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S ENA I – P E TROB RA S139 .................... M o n i t o r a m e n t o e c o n t r o l e d e p r o c e s s o s MancaisMancais s eixos das máquinas geralmente trabalham assentados em apoios. Quando um eixo gira em um apoio, transmite a este os seus esforços e produz atrito de escorregamento entre a superfície do eixo e a superfície do apoio. Observe a foto abaixo. Unidade 2 Os mancais têm a função de suportar os eixos que os atravessam e todo o subconjunto móvel da máquina montado neste eixo. Eles restringem os graus de liberdade do eixo, permitindo apenas o movimento de rotação (em alguns casos movimento axial); garantem as folgas entre as partes móveis e estacionárias da máquina; suportam os esforços radiais e/ou axiais que atuam sobre o conjunto, bem como vibrações; e principalmen- te reduzem o atrito, eliminando desgaste e aquecimento excessivos e di- minuindo a perda de energia. OO Mancais S ENA I – P E TROB RA S140 .................... Os mancais classificam-se de acordo com os esforços que suportam e podem ser: Radiais – Eles suportam cargas radiais e impedem o deslocamento do eixo no sentido transversal. Não suportam cargas axiais Axiais – Eles suportam cargas axiais e impedem o deslocamento do eixo no sentido longitudinal. Não suportam cargas radiais Mistos – Eles suportam cargas axiais e radiais e impedem o desloca- mento do eixo tanto no sentido transversal quanto no longitudinal Os mancais podem ser de deslizamento ou de rolamentos. Mancais de deslizamento São, em geral, corpos cilíndricos ocos, que envolvem os eixos com uma de- terminada folga (0,0006d a 0,001d) e suportam esforços radiais. Normal- mente são peças bipartidas com ranhuras na parte interna (mancais bipar- tidos), mas podem ser inteiriças (denominadas buchas). Quando têm pa- redes delgadas, são chamadas de casquilhos. Observe a Figura 4. A folga permite a livre rotação, neutrali- za pequenos desali- nhamentos, compensa dilatações, assim como possibilita a entrada do lubrificante e a for- mação da película. Os sulcos ou ranhuras, de diferentes formatos e localização, facilitam a distribuição do lubrifi- cante por toda a cir- cunferência. São feitos de materiais macios, como o bronze e ligas de metais leves. FIGURA 4 MANCAIS DE DESLIZAMENTO RANHURA PARA ÓLEO SUPERFÍCIE RASPADA CHANFROS DIREÇÃO DA PRESSÃO DO EIXO DIREÇÃO DE ROTAÇÃO S ENA I – P E TROB RA S141 .................... 2 M o n i t o r a m e n t o e c o n t r o l e d e p r o c e s s o s Eles são fixados externamente em suportes ou internamente em cavi- dades no equipamento. O uso de lubrificantes reduz o atrito de escorre- gamento e melhora a eficiência da montagem, permitindo aumentar a ro- tação do eixo. São usados em máquinas pesadas, com grandes carrega- mentos ou em equipamentos de baixa rotação, pois a baixa velocidade evi- ta superaquecimento dos componentes expostos ao atrito. Existem mancais para esforços axiais, denominados mancais de escora, horizontais e verticais. Nos horizontais, o eixo possui anéis de escora que se ajustam aos rebaixos radiais do mancal. Nos verticais, o anel de escora do eixo é apoiado no disco de encosto, estacionário. Veja a Figura 5. Um tipo especial de mancal axial (denominado Kingsbury), para esfor- ços severos em ambas as direções, é muito utilizado em unidades de processo. Ele é um anel de escora, apoiado em sapatas oscilantes ou fi- xas, montadas nos anéis de nivelamento (que fazem o papel das buchas). Ver na Figura 5 o esquema do mancal axial que aparece ao lado. FIGURA 5 MANCAL AXIAL COLAR DE ESCORA SUPERFÍCIE REBAIXADA RANHURAS DE RETORNO DO ÓLEO DISCO FIXO DE APOIO ANEL DE ASSENTO ESFÉRICO CARGA ROTAÇÃO RANHURA DE DISTRIBUIÇÃO S ENA I – P E TROB RA S142 .................... Os sistemas de lubrificação mais usados para mancais de deslizamen- to são por gravidade (copos conta-gotas); por salpico (anel e colar); e por sistema forçado (circulação). Observe na Figura 6 os sistemas de lubrifi- cação dos mancais. Mancais de rolamentos Quando se necessita de mancais com maior velocidade e menor atrito, o mancal de rolamentos é o mais adequado. Ele elimina o atrito de escorrega- mento, introduzindo os rolamentos. Estes rolamentos reduzem ao máximo as perdas de energia e são geralmente constituídos de dois ou mais anéis com sulcos ou pistas, entre os quais são montados os rolamentos (esferas ou ro- los), e a gaiola. Um dos anéis é montado no eixo e o outro no equipamento. Os rolamentos, em sua maioria, são cilíndricos, com o anel externo montado em caixas de suporte padronizadas ou no próprio corpo da má- quina, e o anel interno montado diretamente no eixo. FIGURA 6 SISTEMAS BÁSICOS DE LUBRIFICAÇÃO Lubrificação manual Copo com torcida ou mecha Lubrificação com agulha ou vareta Copo conta-gotas S ENA I – P E TROB RA S143 .................... 2 M o n i t o r a m e n t o e c o n t r o l e d e p r o c e s s o s A gaiola mantém as esferas ou os rolos separados uns dos outros quando o rolamento está trabalhando. Em alguns casos o eixo é fixo, e a peça gira, como em polias, sendo normalmente produzidos em aços de diferentes ligas, dependendo da aplicação. Quanto aos rolamentos, os mancais de rolamentos podem ser: De esferas Os rolamentos são esferas e apropriados para rotações mais elevadas De rolos Os rolamentos podem ser cilíndricos, cônicos ou barriletes (abaulados). Estes rolamentos suportam cargas maiores e devem ser usados em velo- cidades menores De agulhas Os rolamentos, de pequeno diâmetro e grande comprimento, são reco- mendados para mecanismos oscilantes, com cargas elevadas e choques, onde o espaço radial é limitado. Na lubrificação de mancais de rolamentos, são usados óleos ou graxas. As graxas são os lubrificantes mais usados, para aplicações normais ou para ambientes muito agressivos (presença de poeira ou gases corrosivos). Os óleos são para aplicações de altas rotações e temperaturas e para eles, normalmente, não é necessária a lubrificação forçada. Eles são aplicados por gravidade, por imersão ou por anéis em banho de óleo. A lubrificação insuficiente implica desgaste prematuro e em excesso implica aquecimento, espuma e consumo de potência excessivos. Vantagens Menor atrito e aquecimento Baixa exigência de lubrificação Intercambialidade Não há desgaste do eixo Pequeno aumento da folga durante a vida útil COMPARAÇÃO COM OS MANCAIS DE DESLIZAMENTO E SELEÇÃO S ENA I – P E TROB RA S144 .................... Desvantagens Maior sensibilidade a choques Maiores custos de fabricação Tolerância pequena para carcaça e alojamento do eixo Não suportam cargas tão elevadas quanto os mancais de deslizamento Ocupam maior espaço radial Os mancais de rolamentos são selecionados conforme as medidas do eixo; o diâmetro interno e externo; a largura; o tipo de solicitação e de carga; e a rotação. Rolamentos rígidos de esferas São particularmente versáteis, de construção simples, não-se- paráveis, capazes de operar em altas velocidades e robustos em operação, exigindo pouca ma- nutenção. Devido a essas propri- edades e seu preço favorável, eles são os tipos mais utilizados. Rolamentos de rolos cilíndricos São de uma carreira de rolos e com gaiola, as quais podem su- portar cargas radiais pesadas e operar em altas velocidades. Sem gaiola, eles podem su- portarparticularmente cargas radiais pesadas, mas não em velocidades tão altas como os rolamentos com gaiola. Obser- ve o que você leu na Figura 8. FIGURA 7 ROLAMENTOS Rígidos de esfera FIGURA 8 ROLAMENTOS De rolos cilíndricos ALGUNS DOS PRINCIPAIS TIPOS DE MANCAIS DE ROLAMENTOS S ENA I – P E TROB RA S145 .................... 2 M o n i t o r a m e n t o e c o n t r o l e d e p r o c e s s o s De rolos cônicos Rolamentos de rolos cônicos Eles têm as pistas dos anéis internos e exter- nos cônicos, entre os quais os rolos cônicos são dispostos, e adequados para cargas combinadas (radial e axial). Ver Figura 9. A capacidade de suportar carga axial dos rolamentos é determinada pelo ângulo da pis- ta do anel externo. Quanto maior este ângulo, maior a capacidade de carga axial. Os rola- mentos de rolos cônicos são do tipo separável. Rolamentos de agulhas Eles têm alta capacidade de suportar cargas e são delgados, por isso, extremamente apropriados para aplicações onde o espaço é limitado. Rolamentos autocompensadores de esferas Eles possuem duas carreiras de esferas e uma pista comum côncava no anel interno. Os rolamentos são conseqüentemente autocompensadores e in- sensíveis ao desalinhamento angular do eixo, em relação à caixa. Rolamentos autocompensadores de rolos Possuem duas carreiras de rolos com uma pista comum no anel externo. As duas pistas do anel interno estão inclinadas, em ângulo, em relação ao eixo do rolamento. Os rolamentos são auto-alinháveis e conseqüen- temente insensíveis aos erros de alinhamen- to do eixo em relação à caixa e à flexão do eixo. Além das cargas radiais, os rolamentos podem também suportar cargas axiais, atuan- do em ambos os sentidos. Rolamentos combinados de agulhas São formados por um rolamento radial de agu- lhas, combinado com um axial. Eles são ade- quados para cargas axiais pesadas, velocidades muito altas ou lubrificação inadequada. Obser- ve a Figura 10. FIGURA 9 ROLAMENTOS FIGURA 10 ROLAMENTOS Combinados de agulhas S ENA I – P E TROB RA S146 .................... Rolamentos de esferas de contato angular Possuem um encosto em cada anel, formando o ângulo das pistas com a face do rolamento. São particularmente adequados para acomodação si- multânea da ação da carga radial e axial. Rolamentos axiais de agulhas São rolamentos de escora compactos, simples e podem suportar somente cargas axiais, atuando em sentido único. Rolamentos axiais de esferas São adequados para suportar car- gas puramente axiais nas constru- ções de direção simples e dupla. Veja a Figura 11. Rolamentos axiais de rolos cilíndricos Eles podem suportar cargas axiais pesadas, são insensíveis a cargas de choque e proporcionam rigidez na dis- posição dos rolamentos, o que requer pouco espaço axial. Rolamentos axiais de rolos cônicos Eles permitem arranjos de rolamentos axialmente muito compactos, que podem suportar cargas axiais pesadas, sendo rígidos e insensíveis às car- gas de choques. Rolamentos axiais de duas carreiras de esferas de contato angular São adequados para aplicações em que a capacidade de suportar alta carga, alta rigidez axial e bai- xo atrito ao torque são importan- tes. Podem suportar altas cargas radiais e axiais, sendo capazes de trabalhar em altas velocidades. Observe a Figura 12. FIGURA 11 ROLAMENTOS Axiais de esfera de contato angular FIGURA 12 ROLAMENTOS Axiais de esferas S ENA I – P E TROB RA S147 .................... 2 M o n i t o r a m e n t o e c o n t r o l e d e p r o c e s s o s De modo geral, um rolamento danificado freqüentemente apresenta uma combinação de falhas em estágio primário e secundário. Falhas em estágio primário Desgaste Endentações Arranhamento Deterioração de superfície Corrosão Dano por corrente elétrica Falhas em estágio secundário Descascamento Trincas FALHAS EM ROLAMENTOS S ENA I – P E TROB RA S148 .................... Os mancais têm a função de suportar os eixos que o atravessam. Eles restringem os graus de liberdade do eixo, permitindo apenas o movimento de rotação (em alguns casos movimento axial); garantem as folgas entre as partes móveis e estacionárias da máquina e suportam os esforços radiais e/ou axiais que atuam sobre o conjunto, bem como vibrações. E principalmente reduzem o atrito, eliminando desgaste e aquecimento excessivos, assim como a perda de energia. Os mancais classificam-se de acordo com os esforços que suportam. MANCAIS 11 RESUMO CLASSIFICAÇÃO DOS MANCAIS Radiais 1 MANCAIS DE DESLIZAMENTO São corpos cilíndricos ocos, que envolvem os eixos com uma determinada folga e suportam esforços radiais. São fixados externamente em suportes, ou internamente em cavidades no equipamento. O uso de lubrificantes reduz o atrito de escorregamento. Existem mancais para esforços axiais, denominados mancais de escora, horizontais e verticais. Eles possuem anéis de escora que se ajustam aos rebaixos radiais do mancal ou se apóiam no disco de encosto, estacionário. Os sistemas de lubrificação mais usados para mancais de deslizamento são: Por gravidade Por salpico Por sistema forçado 2 Axiais Mistos LUBRIFICAÇÃO DE MANCAIS DE ROLAMENTOS Na lubrificação de mancais de rolamentos, são usadas as graxas, para aplicações normais ou para ambientes muito agressivos, e os óleos, para aplicações de altas rotações e temperaturas. São aplicados por gravidade, por imersão ou por anéis em banho de óleo. 4 MANCAIS DE DESLIZAMENTO São constituídos de dois ou mais anéis com sulcos ou pistas, entre os quais são montados os rolamentos (esferas ou rolos), e a gaiola. Um dos anéis é montado no eixo e o outro no equipamento. Quanto aos rolamentos, os mancais de rolamentos podem ser: De esferas De rolos De agulhas 3 COMPARAÇÃO COM OS MANCAIS DE DESLIZAMENTO E SELEÇÃO VANTAGENS Menor atrito e aquecimento Baixa exigência de lubrificação Intercambialidade Não há desgaste do eixo Pequeno aumento da folga durante a vida útil DESVANTAGENS Maior sensibilidade a choques Maiores custos de fabricação Tolerância pequena para carcaça e alojamento do eixo Não suportam cargas tão elevadas quanto os mancais de deslizamento Ocupam maior espaço radial 5 S ENA I – P E TROB RA S149 .................... 2 M o n i t o r a m e n t o e c o n t r o l e d e p r o c e s s o s Tome NotaTome Nota PRINCIPAIS TIPOS DE MANCAIS DE ROLAMENTOS Rolamentos rígidos de esferas Rolamentos de rolos cilíndricos Rolamentos de rolos cônicos Rolamentos de agulhas Rolamentos autocompensadores de esferas Rolamentos autocompensadores de rolos Rolamentos combinados de agulhas Rolamentos de esferas de contato angular Rolamentos axiais de agulhas Rolamentos axiais de esferas Rolamentos axiais de rolos cilíndricos Rolamentos axiais de rolos cônicos Rolamentos axiais de duas carreiras de esferas de contato angular 7 OS MANCAIS DE ROLAMENTOS SÃO SELECIONADOS CONFORME As medidas do eixo O diâmetro interno O diâmetro externo A largura O tipo de solicitação O tipo de carga A rotação 6 MANCAIS 22 RESUMO FALHAS EM ROLAMENTOS Desgaste Endentações Arranhamento Deterioração de superfície Corrosão Dano por corrente elétrica Descascamento Trincas 8 Tome NotaTome Nota
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