TEORIA DA DECISÃO, Economia primeiro período Claudio Ganda

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
Faculdade de Direito
Disciplina: Economia
Prof. Dr. Cláudio Ganda
(claudioganda@pucsp.br)
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8ª aula: Modelos de Tomada de Decisão
Custo de Oportunidade: o verdadeiro custo de qualquer coisa é seu custo de oportunidade, ou seja, aquilo que precisamos abrir mão para obtê-lo.
Quando se trata de tomar decisões é essencial levar isto em conta, já que o custo de oportunidade de uma ação frequentemente é maior que o simples custo monetário.
Por exemplo: qual é exatamente o custo de um ano adicional na faculdade? O custo desse ano adicional é o que você deixa de ter se optasse por um emprego nesse período.
Esse custo de oportunidade deve ser dividido em duas partes: o custo explícito e o custo implícito. 
Custo explícito é o que requer gasto em dinheiro, como, por exemplo, o valor da matrícula.
Custo implícito não implica despesas em dinheiro; aqui o que se mede é o valor monetário de todos os benefícios dos quais se abre mão. Por exemplo, o a renda que você teria recebido caso tivesse optado por um emprego.
Um outro modo de observar o custo implícito neste exemplo: o salário que você deixa de receber é o custo de usar seus próprios recursos: o tempo, no caso, indo para a faculdade em vez de trabalhar em um emprego. 
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Custo de oportunidade de um ano adicional na Faculdade
Lucro Contábil 
Levar em conta os custos explícitos e também os custos implícitos é importante na tomada de decisões no plano individual. Isso também se aplica no caso de negócios.
Observe o exemplo de um pequeno restaurante com receita anual de R$ 100.000,00. Deduzidos desta receita os gastos, como o custo dos ingredientes das refeições e outros materiais, os salários dos funcionários e o aluguel do local da sede, que somam R$ 60.000,00, temos um lucro de R$ 40.000,00? Certo? Não!
Resta indagarmos sobre os equipamentos do restaurante. Se tais equipamentos não forem de propriedade do empresário, ainda haverá o aluguel dos mesmos. 
Mas, ainda que o empresário seja dono dos equipamentos, necessário deduzir da receita também um tanto relacionado à depreciação desses equipamentos do restaurante, já que os mesmos se desgastam com o tempo e uso frequente, o que impõe a troca a cada período.
Se, por hipótese, a redução do valor dos equipamentos pelo desgaste em um ano for estimado em R$ 5.000,00, então esse será o montante abatido da receita.
Assim: R$ 100.000,00 - R$ 40.000,00 - R$ 5.000,00 = R$ 35.000,00. Este é o lucro contábil do negócio.
Basicamente, portanto, o lucro contábil de uma empresa é a receita menos o custo explícito e a depreciação. 
Lucro Contábil X Lucro Econômico
Afora a utilidade de se identificar o lucro contábil, outra informação igualmente importante para o caso de o empresário, por exemplo, quiser mudar de ramo e então passar o negócio de restaurante adiante. Para tomar essa decisão, precisará saber qual o lucro econômico, ou seja, a receita que obtém, menos o seu custo de oportunidade, no qual se inclui também os custos implícitos.
Quando os economistas se referem a lucro, normalmente têm em conta o lucro econômico, que difere do lucro contábil porque naquele – diversamente deste – se contam também os custos implícitos. 
Nos negócios, os custos implícitos se apresentam por dois motivos:
1. o capital do negócio (equipamentos, edificação, instrumentos, estoques e ativos financeiros) poderia ser utilizado de outro modo (i. e., se a empresa é dona de seu capital, ela não paga pelo seu uso, mas suporta o custo implícito de não explorar essa riqueza de outro modo (locação, por exemplo);
2. o empresário, dedicando o seu tempo e energia à administração e/ou operação do restaurante, deixa de se dedicar a qualquer outra atividade eventualmente rentável. 
Custo implícito do capital
Se a empresa não fosse proprietária dos equipamentos, móveis e talheres, p. ex., teria de alugá-los para poder operar, e o valor do aluguel dispendido seria um custo explícito.
Por outro lado, sendo dona e, portanto, não pagando aluguel pelas ferramentas de trabalho, a tão só dedução da estimativa de depreciação na declaração do lucro não contempla o custo de oportunidade das máquinas, deixando a descoberto o que se sacrifica para tê-las como patrimônio.
A hipótese de alienação desses bens por R$ 50.000,00 e uso dessa quantia em aplicações financeiras, por exemplo, poderia render R$ 3.000,00 no mesmo período.
Esse valor é o chamado Custo Implícito do Capital para se manter o restaurante em funcionamento. É tão real quanto o custo explícito do aluguel. 
Custo implícito do tempo
Suponha que ao invés de administrar seu próprio restaurante, o proprietário venha a se dedicar como chef no restaurante de outra pessoa, ganhando R$ 34.000,00. 
Então, esse valor também será um custo implícito do seu negócio, o que repercute no lucro econômico. 
Contabilidade 
A tabela abaixo reflete a contabilidade do restaurante hipotético Babette´s Cajun Café, levando em conta custos implícitos e custos explícitos, oferecendo, nos Casos 1 e 2, um comparativo entre lucro econômico positivo e negativo. 
 Caso 1 Caso 2 
“QUANTO”: A análise marginal
Decisões econômicas são de dois tipos: “ou ... ou então” e “quanto”.
Análise marginal consiste em comparar o benefício de empreender um pouquinho mais de uma atividade com o custo de continuar um pouquinho nessa atividade, o que os economistas chamam de benefício marginal.
O custo de fazer um pouco mais de algo denominam custo marginal. 
Custo Marginal
No negócio de restaurante os ingredientes da comida representam uma parcela relativamente pequena dos custos. 
Outros itens, como aluguel, eletricidade, salários, etc., constitui a maior parcela dos custos normais de um restaurante.
Isso significa que não custa muito aumentar as porções dos pratos. 
Os clientes, em geral, se dispõem a pagar mais por pratos maiores. 
Descobrir as porções que maximizam os lucro depende de se descobrir o custo marginal de aumentar as porções.
Um modelo econômico: um restaurante que sirva apenas um prato, no caso asas de frango, e que atenda o mesmo número de clientes todo o dia.
Quantas asas de frango incluir em cada refeição a ser servida? 
Custos de preparar e servir as refeições: 
Explícitos: ingredientes, eletricidade, salários, etc. (variam de acordo com quantidade servida);
Implícitos: custo de oportunidade do emprego do equipamento na atividade e o tempo que o empresário dedica ao negócio (estes são independentes da quantidade de alimentos servida). 
O custo total de cada refeição servida é o custo de prepará-la e servi-la, mais a sua parcela nos custos operacionais do restaurante. 
Custo Total + Custo Marginal
Em geral, o custo marginal de produzir um bem ou serviço é o custo adicional incorrido em produzir uma unidade a mais desse bem ou serviço.
Custo Marginal Constante e Curva de Custo Marginal
Custo Marginal Decrescente e Crescente
Hipótese de diminuição dos custos marginais: especialização;
Hipótese de aumento dos custos marginais: erros e acidentes 
Benefício Marginal
Em geral, o benefício marginal de produzir um bem ou serviço é o benefício adicional obtido de produzir uma unidade a mais do bem ou serviço.
Os clientes consumidores de asas de frango se dispõem a pagar R$ 4,30 pela porção de uma asa, R$ 6,80 pela porção de duas asas, R$ 8,30 pela de três, e assim por diante.
Nesse caso, ele surge pelo fato de aumentar a porção em UMA asa de frango. 
Benefício Marginal e Curva de Benefício Marginal
Na hipótese, a análise sobre o tamanho da porção contém o que se denomina benefício marginal decrescente. 
Análise Marginal
Ganho líquido é igual à diferença entre o benefício marginal e o custo marginal.
Impende observar: já que cada porção tem o mesmo custo para ser produzida e rende o mesmo para ser vendida, interessa
ao empresário aumentar sua lucratividade total ao maximizar o ganho líquido por porção. 
Para encontrar a quantidade ótima, aumente a quantidade enquanto o benefício marginal for maior que o custo marginal.
Princípio da análise marginal: a quantidade ótima de uma atividade é a quantidade em que o benefício marginal iguala o custo marginal. 
Quantidade ótima
Comparação entre porções