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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA PLANEJAMENTO E PROJETO DE UMA INDÚSTRIA DE HIDROGÊNIO E HÉLIO TOLEDO/PR 2016 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA MATHEUS PIASECKI PLANEJAMENTO E PROJETO DE UMA INDÚSTRIA DE HIDROGÊNIO E HÉLIO TOLEDO/PR 2016 Trabalho entregue como requisito parcial de avaliação da disciplina de Planejamento e Projeto na Indústria Química do curso de Engenharia Química da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus Toledo. Prof. Dr. Camilo Freddy Moreira Morejón SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS .......................................................................................... 1 LISTA DE TABELAS .......................................................................................... 2 RESUMO............................................................................................................ 3 ESTUDO DE MERCADO ................................................................................... 4 1. Mercado fornecedor. ................................................................................ 4 2. Mercado consumidor. ............................................................................... 5 3. Mercado concorrente. ............................................................................... 6 4. Mercado substituto. .................................................................................. 8 5. Capacidade da planta. .............................................................................. 8 PROJETO DO PROCESSO ............................................................................... 9 BALANÇOS DE MASSA E ENERGIA .............................................................. 13 DIMENSIONAMENTO DE EQUIPAMENTOS .................................................. 18 1. Compressores. ....................................................................................... 18 6. Bombas. ................................................................................................. 19 7. Tanque-pulmão. ..................................................................................... 19 8. Trocador de calor. .................................................................................. 19 9. Reator forno............................................................................................ 20 10. Distribuidor de hélio............................................................................. 20 EDIFICAÇÕES INDUSTRIAIS ......................................................................... 21 1. Localização............................................................................................. 21 11. Tamanho da edificação industrial. ....................................................... 21 PROJETO DE ESTRUTURAÇÃO .................................................................... 26 1. Projeto da edificação em três dimensões. .............................................. 26 2. Projeto das instalações elétricas. ........................................................... 28 OTIMIZAÇÃO ................................................................................................... 31 1. Otimização do trocador de calor. ............................................................ 31 2. Otimização do leito catalítico. ................................................................. 34 3. Otimização do tanque pulmão. ............................................................... 35 ANÁLISE DOS ASPECTOS ECONÔMICO-FINANCEIROS ............................ 37 1. Métodos de investimento de capital. ...................................................... 38 2. Custo de operação. ................................................................................ 41 3. Preço unitário de venda. ......................................................................... 41 4. SAC. ....................................................................................................... 42 5. Análises econômicas de viabilidade. ...................................................... 42 CONCLUSÃO ................................................................................................... 44 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 45 1 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Mapa dos gasodutos de gás natural no Brasil. (Fonte: ABEGÁS, 2016). .......................................................................................................... 5 Figura 2: Localização das refinarias de petróleo brasileiras. (Fonte: Petrodelta, 2006). ........................................................................................ 6 Figura 3: Principais plantas e distribuidoras da White Martins no Brasil (Fonte: Google Maps, 2016). ...................................................................... 7 Figura 4: Principais plantas e distribuidoras da Air Liquide no Brasil. (Fonte: Google Maps, 2016). ................................................................................... 7 Figura 5: Fluxograma geral da produção de hélio e hidrogênio. ................. 9 Figura 6: Fluxograma das etapas globais do processo produtivo de hidrogênio e hélio. ..................................................................................... 10 Figura 7: Fluxograma qualitativo detalhado do processo produtivo de hidrogênio e hélio. ..................................................................................... 11 Figura 8: Fluxograma detalhado dos equipamentos no processo produtivo de hélio e hidrogênio. ................................................................................ 12 Figura 9: Volumes de controle para os balanços de massa: (a) Preparação do gás natural; (b) Destilação criogênica do hélio; (c) Leito de purificação para retirada de enxofre; (d) Reator forno; (e) Leito catalítico de segunda geração; (f) Purificação do hélio cru. ......................................................... 14 Figura 10: Volumes de controle para os balanços de energia. (a) Resfriamento para destilação criogênica; (b) Aquecimento para purificação do hélio cru; (c) Aquecimento para retirada de enxofre; (d) Aquecimento dentro do reator forno; (e) Resfriamento para segunda geração de H2. ... 17 Figura 16: Exemplo de planta tridimensional de uma indústria de hidrogênio projetada em software. (Fonte: 3DPlanta.com) ....................... 27 Figura 17: Exemplo de planta tridimensional de uma indústria de hidrogênio e hélio projetada em software. (Fonte: 3DPlanta.com) ............ 28 Figura 18: Exemplo de projeto de instalações elétricas. (Fonte: Vectro Automação). .............................................................................................. 29 Figura 19: Exemplo de projeto de instalações elétricas em três dimensões (Fonte: VIP Projetos e Instalações). .......................................................... 30 2 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Composição média do gás natural. ........................................... 13 Tabela 2: Balanço de massa no volume de controle (a), em ton/ano. ...... 14 Tabela 3: Balanço de massa no volume de controle (b), em ton/ano....... 15 Tabela 4: Balanço de massa no volume de controle (c), em ton/ano. ....... 15 Tabela 5: Balanço de massa no volume de controle (d), em ton/ano. ...... 16 Tabela 6: Balanço de massa no volume de controle (e), em ton/ano. ...... 16 Tabela 7: Balanços de energia realizados nos volumes de controle. ........ 17 Tabela 8: Tamanho dos equipamentos empregados na planta. ............... 22 Tabela 9: Lista de parâmetros e simbologia para o Trocador de Calor ..... 31 Tabela 10: Parâmetros avaliados para otimização do leito catalítico ........ 34 Tabela 11: Parâmetros para análise de otimização do tanque pulmão ..... 35 Tabela 12: Tabela de SAC para 78 meses. .............................................. 42 3 RESUMO De grande importância na indústria química em diversas reações, o gás hidrogênio possui aplicações em diversas áreas da engenharia, como na geração de energia e na engenharia aeroespacial. Empregado também na indústria química principalmente como refrigerante, o gás hélio é um gás bastante presente na indústria devido ao fato de ser inerte e leve. Dentre os diversos processos de produção de hidrogênio e hélio, o de maior destaque é pelo processamento do gás natural. Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo fazer o planejamento e projeto de uma planta industrial de hidrogênio e hélio. Para isso, fez-se o estudo dos aspectos técnicos e econômicos do processo produtivo de ambos os gases, detalhando-se o processo por meio de balanços de massa e dimensionamento de equipamentos e empregando-se métodos de estimativa de custos da planta, bem como o estudo da operacionalidade do processo. A partir de uma estimativa da demanda, determinou-se uma produtividade de 4,1 km³/ano de gás hidrogênio, estimando-se um capital fixo de investimento de aproximadamente US$ 47,8 milhões de dólares. Conclui-se ao final do trabalho que o processo é de baixa complexidade e fácil dimensionamento, porém demanda um alto custo de investimento. 4 ESTUDO DE MERCADO O estudo primordial para o planejamento e projeto de uma indústria é o estudo de mercado. O estudo de mercado representa a análise completa da venda/transferência de um produto/serviço, investigando-se a respeito do fornecimento de matéria-prima, do mercado consumidor, da concorrência e do mercado substituto (ADLER, 1971). Assim, o estudo de mercado tem como objetivo conhecer, analisar e quantificar as oportunidades de vendas, bem como seus esforços. 1. Mercado fornecedor. Dentre os processos de produção de hidrogênio e hélio, o mais empregado em ambos os casos é a obtenção a partir do gás natural. O gás natural é um combustível fóssil formado por hidrocarbonetos leves (em sua maioria, o metano), encontrado no subsolo em rochas porosas, podendo estar associada ou não a reservas petrolíferas. No Brasil, a maioria das reservas de gás natural encontram-se no litoral (ABEGÁS, 2016). Estimativas da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (ABEGÁS) indicam que as reservas de gás natural no Brasil permanecem em torno de 459 bilhões de metros cúbicos. Dados da ANP (2015) mostraram que o Brasil consumiu naquele ano 39,6 bilhões de metros cúbicos de gás natural, 6,34% a mais que no ano anterior, estimando-se ainda que o consumo de gás natural seguiria em alta. Do gás natural consumido anualmente, aproximadamente 17,4 bilhões de metros cúbicos foram importados, sendo que 69% dessas importações são da Bolívia, diretamente pelo gasoduto Brasil-Bolívia, enquanto que o resto é importado na forma de GNL. Na via contrária, o Brasil exportou 90,5 milhões de metros cúbicos de gás natural liquefeito, principalmente para a Argentina (ANP, 2015). Segundo a ABEGÁS, atualmente encontram-se em operação no Brasil sete gasodutos transportadores de gás natural, além do gasoduto Brasil- Bolívia. O mapa exposto na Figura 1 indica os gasodutos em operação, bem como os gasodutos em estudo e em implantação. A capacidade de transporte dos gasodutos variam entre 5,5 e 365 milhões de metros cúbicos por dia, dependendo da linha. Dessa forma, a fim de diminuir-se os custos de transporte de matéria- prima até a indústria, a localização ideal do ponto de vista do mercado fornecedor para uma indústria de hidrogênio e hélio é em uma cidade na qual passa-se algum gasoduto. 5 Figura 1: Mapa dos gasodutos de gás natural no Brasil. (Fonte: ABEGÁS, 2016). 2. Mercado consumidor. Segundo uma análise do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE, 2010), o mercado consumidor brasileiro de hidrogênio aproxima-se de 920 mil toneladas por ano, sendo consumido principalmente por refinarias de petróleo, indústrias de fertilizantes e indústria alimentícia, além de siderúrgicas e indústrias de semicondutores. Tendo então o hidrogênio uma grande aplicação na indústria, tem-se que o mesmo é demandado em diversos polos industriais ao longo do território brasileiro. Uma vez que o maior emprego do hidrogênio se dá em refinarias de petróleo (CGEE, 2010), estuda-se a localização das mesmas a fim de que a localização da planta de hidrogênio seja suficientemente perto do mercado consumidor, diminuindo assim custos de transporte. A Figura 2 indica as principais refinarias de petróleo do Brasil. O gás hélio, por sua vez, tem sua aplicação voltada na mecânica, em soldagens de ligas de alumínio, aço inoxidável e magnésio; no teste de peças automotivas críticas; e como fluido refrigerante inerte. Uma vez que ambos os gases são empregados em diversas indústrias, a demanda não representa um ponto crítico da análise de mercado por ter um mercado consumidor consideravelmente extenso ao longo do território nacional. 6 Figura 2: Localização das refinarias de petróleo brasileiras. (Fonte: Petrodelta, 2006). 3. Mercado concorrente. Atualmente, no Brasil, os principais produtores dos gases hélio e hidrogênio são a Praxair – White Martins e a Air Liquide. Ambas as empresas são multinacionais que operam em diversos países do mundo. No Brasil, estão localizadas principalmente na região de São Paulo e de Curitiba. A Figura 3 indica a localização das principais plantas e distribuidoras da White Martins. A Air Liquide possui plantas e distribuidoras em diversas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, além de algumas filiais no Nordeste e no Centro-Oeste. A matriz da Air Liquide localiza- se na cidade de São Paulo (Air Liquide, 2016). A Figura 4 indica a localização das principais plantas e distribuidoras da Air Liquide. Analisando-se o mercado geográfico, ambas as concorrentes estão localizadas nas regiões de maior demanda, ou seja, nas regiões aonde se tem a maior concentração de indústrias que aplicam hélio e hidrogênio em seus processos; dessa forma, o mercado geográfico pode ser dominado ao instalar- se a indústria em uma região em que não se tem a presença forte de ambas as concorrentes. 7 Figura 3: Principais plantas e distribuidoras da White Martins no Brasil (Fonte: Google Maps, 2016). Figura 4: Principais plantas e distribuidoras da Air Liquide no Brasil. (Fonte: Google Maps, 2016). 8 4. Mercado substituto. O gás hidrogênio tem sua principal aplicação como reagente em diversas reações na indústria. Desta forma, o hidrogênio é insubstituível nesse setor da indústria química. Entretanto, a mudança do método produtivo em uma indústriaquímica pode eliminar o gás hidrogênio do seu processo, atuando de certa forma como um produto substituto. Os principais substitutos do gás hélio são os demais gases nobres produzidos industrialmente, como o neônio e o argônio, uma vez que somente essa classe de gases são quimicamente inertes. Entretanto, tais gases não são tão leves quanto o gás hélio, sendo esta outra propriedade pelo qual o gás hélio é tão demandado na indústria. De fato, não existe outro gás que seja inerte e leve e que seja produzido em escala industrial, tornando o gás hélio um produto insubstituível em praticamente todas as suas aplicações. 5. Capacidade da planta. Tendo-se estudado os mercados fornecedor, consumidor, concorrente e substituto, faz-se uma estimativa da capacidade da planta de hidrogênio e hélio a ser projetada. A partir da demanda brasileira estimada de 920 mil toneladas por ano de gás hidrogênio, e estimando-se que a planta projetada neste trabalho procure cobrir 5% da demanda nacional, tem-se então que a capacidade da planta será de 46 mil toneladas por ano de gás hidrogênio. Dentro dessa capacidade da planta, uma vez que o gás hélio pode ser extraído da corrente de gases de exaustão da produção de hidrogênio, projeta- se a capacidade de produção de gás hélio a partir da capacidade do hidrogênio, utilizando-se para isso balanços de massa apropriados. 9 PROJETO DO PROCESSO Uma vez que os estudos de mercado realizados apontam a viabilidade do projeto, inicia-se o planejamento e projeto do processo produtivo. Dentro desta etapa, define-se qualitativamente o processo, a partir da entrada de matérias-primas, insumos, complementos e implementos; e da saída de produtos e de resíduos. O processo de produção do hidrogênio se dá pela reforma do metano presente no gás natural, reagindo-o com vapor d’água para formar hidrogênio, tendo-se duas etapas de geração de hidrogênio. A produção do hélio se dá pela destilação criogênica do gás natural, retirando-se o hélio da corrente de alimentação. Em uma planta de produção de hidrogênio e hélio, os processos empregados se utilizam da mesma matéria-prima: o gás natural. O processo produtivo de ambos, entretanto, empregam insumos diferentes. Na produção de gás hidrogênio, o principal insumo é o vapor d’água, empregado na reação de reforma, tendo-se ainda como complementos os recheios catalíticos dos leitos e as soluções para purificação. Na produção de gás hélio, não se tem insumos diretos participando do processo de produção, uma vez que o hélio é extraído da corrente de gás natural. Como complementos do processo, tem-se os recheios catalíticos e as substâncias empregadas na purificação das correntes de hélio no processo. Como resíduos, os processos produtivos apresentam os demais gases presentes na corrente de gás natural, tais como nitrogênio e gás carbônico; reagentes não convertidos, como o vapor d’água; e enxofre elementar na forma sólida, precipitado no processo de purificação. A Figura 5 indica o fluxograma geral para a produção de hélio e hidrogênio. Figura 5: Fluxograma geral da produção de hélio e hidrogênio. 10 Pode-se dividir o processo produtivo da indústria de hélio e hidrogênio em cinco etapas globais. Estas etapas envolvem a recepção da matéria-prima; o pré-tratamento e purificação da mesma; o processo produtivo principal, no qual há a conversão em produto; a finalização e acabamento do produto; e a embalagem, acondicionamento e expedição do produto final. A Figura 6 indica o fluxograma das etapas globais do processo produtivo. Figura 6: Fluxograma das etapas globais do processo produtivo de hidrogênio e hélio. Dentro de cada etapa global, tem-se etapas individuais, pelas quais o gás natural passa até ser convertido em produtos, juntando-se os insumos e complementos em determinadas etapas. Na etapa global de recepção, o gás natural recepcionado via gasoduto passa por instrumentos de medida de vazão, para controle do processo, passando então pelo controle de qualidade, assim como os insumos e complementos. Antes de seguir no processo, tem-se o armazenamento em tanques-pulmão. Na etapa de preparação e purificação, tem-se a retirada de componentes como o gás carbônico, o vapor d’água e os hidrocarbonetos mais pesados. Aqui, emprega-se tanto recheios catalíticos em leito fixo quanto a etanolamina em torres de absorção. Após essa etapa, os rejeitos do processo são direcionados à expedição, enquanto que a corrente purificada é armazenada em outro tanque-pulmão. Dentro do processo produtivo principal, a produção do hélio ocorre antes que a do hidrogênio. A destilação criogênica separa uma corrente crua de hélio de outra contendo metano e nitrogênio. Enquanto que a corrente de hélio segue para a purificação final, a corrente de metano vai para a produção de hidrogênio. Antes de ser convertida em hidrogênio, a corrente passa por uma 11 retirada de enxofre, empregando-se soluções alcalinas, que é precipitado e expedido. O metano então sofre reforma ao misturar-se com vapor d’água, produzindo hidrogênio ao final do processo. Ambas as correntes, tanto de hélio como a de hidrogênio, passam pela finalização e acabamento para serem purificadas, retirando as impurezas finais, tais como reagentes não convertidos, gás de síntese e demais componentes não interessantes ao processo. Por fim, pode-se armazenar ambos os gases tanto em tanques pressurizados quanto podem ser escoados diretamente por gasodutos. A Figura 7 demonstra o processo produtivo de hélio de hidrogênio de forma detalhada. Figura 7: Fluxograma qualitativo detalhado do processo produtivo de hidrogênio e hélio. Considerando-se cada etapa, o fluxograma da Figura 8 detalha o processo produtivo a partir dos equipamentos empregados. Pode-se perceber que a maioria dos equipamentos estão na etapa principal do processo produtivo, uma vez que o mesmo é complexo e envolve diversas operações unitárias para a produção de hélio e hidrogênio. Destaca-se na reforma do metano o emprego de dois equipamentos, para ter-se duas gerações. A primeira é por meio de um reator tubular aquecido, que segue para um leito catalítico, dessa forma aumentando a conversão em hidrogênio. Também destaca-se as duas colunas de destilação criogênica do hélio, sendo uma de alta pressão e outra de baixa pressão, para aumentar a eficiência na retirada de hélio. 12 Figura 8: Fluxograma detalhado dos equipamentos no processo produtivo de hélio e hidrogênio. 13 BALANÇOS DE MASSA E ENERGIA Depois de feita a análise qualitativa do processo produtivo, a partir dos fluxogramas desenvolvidos, faz-se então a análise quantitativa do processo de produção. Tal análise quantitativa é feita a partir dos balanços de massa e energia das etapas do processo global de produção. Os balanços de massa e energia são equações que quantificam as entradas e saídas em um certo volume de controle, bem como a geração ou consumo de substâncias em outras, além do acúmulo de massa (ou energia) ao longo do tempo dentro de tal volume de controle. A equação base para o desenvolvimento dos balanços de massa e energia é a Equação 01. Esta equação equaliza os termos convectivos (entrada e saída) e os termos de geração com o acúmulo no sistema. 𝐸 − 𝑆 ± 𝐺/𝐶 = 𝐴𝑐 (01) Partindo da capacidade estimadade 920 mil toneladas/ano de gás hidrogênio, estima-se uma demanda de 3,79 milhões de toneladas/ano de gás natural. Desta quantidade de gás natural, estima-se ainda uma produção de 14,4 mil toneladas/ano de gás hélio. A Tabela 1 mostra a composição média do gás natural, que será usada como base nos cálculos dos balanços. Tabela 1: Composição média do gás natural. Substância Percentual em massa Metano (CH4) 92,15 Demais hidrocarbonetos 4,31 Gás carbônico (CO2) 1,44 Sulfeto de hidrogênio (H2S) 0,96 Nitrogênio (N2) 0,77 Hélio (He) 0,38 Fonte: GásNet, 2016. A partir do fluxograma qualitativo ilustrado na Figura 8, delimitou-se seis volumes de controle nos quais se fará os balanços de massa, expondo os volumes selecionados na Figura 9. Para facilitar-se os balanços de massa, as três sub etapas de preparação do gás natural foram aglomeradas em um volume de controle, bem como as duas colunas de destilação criogênica e o processo de purificação do hélio cru. Por outro lado, como tem-se reações químicas diferentes ocorrendo em cada equipamento, o processo de reforma do gás natural foi dividido em três volumes de controle. Nota-se que nenhum dos volumes de controle escolhidos possui acúmulo. 14 Figura 9: Volumes de controle para os balanços de massa: (a) Preparação do gás natural; (b) Destilação criogênica do hélio; (c) Leito de purificação para retirada de enxofre; (d) Reator forno; (e) Leito catalítico de segunda geração; (f) Purificação do hélio cru. Fazendo-se o balanço para o volume de controle (a), tem-se a entrada do gás natural bruto como matéria-prima (Ea1), além de etanolamina para a retirada do gás carbônico (Ea2) e do carvão ativado empregado na coluna de leito fixo. Para a absorção do gás carbônico pela etanolamina, deve-se usar 1 parte de etanolamina para cada 4 partes de CO2, em peso (BARBOSA, 2010). O recheio da coluna não segue um fluxo contínuo no processo, mas sim é trocado em certos períodos de tempo, de acordo com a capacidade de adsorção do mesmo. Assim, o mesmo não está incluído no balanço de massa. Tem-se como saídas do volume de controle a corrente de gás natural tratado (Sa1), a corrente de etanolamina impregnada com gás carbônico (Sa2) e a corrente de hidrocarbonetos pesados que são retirados no leito (Sa3). No volume de controle, então, temos duas entradas e três saídas. A Tabela 2 indica a composição de cada entrada e saída. Tabela 2: Balanço de massa no volume de controle (a), em ton/ano. Componente Ea1 Ea2 Sa1 Sa2 Sa3 Global 3,79E+06 1,36E+04 3,57E+06 6,82E+04 1,63E+05 CH4 3,49E+06 - 3,49E+06 - - H2S 2,92E+04 - 2,92E+04 - - N2 3,64E+04 - 3,64E+04 - - Hélio 5,46E+04 - 0,00E+00 5,46E+04 - CO2 1,44E+04 - 1,44E+04 - - Etanolamina - 1,36E+04 1,36E+04 - Hidrocarbonetos pesados 1,63E+05 - 0,00E+00 - 1,63E+05 15 Aplicando-se o balanço no volume de controle (b), tem-se uma única entrada, a da corrente de gás natural purificado provindo da purificação (Eb1), e duas saídas: a corrente de hélio cru (Sb1) e a corrente de metano que vai para a produção de hidrogênio (Sb2). A Tabela 3 indica as composições das correntes de acordo com os balanços de massa realizados. Tabela 3: Balanço de massa no volume de controle (b), em ton/ano. Componente Eb1 Sb1 Sb2 Global 3,57E+06 3,56E+06 1,44E+04 CH4 3,49E+06 3,49E+06 - H2S 2,92E+04 2,92E+04 - N2 3,64E+04 3,64E+04 - Hélio 1,44E+04 - 1,44E+04 No volume de controle (c), tem-se a entrada da corrente de gás natural provinda da produção do hélio (Ec1) como entrada principal, além da entrada das soluções alcalinas usadas para purificar a corrente (Ec2), na proporção 9:41 em peso para o H2S (BARBOSA, 2010). Ao final do processo de purificação, tem-se a corrente de gás natural purificada (Sc1), a corrente de saída de solução alcalina impregnada com enxofre (Sc2). A Tabela 4 expõe a vazão global de cada corrente, bem como a composição mássica. Para o volume de controle (d), a corrente provinda da purificação (Ed1) será misturada com vapor d’água proveniente de uma caldeira (Ed2), para então adentrar o reator tubular e formar hidrogênio. Dessa forma, além da corrente única de saída, contendo hidrogênio (Sd1), ter-se-á o termo de geração de hidrogênio e de monóxido de carbono, segundo a reação descrita abaixo. CH4 + H2O 3 H2 + CO Tabela 4: Balanço de massa no volume de controle (c), em ton/ano. Componente Ec1 Ec2 Sc1 Sc2 Global 3,56E+06 7,97E+03 3,52E+06 4,44E+04 CH4 3,49E+06 - 3,49E+06 - N2 2,92E+04 - 2,92E+04 - H2S 3,64E+04 - 0,00E+00 3,64E+04 Solução alcalina - 7,97E+03 - 7,97E+03 A reação terá rendimento de aproximadamente 57%, ou seja, ainda se terá metano e vapor d’água presente na corrente de saída, além do nitrogênio, que é inerte nessa reação. A Tabela 5 indica as correntes, bem como as composições descritas. Nota-se que um valor negativo na corrente de geração denota que o componente está sendo consumido. 16 Tabela 5: Balanço de massa no volume de controle (d), em ton/ano. Componente Ed1 Ed2 Gd1 Sd1 Global 3,52E+06 1,50E+07 - 1,85E+07 CH4 3,49E+06 - -1,99E+06 1,50E+06 N2 2,92E+04 - - 2,92E+04 H2O vapor - 1,50E+07 -2,24E+06 1,28E+07 H2 - - 7,47E+05 7,47E+05 CO - - 3,48E+06 3,48E+06 Após a saída do reator forno, ainda há matéria-prima para uma segunda geração de hidrogênio. Dessa vez, o monóxido de carbono reagirá com água em uma reação reversível para formar hidrogênio e gás carbônico, com rendimento de aproximadamente 70%. A Tabela 6 expõe os valores das correntes calculadas no balanço de massa, assim com as composições. Tabela 6: Balanço de massa no volume de controle (e), em ton/ano. Componente Ed1 Gd1 Sd1 Global 1,85E+07 - 1,85E+07 CH4 1,50E+06 - 1,50E+06 N2 2,92E+04 - 2,92E+04 H2O vapor 1,28E+07 -1,57E+06 1,12E+07 CO 3,48E+06 -2,44E+06 1,05E+06 H2 7,47E+05 1,74E+05 9,21E+05 CO2 - 3,83E+06 3,83E+06 Ao fim da produção de hidrogênio, tem-se o total de aproximadamente 920 mil toneladas/ano estimadas como capacidade total da indústria. Por fim, o balanço de massa na purificação do gás hélio retira impurezas não contabilizadas neste trabalho, atingindo-se uma corrente com pureza de 99,9%, obtendo-se ao final do processo as 14,4 mil toneladas/ano de gás hélio estipuladas inicialmente operando à capacidade máxima. Do aspecto energético, o processo de produção de hidrogênio e hélio é um dos mais dispendiosos, pois o processo global trabalha com temperaturas absolutas muito diferentes. Enquanto que na destilação criogênica do hélio, deve-se atingir temperaturas próximas de -100ºC, a reforma do gás natural demanda temperaturas acima de 700ºC para deslocar favoravelmente o equilíbrio. Assim, fez-se o balanço de energia nos equipamentos indicados na Figura 10. 17 Figura 10: Volumes de controle para os balanços de energia. (a) Resfriamento para destilação criogênica; (b) Aquecimento para purificação do hélio cru; (c) Aquecimento para retirada de enxofre; (d) Aquecimento dentro do reator forno; (e) Resfriamento para segunda geração de H2. A equação empregada no balanço de energia é a Equação 02, descrita abaixo. A capacidade calorífica da corrente foi aproximada como sendo a do componente em maior quantidade. Assim, montou-se a Tabela 7 com os calores a serem adicionados/retirados de cada processo. 𝑄 = �̇� 𝐶𝑝̅̅̅̅ (𝑇𝑠𝑎í𝑑𝑎 − 𝑇𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎) (02) Tabela 7: Balanços de energia realizados nos volumes de controle. V.C. T entrada (ºC) T saída (ºC) Cp médio (kJ/kgK) Vazão mássica (kg/ano) Calor (kJ/ano)(a) 25 -87 1,756 3,79E+09 -7,45E+11 (b) -87 30 0,0052 1,44E+07 8,76E+06 (c) -87 30 0,002232 3,56E+06 9,29E+05 (d) 30 900 0,002232 3,56E+06 6,91E+06 (e) 900 30 0,014 9,21E+05 -1,12E+07 Os valores negativos denotam retirada de calor do processo. Assim, percebe-se uma grande quantidade de calor necessária ao longo do processo produtivo, destacando-se o calor retirado na destilação criogênica e o calor adicionado no reator forno, ambos sendo o principal processo dentro da produção de hélio e hidrogênio, respectivamente. 18 DIMENSIONAMENTO DE EQUIPAMENTOS Conhecidas as vazões a serem trabalhadas na indústria, a partir das considerações feitas para a realização dos balanços, realiza-se o dimensionamento dos equipamentos que irão operar dentro da planta. Todos os equipamentos possuem especificações que devem ser atendidas, bem como limites de operação que devem ser mantidos, fazendo-se assim necessário o dimensionamento correto a fim de evitar-se perdas futuras com defeitos ou subrendimento. Alguns equipamentos são essenciais dentro de uma indústria química, pois farão o transporte e armazenamento de matérias-primas e produtos, bem como intermediários. Entre eles, destacam-se as bombas (para transporte de líquidos), os compressores (para transporte de gases), e os tanques-pulmão (para armazenagem entre processos). Para a indústria de hélio e hidrogênio, se fará o dimensionamento dos três equipamentos essenciais citados acima, bem como o dimensionamento do reator forno, do leito catalítico de segunda geração, do trocador de calor e dos distribuidores de gás hélio. 1. Compressores. O compressor dimensionado está posicionado na entrada do processo principal de produção de hélio, empregando-se um compressor centrífugo para tal. A coluna de destilação de alta pressão demanda uma pressão de 5,5 MPa para a operação ter um bom rendimento, na qual o gás natural irá entrar à 25ºC e à uma vazão de 3,79x106 ton/ano. A partir desses dados, assumindo as propriedades do gás natural como sendo as do metano, o dimensionamento é feito a partir da vazão volumétrica (3969,83 m³/min), obtendo-se dados de pressão e temperatura crítica do metano, para determinação do fator de compressibilidade (Z). Tendo-se tais valores para as condições de entrada e saída, calcula-se a potência necessária para que o compressor realize a operação de transporte e compressão pela equação (03) abaixo. 𝑃𝑜𝑡 = − 1 𝜂 𝜔𝐴 𝑀 𝑘 𝑘 − 1 𝑅𝑇𝐴 [( 𝑃𝑑 𝑃𝑎 ) 𝑘−1 𝑘 − 1] ( 𝑍𝑎 − 𝑍𝑑 2 ) (03) Obteve-se, então, uma potência necessária de 408 HP para a realização da compressão e transporte do gás natural até a coluna de destilação. 19 6. Bombas. Outro equipamento essencial, a bomba é empregada no transporte da etanolamina até o purificador da corrente de gás natural. A bomba mais empregada nesse transporte é a bomba centrífuga. A partir da vazão empregada de 1,36 x104 ton/ano de etanolamina, assumindo um rendimento de 81%, para uma altura de elevação de 30 metros, calculou-se a potência da bomba pela equação (04). 𝑃𝑜𝑡 = 𝜔𝛾𝐻𝑜 𝜂 (04) Obteve-se, pela equação, uma potência necessária de 21,2 HP para a operação de transporte da etanolamina. 7. Tanque-pulmão. O dimensionamento do tanque-pulmão se dá a partir da vazão de entrada e da vazão de saída, ambas de 1,04 x107 ton/ano. Escolhe-se a autonomia do tanque (1 dia), a pressão de operação (19,73 atm), e a temperatura de armazenamento (-110ºC). A partir desses dados, aplica-se a equação (05) para o dimensionamento. 𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝜔𝐸𝑅𝑇 𝑀𝑃 (05) Obteve-se um volume necessário de 4,39 x105 m³ de volume para o armazenamento necessário. Para diminuir os custos, recomenda-se a montagem de um banco de tanques, arbitrando-se o emprego de 15 tanques- pulmão menores. Assim, cada tanque menor terá um volume de 2,93 x104 m³. Arbitrando-se uma altura de 25 m, o diâmetro empregado deverá ser de 39 m. 8. Trocador de calor. Um equipamento recorrente na produção de hidrogênio e hélio é o trocador de calor. Dentre todos os necessários, escolhe-se o trocador de calor de resfriamento da corrente de gás após a primeira geração de hidrogênio. Dessa forma, tem-se que a corrente de entrada do trocador está a 900ºC, enquanto que, na saída, deve-se estar à 30ºC. Considerando-se o resfriamento por água, que variará entre 25 e 100ºC antes e depois do trocador, tem-se uma temperatura média logarítmica de 797,718 K. Considerando-se um coeficiente global de troca térmica de 150 W/m².ºC, e sabendo-se da demanda de 3,55 x105 W de retirada de energia, calcula-se a área de troca térmica necessária pela equação (06). 20 𝐴 = 𝑄 𝑈∆𝑇𝑚𝑙𝑑𝑡 (06) Obteve-se, assim uma área de troca térmica necessária de 2,97 m² para o resfriamento da corrente de hidrogênio e gás de síntese saída do reator. 9. Reator forno O parâmetro de dimensionamento do reator forno é o seu tamanho, ou seja, o volume necessário para a reação. A partir da conversão desejada de 57%, e tendo-se uma vazão molar de entrada de 2,18 x108 kmol/ano, obtém-se a concentração de entrada do reagente limitante (o metano). Sabendo-se que a velocidade específica de reação é 0,5, ter-se-á uma velocidade de reação de 1,15 kmol/m³.min no reator. Pela equação (07), faz-se o dimensionamento do reator PFR empregado. 𝑉 = 𝐹𝐴0𝑥 𝑘𝐶𝐴0 2(1 − 𝑥)2 (07) Por fim, obteve-se que o volume necessário para a reação de geração de hidrogênio alcançar 57% de conversão é de 108,44 m³. 10. Distribuidor de hélio O distribuidor de hélio será empregado para dividir a corrente de hélio puro entre a armazenagem em tanques, em caminhões e em gasodutos para esocamento. A partir da vazão de entrada de 1,44 x105 ton/ano de hélio, ter-se- á uma vazão de 27,44 m³/s. Estipulando-se que 5 m³/s serão distribuídos para os tanques, e que a autonomia será de 1 dia, calcula-se o volume dos reservatórios pela equação (08). 𝑉 = ∆𝑣 ∗ 𝐴𝑢𝑡𝑜𝑛𝑜𝑚𝑖𝑎 (08) Obteve-se, assim, um volume necessário de 2,11 x105 m³, os quais serão distribuídos entre 10 tanques de igual tamanho. Assim, para tanques de 2,11 x104 m³, estipulando-se 30 m de altura, o tanque deverá ter 29,92 m de diâmetro. 21 EDIFICAÇÕES INDUSTRIAIS Depois de se ter dimensionado os equipamentos a serem instalados na indústria, conhecendo-se o tamanho de cada um dos equipamentos a serem instalados, o passo seguinte é definir a localização e o tamanho da edificação industrial. Nessa etapa, se dimensionará a área total da indústria de hélio e hidrogênio projetada neste trabalho, levando em conta os equipamentos empregados, as áreas administrativas, banheiros, entre outros. 1. Localização Antes de se projetar o tamanho da edificação industrial, deve-se definir a localização da indústria. Para isso, tem-se como base o estudo de mercado realizado previamente, onde se mapeou os fornecedores de matéria-prima, o mercado consumidor, o mercado concorrente e o mercado substituto. No estudo, percebeu-se que os dois fatores críticos para decisão da localização são relativos à matéria-prima e ao mercado concorrente. A partir da localização e distribuição dos gasodutos no Brasil, percebe- se que algumas cidades se destacam por possuírem algumas linhas passando diretamente por elas, nas quais o custo de transporte de matéria-prima até a indústria deve ser pequeno. Analisando-se o mercado concorrente, destacam-seduas produtoras de hélio e hidrogênio em solo brasileiro, a White Martins e a AirLiquide. Ao mapear-se a localização de plantas e revendedoras de ambas as empresas, percebeu-se que as mesmas estão presentes em grandes centros industriais como São Paulo e Curitiba, bem como possuem plantas em pontos estratégicos de gasodutos. Assim, a partir do estudo de mercado e das análises feitas, sugere-se que a localização da planta de hidrogênio e hélio projetada neste trabalho seja na cidade de Campinas/SP. Além de ser um ponto de bifurcação do gasoduto Brasil-Bolívia e de possuir um segundo gasoduto em implantação, a cidade não possui uma planta de produção de hidrogênio e hélio da White Martins presente (mas sim, uma revendedora), o que diminui a disputa com os concorrentes por mercado geográfico. 11. Tamanho da edificação industrial. Tendo-se a localização definida, monta-se o layout da edificação industrial que suportará a produção de hélio e hidrogênio. Partindo do tamanho dos equipamentos empregados, listados na Tabela 8, tem-se a noção do espaço requisitado para instalar todos os equipamentos. 22 Tabela 8: Tamanho dos equipamentos empregados na planta. Equipamento Área ocupada (m²) Reator forno 69,03 Leito catalítico 7,07 Distribuidores 703,06 Trocador de calor 8,15 Compressores 1,25 Bombas 1,25 Tanques-pulmão 1170,54 Devido ao alto volume de operação da planta, equipamentos como tanques-pulmão e distribuidores irão ocupar uma área extremamente grande da indústria. Estimando-se uma margem de segurança para a área dos equipamentos, necessária para evitar que equipamentos fiquem em contato uns com os outros, estima-se então uma área de aproximadamente 3 mil metros quadrados para instalação dos equipamentos. A planta industrial deve conter ainda um prédio administrativo e um vestiário para os funcionários, bem como o laboratório de controle de qualidade. Analisando-se algumas plantas de indústrias, pode-se estimar uma área de 35 m² para banheiros/vestiários, 450 m² para o refeitório, 500 m² para a oficina mecânica e uma área total de 200 m² para a área administrativa. Por fim, adiciona-se 10% da área total dos equipamentos para que haja espaçamento entre os mesmos, formando os corredores da planta. Há ainda a área de embarque e desembarque para caminhões e demais transportes que trazem matéria-prima e levam produtos e resíduos. Estima-se uma área total para embarque e desembarque de 100 m². Assim, somando-se as áreas necessárias, a área total da planta de produção de hélio e hidrogênio deve conter 3760 m² de construção no total. O layout qualitativo está exposto na Figura 11, simbolizando as áreas da planta. A partir do layout qualitativo geral, faz-se as plantas do prédio administrativo, do refeitório, da oficina mecânica e da área de processo produtivo, expostos nas Figuras 12-15. 23 Figura 11: Layout qualitativo da planta de hidrogênio e hélio. Figura 12: Layout qualitativo da área administrativa. 24 Figura 13: Layout qualitativo do refeitório. Figura 14: Layout qualitativo do chão de fábrica. 25 Figura 15: Layout qualitativo da oficina mecânica. 26 PROJETO DE ESTRUTURAÇÃO Em complemento ao projeto da planta industrial em duas dimensões, faz-se o projeto da edificação industrial em três dimensões, utilizando para isso softwares de design, tais como o AutoCAD e o Sketch-Up. Para o projeto em três dimensões, faz-se necessário o estudo da altura do prédio industrial, bem como do volume requerido por cada equipamento, do tipo de telhado a ser instalado, e dos demais sistemas relacionados, como o sistema de ventilação e iluminação da planta. O estudo das edificações industriais ainda contempla as instalações elétricas da planta, necessárias para fornecer energia ao maquinário, aos controladores, às luminárias e demais equipamentos elétricos empregados na planta. A instalação elétrica deve seguir padrões necessários para garantir a estabilidade da corrente que chega à indústria e que é alimentada em cada equipamento. Falhas elétricas e curtos circuitos podem causar desde queda da qualidade do produto por falha dos controladores, até grandes acidentes, devido ao sobrecarregamento do maquinário ou incêndios, no caso de faíscas serem geradas, ainda mais devido a presença do gás hidrogênio, altamente inflamável. Apesar do estudo e dimensionamento da edificação industrial ter sido feita nesse trabalho, não é atribuição direta do engenheiro químico realizar tais estudos e implementá-los. Dentro do planejamento e projeto de uma indústria química, outros engenheiros e técnicos são necessários, os quais possuem maiores conhecimentos em certas áreas. No caso das edificações industriais, o engenheiro químico trabalha em conjunto com engenheiros civis e elétricos, entre outros, os quais serão responsáveis pelo dimensionamento e implementação da planta em três dimensões e pela instalação elétrica da planta. Cabe ao engenheiro químico, nessa etapa do projeto, fornecer aos engenheiros responsáveis os dados necessários para tais instalações. 1. Projeto da edificação em três dimensões. Tendo-se como base a planta projetada em duas dimensões, o passo seguinte para o projeto das edificações industriais é o dimensionamento em três dimensões do espaço físico da indústria. Na planta de hidrogênio e hélio, deve-se levar em conta a altura dos equipamentos empregados, principalmente as colunas de destilação e os leitos de purificação empregados, bem como demais equipamentos. Conforme observado no dimensionamento dos equipamentos, os tanques-pulmão a serem empregados ocupam boa parte do espaço, tanto em área de base como em altura, para que possa armazenar matérias-primas e produtos conforme a utilização dos mesmos. A tubulação também deve ser avaliada no estudo em três dimensões, uma vez que a mesma não permanece todo o percurso de transformação da matéria-prima 27 fixo no chão. Em equipamentos como as colunas, a tubulação deve ser elevada para que a injeção da alimentação seja feita na altura apropriada. O presente trabalho não tem como objetivo realizar o dimensionamento em três dimensões da planta, uma vez que compete ao engenheiro civil tal estudo. A formação do engenheiro civil permite que o mesmo possa projetar edificações em três dimensões, empregando softwares computacionais, eliminando a necessidade de o engenheiro químico realizar tal tarefa. As Figuras 16 e 17 demonstram exemplos do dimensionamento em três dimensões da planta industrial. Figura 16: Exemplo de planta tridimensional de uma indústria de hidrogênio projetada em software. (Fonte: 3DPlanta.com) Assim, cabe ao engenheiro químico fornecer os dados necessários ao engenheiro civil durante a realização dessa etapa, tais como a altura de todos os equipamentos, desníveis da tubulação necessários, bem como a altura necessária entre os equipamentos e o telhado para garantir a segurança do local. 28 Figura 17: Exemplo de planta tridimensional de uma indústria de hidrogênio e hé lio projetada em software. (Fonte: 3DPlanta.com) 2. Projeto das instalações elétricas. Outro projeto importante na etapa das edificações industriais é o de instalações elétricas. Os maquinários envolvidos, os controladores do processo, bem como luminárias e demais equipamentos eletrônicos, necessitam de energia elétrica para o seufuncionamento. Assim, se faz necessário que as linhas de transmissão de energia estejam bem distribuídas ao longo da planta, de maneira que não se sobrecarregue o sistema. Deve-se avaliar também a voltagem requerida, para que o dimensionamento seja feito corretamente, evitando sobrecarregamento da rede de fornecimento. Outro ponto importante é como as linhas de transmissão serão instaladas fisicamente na planta, devendo seguir normas para a instalação apropriada. Dessa forma, a instalação correta das linhas de energia elétrica garante o funcionamento adequado do equipamento e evita acidentes, causados por falhas, desgaste das linhas ou por curtos-circuitos. Tais acidentes podem ir desde o desvio na qualidade do produto, causado por falha nos controladores, até risco de incêndios e explosões, causados por faíscas em contato com gases inflamáveis, como o hidrogênio e o gás natural. De mesmo modo que o projeto tridimensional, o projeto de instalações elétricas não compete diretamente ao engenheiro químico. O profissional mais capacitado para fazer tal dimensionamento é o engenheiro elétrico, que possui em sua formação conhecimentos aprofundados em linhas de transmissão, estudo das tensões elétricas e conhecimento das normas de segurança em 29 instalações elétricas. As Figuras 18 e 19 trazem exemplos de projetos de instalações elétricas. Figura 18: Exemplo de projeto de instalações elétricas. (Fonte: Vectro Automação). Assim, cabe ao engenheiro químico fornecer ao engenheiro responsável pelas instalações elétricas os dados necessários para o projeto. Tais dados incluem a potência necessária para a operação de cada equipamento, bem como a voltagem e a corrente requerida pelos mesmos, além dos valores críticos de tensão e corrente, nos quais o equipamento apresentará mal funcionamento, bem como a disposição dos equipamentos ao longo da planta, para que as linhas sejam bem distribuídas. 30 Figura 19: Exemplo de projeto de instalações elétricas em três dimensões (Fonte: VIP Projetos e Instalações). 31 OTIMIZAÇÃO Somente dimensionar os equipamentos e projetar as edificações industriais não garante que o projeto seja totalmente viável. Além dos aspectos técnicos envolvidos, deve-se levar em conta no dimensionamento dos equipamentos o custo total deles, tal que esse custo seja minimizado de forma a atingir um maior lucro. Assim, a partir das dimensões características dos equipamentos dimensionados para a indústria de hélio e hidrogênio deste trabalho, bem como dos custos totais relacionados à construção/compra, funcionamento e manutenção dos mesmos, faz-se a otimização do design do maquinário. A técnica utilizada na otimização envolve a relação entre o custo de materiais e energia necessários para o funcionamento do equipamento e as equações de projeto dos mesmos, desenvolvidas anteriormente. Assim, desenvolvendo-se as relações, encontra-se uma equação de otimização, a partir da qual se faz o dimensionamento do equipamento, analisando-se tanto o viés técnico quanto o viés econômico. 1. Otimização do trocador de calor. Os parâmetros avaliados e a simbologia atribuída encontram-se na Tabela 9. Tabela 9: Lista de parâmetros e simbologia para o Trocador de Calor PARÂMETROS UNIDADE SIMBOLOGIA Custo Total R$ CT Custos Variáveis R$ CV Custos Fixos R$ CF Custo do material do sapecador R$/m² CS Custo do material isolante R$/m² CI Custo energético do sapecador R$/kW CE Custo de instalação/manutenção R$/h CM Calor KW/h Q Coeficiente de condução do T.C W/(m·K) ks Coeficiente de condução do isolante W/(m·K) ki Coeficiente de convecção interna W/(m2K) hi Coeficiente de convecção externa W/(m2K) he Área externa do T.C m² Ae Área interna do T.C m² Ai Área do material do T.C m² A Área do isolante m² Ais Espessura do T.C m es Espessura do isolante m ei 32 No caso do Trocador de Calor, objetivando uma redução de custos, optou-se pela otimização do isolante térmico; a variável analisada será o número de camadas (N). A equação do custo total (CT) pode ser descrita como: 𝐶𝑇 = 𝐶𝑉 + 𝐶𝐹 ( 10) Onde, 𝐶𝐹 = (𝐶𝑆 ∗ 𝐴) 𝑡𝑠 + (𝐶𝑀) + 𝐶𝐼 ∗ 𝐴𝑖𝑠 ∗ 𝑁 𝑡𝑢 ( 11) 𝐶𝑉 = 𝐶𝐸 ∗ 𝑄 ∗ 𝑡 ( 12) Pela definição de calor, tem-se que: 𝑄 = 𝑇𝑖 − 𝑇𝑒 1 𝐴𝑖 ∗ ℎ𝑖 + 𝑒𝑠 𝐴𝑖 ∗ 𝑘𝑠 + 1 𝐴𝑒 ∗ ℎ𝑒 + 𝑒𝑖 ∗ 𝑛 + 𝑒𝑖 𝐴𝑖𝑠 ∗ 𝑘𝑖 ( 13) Sabe-se que: 𝐴𝑖𝑠 = 𝜋 ∗ (𝐷 + 𝑛. 𝑒𝑖 + 𝑒𝑖) ∗ 𝐿 ( 14) Substituindo (14) em (13): 𝑄 = 𝑇𝑖 − 𝑇𝑒 1 𝐴𝑖 ∗ ℎ𝑖 + 𝑒𝑠 𝐴𝑖 ∗ 𝑘𝑠 + 1 𝐴𝑒 ∗ ℎ𝑒 + 𝑒𝑖 ∗ 𝑛 + 𝑒𝑖 𝜋 ∗ (𝐷 + 𝑛. 𝑒𝑖 + 𝑒𝑖) ∗ 𝐿 ∗ 𝑘𝑖 ( 15) Define-se então a função objetivo para o Trocador de Calor: 𝐶𝑇(𝑁) = ( 𝑇𝑖 − 𝑇𝑒 1 𝐴𝑖 ∗ ℎ𝑖 + 𝑒𝑠 𝐴𝑖 ∗ 𝑘𝑠 + 1 𝐴𝑒 ∗ ℎ𝑒 + 𝑒𝑖 ∗ 𝑛 + 𝑒𝑖 𝜋 ∗ (𝐷 + 𝑛. 𝑒𝑖 + 𝑒𝑖) ∗ 𝐿 ∗ 𝑘𝑖 ) ∗ 𝐶𝐸 ∗ 𝑡 + (𝐶𝑆 ∗ 𝐴) 𝑡𝑠 + (𝐶𝑀) + 𝐶𝐼 ∗ 𝐴𝑖𝑠 ∗ 𝑁 𝑡𝑢 ( 16) Tempo de operação h t Tempo de vida útil do material do T.C Anos ts Tempo de vida útil do material isolante Anos tu Número de camadas do isolante N Temperatura Interna °C Ti Temperatura Externa °C Te Comprimento do T.C m L 33 Com a finalidade de se encontrar o custo mínimo aplica-se a derivada à função objetivo e iguala-se a zero: 𝑑𝐶𝑇 𝑑𝑁 = 0 ( 17) O resultado obtido através do software Maple® é: 18) A resolução da equação consiste em isolar N, já que os demais parâmetros são conhecidos: ( 19) Por fim, substitui-se a variável N encontrada na equação (13) e respectivamente no balanço de massa e/ou energia. 34 2. Otimização do leito catalítico. Os parâmetros avaliados e a simbologia atribuída encontram-se na Tabela 2. Tabela 10: Parâmetros avaliados para otimização do leito catalítico No caso da peneira, objetivando uma redução de custos, optou-se pela otimização do diâmetro do reator. Para os custos fixos tem-se que: 𝐶𝐹 = 𝐶𝑀𝑎 ∗ 𝑉 + 𝐶𝐸 ∗ 𝐸 ∗ 𝑡 + 𝐶𝑆 ∗ (𝜋 ∗ 𝐷) ∗ 𝐿 + 𝐶𝑀 ( 20) Já para os custos variáveis tem-se: 𝐶𝑉 = 𝐶𝐶 ∗ 𝑘 ∗ 𝑄𝑒 ∗ 𝑉² ∗ 𝑡 𝑉 = 𝜋 ∗ 𝐷2 4 ∗ 𝐿 ( 21) ( 22) PARÂMETROS UNIDADE SIMBOLOGIA Custo Total R$ CT Custos Variáveis R$ CV Custos Fixos R$ CF Custo do material do leito catalítico R$/m² CS Custo do material do leito R$/m² CMa Custo energético do leito R$/kW CE Custo de instalação/manutenção R$ CM Energia elétrica gasta kW/h E Vazão de entrada no leito m³/h Qe Vazão de saída do leito m³/h Qs Comprimento do Leito m H Tempo de operação h t Tempo de vida útil do leito Anos ts Capacidade do leito m-6 V Custo do material que entra no leito R$/m³ CC 35 Substituindo na equação (10) tem-se: 𝐶𝑇 = 𝐶𝑀𝑎 ∗ (𝜋 ∗ 𝐷2 4 ) + 𝐶𝐸 ∗ 𝐸 ∗ 𝑡 + 𝐶𝑆 ∗ (𝜋 ∗ 𝐷) ∗ 𝐿 + 𝐶𝑀 + 𝐶𝐶 ∗ 𝑘 ∗ 𝑄𝑒 ∗ 𝜋 ∗ 𝐷2 4 ∗ 𝐿 ( 23) Derivando em função do diâmetro e igualando a 0 utilizando o programa Maple® e isolando D tem-se: (24) Resolve-se a equação, e ao encontrar um novo balanço de massa, substitui-se então no balanço de massa. 3. Otimização do tanque pulmão. Para otimização do tanquepulmão, os parâmetros avaliados estão na Tabela 3: Tabela 11: Parâmetros para análise de otimização do tanque pulmão PARÂMETROS UNIDADE SIMBOLOGIA Custo Total R$ CT Custos Variáveis R$ CV Custos Fixos R$ CF Custo unitário do tanque R$/m³ C Custo de Instalação R$ CI Custo de enchimento unitário R$/m³ CE Vazão de entrada do tanque m³/h Qe Vazão de saído do tanque m³/h Qs Altura do tanque m H Capacidade de armazenamento m³ V Diâmetro do tanque m D Quantas vezes preencheu-se o tanque N Tempo de vida útil anos tvu Tempo de utilização h tu Tempo de enchimento h te Fator de utilização h B 36 Definiu-se os custos variáveis e fixos como: 𝐶𝐹 = ( 𝜋 ∗ 𝐷2 4 ∗ 𝐻) ∗ 𝐶 ∗ 𝑡𝑢 𝑡𝑣𝑢 + 𝐶𝐼 𝐶𝑉 = (𝐻 ∗ 𝜋 ∗ 𝐷2 4 ) ∗ 𝑁 ∗ 𝐵 𝑡𝑒 ∗ 𝐶 ( 25) ( 26) Substituindo tudo em (10) tem-se: 𝐶𝑇 = ( 𝜋 ∗ 𝐷2 4 ∗ 𝐻) ∗ 𝐶 ∗ 𝑡𝑢 𝑡𝑣𝑢 + 𝐶𝐼 + (𝐻 ∗ 𝜋 ∗ 𝐷2 4 ) ∗ 𝑁 ∗ 𝐵 𝑡𝑒 ∗ 𝐶 ( 27) Derivando a função do custo total em função do diâmetro, igualando a zero e isolando D, tem-se: 𝑑𝐶𝑇 𝑑𝐷 = ( 𝜋 ∗ 𝐷 2 ∗ 𝐻) ∗ 𝐶 ∗ 𝑡𝑢 𝑡𝑣𝑢 + 𝐶𝐼 + ( 𝜋 ∗ 𝐷 2 ∗ 𝐻) = 0 ( 28) 37 ANÁLISE DOS ASPECTOS ECONÔMICO-FINANCEIROS Para que seja feita a implementação da indústria, primeiramente é necessário um planejamento de como essa implementação será realizada. Para exemplificar a etapa de planejamento da implementação fez-se o cronograma de implementação da saúde e segurança: 1) Verificar o espaço necessário entre os prédios para que no caso de incêndio seja possível a passagem do caminhão de bombeiros; 2) Na etapa de edificação dos prédios, certificar-se de que as saídas de emergência estão de acordo com a legislação vigente. 3) Verificar as normativas com relação ao número e tipo de extintores de incêndio necessários; 4) Compra dos extintores de incêndio e materiais de primeiro socorro; 5) Instalação dos extintores de incêndio em pontos estratégicos pré definidos no projeto de saúde e segurança; Planejamento para operação da coluna de absorção: 1) Ligar a balança uma hora antes do início do seu uso; 2) Acessar o painel de controle digitando a senha de seis dígitos “679807”; 3) Verificar o funcionamento das câmeras dianteiras e traseiras na área da balança por meio de vídeo; 4) Fazer a calibração automática acessando o menu “Calibrate”; 5) Para a pesagem, esperar que o caminhão se posicione e desligue o motor; e então verifica-se o peso e o mesmo é salvo no sistema; Antes que uma planta industrial entre em operação, uma grande quantidade de dinheiro deve ser fornecida para a compra e instalação de equipamentos e maquinários. Além de capital adicional, para o pagamento de adicionais durante a operação da planta. O capital necessário para suprir os custos relacionados a instalações da planta é chamado de capital fixo de investimento enquanto que o capital necessário para a operação da planta é chamado de capital de investimento operacional. Capital de investimento operacional: É o capital necessário para a operação da planta. Capital de investimento fixo: É o capital necessário para a construção da planta, assim como suas despesas. O capital fixo é dividido entre duas classes: • Custo direto • Custo indireto 38 Custo direto Os itens de custo direto estão incluídos na construção da planta em adicional no custo dos equipamentos: • Compra de equipamentos; • Instalação de equipamentos; • Instrumentação de controle; • Encanamentos; • Equipamentos e instalações elétricas; • Construção; • Despesas de serviço; • Despesas de localização e terreno. Custos indiretos • Projeto e Engenharia; • Despesas de funcionários; • Salário de funcionários; • Orçamento e despesas eventuais. 1. Métodos de investimento de capital. Vários métodos são aplicados para se obter o capital de investimento. A escolha do método depende dos fatores conhecidos. Nesse trabalho utilizou-se o Método da Porcentagem de Equipamentos Entregues. Esse método requer a determinação da porcentagem de equipamentos entregues. O custo de compra dos equipamentos é a base, a grosso modo, para se estimar o capital de investimento. Geralmente esse método é utilizado para estimar, visto que esse valor varia de acordo com a construção da planta. Para cada equipamento: COLUNA DE ABSORÇÃO: Custo de estágios (pratos): *Custo de 1 prato = 360 $ Material= 1.1 (ferro fundido) Custo corrigido/prato = 360 X 1.1 = 399.6$ Custo de 10 pratos = 10 X 399.6 = 3996$ Custo da coluna: Para 1m de Diâmetro: *Custo = 18000$ Material = 1.5 (for SS) Pressão = 1.1 39 Custo de compra para a coluna = 1.1 x 1.5 x 18000= 29700$ Total de custo da coluna = 29700 + 3996 = 33696$ COLUNA DE DESTILAÇÃO CRIOGÊNICA Cost of trays: Cost of one tray = 400$ Material factor = 1.065 (for Carbon Steel) Corrected cost per tray = 400x1.065x426 = Cost of 15 trays = 15x426x426 = 6390$ Cost of column: For D = 1m Cost = 18000$ Material correction factor = 1.5 (for SS) Pressure factor = 1.1 Purchased cost for column = 1.1x1.5x18000= 29700$ Total column cost = 29700+3690 = 36090$ REATOR FORNO Cost of catalyst: Cost of 90% Pt, 10% Rh = 11257 x0.9 + 29907 x 0.1 = 13122 $ / kg Weight of catalyst = 11.8 kg Cost = 13122 x 11.8 = 154839.6$ Reactor Head Cost: Cost in 1977 = 7777.77$ Cost in 2005 = 89720.96$ Custo total = 154839.6+89720.96 = 244560.56$ 6. CUSTO DA CALDEIRA Cost in 1977 = 34839.68$ Costin 2006 = 374958.54$ 7. CUSTO DO EVAPORADOR DE AMÔNIA: Cost in 1977 = 22222.22 $ Cost in 2006 = 238805.96$ 8. TURBINA A GÁS Cost in 1977 = 236185.73$ Cost in 2006 = 2542951.9$ 9. COMPRESSOR Cost in 1977 = 409618.57$ Cost in 2006 = 4409618.56$ 40 CONDENSADOR Heat transfer area = 30.23 m 2 Pressure factor = 1.0 Type factor = 0.8 Material of construction: Shell and tubes = stainless steel Base cost = 30000$ Actual cost = 30000x 0.8 x 1.0 = 24000$ Its the cost in 1992 Cost is 2006 = 27443.28$ Total Equipment Cost =7981300.8$ CUSTOS DIRETOS Purchased equipment cost = 7981300.8$ Purchased equipment installation = 0.47 7981300.8 = 3751211.3$ Instrumentation & Process Control = 0.12 7981300.8 = 957756.0$ Piping (installed) = 0.66 7981300.8 =5267658.5$ Building (Including Services) = 0.18 7981300.8 = 1436634.1$ Yard improvements = 0.1 7981300.8 = 798130.0$ Service facilities (installed) = 0.7 7981300.8 = 5586910.5$ Land = 0.06 x 7981300.8 = 478878.0$ Total direct plant cost =26258479.24$ CUSTOS INDIRETOS Engg & Supervision = 0.33 7981300.8 = 2633829.2$ Construction expenses = 0.41 7981300.8 = 3272333.3$ Total Indirect Cost = 5906162.5$ Total Direct & Indirect Cost = 32164641.77$ Contractor’s fee = 0.05 32164641.77 = 1608232.08$ Contingency = 0.1 32164641.77 = 3216464.17$ CAPITAL FIXO DE INVESTIMENTO Fixed Capital Investment = Total direct + indirect cost + contingency + Contractor’s fee = 36989338.02$ Total capital investment = F.C.I + W.C W.C = 0.15 (T.C.I) = 0.15(36989338.02 + W.C) 41 =(5548400.703/0.85) = 65275530.239 $ CAPITAL TOTAL DE INVESTIMENTO LÍQUIDO = 43516868.26$2. Custo de operação. Valor de depreciação: d=(V –Vs)/n Onde V=36989338.02$ Vs=5%V n=10 anos d= 3513987.112$ Custo de material cru: Para 1 M.T Gás natural Preço=2366.7 R$ (Petrobrás) Para 1 hr operação de gás natural requer = 92.59 Kgmol Para um dia de operação de gás natural requer (92.59Kgmol NH3/hr)*(17 Kg GN/1 Kgmol NH3)*(1 M.T/1000Kg)*(24hr/1 dia) =37.77 M.T/dia Para um ano de operação de gás natural requer =(37.77 M.T NH3/day)*(330 day/1 year) =12466.317 M.T gás natural/ano Preço de NH3 para um ano=12466.317*2366.7 =29504033.86 Rs=491733.89$ W.C.I. W.C=65275530.239 $ Quantidade total=W.C+custo de material cru+Valor de depreciação Quantidade total=69281251.23$ Custo do produto= Quantidade total/M.T de H2 e He Produzido em um ano =69281251.23$/140*330 = 500.6$/M,T =0.523$/Kg =31.38 R$/Kg 3. Preço unitário de venda. Como obtivemos que 31,38$/Kg, logo teremos 20% de lucro pro Kg produzido que remete a: 37,66$/Kg. 42 4. SAC. A sigla SAC significa Sistema de Amortização Constante. A cada mês, a parcela corresponde à amortização acrescida dos juros aplicados sobre o saldo devedor: Parcela = amortização + Juros sobre saldo devedor Para o financiamento do projeto, necessita-se de um investimento inicial de 43516868.26$. Utilizando o SAC, fez-se uma previsão de pagamento em 120 meses com taxa de 10%. Os resultados até o mês 78°encontram-se na Tabela 12. Tabela 12: Tabela de SAC para 78 meses. 5. Análises econômicas de viabilidade. Com a finalidade de se verificar se o projeto é viável ou não, faz-se a utilização da taxa interna de retorno: 43 Onde, t= período (anos ou meses) n= tempo total de projeto (anos ou meses) Ft= fluxo de caixa por período TIR: taxa interna de retorno O custo do capital será considerado de 15% a.a., e o tempo de vida útil do projeto de 5 anos. Se TIR> Taxa mínima de atratividade (TMA) o investimento é economicamente atrativo. Se TIR=TMA o investimento está economicamente numa situação de indiferença. Se TIR<TMA o investimento não é economicamente ativo. Determinou-se que a TIR é de 0,6; como é maior que o TMA, logo é viável. 44 CONCLUSÃO Após o planejamento e projeto dos aspectos técnicos e econômico- financeiros de uma indústria de hidrogênio e hélio, pode-se concluir que o projeto é viável para instalação, uma vez que os estudos feitos mostram abundância de matéria-prima, uma localização viável, equipamentos de tamanho acessível e fáceis de adquirir, uma capacidade aceitável dentro do mercado atual, projetos de estrutura e de otimização válidos e a comprovação da viabilidade econômica do projeto. Assim, pode-se concluir que o objetivo do trabalho foi atingido satisfatoriamente. 45 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Agência Nacional do Petróleo – ANP. Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2015. Disponível em <http://www.anp.gov.br/?id=548>. Acesso em 20 abr 2016. Air Liquide Brasil. Disponível em <http://www.br.airliquide.com/pt_BR/air- liquide-brasil.html>. Acesso em 20 abr 2016. BARBOSA, L.C. Captura de CO2 e H2S com soluções aquosas de alcanolaminas via destilação reativa. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2010. GásNet – O site do gás natural e GNV. Disponível em <http://www.gasnet.com.br/gasnatural/gas_completo.asp>. Acesso em 12 mai 2016. Hidrogênio energético no Brasil – subsídios para políticas de competitividade. Disponível em <https://www.cgee.org.br/documents/10182/734063/Hidrogenio_energetico_co mpleto_22102010_9561.pdf>. Acesso em 20 abr 2016. M. K. ADLER. A Moderna Pesquisa de Mercado. 2ª edição, Pioneira, 1971. Praxair – White Martins. Disponível em <http://www.praxair.com.br/>. Acesso em 21 abr 2016.
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