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Aula 5 Contas Monetarias e Financeiras

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Contabilidade Nacional
Professora: Kamila Gabriela Jacob
Referência Bibliográfica: FEIJÓ, C. A.; RAMOS, R. L. O. Contabilidade Social: A nova referência das Contas Nacionais do Brasil
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS E GERENCIAIS
CSA 123 – CONTABILIDADE NACIONAL
Contas monetárias e financeiras
Introdução
Os dados monetários e financeiros de um país apresentam informações relevantes sobre a oferta de moeda, empréstimos e financiamentos concedidos pelos bancos, operações com títulos públicos e etc.
Importantes para o acompanhamento das políticas monetária e cambial, evolução dívida pública, do grau de endividamento dos agentes, etc.
As estatísticas monetárias servem de base para a elaboração das estatítsticas financeiras que hoje são integradas ao SCN.
O Sistema Financeiro Nacional (SFN)
É um conjunto de instituições, instrumentos e mercados agrupados de forma harmônica, com a finalidade de canalizar a poupança dos agentes superavitários (pessoas, Empresas, governo) até o investimento demandado pelos deficitários.
O SFN foi estruturado e regulado pela Lei de Reforma Bancária (1964), pela Lei do Mercado de Capitais (1965) e pela Lei de Criação dos Bancos Múltiplos.
Estrutura do SFN e as principais características das instituições financeiras que o compõem.
O Sistema Financeiro Nacional (SFN)
É possível dividir o SFN em dois grandes subsistemas:
Subsistema Normativo: é o responsável pelo funcionamento do mercado financeiro e de suas instituições, fiscalizando e regulamentando suas atividades. Formado pelos Órgãos Normativos e pelas Entidades Supervisoras, podemos ainda incluir instituições especiais como o BB, a CEF e o BNDES.
Subsistema de Intermediação: é composto pelas instituições (bancárias e não bancárias) que atuam em operações de intermediação financeira.
O Sistema Financeiro Nacional (SFN)
1. Subsistema Normativo
1.1 Conselho Monetário Nacional (CMN)
O CMN, que foi instituído pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964, é o órgão responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do SFN. 
Integram o CMN:
O Ministro da Fazenda(Presidente);
O Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão; e
O Presidente do Banco Central do Brasil.
CMN
Dentre suas funções estão:
Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia;
Regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos;
Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros;
Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; e
Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública interna e externa.
Banco Central do Brasil (BC, BCB ou Bacen)
O Banco Central do Brasil foi criado pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964. É o principal executor das orientações do CMN e responsável por garantir o poder de compra da moeda nacional, tendo por objetivos:
Zelar pela adequada liquidez da economia;
Manter as reservas internacionais em nível adequado;
Estimular a formação de poupança; e
Zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema financeiro.
Sua sede fica em Brasília, capital do País, e tem representações nas capitais dos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará e Pará.
Bacen
Dentre suas atribuições estão:
Emitir papel-moeda e moeda metálica; 
Executar os serviços do meio circulante; 
Receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições financeiras e bancárias;
Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras;
Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis;
Efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais; 
Exercer o controle de crédito e a fiscalização das instituições financeiras; 
Autorizar o funcionamento das instituições financeiras;
Estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições financeiras; e
Vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais e controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país.
Instituições Financeiras Bancárias (captadoras de depósito à vista)
Bancos múltiplos - São instituições financeiras privadas ou públicas que realizam dentro do mercado financeiro operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras, podendo operar nas carteiras de:
Banco Comercial (Carteira Base);
Banco de Investimento (Carteira Base);
Banco de desenvolvimento (somente Banco Múltiplo Público Governamental); - Crédito Imobiliário (Carteira Acessória);
Arrendamento Mercantil (Carteira Acessória);
Crédito, Financiamento e Investimento (Carteira Acessória). 
Instituições Financeiras Bancárias (captadoras de depósito à vista)
Bancos comerciais – instituições financeiras privadas ou públicas que têm como objetivo principal proporcionar suprimento de recursos necessários para financiar, a curto e a médio prazos, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral.
A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica do banco comercial, o qual pode também captar depósitos a prazo. Deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social deve constar a expressão "Banco" (ResoluçãoCMN2.099,de1994).
Instituições Financeiras Bancárias (captadoras de depósito à vista)
Caixa Econômica Federal – criada em 1.861, está regulada pelo Decreto-Lei 759, de 12 de agosto de 1969, como empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda. Trata-se de instituição assemelhada aos bancos comerciais, podendo captar depósitos à vista, realizar operações ativas e efetuar prestação de serviços.
Uma característica distintiva da Caixa é que ela prioriza a concessão de empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas áreas de assistência social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos e esporte. Pode operar com crédito direto ao consumidor, financiando bens de consumo duráveis, emprestar sob garantia de penhor industrial e caução de títulos, bem como tem o monopólio do empréstimo sob penhor de bens pessoais e sob consignação e tem o monopólio da venda de bilhetes de loteria federal. Além de centralizar o recolhimento e posterior aplicação de todos os recursos oriundos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), integra o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo(SBPE) e o Sistema Financeiro da Habitação(SFH).
Instituições Financeiras Bancárias (captadoras de depósito à vista)
Cooperativas de crédito – se dividem em:
singulares, que prestam serviços financeiros de captação e de crédito apenas aos respectivos associados, podendo receber repasses de outras instituições financeiras e realizar aplicações no mercado financeiro;
centrais, que prestam serviços às singulares filiadas, e são também responsáveis auxiliares por sua supervisão; e
Confederações de cooperativas centrais, que prestam serviços a centrais e suas filiadas.
Observam, além da legislação e normas gerais aplicáveis ao sistema financeiro: a Lei Complementar nº130, de 17 de abril de 2009, que institui o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo; a Lei nº5.764, de 16 de dezembro de 1971, que institui o regime jurídico das sociedades cooperativas; e a Resolução nº3.859, de 27 de maio de 2010, que disciplina sua constituição e funcionamento. As regras prudenciais são mais estritas para as cooperativas cujo quadro social é mais heterogêneo, como as cooperativas de livre admissão.
Instituições Financeiras Não Bancárias
Agências de Fomento;
Associações de Poupança e Empréstimo;
Bancos de Câmbio;
Bancos de Desenvolvimento;
Bancos de Investimento;
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);
Companhias Hipotecárias;
Cooperativas Centrais
de Crédito;
Sociedades Crédito, Financiamento e Investimento;
Sociedades de Crédito Imobiliário;
Sociedades de Crédito ao Microempreendedor.
Bancos de Câmbio
Os bancos de câmbio são instituições financeiras autorizadas a realizar, sem restrições, operações de câmbio e operações de crédito vinculadas às de câmbio, como financiamentos à exportação e importação e adiantamentos sobre contratos de câmbio, e ainda a receber depósitos em contas sem remuneração, não movimentáveis por cheque ou por meio eletrônico pelo titular, cujos recursos sejam destinados à realização das operações acima citadas.
Na denominação dessas instituições deve constar a expressão "Banco de Câmbio" (Res.CMN3.426,de2006).
Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
A CVM é responsável por regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários do país.
Para este fim, exerce as funções de:
Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão; proteger os titulares de valores mobiliários;
Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação no mercado;
Assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e sobre as companhias que os tenham emitido;
Assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários;
Estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários;
Promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações e estimular as aplicações permanentes e mações do capital social das companhias abertas.
Bolsa de Valores
 As bolsas de valores são sociedades anônimas ou associações civis, com o objetivo de manter local ou sistema a de quando ao encontro de seus membros e à realização entre eles de transações de compra e venda de títulos e valores mobiliários, em mercado livre e aberto, especialmente organizado e fiscalizado por seus membros e pela CVM.
Possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa (ResoluçãoCMN2.690,de2000).
BM&F BOVESPA
A Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&F bovespa S.A.) é a bolsa oficial do Brasil. Sediada em São Paulo, a BM&F bovespa é a segunda maior bolsa de valores do mundo em valor de mercado. Em 8 de maio de 2008, a Bolsa de Valores de São Paulo(Bovespa) e a Bolsa de Mercadorias e Futuros(BM&F) fundiram-se, dando origem a uma nova instituição batizada de BM&FBOVESPA. A BM&Fbovespa está ligada a todas as bolsas de valores brasileiras, incluindo a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro(BVRJ), onde são negociados apenas títulos. O indicador de referência da BM&Fbovespa é o Ibovespa.
Moeda e o Sistema Financeiro Nacional
Instrumentos Financeiros
Os instrumentos financeiros são emitidos por instituições financeiras, empresas e governo, sendo que cada um possui características específicas de risco, liquidez e rentabilidade e pode ser classificado como instrumentos de propriedade ou de dívida.
Títulos de propriedade são aqueles represetantivos de um ativo real. Ex: ações de uma empresa.
Ações: títulos de renda variável 
Títulos de dívida: representam uma dívida para quem os emite. Empresas não financeiras obtém financiamentos através de créditos comerciais
Moeda e o Sistema Financeiro Nacional
Instrumentos Financeiros
Títulos de dívida também podem ser: debêntures, notas promissórias ou commercial papers em geral são adquiridos por empresas financeiras
No caso dos bancos, eles podem obter fundos para financiar suas operações ativas (empréstimos) através da captação de depósitos à vista (passivo monetário); podem oferecer poupança ou títulos de renda fixa, como CDB e letras de câmbio (passivo não monetário)
Já os governos financiam seus déficits emitindo títulos da dívida pública, ou simplesmente títulos públicos, que também são títulos de renda fixa
Exemplos de títulos públicos: letra financeira do tesouro (LFT); letra do tesouro nacional (LTN); notas do tesouro nacional (NTN’s)
Moeda e o Sistema Financeiro Nacional
Instrumentos Financeiros – Instituições Financeiras
Depósitos à vista: também chamados de depósitos em conta corrente. Não são remunerados, mas são os ativos de maior liquidez
Depósitos à prazo: depósitos a prazo na forma de CDB e dos RDB são a mais importante fonte de captação de recursos para os bancos. Rendimentos podem ser pré ou pós fixados
Depósitos em poupança: os depósitos em poupança são remunerados de acordo com a variação da TR – que corresponde a 65% do rendimento médio dos CDB’s – acrescida de 0,5% ao mês
Letras de câmbio: é um instrumento de renda fixa referenciado pela rentabilidade dos certificados de depósitos interbancários (CDI) e de prazo semelhante ao dos CDB
Letras Hipotecárias: emitidas por instituições habilitadas a conceder financiamento pelas regras do SFH. Rendem a TR (taxa referencial) mais juros de 5% ao ano. O prazo mínimo é de 180 dias
Moeda e o Sistema Financeiro Nacional
Instrumentos Financeiros – Instituições Não-Financeiras
Ações: são títulos de propriedade, ou seja, representam a propriedade de uma fração da empresa emissora. Sua valorização depende do comportamento do mercado acionário
Ordinárias: dão direito a voto e recebem dividendos depois dos acionistas preferenciais
Preferênciais: possuem prioridade na divisão dos dividendos e não concedem direito a voto
Debêntures: são títulos de dívida emitidos por sociedades por ações, de capital aberto ou fechado. São nominativos, negociáveis e de médio e de longo prazo. Podem ser convertidas em ações da empresa no término do contrato caso previsto previamente
Notas Promissórias: conhecidos como commercial papers são títulos cujos prazos de vencimento variam de 30 a 180 dias, rendimento pré-fixado, não há garantias reais
Moeda e o Sistema Financeiro Nacional
Instrumentos Financeiros – Instituições Não-Financeiras
Títulos do Tesouro Nacional: o governo financia seus déficits através da venda de títulos, conhecidos como títulos públicos
Os títulos públicos compõem a dívida pública mobiliária, ou simplesmente a dívida pública
LFT – Letra Financeira do Tesouro: remuneradas pela SELIC, valor de emissão múltiplos de R$ 1.000,00, escriturais, nominativas e negociáveis
LTN – Letra do Tesouro Nacional: escriturais, nominativas e negociáveis, múltiplos de R$ 1.000,00, remuneração pré-fixada
NTN – Notas do Tesouro Nacional
Série B: remuneração variação do IPCA
Série C: variação do IGP-M
Série D: variação através da PTAX
Série F: remuneração pre-fixada
Meios de Pagamento
Os ativos financeiros podem ser divididos em:
(i) Ativos monetários: papel-moeda (emitido pelo Banco Central) e depósitos à vista, emitidos pelos bancos emissores de moeda. O somatório do papel moeda em poder do público e dos depósitos à vista constitui os meios de pagamentos no seu sentido restrito (M1)
(ii) Ativos financeiros não monetários: depósitos de poupança e a prazo emitidos por bancos, e títulos da dívida pública emitidos pelo Tesouro Nacional, entre outros. São denominados quase-moeda, dependendo do maior ou menor grau de liquidez e fazem parte de um conceito mais amplo de meios de pagamento (M2, M3 e M4)
Meios de Pagamento
M1 = somatório de papel moeda em poder do público e do saldo de depósitos à vista nos bancos emissores de moeda
M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos emitidos por instituições depositárias
M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações compromissadas registradas no Selic
M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez. Corresponde também ao conceito de poupança financeira
Sistema Financeiro Nacional
BACEN e a Política Monetária
A política monetária é definida como o controle da oferta de moeda e das taxas de juros de curto prazo que garanta a liquidez ideal de cada momento econômico
O objetivo é encontrar crescimento econômico compatível com a menor taxa de inflação possível
O BACEN é responsável pela execução da política monetária e tem a sua disposição diversos mecanismos de controle
da liquidez, dos meios de pagamento, dos juros e do crédito
Sistema Financeiro Nacional
BACEN e a Política Monetária
Instrumentos de Política Monetária
Open Market: compra e venda de títulos públicos com o objetivo de regular a liquidez de mercado
Redesconto: empréstimo de última instância concedido pelo BACEN a título de assistência de liquidez para instituições financeiras que apresentem desequilíbrios em seu fluxo de caixa
Compulsório: representa uma parcela dos recursos dos depósitos nos bancos que é compulsoriamente recolhida ao BACEN em moeda corrente ou títulos públicos 
Política Monetária Restritiva: Medidas que elevam a Taxa de Juros
Open Market
O BACEN vende títulos públicos – retira dinheiro do mercado – portanto diminui a liquidez da economia
Redesconto
Elevar a taxa de juros do empréstimo de assistência financeira (taxa de redesconto) causa redução na liquidez do sistema
Compulsório
O governo eleva o percentual exigido de reserva compulsória – diminui o montante de recursos disponíveis aos bancos para livre aplicação e empréstimos, portanto, diminui a liquidez da economia
Política Monetária Expansionista: Queda na Taxa de Juros
Open Market
O BACEN compra títulos públicos – coloca dinheiro na economia – portanto aumenta a liquidez da economia
Redesconto
Reduzir a taxa de juros do empréstimo de assitência financeira (taxa de redesconto) causa aumento da liquidez do sistema
Compulsório
O governo reduz o percentual exigido de reserva compulsória – aumenta o montante de recursos disponíveis aos bancos para livre aplicação e empréstimos, portanto, aumenta a liquidez da economia
Sistema Financeiro Nacional
BACEN e as Metas de Inflação
O regime de Política Monetária com metas de inflação caracteriza-se pelo compromisso do Banco Central em ter, como objetivo prioritário, a manutenção da taxa de inflação em torno de um determinado nível
O nível meta de inflação é determinado pelo CMN – Conselho Monetário Nacional, tendo como índice balizador o IPCA
Comitê de Política Monetária – COPOM
Constituído em 20 de junho de 1996 com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros básica da economia
Objetivos são:
Implementar diretrizes de política monetária
Definir a meta da taxa SELIC e seu eventual viés
Analisar relatório de inflação
Sistema Financeiro Nacional
BACEN e as Metas de Inflação
Comitê de Política Monetária – COPOM
Composto pelos oitos membros da Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, com direito a voto, sendo presidido pelo Presidente do Banco Central, que tem direito a voto de qualidade, ou seja, voto de desempate
Índice de referência (benchmark): trata-se de referência ou parâmetro para a análise de retorno de investimentos, pode ser taxa de juros (DI), um índice de preços (IPCA) ou uma carteira teórica (IBOVESPA)
Taxa SELIC meta: é decidida pelo COPOM com base na previsão de inflação
Taxa SELIC over: é a taxa média ponderada pelo volume de operações de financiamento por um dia, lastreadas em títulos públicos federais e registradas no sistema SELIC.
Sistema Financeiro Nacional
Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC)
Sistema eletrônico que processa o registro, a custódia e a liquidação financeira das operações realizadas com títulos públicos federais
Garante segurança, agilidade e transparência nos negócios
O objetivo é controlar e liquidar financeiramente as operações de compra e venda de títulos públicos federais e manter custódia física e escritural
A SELIC é o depositário central do títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, processa emissão, o resgate, o pagamento dos juros e a custódia.
Sistema Financeiro Nacional
Câmara de Custódia e Liquidação (CETIP)
A CETIP é uma das maiores empresas de custódia e liquidação financeira da América Latina
Sem fins lucrativos, foi criada em conjunto pelas instituições financeiras e o BACEN, em março de 1986, para garantir mais segurança e agilidade às operações do mercado financeiro brasileiro
A segurança da informação é determinante para garantir a confiabilidade dos serviços prestados e a integridade da própria CETIP, de seus participantes e dos mercados atendidos.
Sistema Financeiro Nacional
Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)
O Sistema de Pagamentos é o conjunto de procedimentos, regras, instrumentos e sistemas operacionais integrados usados para transferir recursos do pagador para o recebedor e, com isso, encerrar uma obrigação
O SPB compreende entidades participantes do SFN (bancos, corretoras, câmaras de compensação, etc), os subsistemas, os procedimentos relacionados com a transferência de recursos e de outros ativos financeiros, bem como o processamento, a compensação e a liquidação de pagamentos em qualquer de suas formas, como cheques, DO, boletos, etc
A TED (Transferência eletrônica disponível) trouxe maior segurança e agilidade em relação a cheques e DOCs que atualmente ainda passam pelos sistemas de compensação
Sistema Financeiro Nacional
Quadro resumo SELIC, CETIP e CBLC
Mercados Financeiros
MERCADO MONETÁRIO
Pode ser definido como aquele onde são negociados ativos financeiros públicos e privados de prazo inferior a um ano e de elevado grau de liquidez
No Brasil o mercado formal para instrumentos financeiros privados de curto prazo ainda estão sendo criados, o mercado monetário pode ser definido como aquele onde ocorrem as negociações de curtíssimo prazo (overnight) lastreadas em títulos públicos
MERCADO DE CÂMBIO
São realizadas operações de câmbio, ou seja, envolvem a troca de moeda nacional por moeda estrangeira, ou vice-versa
É composto por dois segmentos: mercado primário, que envolve operações entre bancos e seus clientes e o mercado secundário, no qual as operações de compra e venda de dividas são realizadas entre os bancos
Mercados Financeiros
MERCADO DE CAPITAIS
São negociados títulos de prazo superior a um ano. Inclui desde o mercado de ações, debêntures, notas promissórias, recebíveis, sendo que a não intermediação de captação de recursos e à posterior negociação desses títulos é uma característica do mercado
Mercado primário: o título é lançado pela primeira vez. Neste momento ocorre aporte de recursos para a empresa emissora
Mercado secundário: os títulos trocam de mãos sem que a empresa receba qualquer recurso, é de fundamental importância para dar liquidez ao sistema
Os títulos são negociados nas bolsas de valores e nos mercados de balcão (over the counter) no qual os negócios são fechados por telefone ou computador entre a instituição e entre elas e os seus clientes.
Mercados Financeiros
MERCADO DE CRÉDITO
Corresponde às operações de empréstimos realizadas pelas instituições financeiras integrantes do SFN e supervisionadas pelo BACEN
Empréstimos podem ser de curto, médio e longo prazo, tanto para pessoas físicas e jurídicas
A função dos intermediários financeiros é prover recursos para as unidades econômicas deficitárias utilizando-se de recursos de terceiros, como depósitos à vista, etc
Mercado de Capitais
Mercadode Capitais
Mercadode Crédito
Os agentes superavitários emprestam seus recursos diretamente aos agentes deficitários. Porém, as operações ocorrem sempre com a intermediação de uma instituição financeira.
As instituições financeiras captam recursos dos poupadores e os emprestam aos tomadores, assumindo os riscos da operação. São remuneradas por uma diferença entre as taxas de captação e de aplicação desses recursos.
Se determinada empresa contrata um empréstimo em uma instituição financeira, para pagamento em longo prazo, com o objetivo de instalar uma nova planta industrial, a operação ocorre no mercado de crédito ou de capitais?
Intermediação e Desintermediação Financeira – Classificação 
Famílias, empresas e governo podem ser divididas em três categorias para explicarmos as formas de financiamento e o papel da intermediação financeira
(i) Unidades Superavitárias (US): apresentam
receitas correntes maiores que os gastos correntes. Não representa necessariamente lucro, podendo ser somente sobras de caixa momentâneas
(ii) Unidades Deficitárias (UD): apresentam gastos correntes maiores que as receitas correntes. Não representa que operem com prejuízo
(iii) Unidades com Orçamento Equilibrado (UOE): têm seus gastos correntes iguais as receitas correntes
Intermediação e Desintermediação Financeira – Formas de Financiamento
Uma UD pode financiar seus gastos das seguintes formas:
Auto-financiamento: uma UD pode vender ativos que possua, inclusive instrumentos financeiros.
Financiamento externo à unidade econômica: a UD pode obter recursos de terceiros:
Financiamento direto: emitir ações e outras formas de participação em negócios que não implicam em assumir dívida ou emitir títulos de dívida – notas promissórias – que podem ser adquiridos diretamente por outras unidades econômicas
Financiamento indireto: empréstimos tomados de instituições financeiras.
Intermediação e Desintermediação Financeira – Formas de Financiamento
UD
IF
US
Título direto
$$$
Título direto
$$$
Ativo financeiro
$$$
O Papel da Intermediação Financeira
Custos de Transação, informação assimétrica e risco
O rendimento obtido pelas IF no seu papel de intermediadora de recursos é denominado spread, no qual é a diferença entre a taxa média de juros cobrada pelos empréstimos e a taxa média paga aos depositantes
A existência de spread significa a priori, que os financiamentos indiretos seriam mais caros do que os financiamentos diretos. Enquanto que o retorno para os depositantes seria menos atraente do que se investissem diretamente na compra de um título direto emitido por uma UD
A questão que se levanta é por quais razões as UD se endividam junto a uma IF, e quais razões que levam as US a depositarem seus recursos em uma IF?
O Papel da Intermediação Financeira
Custos de Transação, informação assimétrica e risco
Custos de transação: tanto as US quanto as UD incorrem em custos de transação que tendem a inviabilizar esta forma de financiamento. O financiamento direto exige que as condições de volume, prazos e taxas de juros sejam aceitas por ambas as partes, o que demanda tempo de ambas unidades; é necessário haver confiança que a UD honrará o compromisso com a US; despesas com cobrança, elaboração de contratos, etc
Informação assimétrica: em transações financeiras, uma das partes envolvidas possui mais informação que a outra. 
Por exemplo: mercado de venda de automóveis usados; o fato de haver informações assimétricas a respeito de sua qualidade: o vendedor de um automóvel usado sabe muito mais a respeito do veículo do que seu potencial comprador
O Papel da Intermediação Financeira Informação assimétrica aplicado aos financiamentos diretos
Seleção Adversa (Adverse selection): problema que surge antes do financiamento. Agentes econômicos mais propensos a assumir riscos e, portanto, obter resultados adversos, são os que mais demandam financiamentos e, por isso, são os que têm maior probabilidade de serem selecionados
Risco Moral (Moral Hazard): ocorre quando quem financia está sujeito ao risco de que o tomador do empréstimo tenha incentivos a se engajar em atividades indesejáveis.
Exemplo: seguradora x segurado
O Papel da Intermediação Financeira Mecanismos de redução da assimetria de informação
Os investidores em ações e títulos de dívida de empresas podem fazer uso de três mecanismos básicos de redução dos problemas advindos da informação assimétrica:
i) Exigir garantias e manutenção do patrimônio líquido da empresa;
ii) Monitorar as atitudes da empresa e de seus dirigentes, através da exigência de publicação de informações periódicas como demonstrativos contábeis, andamento dos projetos, etc.;
iii) Impor cláusulas restritivas, obrigando o tomador de empréstimo a fazer seguro, restringir o uso dos recursos, cuidar dos bens dados como garantia, entre outros
O Papel da Intermediação Financeira
Vantagens da Intermediação Financeira
A intermediação financeira possibilita a redução dos custos de transação e dos problemas gerados pela informação assimétrica
Uma primeira vantagem são os ganhos em escala: são derivados da especialização na coleta e processamento de informações relevantes.
Diversificação dos riscos: ocorre tanto em operações ativas como em operações passivas, o que reduz sensivelmente a probabilidade esperada de perdas com inadimplência nos empréstimos e, por outro lado, os riscos de liquidez proveniente de saques de depositantes
Neste sentido os bancos cumpririam as seguintes funções:
oferecer acesso ao sistema de pagamentos, ao prover liquidez para os depositantes
transformar ativos financeiros em termos de prazos, taxas de juros e volume
administrar risco através da diversificação das suas carteiras 
 processar informações
O Papel da Intermediação Financeira
Desintermediação Financeira
Os bancos comerciais e de poupança gradativamente perderam espaço para os mercados de capitais no papel de intermediários financeiros, isto deve-se:
(i) a dificuldade de contato e de obtenção de informações entre UD e US reduziram-se na medida em que avançaram os meios de comunicação, informatização e as agências de classificação de risco (rating)
(ii) o crescimento espetacular os investidores institucionais nas últimas décadas criou um grande mercado de títulos com as mais variadas características de prazo, volume, taxas de juros etc
(iii) novas técnicas de administração de carteiras – derivativos
O Papel da Intermediação Financeira
Desintermediação Financeira
Contribuição do processo de securitização (securities)
Formação de conglomerados financeiros, aumento das atividades de prestação de serviços remunerados através de tarifas e comissões, busca de novos mercados através da internacionalização de suas operações representam em parte uma resposta dos bancos a perda da posição relativa

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