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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ João Paulo Pinguello Andrade Matheus Allan Maior Matheus Piasecki Paulo Henrique Ferro 1 1. Introdução 2. Matéria-prima e nutrientes 3. Microrganismos 4. Biorreatores 5. Processo 6. Produtos 7. Utilização do biogás e dos biofertilizantes 8. Eficiência energética e retorno econômico 9. Referências bibliográficas 2 As alterações climáticas Situação de independência energética Consciência que o futuro da humanidade passa pelo recurso de fontes renováveis de energia. 3 Em virtude da escalada contínua de preços da energia em nível global, a recuperação de energia de resíduos orgânicos e fluxos de resíduos vem se tornando uma alternativa cada vez mais atraente. 4 Além da geração de energia renovável passível de ser armazenada, a produção distribuída de biogás pode não apenas fomentar o desenvolvimento de regiões rurais, mas também fortalecer pequenas e médias empresas. 5 A produção e uso de biogás expandiu-se rapidamente nos últimos anos graças à legislação em favor das energias renováveis, em vigor na Alemanha desde o ano 2000. 6 7 Produção animal: suinocultura, pecuária e avicultura (dejetos e rejeitos); Resíduos agrícolas (cascas, folhagens e palhas, restos de cultura); Resíduos industriais (bagaços, descartes, efluentes e gorduras, restos de restaurantes de unidades fabris, efluentes industriais com elevada carga orgânica, entre outros); 8 Resíduos orgânicos municipais advindos da atividade humana (esgoto, resíduos domésticos orgânicos, resíduos de manutenção de parques e jardins); Vinhaça; Amido; Glicerina resultante da produção de biodiesel; 9 Produção diária de dejetos por animal 10 11 Forma e composição dos dejetos suínos: Forma pastosa Forma líquida Nitrogênio Fósforo Potássio Cálcio Magnésio Compostos orgânicos 12 A presença de alguns macronutrientes (C, N, K, P e S) e de alguns micronutrientes (sais minerais, vitaminas e aminoácidos) são fundamentais ao desenvolvimento dos microrganismos (bactérias). Para que no interior de um biodigestor ocorra uma boa fermentação, o equilíbrio entre os nutrientes é indispensável. 13 Os dejetos animais são ricos em nitrogênio; Os resíduos de culturas vegetais são ricos em carbono; Sais minerais estão presentes nos dejetos animais e resíduos vegetais. 14 Tornar o meio propício a fermentação anaeróbica: Variável Condições Procedimento Utilização de desinfetantes e outros produtos químicos na higienização em concentrações pré-estabelecidas e sem desperdício. Desinfetantes Concentração elevada de desinfetante Sulfetos Concertração elevada de sulfetos Modificar os insumos e/ou adequar o sistema de tratamento para controle e remoção de sultetos. Metais Pesados Presença de metais acima do necessário Modificar os insumos e/ou adequar o sistema de tratamento para controle e remoção de metais pesados. Temperatura Entre 15 e 60 °C Controlar a temperatura dos efluentes por sistemas de troca de calor e/ou sistemas de contenção 15 Concertração baixa de nitrogênio Inserir no meio compostos (Amônio, uréia) para suprir o nitrogênio como macronutrientes para a biota microbiológica Fósforo Concentração baixa de fósforo Inserir no meio compostos (uréia) para suprir o fósforo como macronutrientes para a biota microbiológica Variável Condições Procedimento pH Entre 6 a 8 Adição de álcali/ácido e/ou utilização de insumos que não tenham como efeito alterar o pH Nitrogênio Tornar o meio propício a fermentação anaeróbica: 16 A homogeneidade do substrato: Substratos não misturados tendem a formar camadas de acordo com a densidade da mistura no substrato. A maior parte das bactérias se acumulam no fundo do fermentador, devido a diferença de densidade enquanto que a maior parte do substrato fica na parte de cima. Nesse caso, devido a diminuição do contato entre as bactérias e o substrato, a geração de biogás diminui essencialmente. 17 A homogeneidade do substrato: Devido a uma codependência das bactérias da acetogênese e da metanogênese, uma mistura excessiva pode ser prejudicial para a fase anaeróbia deste processo, pois essas bactérias precisam estar próximas umas das outras. 18 Em biodigestores, a decomposição ocorre na forma anaeróbia. O resultado dessa decomposição é então o biogás, uma mistura de gás carbônico e metano, e biofertilizantes. 19 Em se tratando de decomposição anaeróbia, devemos considerar o seguinte: Diferentes tipos de matéria orgânica produzem diferentes quantidades de biogás (m³/ton ou l/kg); Diferentes tipos de matéria orgânica produzem biogás com diferentes concentrações de metano e gás carbônico; 20 (1) Alimentação da biomassa (2) Processo fermentativo (3) Retirada da carga 21 Para cada quantidade de resíduo que entra no biodigestor, iguamente será a quantidade de produto que sairá. Volume reacional permanece constante ao longo do tempo. 22 As duas câmaras possibilitam a circulação do material em fermentação no interior do cilindro. O substrato que entra no biodigestor vai para o fundo. Com o avanço do processo, fica menos denso e se transfere para a outra metade da câmara. 23 Para que o gás não escape na parte superior do cilindro há uma campânula que flutua sobre o selo de água, permitindo que o sistema permaneça a pressão constante 24 Não existe campânula, produzindo gás a pressão variável. O gás fica armazenado no interior do reator. Deve ser enterrado no chão. 25 Possui uma base retangular. Manta flexível fixa sobre uma valeta coberta de água com intenção de manter a pressão constante. 26 Ocorre por vários tipos de bactérias; Passam por 4 fases: Hidrólise Acidogênese Acetogênese Metanogênese 27 Hidrólise ocorre por meio de enzimas; Acidogênese por meio de Clostridium, Peptococcus, Staphylococcus, Lactobacillus, entre outros; Acetogênese feita por Syntrophobacter e Syntrophomonas; Metanogênese por meio de Methanosarcina e Methanosaeta; O inóculo preparado para a produção de biogás deve conter exemplares de todos os microrganismos listados anteriormente. 28 29 Biogás Fertilizantes 50 a 75% de Metano 25 a 50% de CO2 NH3, H2, H2O Foma Sólida Forma Líquida 30 O biogás pode ser usado como combustível em substituição ao gás natural ou ao Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), ambos extraídos de reservas minerais; Cozinhar em residências rurais próximas ao local de produção (economizando outras fontes de energia, como principalmente lenha ou GLP); 31 Aquecimento de instalações para animais muito sensíveis ao frio (leitões até 15 dias, por exemplo); Aquecimento de estufas de produção vegetal; 32 Aproveitado como fertilizante natural para realizar adubações das lavouras; Produto de excelente qualidade que, quando utilizado corretamente, praticamente não polui o ambiente; 33 Possuir características minerais adequadas para o desenvolvimento das plantas; É um produto rico emmatéria orgânica, bioestabilizado, que possui todos os nutrientes que os dejetos tinham antes da biodigestão; 34 12 kg de dejetos Produz 1m3 de biogás; Equivalente a 0,55 L de óleo diesel; 0,45 L de gás de cozinha; 1,43 kWh de eletricidade; 1,5 kg de lenha. 35 Cervi e Bueno (2010) procuraram verificar a viabilidade econômica de se gerar energia a partir do biogás produzido em uma granja de suínos. Os autores concluíram que o sistema é viável economicamente se o consumo médio de energia for de 35 kWh por dia. Nessa situação, o valor presente líquido (VPL) é de R$ 9.494,90, e a taxa interna de retorno (TIR) é de 9,34% ao ano. 36 37 A BIOELETRICIDADE DA CANA EM NÚMEROS.; CAPACIDADE DE GERAÇÃO DA BIOELETRICIDADE., União da Industria de Cana de Açucar- São Paulo.; FEVEREIRO DE 2016. Guia Prático do Biogás Geração e Utilização. Eunice A. M.; PROJETO DE UMA UNIDADE PRODUTORA DE BIOGÁS.; Escola Superior de Tecnologia de Tomar. Fernandes, D, M.; Biomassa e Biogás da Suinocultura.; Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Energia na Agricultura, Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas.; Cascavel, PR: UNIOESTE, 2012.; 209 p. <http://www.portaldobiogas.com/biodigestao-anaerobia/> acessado em 29 de julho de 2016. 38 39
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