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RESPONSABILIDADE CIVIL 2° BIMESTRE – PROF LEONARDO GLICIA REIS / MULTIVIX 12/05/2017 RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL “Será inter partes, excepcionalmente será erga omnes, a relação contratual depende da vontade entre as partes” NOÇÕES GERAIS: A responsabilidade contratual se origina da inexecução contratual. Pode ser de um negócio jurídico bilateral ou unilateral. Resulta, portanto, de ilícito contratual, ou seja, de falta de adimplemento ou da mora no cumprimento de qualquer obrigação. É uma infração a um dever especial estabelecido pela vontade dos contratantes, por isso decorre de relação obrigacional preexistente e pressupõe capacidade para contratar. A responsabilidade contratual é o resultado da violação de uma obrigação anterior, logo, para que exista é imprescindível a preexistência de uma obrigação. Na responsabilidade contratual, não precisa o contratante provar a culpa do inadimplente, para obter reparação das perdas e danos, basta provar o inadimplemento. O ônus da prova, na responsabilidade contratual, competirá ao devedor, que deverá provar, ante o inadimplemento, a inexistência de sua culpa ou presença de qualquer excludente do dever de indenizar ( Arts. 1056 CC ). Para que o devedor não seja obrigado a indenizar, o mesmo deverá provar que o fato ocorreu devido a caso fortuito ou força maior ( Art. 1058 CC). Pode-se definir a responsabilidade civil contratual como: uma conseqüência do inadimplemento de uma obrigação pelo devedor, em desfavor do credor, ou, ainda, de um cumprimento inadequado (defeito) de uma obrigação. INADIPLEMENTO: “Caracteriza o não cumprimento da obrigação e gera reponsabilidade civil” ESPÉCIES: ABSOLUTO que impossibilita o cumprimento da prestação. RELATIVO – MORA ainda existe a possibilidade do cumprimento da obrigação; violação positiva do contrato. RESPONSABILIDADE CIVIL 2° BIMESTRE – PROF LEONARDO GLICIA REIS / MULTIVIX Já no inadimplemento relativo, inadimplemeto / mora ou inadimplemento moratório, o devedor ainda é capaz de cumprir a obrigação no lugar e no modo devidos, mas fica em mora (atraso) por não cumprir a obrigação no tempo combinado. Dos dois tipos de inadimplemento também decorrem consequências jurídicas distintas para o devedor: no inadimplemento absoluto, o devedor deve ao credor a prestação que o credor lhe pagou mais as perdas e danos causados pelo inadimplemento. Quando acontece inadimplemento relativo, o devedor paga a prestação acrescida dos juros moratórios (decorrentes do atraso no adimplemento) adicionados de correção monetária, dependendo do período de tempo em que o devedor ficou em mora. EFEITOS: ART. 389 - "Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado". 1 - PERDAS E DANOS: DANO MORAL: violação de algum dos valores imateriais do cidadão, como a honra, a imagem, o nome, a intimidade e a privacidade, que englobam os chamadosdireitos da personalidade. RESPONSABILIDADE CIVIL 2° BIMESTRE – PROF LEONARDO GLICIA REIS / MULTIVIX DANO PATRIMONIAL: É toda lesão nos interesses sejam de ordem patrimonial LUCRO CESSANTE: É aquilo que a vítima deixou de alferir PERDA DE UMA CHANCE: baseia-se no direito à reparação em virtude de “dano”, da perda de uma oportunidade, não necessariamente de alcançar determinada coisa, mas de tentar alcançar. 2 – CLAUSULA PENAL: “Resilição contratual antecipada, também conhecido como multa” O objetivo das cláusulas penais é assegurar que ao menos parte dos prejuízos sejam recompostos caso uma das partes não cumpra o contrato. Nesse caso, a multa é estabelecida pelo Código Civil, que determina, no artigo 409, que a cláusula penal estipulada em conjunto com a obrigação pode se referir à inexecução completa da obrigação, de alguma cláusula especial ou à mora. De acordo com o artigo 412 do mesmo código, o valor da multa imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal. Existem dois tipos de cláusula penal: a compensatória, que pode gerar multa por descumprimento total ou parcial de obrigações previstas em leis ou contratos, e outra na hipótese de mora, ou seja, de atraso. No Direito Civil, a cláusula é elaborada com base em um valor previamente estipulado pelas próprias partes contratantes, a título de indenização para o caso de descumprimento culposo da obrigação. A multa compensatória ocorreria no caso de, por exemplo, um inquilino desocupar o imóvel antes do fim do prazo locatício – a cláusula penal compensatória, nesse caso, poderia ser estipulada no pagamento do valor de três aluguéis. Como o próprio nome já diz, a cláusula compensatória visa compensar a parte lesada pela quebra do contrato. A cláusula penal, funciona, na prática, como uma prévia avaliação das perdas e danos sem necessidade de comprovação. A CLAUSULA PENAL COMPENSATÓRIA PREESTABELECE O VALOR DAS PERDAS E DANOS Já a multa moratória, aplicada para os casos de inadimplemento – ou seja, em que há atraso no cumprimento de determinada obrigação – pode ser aplicada se, por exemplo, o inquilino não pagar o aluguel dentro do prazo. Nos contratos de consumo, o artigo 52 do Código de Defesa do Consumidor estabelece que o percentual da multa não pode ultrapassar 2% do valor da prestação. RESPONSABILIDADE CIVIL 2° BIMESTRE – PROF LEONARDO GLICIA REIS / MULTIVIX As principais vantagens das cláusulas penais é aumentar a possibilidade de seu cumprimento, já que o devedor teme que o valor da prestação aumente pelo acréscimo da multa, e facilitar o recebimento da indenização em caso de descumprimento. Além disso, o estabelecimento da cláusula poupa o trabalho do credor de provar judicialmente o montante de seu prejuízo, caso tenha que batalhar por uma indenização. 3 - JUROS: “Jurus são frutos civis” LEGAIS: Previstos, permitidos e limitados pela lei, equivalem a 1% ao mês, Os juros praticados são ditados pela lei de mercado conforme ditado pelo Banco Central. MORATÓRIOS: são aqueles pagos pelo devedor em razão do inadimplemento da obrigação. São os juros que incidem, por exemplo, quando o devedor não paga a prestação em dia. Têm um certo caráter punitivo pelo descumprimento da obrigação. REMUNERATÓRIA: Os juros remuneratórios têm caráter de lucro, de ganho que o concedente do empréstimo aufere durante o tempo em que o tomador se vale do crédito. Em palavras mais simples, são a recompensa ou rendimento pagos a quem empresta o dinheiro. 4 -ATUALIZAÇÕES DE MERCADO As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional. Provado que os juros da mora não cobrem o prejuízo, e não havendo pena convencional, pode o juiz conceder ao credor indenização suplementar. 26/05/2017 5 –HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Contratuais e sucumbências: RESPONSABILIDADE CIVIL 2° BIMESTRE – PROF LEONARDO GLICIA REIS / MULTIVIX Aquele que deu causa ao processo deve restituir os valores despendidos pela outra parte com os honorários contratuais, que integram o valor devido a título de perdas e danos, nos termos dos arts. 389, 395 e 404 do CC/02. Os honorários sucumbênciais, por constituírem crédito autônomo do advogado, não importam em decréscimo patrimonial do vencedor da demanda. Assim, como os honorários convencionais são retirados dopatrimônio da parte lesada – para que haja reparação integral do dano sofrido –, aquele que deu causa ao processo deve restituir os valores despendidos com os honorários contratuais Os honorários advocatícios constituem acessório inseparável do pedido principal de pagamento de perdas e danos, visto que o pagamento da indenização advinda da contratação de advogado não existe por si só, pois pressupõe a existência do pedido principal de pagamento de perdas e danos. No processo trabalhista, ao contrário do que estabelecido no processo civil, não vigora o princípio da sucumbência como único critério para a concessão da verba honorária, que é regulada pelo artigo 14 da Lei nº 5.584/70. Assim, a sua concessão se encontra condicionada também ao preenchimento dos requisitos indicados na Súmula nº 219, item I, do TST. I: “Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte, concomitantemente: a) estar assistida por sindicato da categoria profissional; b) comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família (art.14, § 1º, da Lei nº 5.584/1970). (ex-OJ nº 305 da SBDI-I).” 6 . ARRAS OU SINAL: Em ambos as hipóteses supracitadas, a parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização CONFIRMATÓRIOS: Sucintamente, visando o melhor entendimento acerca das duas espécies das ARRAS ou SINAIS, tem-se por arras confirmatórias aquelas cujo arrependimento não é concedido. Sua principal RESPONSABILIDADE CIVIL 2° BIMESTRE – PROF LEONARDO GLICIA REIS / MULTIVIX função é confirmar o contrato, que se torna obrigatório após a sua entrega. Prova o acordo de vontades, não sendo mais lícito a qualquer dos contratantes rescindi-lo unilateralmente. Quem o fizer responderá por perdas e danos, nos termos do arts. 418 e 419 do Código Civil. O Art. 418 do Código Civil, bem claramente, estabelece que em caso da parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as. Ao passo que, se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado. PENITENCIAIS: Profª Maria Helena Diniz sustenta que os contratantes, nesse caso, expressamente estipulam o direito ao arrependimento, tornando o contrato resolúvel imediatamente – com a condição de que a parte que assim o desejar perca o que deu em adiantamento, ou tenha que restituir, em dobro, o quanto recebeu. Muito importante ressaltar que, para a jurista, as arras penitenciais são uma indenização por perdas e danos “pré-fixada”, de modo que excluiriam qualquer indenização suplementar. A estas arras a jurista confere a mesma destinação da convenção penal. Nessa toada, Carlos Roberto Gonçalves ressalta que as arras denominam-se penitenciais, porque atuam como pena convencional, como sanção à parte que se valer dessa faculdade. Com efeito, o art. 420 do CC: “Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar.”. Com as arras penitenciais, diferentemente das confirmatórias, não é cabível a indenização suplementar. Em virtude do direito de arrependimento, as arras ou sinal, funcionam apenas a título indenizatório, ou seja, que as deu perdê-las-á em vantagem da outra parte e quem as recebeu devolvê-las-á em dobro. A devolução em dobro visa criar um “equilíbrio”, em outras palavras, a parte que recebeu as arras penitenciais, caso apenas as devolva, não terá indenizado a parte contrária, sendo, com isso, RESPONSABILIDADE CIVIL 2° BIMESTRE – PROF LEONARDO GLICIA REIS / MULTIVIX devido a sua devolução em dobro, para que cumpra sua função indenizatória. Por fim e ainda sobre arras penitenciais, não se exige prova de prejuízo real. Por outro lado, não se admite a cobrança de outra verba, a título de perdas e danos, ainda que a parte inocente tenha sofrido prejuízo superior ao valor do sinal. Nesse sentido, proclama a súmula 412 do STF: “No compromisso de compra e venda com cláusula de arrependimento, a devolução do sinal, por quem o deu, ou a sua restituição em dobro, por quem o recebeu, exclui indenização maior, a título de perdas e danos, salvo os juros moratórios e os encargos do processo.” RESPONSABILIDADE DAS PESSOAS JURÍDICAS I. CONCEITO A Pessoa Jurídica é um ser totalmente abstrato e fictício. Esse ser nasce em razão da união de pessoas físicas ou outras pessoas jurídicas, ou, ainda, da afetação de determinado patrimônio. A sociedade é a Pessoa Jurídica, no nosso caso empresarial, constituído por no mínimo duas pessoas naturais que se reúnem e constituem o Contrato Social ou estatuto Social esses instrumentos serão a lei entre os membros dessas sociedades. É a unidade de pessoas naturais ou de patrimônio, que visa à consecução de certos fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e obrigações, possuidora de personalidade jurídica. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos Direitos da Personalidade. São 3 os seus requisitos: a)Organização de pessoas ou de bens; b)Licitude de seus propósitos ou fins; c)Capacidade jurídica reconhecida por norma. Deve ser registrado no registro competente, Junta comercial, ou OAB para registros de escritório de advocacia. RESPONSABILIDADE CIVIL 2° BIMESTRE – PROF LEONARDO GLICIA REIS / MULTIVIX Ficção Legal Personalidade Jurídica – Sujeitos de deveres e obrigações Atos constitutivos ou contrato social ( públicos)/ certidão de nascimento Espécies de PESSOA JURÍDICA As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado. I. As pessoas jurídicas de direito privado buscam realizar os fins pelos quais foram criadas. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações. IV - as organizações religiosas; V - os partidos políticos. VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. REQUISITOS O registro declarará: I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; RESPONSABILIDADE CIVIL 2° BIMESTRE – PROF LEONARDO GLICIA REIS / MULTIVIX III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso. OBRIGAÇÕES Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório. II. As pessoas jurídicas de direito público tem um compromisso com a coletividade: 1. As Pessoas Jurídicas de direito publico interno estão voltadas atuar em prol de interesses da coletividade: I - a União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios; IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas do Código Civil. RESPONSABILIDADE CIVIL 2° BIMESTRE – PROF LEONARDO GLICIA REIS / MULTIVIX As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. 2. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público, suas atuações consistem na representação dos interesses da nação. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA Busca a satisfação da obrigação executando o patrimônio dos sócios. A procedência da desconsideração da personalidade jurídica depende do preenchimento dos requisitos do artigo 50 c.c. Obs: É certo que o pedido de desconsideração da personalidade jurídica deve ser posterior à comprovação da sua incapacidade em cumprir suas obrigações. Relações obrigacionais protegidas pelo art 50 c.c. Quais sejam: DESVIO DE FINALIDADE e CONFUSÃO PATRIMONIAL O desvio de finalidade ocorre quando uma pessoa jurídica prática atividades diferentes das atividades pelas quais foi criada. A confusão patrimonial ocorre quando não se consegue dissociar o patrimônio da pessoa jurídica do seu sócio ou de seus sócios. ~ Nas relações consumistas, trabalhistas e ambientais, dotadas de hipossuficiencia, a responsabilização civil dos sócios por meio da desconsideração jurídica da P.J. dependerá da prova de sua insuficiência patrimonial, seguindo as diretrizes do art 28 do cdc, por tanto não se faz necessário 0 cumprimento dos requisitos do art 50 c.c. DISSOLUÇÃO INVERSA Base: artigos 40 a 52 do Código Civil. Quando o patrimônio pessoal do sócio é incapaz de responder por suas obrigações pessoais, sendo possível para a execução de suas obrigações que o patrimônio da pessoa jurídica, seja afetado. 02/06/2017 RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL DAS PESSOAS JURÍDICAS RESPONSABILIDADE CIVIL 2° BIMESTRE – PROF LEONARDO GLICIA REIS / MULTIVIX PESSOA JURIDICA Atos constitutivos ou razão social Finalidade Legitimidade Personalidade Juridica própria=sujeito de direitos e deveres A pessoa jurídica é ficcta, não tem materialidade, é representada por uma pessoa física. Em regra, os sócios, que podem ser meramente sócios, ou sócios administrativos. Sócios Integra ou integraliza o patrimônio da empresa, ponderar ser sócio meramente ou ainda sócio administrador, geralmente aquele que possui maioria da cotas. 1- ADMINISTRADORES O sócio administrador, além da integralização do patrimônio da empresa, desenvolve atividades de gestão e administração da pessoa jurídica, limitado pelo contrato social. A responsabilidade dos adm é subjetiva, pois não assumem o risco da atividade. De outro lado, ultrapassando o limite da administração, a responsabilidade do administrador se torna objetiva. Obs: Administrador é o terceiro alheio ao contrato social, designado pela P.J. a prática dos atos de gestão e administração. Os sócios somente poderão ser afetados após a desconsideração da pessoa jurídica, após o procedimento de desconsideração, pode-se trazer a responsabilidade para os sócios. Questão de prova: Quando apenas um dos sócios der causa ao prejuízo do patrimônio da empresa, seja afetando o patrimônio de outrem ou o da empresa, a responsabilidade deste é subjetiva, só responde se tiver culpa e a responsabilidade da empresa é objetiva. A empresa sempre responde objetivamente sobre prejuízos causados ao patrimônio de outrem, mas poderá pedir o ressarcimento para o funcionário ou sócio que agir com dolo ou culpa. A responsabilidade civil CDC, ambiental e trabalhista é objetiva RESPONSABILIDADE CIVIL 2° BIMESTRE – PROF LEONARDO GLICIA REIS / MULTIVIX 2 . DANO MATERIAL É cumulável dano moral e dano material da pessoa jurídica, pois ela tem tutelado o direito de resguardae seu patrimônio, e seu direito de existência. Dano material Lucros cessantes Dano emergente Perda de uma chance O Dano Material é o prejuízo financeiro efetivamente sofrido pela vítima, seja física ou jurídica, causando redução do seu patrimônio. Esse dano pode ser de duas espécies: o que efetivamente o lesado perdeu, dano emergente, e o que razoavelmente deixou de ganhar, lucro cessante, ou perda de uma chance proveniente da privação injusta da possibilidade de se poder alcançar algo proveitoso. Para a reparação do dano material é “sine qua non” (indispensável essencial) demonstrar o nexo de causalidade entre a conduta indevida do terceiro e o efetivo prejuízo patrimonial suportado pelo lesado. Por sua natureza, evidentemente, a demonstração da extensão do dano material deve ser precisa quanto ao valor da indenização pretendida, pois o que se visa através da ação judicial é a recomposição da efetiva situação patrimonial que se tinha antes da ocorrência do dano. 3. DANO MORAL – Fere a credibilidade da empresa A indenização por dano moral de rigor tem como origem: o “caráter punitivo“ para que o causador do dano, pelo fato da condenação, se veja castigado pela ofensa que praticou; “caráter compensatório” para a vítima que receberá uma soma que lhe proporcione prazeres como contrapartida do mal sofrido, ante o ato ilícito praticado pelo autor. Ocorre quando há a violação do direito da personalidade da P.J. como por exemplo a violação da sua imagem, credibilidade, nome, confiança. Entende-se como honra também os valores morais, relacionados com a reputação, o bom nome ou o crédito, valores estes inteiramente RESPONSABILIDADE CIVIL 2° BIMESTRE – PROF LEONARDO GLICIA REIS / MULTIVIX aplicáveis às pessoas jurídicas; não apenas aqueles que afetam a alma e o sentimento do indivíduo, valores próprios do ser humano. A ofensa à empresa tanto pode causar-lhe prejuízo de ordem material quanto de ordem apenas moral, devendo recompor-se o seu patrimônio dessa natureza atingido. Irrelevante que o reflexo não seja íntimo, psíquico ou espiritual, pois que a tanto não se limita o conceitoa extrair-se do vocábulo "honra". O uso indevido do nome da empresa configura violação à imagem e valores sociais da ofendida no meio comercial, prejudicando as atividades e acarretando descrédito frente aos membros de determinada comunidade. A pessoa jurídica pode reclamar indenização por dano moral, desde que violados quaisquer dos direitos pela mesma titulados e previstos no inciso X do artigo 5º da Constituição Federal, porquanto o legislador não a distinguiu, para esses efeitos, da pessoa física. 4. PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO PESSOA JURIDICA a. Agente Preposto e/ou administrador, aquele que representa os interesses da pessoa jurídica b. Conduta Que gera o evento danoso( positiva ou negativa/ comissiva=objetiva ou omissiva=subjetiva) c. Nexo Causal Elo entre a conduta e o dano d. Dano Prejuízo material ou imaterial causado pelo agente A responsabilidade da p.j. é objetiva, exclui a culpa. A responsabilidade do estado é extracontratual, adotando a teoria do risco, responde objetivamente sempre, em seus diversos níveis, com direito a ação de regresso. Celso Antônio Bandeira de Mello define a responsabilidade patrimonial extracontratual do Estado como “como a obrigação que lhe incumbe de reparar economicamente os danos lesivos à esfera juridicamente garantida de outrem e que lhe sejam imputáveis em decorrência de comportamentos unilaterais, lícitos ou ilícitos, comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos.” A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 37, § 6º dispõe que: “as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, RESPONSABILIDADE CIVIL 2° BIMESTRE – PROF LEONARDO GLICIA REIS / MULTIVIX nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”, ou seja, as entidades de direito privado prestadoras de serviço público (fundações governamentais de direito privado, empresas públicas, sociedades de economia mista, empresas permissionárias e concessionárias de serviços públicos) respondem objetivamente por danos causados por seus agentes. Quando há culpa exclusiva da vítima, o Estado não responde; irá responder parcialmente, se demonstrar que houve culpa concorrente do prejudicado. RESPONSABILIDADE CIVIL 2° BIMESTRE – PROF LEONARDO GLICIA REIS / MULTIVIX
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