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Transtorno de controle dos impulsos SEMINARIO

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UNIVERSIDADE TIRADENTES 
DIRETORIA DE GRADUAÇÃO 
CURSO DE DIREITO 
 
Disciplina: Psicologia geral e jurídica 
Profa. Tatiana de Carvalho Socorro 
 
 
TRANSTORNOS DO CONTROLE DOS IMPULSOS - DSM.IV 
 
 
A característica essencial dos Transtornos de Controle dos Impulsos é o fracasso em 
resistir a um impulso ou tentação de executar um ato perigoso para a própria pessoa ou 
para outros. Na maioria dos transtornos descritos nesta seção, o indivíduo sente uma 
crescente tensão ou excitação antes de cometer o ato. Após cometê-lo, pode ou não 
haver arrependimento, auto-recriminação ou culpa. Os seguintes transtornos são 
incluídos nesta seção: 
 
O Transtorno Explosivo Intermitente é caracterizado por episódios distintos de fracasso 
em resistir a impulsos agressivos, resultando em sérias agressões ou destruição de 
propriedades. 
 
A Cleptomania caracteriza-se por um fracasso recorrente em resistir a impulsos de 
roubar objetos desnecessários para o uso pessoal ou em termos de valor monetário. 
 
A Piromania é caracterizada por um padrão de comportamento incendiário por prazer, 
gratificação ou alívio de tensão. 
 
O Jogo Patológico caracteriza-se por um comportamento mal-adaptativo, recorrente e 
persistente, relacionado a jogos de azar e apostas. 
 
A Tricotilomania caracteriza-se pelo ato de puxar de forma recorrente os próprios 
cabelos por prazer, gratificação ou alívio de tensão, acarretando uma perda capilar 
perceptível. 
 
 
F63.8 - 312.34 TRANSTORNO EXPLOSIVO INTERMITENTE 
 
Características Diagnósticas 
A característica essencial do Transtorno Explosivo Intermitente é a ocorrência de 
episódios definidos de fracasso em resistir a impulsos agressivos, acarretando sérios 
atos agressivos ou a destruição de propriedades (Critério A). O grau de agressividade 
expressada durante um episódio é amplamente desproporcional a qualquer provocação 
ou estressor psicossocial desencadeante (Critério B). 
 
Um diagnóstico de Transtorno Explosivo Intermitente somente é feito depois de 
descartados outros transtornos mentais que poderiam explicar os episódios de 
comportamento agressivo (por ex., Transtorno da Personalidade Anti-Social, Transtorno 
da Personalidade Borderline, Transtorno Psicótico, Episódio Maníaco, Transtorno da 
Conduta ou Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade) (Critério C). 
 
Os episódios agressivos não são decorrentes de efeitos fisiológicos diretos de uma 
substância (por ex., droga de abuso, medicamento) ou de uma condição médica geral 
(por ex., traumatismo craniano, doença de Alzheimer) (Critério C). O indivíduo pode 
descrever os episódios agressivos como "surtos" ou "ataques" nos quais o 
comportamento explosivo é precedido por um sentimento de tensão ou excitação, sendo 
imediatamente seguido por uma sensação de alívio. 
 
Posteriormente, o indivíduo pode sentir remorso, arrependimento ou embaraço pelo 
comportamento agressivo. 
 
Características e Transtornos Associados 
Características descritivas e transtornos mentais associados. Sinais de impulsividade ou 
agressividade generalizada podem estar presentes entre os episódios explosivos. Os 
indivíduos com traços narcisistas, obsessivos, paranóides ou esquizóides podem estar 
especialmente propensos a ter surtos explosivos de raiva, quando sob estresse. 
 
O transtorno pode ter como conseqüência a perda do emprego, suspensão escolar, 
divórcio, dificuldades com relacionamentos interpessoais, acidentes (por ex., em 
veículos), hospitalização (por ex., em virtude de ferimentos sofridos em lutas ou 
acidentes) ou detenções legais. 
 
Achados laboratoriais associados. Pode haver achados de EEG inespecíficos (por ex., 
lentificação) ou evidências de anormalidades na testagem neuropsicológica (por ex., 
dificuldade com inversão de letras). Sinais de alterações do metabolismo da serotonina 
têm sido encontrados no liquor de alguns indivíduos impulsivos e sujeitos a ataques 
coléricos, mas o relacionamento específico desses achados com o Transtorno Explosivo 
Intermitente não está claro. 
 
Achados ao exame físico e condições médicas gerais associadas. Pode haver achados 
inespecíficos ou "leves" nos exames neurológicos (por ex., assimetrias reflexas ou 
movimentos espelhados). Dificuldades de desenvolvimento indicativas de disfunção 
cerebral podem estar presentes (por ex., fala atrasada ou fraca coordenação). 
 
Uma história de condições neurológicas (por ex., traumatismo craniano, episódios de 
inconsciência ou convulsões febris na infância) pode estar presente. Entretanto, se o 
clínico considera que o comportamento agressivo é conseqüência dos efeitos 
fisiológicos diretos de uma condição médica geral diagnosticável, o Transtorno Mental 
Devido a uma Condição Médica Geral apropriado deve ser diagnosticado (por ex., 
Alteração de Personalidade Devido a Traumatismo Craniano, Tipo Agressivo; 
Demência do Tipo Alzheimer, Início Precoce, Sem Complicação, Com Perturbação do 
Comportamento). 
 
Características Específicas à Cultura e ao Gênero 
O amok caracteriza-se por um episódio de comportamento violento agudo e incontido 
para o qual a pessoa afirma ter amnésia. Embora seja tradicionalmente visto nos países 
do sudeste da Ásia, há relatos de amok no Canadá e nos Estados Unidos. 
 
À diferença do Transtorno Explosivo Intermitente, o amok tipicamente ocorre como um 
episódio isolado, ao invés de constituir um padrão de comportamento agressivo, e 
freqüentemente está associado com aspectos dissociativos proeminentes. O 
comportamento violento episódico é mais comum em homens do que em mulheres. 
 
Prevalência 
Não dispomos de informações confiáveis, mas o Transtorno Explosivo Intermitente 
aparentemente é raro. 
 
Curso 
Há poucos dados disponíveis quanto à idade de início do Transtorno Explosivo 
Intermitente, mas este parece ocorrer da adolescência à terceira década de vida. O modo 
de início pode ser súbito e sem um período prodrômico. 
 
Diagnóstico Diferencial 
Um comportamento agressivo pode ocorrer no contexto de muitos outros transtornos 
mentais. Um diagnóstico de Transtorno Explosivo Intermitente deve ser considerado 
apenas depois que todos os demais transtornos associados com impulsos ou 
comportamentos agressivos foram descartados. 
 
Se o comportamento agressivo ocorre exclusivamente durante o curso de um delirium, 
um diagnóstico de Transtorno Explosivo Intermitente não é dado. Da mesma forma, 
quando o comportamento se desenvolve como parte de uma demência, um diagnóstico 
de Transtorno Explosivo Intermitente não é feito e o diagnóstico apropriado é de 
demência, com o especificador Com Perturbação do Comportamento. 
 
O Transtorno Explosivo Intermitente deve ser diferenciado de uma Alteração da 
Personalidade Devido a uma Condição Médica Geral, Tipo Agressivo, que é 
diagnosticada quando o padrão de episódios agressivos é considerado devido aos efeitos 
fisiológicos diretos de uma condição médica geral diagnosticável (por ex., um indivíduo 
que sofreu lesão cerebral por um acidente automobilístico e subseqüentemente 
manifesta uma alteração da personalidade, caracterizada por surtos agressivos). 
 
Uma história atenta e uma avaliação neurológica completa são úteis para esta 
determinação. Observe que anormalidades inespecíficas no exame neurológico (por ex., 
"sinais leves") e alterações do EEG inespecíficas são compatíveis com um diagnóstico 
de Transtorno Explosivo Intermitente e apenas excluem o diagnóstico se são indicativos 
de uma condição médica geral diagnosticável. 
 
Ataques agressivos também podem ocorrer em associação com Intoxicação com 
Substância ou Abstinência de Substância,particularmente associadas com álcool, 
fenciclidina, cocaína e outros estimulantes, barbitúricos e inalantes. O clínico deve 
investigar com atenção a natureza e a extensão do uso de substâncias, e uma triagem de 
sangue e urina para drogas pode ser informativa. 
 
O Transtorno Explosivo Intermitente deve ser diferenciado do comportamento agressivo 
e errático que pode ocorrer no Transtorno Desafiador de Oposição, Transtorno da 
Conduta, Transtorno da Personalidade Anti-Social, Transtorno da Personalidade 
Borderline, Episódio Maníaco e Esquizofrenia. Se o comportamento agressivo é melhor 
explicado como um aspecto diagnóstico ou associado de outro transtorno mental, não é 
dado um diagnóstico separado de Transtorno Explosivo Intermitente. 
 
Um comportamento agressivo pode ocorrer, naturalmente, quando nenhum transtorno 
mental está presente. O comportamento proposital distingue-se do Transtorno Explosivo 
Intermitente pela presença de motivação e vantagens no ato agressivo. Nos contextos 
forenses, os indivíduos podem simular um Transtorno Explosivo Intermitente para 
esquivar-se da responsabilidade por seu comportamento. 
 
Critérios Diagnósticos para F63.8 - 312.34 Transtorno Explosivo Intermitente 
A. Diversos episódios distintos de fracasso em resistir a impulsos agressivos, resultando 
em atos agressivos ou destruição de propriedades. 
B. O grau de agressividade expressada durante os episódios está nitidamente fora de 
proporção com quaisquer estressores psicossociais desencadeantes. 
C. Os episódios agressivos não são melhor explicados por outro transtorno mental (por 
ex., Transtorno da Personalidade Anti-Social, Transtorno da Personalidade Borderline, 
Episódio Maníaco, Transtorno da Conduta ou Transtorno de Déficit de 
Atenção/Hiperatividade), nem se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma 
substância (por ex., droga de abuso, medicamento) ou de uma condição médica geral 
(por ex., traumatismo craniano, doença de Alzheimer). 
 
 
F63.2 - 312.32 CLEPTOMANIA- DSM.IV 
 
Características Diagnósticas 
A característica essencial da Cleptomania é o fracasso recorrente em resistir a impulsos 
de furtar objetos, embora esses não sejam necessários para o uso pessoal ou por seu 
valor monetário (Critério A). O indivíduo vivencia um sentimento subjetivo de 
crescente tensão antes do furto (Critério B) e sente prazer, satisfação ou alívio ao 
cometer o furto (Critério C). 
 
O furto não é cometido para expressar raiva ou vingança, não é realizado em resposta a 
um delírio ou alucinação (Critério D), nem é explicado por um Transtorno da Conduta, 
um Episódio Maníaco ou um Transtorno da Personalidade Anti-Social (Critério E). 
 
Os objetos são furtados apesar de tipicamente terem pouco valor para o indivíduo, que 
teria condições de comprá-los e freqüentemente os dá de presente ou joga-os fora. Às 
vezes, o indivíduo pode colecionar os objetos furtados ou devolvê-los disfarçadamente. 
 
Embora os indivíduos com este transtorno em geral evitem furtar quando uma detenção 
imediata é provável (por ex., na proximidade de um policial), eles não costumam 
planejar seus furtos de antemão nem levam plenamente em conta as chances de serem 
presos. O furto é cometido sem auxílio ou colaboração de outros. 
 
Características e Transtornos Associados 
Os indivíduos com Cleptomania vivenciam o impulso de furtar como ego-distônico e 
têm consciência de que o ato é errado e sem sentido. 
 
A pessoa com freqüência tem medo de ser apanhada e se sente deprimida ou culpada 
quanto aos furtos. Transtornos do Humor (especialmente Transtorno Depressivo Maior), 
Transtornos de Ansiedade, Transtornos Alimentares (particularmente Bulimia Nervosa) 
e Transtornos da Personalidade podem estar associados com a Cleptomania. O 
transtorno pode provocar dificuldades legais, familiares, ocupacionais e pessoais. 
 
Prevalência 
A Cleptomania é uma condição rara, que parece ocorrer em menos de 5% de pessoas 
que cometem furtos em lojas. Ela parece ser mais comum entre mulheres. 
 
Curso 
Existem poucas informações sistemáticas sobre o curso da Cleptomania, mas três cursos 
típicos foram descritos: esporádica, com episódios breves e longos períodos de 
remissão; episódica, com períodos prolongados de furtos e períodos de remissão; 
crônica, com algum grau de flutuação. O transtorno pode continuar por anos, apesar de 
múltiplas condenações por furtos. 
 
Diagnóstico Diferencial 
A Cleptomania deve ser diferenciada de atos comuns de roubo ou furtos em lojas. O 
furto comum (quer planejado ou impulsivo) é deliberado e motivado pela utilidade do 
objeto ou por seu valor monetário. Alguns indivíduos, especialmente adolescentes, 
também podem furtar como um ato de rebeldia, ou como um rito de passagem. 
 
O diagnóstico não é feito, a menos que outros aspectos característicos da Cleptomania 
também estejam presentes. A Cleptomania é extremamente rara, ao passo que os furtos 
em lojas são comuns. Na Simulação, o indivíduo pode fingir os sintomas de 
Cleptomania para evitar processos criminais. 
 
O Transtorno da Personalidade Anti-Social e o Transtorno de Conduta distinguem-se da 
Cleptomania por um padrão geral de comportamento anti-social. A Cleptomania deve 
ser distinguida do furto intencional ou inadvertido que pode ocorrer durante um 
Episódio Maníaco, em resposta a delírios ou alucinações (por ex., na Esquizofrenia) ou 
como resultado de uma demência. 
 
Critérios Diagnósticos para F63.2 - 312.32 Cleptomania 
A. Fracasso recorrente em resistir aos impulsos de furtar objetos que não são 
necessários para o uso pessoal ou por seu valor monetário. 
B. Sentimento aumentado de tensão imediatamente antes da realização do furto. 
C. Prazer, satisfação ou alívio no momento de cometer o furto. 
D. O furto não é cometido para expressar raiva ou vingança, nem ocorre em resposta a 
um delírio ou alucinação. 
E. O furto não é melhor explicado por um Transtorno da Conduta, um Episódio 
Maníaco ou um Transtorno da Personalidade Anti-Social. 
 
F63.1 - 312.33 PIROMANIA- DSM.IV 
 
Características Diagnósticas 
A característica essencial da Piromania é a presença de múltiplos episódios de 
provocação deliberada e proposital de incêndios (Critério A). Os indivíduos com este 
transtorno experimentam tensão ou excitação afetiva antes de provocarem um incêndio 
(Critério B). Existe uma fascinação, interesse, curiosidade ou atração pelo fogo e seus 
contextos situacionais (por ex., parafernália, usos, conseqüências) (Critério C). 
 
Os indivíduos com este transtorno reqüentemente são "espectadores" regulares de 
incêndios em seus arredores, podem acionar alarmes falsos e extraem prazer a partir de 
instituições, equipamentos e pessoal associados com incêndios. Eles podem passar 
algum tempo junto ao corpo de bombeiros, provocar incêndios para afiliar-se ao corpo 
de bombeiros ou até mesmo tornar-se bombeiros. 
 
Os indivíduos com este transtorno experimentam prazer, satisfação ou liberação de 
tensão ao provocarem incêndios, testemunharem seus efeitos ou participarem de seu 
combate (Critério D). O comportamento incendiário não ocorre visando a obter ganhos 
monetários, expressar uma ideologia sócio-política, encobrir uma atividade criminosa, 
expressar raiva ou vingança, melhorar as próprias condições de vida ou em resposta a 
um delírio ou uma alucinação (Critério E). A provocação de incêndios não decorre de 
um prejuízo no julgamento (por ex., na demência, no Retardo Mental ou na Intoxicação 
com Substância). 
 
O diagnóstico não é feito se o comportamento incendiário é melhor explicado por 
Transtorno da Conduta, Episódio Maníaco ou Transtorno da PersonalidadeAnti-Social 
(Critério F). 
Características e Transtornos Associados 
Os indivíduos com Piromania podem realizar consideráveis preparativos antes de 
iniciarem um incêndio. Eles podem ser indiferentes às conseqüências do fogo para a 
vida ou a propriedade, ou então obter satisfação com os danos materiais resultantes. 
 
O comportamento incendiário pode ocasionar danos materiais, conseqüências legais, 
ferimentos ou morte do incendiário ou de outras pessoas. 
 
Características Específicas à Idade e ao Gênero 
Embora o comportamento incendiário seja um problema importante em crianças e 
adolescentes (mais de 40% dos detidos por provocação de incêndios nos Estados 
Unidos têm menos de 18 anos), a Piromania parece ser rara na infância. 
 
O comportamento incendiário infantil geralmente está associado com Transtorno da 
Conduta, Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade ou Transtorno de 
Ajustamento. A Piromania ocorre com maior freqüência em homens, especialmente 
naqueles com habilidades sociais mais deficientes e dificuldades de aprendizagem. 
 
Prevalência 
A Piromania aparentemente é rara. 
 
Curso 
Os dados existentes são insuficientes para se estabelecer uma idade típica de início para 
a Piromania. O relacionamento entre o comportamento incendiário na infância e a 
Piromania na idade adulta não foi documentado. 
 
Em indivíduos com Piromania, os incidentes de comportamento incendiário são 
episódicos, podendo ter uma freqüência variável com o tempo. O curso longitudinal é 
desconhecido. 
 
Diagnóstico Diferencial 
É importante descartar outras causas de comportamento incendiário antes de se fazer o 
diagnóstico de Piromania. A provocação intencional de incêndios pode ocorrer para fins 
de lucro, sabotagem ou vingança; para encobrir um crime; para fins políticos (por ex. 
um ato de terrorismo ou protesto), ou para obter atenção ou reconhecimento (por ex., 
provocar um incêndio para descobri-lo e fazer-se passar por herói). 
 
O comportamento incendiário também pode ocorrer como parte da experimentação 
adequada ao estágio de desenvolvimento na infância (por ex., brincar com fósforos, 
isqueiros ou fogo). Alguns indivíduos com transtornos mentais usam o comportamento 
incendiário para comunicar um desejo, vontade ou necessidade, freqüentemente 
dirigidos à obtenção de uma mudança na natureza ou localização dos serviços. 
 
Esta forma de comportamento incendiário tem sido chamada de "incêndio 
comunicativo", devendo ser cuidadosamente diferenciada da Piromania. Um 
diagnóstico separado de Piromania não é feito quando o comportamento incendiário 
ocorre como parte de um Transtorno da Conduta, um Episódio Maníaco ou Transtorno 
da Personalidade Anti-Social, ou em resposta a um delírio ou alucinação (por ex., na 
Esquizofrenia). 
 
O diagnóstico de Piromania também não deve ser feito quando o comportamento 
incendiário resulta de um prejuízo no julgamento associado com demência, Retardo 
Mental ou Intoxicação com Substância. 
 
Critérios Diagnósticos para F63.1 - 312.33 Piromania 
A. Comportamento incendiário deliberado e proposital em mais de uma ocasião. 
B. Tensão ou excitação afetiva antes do ato. 
C. Fascinação, interesse, curiosidade ou atração pelo fogo e seus contextos situacionais 
(por ex., parafernália, usos, conseqüências). 
D. Prazer, gratificação ou alívio ao provocar incêndios, ou quando os testemunha ou 
participa de seus resultados. 
E. O comportamento incendiário não ocorre visando a obter ganhos monetários, 
expressar uma ideologia sócio-política, encobrir uma atividade criminosa, expressar 
raiva ou vingança, melhorar as próprias condições de vida, em resposta a um delírio ou 
alucinação, ou em conseqüência de um prejuízo no julgamento (por ex., na demência, 
no Retardo Mental ou na Intoxicação com Substância). 
F. O comportamento incendiário não é melhor explicado por um Transtorno da 
Conduta, um Episódio Maníaco ou em Transtorno da Personalidade Anti-Social. 
 
F63.0 - 312.31 JOGO PATOLÓGICO - DSM.IV 
 
Características Diagnósticas 
A característica essencial do Jogo Patológico é um comportamento de jogo mal-
adaptativo, recorrente e persistente (Critério A), que perturba os empreendimentos 
pessoais, familiares ou ocupacionais. O diagnóstico não é feito se o comportamento é 
melhor explicado por um Episódio Maníaco (Critério B). 
 
O indivíduo pode manter uma preocupação com o jogo (por ex., reviver experiências de 
jogo do passado, planejar a próxima parada ou pensar em modos de obter dinheiro para 
jogar) (Critério A1). A maioria dos indivíduos com Jogo Patológico afirma que está 
mais em busca de "ação" (um estado eufórico e excitado) do que de dinheiro.Apostas ou 
riscos cada vez maiores podem ser necessários para continuar produzindo o nível de 
excitação desejado (critério A2). 
 
Os indivíduos com Jogo Patológico freqüentemente continuam jogando, apesar de 
repetidos esforços no sentido de controlar, reduzir ou cessar o comportamento (Critério 
A3). Pode haver inquietação ou irritabilidade, ao tentar reduzir ou parar de jogar 
(Critério A4). 
 
O indivíduo pode jogar como uma forma de fugir de seus problemas ou para aliviar um 
humor disfórico (por ex., sentimentos de impotência, culpa, ansiedade, depressão) 
(Critério A5). Um padrão de "recuperação" das perdas pode desenvolver-se, com uma 
necessidade urgente de continuar jogando (freqüentemente fazendo apostas maiores ou 
assumindo maiores riscos) para anular uma perda ou uma série de perdas. 
 
O indivíduo pode abandonar sua estratégia de jogo e tentar recuperar todas as perdas de 
uma só vez. Embora todos os jogadores possam tentar recuperar suas perdas por curtos 
período, a busca de recuperação do prejuízo a longo prazo é mais característica dos 
indivíduos com Jogo Patológico (Critério A6). 
 
O indivíduo pode mentir para familiares, terapeutas ou outras pessoas para encobrir a 
extensão de seu envolvimento com o jogo (Critério A7). Quando não tem mais a quem 
pedir emprestado, o indivíduo pode recorrer ao comportamento anti-social (por ex., 
falsificação, fraude, furto ou estelionato) para obter dinheiro (Critério A8). O indivíduo 
pode ter colocado em risco ou perdido um relacionamento significativo, seu emprego ou 
uma oportunidade profissional ou educacional em virtude do jogo (Critério A9). 
 
O indivíduo também pode recorrer à família ou outras pessoas, em busca de auxílio para 
uma situação financeira desesperadora causada pelo jogo (Critério A10). 
 
Características e Transtornos Associados 
Distorções do pensamento (por ex., negação, superstições, excesso de confiança ou 
sentimentos de poder e controle) podem estar presentes em indivíduos com Jogo 
Patológico. 
 
Muitos indivíduos com Jogo Patológico acreditam que o dinheiro é tanto a causa quanto 
a solução para todos os seus problemas. Essas pessoas também são, com freqüência, 
altamente competitivas, cheias de energia, inquietas e facilmente entediadas. Elas 
podem mostrar-se demasiadamente preocupadas com a aprovação dos outros e ser 
generosas ao ponto da extravagância. 
 
Quando não estão jogando, podem ser pessoas "viciadas em trabalho" ou profissionais 
que esperam até perto do prazo final para então realmente começarem a trabalhar. Estes 
indivíduos podem estar propensos ao desenvolvimento de condições médicas gerais 
associadas com estresse (por ex., hipertensão, úlcera péptica, enxaqueca). Taxas 
aumentadas de Transtornos do Sono, Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, 
Abuso ou Dependência de Substância e Transtornos da Personalidade Anti-Social, 
Narcisista e Borderline têm sido relatadas em indivíduos com Jogo Patológico.Há relatos indicando que, dentre os indivíduos tratados para Jogo Patológico, 20% já 
tentaram o suicídio. 
 
Características Específicas à Cultura e ao Gênero 
Existem variações culturais na prevalência e no tipo de atividades ligadas ao jogo (por 
ex., rinhas de galos, corridas de cavalos, mercado de ações). 
 
A maioria das pessoas com Jogo Patológico consiste de mulheres. As mulheres com o 
transtorno têm maior propensão à depressão e a jogarem como fuga. 
 
As mulheres são sub-representadas nos programas de tratamento para o jogo, 
representando apenas 2-4% da população dos Jogadores Anônimos, o que pode ocorrer 
em função de um maior estigma vinculado às mulheres que jogam. 
 
Prevalência 
Os poucos dados disponíveis sugerem que a prevalência do Jogo Patológico pode ser de 
até 1-3% da população adulta. 
 
Curso 
O Jogo Patológico tipicamente começa no início da adolescência em homens, e mais 
tarde, em mulheres. Embora uns poucos indivíduos sejam "fisgados" por sua primeira 
aposta, para a maioria o curso é mais insidioso. Pode haver anos de jogo social, 
seguidos de um início abrupto que pode ser precipitado por maior exposição ao jogo ou 
por um estressor. 
 
O padrão de jogo pode ser regular ou episódico, e o curso do transtorno é tipicamente 
crônico. Existe, geralmente, uma progressão na freqüência do jogo, nas quantias 
apostadas e na preocupação com o jogo e com a obtenção de dinheiro para jogar. A 
avidez por jogar e por atividades ligadas ao jogo geralmente aumenta durante períodos 
de estresse ou depressão. 
 
Padrão Familial 
Jogo Patológico e Dependência de Álcool são mais comuns entre os pais de indivíduos 
com Jogo Patológico do que entre a população geral. 
 
Diagnóstico Diferencial 
O Jogo Patológico deve ser diferenciado do jogo social e do jogo profissional. O jogo 
social tipicamente ocorre com amigos ou colegas e tem uma duração limitada, 
estipulando com antecedência um limite aceitável de perdas. No jogo profissional, os 
riscos são limitados e a disciplina é central. 
 
Alguns indivíduos podem experimentar problemas associados com o jogo (por ex., 
comportamento de recuperação de prejuízos a curto prazo e perda do controle) que não 
satisfazem todos os critérios para Jogo Patológico. 
 
Uma perda do julgamento e jogo excessivo podem ocorrer durante um Episódio 
Maníaco. Um diagnóstico adicional de Jogo Patológico somente deve ser dado se o 
comportamento de jogo não é melhor explicado pelo Episódio Maníaco (por ex., uma 
história de comportamento de jogo mal-adaptativo em momentos outros que não 
durante um Episódio Maníaco). 
 
Por outro lado, um indivíduo com Jogo Patológico, durante uma parada de jogo, pode 
apresentar um comportamento que se assemelha a um Episódio Maníaco. Entretanto, 
uma vez afastado do jogo, esses aspectos tipo maníacos dissipam-se. Problemas com o 
jogo podem ocorrer em indivíduos com Transtorno da Personalidade Anti-Social; se os 
critérios são satisfeitos para ambos os transtornos, ambos podem ser diagnosticados. 
 
Critérios Diagnósticos para F63.0 - 312.31 Jogo Patológico 
A. Comportamento de jogo mal-adaptativo, persistente e recorrente, indicado por cinco 
(ou mais) dos seguintes quesitos: 
(1) preocupação com o jogo (por ex., preocupa-se com reviver experiências de jogo 
passadas, avalia possibilidades ou planeja a próxima parada, ou pensa em modos de 
obter dinheiro para jogar) 
(2) necessidade de apostar quantias de dinheiro cada vez maiores, a fim de obter a 
excitação desejada 
(3) esforços repetidos e fracassados no sentido de controlar, reduzir ou cessar com o 
jogo 
(4) inquietude ou irritabilidade, quando tenta reduzir ou cessar com o jogo 
(5) joga como forma de fugir de problemas ou de aliviar um humor disfórico (por ex., 
sentimentos de impotência, culpa, ansiedade, depressão)[586] 
(6) após perder dinheiro no jogo, freqüentemente volta outro dia para ficar quite 
("recuperar o prejuízo") 
(7) mente para familiares, para o terapeuta ou outras pessoas, para encobrir a extensão 
do seu envolvimento com o jogo 
(8) cometeu atos ilegais, tais como falsificação, fraude, furto ou estelionato, para 
financiar o jogo 
(9) colocou em perigo ou perdeu um relacionamento significativo, o emprego ou uma 
oportunidade educacional ou profissional por causa do jogo 
(10) recorre a outras pessoas com o fim de obter dinheiro para aliviar uma situação 
financeira desesperadora causada pelo jogo. 
B. O comportamento de jogo não é melhor explicado por um Episódio Maníaco. 
 
 
 
F63.3 - 312.39 - TRICOTILOMANIA - DSM.IV 
 
Características Diagnósticas 
A característica essencial da Tricotilomania consiste em arrancar os próprios cabelos de 
maneira recorrente, resultando em perda capilar perceptível (Critério A). Os locais de 
onde os cabelos são arrancados podem compreender qualquer região do corpo (inclusive 
as regiões axilar, púbica e peri-retal), sendo os pontos mais comuns o couro cabeludo, 
sobrancelhas e cílios. 
 
O ato de arrancar cabelos pode ocorrer em breves episódios ao longo do dia, ou em 
períodos menos freqüentes, porém mais prolongados, que podem continuar por horas. 
Circunstâncias estressantes freqüentemente aumentam o comportamento, mas este 
também ocorre em estados de relaxamento e distração (por ex., assistindo televisão ou 
lendo um livro). Um sentimento de tensão aumentada está presente imediatamente antes 
do ato de arrancar os cabelos (Critério B). 
 
Para alguns, a tensão não precede necessariamente o ato, mas está associada com 
tentativas de resistir a este anseio. Existe satisfação, prazer ou uma sensação de alívio ao 
arrancar os cabelos (Critério C). Alguns indivíduos experimentam uma sensação "tipo 
coceira" no couro cabeludo, que é aliviada pelo ato de arrancar os cabelos. 
 
O diagnóstico não é dado se o ato de arrancar os cabelos é melhor explicado por um 
outro transtorno mental (por ex., em resposta a um delírio ou uma alucinação) ou se 
deve a uma condição médica geral (por ex., inflamação da pele ou outras condições 
dermatológicas) (Critério D). O distúrbio deve causar sofrimento clinicamente 
significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas 
importantes da vida do indivíduo (Critério E). 
 
Características e Transtornos Associados 
Características descritivas e transtornos mentais associados. Comportamentos de 
examinar a raiz do cabelo, arrancá-la, enfiar uma mecha entre os dentes ou tricofagia 
(comer cabelos) podem ocorrer com a Tricotilomania. 
 
O ato de arrancar os cabelos não ocorre, geralmente, na presença de outras pessoas 
(exceto membros da família imediata), e as situações sociais podem ser evitadas. Os 
indivíduos habitualmente negam que arrancam os cabelos e escondem ou camuflam a 
alopécia resultante. 
 
Alguns indivíduos sentem uma ânsia por arrancar cabelos de outras pessoas, podendo às 
vezes procurar oportunidades para fazê-lo disfarçadamente. Eles [587]podem arrancar 
os pêlos de animais de estimação, bonecos e outros materiais fibrosos (tais como 
suéteres ou tapetes). Os comportamentos de roer unhas, coçar-se, morder-se e escoriar-
se podem estar associados com a Tricotilomania. 
 
Os indivíduos com Tricotilomania também podem ter Transtornos do Humor, 
Transtornos de Ansiedade ou Retardo Mental. 
 
Achados ao exame físico e condições médicas gerais associadas. Não há, 
rotineiramente, relatos de dor com o ato de arrancar os cabelos; pode haver prurido nas 
áreas envolvidas. Os padrões de perda capilar são altamente variáveis. Áreas de alopécia 
completa são comuns, bem como áreas de perceptível redução da densidade capilar.Quando há envolvimento do couro cabeludo, pode haver uma predileção pelo topo da 
cabeça ou regiões parietais. 
 
A superfície do couro cabeludo geralmente não apresenta evidências de escoriações. 
Pode haver um padrão de calvície quase completa, exceto por um estreito perímetro em 
torno das margens externas do couro cabeludo, particularmente na nuca ("tricotilomania 
tonsurante"). 
 
As sobrancelhas e os cílios podem estar completamente ausentes. Uma escassez de 
pêlos púbicos pode ser aparente na inspeção. Pode haver áreas de ausência de pêlos nos 
membros ou no tronco. A tricofagia pode resultar em bezoares (bolas de cabelos) que 
podem causar anemia, dor abdominal, hematêmese, náusea e vômitos, bem como 
obstrução ou mesmo perfuração intestinal. 
 
Características Específicas à Cultura, à Idade e ao Gênero 
Entre as crianças com Tricotilomania, os dois sexos são igualmente representados. Em 
adultos, a Tricotilomania parece ser muito mais comum em mulheres. 
 
Isto tanto pode refletir a verdadeira razão entre os gêneros para a condição, quanto uma 
diferença na busca de tratamento, baseada em atitudes culturais ou ligadas ao gênero, 
em relação à aparência (por ex., aceitação da perda capilar como normal entre os 
homens). 
 
Prevalência 
Não existem dados sistemáticos sobre a prevalência da Tricotilomania. Embora o 
transtorno anteriormente fosse considerado uma condição incomum, atualmente se 
acredita que ocorra com maior freqüência. 
 
Estudos recentes de amostras universitárias sugerem que 1 a 2% dos estudantes têm 
uma história atual ou passada de Tricotilomania. 
 
Curso 
Períodos transitórios de arrancar cabelos nos primeiros anos da infância podem ser 
considerados um "hábito" benigno, com um curso autolimitado. Entretanto, muitos 
indivíduos que apresentam Tricotilomania crônica na idade adulta relatam um início nos 
primeiros anos da infância. 
 
O início habitualmente ocorre antes da idade adulta, com picos em torno dos 5 aos 8 
anos e aos 13 anos. Alguns indivíduos têm sintomas contínuos por décadas. Para outros, 
o transtorno pode ir e vir durante semanas, meses ou anos seguidos. Os locais de onde 
os cabelos são arrancados podem variar ao longo do tempo. 
 
Diagnóstico Diferencial 
Outras causas de alopécia devem ser consideradas em indivíduos que negam o ato de 
arrancar os cabelos (por ex., alopécia areata, calvície com padrão masculino, lúpus 
eritematoso discóide crônico, líquen plano, foliculite descalvante, pseudopelada e 
alopécia mucinosa). Um diagnóstico separado de Tricotilomania não é dado se o 
comportamento é melhor explicado por outro transtorno mental (por ex., em resposta a 
um delírio ou uma alucinação na Esquizofrenia). 
 
O ato repetitivo de arrancar os cabelos na Tricotilomania deve ser diferenciado de uma 
compulsão, como no Transtorno Obsessivo-Compulsivo. No Transtorno Obsessivo-
Compulsivo, os comportamentos repetitivos são executados em resposta a uma 
obsessão, ou de acordo com regras que devem ser rigidamente aplicadas. 
 
Um diagnóstico adicional de Transtorno de Movimento Estereotipado não é feito se o 
comportamento repetitivo se limita ao ato de arrancar os cabelos. A alopécia auto-
induzida na Tricotilomania deve ser diferenciada do Transtorno Factício com 
Predomínio de Sinais e Sintomas Físicos, no qual a motivação para o comportamento 
consiste em assumir o papel de doente. 
 
Muitos indivíduos retorcem e brincam com os cabelos, especialmente durante estados 
de maior ansiedade, mas este comportamento geralmente não se qualifica para um 
diagnóstico de Tricotilomania. Alguns indivíduos podem apresentar aspectos da 
Tricotilomania, mas o dano capilar resultante pode ser tão leve, a ponto de ser 
virtualmente indetectável. Nessas situações, o diagnóstico apenas deve ser considerado 
se o indivíduo experimenta sofrimento significativo. 
 
Em crianças, períodos autolimitados de arrancar os cabelos são comuns, podendo ser 
considerados um "hábito" temporário. Portanto, em crianças, o diagnóstico deve ser 
reservado para as situações nas quais o comportamento persiste por vários meses. 
 
Critérios Diagnósticos para F63.3 - 312.39 Tricotilomania 
A. Comportamento recorrente de arrancar os cabelos, resultando em perda capilar 
perceptível. 
B. Sensação de tensão crescente, imediatamente antes de arrancar os cabelos ou quando 
o indivíduo tenta resistir ao comportamento. 
C. Prazer, satisfação ou alívio ao arrancar os cabelos. 
D. O distúrbio não é melhor explicado por outro transtorno mental, nem se deve a uma 
condição médica geral (por ex., uma condição dermatológica). 
E. O distúrbio causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no 
funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do 
indivíduo. 
 
REFERÊNCIA: 
http://virtualpsy.locaweb.com.br/dsm_janela.php?cod=33

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