 
seu direito de escolha. Ex: As altas multas cobradas pela rescisão contratual visam “amarrar” o 
consumidor é consistem em cláusula abusiva  Não invalidam o contrato, só as multas 
cobradas 
 Ex: Cinemark não deixava o consumidor levar sua própria pipoca 
 
(**) Teoria da Onerosidade Excessiva ou Teoria de Imprevisão 
 
 
 A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA JUDICIAL (art. 6º, VIII) 
 
1°) O Juiz pode ou deve inverter o ônus da Prova? 
R: Se estiverem presentes os requisitos, o juiz não pode, ele DEVE, porque é um direito 
básico do consumidor. (Imaginem o juiz despachando do seguinte modo: “...apesar de 
preenchidos todos os requisitos básicos do consumidor, indefiro o ora requerido...”) isso não 
tem sentido. 
 
2°) Se o consumidor não requerer a inversão do ônus da prova, o juiz pode inverter de ofício? 
R: PODE, é óbvio que pode, porque é um direito básico do consumidor, não precisa pedir. 
O código é norma cogente, de Ordem Pública, vejam o art. 1º do CDC. (O presente código 
estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos 
termos dos artigos 5º, XXXII, 170,V da CF e art. 48 de suas Disposições Transitórias). 
(IMAGINEM o juiz despachando do seguinte modo: “...deixo de inverter o ônus da prova uma 
vez que não foi requerido,...”) isso não existe 
 
3°) O consumidor está de má fé, mentindo desde o começo, começa a ação dizendo que nunca 
foi ao banco, aí o banco junta um contrato de conta corrente, o consumidor diz que não deve 
nada, ao banco junta 20 cheques sem fundo, o consumidor está de má fé desde o começo, pode 
o juiz inverter o ônus da prova para o fornecedor? 
R: O consumidor pode estar com a pior má fé do mundo, aí o juiz vai deixar de inverter o 
ônus da prova e vai manter a regra normal de distribuição, ou seja, cada um prova o que alega, 
neste caso, o consumidor estar perdendo, o que o juiz não pode fazer é inverter o ônus da prova 
para o fornecedor, porque é contra a lei. 
 
Observem que isso vem bem explicado na lei 2 vezes: vejam o art. 6º, VIII: 
A 1ª - São direitos básicos do consumidor; 
A 2ª - ...bem como a inversão do ônus da prova, a seu favor,... 
 
 Se consumidor estiver agindo de má-fé, o juiz não inverte o ônus da prova, e o consumidor 
terá que provar aquilo que alega, coisa que não precisaria fazer se ele estivesse agindo de boa fé. 
A inversão do ônusda prova é um poder-dever do juiz, mas desde que verificados os 
pressupostos necessários a esta inversão. Estando o consumidor agindo de má-fé, 
provavelmente o juiz não conseguirá verificar a presença de um dos pressupostos necessários 
para a inversão. 
 
 
 Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que 
sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou 
segurança. 
- O CDC adota a TEORIA DO RISCO DE DESENVOLVIMENTO Se o fornecedor desenvolve 
produto / serviço, deve assumir os riscos advindos dessa atividade (riscos do “deveria saber”). 
Não se analisa a culpa pois a responsabilidade é OBJETIVA 
- Para garantir a efetividade das normas protetivas ao consumidor, o legislador dispôs que o ato 
do fornecedor pode causar 3 espécies de responsabilidade: 
 
1 Fato - Ilícito civil (ex: cobrança de dívida já paga) 
(conduta) - Ilícito administrativo: o art. 56 elenca as sanções administrativas 
 - Ilícito penal 
 
 
> O ilícito civil no CDC pode se desdobrar em 3 categorias: 
 
a) RESPONSABILIDADE CIVIL PELO FATO (art. 12) 
- Fato do produto / serviço é aquele defeito cujo potencial lesivo extrapola o próprio produto / 
serviço  Fica o fornecedor obrigado a indenizar o dano oriundo de evento lesivo que 
extrapole o produto / serviço em si (o campo de responsabilidade ultrapassa os limites 
literais da relação de consumo) 
- Aqui tem relevância o conceito do “consumidor por equiparação” (art. 17) 
- Ex: Celular que explode (lembrando que a vítima do evento é consumidora por equiparação) 
- Ex: Overbooking – art. 14 (entendimento jurisprudencial) 
- Art. 13 §3°: Hipóteses em que o fornecedor NÃO será responsabilizado (pela ausência de 
nexo causal) 
- Art. 14 §4°: É EXCEÇÃO à regra da responsabilidade objetiva  A responsabilidade dos 
profissionais liberais é SUBJETIVA – Implicações: 
I) Cabe ao consumidor provar a culpa do profissional (médico, engenheiro, contador, 
arquiteto, etc) 
II) Quanto à inversão do ônus da prova, o prof° entende que deve ser feita com critério 
e que não deve haver culpa presumida a desfavor do profissional. 
  
> Medidas que o magistrado pode tomar (controverso): 
1) Inverte o ônus da prova em favor do consumidor 
2) Não inverte mas com culpa presumida do profissional 
3) Não inverte o ônus da prova e nem presume-se a culpa. É a regra do CPC: a prova 
incumbe a quem a alega 
  
 Não se pode afirmar categoricamente que, em se tratando de profissional liberal, há inversão 
ou não do ônus da prova, ou que há ou não culpa presumida pois cada caso é um caso. 
 
 
* A relação advogado-cliente é de consumo? 
 Há 2 correntes: 
1) Não. A Lei 8906/94 é a lei aplicável, não o CDC 
2) Sim. A Lei 8906/94 é a lei aplicável mas isso não desfigura a natureza da relação 
jurídica, que é de consumo (entendimento majoritário) 
 
 
b) RESPONSABILIDADE CIVIL PELO VÍCIO (art. 14, 18, 19, 20) 
- Vício do produto / serviço: É o defeito nesse produto / serviço 
- Ex: Comprei uma camisa com defeito. Posso pedir abatimento, devolução do meu dinheiro 
ou trocar por outra (art. 18 §1°) 
 
 Uma análise detalhada do evento lesivo poderia levar à conclusão de que o vício não é 
apenas no fato mas, também, no produto. Não obstante tal observação seja correta, releva anotar 
que quase todas as hipóteses de vício no fato compreendem, em sua essência, um vício no 
produto. Assim, na configuração de ambos os tipos de vícios, muito mais interessante invocar a 
responsabilidade civil pelo FATO, posto ter esta um alcance maior, ser aplicável a casos de 
prejuízos maiores e ensejar indenizações maiores. 
 
 Vício x Fato 
- O vício é pressuposto do fato, mas o fato não é pressuposto do vício, porque em todo fato 
temos um vício, mas nem todo vício vai gerar um fato. 
- O vício se resolve de uma forma muito simples, pois o problema está todo concentrado no 
produto. Já o fato não. O fato se resolve com a indenização. O fato é mais grave do que o 
vício. O fato é com a de acidente. Sinônimo de fato é acidente de consumo. 
- Ex: Suponhamos que uma pessoa compre um botijão de gás que está vazando. É um vício. 
Imaginemos que essa pessoa chegue em casa e seu passarinho esteja morto. É um fato. 
- Ex: A pessoa compra um carro com um problema de freios. É um vício. Um dia a pessoa 
está dirigindo o carro e bate em um poste. Se a pessoa não bateu por causa do freio, não é 
um fato, porque não existe nexo de causalidade. No caso do exemplo do passarinho, se a 
ave não tiver morrido por intoxicação não é um fato. Se o passarinho morreu por causa do 
vazamento de gás, é um fato. Então, temos sempre que analisar o nexo de causalidade. 
- Ex: A pessoa comprou uma televisão e ela venha sem volume. É um vício. Imaginemos que 
a pessoa tenha comprado a televisão e ela ter vindo sem volume e com um problema 
elétrico, e quando a pessoa foi tentar mexer no volume a televisão explodiu. É um fato. 
- Ex: Imaginemos um serviço bancário. O consumidor acorda, e descobre que há menos R$ 
100,00 na sua conta. É um vício. Ele telefona para o gerente do banco, e este informa que 
houve um engano, e o dinheiro já está sendo creditado na conta do cliente. Existiu apenas o 
vício. Imaginemos, por outro lado, que quando o consumidor ligou para o gerente do banco 
este lhe tenha dito que no prazo de 3 dias úteis vai verificar o que aconteceu. O consumidor 
argumenta que precisa do dinheiro para pagar uma conta no dia seguinte, e ainda por cima 
vai bater um cheque antes dos 3 dias. O gerente responde que sente muito, mas o prazo é de 
3 dias úteis, conforme estipulado no contrato, e que o máximo que ele pode fazer é abaixar 
este prazo para 2 dias úteis. O cliente ainda argumenta que o cheque vai ser apresentado 
naquele dia, e que não haverá fundos na conta, mas o gerente se mantém inflexível. O 
cheque é apresentado, e é devolvido por insuficiência de fundos. É um fato. 
 
c) ABUSO DE DIREITO (art. 187, CC) 
- Relacionado às práticas abusivas 
- Exemplos: 
- Plano de saúde que se recusa a cobrir as doenças usuais 
- Art. 39, I: caso da venda casada 
- Art. 51, I: aviso colocado pelas empresas de estacionamento, eximindo-as de eventuais 
furto ou roubo (é cláusula írrita pois elas têm dever de guarda) 
- Art. 53: O consumidor não pode perder a totalidade das parcelas pagas, podendo-se 
fazer apenas um desconto (max. 20%) 
 
 
 
 Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou 
sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços 
adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. 
- Ex: Transporte, Light (concessionária federal – art. 21, XII, b, CF), CEG (concessionária 
estadual) 
- A luz é um serviço essencial mas a Light pode cortar a luz, deve que avise 3x, no mínimo, com 
intervalo entre cada comunicação para que o consumidor possa discutir o débito. A Light pode 
cortar porque é um contrato bilateral e, como tal, se o consumidor não cumpre a sua parte, não 
pode exigir que a outra parte cumpra a sua) 
 Exceptio non adimpleti contractus (art. 476, CC): exceção do contrato não cumprido 
 Exceptio non rite adimpleti contractus: Refere-se ao descumprimento parcial nos 
contratos bilaterais 
- A Light não poderá cortar a luz caso se trate de serviço essencial, de interesse público 
(hospital, escola...). Ela terá que cobrar a dívida por outros meios. O mesmo se uma pessoa 
estiver doente em casa, mantida por meio de aparelhos elétricos: a Light não pode cortar 
(ponderação dos bens jurídicos) 
 
 § único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigaçõesreferidas neste 
artigo, serão as PJ´s compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma 
prevista neste Código. 
- Ex: Falta luz na Rocinha e, quando voltou, queimou os aparelhos de todas as casas da 
comunidade  A Light terá que indenizar (ela prova que não houve o pico – inversão do ônus 
da prova) 
 
 
 DA PRÁTICA ABUSIVA 
 
- Prática abusiva é a atuação do fornecedor em desconformidade com aquilo que a sociedade 
dele espera. Espera-se que ele tenha uma determinada atitude, e ele tem outra. 
 
 Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas 
abusivas: 
 
 I - Condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro 
produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos 
É a VENDA CASADA. A venda casada pode ser dividida em duas: a qualitativa e a 
quantitativa. 
Na venda casada qualitativa você vincula a compra de um produto ou serviço a um 
outro. O indivíduo quer comprar A, e você diz que só vende A se o indivíduo comprar A e B. 
Assim, vender um terno por R$200,00, mas na compra do terno e de uma camisa o terno sai por 
R$150,00 não é venda casada, porque se o consumidor quiser comprar só o terno, ele compra. 
Seria venda casada se o fornecedor dissesse que só vende o terno se o consumidor comprar, 
também, a camisa, isto é, condicionar a venda de um produto à venda de outro. Isso é a venda 
casada. Não é dar desconto, nem vender mais barato. Venda casada é CONDICIONAR. 
 Um exemplo muito comum acontece na venda de pneus. Ou o fornecedor só vende os 
pneus se o consumidor fizer, também, o alinhamento, ou o fornecedor só fazer o alinhamento se 
o consumidor adquirir ali os pneus. Um outro exemplo: o fornecedor só vende o óleo do motor 
se o consumidor trocar o filtro. 
 Os campeões da venda casada são os bancos. O indivíduo entra no banco para abrir 
uma conta, e o gerente anuncia: só abre a conta se o consumidor colocar as cobranças das 
concessionárias no débito automático, fizer um seguro etc. O gerente tem uma série de metas 
para bater, e empurra os serviços para todos os clientes. 
 A venda casada quantitativa é diferente, pois aqui estamos falando de quantidade. O 
consumidor quer comprar 2, e o fornecedor diz que só vende 5. Ou o contrário, isto é, o 
consumidor quer comprar 5, e o fornecedor diz que só vende 2. 
 Ex: A unidade normal do cigarro é maço. Se você for comprar no botequim, é um 
maço, e se você for comprar no restaurante, é um maço. Se o consumidor, por outro lado, 
estiver na arquibancada do Maracanã, e for comprar o cigarro de um varejeiro, a unidade de 
venda é um cigarro. No free-shop, a unidade é um pacote. Não se pode obrigar o free-shop a 
abrir o pacote e vender apenas sete maços, porque ali a unidade é o pacote. Da mesma forma, 
não se pode, em um restaurante, obrigar o gerente a abrir o maço e vender, apenas, três cigarros, 
porque ali a unidade é maço. O varejeiro do Maracanã, por outro lado, não pode dizer que só 
vende três, porque ali a unidade é um cigarro. Se restaurante disser que só vende três maços, ou 
o free-shop disser que só vende cinco pacotes, aí é venda casada. 
 Assim, no supermercado, a unidade do Polenghinho é a caixa com 8. No botequim, que 
vende de um em um, a unidade é um. Você não vai obrigar o supermercado a abrir a caixa para 
vender, apenas, um Polenghinho. Mas o restaurante de comida a quilo, por exemplo, quebra a 
bandeja de iogurte e coloca um preço para cada Danoninho (até porque, depois de almoçar, 
ninguém vai consumir uma bandeja inteira, com 8 Danoninhos). 
 Da mesma forma, no posto de gasolina, a unidade de venda não é o litro, pois se o 
consumidor quiser comprar apenas meio litro o posto vende. A unidade é a mínima possível. O 
posto não pode estipular que só vende acima de dez litros, pois isso é venda casada. 
 O couvert artístico é venda casada qualitativa, pois o consumidor está indo a um 
estabelecimento para pagar por comida, e o estabelecimento está obrigando o consumidor a 
pagar por um show. Imaginemos o contrário: o consumidor compra um ingresso para um show, 
mas é obrigado a consumir R$40,00 de comida e bebida. È o que acontece. O couvert artístico 
tem que ser um atrativo, não podendo ser imposto. Se o consumidor quiser, ele paga. E tem 
mais. No entender do professor, é uma falta de inteligência do fornecedor, pois ele pode diluir 
este custo no preço, não precisa colocá-lo em separado. Basta, por exemplo, aumentar em 
R$0,30 o preço do chopp e aumentar em R$1,00 o preço da porção de batatas fritas, que ele 
paga o custo do show. 
 O inciso I também proíbe a limitação das quantidades sem causa razoável. O que 
precisamos estabelecer, aqui, é o que seria uma causa razoável para se limitar a quantidade. 
Primeira: racionamento (está faltando gás, então o fornecedor só vende um botijão para cada 
consumidor, que é para todos terem); greve de distribuidores de combustível (está faltando 
gasolina, e o posto vende, no máximo, dez litros por pessoa, para que todos tenham um carro 
com um pouco de combustível, para uma emergência). 
 A controvérsia com relação a isso ocorre, por exemplo, na promoção do supermercado, 
que limita a quantidade que pode ser vendida a cada fornecedor. O professor entende que ela é 
válida, porque através desta limitação o fornecedor pode alcançar mais pessoa, e entende que 
quem considera que é proibido limitar está oficializando a profissão do cambista, pois assim 
estaríamos aceitando que um indivíduo seja o primeiro da fila e compre todos os ingressos. Por 
exemplo, o cidadão sabe que a final do campeonato brasileiro vai lotar o estádio. Então, o 
indivíduo vai para a frente da bilheteria, é o primeiro da fila, e compra todos os ingressos (pega 
até um empréstimo no banco, a juros de 7% ao mês, e paga todos os ingressos em dinheiro). 
Depois, ele abre uma barraca, e vende por R$30,00 os ingressos que comprou a R$15,00. Tem 
um lucro de 100%, em poucos dias, paga o empréstimo do banco e os juros, e tem um lucro 
fantástico. O mesmo se aplica aos demais shows, desfile de carnaval etc. 
- O prof° entende que é possível o supermercado limitar a quantidade máxima para cada 
consumidor. Há quem considere, todavia, que esta limitação é uma prática abusiva, venda 
casada. Por exemplo, ninguém compra 10 caixas do produto (por exemplo bombons, cerveja 
etc.) se não for com intenção de revenda. 
 
 II - Recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas 
disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes 
 Aqui, o consumidor está querendo usar, está querendo pagar, e está havendo uma recusa 
do fornecedor em fornecer o produto ou o serviço. Por exemplo, é anunciado na televisão que o 
preço da gasolina vai aumentar à meia-noite, e o posto de gasolina fecha, informando que a 
gasolina acabou, mas à meia-noite ele reabre o posto anunciando que chegou a gasolina, mas a 
um preço mais caro. 
 Um outro exemplo é o indivíduo desembarcar do avião no Santos Dumont, pegar um 
táxi, pedir para ir até o Menezes Côrtes, e o motorista dizer que não vai levar porque é muito 
perto (isso aconteceu com o professor). No dia em que o passageiro entrar no táxi e disser que é 
para irem para Petrópolis, o motorista vai ganhar muito dinheiro, e é assim que acontece: 
algumas corridas são mais longas, e outras mais curtas, é o risco do negócio. Se o consumidor 
estiver pagando, o motorista tem que levar. Se estiver chovendo muito, o passageiro entrar no 
táxi, e disser que não é para irem para lugar nenhum, é apenas para esperarem passar a chuva, é 
problema do consumidor, pois ele está pagando pelo serviço. 
 O motorista só pode se recusar,por exemplo, se o passageiro entrar no táxi e disser que 
é para irem para o alto da rocinha, porque ele tem que ir lá pegar um trequinho. Aí ele pode se 
recusar. Ele também pode se recusar se o passageiro disser que é para irem para a Linha 
Amarela, se lá estiver havendo tiroteio. Mas se recusar a fornecer o serviço ele não pode. 
 
 III - Enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou 
fornecer qualquer serviço. 
 Pela leitura deste inciso, parece que é proibido enviar produtos para o consumidor sem 
solicitação deste. Mas se lermos este inciso c/c o § único deste artigo, veremos que o que é 
proibido, na verdade, é cobrar pelos produtos enviados ao consumidor sem solicitação deste. O 
fornecedor pode enviar os produtos, mas desde que seja como amostra grátis. 
 Aqui todos se lembram do cartão de crédito. Se o fornecedor envia o cartão de crédito 
para o consumidor sem solicitação deste, ele não pode cobrar a anuidade, mas evidentemente 
aquilo que o consumidor comprar usando o cartão, ele pode cobrar. Se o fornecedor enviar um 
cartão de crédito sem solicitação do consumidor, anunciando que o mesmo é isento de anuidade 
no primeiro ano, durante este primeiro ano não há qualquer problema, mas a partir do segundo 
ano, quando o fornecedor começar a cobrar anuidade, a prática é abusiva. 
 Certa vez, por exemplo, um consumidor recebeu um cartão não solicitado, usou o cartão 
durante quatro meses, e depois ingressou com uma ação no Juizado pedindo a declaração de 
inexistência de débito, pois já que ele havia ganho o cartão, e era amostra grátis, ele não 
precisava pagar nada. Ficou quatro meses fazendo compras, mas não queria pagar. É evidente 
que, neste caso, o que é grátis é a anuidade, e não as compras. Também não podem ser 
cobrados seguros. 
 
 IV - Prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, 
saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços 
- Ex: Moça que teve o veículo enguiçado e apareceu um mecânico que consertou o carro apenas 
colocando água; o homem vai ao dentista, seus dentes estão ótimos, mas o dentista está com a 
prestação do carro atrasada e começa a encontrar uma série de cáries etc. Isso tudo é a previsão 
do artigo 39, IV, no qual o fornecedor se prevalece da fraqueza, da vulnerabilidade técnica, do 
desconhecimento de alguém. 
 
 V - Exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva 
 É preciso observar que não está mencionado conseguir vantagem, ou obter. Ele fala em 
exigir. Só que aí temos um problema: o que é vantagem manifestamente excessiva? Quem vai 
saber isso? Para o consumidor, aquilo pode ser excessivo, mas o juiz pode entender que não. 
O artigo 51 §1°, estabelece algumas vantagens presumidamente excessivas, mas está 
tudo no plano dos princípios fundamentais. O CDC não tem como destacar caso a caso; o caso 
a caso vai ser visto no dia a dia, e quem vai ver é o juiz. O consumidor vai dizer que é 
excessivo, o fornecedor vai dizer que não é, e o juiz é que vai decidir, analisando os costumes 
daquele local, os preços médios daquele local, se houve algum motivo para o preço estar mais 
alto, e aí ele vai dizer. 
 
 
 VI - Executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa 
do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes 
 O orçamento pode ser cobrado, mas desde que isso seja avisado antecipadamente. O 
que o fornecedor não pode fazer é efetuar o reparo sem o consumidor ter pedido, pois senão ele 
retira do consumidor a possibilidade de preferir não fazer o serviço. Se o fornecedor fizer o 
serviço, o consumidor tem o direito de considerar o serviço realizado como amostra grátis, 
porque o fornecedor que tem este tipo de comportamento não está de boa-fé. 
 O próprio artigo, contudo, faz a ressalva com relação às práticas anteriores entre as 
partes. Assim, por exemplo, toda vez que um indivíduo tem um problema ele liga para um 
determinado escritório de advocacia, que cobra R$500,00 pela consulta. Isso se repete várias 
vezes. Certa ocasião, contudo, depois de fazer uma consulta o escritório remete para o 
indivíduo a cobrança dos R$500,00, e este contesta que não foi apresentado orçamento anterior. 
Neste caso, o orçamento era desnecessário, em razão da prática anterior entre as partes. 
 A questão do orçamento continua no art. 40, que estabelece que o orçamento vale por 
10 dias, ou pelo período que for acordado entre as partes, podendo ser maior ou menor que estes 
dez dias. Se o fornecedor não assinalar outro prazo, ele vale por dez dias. 
 O orçamento é uma oferta. O fornecedor está oferecendo determinado serviço por um 
preço. Se o consumidor aceita, isto vincula o fornecedor, pois o orçamento é um pré-contrato. 
Se o consumidor aceita, ele vira um contrato, e vincula ambas as partes (artigo 40, § 2º). 
 
 
 VII - Repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no 
exercício de seus direitos 
É quando o fornecedor fica espalhando para o mercado aquilo que o consumidor faz, na 
defesa de seus interesses/direitos. Não é espalhar para o mercado que o consumidor, por 
exemplo, é inadimplente, o que seria o caso do banco de dados. 
Como exemplo o professor citou um caso que aconteceu com ele com as trocas sucessivas 
de uma calça na loja por causa da mesma desbotar quando da lavagem. O professor então 
ameaçou à Gerente em ficar de cueca na porta da Loja. Imagine se um tempo após o ocorrido, a 
Gerente o encontra no shopping, e a cada loja que ele entra para comprar algo, a Gerente entra 
atrás sugerindo ao gerente e vendedores a não fazer negócio com ele, face à sua conduta no 
evento da calça. Isto não é permitido. 
 
 VIII - Colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo 
com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas 
não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade 
credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial 
(Conmetro) 
- É a única prática abusiva produtiva, todas as outras que vimos na aula passada são praticas 
abusivas comerciais. Se existe uma norma técnica, qualidade mínima de determinado produto, o 
fornecedor tem que respeitar. Então se você tem, por exemplo, uma ABIC para controlar a 
qualidade mínima do café, ele vai dizer qual é o percentual mínimo de mistura de outros tipos 
de grãos que pode ter no café. Se você tem uma ABRINC de brinquedos em norma de 
segurança o fornecedor é obrigado a respeitar, porque você consumidor acha que ele respeita, 
você acha que ele mantém aquele padrão mínimo de qualidade, se ele não mantém ele está 
violando o princípio da confiança, você consumidor deposita a sua confiança na qualidade 
daquele produto. 
 
 IX - Recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se 
disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação 
regulados em leis especiais 
- Trata da imposição de intermediários  Cada vez que entra uma pessoa na cadeia de 
fornecimento o preço aumenta, porque ninguém vai entrar na cadeia de fornecimento para 
perder, isso é muito óbvio, 
- Ex: A Velox pode fornecer o serviço diretamente, mas ele não faz, só para te obrigar a 
contratar um 3°, você vai pagar o 3°, provavelmente ele deve ganhar uma participação nisso. 
Isso não é uma venda casada, é uma imposição de intermediários. 
 
 X - Elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. 
- O que é justa causa para aumentar um preço? 
 Taxa de juros, inflação, aumento da matéria, aumento do custo. Este artigo não tema menor 
aplicabilidade, porque se eu quiser abrir uma loja para vender hambúrguer a R$ 80,00 eu posso 
e ninguém vai dizer que eu estou errado, o máximo que pode acontecer é ninguém comprar e eu 
vou falir ou um monte de gente vai comprar e eu vou ficar milionário. O risco é meu, eu boto o 
preço que eu quiser. Por isso que este art. não tem a menor aplicabilidade, ele só serve para os 
contratos de longa duração ou para os serviços essenciais, mas os serviços essenciais já têm 
o preço controlado, por exemplo, a LIGHT, CEG, TELEMAR etc, não aumentam o preço 
quando eles bem desejam. 
- O Fornecedor decide aumentar o quadro de funcionários da loja. Pode, ele, aumentar o preço 
dos produtos? Pode. 
- O Fornecedor decide colocar uma propaganda em um jornal. Pode, ele, aumentar o preço dos 
produtos? Pode. 
- Um fabricante de bolsas melhora o visual da loja, melhora a qualidade do produto, mas 
ninguém quer comprar. Um dia surge uma idéia em aumentar o preço para atrair o Consumidor 
e mostrar que se trata de um produto de 1ª linha. Em outras palavras, é o mercado quem vai 
dizer se é possível ou não aumentar o preço de um produto. 
- Resumindo, este artigo não tem a menor aplicabilidade, pois é o fornecedor quem vai decidir 
por quanto quer vender seus produtos, e correr o risco de ninguém querer comprá-los por que o 
preço está fora do mercado. 
 
 XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de 22.10.1999, transformado em inciso 
XIII, quando da conversão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999 
 
 XIII - Aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente 
estabelecido. 
- Trata do índice contratual - Este inciso diz o seguinte: utilizar índice contratual diverso do 
pactuado (esse inciso era para estar na parte de contrato, no art. 51, só que o art. 51 também já 
tem isso, então ele é uma mera repetição). É óbvio que se consumidor contratou o reajuste pelo 
IPC você não vai chegar e reajustar o contrato pelo índice da arroba do boi, pelo índice da 
laranja, pelo índice do Petróleo. O índice é o pactuado. A cláusula que permite esta variação é 
nula. Tentar fazer isso é prática abusiva. 
 
Se o Consumidor contratou pelo índice do IPC, o Fornecedor não poderá reajustar o preço 
utilizando-se outro índice. Portanto, a cláusula que permite essa variação é nula (art. 51 CPDC), 
e tentar fazer isso é prática abusiva. 
 
 XII - Deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a 
fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério. 
- Diz que é proibido assumir obrigação sem prazo. É assumir ou estabelecer uma obrigação sem 
prazo para cumprir. 
- Pergunta: Qual é o tipo de obrigação que estava acontecendo nesta época? Este inciso veio 
para resolver o problema do plano de expansão da TELERJ. 
 Nessa época a TELERJ anunciou que ia expandir as linhas telefônicas e, que ia chegar até o 
bairro “X” que ainda não tinha telefone. Lógico que todo mundo se inscrevia, e o telefone não 
chegava, aí o cara entrava com ação. Em juízo eles diziam: não estamos em mora; não estamos 
atrasados com a nossa obrigação; nós não dissemos quando íamos instalar os telefones. O Juiz 
perguntava: Mas vocês vão instalar? Claro que vamos. Quando? Não sabemos ainda, mas 
vamos instalar, mas o prazo não sabemos ainda, nós temos problema de tronco, problema de 
cabeamento. 
 Em vez de o cara resolver primeiro os problemas para depois fazer o plano de expansão, ele 
primeiro fez o plano de expansão para depois resolver o problema. É óbvio que isso está errado, 
assumir uma obrigação sem prazo para cumprir é a mesma coisa que não assumir obrigação 
nenhuma. 
 
 § único - Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor, na 
hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de 
pagamento. 
Se o fornecedor envia o cartão de crédito para o consumidor sem solicitação deste, ele 
não pode cobrar a anuidade, mas evidentemente aquilo que o consumidor comprar usando o 
cartão, ele pode cobrar. Se o fornecedor enviar um cartão de crédito sem solicitação do 
consumidor, anunciando que o mesmo é isento de anuidade no primeiro ano, durante este 
primeiro ano não há qualquer problema, mas a partir do segundo ano, quando o fornecedor 
começar a cobrar anuidade, a prática é abusiva. 
Certa vez, por exemplo, um consumidor recebeu um cartão não solicitado, usou o cartão 
durante quatro meses, e depois ingressou com uma ação no Juizado pedindo a declaração de 
inexistência de débito, pois já que ele havia ganho o cartão, e era amostra grátis, ele não 
precisava pagar nada. Ficou quatro meses fazendo compras, mas não queria pagar. É evidente 
que, neste caso, o que é grátis é a anuidade, e não as compras. Também não podem ser 
cobrados seguros. 
 
 
 CLÁUSULAS ABUSIVAS – NULAS 
 
 Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao 
fornecimento de produtos e serviços que: 
 
 I - Impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios 
de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de 
direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a 
indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis 
 
Divide-se o artigo em 2 (antes e depois do ponto). 
 
>> 1º caso 
- Proibição absoluta – não pode ter cláusula que afaste ou exonere a responsabilidade do 
fornecedor ou que o consumidor renuncie aos seus direitos. Trata-se de proibição absoluta. 
- Ex1: Estaciona carro no shopping, é contrato formalizado através da conduta. Pega um bilhete 
que atrás tem cláusulas gerias que vão se incorporar no contrato, dizendo que o shopping não se 
responsabiliza por perda, furto, roubo, batida e nada mais que acontecer c/ o carro. Esta cláusula 
não vale. 
- Ex2: Contrato de adesão c/ cláusula dizendo: o consumidor renuncia, neste ato, qualquer 
direito de troca, conserto, devolução de dinheiro e outro qualquer previsto no código. Esta 
cláusula não serve p/ nada. Ela é declarada nula. 
 
>> 2º caso (depois do ponto) 
- Consumidor PJ – pode haver limitação da indenização, desde que tenha motivo justificável. 
- O consumidor PJ tem tratamento diferente porque ele não é presumidamente tão vulnerável 
quanto a pessoa física. 
- Consumidor PF pode ser analfabeto, pessoa jurídica não. Já a pessoa jurídica, presume-se que 
tem advogado, representante. Neste caso é VULNERABILIDADE JURÍDICA. 
 
- Ex.1: Papelaria compra uma máquina de xerox c/ garantia de 1 ano. A empresa que vendeu se 
compromete a consertar qualquer defeito no prazo de 1 dia e se não consertar, troca a máquina 
no prazo de 2 dias e se não trocar a máquina, pergunta quanto a papelaria ganha por dia com 
xerox – R$200,00 - então já fala que se não trocar a máquina fica já estabelecido uma 
indenização de R$350,00 por dia. 
É uma cláusula justa, a papelaria pode até dizer que não quer e que vai querer pedir mais, poder 
ela pode, mas a cláusula no entendimento do professor é válida por ser pessoa jurídica 
negociando com o fornecedor já está estipulado perdas e danos com base no seu lucro cessante 
do dia-a-dia. 
 
- Ex2: Não é empresa que usa máquina para tirar xerox, ex: escritório de advocacia que faz o 
leasing de uma máquina de xerox c/ o mesmo contrato (consertar qualquer defeito no prazo de 1 
dia e se não consertar, troca a máquina no prazo de 2 dias e se não trocar a máquina – cada dia 
que não trocar a máquina a multa é de R$500,00 e mais o pagamento de todas as cópias 
comprovadas). 
 
- Então, o código já deixa estabelecido que p/ pessoa física é nula, não interessando se fixou 
uma cláusula de1 milhão. Para pessoa jurídica o juiz vai analisar se ela é justa ou não. 
 
 II - Subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos 
previstos neste código 
- Ainda está dentro do inciso I porque está retirando direito do consumidor. 
- Ex: Comecei a pagar um carro a prestação mas, por estar em dificuldades financeiras, decido 
devolver o carro  Poderá haver retenção de, no máximo, 20% a título de depreciação e 
eventuais despesas administrativas. 
- Que casos o consumidor tem direito a restituição de quantia paga? 
- produto c/ vício, se o vício não for sanado (art.18 e 19, CPDC) 
- direito de arrependimento (art. 49, CPDC) 
- cobrança indevida (art. 42, pu, CPDC) 
 
 III - Transfiram responsabilidades a terceiros 
- Não é explícito no contrato, mas na prática do dia-a-dia. 
- Ex1.: Compra um celular Nokia na Casa & Vídeo. É bem durável e a garantia legal é de 90 
dias. No dia 40 o celular pifou. A Casa & Vídeo nessa relação jurídica é COMERCIANTE ou 
fornecedor imediato. Comerciante responde pelo VÍCIO, só irá responder pelo fato nas exceções 
do art 13 do CPDC. O produto está dentro da garantia, se vc levar na loja vão dizer p/ vc: leva 
na autorizada! Se ele vendeu, ele é responsável por solucionar o vício. Ele que leve na Nokia! 
- Ex2: Compra um fogão na loja ao lado da sua casa e ele manda levar na assistência técnica que 
é em Jacarepaguá – ele q leve, busque... 
* Na prática, está transferindo a responsabilidade para um terceiro, o que é uma cláusula nula! 
 
 IV - Estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o 
consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a 
eqüidade 
- Iníquas – sem eqüidade. 
- C/C princípio da boa-fé – art. 39, IV e V; §1° do art. 51 
- O artigo é cláusula geral de boa-fé – tem termos abertos, palavras genéricas. No caso concreto 
quem vai fazer a análise é o juiz. 
 
 V - (Vetado) 
 
 VI - Estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor 
- Princípio da VULNERABILIDADE 
- Igualmente como no inciso III, não terá isso expressamente no contrato 
- A inversão do ônus da prova é ope legis (aquela feita pela própria lei) - Ex: art. 12§3º e art. 
14§3º - quando fala que é o fornecedor que tem que provar que o produto ou serviço está bom. 
- Ex.: Art. 12 §3º, II – provar que o defeito inexiste. O consumidor não precisa provar que o 
liquidificador está ruim, ele só vai entrar c/ ação e alegar que ele está ruim. Aí o fornecedor que 
vai ter que provar que está bom. 
Aí vem no contrato cláusula: p/ que seja exercido direito a garantia, o consumidor terá que 
provar efetivamente o defeito. Esta cláusula é contrária ao que o código está falando! É 
considerada nula! 
 
 VII - Determinem a utilização compulsória de arbitragem 
- Não pode porque cercea o direito de recorrer ao Poder J (art. 5°, XXXV, CF) 
- A lei de arbitragem 9307/96 afastou do poder judiciário a análise da sentença arbitral. Não tem 
recurso de sentença arbitral, nem 2ª instância. 
 Ofende o art. 5º CF que diz que não pode afastar do judiciário o exame das questões? Quando 
fala que vai tirar do judiciário está prejudicando alguma das partes? 
 Não! Pois a parte concordou em utilizar a arbitragem e escolheu o árbitro. 
 O único caso que pode levar ao judiciário é quando tem dolo ou fraude. 
 
 VIII - Imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo 
consumidor 
- Cláusula mandato – quando coloca cláusula no contrato impondo ao consumidor nomeação de 
um representante para conclusão do negócio. Normalmente este representante é ligado à 
empresa. 
- Súmula 60 STJ: Aplicação exclusiva para o mutuário da compra da casa própria através do 
sistema financeiro de habitação (pela CEF ou por ela indicada: a CEF incluía a cláusula-
mandato à semelhança das instituições financeiras) 
- O TJ-RJ entende que a cláusula-mandato pode ser írrita mas, no caso das administradoras de 
cartão de crédito, o STJ entende que é cláusula válida 
 
 IX - Deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o 
consumidor 
- Ocorre muito com os planos de saúde 
- A prática em si não é nula, é válida pois cancelar unilateralmente um contrato não é nulidade. 
 O problema desta cláusula é que O DIREITO É SÓ PARA O FORNECEDOR! Se o direito 
fosse para os dois, não teria problema algum. 
* Questão: Banco mantém, mesmo após edição do CPDC, uma cláusula no seu contrato que 
permite a qualquer das partes o cancelamento da conta mediante aviso de 30 dias. Esta cláusula 
é válida porque não se enquadra no inciso. O inciso diz que é nula quando o fornecedor pode, 
mas o consumidor não. 
- Objetivo do código é: combater a desigualdade que torne o consumidor mais fraco. Mas se o 
fornecedor quiser colocar o consumidor em melhor posição para atrair clientela, o problema é 
dele. 
 
 X - Permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira 
unilateral 
- Preço é quase tudo no contrato! 
- Ex.: Net – 1º mês R$100,00, 2º mês 150,00... 
 
 XI - Autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual 
direito seja conferido ao consumidor 
 
 XII - Obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem 
que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor 
- Mal escrito. O legislador queria proibir a cobrança de honorários extrajudiciais, ou seja, sem 
que houvesse ação. Pelo artigo, proibiu só se não for dado o mesmo direito ao consumidor. 
 Assim, o fornecedor pode colocar no contrato que qualquer uma das partes pode fazer a 
cobrança de honorários extrajudiciais. 
 Mas o consumidor nunca vai fazer esta cobrança porque terá que entrar com ação, a empresa 
nunca vai pagar. O consumidor sempre terá que entrar com uma ação para receber. A empresa 
deve – ela presta serviço e você paga o dinheiro, assim ela não deve dinheiro. O artigo, ao 
contrário do seu objetivo, acabou por legitimar a cobrança. 
Para resolver este problema, depois veio uma portaria da Secretaria de Direito Econômico. 
Tem uma portaria que proíbe, mas o artigo permite – como fica? 
- Tem gente que fala que prevalece o que é mais benéfico para o consumidor. 
- Já para o professor, é confronto de texto de lei (legislativo) X portaria (do executivo). 
 
Obs.: Sempre usa o art. 46 se o consumidor não for avisado, mas normalmente recebe carta 
avisando. 
 
 XIII - Autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade 
do contrato, após sua celebração 
- Alterar unilateralmente a qualidade do contrato. 
- Ex1: Academia que oferece tudo de bom (piscina térmica, shampoo...). Com o tempo vai tudo 
piorando – piscina térmica ficou fria, não oferecem mais shampoo... 
 Você foi enganado, pagou uma coisa e agora está levando outra – não é uma cláusula válida. 
- Ex2: Curso de inglês com professores nativos da Inglaterra – no terceiro dia é um cara da sua 
esquina. 
- Ex3: Substituição de professor renomado em curso. 
 
 XIV - Infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais 
- Não serve p/ nada!! 
- Norma ambiental não é só planta – é histórico, cultural, paisagístico...(art. 225, CF). 
- Não tem utilidade no Código do Consumidor. 
 
 XV - Estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor 
- Portarias 
- É muito genérico, tão genérico que se vetasse do I ao XIV daria na mesma. 
- O inciso XV engloba qualquer situação. Se o juiz entender que não é justo, ele coloca no XV. 
- Mas na prova o prof. quer o artigo certo – não o XV! 
 
 XVI - Possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias. 
- Benfeitoria necessária. (art. 96§3º CC) 
- Observar como a ótica das rj´s que não são de consumo são diferentes: 
 Ex.: Contrato de locação por 1 mês e o locador insere uma cláusula-mandato em nome do 
locatário, permitindo que, em caso de inadimplência, o locador possa emitir promissórias em 
nome daquele e entregar ao Banco, para que a instituição financeira fique com a dívida do 
locatário. Inclui, também, cláusula que dispõe que as benfeitorias não serão indenizadas. As 2 
cláusulas são válidas? 
 Sim pois não se trata de relação de consumo mas, sim, de relação regida pela Lei 8.245/91. 
Quanto às benfeitorias, a lei diz que serão indenizadas “salvo expressa disposição contratual em 
contrário” (art. 35 e 36, Lei 8245). 
 
 § 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando 
de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer 
das partes. 
- Princípio da manutenção do contrato. 
- Se a cláusula abusiva não for essencial: anula a cláusula e mantém o contrato. 
- Se a cláusula abusiva for essencial e de sua ausência decorrer ônus excessivo a qq das partes = 
invalida o contrato 
- Ex.: Contrato de fornecimento de energia elétrica com cláusula de foro de eleição. O juiz 
declara nulidade da cláusula do foro de eleição e anula o contrato – vai ficar no escuro??? 
Então sempre que possível, vai anular a cláusula e aplica o contrato do jeito que está escrito. 
Se tiver que fazer alguma coisa para o contrato ser utilizado, o juiz fará esforços de integração. 
Esforços de integração é o juiz reescrever a cláusula. 
- Ex.: Ação para declarar nulidade de um contrato de juros – vc quer anular a cláusula que fixa o 
juros mensais em 35%. O juiz entende que esta cláusula é realmente abusiva. 
O contrato não vai ficar sem juros, o juiz irá reescrever a cláusula! Anula a cláusula e substitui 
por outra que ele escreve: “Isto posto, julgo procedente o pedido para declarar a nulidade da 
cláusula que fixava juros em 35% determinando que a taxa de juros seja de 3%” 
 
 § 4° É facultado, a qualquer consumidor ou entidade que o represente, requerer ao MP que 
ajuíze a competente ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que 
contrarie o disposto neste Código, ou de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio 
entre direitos e obrigações das partes. 
- Ex: Contrato da NET – Um dos consumidores pode provocar o MP para que este, em nome de 
todos os consumidores, ajuíze ação para defesa dos seus interesses.

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