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Revisão AV2

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Revisão AV2 – Psicologia Aplivada ao Direito.
Violência e Agressividade
A Violência é um comportamento. A Psicologia parte do princípio de que todo comportamento deve ser analisado junto ao contexto de quem a pratica e estímulos internos e externos que o motiva. Á violência é um fato social cada vez mais frequente nas relações. A sociedade violenta desenvolve estratégias tecnológicas, matérias e humanas para lidar com a violência, incorporando-as à vida das pessoas.
Definições de Violência:
Dicionário. Ação de violentar, empregar força física (contra alguém ou algo) ou intimidação moral (contra alguém), ato violento, crueldade, força.
Aspecto Jurídico. Constrangimento físico ou moral exercido sobre alguém para submeter-se à vontade do outro; coação.
Organização mundial da saúde – (OMS). Imposição de um grau significativo de dor e sofrimento evitáveis.
Agressividade, segundo Fiorelli e Mangini é como se fosse uma força, um comportamento, algo que ajuda a sobrevivência e a adaptação do indivíduo. É uma característica da personalidade que aparece no comportamento da pessoa. 
A falta de estabilidade emocional, a impulsividade e a baixa tolerância a frustrações, canalizam a agressividade para fins não construtivos. A educação, a lei e a tradição, são mecanismos de controle da agressividade.
Desde a infância o ser humano é levado a aprender, a reprimir e a não expressas a agressividade de forma descontrolada.
A transformação dos impulsos agressivos em produções consideradas socialmente positivas, como, a criação intelectual, as artes e o esporte.
 A agressividade é constitutiva do ser humanos, sendo a cultura e a vida social importantes reguladores dos impulsos destrutivos. As ligações significativas com os outros (Processo de Socialização), são determinantes no controle dos impulsos destrutivos.
A violência apresenta-se quando a pessoa não conseguiu canalizar a agressividade para atividades produtivas e denota desestabilização dos mecanismos contensores, impulsividade e baixa tolerância a frustrações.
Tipos de violência:
Violência urbana, que se manifesta principalmente nos espaços das grandes cidades. 
Formas de violência urbana (violação da Lei Penal)
Assassinatos
Sequestros
Roubos
Outros tipos de crimes contra a pessoa ou contra o patrimônio.
Violência institucional, é praticadas por agentes que deveriam proteger as vítimas de violência garantindo atenção humanizada, preventiva e também reparadora de danos.
Instituições prestadoras de serviços – hospitais, postos de saúde, escolas, delegacias, judiciário.
Violência simbólica, é sutil e permeia o nosso cotidiano de forma implícita. Desvalorização, restrição do patrimônio material ou imaterial de determinado grupo identificado culturalmente. São relações estabelecidas entre grupos dominantes e grupos dominados que aparecem de forma naturalizada.
Violência Doméstica, é o tipo de violência que ocorre no lar. Espaço de convívio permanente de pessoas com ou sem vínculo familiar.
Formas:
Física
Psicológica
Sexual
Patrimonial
Moral
A negligência é o ato de omissão do responsável pela criança/idoso/outra (pessoa dependente de outrem) em proporcionar as necessidades básicas, necessárias para suasobrevivência, para o seu desenvolvimento.
Violência contra a mulher, qualquer ato baseada no gênero (violência de gênero) que cause morte, dano, sofrimento físico, sexual ou psicológico a mulher tanto na esfera pública como privada.
Uma das formas de entender a violência nas relações de casal é através da compreensão de que esta situação é a expressão de uma relação de poder, em que se encontra presente a dinâmica subordinação/dominação.
A Lei Maria da Penha ou lei nº 11.340 de 7 de agosto de 2006, surgiu com o objetivo de responder às necessidades e anseios das mulheres vítimas de violência conjugal. diante dos problemas relativos à aplicação da lei nº9.099 de 2005 (que você já tomou contato),em situações de violência doméstica.
Violência psicológica, é um tipo de violência que geralmente ocorre de forma indireta, como: Humilhações, ameaças, palavrões, privação de liberdade...
Não é necessariamente física, mas gera transtornos de natureza psicológica constrangendo a vítima a adotar comportamentos contra a sua vontade ou tirando-lhe a liberdade.
Violência verbal, pode ocorre através do silêncio – é muito mais violento do que os métodos utilizados habitualmente, como, ofensas morais, depreciações e os interrogatórios infindáveis.
Violência Sexual, ocorre quando o agressor abusa do poder que tem sobre a vítima para obter gratificação sexual, sem o seu consentimento, sendo induzida ou obrigada a práticas sexuais com ou sem violência física.
Violência física, é o uso de força com o objetivo de ferir, deixando ou não marcas evidentes. São comuns, murros, tapas e agressões com diversos objetos e queimaduras.
Família Parentalidade e Afetos
Família é o primeiro grupo ao qual o ser humano pertence. É entendida como uma construção social que varia ao longo da história da humanidade.
No século XVII a família era considerada extensa e patriarcal. A casa era considerada, socialmente, um lugar público. O Patriarca detinha o poder sobre qualquer indivíduo da organização social da qual fazia parte. A mulher (filha – tutela do pai), transferia a tutela para o marido, em que não há existência de amor e a possibilidade de escolha.
O casamento monogâmico, composto por um casal e com um caráter permanente de duração.
Uma de suas finalidades seria a de garantir a transmissão de herança a filhos legítimos do homem (responsável pela acumulação de bens), o que só seria possível com a garantia de que a mulher exercia sua sexualidade no âmbito exclusivo do casamento.
No século XIX, amor, sexualidade e casamento se associaram.
A família moderna passou a ser compreendida – sócio afetiva que tem o dever de afeto entre os seus membros. O Espaço público se consolidou como território masculino. A importância de mãe na criação dos filhos. A família tornou-se responsável pela garantia da ordem e pela formação educacional e afetiva de sua prole.
Modelos de Família
- Nuclear família padrão, dita tradicional. Pais casados morando com seus filhos biológicos.
- Extensa ou ampliada, se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal. Parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.
- Monoparental, um dos pais de uma criança arca com a responsabilidade de criar o filho, podem ser beneficiados por uma rede de apoio social e afetiva, Exemplo: pessoas significativas, sejam da família extensa, amigos ou membros da comunidade, com os quais possam manter relações afetivas.
- Famílias recompostas ou reconstituída, definem-se pela presença, no lar, de filhos provenientes de uniões anteriores de um ou de outro cônjuge.
- Famílias homoafetivas, pessoas do mesmo sexo que moram juntas, colocam em questão o modelo tradicional fundado na reprodução biológica e a heterossexualidade. 
O exercício das funções parentais seria possível na relação homoafetiva?
Verifica-se que a saúde psíquica dos pais e as motivações inconscientes implicadas no desejo de ter um filho, e não o seu sexo, são aspectos a serem privilegiados quando se trata de pensar a parentalidade.
A opção por não constituir família, o casamento comteporâneo não necessariamente envolve um projeto de filiação e descendência e vem crescendo o número de casais que optam por não ter filhos.
Há muita estigmatização e pressão social sofrida por casais que optam por não ter filhos.
Fatores que contribuíram para as transformações sofridas pela família na contemporaneidade.
- Conjugalidade – dois sujeitos, com suas diferentes histórias de vida, se unem e estabelecem uma relação.
- Parentalidade – é a relação entre pais e filhos.
O Direito ampliou o conceito de parentalidade ao valorizar o parentesco psicológico que prevalece sobre a verdade biológica (filiação sócio afetiva, parentalidade não apenas porpela biologia, mas por fatores sociais e afetivos). A parentelidade pode ser formada por outros membros da família.
Funções de pai e mãe começaram a ser pensadas conjuntamente com a utilização de uma mesma palavra, ou seja, “parental”. A parentalidade pode ser retomada por outros membros da família. O pai biológico e o pai que a cria não são encarnados nas mesmas pessoas.
Tendência à redefinição dos papéis (homens e mulheres tiveram lugares e funções bem definidos)
O papel do pai vem sendo cada vez mais discutido e repensado. O pai pareça estar assumindo um papel mais participativo na vida dos filhos. Gradativamente, foi ocorrendo a substituição do Pátrio Poder pelo Poder Familiar - o poder paterno foi substituído por uma autoridade compartilhada. Cabe ao casal parental a responsabilidade conjunta de criar e educar os filhos.
A construção da conjugalidade é hoje modificada pela emancipação feminina, pela liberação sexual... Seu objetivo primeiro pode não ser a constituição de uma família.
Mito do amor materno - o amor materno enquanto instinto (universal e natural) é um mito construído sócio historicamente. O amor materno, portanto, não é inato nem inscrito desde sempre na natureza feminina.
A mulher era feita para ser mãe, e uma boa mãe. As exceções eram consideradas patológicas.
Não se pode falar de uma essência masculina ou feminina. Masculino e Feminino são categorias inscritas no social que ganham significados diversos em função do contexto.
Parentalidade - não se estabelece automaticamente a partir da chegada de um filho, mas é um complexo e lento processo.
A filiação não está apoiada apenas na realidade genética, mas deve ser fundada no desejo e na disponibilidade de assumir a função parental.
A construção da parentalidade nas relaçõesafetivas
Ao nascer, a criança recebe o direito à cidadania, ou seja, é natural de algum lugar. Nome e sobrenome indicam pertencimento a um grupo familiar (é incluída em uma rede de parentesco) e a família será responsável pela produção de sua identidade social.
Filiação sócio afetiva - aqueles que se intitulam pais que irão inscrever o sujeito em uma família - tratado, educado e mantido por aqueles como filho e, portanto, reconhecido como tal pela sociedade e pela família.
A filiação afetiva ganha cada vez mais espaço e diferentes adultos podem assumir funções parentais, mesmo não sendo os pais legais nem os genitores.
No caso de uma adoção não existe gestação, mas os pais adotivos vão falar de uma “gestação psicológica”, que indica seu desejo de receber a criança adotada como filho.
A construção da parentalidade - se inicia com uma criança imaginária, sonhada pela mãe durante a gravidez ou durante o período de espera da adoção.
Conjugalidade X Parentalidde: Separações e recasamentos
Mesmo que o laço conjugal se desfaça, espera-se que o laço parental se fortaleça e, idealmente, os ex-cônjuges devem permanecer pais em conjunto e de comum acordo.
É fundamental que a figura parental que estiver provisoriamente ausente do cotidiano do filho, em decorrência da separação, deva poder continuar convivendo com ele sem que se faça um movimento de tentar substituí-lo pelo novo parceiro do pai ou da mãe.
É justo que ambos ex-cônjuges refaçam suas vidas afetivas.
Princípio do Melhor Interesse da Criança, previsto na Constituição em seu artigo 227, mas também no Estatuto da Criança e do Adolescente em seus artigos 4º e 5º - a convivência familiar foi entendida como um direito fundamental da infância, e a filiação sócioafetiva foi valorizada.
Guarda Compartilhada
Até recentemente, o mais comum era a adoção do modelo de guarda unilateral, geralmente concedida à mãe, por se acreditar que ela teria melhores condições para exercê-la.
O fato de deter uma guarda unilateral acaba conferindo ao guardião um poder que pode ser utilizado para dominar a situação e provocar inúmeros constrangimentos ao outro genitor.
No processo de dissolução do vínculo conjugal por separação - judicial /divórcio consensual, espera-se que os pais possam entrar em acordo sobre a guarda dos filhos.
A lei nº 11.698/2008 representou uma nova compreensão do modelo de família e estabeleceu como preferencial o modelo de guarda compartilhada, que permitiu repensar a concepção vigente até então quanto aos papéis de pai e de mãe na formação de um filho.
A menos que um dos pais seja física ou psicologicamente nocivo para o filho, nada justifica a privação do exercício da função parental, sendo a convivência com ambos os pais um direito inalienável atribuído à criança. 
A criança tem o direito de continuar ligada às duas famílias e ser impregnada por suas histórias
Alienação Parental 
A Alienação Parental fere o melhor interesse da criança, pois o interesse dos pais prevalece sobre os interesses dos filhos, provocando danos em seu desenvolvimento.
O termo alienação parental foi utilizado em meados dos anos 1980 por Richard Gardner (psiquiatra 1931-2003)
 O autor denominou de Síndrome de Alienação Parental (SAP) o que seria um distúrbio infantil provocado em menores de idade expostos às disputas judiciais entre seus pais. 
É uma forma de abuso – abuso emocional - conduzir ao enfraquecimento progressivo da ligação psicológica entre a criança e um genitor amoroso. Em muitos casos pode conduzir à destruição total dessa ligação.
A (SAP) têm sido criticada por estudiosos de saúde mental e de direito, que alegam falta de validade científica e confiabilidade.
O genitor alienante 
Exclui o outro da vida dos filhos e Interfere nas visitas 
Ataca a relação entre o filho e o outro genitor
Emite falsas acusações de abuso sexual, uso de drogas e álcool. 
A Criança Alienada:
Sentimento de raiva e ódio contra o genitor alienado e sua família. 
Se recusa a dar atenção, visitar, ou se comunicar com o outro genitor. 
Guarda sentimentos e crenças negativas sobre o outro genitor, que são inconsequentes, exageradas ou inverossímeis com a realidade. 
 
Crianças Vítimas de SAP são mais propensas a:
Distúrbios psicológicos: depressão, ansiedade, pânico, baixa autoestima. 
Drogas e álcool - forma de aliviar a dor e culpa da alienação. 
Cometer suicídio. 
Não conseguir uma relação estável, quando adultas. 
Problemas de gênero, em função da desqualificação do genitor atacado. 
http://www.alienacaoparental.com.br/o-que-e
Alienação Parental - centrada mais no comportamento parental do que no papel da criança em atingir o genitor alienado. 
Não podemos ignorar os casos em que os maus tratos e a negligência estão presentes - a aversão e a rejeição da criança seriam justificadas, e tais sentimentos não explicariam a AP;
Os casos em que AP ocorre por superproteção do genitor alienador, que, emocionalmente frágil, sente preocupação e ansiedade na ocasião das primeiras visitas do filho ao outro genitor. 
A acusação de abuso sexual - quando falsa, é a mais grave forma de AP, tanto pela eficácia do objetivo como pelas consequências psicológicas na criança. A criança repete a história sistematicamente – falsas memórias.
Diante de situações que envolvem acusação de abuso sexual, a tendência de alguns juízes é de suspender imediatamente as visitas, facilitando o rompimento do vínculo do filho com o genitor.
Perícia psicossocial - diagnóstico da AP - mediante uma atuação interdisciplinar dos profissionais das áreas jurídicas, sociais e psicológicas.
A perícia psicológica ou biopsicossocial determinada pelo juiz deverá ser realizada por profissional ou equipe multidisciplinar habilitada em diagnosticar a AP, com habilitação comprovada por histórico profissional ou acadêmico.
O genitor alienador – pode set punido com advertência, multa, intervenção psicológica monitorada, fixação cautelar de domicílio, alteração da guarda e, em casos graves, com suspensão ou perda do poder familiar, podendo também ser responsabilizado civil e criminalmente por seus atos.
Existem 7 itens elencados, no parágrafo único do Art. 2, da referida lei, em que são exemplificadas formas de alienação parental:
- Realizarcampanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade;
- Dificultar o exercício da autoridade parental;
- Dificultar contato de criança ou adolescente com genitor;
- Dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar;
- Omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente,
- Apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente;
- Mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós.

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