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PREPARA AV2 DE PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO - ESTÁCIO

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PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
Prof. Stella Aranha
A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE : RELAÇÕES AFETIVAS
Vamos iniciar com dois conceitos : 
Conjugalidade - Dois sujeitos, com suas diferentes histórias de vida, se unem e estabelecem uma relação.
Parentalidade – é a relação estabelecida entre pais e filhos
A parentalidade não se estabelece automaticamente, a partir da chegada de um filho.
Tornar-se pai ou mãe é investir afetivamente na criança, reconhecendo-a como filho.
A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE : RELAÇÕES AFETIVAS
A filiação não está apoiada apenas na realidade genética, mas deve ser fundada no desejo e na disponibilidade de assumir a função parental.
Ao nascer, a criança recebe o direito à cidadania, ou seja, é natural de algum lugar. Nome e sobrenome indicam pertencimento a um grupo familiar. Quando nomeada, a criança é incluída em uma rede de parentesco a qual se vinculará, e a família será responsável pela produção de sua identidade social.
Filiação socioafetiva - aqueles que se intitulam pais que irão inscrever o sujeito em uma família. É necessário também que tenha sido tratado, educado e mantido por aqueles como filho e, portanto, reconhecido como tal pela sociedade e pela família.
A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE : RELAÇÕES AFETIVAS
A filiação afetiva ganha cada vez mais espaço e diferentes adultos podem assumir funções parentais, mesmo não sendo os pais legais nem os genitores.
No caso de uma adoção não existe gestação, mas os pais adotivos vão falar de uma “gestação psicológica”, que indica seu desejo de recebera criança adotada como filho.
Qualquer processo de construção da parentalidade se inicia com uma criança imaginária, sonhada pela mãe durante a gravidez ou durante o período de espera da adoção.
CONJUGALIDADE x PARENTALIDADE: SEPARAÇÕES E
 RECASAMENTOS
O fracasso conjugal dos pais não impede que se continue a assegurar conjuntamente as funções parentais. 
Os laços conjugais se rompem, mas há necessidade de cuidar dos laços parentais.
Mesmo que o laço conjugal se desfaça, espera-se que o laço parental se fortaleça e, idealmente, os ex-cônjuges devem permanecer pais em conjunto
e de comum acordo.
Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança - o direito da criança à sua identidade, inclui, enquanto elementos básicos da identidade de um indivíduo, a nacionalidade, o nome e as relações familiares.
Princípio do Melhor Interesse da Criança, previsto na Constituição em seu artigo 227, mas também no Estatuto da Criança e do Adolescente em seus artigos 4º e 5º - a convivência familiar foi entendida como um direito fundamental da infância, e a 
filiação sócioafetiva foi valorizada.
 
GUARDA COMPARTILHADA
As mulheres foram conquistando, em nossa sociedade, igualdade de direitos e oportunidades, mas também os homens têm buscado ocupar um maior espaço no cotidiano familiar e igualdade de direitos na participação da educação dos filhos.
A lei nº 11.698/2008 representou uma nova compreensão do modelo de família e estabeleceu como preferencial o modelo de guarda compartilhada, que permitiu repensar a concepção vigente até então quanto aos papéis de pai e de mãe na formação de um filho.
Atualmente temos a Lei nº 13.058, de 22 de dezembro de 2014 que surgiu para estabelecer o significado da expressão “guarda compartilhada” e dispor sobre sua aplicação.
ALIENAÇÃO PARENTAL
A Alienação Parental fere o melhor interesse da criança, pois o interesse dos pais prevalece sobre os interesses dos filhos, provocando danos em seu desenvolvimento.
A criança demonstraria uma intensa rejeição a um dos genitores (o genitor alienado) como resultado de manipulação psicológica realizada pelo outro genitor (o genitor alienador), sem que houvesse uma justificativa para isso.
A menos que um dos pais seja física ou psicologicamente nocivo para o filho, nada justifica a privação do exercício da função parental, sendo a convivência com ambos os pais um direito inalienável atribuído à criança. 
ALIENAÇÃO PARENTAL
Na lei nº 12.318/2010, que dispõe sobre a alienação parental, ela é descrita como sendo a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou o adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com ele.
ABORDAGEM PSICOLÓGICA DA VIOLÊNCIA
COMUNIDADE INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS - a violência é compreendida como toda violação de direitos civis; políticos; econômicos e culturais.
PSICOLOGIA – BOCK , FURTADO E TEIXEIRA – uso desejado da agressividade, com fins destrutivos, podendo ser voluntário, racional e consciente ou involuntário, irracional e inconsciente.
MANGINI (2008) – a violência ocorre quando a agressividade não está relacionada à proteção de interesses vitais, trazendo em si a ideia de destruição entre seres da mesma espécie, quando outras soluções poderiam ser empregadas.
ABORDAGEM PSICOLÓGICA DA VIOLÊNCIA
Mecanismos de controle da agressividade - por exemplo, a educação, a lei e a tradição. Transformação dos impulsos agressivos em produções consideradas socialmente positivas, como a criação intelectual, as artes e o esporte.
Desde a infância - o ser humano é levado a aprender a reprimir e a não expressar a agressividade de forma descontrolada.
Violência e agressividade - contexto social e cultural no qual o ato é realizado. 
O comportamento agressivo em um contexto pode ser considerado violência em outro, e vice-versa. 
As visões teóricas da Psicologia não se contradizem, se complementam, reforçam-se e possibilitam a compreensão deste fenômeno sob diferentes visões.
ABORDAGEM PSICOLÓGICA DA VIOLÊNCIA
Formas de violência:
Estrutural - negam a cidadania para alguns indivíduos ou determinados grupos de pessoas, pautados principalmente na discriminação social contra os “diferentes”.
Urbana - tipificadas como violação da lei penal, como: 1) assassinatos, 2) sequestros, 3) roubos e, 4) outros tipos de crime contra a pessoa ou contra o patrimônio .
Institucional - aquela praticada nas instituições prestadoras de serviços que deveria garantir uma atenção humanizada, preventiva e também reparadora de danos.
Simbólica - relações estabelecidas entre grupos dominantes e dominados que aparecem de forma “naturalizada”.
ABORDAGEM PSICOLÓGICA DA VIOLÊNCIA
Formas de violência
Violência doméstica
-A violência doméstica é o tipo de violência que ocorre no lar, compreendido como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas.
- Existem cinco tipos de violência doméstica: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. A negligência é o ato de omissão do responsável pela criança/idoso/outra (pessoa dependente de outrem) em proporcionar as necessidades básicas, necessárias para a sua sobrevivência, para o seu desenvolvimento. 
ABORDAGEM PSICOLÓGICA DA VIOLÊNCIA
Situações relacionadas ao comportamento violento, sob uma perspectiva de desenvolvimento :
1-Transtorno desafiador opositivo - O Transtorno Desafiador Opositivo em geral se manifesta antes dos 8 anos de idade e habitualmente não depois do início da adolescência. Os sintomas opositivos frequentemente emergem no contexto doméstico, mas com o tempo podem aparecer também em outras situações. O início é tipicamente gradual, em geral se estendendo por meses ou anos. 
2-Transtorno de conduta - para ser considerado transtorno de conduta, esse tipo de comportamento problemático deve alcançar violações importantes, além das expectativas apropriadas à idade da pessoa e, portanto, de natureza mais grave que as travessuras ou a rebeldia normal de um adolescente ou uma criança mais velha. 
ABORDAGEM PSICOLÓGICA DA VIOLÊNCIA
3-Transtorno de personalidade antissocial
Indivíduos destrutivos e emocionalmente prejudiciais. Costumam desorganizar o meio e as relações sociais,
causando sofrimento nas pessoas que vivem ao seu redor. Apesar de causar problemas para os outros, são pessoas que estão sempre bem, não sentindo culpa nem necessidade de reparar os prejuízos que causam. Algumas pessoas com características antissociais podem jamais enfrentar problemas legais. 
 Para Trindade (2007), a criminalidade não é sinônimo de transtorno de personalidade antissocial.
ABORDAGEM PSICOLÓGICA DA VIOLÊNCIA
4- Psicopatia
A psicopatia é um modelo particular de personalidade. Ela é resultado da interação de diferentes fatores sociais e biológicos, como o transtorno de personalidade antissocial. O fato como agem em relação às normas sociais e jurídicas fez com que fossem também nomeados de sociopatas. Os psicopatas cometem delitos violentos que abalam a humanidade.
De acordo com a Escala Hare, os psicopatas preenchem os critérios para o transtorno de personalidade antissocial, mas nem todos os indivíduos com este transtorno preenchem os critérios para psicopatia.
Há uma prevalência duas a três vezes maior de transtornos de personalidade antissocial do que de psicopatas.
ABORDAGEM PSICOLÓGICA DA VIOLÊNCIA
Outras formas de violência
- Bullying - diferenças entre bullying e outras formas de violência e brincadeiras:ações repetitivas contra a mesma vítima em um período prolongado de tempo; há um desequilíbrio de poder ; o que dificulta a defesa da vítima; e ,ausência de motivos que justifiquem os ataques.
- O assédio moral é uma coação social, que pode ser instalada em qualquer tipo de hierarquia ou relação que se sustente pela desigualdade social e pela autoridade. O assédio moral é um fenômeno antigo, no entanto sua importância atual deve-se ao novo cenário no trabalho, onde os vínculos e interesses próprios levam sempre à uma disputa competitiva.
ABORDAGEM PSICOLÓGICA DA VIOLÊNCIA
O psicólogo e a violência
A violência, para o psicólogo, deve ser tratada e não punida. 
Ele utilizará a investigação das causas, usará as pesquisas já realizadas para, a partir de um trabalho em equipe, tornar viável a reestruturação da situação onde ocorreu a violência. 
É preciso, desta forma, uma maior qualificação, para o psicólogo, como profissional e como pessoa, para que ele possa trabalhar nesta área.
A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO
Qual a finalidade da Justiça ?
Poderíamos dizer que é a transformação social, na busca de uma sociedade justa.
O que é uma sociedade justa? 
Segundo Cavalieri Filho (2002), é uma sociedade sem preconceitos e discriminação de raça, sexo, cor ou idade; uma sociedade livre, solidária, sem pobreza e desigualdades sociais, na qual a cidadania e a dignidade da pessoa humana são as principais metas.
Qual a função do operador do Direito ?
Adequar o Direito à justiça. A justiça é um sistema aberto de valores e suscetível às mudanças, por melhor que seja a lei, sempre terá de ser ajustada às transformações sociais e aos novos ideais de Justiça.
A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO
ACESSO À JUSTIÇA
O acesso à justiça pressupõe a capacidade e oportunidade de realização de um direito, principalmente, dos direitos humanos que configuram a verdadeira cidadania.
E o Psicólogo nestas situações ? 
Fundamentará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos; promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO
Desde meados de 2007, a Secretaria de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça, definiu o tema “Democratização do Acesso à Justiça” como eixo prioritário de suas ações. 
Na tentativa de dar mais visibilidade à Justiça Restaurativa, em 14 de agosto de 2014, o Presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) assinou um acordo para incentivar a Justiça Restaurativa com o objetivo de diminuir a judicialização de infrações e reparar relações sociais.
A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO
JUSTIÇA RESTAURATIVA
Princípios importantes da Justiça Restaurativa:
Voluntariedade 
Horizontalidade 
Responsabilização do autor do ato infracional
Resgate de valores que ficam prejudicados quando se pratica um ato infracional: respeito, honestidade, humildade, entre outros.
CONFLITOS E MECANISMOS DE AUTOCOMPOSIÇÃO DOS CONFLITOS
CONFLITO
Faz parte de nossa vida. 
Ele se estabelece a partir de expectativas, valores e interesses que são contrariados.
Cada uma das partes envolvidas no conflito busca encontrar argumentos para reforçar suas posições e enfraquecer e destruir os argumentos da outra parte.
Paz social = Ausência de conflito ?
Perspectiva restauradora, entendemos que “a paz é um bem precariamente conquistado por pessoas ou sociedades que aprenderam a lidar com conflitos” (Vasconcelos, 2008).
CONFLITOS E MECANISMOS DE AUTOCOMPOSIÇÃO DOS CONFLITOS
Mecanismos de autocomposição de conflitos
1- Negociação - Pessoas com problemas e/ou processos entre elas lidam diretamente para a transformação e restauração de relações, buscando a solução para as suas disputas ou trocas de interesses.
2- Mediação - É um meio de solução de conflitos em que duas ou mais pessoas, com a colaboração de um terceiro, que é o mediador, expõem o problema. O mediador as escuta, questiona e vai trabalhando com elas a comunicação, de forma construtiva, para chegar, eventualmente, a um acordo. 
3- Conciliação é um meio alternativo de resolução de conflitos em que as partes confiam a uma terceira pessoa (neutra), o conciliador, a função de aproximá-las e orientá-las na construção de um acordo” (Tribunal de Justiça do Paraná).
As práticas psicológicas e suas aplicações no Judiciário 
Nos Fóruns, tradicionalmente, o psicólogo realiza trabalhos de avaliação psicológica, elaboração de documentos, acompanhamento de casos, aconselhamento psicológico, orientação, mediação, fiscalização de instituições, programas de atendimentos à infância, adolescência e idoso e encaminhamentos.
Área Civil
O psicólogo jurídico atua na área cível nos casos de interdição, sucessões e indenizações, entre outras ocorrências cíveis.
Área de Família
O psicólogo trabalha assessorando o juiz, principalmente, nos casos de guarda e regulamentação de convivência nas separações que ocorrem de forma litigiosa.
O trabalho do psicólogo nas Varas de Família visa a auxiliar na 
revelação das motivações e comunicações latentes dos indivíduos 
nos processos judiciais que envolvem conflitos familiares.
As práticas psicológicas e suas aplicações no Judiciário 
Nas áreas da infância e juventude, no estabelecimento de medidas protetivas, o psicólogo trabalhará com questões ligadas à violência contra crianças e adolescentes em consonância com o Conselho Tutelar no atendimento destes, de seus responsáveis e nas situações de abrigamento de crianças e adolescentes, quando é impossível a convivência e segurança em seus lares.
O psicólogo, nestes casos, irá elaborar relatório que possa fundamentar a decisão da autoridade judiciária competente pela possibilidade de reintegração familiar ou colocação em família substituta destas crianças e adolescentes.
As práticas psicológicas e suas aplicações no Judiciário 
O Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990) compreende o adolescente como sujeito de direitos e em condição peculiar de desenvolvimento.
Não utiliza o termo menor, uma vez que este remete a noção de inferioridade.
Proíbe o cumprimento de penas para os adolescentes em conflito com a lei, e estabelece o cumprimento de medidas socioeducativas.
São elas: advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, inserção em regime de semiliberdade, internação
em estabelecimento educacional, além de medidas protetivas que visem ao acompanhamento do adolescente na família, escola, comunidade, serviços de saúde etc. 
As práticas psicológicas e suas aplicações no Judiciário 
Propostas de trabalho do psicólogo frente aos adolescentes em conflito com a lei:
promover intervenções críticas no programa de atendimento para a execução de medidas socioeducativas que incentivem os adolescentes a (re)pensarem seus desejos, seus valores, seus ideais e os modos possíveis de transformar a realidade vivida, além da realização de relatórios fornecendo subsídios à decisão judicial sobre a aplicação das medidas.
As práticas psicológicas e suas aplicações no Judiciário 
Idoso
Foi criado o Estatuto do Idoso, por meio da lei federal nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. 
Legislação apta a proteger e a tutelar os direitos do idoso, combatendo a violência por meio da análise de seus principais aspectos penais e processuais penais.
Constatação :além das omissões do Estado, são os familiares os maiores agressores, e a violência ocorre mesmo dentro de suas casas.
Essa violência contra os idosos pode acontecer de várias formas, desde a violência psicológica, que se manifesta pela negligência e pelo descaso, até as agressões físicas.
As práticas psicológicas e suas aplicações no Judiciário 
Varas Criminais
Na realidade brasileira, a Psicologia aplicada à área criminal é talvez o mais antigo campo de atuação do psicólogo jurídico.
O trabalho nessa área relaciona-se com o Direito Penal(orienta-se pelo Código Penal, Código de Processo penal e as Leis que regulamentam o assunto) e insere-se em diversos campos tais como:
- Inquérito Policial, efetuando avaliações em indiciados, para averiguar seu estado psíquico, sua eventual periculosidade;
- Nos Processos criminais realizando avaliações de incidente de insanidade mental, dependência toxicológica, entre outros
As práticas psicológicas e suas aplicações no Judiciário 
Juizados Especiais
Os Juizados Especiais são um importante meio de acesso à justiça, pois permitem aos cidadãos buscarem soluções para seus conflitos cotidianos de forma rápida, eficiente e gratuita.
Nesses Juizados, em geral, quando há psicólogos, ocorre encaminhamento do juiz e após a coleta dos dados e identificação do caráter da questão, por este profissional será feita uma avaliação.
A devolução da avaliação para as partes e para o juiz terá ligação com a intervenção realizada.
As práticas psicológicas e suas aplicações no Judiciário 
Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a mulher
A Lei Maria da Penha ou Lei nº 11.340 de 7 de agosto de 2006, surgiu com o objetivo de responder às necessidades e anseios das mulheres vítimas de violência conjugal, diante dos problemas relativos à aplicação da lei nº9.099 de 1995 (Juizados Especiais),em situações de violência doméstica.
Considerado qualquer ato ou conduta baseada no gênero que cause morte, dano, sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como privada.
A violência pode ser uma forma patológica de comunicação entre os parceiros. 
A violência não surge de repente, mas é a expressão de uma situação crônica que vai, aos poucos, destruindo as defesas da mulher, até deixá-la completamente entregue ao agressor.
As práticas psicológicas e suas aplicações no Judiciário 
Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a mulher
O trabalho do psicólogo nas situações de violência contra a mulher é realizado em equipe multidisciplinar. 
Pode desenvolver trabalhos de orientação, encaminhamento, prevenção e outras ações voltadas para a mulher, o agressor e os familiares envolvidos nestas situações.
O psicólogo irá fornecer subsídios ao juiz, ao Ministério Público e à Defensoria Pública, mediante laudos ou oralmente, em audiências.
As práticas psicológicas e suas aplicações no Sistema Penintenciário
Este é um tema importante e polêmico porque envolve conceitos como justiça, castigo, punição e liberdade. Há muita discussão sobre o papel que o psicólogo quer e pode ocupar no sistema prisional.
As atribuições do profissional, em todas as práticas do sistema prisional: respeito e promoção dos direitos humanos; na participação nos processos de construção da cidadania, desconstruindo o conceito de que o crime está relacionado unicamente à patologia ou à história individual; enfatizar os dispositivos sociais que promovem o processo de criminalização; elaborar estratégias de fortalecimento dos laços sociais, com uma ampla participação dos sujeitos, por meio de projetos interdisciplinares que resgatem a cidadania e a inserção na sociedade extramuros.
O PROCESSO DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO JUDICIÁRIO
O compromisso do psicólogo, na avaliação, não está restrito ao fornecimento de informações ao juiz, para subsidiar decisões no processo judicial. O psicólogo trabalha todas as dimensões do processo encaminhado, visando promover e manter os direitos das pessoas avaliadas.
A avaliação não deve ser usada para excluir ou segregar socialmente as pessoas. É importante um trabalho crítico, qualificado e ligado aos direitos humanos, com o psicólogo assumindo um compromisso social frente às pessoas que são encaminhadas para esse tipo de atendimento.
O PROCESSO DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO JUDICIÁRIO
Perito psicólogo e Assistente técnico
Os peritos são os profissionais de confiança do juízo e têm alguns compromissos: a imparcialidade na avaliação do caso; apresentar um parecer técnico para o magistrado; e responder aos quesitos formulados no documento.
Nas situações em que encontramos partes em oposição, além da perícia, está previsto o direito de contratação de assistentes técnicos. Esses profissionais, psicólogos, estarão acompanhando os resultados do trabalho realizado pelo perito, profissional de confiança do juiz, confirmando ou rejeitando suas conclusões.
DOCUMENTOS ELABORADOS PELO PSICÓLOGO NO JUDICIÁRIO
 No Judiciário, os documentos elaborados pelo psicólogo são provas processuais, auxiliando para esclarecer controvérsias e decisões judiciais.
O psicólogo realizará a avaliação psicológica podendo utilizar instrumentais próprios de sua técnica (entrevistas, testes, observações, dinâmicas) que servem para coletar dados, realizar estudos e interpretações de informações sobre as pessoas atendidas
Documentos : Declaração ; Atestado; Laudo ou Relatório psicológico; e Parecer.
QUESTÕES ÉTICAS LIGADAS AO PSICÓLOGO NO JUDICIÁRIO
O Código de Ética Profissional do Psicólogo foi aprovado em 2005, a partir de múltiplos espaços de discussão sobre a ética da profissão, suas responsabilidades e compromissos com a promoção da cidadania.
Princípios fundamentais do Código de Ética dos Psicólogos
- Princípio da dignidade da pessoa humana
- Promoção da saúde e qualidade de vida das pessoas e coletividades
- Responsabilidade social
- Divulgação dos conceitos éticos e práticas psicológicas.
- Reconhecimento das relações de poder nos contextos em que atua e os impactos destas relações.

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