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Pensamento e Linguagem Cap. 3 e 4

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A TEORIA DE STERN SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM (p. 31 – 39) TERCEIRO CAPÍTULO
Stern distingue três raízes da fala: a tendência expressiva, a social e a “intencional”. Enquanto as duas primeiras constituem também a base dos rudimentos de fala observados entre os animais, a terceira é especificamente humana. (p. 31)
O problema é que Stern considera a intencionalidade – um traço característico na fala desenvolvida que, convenientemente, exige uma explicação genética (isto é, como surgiu no processo evolutivo). (p. 32)
Tudo o que sabemos sobre a mentalidade da criança de uma e meio ou dois anos choca-se com a ideia de que ela possa ser capaz de realizar operações intelectuais tão complexas. (p. 33)
Stern praticamente ignora todos os caminhos intrincados que levam ao amadurecimento da função do signo; sua concepção do desenvolvimento linguístico é extremamente simplificada. (p. 34)
O momento crítico decisivo no desenvolvimento linguístico, cultural e intelectual da criança, descoberto por Stern, realmente existe – embora ele estivesse errado ao dar uma interpretação intelectualista. (p. 34 – 35)
Tópicos tão importantes como a fala interior, seu surgimento e sua conexão com o pensamento são apenas mencionados por Stern. (...) Stern não consegue relacionar as complexas transformações funcionais e estruturais do pensamento ao desenvolvimento da fala. (p. 36)
De início, a palavra é um substituto convencional do gesto; aparece muito antes da crucial ”descoberta da linguagem” por parte da criança, e antes que ela seja capaz de operações lógicas. (p. 37)
(...) Conceito de “convergência”: a conquista da fala pela criança ocorre por meio de uma interação constante de disposições internas, que levam a criança à fala, e condições externas. (...) Para Stern, a convergência é um princípio geral a ser aplicado à explicação de todo o comportamento humano. (p. 38)
(...) Para Stern, a “pessoa” é uma entidade psicofisicamente neutra que, “apesar da multiplicidade de suas funções parciais, manifesta uma atividade unitária, voltada para um objetivo”. (p. 39)
AS RAÍZES GENÉTICAS DO PENSAMENTO E DA LINGUAGEM (p. 41 – 63) QUARTO CAPÍTULO
O progresso da fala não é paralelo ao progresso do pensamento. As curvas de crescimento de ambos cruzam-se muitas vezes; podem atingir o mesmo ponto e correr lado a lado, e até mesmo fundir-se por algum tempo, mas acaba se separando novamente. (p. 41)
Na opinião de Koehler, suas investigações provam que o chimpanzé apresenta os rudimentos de um comportamento intelectual semelhante ao homem. (...) Há considerável discordância entre os psicólogos de diferentes escolas no que diz respeito à interpretação teórica das descobertas de Koehler. (p. 42)
(...) Afirma que suas expressões fonéticas denotam apenas desejos e estados subjetivos, expressam afetos, mais nunca um sinal de algo “objetivo”. (...) Essas observações confirmam as opiniões de Wundt, segundo o qual os gestos de apontar ainda não apareceram nos animais, mas alguns gestos dos macacos constituem uma forma de transição entre os de agarrar e de apontar. (p. 43)
(...) Yerkes parece ser o único capaz de explicar a ausência de fala sem atribuí-las às “causas intrínsecas”. (...) admite uma “ideação mais elevada” nos orangotangos – ao nível, é verdade, de uma criança de três anos de idade, no máximo. (p. 44)
Koehler, (...) por meio da análise experimental precisa, que o êxito das ações dos animais dependia do fato de poderem ver, ao mesmo tempo, todos os elementos da situação - esse era um fator decisivo no seu comportamento. (p.45)
Em seus experimentos, Yerkes utilizou quatro métodos para ensinar os chimpanzés a falar. (...) os antropóides não possuem nada que se assemelhe à fala humana, nem mesmo em estado embrionário. (p. 46)
A linguagem não depende necessariamente do som. Há, por exemplo, a linguagem dos surdos-mudos e a leitura dos lábios, que é também interpretação de movimentos. (p. 47)
A descoberta da fala não pode, em nenhuma situação, depender de uma estruturação óptica. Exige uma operação mental de outo tipo. Não há nenhuma indicação, qualquer que seja, de que tal operação possa estar ao alcance dos chimpanzés. (p. 48)
(...) Learned, compilou um dicionário de 32 elementos, ou “vocábulos”, que não só se assemelham à fala humana, em termos fonéticos, mas também têm um certo significado, no sentido que derivam em determinadas situações ou objetos relacionados com o prazer ou desprazer, ou que inspirem desejo, ressentimento, medo etc. (p. 49)
Está longe de ser uma tentativa intencional e consciente de influenciar ou informar os outros. Em essência, é uma reação instintiva ou algo extremamente semelhante. (p. 50)
Ontogeneticamente, a relação entre o desenvolvimento do pensamento e da fala é muito mais complexa e obscura, mas também aqui podemos distinguir duas linhas separadas, derivadas de duas raízes genéticas diferente. (p. 51)
As descobertas foram semelhantes para as crianças e para os macacos antropoides. (...) Assim como nos chimpanzés, é a descoberta da independência das reações intelectuais rudimentares em relação à fala. (p. 52)
Mas a descoberta mais importante é que, num certo momento, mais ou menos aos dois anos de idade, as curvas da evolução do pensamento e da fala, até então separadas, encontram-se e unem-se para iniciar uma nova forma de comportamento. (p. 53)
(...) Por ora, nos limitaremos a observar que “a maior descoberta da criança” só é possível quando já se atingiu um nível relativamente elevado do desenvolvimento do pensamento e da fala. Em outras palavras, a fala não pode ser “descoberta” sem o pensamento. (p. 54)
Mas a psicologia ainda não sabe como se dá a passagem da fala aberta para a fala interior, nem em que idade, por qual processo e por que ocorre. (p. 55)
Deveríamos também ter à nossa disposição um método excelente para estudar a fala interior “ao vivo”, por assim dizer, enquanto suas peculiaridades funcionais e estruturais estivessem sendo moldadas; seria um método objetivo, pois essas peculiaridades aparecem quando a fala ainda é audível, isto é, acessível à observação e à mensuração. (p. 56)
Nossas investigações mostram que o desenvolvimento da fala segue o mesmo curso e obedece às mesmas leis que o desenvolvimento de todas as outras operações mentais que envolvem o uso de signos. (...) Descobrimos que essas operações geralmente se desenvolvem em quatro estágios. (p. 57)
(...) As investigações feitas pelos psicólogos da escola Wurzburg demostraram que o pensamento pode funcionar sem quaisquer imagens verbais ou movimentos de fala detectáveis pela auto-observação. (p. 58)
(...) A fusão de pensamento e fala, tanto nos adultos como nas crianças, é um fenômeno limitado a uma área circunscrita. O pensamento não-verbal e a fala não-intelectual não participam dessa fusão e só indiretamente são afetados pelos processos do pensamento verbal. (p. 59)
Pretendemos apenas provar que não há qualquer razão real para se negar nos animais a existência, em estado embrionário, de um pensamento e uma linguagem semelhantes aos do homem e que, assim como neste último, se desenvolvem ao longo de caminhos distintos. (p. 60)
(...) Como Buehler salientou, cada objeto novo apresenta para a criança uma situação problemática, e ela resolve o problema uniformemente, nomeando o objeto. Quando não conhece a palavra para designar o objeto novo, pergunta aos adultos. (p. 61)
(...) A fala interior se desenvolve mediante um lento acúmulo de mudanças estruturais e funcionais, que se separa da fala exterior das crianças ao mesmo tempo que ocorre a diferenciação das funções social e egocêntrica da fala; e finalmente, que as estruturas da fala dominadas pela criança tornam-se estruturas básicas de seu pensamento. (p. 62)
O pensamento verbal não é uma forma de comportamento natural e inata, mas é determinado por um processo histórico-cultural e tem propriedades e leis específicas que não podem ser encontradas nas formas naturais de pensamento e fala. (p. 63)

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