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Leg Tributária

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AULA 01 - DIREITO TRIBUTÁRIO E FINANCEIRO
	Quando se estuda a atividade financeira do Estado, busca-se compreender e entender os motivos que levam o Poder Público à execução de serviços e consecução do Bem Comum, tais como promover para sociedade saúde, educação, alimentação, moradia, saneamento básico, segurança, transporte, energia elétrica, etc.
	Os recursos financeiros para este gim deverão ser obtidos através de receitas originárias e receitas derivadas. Atualmente, a concentração das receitas do Estado provém das receitas derivadas.
	
Direito Tributário x Direito Financeiro
Direito Tributário
	Regula a atividade financeira do Estado no que se refere à tributação.
	É o ramo do direito público que rege as relações entre o Estado e os particulares, decorrentes da atividade financeira do Estado no que se refere à obtenção de receitas (tributos).
	É obrigacional e possui normas que instituem, arrecadam e fiscalizam a tributação de natureza do Direito Tributário.
	É a relação jurídica entre um sujeito ativo (físico) e um sujeito passivo (contribuinte ou responsável), envolvendo uma prestação (tributo).
Direito Financeiro
	Regula toda a atividade financeira do Estado, menos a que se refere a tributação e fiscalização. É o ramo do direito público que estuda o ordenamento jurídico das finanças do Estado e as relações jurídicas., decorrentes de sua atividade financeira, que se estabelecem entre o Estado e o particular. Abrande o estudo da despesa pública, do orçamento público e do crédito público.
	Ricardo Lobo Torres divide Direito Financeiro em:
- Receita Pública (Direito Tributário, Direito Patrimonial Público e Direito de Crédito Público);
- Despesa Pública (Direito da Dívida e Direito das Prestações Financeiras); e
- Direito Orçamentário.
	O Direito Financeiro é o ramo das Ciências Jurídicas que trata das relações que dizem respeito às finanças públicas (sobre as finanças públicas entende-se como impositividade das atividades financeira do Estado para com a sociedade, de forma coercitiva, ou seja, em alguns momentos o cidadão não tem a liberdade de escolher que não pagará, por exemplo, um imposto. O Estado utiliza de sua Soberania para impor ao cidadão o dever e a obrigação de contribuir, pagar, colaborar com a inserção de dinheiro aos Cofres Públicos, tendo como finalidade principal a realização da atividade administrativa)e é uma especialidade do Direito Público, sendo mais amplo que o Direito Tributário por abranger toda a atividade financeira do Estado.
	Agora que você já entendeu a diferença entre Direito Tributário e Financeiro, vamos conhecer o conceito de orçamento.
Orçamento
	É o ato complexo dos poderes executivo e legislativo que prevê e fixa despesas e receitas para um determinado período, instrumentalizando assim, o poder executivo de recursos monetários - a receita pública - para atendimento das necessidades públicas, satisfazendo-as através das despesas públicas. 
	Por princípio constitucional, o orçamento é estabelecido anualmente. O orçamento anual é o instrumento de operacionalização de curto prazo da programação constante dos planos setoriais e regionais de médio prazo, os quais, por sua vez, cumprem o marco fixado pelos planos globais de longo prazo, em que estão definidos os grandes objetivos e metas, os projetos estratégicos e as políticas básicas. 
	Sendo assim, a principal matéria-prima utilizada para a elaboração da proposta de orçamento é buscada em elementos integrantes do sistema de planejamento.
	A Constituição Federal de 1988, estabelece, no Artigo 165, quais as leis orçamentárias que deverão ser propostas para regular as finanças do Estado.
	O Poder Executivo é o responsável pela elaboração da proposta orçamentária. 
	O orçamento, sendo um só, deve atender também aos Poderes Legislativo e Judiciário. Considerando que os três Poderes são independentes e harmônicos, as propostas parciais das unidades orçamentárias do Legislativo e Judiciário são negociadas em um nível superior àquele que vigora para os setores do Executivo
Artigo 165 e 166
Seção II 
DOS ORÇAMENTOS
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
§ 3º - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.
§ 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.
§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
§ 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.
§ 7º - Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.
§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
§ 9º - Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.
§ 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República;
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.
§ 2º - As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
§ 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
III - sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual.
§ 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
§ 6º - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.
§ 7º - Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas ao processo legislativo.
§ 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
Proposta Orçamentária
Mensagem com exposição circunstanciada da situação econômico-financeira:
	A mesma deve estar documentada com:
- demonstração da dívida fundada e flutuante, saldos de créditos especiais, restos a pagar e outros compromissos financeiros exigíveis; 
- exposição e justificação da política econômico-financeira do governo; 
- justificação da receita e despesa, particularmente no tocante ao orçamento de capital.
Projeto de Lei de Orçamento:
	O projeto deve apresentar:
a) texto do projeto de lei;
b) sumário geral da receita por fontes e, da despesa, por funções do governo;
c) quadro demonstrativo da renda e despesa, segundo as categorias econômicas;
d) quadro discriminativo da receita por fontes e respectiva legislação;
e) quadro das dotações por órgãos do governo e da administração;
f) quadros demonstrativos da receita e planos de aplicação dos fundos especiais;
g) quadros demonstrativos da despesa, na forma dos anexos 6 e 9 da Lei n.º 4320/64 e normas posteriores;
h) quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do governo, em termos de realização de obras e de prestação de serviços.
Tabelas explicativas:
	Na tabela deve constar o comportamento da receita e da despesa de diversos exercícios.
Especificação dos programas especiais custeados por dotações globais:
	Em termos de metas visadas, decompostas em estimativa do custo das obras a realizar e dos serviços a prestar, acompanhadas de justificação econômica, financeira, social e administrativa.
Descrição sucinta das principais finalidades de cada unidade administrativa co a respectiva legislação:
	O Artigo 163 e incisos da Constituição Federal atual, determina que a lei complementar deverá possuir um conteúdo normativo mínimo para abranger normas de orçamento, receitas, despesas públicas e crédito público. 
Art 163
DAS FINANÇAS PÚBLICAS
Seção I
NORMAS GERAIS
 
Art. 163. Lei complementar disporá sobre:
I - finanças públicas;
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público;
III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
	Crédito nada mais é que a captação de recursos pecuniários, na figura de empréstimos, para pagá-los no prazo e nas condições acordadas a curto, médio e longo prazo. 
	O Estado documenta-o em papéis de crédito público de vários tipos, tais como Bônus do Tesouro, Letras do Tesouro, Apólices da Dívida Pública, Títulos da Dívida Agrária etc.
	Para compreender o Sistema Tributário Nacional, é necessário compreender o mecanismo a ser utilizado pelo Poder Público de utilizar de suas prerrogativas de Direito Público, através do cumprimento das normas, obrigando o particular a entregar valores aos cofres públicos, independentemente de sua vontade. 
	Entretanto, também faz parte deste contexto um planejamento orçamentário, que deverá corresponder não só à obtenção de receitas, mas também à administração das despesas e créditos.
	Para melhor entender a atividade financeira, a nossa Carta Magna dedica:
• o Capítulo II do Título VI (Artigos 163 a 169) às finanças públicas;
• os Artigos 21, 23 e 30, pertinentes à discriminação da despesa pública; 
• os Artigos 21, VII, 22, VI e 48, IV, relativos à emissão de moeda e prescrição de medidas necessárias a sua estabilidade; 
• Artigo 31, sobre a fiscalização dos Municípios;  
• Artigos 70 a 75, à respeito da fiscalização orçamentária; 
• Artigo. 99, sobre o orçamento do Poder Judiciário; 
• Artigo 100, concernente à dívida pública; e 
• Artigos 211 a 213, no que tange às prestações financeiras.
	Todo procedimento realizado pelo Poder Público em relação à atividade financeira está determinado em lei.
	A partir do Século XX, observa-se um crescimento em relação às despesas públicas para manter um processo de evolução em relação à manutenção da vida como, por exemplo:
• introdução de novas tecnologias;
• avanço industrial;
• surgimento de novos empreendimentos;
• relação internacional com outros Estados no campo da exportação e importação. 
	Ou seja, a busca do desenvolvimento econômico fez surgir investimentos, gastos, despesas e receitas. Para isso, o Estado através do mecanismo de uma atividade financeira pode inserir no contexto dessa evolução funções fiscais, tais como promover ajustes na alocação de recursos e na distribuição de renda, bem como manter a estabilidade econômica.
	Como a principal finalidade do Estado é promover o bem comum, satisfazendo as necessidades públicas, exerce então funções para cujo custeio é preciso de recurso financeiro ou receita (É a quantia recolhida aos cofres públicos não sujeita à restituição, ou a importância que integra o patrimônio do Estado em caráter definitivo). 
	Para obter os recursos necessários, o Estado utiliza do seu poder soberano, ou seja, o direito de tributar pelo qual pode fazer derivar para seus cofres uma parcela do patrimônio das pessoas sujeitas a sua administração, originando as receitas derivadas. 
	Mas, não é só de receitas derivadas que sobrevive o Estado para suprir uma demanda em relação às despesas públicas, ele também utiliza receitas originárias, provenientes do patrimônio do Estado, através de aluguéis, vendas, leilões etc.
E a conclusão?
	A Receita Pública (É a entrada que, integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo vem acrescer o seu vulto como elemento novo e positivo) é composta pelos ingressos financeiros que, em tese, têm o objetivo de satisfazer as despesas públicas.
	Então, ela é a soma de ingressos, impostos, taxas, contribuições e outras fontes de recursos arrecadados para atender às Despesas Públicas, cuja classificação econômica da receita orçamentária é estabelecida pela Lei nº 4.320/64, para sustentar o conceito com base no ingresso de recursos financeiros e, não, pelo reconhecimento do direito. 
	O Estado tem duas fontes nitidamente distintas para a atividade financeira correspondente à aquisição de receita. 
	As receitas originárias são provenientes do patrimônio do Estado, cujo regimejurídico predominante é de Direito Privado, e tem como característica principal o Estado explorando seu próprio patrimônio.
	É representada pela forma de aumento patrimonial semelhante à utilizada por qualquer outra pessoa, física ou jurídica, envolvendo transações e negócios tipicamente privados, como doações, heranças, venda de produtos, prestação de serviços etc. O Estado tem acesso a esse tipo de receita por uma relação negocial, como se fosse uma empresa, uma pessoa jurídica de direito privado. 
	A mais significativa receita originária é representada pelo Preço, englobando rendimento e remuneração de bens e serviços de empresas estatais, sob a regência de normas de Direito Privado. 
	São exemplos, os resultados positivos de empresas como Petrobras, Embratel, Banco Do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bancos Estaduais e Companhias de Energia, Água e Esgotos, além de outras instituições tanto no plano Federal como no Estadual e Municipal. 
	As receitas derivadas originam-se do patrimônio do particular, cujo regime jurídico é de Direito Público, com características de um Estado que usa o seu poder e obriga o particular a contribuir em dinheiro através dos tributos, multas, penalidade etc.
	Envolve aquisição de receita mediante o exercício do poder de império do Estado, compelindo a comunidade a efetuar pagamentos compulsórios, sem mais aquela condição negocial de igualdade entre credor e devedor, evidenciada na receita originária. 
	É representada pelos tributos e pelas penalidades pecuniárias. Aqui, o Estado mobiliza a sua característica de soberania e exige recursos financeiros, recolhendo compulsoriamente do patrimônio dos indivíduos. 
	Embora subordinando-se a limitações e controles jurídicos precisamente definidos, os aparelhos fiscais das entidades tributantes fazem valer o predomínio estatal sobre a sociedade e exigem Imposto de Renda, IPI, ICMS ou taxa de iluminação pública de quem os deve, sem que para tanto celebrem acordo, lavrem-se instrumentos contratuais ou, pelo menos, seja esperada concordância mínima nos elementos postos na condição de devedores. 
	O Ingresso Público significa todo dinheiro recolhido aos cofres públicos, mesmo sujeito à restituição e compreende as importâncias e valores realizados a qualquer título:
• os tributos, que são impostos, taxas e contribuição de melhoria; e
• as rendas da atividade econômica do estado (preços), que são ingressos ou entradas (não restituíveis) e as fianças, cauções, empréstimos públicos (restituíveis).
	Nesta aula, vamos dar foco às receitas derivadas, especificamente a modalidade tributos.
	Receitas Derivadas originam-se do patrimônio do particular = tributos (taxas, impostos e contribuições de melhorias)
	A destinação da Receita Pública é o processo pelo qual os recursos públicos são vinculados a uma despesa específica ou a qualquer que seja a aplicação de recursos desde a previsão até o efetivo pagamento das despesas constantes dos programas e ações governamentais. 
	A destinação de Receita Pública, para fins de aplicação, é dividida da seguinte forma:
Receita Pública
Destinação Vinculada
	Processo de vinculação de fonte na aplicação de recursos em atendimento às finalidades específicas estabelecidas pela legislação vigente.
Destinação Ordinária
	Processo de alocação livre de fonte parcial ou totalmente não vinculada à aplicação de recursos para atender às finalidades gerais do ente.
	Agora que você já entendeu o que é a receita pública, ou seja, como o dinheiro é inserido nos cofres públicos, como compreender sobre a despesa pública, ou seja, já que o Estado arrecada dinheiro para realização do cumprimento do Bem Comum, caracterizado como despesa para os cofres, para onde vai o dinheiro arrecadado? O que o Poder Público faz com o dinheiro do contribuinte?
O que é despesa pública?
	A despesa pública é a utilização de dinheiro do erário público para objetivos públicos. 
	Tanto para obter receitas quanto para realizar despesas, o Poder Público deverá obedecer ao princípio da legalidade, previsto no Artigo 37, da Constituição Federal, que constitui regra consagrada pela doutrina e textos constitucionais, estrangeiros e pátrios, consubstanciados nos direitos e garantias individuais. 
	Conforme esse dispositivo constitucional, "ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa a não ser em virtude de lei". Esse princípio visa combater o poder arbitrário e determina que só a lei pode criar obrigação para o indivíduo, significando um Estado Democrático de Direito.
	No âmbito da administração pública, a autoridade só poderá desempenhar as suas funções dentro do que determina a lei. O servidor público, no exercício de suas atribuições, somente poderá exigir das pessoas fazer ou deixar de fazer alguma coisa na hipótese da ocorrência de lei que as obrigue.
	Uma vez que a receita, antes de consignada no orçamento, é objeto de lei. De igual forma, há que se ter legislação que determine ou autorize a despesa pública.
	É com base na lei, por exemplo, que um tributo poderá ser aumentado, excluído ou até mesmo extinto.
	O Artigo 13 classifica as despesas, observada a classificação da categoria econômica, de acordo com a especificação ou elemento.
	Segundo a categoria econômica, Artigo 12, Lei nº 4320/64, as despesas serão classificadas conforme abaixo.
	As despesas correntes são usadas para manter serviços anteriormente instituídos. Inclui:
- despesas de custeio, em que considera as dotações destinadas à manutenção de serviços já existentes, inclusive as que devam atender a conservação e adaptação de imóveis.
- Exemplo: despesas com pessoal, material de consumo, serviços de terceiros e outros encargos, não incluídas em despesas específicas.
- despesas ou transferências correntes, estão descritas nos parágrafos 1º ao 3º do mesmo artigo da mencionada lei.
	As despesas de capital são as despesas públicas de investimentos para execução de obras, inversões financeiras para aquisição de imóveis etc.
	Exemplo: despesas de Capital, tais como Investimentos, Inversões Financeiras e Transferências de Capital.
	Deste grupo, os Investimentos são as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas às mesmas obras, e ainda as despesas utilizadas na programação especial de trabalho, aquisição de instalações, equipamento e material permanente e também a constituição e aumento de capital de empresas não comerciais e/ou financeiras.
	As despesas de Capital estão descritas nos parágrafos 4º e seguintes do Artigo 12 da lei.
	O Poder Público controla a execução orçamentária, ou seja, controla as despesas através de:
Artigo 75 a 80 da Lei nº 4320/64
	O Poder Executivo deve avaliar a execução orçamentária dos diversos órgãos através de supervisão permanente, diligenciar que os administradores sejam capacitados, impedindo interferências ou pressões ilegítimas, acompanhando os custos globais dos programas do governo, a fim de alcançar uma prestação econômica de serviço.
Artigo 81 e 82 Lei nº 4320/64
	Cabe ao Poder Legislativo o Controle Externo da execução orçamentária. O órgão do Poder Legislativo que o auxilia no Controle Externo da Orçamento do estado é o Tribunal de Contas.
	A fiscalização é total a esta se biparte. Inicialmente, o controle é feito através da auditoria financeira e da auditoria orçamentária e, posteriormente, pelo julgamento das contas dos administradores e demais resposnáveis por bens ou valores públicos.
	As contas do Poder Executivo são submetidas à apreciação do Poder Legislativo com parecer prévio do Tribunal de Contas. Com relação aos municípios, as contas serão apreciadas pelas Câmaras auxiliadas pelos Tribunais de Contas do Estado a que pertencem, quando não houver Tribunal de Contas Municipal.
AULA 02 - DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO E HERMENÊUTICA TRIBUTÁRIA
	O objetivo desta aula é introduzir um novo vocabulário, uma nova linguagem para determinar o entendimento dos termos trazidos pela legislação. 
	O estudo fixará as principais diferenças entre a competênciapara legislar sobre direito tributário e a competência tributária; o entendimento da expressão “legislação tributária” e sua vigência no tempo e no espaço, aplicando os princípios necessários à eficácia das normas no campo do Direito Tributário, permitindo ao Estado aplicar o poder soberano de fazer com que a sociedade cumpra com as obrigações de pagar, ou seja, de inserir dinheiro nos cofres públicos.
Clique nos itens para entender a diferença entre:
Competência para legislar sobre o direito tributário
	Significa o poder determinado pela Carta Magna atribuindo poderes para editar leis sobre os tributos e as relações jurídicas decorrentes da aplicação das mesmas. 
	Entende-se como regras as serem traçadas sobre o exercício do poder de tributar, ou seja, quem tem o poder.
e a ...
Competência Tributária
	É o poder estabelecido na própria Constituição a quem deverá editar as leis que instituam tributos.
	O Código Tributário Nacional surgiu justamente do exercício da competência para legislar sobre direito tributário. A União o editou, abordando a lei de normas gerais sobre a matéria tributária.
	A partir deste momento, foi no exercício da competência tributária, que a União institui, por meio de lei, o imposto sobre importação, exportação, rendas e proventos, COFINS etc.
	Em relação à competência para legislar sobre direito tributário, os constitucionalistas utilizaram técnicas através de repartição constitucional de competência legislativa, baseando o raciocínio no Artigo 22, I CRFB, que estabelece a competência privativa à União. 
	Exemplo: o Código Civil é integralmente escrito pela União, isso quer dizer que compete ao ente federativo o poder de editar lei, com algumas exceções determinadas no Artigo 22, parágrafo único, da CRFB.
	Mas, ao falar em Direito Tributário, a competência para “escrever” foi repartida pela Constituição Federal entre os entes da federação (União, Estados e o Distrito Federal), observando o Artigo 24, I e §§ 1º. ao 4º.
	Conclui-se então que compete à União editar normas gerais sobre a matéria tributária, pois caso contrário, os Estados e o Distrito Federal não teriam a competência legislativa para atender as necessidades necessárias.
	A Constituição Federal não criou os tributos, apenas estabeleceu a competência (regra matriz de cada tributo) para que as pessoas políticas os criassem através de lei. Assim, não é a Constituição Federal que obriga o pagamento de um tributo, mas a lei.
Competência Tributária
	Complementando, a expressão Competência Tributária pode ser definida como o poder, atribuído pela Constituição Federal, observadas as normas gerais de Direito Tributário, de instituir, cobrar e fiscalizar o tributo, compreendendo a competência legislativa, administrativa e judicante. 
	Acompanhe outras definições:
• parcela do poder de tributar conferida pela Constituição a cada ente político para criar tributos;
• aptidão para criar, in abstrato, tributos;
• limite do poder fiscal para legislar e cobrar tributos.
	A distribuição da Competência Tributária vem explícita no Artigo 145 da Constituição Federal, quando diz que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir tributos, em seus Artigos 153, 155 e 156, sob as epígrafes "Dos impostos da União", "Dos impostos dos Estados e do Distrito Federal" e "Dos impostos dos Municípios", estabelecendo a competência desses entes políticos. Há de se atentar ainda para a competência residual da União, Artigo 154 da Carta Constitucional.
	O Artigo 146, II, da CRFB, também atribui à lei complementar a regulação das limitações constitucionais ao poder de tributar, assim como exemplo o legislador constituinte imunizou o patrimônio, a renda e os serviços das instituições de educação sem fins lucrativos, ou seja, não há arrecadação de tributos, podendo observar também o Artigo 195, § 7º., da CRFB.
	O Artigo 146, I, da CRFB, prevê que a lei complementar dispõe sobre conflitos de competência, em matéria tributária entre os entes da federação, como por exemplo, a quem compete arrecadar o IPTU e o ITR, já que ambos incidem sobre propriedade de imóveis, mas se for urbano (IPTU), se for rural (ITR), a dificuldade encontra-se em definir se um imóvel é urbano ou rural. Para resolver o problema, o Código Tributário Nacional menciona em seu Artigo 32, as características essenciais.
	A Competência Tributária pode ser entendida, ainda, como o poder constitucionalmente atribuído de editar leis que instituam tributos, visto que, a Constituição Federal não cria tributos, apenas outorgar competência para os entes de federação, para que os mesmos façam por meio de leis próprias.
	
Espécies de Competência Tributária
Competência Comum
	Inserta no Artigo 145, II e III, da CRFB, é aquela atribuída a uma ou mais entidades políticas. Exemplo: a que "possibilita a cobrança das 'taxas' e 'contribuição de melhorias' pela União, Estado Distrito Federal e Municípios, evidentemente dentro das respectivas competências de atuação".
Competência Cumulativa
	Prevista no Artigo 147, da CRFB. A regra decorre das peculiaridades dos Territórios e do DF, conforme determina os Artigos 31; 155 e 156 da CRFB.
Competência Privativa
	Tem sua determinação no Artigo 16, CTN e nos Artigos 153; 155 e 156, da CRFB, é atribuída específica e exclusivamente a um ente político, ou seja, "ocorre quando apenas uma pessoa política pode tributar determinado fato, excluindo-se a competência dos demais entes (ex.: IPI)"
	Isso equivale dizer que "também é excludente, uma vez que constitui uma obrigação negativa para as outras entidades, que não podem invadir aquela área própria e privativa do ente político beneficiado".
	Os empréstimos compulsórios (Artigo 148, CRFB); Contribuições Especiais (Artigo 149, CRFB); Contribuições Previdenciárias e as Contribuições de Iluminação Pública, também podem ser denominadas de privativas.
Competência Residual
	É o poder de instituir outros tributos não previstos na CRFB, em seus Artigos 153, 154 e 155.
	No Brasil, somente a União detém a competência residual, nos termos do Artigo 154.
Competência Legislativa
	É o poder de instituir outros tributos não previstos na CRFB, em seus Artigos 153, 154 e 155.
	No Brasil, somente a União detém a competência residual, nos termos do Artigo 154.
Competência Concorrente
	É a competência atribuída pela CRFB aos níveis de governo para legislar sobre direito tributário, conforme o artigo 24.
	A Constituição Federal atribui a competência em matéria tributária e traça os contornos gerais do Estado nas suas três esferas de poder. 
	Como expressão pura desse pacto, distribui as competências tributárias entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, formando, juntamente com os princípios e as normas de direito tributário, o Sistema Tributário Nacional.
	A Constituição determina as principais limitações ao exercício da competência tributária, com base no Artigo 150, CRFB, compreende então que as garantias ali determinadas formam um rol não exaustivo, visto que existem outras (Artigo 5º, XXXIV, CRFB).
	Essas limitações constituem proteção e garantias individuais ao contribuinte. O Artigo 64, § 4º. CRFB, como exemplo garantidor, determina que é possível a realização de emendas que ampliem ou melhorem a proteção que a Constituição Federal atribui ao contribuinte.
	As limitações à competência tributária, previstas nos Artigos 9º a 11º do CTN, consistem em princípios e normas jurídicas, consubstanciadas em vedações constitucionais, que têm por objetivo a garantia do cidadão contra o abuso do poder de tributar do Estado.
	Os princípios constitucionais são "aqueles que guardam os valores fundamentais da ordem jurídica. Isto só é possível na medida em que estes não objetivam regular situações específicas, mas sim desejam lançar a sua força sobre todo o mundo jurídico". Celso Antônio de Melo afirma que: 
	"princípio é, por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentesnormas, compondo-lhes o espírito e servindo de critério para a sua exata compreensão e inteligência exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a técnica e lhe dá sentido harmônico."
	Por isso, as limitações constitucionais ao poder de tributar são consideradas como verdadeiros Princípios Constitucionais Tributários.
	São Princípios Constitucionais Tributários:
• Princípio da legalidade;
• Princípio da isonomia;
• Princípio da irretroatividade e da anterioridade;
• Princípio Da vedação do efeito confiscatório, da imunidade e isenção tributária.
Competência Tributária
Inalterabilidade
	A Constituição Federal atribuiu competência tributária, por exemplo, aos Estados-membros para instituir impostos sobre causa mortis (Artigo 153, I, CF), e, à União para instituir impostos sobre importação de produtos. 
	É fato que a alteração de competência só será admissível por meio de Emenda Constitucional, não se permitindo, assim, que o princípio da Federação seja abalado por modificações advindas da vontade do legislador infraconstitucional.
Indelegabilidade e Irrenunciabilidade
	O Artigo 7º do CTN dispõe que a competência tributária é indelegável, o que, não obstante, inviabiliza a delegação de uma pessoa jurídica de direito público a outra, mediante convênio, as funções de arrecadar, fiscalizar, executar leis, serviços. 
	Essa delegação compreende as garantias e os privilégios processuais (Artigo 7º, § 1º, do CTN), podendo ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral de quem a delegou, mas é sempre em caráter precário.
	A irrenunciabilidade, ao contrário, estabelece que "a pessoa política detentora da competência tributária não poderá renunciar a ela, no todo ou em parte".
Incaducabilidade
	A distribuição de competências referida na Constituição da República em momento algum fez menção, ainda que implicitamente, a um lapso temporal para o exercício da competência tributária conferida a um ente político. 
	In casu, a doutrina de forma sucinta e clara tem reverberado o entendimento segundo o qual "o Artigo 8º do CTN diz que o eventual não exercício da competência tributária não a defere a qualquer outra pessoa jurídica de Direito Público diversa daquela a quem a Constituição haja entregue referida competência".
Facultatividade
	A facultatividade do exercício da competência é um dos pressupostos da competência tributária, "em razão do que a falta de seu exercício não lhes afasta o direito assegurado pela Constituição, que não estabeleceu qualquer espécie de perda em razão de mera inércia legislativa". 
	Assim, o fato da União não ter instituído o Imposto sobre Grandes Fortunas, não lhe retira a faculdade de exercer a sua competência para tal, em qualquer oportunidade.
Privatividade
	Em razão da titularidade de competência tributária que os entes políticos detêm por expressa determinação constitucional, por óbvio que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios gozam de privatividade para instituir, cobrar e fiscalizar o tributo de sua competência. 
	Essa assertiva "implica a exclusividade e consequente proibição de seu exercício por quem não tenha sido consagrado com esse direito”.
Inalterabilidade
	A Constituição Federal atribuiu competência tributária, por exemplo, aos Estados-membros para instituir impostos sobre causa mortis (Artigo 153, I, CF), e, à União para instituir impostos sobre importação de produtos. 
	É fato que a alteração de competência só será admissível por meio de Emenda Constitucional, não se permitindo, assim, que o princípio da Federação seja abalado por modificações advindas da vontade do legislador infraconstitucional.
	Agora que você já compreendeu a competência tributária e as devidas limitações do poder de tributar, saiba que a Constituição Federal estipula as regras procedimentais para a produção das normas. 
	A validade está presente quando o processo de produção e formação da lei houver observado as diretrizes e requisitos procedimentais na Constituição Federal. 
	Com sua publicação, nasce a presunção de que todos conhecem a lei, não sendo permitido a ninguém se escusar de cumpri-la alegando desconhecimento (Artigo 3º da Lei de Introdução ao Código Civil). Para obrigar os destinatários a cumprir a lei, é necessário que a mesma esteja em vigor.
	A LICCB - Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro, Decreto-lei 4.657 de 4/09/1942, Lei de Ordem Pública aplicável a todos os ramos do direito, é a regra geral aplicada ao direito tributário por força do Artigo 101 do CTN, ressalvados em especial, os Artigos 103 e 104 do CTN. Acompanhe do que trata os principais Artigos dessa lei.
Artigo 1º
	Salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
Artigo 2º
	Trata dos critérios normativos para soluções de antinomias aparentes. São eles:
• Critério Hierárquico;
• Critério Cronológico; 
• Critério da Especialidade.
	Artigo 2º. Critérios normativos para soluções de antinomias aparentes:
• critério hierárquico, baseado na superioridade de uma fonte de produção jurídica sobre outras. Lei de superior hierarquia revoga lei de inferior hierarquia. Em caso de conflito entre normas de diferentes níveis, a de nível mais alto, qualquer que seja a ordem cronológica, terá prevalência em relação à de nível mais baixo;
• critério cronológico, se duas normas forem conflitantes, e do mesmo nível ou escalão, prevalecerá a que por último foi editada;
• critério da especialidade, uma norma é especial se contém todos os elementos típicos da norma geral e mais alguns denominados especializantes. A norma especial acresce um elemento próprio a descrição legal do tipo previsto na norma geral. O tipo geral está contido no especial, ou seja, a norma especial contém todos os elementos da geral mais um, que é a diferença específica. É necessário sempre a presença da incompatibilidade para haver a revogação.
	Artigo 2º. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue, § 1º. A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior, § 2º. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga (salvo se houver incompatibilidade) nem a modifica a lei anterior, § 3º. Salvo disposição em  contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.
	Para exemplificar o § 3º da LICCB: Lei municipal (A) fixando alíquota de ISS em 2% é revogada por outra lei (B) que majora a alíquota para 5%. Caso a lei (B) seja revogada por uma outra lei (C), e a (C) nada disponha sobre o tema, a lei (A) que fixava a alíquota em 2% não voltará a ter vigência, criando-se assim uma ausência de alíquota para se exigir o ISS dos contribuintes por que não ocorreu o efeito repristinatório, que só existe quando expressamente previsto em um diploma legal.
	Acompanhe mais 3 artigos da LICCB também aplicáveis ao Direito Tributário:
	Artigo 3º. Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
	Artigo 4º. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
	Artigo 5º. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
	Artigo 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
Sobre a vigência de uma lei
	O legislador tem o poder discricionário para determinar o termo inicial da vigência de uma lei.
	Em relação à matéria tributária o Artigo 101, do CTN, acolhe o princípio da vigência da legislação tributária no âmbito espacial e temporal.
	A LICC deve ser utilizada para a vigência da legislação tributária (Artigo 101, CTN), desde que o instrumento legal não seja uma norma complementar (Artigo 103, CTN), ou que não seja uma lei tratando das hipótesesprevistas no Artigo 104 do CTN, pois para esta última, deve-se respeitar o princípio da anterioridade. 
	O período de tempo transcorrido entre a publicação da lei e o marco inicial da sua vigência é chamado de vacatio legis. Este lapso temporal somente não ocorrerá caso a lei entre em vigor na data de sua publicação.
Sobre a aplicação da lei
	A aplicação da lei deve respeitar, no geral, o princípio da irretroatividade. Aplica-se, normalmente, a lei no que se concerne aos fatos futuros (princípio da irretroatividade da lei) e aos pendentes, assim compreendidos como aqueles cuja ocorrência tenha se iniciado, mas não tenha se completado, conforme Artigo 105 e 116 do CTN.
	Para aplicar a legislação tributária, é preciso que se busque, sempre, o sentido da lei, verificando-se o alcance da norma.
	O intérprete não cria, apenas limita-se a declarar o alcance e o significado da norma.
	Acompanhe os métodos para a interpretação da lei tributária, bem como a de outros ramos do Direito:
• Gramatical ou literal - limita-se ao texto legal e acaba não satisfazendo plenamente devido aos diversos significados que uma palavra ou uma expressão podem ter, sendo, por isso, um método deficiente e precário;
• Histórico - procura interpretar a regra, analisando as razões que motivaram a edição da lei, verificando o contexto social, político, cultural da época do seu processo elaborativo;
• Sistemático - tem intenção de observar o sentido da lei perante o sistema jurídico no qual está inserida;
• Teleológico - tenta compreender a finalidade da lei, o escopo da norma.
	As fontes de interpretação da lei podem ser classificadas em:
• Autêntica - feita pelo próprio legislador ao editar uma nova lei esclarecendo o teor da anterior;
• Jurisprudencial - efetuada pelo Poder Judiciário;
• Doutrinária - elaborada pelos estudiosos do Direito.
	O Artigo 111 do CTN expressamente determina os casos em que somente caberá a interpretação literal da lei: suspensão, exclusão, outorga de isenção (que também é caso de exclusão do crédito) e, ainda, dispensa do cumprimento de obrigações acessórias. 
	Já o Artigo 112 remete à interpretação benigna da lei, favorecendo ao contribuinte nos casos nele descritos, desde que existam dúvidas quanto à capitulação legal do fato, à natureza ou à materialidade do fato, à autoria, à imputabilidade, à punibilidade ou, ainda, quanto à natureza da penalidade aplicável ou à sua graduação. 
Sobre a aplicação da lei
	A aplicação da lei deve respeitar, no geral, o princípio da irretroatividade. Aplica-se, normalmente, a lei no que se concerne aos fatos futuros (princípio da irretroatividade da lei) e aos pendentes, assim compreendidos como aqueles cuja ocorrência tenha se iniciado, mas não tenha se completado, conforme Artigo 105 e 116 do CTN.
	Para aplicar a legislação tributária, é preciso que se busque, sempre, o sentido da lei, verificando-se o alcance da norma.
	O intérprete não cria, apenas limita-se a declarar o alcance e o significado da norma.
	O aplicador do direito deverá utilizar, segundo o Artigo 108 do CTN, os seguintes instrumentos, considerados como fonte do direito tributário:
• a analogia - é a utilização de normas específicas aplicáveis a situações semelhantes na resolução de questões que não dispõem de enquadramento específico na legislação;
• os princípios gerais do Direito Tributário - legalidade, anterioridade, irretroatividade, capacidade contributiva etc.;
• os princípios gerais do Direito Público - isonomia, igualdade, ampla defesa etc.;
• a equidade - com conceito vago, é a chamada justiça ao caso concreto, buscando a solução a partir da norma genérica, e não, de uma norma específica, como no caso da analogia.
Conclusão
	A vigência da legislação tributária no Código Tributário Nacional, tem sua determinação no Artigo 101, do CTN. Objetivando a interpretação da vigência espacial, que tem por fim revelar qual o âmbito territorial cada norma integrante da legislação tributária vigora, cada ente federativo possui um território claramente demarcado, em que as normas expedidas por um ente só têm vigência dentro do seu respectivo território, não sendo aplicáveis aos fatos ocorridos nos territórios dos demais.
	Já o Artigo 102, do CTN, determina a regra da territorialidade.
	Em relação à vigência temporal da legislação tributária, pode-se verificar de imediato ou após um lapso de temporal no próprio texto legal, denominado vacatio legis, com base no Artigo 1º da Lei de Introdução ao Código Civil. 
	Publicada uma lei tributária, a vigência se dará de acordo com a cláusula própria que deve constar do texto legal, no caso de inexistência de disposição expressa, deve-se observar o prazo de quarentena e cinco dias após a data de publicação para o início da vigência.
	Os Artigos 100 e 103, do CTN dispõem sobre as regras de vigência das normas. Por isso, o estudo da capacidade tributária, da legislação tributária e sua aplicação no nosso ordenamento, deve ser entendido em conformidade com os princípios tributários e com as fontes do direito para poder verificar a proteção ao contribuinte cidadão.
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AULA 03 - TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO
	Ao analisar os pontos referentes às disciplinas Direito Tributário e Direito Fiscal, observa-se as normas que regulam a tributação, bem como as relações jurídicas entre tributantes e tributados.
	Sempre observando a ótica do Estado no dever de arrecadar dinheiro aos cofres públicos com o objetivo de realizar o bem comum, o ponto a ser estudado é em relação a natureza jurídica da relação tributária, que se origina e se desenvolve em torno de um vínculo jurídico estabelecido entre dois sujeitos, através do qual um deve dar, fazer ou não fazer alguma coisa em relação ao outro, tratando-se de uma relação jurídica obrigacional.
	Com base na teoria geral das obrigações, entende-se que a Obrigação Tributária constitui-se em dois tipos de obrigação, acompanhe.
Obrigação Principal
	É a prestação a qual se obriga o sujeito passivo, sendo de natureza patrimonial. 
	É sempre uma quantia em dinheiro, ou seja, uma obrigação de dar dinheiro, de pagar.
	O não pagamento enseja em uma penalidade pecuniária.
Obrigação Acessória
	É uma obrigação de fazer, um dever e é sempre não patrimonial. 
	Por exemplo, emitir nota fiscal, escriturar livros, inscrever-se no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas – CNPJ.
	Tome como exemplo a compra de um carro por Claudia....
	A relação entre o Estado e os particulares, sujeitos à tributação, não é simplesmente relação de poder, mas uma relação jurídica, de natureza obrigacional.
	O particular não tem a liberdade de escolha, de decisão, de dizer não vou pagar o tributo, não cumprirei com a obrigação de pagar ao Estado.
	A relação tributária surge da ocorrência de um fato previsto em uma norma. A lei descreve um fato (por exemplo, a compra de um carro) e a atribui a este o efeito de criar relação entre alguém (Claudia) e o Estado.
	Ocorrido o fato, que recebe o nome de fato gerador ou fato imponível - nasce a relação tributária, que compreende o dever de alguém (sujeito passivo da obrigação tributária) e o direito do Estado (sujeito ativo de obrigação tributária).
	Um tem que pagar e o outro informar o que devemos pagar.
	O Código Tributário Nacional diferencia Obrigação Tributária e Crédito Tributário, veja a diferença dos dois.
 	A Obrigação Tributária é o primeiro momento da relação tributária.
	Seu conteúdo ainda não é determinado e o sujeito passivo não está formalmente identificado. Por isso mesmo ainda não é exigível e seu campo é abstrato. 
	Na Obrigação Tributária, existe o dever do sujeito passivo de pagar o tributo ou a penalidade pecuniária (obrigação principal), ou ainda de fazer, de não fazer ou de tolerar tudo aquilo que a legislação tributária estabelece no interesse da arrecadaçãoou da fiscalização dos tributos (obrigação acessória). É o que se verifica no artigo 113 do CTN. 
	Essas prestações não são imediatamente exigíveis, tem o sujeito ativo o direito de fazer um lançamento, criando, assim, um crédito. O crédito sim é exigível.
 	Observa-se, então, as seguintes características:
 •  Obrigação Principal, são exemplos pagar o IPVA, IPTU, ITR; 
•  Obrigação Acessória, são exemplos:
    - de fazer (emitir notas fiscais); 
      - de não fazer (não receber mercadorias desacompanhadas de documentação legalmente exigida);
      - de tolerar (permitir a análise dos livros pelas autoridades fiscais).
	A Obrigação Principal sempre será instituída por lei, enquanto a Obrigação Acessória será instituída pela Legislação Tributária. Por isso, na observância do Código Tributário Nacional, bem como pelas leis que complementam o sistema Tributário, pode-se encontrar por exemplo, a Lei Kandir, os Regulamentos do IPI etc.
	 Já o Crédito Tributário decorre da Obrigação Tributária e tem a mesma natureza desta, surge com o lançamento, que confere à relação tributária liquidez e certeza. 
	O campo do Crédito Tributário é materializado, então torna-se aquilo que era ilíquido e incerto, em líquido e certo.
	O artigo 113, §3° do CTN traz que “a obrigação acessória, pelo simples fato de sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. ” A Obrigação Acessória descumprida é fato gerador de uma Obrigação Principal.
	A Obrigação Tributária decorre de Lei, a vontade não interfere no nascimento. Então, as fontes da Obrigação Tributária são: a lei (fonte formal) e o fato gerador (fonte material).
 
Fato Gerador da Obrigação Acessória
	É qualquer situação que na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou abstenção de ato que não configure obrigação principal (Art. 115 do CTN).
	É uma situação que pode ser definida pela Legislação Tributária, não apenas pela lei, pois não é matéria de reserva legal.
	Do fato de vencer mercadorias, podem decorrer duas obrigações:
- Obrigação Principal - pagar o ICMS.
- Obrigação Acessória: emitir a NF.
Fato Gerador da Obrigação Principal
	É a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua coerência, a saber:
- situação: é um fato ou conjunto de fatos, uma situação jurídica.
- definida em lei: é matéria de reserva legal. Só lei em sentido estrito pode descrever, definir, situação cuja ocorrência gera obrigação tributária principal.
- necessária: é indispensável que ocorra a situação descrita em lei, para surgir a obrigação tributária.
- suficiente: basta ocorrer o fato previsto em lei para que surja a obrigação tributária principal.
Fato Gerador e Hipótese de Incidência
	Hipótese de Incidência designa a descrição contida na lei, da situação necessária e suficiente da obrigação tributária.
	Com base no CC, em seu Artigo 104, os atos e negócios jurídicos dependem de requisitos legais: agenda capaz, objeto lícito, possível e determinado ou determinável, forma prescrita ou não proibida em lei. Ausente qualquer desses requisitos, o ato é inválido juridicamente. Por isso, se um ator realizado por um menos, não terá validade e será ineficaz.
	O Fato Gerador se considera consumado quando ocorre:
- situação de fato: desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que lhe são próprios (exemplo: prestação de serviço).
- situação jurídica: desde o momento em que tal situação jurídica esteja definitivamente constituída, nos termos do direito aplicável (exemplo: ser proprietário de um bem).
Norma Geral Antielisão
	No parágrafo único do Art. 116 do CTN está a Norma Antielisivas:
"a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência de fato gerador do tributo ou a natureza dos seus elementos da obrigação tributária".
	Essa norma busca tributar atos ou negócios simulados, ou seja, em caso em que o contribuinte pratica um ato ou negócio jurídico para não pagar ou pagar menos tributos, quando na verdade está praticando outro ato (pratica atos simulados, dissimula a realidade).
E quem são as pessoas da obrigação tributária?
Como são definidas as responsabilidades quanto à obrigação?
São eles:
	Sujeito Ativo: pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento (Artigo 119 do CTN). 
	É aquele que, por exemplo, pode promover execução fiscal, arrecadar ou fiscalizar tributos, executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária (artigo 7º do CTN). 
	São Pessoas de Direito Privado. As pessoas naturais não podem ser qualificadas como sujeitos ativos de obrigação tributária. 
	Sujeito Passivo: pessoa natural ou jurídica que tem o dever de cumprir a obrigação principal, que é pagar, contribuir (Artigo 121 do CTN). Pode ser:
• Contribuinte: quando tem relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador;
• Responsável: quando, sem revestir condição de contribuinte, sua obrigação decorra de Lei.
Artigos do CTN (Código Tributário Nacional)
	Artigo 123: O Sujeito Passivo da Obrigação Acessória pode ser o contribuinte ou terceiro. Prestação de fazer, não fazer, tolerar.
	Artigos 124 e 125: Da Solidariedade na Obrigação Tributária - São solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador - a solidariedade tributária não comporta benefício de ordem, ou seja, é necessária a observância de ordem entre os sujeitos passivos para a execução, sendo que podem ser cobradas de qualquer dos sujeitos passivos, indistintamente a totalidade do débito. O pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais.
	Observação: a isenção ou remissão (perdão) de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, substituindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo. A interrupção da precisão, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica os demais.
	Artigo 126: Da Capacidade Tributária - o sujeito passivo da obrigação tributária é uma pessoa natural (pessoa física), incapaz, na forma da lei, em face do Direito Tributário e tem ela plena capacidade jurídica. De igual forma, não afetam a capacidade tributária do sujeito passivo o fato de estar privado ou limitado do exercício de atividades civis, comerciais, profissionais ou da administração de seus bens.
	Artigo 127: Do Domicílio Tributário - consulte esse artigo para mais informações. 
	Artigo 121, II: Da Responsabilidade Tributária - É a submissão de determinada pessoa, contribuinte ou não, ao direito do fisco de exigir a prestação da obrigação tributária - vide também os Artigos 123, 128, 136 e 138 do CTN. No sentido estrito, é submissão, em virtude, mas está vinculada expressa, de determinada pessoa que não é contribuinte, mas está vinculada ao fato gerador da obrigação tributária, ao direito do fisco de exigir a prestação respectiva.
	Artigos 129 a 133: Da responsabilidade dos Sucessores - consulte esse artigo para mais informações.
E quem são os responsáveis tributários?
•  Sucessão Imobiliária; 
•  Sucessão Causa Mortis; 
•  Sucessão Comercial (Artigo 132 do CTN);
•  Responsabilidade de Terceiros - quando houver impossibilidade da exigência da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:
     - os pais, pelos tributos devidos pelos seus filhos;
     - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados e curatelados;
     - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
     - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
     - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;
     - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razãode ofício;
     - os sócios, no caso de liquidação da sociedade de pessoas.
Parando para refletir ...
	Não podemos confundir Obrigação Tributária e Crédito Tributário, pois eles possuem conceitos distintos e finalidades que resultam no cumprimento da Obrigação Tributária.
	No campo da Obrigação Tributária, estamos diante da questão tributária ilíquida e incerta, já no Crédito Tributário estamos no campo líquido e certo, materializando a obrigação tributária principal. 
	A lei descreve a hipótese em que o tributo é devido e, ocorrendo a situação descrita na norma (fato gerador), surge a Obrigação Tributária. Nesse momento, o Estado ainda não pode exigir o tributo, nem a penalidade decorrente de descumprimento de obrigação acessória. 
	Entretanto, para realizar o Crédito Tributário, é necessário que o Estado realize um procedimento administrativo denominado Lançamento para constituir um Crédito em seu favor. A partir do Lançamento, poderá exigir o objeto da prestação obrigacional, o pagamento do tributo ou da penalidade e identificar o sujeito.
Crédito Tributário
	É o vínculo jurídico, de natureza obrigacional, por força do qual o Estado pode exigir do particular o pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária.
 	As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem. O crédito tributário, como realidade formal, pode ser afetado, sem que seja afetada a sua substância (obrigação tributária). Se no procedimento de lançamento houve qualquer irregularidade – por exemplo, não foi observado o contraditório - a obrigação tributária não é afetada, sendo anulado o procedimento e feito novo lançamento tributário. 
	O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica, se extingue, tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos na Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade.
 	 A constituição do Crédito Tributário é de Competência Privativa da Autoridade Administrativa, ou seja, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Ainda que o sujeito passivo calcule e recolha o tributo, como acontece em determinadas espécies tributárias, é necessária homologação pela autoridade administrativa.
Lançamentos
	É o procedimento administrativo que busca verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular ou, por outra forma, definir o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
 	Com a determinação do valor do crédito tributário e a notificação do particular (fase oficiosa), só pode ser alterado em virtude de: 
 • impugnação do sujeito passivo (fase contenciosa); 
• recurso de ofício; 
• iniciativa da própria autoridade administrativa, nos casos previstos em lei (Artigo 149 do CTN).
 	São três as modalidades de lançamento:
 • de Ofício (=Direto): feito por iniciativa da autoridade administrativa, independentemente de qualquer colaboração do sujeito passivo. É o caso do IPTU e IPVA.
• por Declaração: feito em face de declaração fornecida pelo contribuinte ou pelo terceiro, quando prestam às autoridades administrativas informações quanto à matéria de fato indispensável à sua efetivação. A autoridade com base nas informações efetua o lançamento. É o caso do Imposto de Transmissão Intervivos de bens imóveis e direitos a eles relativos – ITBI, Imposto sobre heranças e doações ou causa mortis, Imposto de Exportação.
	A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde e antes de notificado o lançamento.
• por Homologação: feito quanto aos tributos em que o próprio sujeito passivo antecipa o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa. A autoridade, tomando conhecimento da determinação feita pelo sujeito passivo, expressamente o homologa. É o caso do Imposto de Renda, Imposto de Importação, IPI, ICMS, IOF, ITR, ISSQN, Contribuições Sociais.
	A própria norma determina pontos importantes que podem modificar o crédito tributário, são eles:
 • Suspensão do Crédito Tributário
 • Extinção do Crédito Tributário
 • Exclusão do Crédito Tributário
Importante
Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis.
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AULA 04 - DIREITO TRIBUTÁRIO: CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DE TRIBUTOS
	Esta aula trata da competência e dos princípios constitucionais tributários. O Poder Público, como qualquer particular, precisa cumprir metas, objetivos e finalidades (que são citadas no Artigo 3º. da Constituição Federal), e necessita de recursos financeiros para a realização desses objetivos. 
	Por isso, este assunto está interligado a todas as questões referentes à atividade financeira do Estado, o qual será responsável pela arrecadação e aplicação desses recursos, bem como saber gerenciar todo o orçamento.
	Tributo é uma prestação pecuniária (em dinheiro) e compulsória (obrigatória) que não constitua sanção de ato ilícito (contrário à lei) instituído em lei (só a lei cria tributos) e cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada, ou seja, a lei diz como o tributo deve ser cobrado.
	A Constituição Federal cita cinco espécies tributárias, são elas:
1) Taxa
	Artigos 77, 78 e 79 do CTN e Artigo 145, II da Constituição Federal.
	Taxa é um tributo vinculado, porque há uma contraprestação do Estado específica, sua cobrança é feita justamente:
• pela prestação do serviço estatal específico e divisível; ou 
• pelo regular poder de polícia.
	É um tributo que pode ser cobrado em razão do exercício efetivo do poder de polícia (poder da administração de limitar e disciplinar direito, interesse ou liberdade) e, ainda, pela utilização efetiva ou potencial de serviços públicos prestados ou colocados a sua disposição. 
Exemplos de taxas:
 	• de Inspeção Sanitária – cobrada por alguns municípios que quando, efetivamente, utilizando o seu "poder de polícia", fiscalizam as instalações sanitárias de bares e restaurantes. 
	• de Coleta de Lixo – também de competência dos municípios, é cobrada a partir de uma contraprestação por parte da Administração Pública de prestar efetivamente o serviço de limpeza e coleta de lixo.
	O Artigo 79 do CTN trata dos serviços públicos mencionados no Artigo 77:
- Serviços efetivamente: Quando o serviço for realmente utilizado pelo contribuinte a qualquer título
- Serviços Potencialmente: O fato de o serviço estar à mera disposição do contribuinte, mesmo que não tenha sido utilizado pelo mesmo, já enseja cobrança da taxa, como por exemplo, a taxa de incêndio.
- Serviços Específicos: Quando os serviços puderem ser destacados em unidades autônomas. O pagamento deste tipo de taxa é vinculado a uma atividade administrativa específica. 
- Serviços Divisíveis: Quando cada contribuinte puder utilizar o serviço separadamente e, este uso, também puder ser apurado.
2) Contribuição de Melhoria
	Artigo 81 e 82, CTN e Artigo 145, III da Constituição Federal.
	A Contribuição de Melhoria é um tributo vinculado a uma contraprestação do Estado pela valorização de um imóvel em razão de uma obra pública.
	Este tributo é cobrado para custear obras públicas de que decorra valorizaçãoimobiliária. Ou seja, se a Administração pública faz uma obra e, como consequência, o imóvel passa a ter um maior valor de mercado, o poder público, respeitando os limites da constituição federal e do código tributário nacional, pode cobrar pela mesma.
3) Imposto
	Artigo 16 do CTN e Artigo 145, I, § 1o. da Constituição Federal. 
	O Imposto é um tributo não vinculado pelo fato de sua cobrança ser feita independente de uma contraprestação específica do Estado. Existe apenas para gerar riqueza (Artigo 167, IV, Constituição Federal).
	É um tributo cujo fato gerador da obrigação de pagar é uma situação independe de qualquer atividade estatal específica em relação ao contribuinte. 
	O que se arrecada com o tributo é usado para fazer frente às despesas gerais, como por exemplo: 
• pagamento de servidores;
• construção de escolas, estradas e hospitais.
	O benefício não é individual, mas para toda a comunidade. E a constituição federal é quem diz quais são os impostos e quem tem a competência para instituí-los e cobrá-los.
 	Atualmente, são permitidas as cobranças dos impostos de acordo com os termos dos Artigos 153, 155 e 156, da Constituição Federal.
4) Empréstimo Compulsório
	Artigo 148 da Constituição Federal. 
	O Empréstimo Compulsório é um tributo de competência exclusiva da União e poderá ser instituído em casos de:
- Enchente
- Guerra Externa ou sua Iminência
- Investimento Público Urgente e Relevante.
	Ou seja, a União, nos casos excepcionais citados, poderá obrigar a população ou parte dela a emprestar-lhe dinheiro com a promessa de devolvê-lo após o período determinado.
5) Contribuições Parafiscais (ou especiais)
	Artigos 149 e 149-A da Constituição Federal. 
	Contribuições parafiscais (ou especiais) são tributos que, em princípio, compete exclusivamente à União. Estão subdivididas em três espécies, clique em cada uma para ver exemplos.
- Contribuição Social
	Programa de Integração Social - PIS. Apesar de ser de competência exclusiva da União, existe previsão constitucional para que os Estados o DF e os Municípios possam instituir contribuições sociais. 
- Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico
	Contribuição para controle de produção de açúcar, café, laranja etc.
- Contribuição de Interesse de Categorias Profissionais ou Econômicas
Contribuições para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
	Agora que você já aprendeu sobre as cinco espécies tributárias, vamos conhecer quem pode instituir tributos...
	Os tributos podem ser instituídos pela União, Estados, Municípios e o Distrito Federal podem, por lei, instituir os tributos de sua competência. 
	Essa competência é dada pela Constituição Federal. 
Código Tributário Nacional
	Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
	Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.
	Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria
Constituição Federal
	Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
	Com base no conceito de tributo, determinado pelo Artigo 3º do CTN, pode-se analisar o tributo em etapas:
Prestação Pecuniária Compulsória
	Prestação em dar dinheiro de forma obrigatória, de pagar.
Em moeda corrente ou cujo valor nela se possa exprimir 
	Tal obrigação deve ser feita em dinheiro.
Que não constitua sanção de ato ilícito 
	Tributo não é multa, visto que sanção de ato ilícito é multa, ou seja, penalidade pecuniária e não tributo.
Instituído por lei 
	Apenas a norma LEI poderá exigir um tributo, ou seja, somente por determinação da lei com base nos Artigos 150, I da Constituição Federal e do Artigo 97, do CTN.
	Em regra, um tributo é cobrado através de lei ordinária, seja federal, estadual ou municipal.  Decretos e portarias nunca poderão criar tributos.
Cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada
	O poder de tributar é de competência do Estado e somente ele poderá cobrar tributos. 
	O Estado ao arrecadar os tributos determina sobre as finalidades a serem designadas.
	Conforme já visto, a natureza jurídica do tributo, prevista no Artigo 4º do CTN, constitui obrigação determinada por lei, por isso, não há tributo sem que lei o decrete, definindo-lhe o fato gerador e a obrigação fiscal.
 	Será o fato gerador o responsável pela caracterização do tributo, bem como definir se é taxa, imposto ou contribuição de melhoria.
 
Função dos Tributos
Fiscal
Tributo fiscal é aquele criado como uma única finalidade: arrecadação. Exemplo: IPVA, ICMS, ISS, IR.
Para Fiscal
Tributo para fiscal é aquele tributo cobrado para cobrir despesas de determinadas atividades estatais. Exemplo: PIS, PASEP, COFINS, INSS, CSLL.
Extrafiscal
Tributo extrafiscal é aquele cuja principal finalidade é equilibrar a economia, pois o Estado não tem como objetivo principal a arrecadação, mas sim o equilíbrio econômico. Exemplo: II, IE, IOF. 
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AULA 05 - LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
	Você deve estar se perguntando: eu já estudei Legislação Tributária nas unidades anteriores? Sim, mas de forma ampla para o seu entendimento em relação ao Sistema Tributário Nacional, uma visão geral e complexa, misturando termos legais e os princípios.
	Nesta aula você entenderá, passo a passo, as normas que envolvem o Ordenamento Financeiro do Estado, ou seja, se o Poder Público pode instituir tributos, aumentar, extinguir, excluir, suspender, conceder imunidades, facilitar a livre concorrência etc. – tudo isso tem como base a lei.
O que é Legislação?
	Legislação é o conjunto de normas que regula determinado ramo do direito. 
	O CTN regula a Legislação Tributária nos Artigos 96 e 100.
	O Artigo 96 do CNT não específica qual o tipo de lei, então a interpretação pode estender as leis complementares, ordinárias e delegadas, mas a maioria dos tributos no Brasil são cobrados mediante lei ordinária.
	Entretanto, existem exceções determinadas pela Constituição Federal (Artigos 154, I e 148), com base no Artigo 97, que pode-se entender como um dos artigos mais importantes do CTN, visto que traz a obrigatoriedade em relação ao jurídico-tributário a serem tratadas apenas pela norma lei. Esse artigo deve ser interpretado juntamente com o Artigo 150, I da Constituição Federal.
	LEI nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966
Denominado Código Tributário Nacional Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de Direito Tributário aplicáveis à
União, aos Estados e aos Municípios.
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
	Art. 1o. Esta Lei regula, com fundamento na Emenda Constitucional no 18, de 1o de dezembro de 1965, o sistema tributário nacional e estabelece, com fundamento no art. 5o, inciso XV, alínea b, da Constituição Federal, as normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, sem prejuízo da respectiva legislação complementar, supletiva ou regulamentar.
DISPOSITIVO
Art. 96 do CTN
LIVRO SEGUNDO
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
TÍTULO I
Legislação Tributária
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
SEÇÃO I
Disposição Preliminar
	Art. 96. A expressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais,os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
	Art. 97 do CTN
Somente a lei pode estabelecer:
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
Importante
	É importante saber que:
• a criação de um tributo, com base no princípio da legalidade, somente poderá ser feita pela lei, bem como sua extinção. Lei ordinária federal, municipal ou estadual.
• o aumento ou a redução de um tributo somente serão possíveis através de lei.
	Por exemplo, se a União for aumentar o IR (Imposto de Renda), necessita de uma lei ordinária federal, aprovada pelo Congresso Nacional.
 • o fato gerador da obrigação tributária principal também será feito por lei, já é a situação jurídica que, se praticada, acarretará uma obrigação fiscal, seja principal (pagamento) ou acessória (obrigação de fazer e não fazer).
	Por exemplo, se uma pessoa tiver um carro terá que pagar o IPVA, porque existe uma lei ordinária do Estado do Rio de Janeiro estabelecendo que esta situação é um fato gerador para o pagamento do tributo devido, identificando o sujeito e a matéria tributável.
 • a base de cálculo e alíquota somente poderão ser fixadas por lei.
Sobre a vigência da Legislação Tributária – Artigos 101 a 104 do CTN
	A LICCB (Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro), Decreto-lei 4.657 de 4.09.1942, lei de Ordem Pública, aplicável a todos os ramos do direito, é a regra geral aplicada ao direito tributário por força do Artigo 101 do CTN, ressalvadas em especial, os Artigos 103 e 104 do CTN.
Artigos Importantes da LICCB:
Artigo 1º
	Salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
Artigo 2º
	Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue, § 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior, § 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga (salvo se houver incompatibilidade) nem a modifica a lei anterior, §3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.
	Um exemplo que pudesse melhor elucidar o §3º da LICCB seria este: Lei Municipal (A) fixando alíquota de ISS em 2% é revogada por outra lei (B) que majora a alíquota em 5%. Caso a lei (B) seja revogada por uma outra lei (C), e a (C) nada disponha sobre o tema, a lei (A) que fixava a alíquota em 2% não voltará a ter vigência, criando-se assim uma ausência de alíquota para se exigir o ISS dos contribuintes por que não ocorreu o efeito repristinatório, que só existe quando expressamente previsto em um diploma legal. 
Artigo 3º
	Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
Artigo 4º
	Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Artigo 5º
	Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e as exigências do bem comum.
Artigo 6º
	A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
	O artigo 2º da LICCB trata dos critérios normativos para solução de antinomias aparentes.
Critério Hierárquico
Baseado na superioridade de uma fonte de produção jurídica sobre outras. Uma lei de superior hierarquia revoga a lei de inferior hierarquia. 
Em caso de conflito entre normas de diferentes níveis, a de nível mais alto, qualquer que seja a ordem cronológica, terá prevalência em relação à de nível mais baixo.
Critério Cronológico
Se duas normas forem conflitantes, e do mesmo nível ou escalão, prevalecerá a que foi editada por último.
Critério da Especialidade
Uma norma é especial se contém todos os elementos típicos da norma geral e mais alguns denominados especializantes. 
A norma especial acresce um elemento próprio à descrição legal do tipo previsto na norma geral. 
O tipo geral está contido no especial, ou seja, a norma especial contém todos os elementos da geral, mais um, que é a diferença específica. 
É necessária sempre a presença da incompatibilidade para haver a revogação.
Sobre a existência da regra jurídica
Além da vigência, pode-se também falar do conceito de existência da regra jurídica. 
Uma regra jurídica existe quando editada por fonte de direito reconhecida pelo sistema jurídico. A regra que entrou no plano da existência "é". Existindo, pode ser:
Válida se obedecidas as condições formais (órgão competente) e materiais (ratione materiae) de sua produção e consequente integração no sistema; ou
Inválida caso contrário, contudo, a regra inválida existe e produz eficácia.
Vigência ou eficácia jurídica: é qualidade da regra jurídica (que existe é válida ou inválida) e que está apta a produzir efeitos jurídicos, isto é, incidir/juridicizar o fato ocorrido no mundo real que anteriormente foi previsto em abstrato. 
Eficácia social ou efetividade: é a repercussão dos efeitos normativos ocorridos no mundo real, na ordem dos fatos sociais, por força da incidência que produz efeito na realidade.
O juiz singular não declara apenas a inconstitucionalidade da regra, corta a sua existência, desconstituindo-a no caso concreto. Para realidade do processo (que é uma realidade distinta do direito material) ele a invalida. 
O dizer nulo do juiz com relação à regra jurídica em questão, é dizer que a regra jurídica ingressou no sistema. i.e, existe, porém, invalidamente, por isso o magistrado expurga-a. 
Nulificar não é declarar, é mais: é desconstituir. O que se declara é inexistência ou existência de algo e o enunciado de invalidade proferido pelo magistrado é mais do que isso, é mais do que declarar, é desconstitutivo (constitutivo negativo).
Do ponto de vista de uma legitimidade do Direito, porque todo Direito há de ser uma tentativa de "um direito justo" na dicção de Stamler mencionada por Miguel Reale, pode-se falar de:
• validade formal (das regras jurídicas no plano dogmático);
• eficácia social (da repercussão das regras nos fatos sociais); e 
• ponderação ético-jurídica (observância dos valores/princípios jurídicos via dimensão de peso). 
Eis aí a tridimensionalidade de Miguel Reale. A regra jurídica para ser legítima, conceito que é mais amplo que o conceito de validade formal-dogmática, há que observar estes três aspectos essenciais da realidade jurídica.
Sobre a aplicação da Legislação Tributária – Artigos 105 e 106 do CTN
Para Sacha Calmon Navarro Coelho, na verdade não existe o "fato gerador pendente". 
Pendente será o negócio jurídico ou a situação fática e não o fato gerador. O fato gerador ocorre ou não ocorre. Clique no ícone e veja um exemplo
Exemplo: alguém promete vender uma loja dentro de 10 meses, se o comprador lhe entregar um touro reprodutor afamado, que ainda está por nascer. Trata-se de um negócio jurídico sob condição suspensiva. 
Esse é um fato gerador "pendente" do imposto sobre a transmissão de bem imóvel. Se o negócio

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