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Teoria dos grafos FATEC Carapicuíba Augusto de Toledo Cruz Junior HISTÓRICO Teoria dos grafos 2 Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Origem • O artigo do matemático e físico suiço Leonhard Euler, publicado em 1736, sobre o problema das Sete Pontes de Königsberg, é considerado o primeiro resultado da teoria dos grafos e não passava de uma especulação matemática. Era um jogo análogo aos atuais quebra- cabeças para crianças, baseados em um desenho cujas linhas devem ser percorridas sem que se tire o lápis do papel e sem passar duas vezes sobre a mesma linha. Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. 3 Desenvolvimento • Em 1847 Kirchhoff iniciou o estudo de árvores (um tipo de grafo) quando estudava circuitos elétricos • Em 1857 Cayley relacionou esta teoria com o estudo de isômeros na química • Em 1859 Hamilton estudava problemas de caminhos e em 1869 Jordan procurava formalizar a teoria das árvores 4 Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Desenvolvimento no século XX • Muitos pesquisadores passaram a estudar, em particular os matemáticos • Um grande número de aplicações para pesquisa operacional foi desenvolvida. Um dos mais extensos e importantes capítulos da teoria dos grafos foi desenvolvida em 1962 por Ford e Fulkerson • Atualmente há tendência em considerar o estudo de fluxos em redes como o único de real interesse. Não é o único mas é considerado o capitulo mais importante da teoria para a pesquisa operacional 5 Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. CONCEITOS Teoria dos grafos 6 Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Visão geral de grafo • A Teoria dos Grafos é um ramo da matemática que estuda as relações entre os objetos de um determinado conjunto. • Grafo é uma estrutura G(V,A) onde V é um conjunto não vazio de objetos denominados vértices ou nodos e A é um conjunto de pares não ordenados de V, chamado arestas (arcos ou ramos). 7 Vértice Aresta Grafo com 4 vértices e 6 arestas Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Visão geral de grafo • Dependendo da aplicação, arestas podem ou não ter sentido, pode ser permitido ou não arestas ligarem um vértice a ele próprio e vértices e/ou arestas podem ter um peso (numérico) associado. Se as arestas têm um sentido associado (indicada por uma seta na representação gráfica) temos um grafo direcionado, grafo orientado ou digrafo. • Um grafo com um único vértice e sem arestas é conhecido como o grafo trivial ou "o ponto". 8 Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Composição de um grafo • Seja, por exemplo, o grafo G(V,A) dado por: – V = { p | p é uma pessoa } – A = { (v,w) | < v é amigo de w > } • Esta definição representa toda uma família de grafos. Um exemplo de elemento desta família é dado por: – V = { Maria, Pedro, Joana, Luiz } – A = { (Maria, Pedro) , (Joana, Maria) , (Pedro, Luiz) , (Joana, Pedro) } 9 • Neste exemplo estamos considerando que a relação <v é amigo de w> é uma relação simétrica, ou seja, se <v é amigo de w> então <w é amigo de v>. Como conseqüência, as arestas que ligam os vértices não possuem qualquer orientação Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Grafo orientado (Digrafo) A relação definida por A não é simétrica pois se <v é pai/mãe de w>, não é o caso de <w é pai/mãe de v>. Há, portanto, uma orientação na relação, com um correspondente efeito na representação gráfica. Neste caso o grafo é dito ser um grafo orientado (ou digrafo) e as conexões entre os vértices de arcos 10 Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Adjacência • Em um grafo simples dois vértices v e w são adjacentes (ou vizinhos) se há uma aresta a=(v,w) entre os vértices v e w . Está aresta é dita ser incidente a ambos, v e w. É o caso dos vértices Maria e Pedro. No caso do grafo ser orientado, a adjacência (vizinhança) é especializada em: • Sucessor: um vértice w é sucessor de v se há um arco que parte de v e chega em w. Por exemplo, diz-se que Emerson e Antonio são sucessores de Alfredo. • Antecessor: um vértice v é antecessor de w se há um arco que parte de v e chega em w. Por exemplo, diz-se que Alfredo e Cecília são antecessores de Antonio. 11 Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Grau • O grau de um vértice é dado pelo número de arestas que lhe são incidentes. Por exemplo: grau(Pedro) = 3 e grau(Maria) = 2 • No caso do grafo ser dirigido orientado, a noção de grau é especializada em: – Grau de emissão: o grau de emissão de um vértice v corresponde ao número de arcos que partem de v. Por exemplo: • grauDeEmissão(Antonio) = 1 • grauDeEmissao(Alfredo) = 2 • grauDeEmissao(Renata) = 0 – Grau de recepção: o grau de recepção de um vértice v corresponde ao número de arcos que chegam a v. Por exemplo: • grauDeRecepção(Antonio) = 2 • grauDeRecepção(Alfredo) = 0 • grauDeRecepção(Renata) = 1 12 Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Fonte e sumidouro • FONTE Um vértice v é uma fonte se grauDeRecepção(v) = 0. É o caso dos vértices Isadora, Alfredo e Cecília • SUMIDOURO Um vértice v é um sumidouro se grauDeEmissão(v) = 0. É o caso dos vértices Renata e Emerson 13 Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Laço • Um laço é uma aresta ou arco do tipo a=(v,v), ou seja, que relaciona um vértice a ele próprio. Na figura há três ocorrências de laços para um grafo não orientado nos vértices A, C e B 14 Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Grafos regular e completo GRAFO REGULAR Um grafo é dito ser regular quando todos os seus vértices tem o mesmo grau. O grafo da figura abaixo, por exemplo, é dito ser um grafo regular-3 pois todos os seus vértices tem grau 3. 15 GRAFO COMPLETO Um grafo é dito ser completo quando há uma aresta entre cada par de seus vértices. Estes grafos são designados por Kn, onde n é a ordem do grafo. Um grafo Kn possui o número máximo possível de arestas para um dados n. Ele é, também regular-(n-1) pois todos os seus vértices tem grau n-1. Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Grafo valorado • Um grafo G(V,A) é dito ser valorado quando existe uma ou mais funções relacionando V e/ou A com um conjunto de números. Para exemplificar, seja G(V,A) onde: – V = {v | v é uma cidade com aeroporto} – A = {(v,w,t) | <há linha aérea ligando v a w, sendo t o tempo esperado de vôo>} 16 Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Florianópolis Porto Alegre Curitiba São Paulo 60 20 50 45 30 Cadeia • Uma cadeia é uma seqüência qualquer de arestas adjacentes que ligam dois vértices. O conceito de cadeia vale também para grafos orientados, bastando que se ignore o sentido da orientação dos arcos. A seqüência de vértices (x6, x5, x4, x1) é um exemplo de cadeia • Uma cadeia é dita ser elementar se não passa duas vezes pelo mesmo vértice • É dita ser simples se não passa duas vezes pela mesma aresta (arco) • O comprimento de uma cadeia é o número de arestas (arcos) que a compõe 17 Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Caminho e Ciclo • CAMINHO Um caminho é uma cadeia na qual todos os arcos possuem a mesma orientação. Aplica-se, portanto, somente a grafos orientados. A seqüência de vértices (x1, x2, x5, x6, x3) éum exemplo de caminho • CICLO Um ciclo é uma cadeia simples e fechada (o vértice inicial é o mesmo que o vértice final). A seqüência de vértices (x1, x2, x3, x6, x5, x4, x1) é um exemplo de ciclo elementar 18 Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Grafos Conexo e Desconexo • GRAFO CONEXO Um grafo G(V,A) é dito ser conexo se há pelo menos uma cadeia ligando cada par de vértices 19 • GRAFO DESCONEXO Um grafo G(V,A) é dito ser desconexo se há pelo menos um par de vértices que não está ligado por nenhuma cadeia Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Raiz e Anti-raiz • RAIZ Se um vértice B é uma fonte e todos os demais vértices podem ser atingidos por um caminho partindo de B, então B é uma raiz • ANTI-RAIZ Se um vértice A é um sumidouro e todos os demais vértices podem atingir A por um caminho, então A é uma anti-raiz 20 Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Árvore e Arborescência • ÁRVORE É um grafo conexo sem ciclos 21 • ARBORESCÊNCIA É uma árvore que possui uma raiz. Aplica-se, portanto, somente a grafos orientados Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Rede • Uma rede é um grafo orientado e sem laços que possui exatamente uma raiz e uma anti-raiz. Na figura a rede é valorada 22 Raiz Anti - raiz Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Grafo planar 23 Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. ALGUMAS APLICAÇÕES EM LOGÍSTICA DE TRANSPORTE Teoria dos grafos 24 Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Problema de ciclo • Um transportador deseja verificar se é possível fazer um ciclo, ou seja, rodar por uma cadeia (seqüência qualquer de arestas adjacentes que ligam dois vértices) simples (não passa duas vezes pela mesma aresta) e fechada (o vértice inicial é o mesmo que o vértice final) • No exemplo a seguir constata-se que não é possível fazer o ciclo, mas em muitos outros casos constata-se a possibilidade de fazê-lo e como 25 Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Problema de ciclo: 7 pontes de Königsberg (enigma do Euler) • O rio Pregel divide o centro da cidade de Königsberg (Prússia no século XVII, atual Kaliningrado, Rússia) em quatro regiões. Essas regiões são ligadas por um complexo de sete (7) pontes, conforme mostra a figura 26 Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Problema de ciclo: grafo de Euler para 7 pontes de Königsberg 27 Os arcos são as pontes Os vértices são as regiões • Discutia-se nas ruas da cidade a possibilidade de atravessar todas as pontes, voltando ao lugar de onde se saiu, sem repetir alguma. Havia-se tornado uma lenda popular a possibilidade da façanha quando Euler, em 1736, provou que não existia caminho possível para estas restrições Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Caminho de custo mínimo • De forma a reduzir seus custos operacionais, uma empresa de transporte de cargas deseja oferecer aos motoristas de sua frota um mecanismo que os auxilie a selecionar o melhor caminho (o de menor distância) entre quaisquer duas cidades por ela servidas, de forma a que sejam minimizados os custos de transporte 28 • Um possível modelo para este problema poderia ser: – G (V,A) V = { x | x é cidade } – A = { (xi, xj, d) | há uma conexão por estrada entre as cidades xi e xj, sendo d a distância que as separa } Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Localização em função do custo de transporte: método dos momentos 29 Os vértices são as localidades valorados com o peso da carga a ser transportada Os arcos são as estradas valoradas com a distância e o custo por unidade de distância O momento M para cada localidade é o produto do custo unitário de transporte pela quantidade a ser transportada e pela distancia a ser percorrida A localidade que tiver a menor soma de momentos será a escolhida Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Caminho crítico • Considere que tenhamos uma rede R(V,A), ou seja, um grafo orientado, sem laços e valorado, que contém exatamente uma fonte e um sumidouro. Nesta rede, os vértices representem eventos, os arcos representem atividades e os valores associados aos arcos representem a duração das atividades • A disposição dos eventos (vértices) e das atividades (arcos) no grafo exprimem uma relação de dependência: um evento não ocorre antes que todas as atividades a ele imediatamente precedentes (arestas incidentes) sejam encerradas; de forma similar, uma atividade não pode ser iniciada antes que ocorra o evento que representa o início da atividade • Nesta rede, o interesse maior é o de determinar o(s) caminho(s) do vértice inicial ao vértice final cuja soma das durações das atividades seja máxima. Este(s) caminho(s) é chamado de caminho crítico, suas atividades têm folga zero, e determina o prazo de realização das atividades do vértice inicial ao vértice final • As atividades do caminho crítico devem ser geridas para que não atrasem senão atrasa a realização da rede toda 30 Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. EXERCÍCIOS Teoria dos grafos 31 Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Exercícios sobre conceitos 32 • Identifique os grafos conforme seus vértices (V), arcos (A) e graus (g): a. b. c. d. Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Exercício de caminho de custo mínimo 33 Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Exercícios sobre conceitos • A partir dos dados [vértices (V), arcos (A) e graus (g)], monte os respectivos grafos: a. G(6,8) e g=(1,3,3,3,3,3), conexo b. G(6,2) e g=(0,0,1,1,1,1), desconexo c. G(6,3) e g=(0,1,1,1,1,2), desconexo d. G(6,9) e g=(3,3,3,3,3,3), conexo regular e. G(5,8) e g=(3,3,3,3,4), conexo completo 34 Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Exercício de localização 35 Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr. Bibliografia utilizada • BOAVENTURA NETTO, P. O. Teoria e modelos de grafos. São Paulo: Edgard Blucher, 1979. 249 p. • LIMAD, W. G. N., , CARVALHO, A. C.. B. D. Teoria dos Grafos. Métodos Quantitativos de Gestão. MGQ - 3o. Ciclo FATEC Carapicuíba. [s.l.], [200-]. Posse dos professores autores. • MARIANI, A. C. Livro eletrônico teoria dos grafos. Disponível em: <http://www.inf.ufsc.br/grafos/livro.html> Acesso em: 27 mai. 2009. • PETRÔNIO, G. M., LAUGENI, F. P. Administração da produção. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2006. 562 p. 36 Setembro 2009 FATEC Carapicuíba – MQG - Augusto T. Cruz Jr.
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