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PROCESSO RECURSAL CIVIL

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PROCESSO RECURSAL CIVIL. 
AGRAVO DE INSTRUMENTO
CONCEITO: O agravo de instrumento é o recurso cabível contra decisões interlocutórias proferidas no processo. 
OBS.: O CPC73 previa duas modalidades de agravo, sendo elas: agravo retido e agravo de instrumento. O novo CPC extinguiu o agravo retido, dispondo que as questões resolvidas com a interposição desse agravo devem, com no NCPC ser suscitadas em preliminar de apelação ou de contrarrazões. Com isso, o agravo de instrumento, passa a ser a única modalidade de recurso de agravo contra as decisões interlocutórias de primeiro grau.
CABIMENTO: Será cabível o recurso de agravo de instrumento nas hipóteses elencadas no art. 1.012 do novo CPC a saber:
I - Tutelas provisórias;
II - Mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - Incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - Rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;
VI - Exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - Admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - Concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1°;
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.
O parágrafo único dispõe que também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
PROCEDIMENTO: 
	Interposição
O agravo de instrumento deverá ser interposto no prazo geral de 15 dias.
	Deverá ser dirigido ao Tribunal competente, por meio de petição escrita que contenha os seguintes requisitos: 
I - Os nomes das partes;
II - A exposição do fato e do direito;
III - As razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido;
IV - O nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo. 
	A petição de agravo de instrumento será instruída obrigatoriamente com: 
Cópias da petição inicial, contestação, da petição que motivou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado. 
OBS.: Faltando cópias de qualquer das peças ou no caso de sobressair qualquer vício que possa comprometer a admissibilidade do recurso: o relator concederá o prazo de 05 (cinco) dias ao recorrente para sanar o vício ou complementar a documentação obrigatórias exigível. 
	Quando não houver quaisquer dos documentos supracitados acima: deverá ser feita uma declaração de inexistência feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal.
	Preparo:
O agravo de instrumento depende de preparo.
	Juízo de retratação: 
O agravante poderá requerer a juntada do comprovante de interposição do agravo de instrumento perante o juízo de primeiro grau (juízo a quo), possibilitando o juízo de retratação. Até porque após a interposição do agravo de instrumento, poderá o juiz de primeiro grau exercer juízo de retratação, o que fará com que o recurso perca o objeto. 
Comunicação ao juízo a quo > juntada aos autos originais do processo para: juízo de retratação e ciência do advogado ao agravado. 
Na hipótese de autos físicos, o agravante juntada aos autos do processo: 
a) de cópia da petição do agravo de instrumento;
b) do comprovante de sua interposição; e
c) da relação dos documentos que instruíram o recurso
Tudo isso no prazo de 3 (três) dias a contar da interposição do agravo de instrumento. 
OBS.: A não informação ao juízo a quo no prazo de 3 dias de tal exigência, a contar da interposição do agravo de instrumento, acarretará a inadmissibilidade do recurso. 
Exceção: Processo eletrônico: Com a entrada em vigor do NCPC, não mais é necessário a juntada da cópia do Agravo de Instrumento, quando o processo de primeira instância for digital. 
PROCEDIMENTO NO TRIBUNAL: 
	Atribuição de efeito suspensivo ou antecipação da tutela recursal. 
Quando recebido o agravo de instrumento no Tribunal, será distribuído imediatamente para o relator que no prazo de 05 dias, poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, devendo comunicar ao juiz sua decisão. 
	Intimação do agravado para oferecer resposta (prazo de 15 dias). 
O relator ordenará a intimação do agravado pessoalmente, para que responda no prazo de 15 (quinze) dias, facultando-lhe juntar a documentação que entender necessária ao julgamento do recurso; 
	Intimação do MP (apenas nos casos do art. 178) – 15 dias.
Determinará a intimação do Ministério Público, preferencialmente por meio eletrônico, quando for o caso de sua intervenção, para que se manifeste no prazo de 15 (quinze) dias.
	Possibilidade de julgamento monocrático (art. 932, III e IV). 
Haverá a possibilidade de julgamento monocrático, EXCETO quando houver:
-recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
-recurso que for contrário a súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal; 
-acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos repetitivos;
-entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
OBS.: O juízo de retratação pode ser efetuado em qualquer momento da tramitação do recurso. 
OBS.: Regra do preparo é igual da apelação (comum p/ todos os recursos). 
AGRAVO INTERNO
CONCEITO: Recurso cabível contra qualquer decisão proferida pelo relator. Este recurso deverá ser interposto mediante petição dirigida ao relator e julgado pelo respectivo órgão colegiado, observando as regras de processamento do regimento interno do tribunal.
OBS.: Nos tribunais superiores o agravo interno é conhecido como AGRAVO REGIMENTAL.
PRAZO: O agravo interno deverá ser interposto no prazo geral de 15 dias.
PROCEDIMENTO: 
	Petição recursal: na petição de agravo interno o recorrente deverá impugnar especificamente os FUNDAMENTOS da decisão agravada. 
	O relator intimará o agravado para: se manifestar no prazo de 15 dias, findo o qual, não havendo retratação, será incluído em pauta para julgamento pelo órgão colegiado.
	Em sendo o agravo interno declarado: manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão colegiado condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre 1 e 5 por cento do valor corrigido da causa.
	O relator pode: reconsiderar a decisão (que nada mais é que o juízo de retratação) ou, pode manter a decisão e levar o recurso para o julgamento pelo colegiado. 
	O colegiado pode: O objetivo principal do recurso em análise é possibilitar que o colegiado reaprecie a decisão proferida monocraticamente pelo relator nas hipóteses em que ele possui poderes para tanto. 
Assim, pode então o órgão colegiado: 
-Reformar a decisão agravada;
-Declarar o recurso manifestamente inadmissível ou decidir pela improcedência.
IMPORTANTE: A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista acima, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
CONCEITO: Recurso que tem por objeto o esclarecimento ou a integração de uma decisão judicial, tornando-a mais clara, mais coesa e mais completa e que também se prestam a corrigir erros materiais. 
Os embargos de declaração são uma espécie de recurso de fundamentação vinculada e são dirigidos ao próprio órgão prolator da decisão, a quem compete o seu julgamento. Sendo um recurso de fundamentação vinculada, o recorrente deve “alegar” um dos vícios típicos para que o seu recurso seja admissível.
CABIMENTO:
Cabem embargos de declaração para: 
	Esclarecer de obscuridade ou eliminar contradição;
	Suprir omissão de ponto ou questão sobre qual o julgador deveria ter se pronunciado, de ofício ou a requerimento;
	Corrigir erro material.
	Também há cabimento para efeitos de prequestionamento para RE e RESP.
Serão considerados parte do acórdão os elementos que o embargante pleiteou ainda que o recurso de embargos de declaração tenha sido inadmitido. Assim prevê o art. 1022.: Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante pleiteou, para fins de prequestionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade. 
PROCEDIMENTO:
	Tempestividade: 
Serão tempestivos os embargos de declaração opostos no prazo de 5.
OBS.: O juiz, na hipótese de acolhimento dos embargos de declaração que implique na modificação da decisão embargada, intimará o embargado para manifestar-se no prazo de 5 dias. 
OBS.: Quando os litisconsortes de uma ação possuírem procuradores distintos terão seus prazos contados em dobro para qualquer das suas ações, independente de requerimento.
	Regularidade formal: 
Os embargos de declaração, serão opostos em petição dirigida ao juiz com indicação do erro, omissão, obscuridade ou contradição.
	Preparo:
Os embargos de declaração dispensam o preparo, ou seja, não se sujeita a preparo.
	Julgamento:
O juiz julgará os embargos em 5 dias. Nos Tribunais, o relator apresentará os embargos em mesa na sessão subsequente, proferindo voto. Não havendo julgamento nessa decisão, será o recurso incluído em pauta automaticamente. 
EFEITOS: 
Seus efeitos podem ser:
O efeito suspensivo (suspende a eficácia da decisão), EXCETO se for demonstrada probabilidade de provimento do recurso ou se a fundamentação for relevante e houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
Efeito interruptivo (dos prazos para outros recursos). 
Há, ainda, efeitos especiais, tais como a infringência (reforma) do julgado (que impõe o contraditório prévio) e o prequestionamento para a interposição de RE e REsp. Dizemos que os embargos de declaração assumem um efeito infringente quando ao dar provimento aos embargos, acontecer de o resultado da decisão ser alterado/modificado. 
EMBARGOS MANIFESTAMENTE PROTELATÓRIOS: 
Protelatórios são aqueles embargos interpostos somente para atrasar o andamento do processo. E quando os embargos de declaração forem protelatórios o juiz ou tribunal em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a 2% sobre o valor atualizado da causa. 
E se houver reiteração dos embargos? Reiterados embargos de declaração com intenção protelatória a multa será elevada a até 10% sobre o valor atualizado da causa e a interposição de qualquer recurso restará condicionada ao depósito prévio do valor da multa. Exceto: beneficiário de gratuidade da justiça e da Fazenda Pública, que a recolherão ao final.
OBS.: não serão admitidos novos embargos de declaração se os dois anteriores tiverem sido protelatórios.
RECURSOS PARA OS TRIBUNAIS SUPERIORES:
RECURSOS ESPECIAL E RECURSO EXTRAORDINÁRIO
O Recurso Especial (de competência do STJ), e o Recurso Extraordinário (de competência do STF), são espécies de recurso do gênero Recurso Extraordinário (também chamados de Recursos Excepcionais ou Recursos de Superposição).
CONCEITOS: Ambos os recursos são previstos na CF/88 e têm por objeto:
	Recurso especial (STJ): O STJ possui o objetivo de dar uniformidade à aplicação do direito infraconstitucional. 
	Recurso extraordinário (STF): Dar uniformidade à aplicação do direito constitucional. 
HIPÓTESES DE CABIMENTO: 
	Recurso especial: De acordo com a Constituição da República, cabe ao STJ julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: 
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; 
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
	Recurso extraordinário: De acordo com a Constituição da República, cabe ao STF julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: 
a) contrariar dispositivo desta Constituição; 
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição; 
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
O procedimento dá-se da seguinte forma: a interposição do Recurso Extraordinário ou do Recurso Especial ocorre perante o presidente ou vice-presidente do Tribunal recorrido, seguindo-se das contrarrazões, e, após, ocorrendo a conclusão, para o juízo de admissibilidade motivado. Em sendo admitido o recurso, este é encaminhado ao Tribunal ad quem, para que, então, o mesmo aprecie e julgue o mérito da questão.
PRAZO: O prazo para interposição do recurso especial e do recurso extraordinário é de 15 dias.
Contudo, em sendo o recurso inadmitido pelo Tribunal a quo, caberá a interposição de Agravo de Instrumento. Interposto o agravo, o agravado será intimado para oferecer suas contrarrazões, e, após, o recurso será enviado ao Tribunal Superior competente (STF ou STJ), havendo ou não o agravado respondido ao mesmo.
OBSIMP.: Ambos são classificados como recursos de fundamentação vinculada e de estrito direito, o que significa que não poderão ser interpostos em hipóteses diversas daquelas previstas taxativamente no texto constitucional, e que a prestação jurisdicional dos Tribunais Superiores restringe-se à apreciação de matéria de direito, e não de matéria fático probatória.
IMPORTANTE – Recurso extraordinário e a repercussão geral: Segundo a Constituição da República “no recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros”.
OBS.: Quando existir multiplicidade de recursos extraordinários com fundamento em controvérsia idêntica, deve o Presidente do Tribunal de origem dos recursos admitir um ou mais, que sejam representativos da controvérsia, e suspender os demais até a decisão final do STF.
OBS.: Fungibilidade dos Recursos Especial e Extraordinário:
O legislador infraconstitucional optou por trazer no novo Código uma disciplina mais detalhada da sua aplicação (princípio da fungibilidade) no que tange aos recursos especiais e extraordinários, prevendo hipótese de conversão de um em outro para os casos de sua interposição equivocada, conforme se observa dos arts. 1.029 e 1.030 do CPC, in verbis:
Art. 1.029. Se o relator, no STJ, entender que o recurso especial versa sobre questão constitucional, deverá conceder prazo de 15 dias para que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional. Cumprida a diligência, remeterá o recurso ao STF, que, em juízo de admissibilidade, poderá devolvê-lo ao STJ.
Art. 1.030. Se o STF considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação da lei federal ou de tratado, remetê-lo-á ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso especial.
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE: 
	Esgotamento de toda via recursal ordinária. O recurso especial e o recurso extraordinário exigem o esgotamento das instâncias ordinárias, não sendo admitidos os chamados recursos per saltum. É necessário o esgotamento das instâncias ordinárias para a interposição dos recursos excepcionais, especialmente no que se refere à necessidade de prévia
interposição de agravo interno contra as decisões monocráticas proferidas no tribunal local antes de acessar as instâncias extraordinárias.
	Prequestionamento. A fim de que seja cabível o Recurso Extraordinário é necessário que a questão constitucional já esteja presente nos autos, tendo sido, portanto, já discutida e apreciada pela instância de origem. Supremo Tribunal Federal já sumulou a obrigatoriedade do pré-questionamento no uso do recurso extraordinário como instrumento recursal, uti infra: “Súmula do STF 282: ‘É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada’”.
	Alegação de violação do direito positivo. É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada.
	Regularidade formal. Ao normatizar a fungibilidade entre o recurso especial e o recurso extraordinário, o art. 1.032 determinar que o relator no STJ conceda o prazo de 15 dias para que o recorrente demonstre a existência da repercussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional versada no processo, quando entender que o recurso adequado é o extraordinário, ao que seguirá o encaminhamento dos autos ao STF. Cumpre salientar que, embora a legislação processual defina os requisitos formais de cada modalidade recursal as respectivas petições possuem algumas exigências em comum, dentre as quais estão a identificação das partes e as suas qualificações, as razões com as quais o recorrente impugna o correspondente pronunciamento jurisdicional e o pedido de nova decisão, afinal, se o recurso é uma derivação do direito de ação, é natural que ele expresse os três elementos que a caracterizam, assim as partes, a causa de pedir e o pedido
EFEITOS: 
Em regra: não são recebidos no duplo efeito.
No NCPC a interposição de Rext e Resp não geram efeito suspensivo, podendo ensejar a execução provisória da decisão. 
Exceção: Art. 1029, §5°, CPC. A lei elenca a possibilidade de se realizar o pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial, nos próprios autos, que poderá ser formulado por requerimento dirigido: 
I - ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo; 
II - ao relator, se já distribuído o recurso;
III - ao presidente ou vice-presidente do recorrido, no período compreendido entre a interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no caso do recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037.
Efeito devolutivo
Admitido o recurso por um determinado fundamento, devolve-se ao Tribunal Superior o conhecimento dos demais fundamentos para a solução do objeto da impugnação (art. 1034, CPC). 
https://ribeirooliveiraadvogados.jusbrasil.com.br/artigos/349391740/recurso-extraordinario-e-recurso-especial-no-novo-codigo-de-processo-civil
INTERPOSIÇÃO SIMULTÂNEA: É cabível a interposição do recurso extraordinário (STF) e do recurso especial (STJ) simultaneamente para atacar a mesma decisão.
OBS.: Ordem de julgamento: Quando interpostos simultaneamente recurso especial e recurso extraordinário contra o mesmo acórdão, será julgado primeiro o recurso especial e, após, os autos serão remetidos ao STF, para julgamento do recurso extraordinário, se este não estiver prejudicado. 
E se o relator do recurso especial considerar prejudicial o recurso extraordinário, em decisão irrecorrível, SOBRESTARÁ o julgamento e remeterá os autos ao STF. Nessa hipótese se o relator do recurso extraordinário, em decisão irrecorrível, rejeitar a prejudicialidade, devolverá os autos ao STJ, para o julgamento do recurso especial.
RECURSO ORDINÁRIO
O CPC de 2015, reserva um capítulo próprio para tratar dos “recursos para o STF e para o STJ” dividindo-o em quatro seções, uma para cada recurso dirigido àqueles Tribunais, sendo o primeiro a ser disciplinado, o recurso ordinário.
CONCEITO DE RECURSO ORDINÁRIO: Recurso em espécie, interposto no STF ou STJ, para impugnar acórdão ou decisão interlocutória, nas situações enumeradas do art. 1027, CPC.
ESPÉCIES: 
	Recurso ordinário em sentido estrito.
	Recurso ordinário - Agravo de instrumento. 
CABIMENTO: 
A) Competência do STF: O STF julgará em recurso ordinário:
	Os mandados de segurança, os habeas data e os mandados de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, quando denegatória a decisão. 
OBS.: A palavra “denegatória” deve ser compreendida de forma ampla. Trata-se da decisão desfavorável ao autor (impetrante) de um dos procedimentos jurisdicionais constitucionalmente diferenciados referidos. 
B) Competência do STJ: Por sua vez, o STJ julgará em recurso ordinário: 
	Os mandados de segurança, decidido por tribunal regional federal ou tribunal de justiça, em instância única, quando denegatória a decisão e;
	Os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no Brasil. OBS.: Nesses casos cuja competência na primeira instância é da Justiça Federal, é indiferente, para o cabimento do recurso ordinário, se a decisão é favorável ou prejudicial ao autor. 
PROCEDIMENTO: 
	Recurso ordinário em sentido estrito: aplicação das regras do recurso de apelação. 
	Recurso ordinário - Agravo de instrumento: aplicação das regras do recurso do agravo de instrumento. 
OBS: Não se exige prequestionamento como requisito para interposição do recurso ordinário. 
EFEITOS: 
	Ao contrário do que ocorre no recurso de apelação, o recurso ordinário não opera efeito suspensivo OPE LEGIS.
OBSIMP: Cabe efeito suspensivo OPE JUDICIS, presentes os requisitos dos recursos especial e extraordinário. 
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA 
CONCEITO: Espécie recursal que tem por finalidade específica uniformizar jurisprudência interna do STF e do STJ.
CABIMENTO: Atacar decisão de órgão fracionário (turma):
a) Acórdão de mérito (acórdão recorrido x acórdão paradigma), prolatados em sede de recurso extraordinário ou de recurso especial, que divergir de qualquer órgão do mesmo tribunal. 
b) Acórdão de mérito x Acórdão que não conheceu do mérito (mas que apreciou controvérsia), em sede de Recurso Extraordinário ou de Recurso Especial, quando houver divergência de decisão de qualquer órgão do mesmo tribunal. 
RECLAMAÇÃO
CONCEITO: Instrumento processual (ação) que tem por objetivos: preservar a competência de tribunais; garantir a autoridade das suas decisões e; garantir o efeito vinculante. 
NATUREZA JURÍDICA: Ação de natureza constitucional.
“A reclamação é uma ação, de natureza constitucional, que atua como sucedâneo recursal.”
PROCEDIMENTO: 
A reclamação pode ser proposta: 
-Pela parte interessada;
-Pelo Ministério Público (tanto nos casos em que ele atua como parte como também quando ele atuar como fiscal da ordem jurídica). 
Petição inicial: A reclamação tem início por meio de petição inicial, endereçada ao tribunal que teve a decisão ofendida, preenchidos os requisitos do art. 319, CPC (indicação do juízo a que é dirigida; os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; o pedido com as suas especificações; o valor da causa; as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; e a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.), instruída com prova documental do descumprimento da decisão do tribunal.
O relator pode: requisitar informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato objeto da impugnação. 
Prazo: 10 dias. 
-Pode ordenar a suspensão do processo ou do ato objeto da reclamação,
com o objetivo de evitar a ocorrência de dano irreparável ou de difícil reparação. 
-Deve ordenar a citação da parte beneficiária da decisão/ato objeto da impugnação para, querendo, oferecer contestação, no prazo de 15 dias. 
Atenção: Da decisão prolatada em sede de reclamação, cabe recurso (art. 1022, CPC) > Embargos declaratórios. 
MANDADO DE SEGURANÇA 
NATUREZA JURÍDICA: Ação mandamental de natureza constitucional (art. 5º, LXIX e LX, CF/88) – logo trata-se de garantia fundamental.
FINALIDADE/ CABIMENTO: Enunciado do art. 1º,Lei 12.016/2009.
Proteger direito líquido e certo NÃO amparado por habeas corpus ou habeas data, decorrente de ILEGALIDADE ou ABUSO DE PODER, praticado por autoridade. 
ATENÇÃO: Autoridade (art. 1º, §1º, Lei 12.016/09) alcança: pessoas de direito público ou de direito privado no exercício de função pública. 
> NÃO CABE A IMPETRAÇÃO DO MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATOS DE GESTÃO COMERCIAL DOS ADMINISTRADORES DE:
-Entidades autárquicas;
-Empresas públicas;
-Sociedades de economia mista; 
-Concessionárias de serviço público. 
PRAZO: (Art. 23, Lei 12.016/09) Decadencial de 120 dias. 
IMPORTANTE: Não será concedida a segurança quando:
-Em caso de decisão administrativa que couber recurso com efeito suspensivo, independentemente de caução;
-Em caso de decisão judicial contra a qual caiba recurso com efeito suspensivo;
-Em caso de decisão judicial transitada em julgado.
INDEFERIMENTO DA INICIAL:
-Por juiz de 1º grau: Cabimento do recurso de apelação. 
-Por relator (MS de competência originária dos tribunais) > Cabimento do agravo interno
ADMISSIBILIDADE DA CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR, EXCETO: 
-Compensação de créditos tributários;
-Reclassificação/equiparação servidores públicos.
-Aumento de pagamento ou vantagem.
ADMISSIBILIDADE DA EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA SENTENÇA, EXCETO: Nos casos em que a concessão de medida liminar não for admitida. 
ATENÇÃO: Quando a decisão for de concessão da segurança > Esta submete-se ao duplo grau de jurisdição obrigatório. (Reexame necessário)

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