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DOCUMENTOS HISTÓRICOS VOL. XIII

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RIR1I0THECA NACIONAL
OCUMENTOS
HISTÓRICOS
1677-1678
PATENTES
1534-1551?,
rCRAES, DOAÇÕES. &E&1SCSHT0S E HASDiDOS
VOL. XIII DA SÉRIE E XI DOS
DOCS. DA BIB. NAC.
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PRAÇA 008 GOVERNADORES N. e
HIO DE JANEIRO
1989
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BIBLIOTHECA NACIONAL
OCUMENTOS
HIST \s
1677-1678
PATENTES
1534-1551
FORAES, DOAÇÕES, REBIMSKTOS E MANDADOS
VOL. XIII DA SÉRIE E XI DOS
DOCS. DA BIB. NAC.
AUGUSTO PORTO Ct C
PRAÇA DOS GOVERNADORES N. Q
RIO DE JANEIRO
1929
\ w
Kfts1\àà^^
C^5V<°
Neste 13.° vol. dos Documentos Históricos,
77.o da Bibliotheca Nacional, interrompida a se-
riação c,ue vinha sendo observada, começam a ser
publicados os mais antigos manuscriptos que neste
estabelecimento existem, referentes todos ao XVI
século, constantes de volumosos códices que ra-
rissimas pessoas tem até aqui consultado.
Esses códices eram conservados outr'ora na
Delegacia Fiscal da Bahia; transportou-os para o
Rio de Janeiro o antigo chefe da Secçao de Ma-
nuscripios da Bibliotheca Alfredo do Valle Cabral.
Eram os livros de registro da correspondência e
actos dos governadores, copiados em princípios do
XIX Século por ordem do vice-rei D. Fernando José
de Portugal, mais tarde Marquez de Aguiar e mi-
nistr.o de D. João VI no Brasil, copia authenticada
dos antigos códices arruinados pelo tempo.
Alguns dos documentos constantes desse volu-
moso acervo são já conhecidos. A maior parte po-
rém conservava-se até aqui inédita. Para o estudo
dos primeiros períodos da vida administrativa 
no
Brasil são preciosos. As entradas pelo sertão 
ahi
podem ser acompanhadas mercê das providencias
constantes de vários actos dos successivos governos.
Pareceu á Bibliotheca Nacional de toda a con-
veniencia a sua immediata publicação 
- Tal o motv-
vo por que foi interrompida a serie que 
vinha sendo
publicada, que será mais tarde concluída.
Ao exmo. sr. Presidente da Republica deve-se
exclusivamente a iniciativa desta publicação que 
con-
tribuirá para salvar uma grande copia 
de preciosos
- 4
documentos que o tempo vinha lentamente des-'truindo, 
fonte insubstituível de dados para o conhe-
cimento da historia pátria.
Os Códices que ora começam i ser dados á
publicidade forneceram a Capistrano de Abreu, tal-
vez o único estudioso dos nossos archivos que os
haja consultado, a melhor parte das annotações
por elle feitas á Historia do Brasil de Porto Seguro
— Isso diz de sobejo sobre o seu valor.
Agosto de 1929.
M. BEHR/NG.
CÓDICE I ~ 1, 2, 9
N,° 5826 DO CAT. DA EXP. DE HIST. E GEOG. DO 
BRASIL
N.o 40 DO CAT. DE MANUSC DA B1BLIOTHECA 
NACIONAL
(Continuação)
PATENTE DO POSTO DE CA-
pitão da Ordenança que vae em Com-
panhia do Capitão-Mor Domingos de
Freitas de Azevedo, ao descobrimen-
to da nascença do Rio Paraguassu,
e Aldeias que nelle achar provido em
Bernardo de Freitas de Azeredo.
O GOVERNO DO ESTADO DO BRASIL ETC.
Porquanto convém dividir em duas Companhias 
a
gente com que o Capitão-Mor Domingos 
de Frei-
tas de Azeredo' vae em descobrimento da nascença
de Paraguassu, e Aldeias que houver dentro de 
ses-
senta léguas que a dita nascença dista das 
Ittapo-
rorocas, como elle informou: tendo Nós considera-
ção ao bem que todas estas qualidades 
concorrem
„a de Bernardo de Freitas de Azeredo; esperando
delle que nas obrigações do dito posto 
se haverá
muito conforme a confiança que fazemos 
de seu
procedimento. Havemos por bem 
de o eleger, e
nomear (como em virtude da presente 
elegemos,*
nomeamos) Capitão de «ma das ditas Companhias
para qne como tal o. seja. use, 
e exerça, com todas
as honras, graças, franqueza*, preemmencas prm-
legios, isenções, e liberdades, que lhe tocam, podem,
- ó
e devem tocar aos mais Capitães, que nesta Capi-
tania fazem semelhantes Entradas ao Sertão. Pelo
que ordenamos ao Capitão-Mor Domingos 
de Frei-
tas de Azeredo, lhe dê a posse, e juramento na forma
costumada, de que se fará assento nas costas des-
ta; e aos Officiaes Maiores, e menores de guerra,
e milícia deste Estado, o hajam, honrem, estimem,
e reputem por tal da dita Companhia Capitão, e aos
Officiaes, e Soldados delia mandamos, façam o
mesmo, e obedeçam, cumpram, e guardem todas
suas ordens, de palavra, ou por escripto, tão pon-
tual, e inteiramente, como devem, e são obrigados.
Para firmeza do que lhe mandamos passar a pre-
sente sub nossos signaes, e sello das Armas Reaes
de que este Governo usa, a qual se registará nos li-
vros da Secretaria do Estado, e nos mais a que to-
car. Antônio Garcia a fez nesta Cidade do Salvador
Bahia de todos os Santos, em os seis dias do mez
de Julho. Anno de mil seis centos setenta e sete.
Bernardo Vieira Ravasco a fiz escrever.
Agostinho de Azevedo Monteiro. Álvaro de
Azevedo. Antônio Guedes de Britto.
DESTE MODO SE PASSOU OU-
ira Patente, para Antônio Coutinho.
PATENTE DE CAPITÃO-MOR
do descobrimento do Rio Paraguassá,
provido em Domingos de Freitas de
Azeredo.
O GOVERNO DO ESTADO DO BRASIL ETC.
Porquanto Domingos de Freitas de Azeredo Cabo
de uma Tropa que veiu de São Paulo pelo Sertão
do Rio de São Francisco, donde foi desbaratado
pelas Nações Barbaras, com que pelejou, nos en-
viou a representar, que da nascença do Rio Pa-
raguassü distante sessenta léguas das Ittapororo-
cas, havia algumas Aldeias por noticias que tinha,
que reduzidas por parte a nossa comnnmicação, ie
Aldeias a seus habitadores pelo dito Domingos de
Freitas de Azeredo na paragem que fosse mais con-
veniente para sua conservação, não só se ficará
evitando o prejuízo de se experimentarem inimigos,
e se teria o beneficio de os ter Sua Alteza promp-
tos para seu serviço e as conquistadas Nações que
o forem; mas antes por aquelle meio se reduziram
mais facilmente ao conhecimento de Nossa Santa
Fé, pedindo-nos algumas armas, munições, resgates,
e os índios necessários, além dos que João Pei-
xotto Viegas lhes tem offerecido, com outras des-
pesas de sua fazenda, de que o mesmo João Pei-
xotto nos deu conta; significando-nos estas, e ou-
trás conveniências do serviço de Sua Alteza, e bem
publico que do dito intento podiam resultar se se
conseguisse; offerecendo-se-nos por carta sua a dar
fiança a toda a despesa que a Fazenda Real fizesse
nas ditas Munições, armas, e resgates, se Sua Al-
teza a não approvasse: tendo Nós consideração a
tudo o referido, e a ser o principal intento dos
Sereníssimos Senhores Reis de Portugal a reducção
da gentilidade do Brasil, ao Cominercio dos 
Portu-
guezes, como disposição da introducção da Fé 
Ca-
tholica, a cujo fim mandou povoar este Estado; e
ao particular serviço que o dito- Domingos de 
Frei-
tas de Azeredo fará a Sua Alteza em descobrir as
ditas Aldeias da Nascença de Paraguassú inclusas
— 8 —
nas ditas sessenta léguas, não lhes fazendo guerra
alguma: convidando-as pacificamente a obediência
do Príncipe Nosso Senhor, por todos os meios com
que elles se deixam persuadir, assignando-lhes 
lu-
gares que habitem, e terras que lavrem, 
commodi-
dades para sua conservação, e poder para 
sua se-
gurança, depondo toda a violência, 
e hostilidade,
por que não é nossa tenção que se 
faça guerra,
não constranjam por armas aquellas Nações que
ainda . . ¦ descobertas, de que se não tem re-
cebido offensa alguma. Esperando Nós que debaixo
de todas estas cláusulas obre o dito Domingos de
Freitas de Azeredo o que offerece, e proceda em
tudo o que tocar ao serviço de Sua Alteza, e obri-
gações que lhe tocarem, muito conforme a confian-
ça que fazemos de seu valor, experiência, mereci-
mento, e qualidade. Havemos por bem de o no-
mear(como em virtude da presente nomeamos)
Capitão-Mor de toda a gente branca, de qualquer
Nação que o acompanhar ao descobrimento da dita
Nascença do Rio Paraguasoü, e de todas as Al-
deias de quaesquer Nações barbaras ou de Lingua
Geral, que se incluírem, e se acharem dentro nas
ditas sessenta léguas que elle aponta até a nascen-
ça do Paraguassü e outras sessenta para a banda
do Sertão, que não estiver penetrado, e reduzidas
por paz na forma sobredita as taes Nações, dando
conta a este Governo do que obrar em cumprimento
desta Patente, e ordem nella inclusa, se lhe darão
para sua pessoa, e família, e porá (sic) a todas as
Aldeias as terras que lhe forem necessárias para
toda a commodidade sua, e dos bárbaros reduzi-
dos, os quaes todos estarão a sua ordem, e delles
se lhes dará a Administração na forma que é estylo,
— 9
e Sua Alteza despõe em suas Reaes Provisões, so-
bre a liberdade dos índios: e com o dito posto ha-
verá todas as honras, graças, franquezas, preemi-
nencias, privilégios, isenções, e liberdades que lhe
tocam, podem, e devem tocar aos mais Capitães-
Mores, que nesta Capitania fizeram Entradas ao
Sertão. Pelo que o havemos por mettido de posse,
e dará o juramento donde tocar, quando a esta
Praça vier, e ordenamos a todos os Officiaes Maio-
res de guerra, e milicia deste Estado, o hajam, hon-
rem, estimem, e reputem por tal Capitão-Mor da
referida Entrada, e aos Capitães, Officiaes, e mais
Soldados brancos, e todos os outros que a ella
forem e aos Principaes das Aldeias reduzidas e mais
gentio dellas, o obedeçam, cumpram, e guardem
todas suas ordens, de palavra, ou por escripto, tão
pontual, e inteiramente, como devem, e são obriga-
dos. Para firmeza do que lhe mandamos passar a
presente sub nossos signaes, e sello das Armas
Reaes de que este Governo usa, a qual se registará
nos livros da Secretaria do Estado, e nos mais a
que tocar. Antônio Garcia a fez nesta Cidade 
do
Salvador, Bahia de todos os Santos, em os cinco
dia do mez de Julho. Anno de mil seis centos se-
tenta, e sete. Bernardo Vieira Ravasco a fiz escre-
ver.
Agostinho de Azevedo Monteiro. Álvaro de
Azevedo. Antônio Guedes de Britto.
- 10
PATENTE DE CAPITÃO DA
Ordenança do Partido desta Cidade,
de que é Coronel Pedro Camello Pe-
reira de Aragão, provida em João da
Cosia Peixotto.
O GOVERNO DO ESTADO 
'00 BRASIL ETC.
Porquanto pela licença que se concedeu a Fernão
de Sousa Pereira, para se passar a Corte, ficou
vaga a Companhia de Infantaria da Ordenança do
Partido desta Cidade, de que é Coronel Pedro
Camello Pereira de Aragão; tendo Nós considera-
ção digo de Aragão, e convém provei-o em pessoa
de valor, pratica da disciplina militar, e experien-
cia da guerra: tendo Nós consideração ao bem que
toda:, estas qualidades concorrem na de João da
Costa Peixotto; esperando delle que nas obrigações
do dito posto se haverá muito conforme a con-
fiança que fazemos de seu procedimento. Havemos
por bem de o eleger, e nomear (como em virtude
da presente elegemos, e nomeamos Capitão da reíe-
rida Companhia, para que como tal o seja, use, e
exerça, com todas as honras, graças, franquezas,
preeminencias, privilégios, isenções, e liberdades,
que lhe tocam, podem, e devem tocar aos mais Ca-
pitães de Infantaria da Ordenança deste Estado-, e
Reino de Portugal. Pelo que ordenamos ao dito
Coronel lhe dê a posse, e ao Senado da Câmara
desta Cidade o juramento na forma costumada, de
que se fará assento nas costas desta, e aos Officiaes
Maiores, e menores de guerra, e milicia deste Es-
tado, o hajam, honrem, estimem, e reputem, por
tal Capitão da dita Companhia; e aos Officiaes, e
Soldados delia façam o mesmo o obedeçam, cum-
11
pram, e guardem todas suas ordens de palavra, ou
por escripto, tão pontual, e inteiramente, como de-
vem, e são obrigados. Para firmeza do que Ine
mandamos passar a presente sub nossos signaes,
e sello das Armas Reaes, de que este Governo usa,
a qual se registará nos livros da Secretaria do Es-
tado, nos mais a que tocar. Antônio Garcia a fez
nesta Cidade do Salvador Bahia de todos os San-
tos, em os vinte dias do mez de Julho. Anno de
mil seis centos setenta e sete. Bernardo Vieira Ra-
vasco a fiz escrever.
Agostinho de Azevedo Monteiro. Álvaro de
Azevedo. Antônio Guedes de Britto.
PATENTE DE CAPITÃO DA
Ordenança do Districto de Santo Ama-
ro da Pitanga provida em. Paschoal
de Santiago.
O GOVERNO DO ESTADO DO BRASIL ETC.
Porquanto convém prover o posto de Capitão de
Infantaria da Ordenança do Districto de Santo Ama-
ro da Pitanga, de que é Coronel Balthazar dos
Reis Barrenho, por Paulo Rodrigues Caldeira que o
occupava dito posto se haver mudado, e não poder
acudir pontualmente pela distancia do logar a co-
branca do Donativo, e ao que se lhe encarregou
do serviço de Sua Alteza, com a pontualidade que e
justo; e convém provel-o em pessoa de valor, pra-
tica da disciplina militar, e experiência da guerra:
tendo Nós consideração ao bem que todas estas
qualidades concorrem na de Paschoal de Santiago:
esperando delle que nas obrigações que lhe toca-
— 12
I» ;
,em se haverá muito conforme a confiança que 
fa-
zemos de seu procedimento. Havemos por 
bem de
o eleger, e nomear (como em virtude 
da presente
elegemos, e nomeamos) Capitão da referida 
Com-
partia, para que como tal 
o seja, use, e exerça,
com todas as honras, graças, franquezas, preemi-
nencias, privilégios, isenções, e liberdades que 
lhe
tocam, podem, e devem tocar, aos 
mais Capitães
de Infantaria da Ordenança deste Estado, e Reino
de Portugal. Pelo que ordenamos ao dito Coronel
lhe dê a posse, e a Câmara o juramento 
na forma
costumada, de que se fará assento nas costas 
des-
ta e aos Officiaes Maiores, e menores de guerra,
e milícia deste Estado, o hajam, honrem, estimem, e
reputem por tal Capitão da dita Companhia; 
e aos
(ifficiaes e Soldados delia mandamos façam o mas-
mo, e obedeçam, cumpram, e guardem todas suas or-
\íens,de palavra, ou por escripto, tão pontual, e intei-
rainente. como devem, e são obrigados. Para fir-
meza do que lhe mandamos passar a presente sub
nossos signaes, e sello das Armas Reaes de ^ que
este Governo usa, a qual se registará nos livros
da Secretaria do Estado, e nos mais a que tocar:
Antônio Garcia a fez nesta Cidade do Salvador Ba-
hia de todos os Santos, em os vinte e três dias do
mez de Agosto. Anno de mil seis centos setenta e
sete. Bernardo Vieira Ravasco a fiz escrever. Anto-
nio Garcia a fez nesta Cidade do Salvador aliás
Christovão de Burgos.
Álvaro de Azevedo. Antônio Guedes de Britto.
- 13 -
PATENTE DE CAPITÃO DE
Infantaria da Ordenança do Districto
do Lagarto da Capitania de Sergipe
del-Rei, provida em Manuel de Sousa
de Azevedo.
O GOVERNO DO ESTADO DO BRASIL ETC.
confirmado por Sua Alteza. Porquanto por se haver
mudado Jgacio (sic) . . . da Capitania de Ser-
o-ipe del-Rei donde era morador, para o Districto de
Maragugipe, Recôncavo desta Cidade,, e por esse
respeito não poder acudir ao que se lhe encarre-
gasse do serviço de Sua Alteza, e cobranças 
do do-
nativo, ficou vago o posto de Capitão de Infantaria
da Ordenança do Districto do Lagarto da dita Ca-
oitania, de que é Coronel Mathetts Marinho Falcão;
e convém proveio em pessoa de valor, pratica 
da
disciplina militar, e experiência da guerra: tendo
Nós consideração ao bem que todas estas quahda-
des concorrem na de Manuel de Sousa de Azevedo;
esperando delle que nas obrigações do dito posto
se haverá muito conforme a confiança que fazemos
de seu procedimento. Havemos por bem 
de o eleger,
e nomear (como em virtude da presente 
elegemos,
e nomeamos) Capitão da referida Companhia para
que como tal o seja, use, e exerça, 
com todas as
honras, graças, franqueza* preeminencias, privile-
gios, isenções, e liberdades,que lhe tocam, podem,
e devem tocar a todos os Capitães de Infantaria
da Ordenança deste Estado, e Reino ele Portugal.
Pelo- que -ordenamos ao Capitão-Mor 
daquella Ca-
pitania, lhe mande dar a posse, e ao 
Coronel delia
lh'a dê e a Câmara o juramento na forma costu-
mada, de que se fará assento nas costas 
desta; te
— 14 —
aos Officiaes Maiores, e menores de guerra, e mi-
licia deste Estado, o hajam, honrem, estimem, e re-
putem, por tal Capitão, e aos Officiaes, e Soldados
delia dita Capitania, mandamos façam o mesmo, c
obedeçam, cumpram, e guardem suas ordens, de pala-
lavra, ou por escripto,tão pontual, e inteiramente,
como devem, e são obrigados. Para firmeza do que
lhe mandamos passar a presente sub nossos signaes,e
sello das Armas Reaes de que este Governo usa, a
qual se registará nos livros da Secretaria do Estado,
e nos mais a que tocar. Antônio Garcia a fez nesta
Cidade de Salvador Bahia de todos os Santos em
os dez dias do mez de Setembro. Anno de mil seis
centos setenta e sete. Bernardo Vieira Ravasco a
fiz escrever.
Christovam de Burgos. Álvaro de Azevedo. An-
tonio Guedes de Britto.
<}
PATENTE DE CAPITÃO DA
Fortaleza de Monserrate da Villa de
Santos, provida em Antônio de Lima
Figueira.
OS GOVERNADORES DO ESTADO DO BRA-
sil etc. Porquanto convém prover o Posto de Capi-
tão da Fortaleza de Monserrate da Villa de Santos
(por Domingos de Almeida haver fugido, -e desam-
parado a dita Fortaleza com um preso que o Capi-
tão-Mor da Capitania de São Vicente lhe havia
entregue) em pessoa de valor, pratica da disciplina
militar, e experiência da guerra: tendo Nós consi-
deração ao bem que todas estas partes, e qualida-
des concorrem na de Antônio de Lima Figueira: es-
- 15 —
perando delle que nas obrigações do 
dito posto se
haverá muito conforme as obrigações que lhe to-
carem, e a confiança que fazemos de seu procedi-
mento. Havemos por bem de o eleger, e nomear
(como em virtude da presente elegemos, 
e no-
meamos) Capitão da referida Fortaleza, para que
como tal o seja, use, e exerça, com todas as hon-
ras graças, franquezas, preeminencias, privilégios,
isenções, e liberdades, que lhe tocam, podem 
e
devem tocar aos mais Capitães das Fortalezas 
da-
quella Capitania. Pelo que ordenamos 
ao Capitão-
Mor delia, lhe dê a posse, constando haver pn-
meiro feito preito, e homenagem era suas 
mãos, e
dado o juramento pela dita Fortaleza, 
na forma do
estylo, e uso do Reino de Portugal, de que se 
fará
assento nas costas desta; e aos Officiaes Maiores,
e menores de guerra, e milícia deste Estado 
alias
de guerra, e ordenança, e em particular 
os da dita
Capitania, o hajam, honrem, estimem, e repntem
por tal Capitão da dita Fortaleza; 
e aos Officiaes..
e Soldados que nellas assistirem, ou se 
metterem
de guarnição, façam o mesmo, cumpram, 
e guardem
suas ordens, como devem, e são obrigados. 
Para
firmeza do que lhe mandamos passar 
a presente
sub nossos signaes, e sello das Armas Reaes 
de que
este Governo usa, a qual se registará nos livros 
da
Secretaria do Estado, e nos mais a que tocar 
da-
quella Capitania. Antônio Garcia a 
fez nesta Cida-
de do Salvador Bahia de todos os Santos, em 
m
vinte e dous dias do mez de Setembro, Anno de mil
seis centos setenta e sete. Bernardo Vieira Ravas-
co a fiz escrever.
Christovão de Burgos. Álvaro de Azevedo. An-
íonio Guedes de Britto.
¦*'?...,.
- 16 —
PATENTE DE CAPITÃO DA
Ordenança do bairro de Santo Ama-
ro de Virapuera da Villa de São Pau-
Io, provida em Manuel Rodrigues de
Arzão.
OS GOVERNADORES DO ESTADO DO BRA-
sil etc. Porquanto está vago o Posto de Capitão
de infantaria da Ordenança do bairro de Santo
Amaro de Virapuera, da Villa de São Paulo, que
servia Francisco Furtado, e convém provel-o em
pessoa de valor, pratica da disciplina militar, e ex-
periencia da guerra: tendo Nós consideração ao
bem que todas estas partes e qualidades concorrem
na de Manuel Rodrigues de Arzão: esperando delle
que nas obrigações do dito posto se haverá muito
conforme a confiança que fazemos de seu proce-
dimento. Havemos por bem de o eleger, e nomear
(como em virtude da presente elegemos, e nomea-
mos) Capitão da referida Companhia, para que
como tal o seja, use, e exerça, com todas as hon-
ras, graças, franquezas, preeminencias, privilégios,
isenções, e liberdades, que lhe tocam, podem, e de-
vem tocar aos mais Capitães de Infantaria da Orde-
nança deste Estado, e Reino de Portugal. Pelo que
ordenamos ao Capitão-Mor da Capitania de São
Vicente lhe dê a posse, e aos Officiaes da Câmara
da Villa de São Paulo, o juramento na forma cos-
rumada, de que se fará assento nas costas desta; e
aos Officiaes Maiores, e menores de guerra, e mi-
licia deste Estado, e em particular os daqueila
Capitania, o hajam, honrem, estimem, e reputem
por tal Capitão da dita Companhia, e aos Offi-
ciaes, e Soldados delia mandamos façam o< mesmo,
- 17 -
e obedeçam, cumpram, e guardem iodas suas ar-
dens (de palavra) ou por escripto, como 
devem, e
são obrigados. Para firmeza do que lhe mandamos
passar a presente sub nossos 
siguaes, e sello das
Armas Reaes de que este Governo usa, a qual se
registará nos livros da Secretaria do Estado, 
e nos
mais daquella Capitania a que tocar. Antônio 
Gar-
cia a fez nesta Cidade do Salvador Bahia de 
todos
os Santos, em os seis dias do mez de Outubro.
Anno de mil seis centos setenta e sete. 
Bernardo
Vieira Ravasco a fiz escrever.
Christovão de Burgos. Álvaro de Azevedo. 
An-
tonio Guedes de Britto.
PATENTE DO POSTO DE CA-
pitão-mor da jornada que 
se faz ás Al-
deias da Natuba, provido ern Domin-
gos Rodrigues de Carvalho.
OS GOVERNADORES DO ESTADO 
DO BRA-
sil etc Porquanto mandando este Governo 
o Ca-
São-mor Agostinho Pereira 
Baceílar a recondunr
os índios que eram necessários para 
a jornada do
Sertão a que enviamos o Governador 
da Conqmste
Estevão Ribeiro Bayão Parente as 
A de do Ta
pecurú-merim, Massacará, 
c Natuba, de qu e: p.m
cipal um índio chamado Christovão 
recolhendo se
das primeiras alguns índios, 
chegando a fc Nata
ba o dito Principal, não qu.z accertar 
a carta que
este Governo lhe -escreveu, nem obedecer 
as or
??rs AHn Acrostinho Perena, ame»ripnc mip levava o ano ngusuuuv
el otataL as frechadas atrozmente: 
e propon-
do este Governo em Consulta Geral que 
tez sobre
18 —
caso, se resolveu nella, que se mandassem prender
os cabeças, e principães autores, e factores culpados,
na desobediência, e morte do dito Capitão-mor, con-
tra os quaes se devia somente proceder a castigo,
conscrvando-se os mais, que não tivessem culpa,
nas mesmas Aldeias, aos quaes se lhes declararia,
que só aos culpados se mandavam buscar para se
evitar a sua desconfiança, e se não faltar a de-
monstração que convinha; e que no caso que não
quizessem estar socegados, e se levantassem, ou
resistissem unindo-se armados contra o cabo, e gen-
te que fossem prende; os culpados, se procedesse
contra elles todos conforme o dispõem as Leis, que
prometio (sic) se possa matar a quem resistir, até
com effeito serem presos, e para se praticar a Pro-
visão Extravagante de de/ de Setembro de seis cen-
tos, e onze, sobre serem captivos desobedecendo-,
resistindo, levantando-se, ou rebellando-se contra
Nós, então se determinara nova Junta, se se de-
viam capturar, ou não. E para negocio de tanta
?tendo Nós consideração ao-
bem que todas estas se acham em Domingos Ro-
drigues de Carvalho?valor, e pru-
dencia com que tem procedido em varias oceasioes
do Serviço de Sua Alteza, oecupando os postos de
Capitão de Infantaria da Ordenança, e Sargento-
Maior do Partido de que é Coronel Francisco Dias
de Ávila, que ora estava -exercendo, principalmente
nas da campanha do Rio de São Francisco,das
quaes foi a primeira sendo elle Capitão em dez de
Agosto de seiscentos, setenta e quatro-, no Rio do
Salitre, vindo os Bárbaros Anayoz, unidos a outras
Nações rebelladas a fazer varias hostilidades nas
vidas, e fazendas dos moradores daquelle* Distric-
- 1Q
tos, aos quaes se oppoz com a sua Companhia, que
constava de cincoenta, e cinco homens, e cem In-
dios mansos, trazendo elles sessenta canoas, e por
terra mais de quatrocentos arcos, e quarenta armas
de fogo lhes impediram com grande valor, e morte
de muito, o estrago que fizeram, e os foi seguindo,
até donde ficaram livres deli es todos os moradores,
e curraes que o padeciam. E sendo depois Sargen-
to-Maior na do Sertão do Rio Pajahú em Feverei-
ro de seiscentos setenta e cinco, levando duas Com-
panhias, e cento, e trinta índios 
domésticos., com
que impediu aos Guaesguaes, que com 
outros Bar-
baros vinham fazer o mesmo damno, pôde cont (stc)
matando-lhes vinte arcos, e prisionando-lhes dez,
por cuja causa se retiraram, e ficaram os 
ditos mo-
radores em suas fazendas seguros; e ultimamente
na da era de mil seis centos setenta e seis que teve
com os mesmos Bárbaros, no dito Rio do Salitre,
vindo elles com grande poder a fazer nova 
des-
truicção pelos curraes, moradores, e escravos 
da-
queíles Districtos, donde com duas Companhias 
de
Ordenança, e cincoenta índios dos quatrocentos
com que havia marchado a se lhe oppor, por 
ordem
do Coronel Francisco Dias de Ávila, lhe 
matou
cincoenta arcos, e passando elles a outra banda 
do
Rio de São Francisco, para a parte do 
Norte em
suas canoas, e alguns dos moradores que 
haviam
tomado, os seguiu com sessenta armas de 
-fogo e
trezentos arcos, e rnatando-lhe grande numero 
de
gente, lhe prisionou seiscentos, 
entre homens, mu-
lheres, e meninos, e conduzindo-os a pousado, 
se
pretenderam levantar a traição por 
muitasM«M
por evitar o perigo imminente 
em que_estava com
duzentos Bárbaros com o que ficou nao 
so seg
20
i--i
rando a nossa gente mas dando maior temor a
todas as Nações Inimigas. E havendo procedido
(padecido?) no decurso daquella guerra grandes
incommodos, e gastando fazenda considerável no
sustento da gente que levava, e mostrando nas oc-
casíões de peleja grande valor, e em todas as mais
obrigações que lhe tocavam, e muito zelo com que
serve a Sua Alteza: esperando delle que nas do
posto de Capitão-mor com que resolvemos que fos-
se á dita Aldeia da Natuba ao negocio referido, se
haverá muito conforme a confiança que fazemos
de seu procedimento, e da intelligencia que tem
dos Sertões e coinmunicação do gentio da terra.
Havemos por bem de o criar, e nomear, Capitão-
mor de toda a Infantaria paga, e da Ordenança, e
Índios que lhe mandamos entregar para este effeito,
e estarão a sua ordem o Sargento-Maior Francisco
Ramos, e todos os Capitães da Ordenança, e cabo
dos soldados, e todos os mais Capitães da Orde-
nança dos Districtos por donde passar; e com o
dito cargo haverá todas as honras, graças franque-
zas, preeminencias, privilégios, isenções, e liberda-
des que tinha, e se concederam ao Capitão-mor Bel-
chior dc Arzão, na entrada que fez à conquista ido
Sertão, e dos que usavam todos os mais Capitães-
mores que a elle se tem mandado. Pelo que por
esta o havemos por mettido de posse, dando o ju-
ramento nas mãos do Secretario do Estado, de que
se fará assento nas costas desta; e ordenamos a
todos os Officiaes aliás a todos os Mestres de Cam-
po, Coronéis, e mais Officiaes Maiores de guerra e
milícia desta Capitania, e de todas as mais do Es-
fado, o hajam, honrem, estimem, e reputem por tal
Capitão-A-lor da dita gente, e ao Sargentjo-Maior,
- 21 —
Capitães, e mais Officiaes, e Soldados que com 
elle
forem e dos Districtos por donde passar, façam 
o
mesmo e o obedeçam, cumpram, e guardem 
todas
suas ordens de palavra, ou por escripto, tão pon-
tual e inteiramente, como devem, e são obrigados.
Para firmeza do que lhe mandamos passar 
a pre-
sente sub nossos signaes, e sello das armas 
Reaes
de que este Governo usa, a qual se 
registara nos
livros da Secretaria do Estado, e nos mais 
a que
tocar. Antônio Garcia a fez nesta cidade 
de Salva-
dor Bahia de todos os Santos, em os vinte 
dias do
mez de Outubro Anno de mil seiscentos 
setenta le
sete. Bernardo Vieira Ravasco a fiz escrever.
Christovão de Burgos. Álvaro de Azevedo. 
An-
tonio Guedes de Britto.
PATENTE DE CAPITÃO-MOR
da Capitania dos Ilhéus provida em
João de Araújo Deça.
OS GOVERNADORES DO ESTADO 
DO BRA-
sil etc. Porquanto por fallecimento de 
Manuel I ei-
xoto Deça ficou vago o posto de Cap.tao-Mo, 
da
Capitania dos Ilhéus e convém provePo 
em pessoa
de valor, pratica da disciplina militar, 
exp nen
cia da guerra: tendo Nós consideração 
««bemq«
todas «tas partes, e qualidades ^"^
joão de Araújo Deça, e a particular ^f^°J™
que tem servido a Sua Alteza 
em todos os ca^os
que se lhe encarregaram, e 
occasiões que se otte
Leram de seu Real serviço, P»^"r ^
muito como devia as suas »^n"f„
delle que nas do dito posto se 
haverá com o mesmo
90 —
¦
zelo, correspondendo em tudo a confiança que fa-
zemos de seu merecimento. Havemos por bem de o
eleger, c nomear (como em virtude da presente ele-
nia, emquanto Sua Alteza o houver assim por bem,
ou este Governo não ordenar outra cousa; e com o
dito posto haverá todas as honras, graças, fran-
quezas, preeminencias, privilégios, isenções, e li-
herdades que lhe tocam, podem, e devem tocar
aos mais Capitães-Mores das Capitanias deste Es-
tado, e de que gosavam seus Antecessores. Pelo que
o havemos por mettido de posse, dando primeiro o
juramento na Câmara daquella Capitania na forma
costumada, de que se fará assento nas costas desta,
e os ditos Officiaes da Câmara lh'a entreguem, e o
conheçam por seu Capitão-Mor, e os das mais Vil-
Ias vizinhas façam o mesmo, e ordenamos aos Offi-
ciaes Maiores, e menores deste Estado, o hajam,
honrem, estimem, e reputem por tal Capitão-Mor
da dita Capitania, e aos Officiaes de guerra, Fa-
zenda, Justiça, Nobreza, e Povo delle, façam o mes-
mo, e o obedeçam, cumpram, e guardem todas suas
ordens de palavra ou por escripto, tão pontual, e
inteiramente, como devem, e são obrigados. Para
firmeza do que lhe mandamos passar a presente isub
nossos signaes, e sello das armas Reaes de que
este Governo usa, a qual se registará nos livros da
Secretaria do Estado, e nos da Câmara daquella
Villa. Antônio Garcia a fez nesta Cidade do Sal-
vador Bahia de todos os Santos, em os quatro dias
do mez de Dezembro. Anno de mil seis centos, se-
tenta, e sete. Bernardo Vieira Ravasco a fiz es-
crever.
Christovão de Burgos. Álvaro de Azevedo. An-
tonlo Guedes de Brito.
- 23 —
FIM DAS PATENTES DO
GOVERNO GERAL
PATENTES DO GOVERNO
DO SR. ROQUE DA COSTA BARRETTO
PATENTE DE CORONEL DO
Partido de Sergipe do Conde, provido
em Sebastião de Araújo e Lima.
ROQUE DA COSTA BARRETTO DO CON-
celho de Sua Alteza, Commcndador das Commen-
das de São Martinho, e da Grange de Ulmiro, 
da
Ordem de Christo, Mestre de Campo General 
do
Estado do Brasil, a cujo cargo está o Governo
delle etc. Porquanto por fallecimento de Caetano
Teixeira da Franca, ficou vago o posto de Coronel
do Partido de Sergipe do Conde, e convém
provel-o em pessoa de valor, pratica 
da disci-
plina militar, e experiência da guerra: 
tendo Eu
consideração ao bem que todas estas partes, 
e qua-
lidades concorrem na de Sebastião de Araújo 
e Li-
ma, e a particular satisfação com que 
ha servido a
Sul Alteza nas Guerras deste Estado, a que pas-
sou com o Marquez de Montalvão V.ce-Re, 
e Ca-
pitão Geral que foi delle, de trinta 
e seis annos a
La parte, em praça de So.dado, 
Alferes do Me se
de Campo, Capitão de Infantariaque exerceu qum-
ze annos no Terço do Mestre à\-™^^fZ
Aranha Pacheco ficando elle muitas ve, 
a»
careo e Sargento Maior do mesmo Terço, que 
exer
cargo, e *ar^?obediencia da disciplina,
ceu com particulai zeio, <~ ??lippnra
e obrigações militares, té se lhe concede, 
hcenja
para Portugal; Coronel do 
mesmo *«*
mamente exerceu o posto de Mestre 
de Campo Ge
— 24 —
Sr r:
neral, achando-sc nas occasiões que no decurso
deste tempo se offereceram desta Praça, e proce-
dido em todas muito como devia ao conceito que
se tinha de seu procedimento: esperando delle que
em tudo o de que o encarregar do serviço de Sua
Alteza, se haverá muito conforme as obrigações que
lhe tocarem e a confiança que faço de seu procedi-
mento, e qualidade. Hei por bem de o eleger, .e no-
mear (como em virtude da presente elejo e nomeia)
Coronel do Partido das Freguezias da Saubara,
Pattatiba, Sergipe do Conde, Nossa Senhora do
Monte, e Nossa Senhora do Soecorro, com a clau-
sula de que na forma do Capitulo 16 do novo ;Re-
gimento deste Governo será obrigado a dentro em
seis mezes seguintes a partida do primeiro Navio-,
mandar buscar a confirmação desta Patente por
Sua Alteza, para que como tal o seja, use, e exer-
ça, com todas as honras, graças, franquezas, pre-
eminências, privilégios, isenções, e liberdades que
lhe tocam, podem, e devem tocar aos mais Coronéis
deste Estado, e Reino de Portugal. Pelo que o hei
por metfido de posse, dando primeiro o juramento
na forma costumada na Câmara desta Cidade, e
ordeno a todos os Officiaes Maiores, e menores dos
Presídios deste Estado, e aos de infantaria da Or-
denança desta Capitania, o hajam, honrem, esti-
mem, e reputem por ta' Coronel do referido- Par-
tido, e aos Officiaes, e Soldados das Companhias
que nelle se comprehendem façam o mesmo, e obe-
deçam, cumpram, e guardem todas suas ordens, de
palavra, ou por escripto, tão pontual, -e inteiramen-
te como devem, -e são obrigados. Para firmeza do
que lhe mandei passar a presente sub meu signal,
c sello de minhas armas, a qual se registará nos
r
— 25 —
livros da Secretaria do Estado, Fazenda Real delle
e Câmara desta Cidade. Antônio Garcia a fez 
nes-
ta Cidade do Saivador Bahia de todos os 
Santos,
em os üezesete dias do mez de Março. Anno 
de mil
seis centos setenta e oito. Bernardo Viena Ravas-
co a fiz escrever.
Roque da Costa Barrelio.
PATENTE DE CAPITÃO-MOR
du Capitania dos Ilhéus provida em
José Mo/eira de Azevedo.
ROQUE DA COSTA BARRETO Dü 
CONSE-
lho de Sua Alteza etc. Porquanto pela 
minha sue-
cessão no Governo desce Estado, ficou 
vago o
posto de Capitão-Mor da Capitania 
dos Ilhéus, e
Sul provlo em Pes,oa de valor, 
e merecime -
to- tendo Eu consideração ao bem que 
estas
partes concorrem na de José 
Moreira de Azevedo,
Cavalleiro da Ordem de Consto, « o 
«1° 
^
que fui informado hav.a servido 
a bua Alteza assun
neste Estado, e Reino de Angola a ^«
era de seis centos, e cincoenta e um por 
Capitão
de mar e guerra, como na Corte 
em todos os «ego-
cios de importância que se lhe encarreg 
ramd e*u
Real serviço: esperando que cm todas 
as «oes
que lhe tocarem do dito cargo 
se haverá muitoopflr
orme a confiança que faço de seu F^d'mento, 
e
qualidades. Hei por bem de 
o P^' *T P£
presente faço do dito posto de 
Cap.tao-Mor^da Ca
pitania dos Ilhéus, para que o 
exerça conv todas^as
honras, graças, franquezas, jurisdição, 
e pode que
tiveram todos seus Antecessores, e como 
elles go
•
- 26 -
sara do Ordenado (se o tiver) e todos os mais
proes, e precalços que direitamente lhe pertence-
rem. Pelo que o hei por m-ettido de posse fazendo
primeiro, preito, e homenagem, e dado o juramento
na forma do estylo nas mãos dos Offidaes da Ca-
mara desta Capitania aliás da dita Capitania, de
que se fará assento nas costas desta, e ordeno a
mesma Câmara, e aos mais Officiaes de guerra, Fa-
zenda, Justiça, Nobreza, c Povo delia, obedeçam, e
guardem suas ordens, assim, e da maneira que fa-
ziam, e deviam fazer aos mais Capitães-Mores da
dita Capitania. Para firmeza do que lhe mandei pas-
sar a presente sub meu signal, e sello das minhas
armas, a qual se registará nos livros da Secretaria
do Estado, Fazenda Real, e Câmara daquella Ca-
itania. Antônio Garcia a fez nesta Cidade do Sal-
vador, Bahia de todos os Santos, em os vinte e nove
dias do mez de Março. Anno de mil seis centos se-
tenta e oito. Bernardo Vieira Ravasco a fiz escrever.
Roque da Costa Barretto.
PATENTE DE CAPITÃO DA
Ordenança do Districto da Varge da
Cachoeira, provida em Lourenço da
Costa.
ROQUE DA COSTA BARRETO DO CONSE-
lho de Sua Alteza etc. Porquanto está vaga a Com-
panhia do Distrido da Varge da Cachoeira, de que
era Capitão Antônio Gonçalves do Couto (que Eu
pelas razões que me foram presente, ordenei a Ca*
mara desta Cidade, me propuzesse sujeitos para
ella) do Regimento do Coronel Guilherme Barbosa
Bezerra; e convém ao serviço de Sua Alteza provel-a
— 27 —
em pessoa de valor, pratica da disciplina militar, e
experiência da Guerra: tendo Eu consideração ao
bem que todas estas qualidades concorrem na de
Lourenço da Costa, uma das principaes pessoas da-
quella Companhia, e mais capaz para Capitão delia,
e a haver servido de Soldado nesta Praça, e depois
de se retirar para o Recôncavo, occupar muito tem-
po o posto de Alferes da dita Companhia, havendo-
se na cobrança das fintas, e em tudo o mais que se
lhe encarregou do serviço de Sua Alteza com grande
pontualidade, e zelo: esperando que nas obrigações
que lhe tocarem se haverá muito conforme a confiam
ça que faço de seu procedimento. Hei por bem de o
eleger,,e nomear (como pe'a presente nomeio) Capi-
tão de Infantaria da Ordenança da dita Companhia da
Varge, para que o seja, use. e exerça com todas as
honras, graças, franqne-as, preeminencias, privile-
gios, isenções, e liberdades, que lhe tocam, podem, e
devem tocar em razão dò dito posto, e de que go-
sam os mais Capitães de Infantaria da Ordenança
deste Estado, e Reino de Portugal. Pelo que ordeno
ao dito Coronel lhe dê a posse, e ao Senado da Ca-
mara o juramento na forma costumada, de que se
fará assento nas costas desta; e aos Officiaes Maio-
res, e menores de Guerra desta Praça, e aos mais
Coronéis, e Officiaes da gente miliciana o hajam,
honrem, estimem, e reputem por tal Capitão da re-
ferida Companhia, e aos Officiaes, e Soldados delia
façam o mesmo, e obedeçam, cumpram, e guardem,
todas suas ordens de palavra, ou por escripto-, tão
pontual, e inteiramente como devem, e são obriga-
dos. Para firmeza do que lhe mandei passar a pre-
sente sub meu signal, e sello de minhas armas, a
qual se registará nos livros da Secretaria do Estado,
- 28 —
Câmara desta Cidade, e Fazenda Real na forma do
Regimento novo deste Governo. Antônio Garcia a
fez nesta Cidade do Salvador Bahia de todos os
Santos, em os dous dias do mez de Abril. Anno de
mil seis centos, setenta e oito. E será obrigado o
provido a mandar na forma do dito Regimento, a
confirmar esta Patente por Sua Alteza dentro em
seis mezes seguintes, nos primeiros navios que par-
tirem para Portugal. Bernardo Vieira Ravasco a
fiz escrever.
Roque da Costa Barretto.
PATENTE DE CAPITÃO-MOR
da Capitania de Porto Seguro, pro-
vido em João Viegas Xorte.
ROQUE DA COSTA BARRETTO DO CONSE-
lho de Sua Alteza etc. Porquanto está vago o posto
de Capitão-Mor da Capitania de Porto Seguro, e
convém proveio em pessoa de valor, pratica da dis-
ciplina militar, e experiência da guerra: tendo eu
consideração ao bem que todas estas qualidades
concorrem na de João Viegas Xorte, e a satisfação
com que me constou haver procedido no serviço
de Sua Alteza, em tudo o que lhe tem sido encarre-
gado, sendo um dos Capitães que vieram da Viila
de São Paulo, e a Conquista dos Bárbaros desta
Capitania,e depois delia acabada ir a do Porto
Seguro por ordem do Governador e Capitão Geral
que então era deste Estado Affonso Furtado de
Castro do Rio de Mendonça, a fazer descer, e pro-
curar a amisade de uma Nação de Bárbaros, de que
áquelles moradores viviam atemorisados, e aldea-
dos no logar que pareceu mais conveniente, o que
29
fez com muito trabalho, por cuja causa se lhe úeu a
administração delles: esperando que nas obrigações
do dito posto se haverá muito conforme a confiam
ça que faço de seu procedimento. Hei por bem |de
o eleger, e nomear (como em virtude da presente
elejo, e nomeio) Capitão-Mor da dita Capitania, em-
quanto Sua Alteza, o houver assim por bem, ou
Eu não ordenar outra cousa, para que como tal o
seja, use, e exerça, com todas as honras, graças,
franquezas, preeminencias, privilégios, isenções, e
liberdades, que lhe tocam, podem, e devem tocar,
aos mais Capitães-Mores das Capitanias deste Es-
tado, e de que usava seu immediato Antecessor,
e como elie haverá do ordenado (se o tiver) e todos
os mais pro.es, e precalços, que direitamente lhe
pertencerem. Pelo que o hei por mettido de posse,
fazendo primeiro preito, e homenagem, e dado o
juramento na forma do esfylo nas mãos dos Offi-
ciaes da Câmara da dita Capitania, de que se fará
assento nas costas desta; e ordeno a mesma Cama-
ra, e aos mais Officiaes de Guerra, Fazenda, Jus-
tiça, Nobreza, e Povo delia, o obedeçam, e guardem
suas ordens, assim, e da maneira que faziam,
e deviam fazer aos mais Capitães-Mores da dita
Capitania. Para firmeza do que lhe mandei passar
a presente sub meu signal, e.sello de minhas ar-
mas, a qual se registará nos livros da Secretaria do
Estado, Fazenda Real delle, e nos da Câmara da-
quella Capitania. Antônio Garcia a fez nesta Cida-
de do Salvador Bahia de todos os Santos, em os
quatro dias do mez de Abril. Anno de mil seis cen-
tos setenta e oito. Bernardo Vieira Ravasco ;a fiz
escrever.
Roque da Costa Barretto.
_ 30 -
PATENTE DE CAPITÃO DE IN-
jantaria da Ordenança do Districto dc
Nossa Senhora do Soccorro, provida
em Egas Munis Bar rei to.
ROQUE DA COSTA BARRETTO, DO CON-
selho de Sua Alteza etc. Porquanto está vaga a
Companhia da Ordenança aliás de Infantaria da
Ordenança do Districto de Nossa Senhora do Soe-
corro, do Regimento do Coronel Lourenço Barbosa
da Franca, de que era Capilão Manuei Telles de
Menezes; e convem provei-o em pessoa de valor,
pratica da disciplina militar, e experiência da guer-
ra: tendo Eu consideração ao bem que todas estas
partes concorrem na de Egas Munis Barretto, Fidal-
go da Casa de Sua Alteza; esperando delle que jias
obrigações que lhe tocarem se haverá muito confor-
me a confiança que faço de seu procedimento, (e
qualidade. Hei por bem de o eleger, e nomear
(como em virtude da presente elejo, e nomeio) Ca-
pitão da dita Companhia, para que como tal o seja,
use, e exerça, com todas as honras, graças, fran-
quezas, preeminencias, privilégios, isenções, e liber-
dades, que lhe tocam, podem, e devem tocar, aos
mais Capitães de Infantaria da Ordenança deste
Estado, e Reino de Portugal. Pelo que ordeno ao
dito Coronel lhe dê a posse, e ao Senado da Ca-
mara desta Cidade, o juramento na forma costuma-
da, de que se fará assento nas costas desta, e aos Of-
ficiaes Maiores, e menores, de guerra, e milicia deste
Estado, o hajam, honrem, estimem e reputem por
tal Capitão da dita Companhia, e aos Officiaes, e
Soldados delia mando tfaçam o mesmo, e obede-
çam, cumpram, e guardem todas suas ordens de pa-
31
lavra, ou por escripto, tão pontual, c inteiramente
como devem, e são obrigados. Para firmeza do que
lhe mandei passar a presente sub meu signal, e
sello das minhas armas, a qual se registará nos li-
vros da Secretaria do Estado, Fazenda Real delle,
e Câmara desta Cidade, na forma 
*do 
Regimento
novo deste Governo, e será obrigado o provido a
mandar confirmar esta Patente por Sua Alteza den-
tro em seis mezes seguintes, nos primeiros navios
que partirem deste Estado, para Portugal. Antônio
Garcia a fez nesta Cidade do Salvador Bahia de to-
dos os Santos, em os quatro dias do mez de Abril.
Anno de mil seis centos setenta e oito. Bernardo
Vieira Ravasco a fiz escrever.
Roque da Costa Barretto.
Esta Patente é a mesma que se passou ao
mesmo provido, c somente teve a equivocação de se
nomear por seu Coronel Lourenço Barbosa da Fon-
seca, (sic) sendo Sebastião de Araújo e Lima, por
essa causa se tresladou outra sem a tal equivoca-
ção, por esta própria. Bahia e de Abril seis de mil
seis centos setenta e oito. Bernardo Vieira Ravasco.
PATENTE DE CAPITÃO OS IN-
dios da Aldeia da Natuba, provida em
Thomaz, índio da mesma Nação.
ROQUE DA COSTA BARRETTO, DO CON-
selho de Sua Alteza etc. Porquanto convém prover
o posto de Capitão da Aldeia dos índios da Natu-
ba, em pessoa de valor, e experiência: tendo Eu
consideração a concorrerem estas partes na de Tho-
— 32 —
maz índio da mesma Nação. Hei por bem de o no-
mear Capitão de todos os índios delia, e como tal
se lhe entregue logo a Gineta, de que o hei por
medido de posse dando-se-lhe o juramento como é
estylo. Pelo que ordeno que nenhum dos Cabos das
Frotas de São Paulo, nem outras quaesquer pessoas
deiias, que por aquellas partes forem entendam com
o dito Capitão, nem perturbem a gente da sua Al-
dera. Para firmeza do que mandei passar a pre-
sente sub meu signal, e seilo de minhas armas, a
qual se registará nos livros da Secretaria, aliás nos
livros a que tocar. Manuel Rogeiro a fez nesta
Cidade do Salvador, Bahia de todos os Santos, em
os nove dias do mez de Abril, de mil seis centos, se-
tenta e oito. Bernardo Vieira Ravasco a fiz escrever.
Roque da Costa Barretto.
PATENTE DE CAPITÃO DE
Mar e Guerra da Fragata São Ben-
10, provida em Matheus de Almeida.
ROQUE DA COSTA BARRETTO ETC. POR-
quanto Matheus de Almeida Capitão da Fragata São
Bento me offereceu a levar nella a sua custa vinte
Infantes ao Reino de Angola: tendo Eu considera-
ção a este bom serviço que faz a Sua Alteza, e ai-
guris de que sou informado haver-lhe já feito le-
vando desta Praça na mesma Fragata outros soecor-
ros de guerra ao mesmo Reino, e a concorrem (sic)
em sua pessoa valor, muita experiência do mar, e
zelo do serviço do dito Senhor; esperando delle
que nas obrigações que lhe tocarem se haverá mui-
to conforme a confiança que faço de seu procedi-
— 33 —
mento, e animo que mostra de se empregar, como
o fez no serviço de Sua Alteza. Hei por bem de o
eleger, e nomear (como em virtude da presente ele-
jo, e nomeio) Capitão de Mar, e guerra da dita sua
Fragata São Bento, para que seja, use, e exerça,
o dito posto com todas as honras, graças, franque-
zas, preeminencias, privilégios, isenções, e liberda-
des que tem, e de que gosam os mais Capitães
que Sua Alteza se servia fazer de Mar, e guerra
aos Capitães das suas próprias Naus de que o Hei
por mettido de posse constando haver primeiro da-
do o juramento nas mãos do Secretario do Estado,
e guerra do Brasil. Pelo que ordeno aos Officiaes
Maiores, e menores de guerra deste Estado, o ha-
jam, honrem, estimem, e reputem por Capitão de
Mar e guerra da dita Fragata, e como a tal mando a
todos os Infantes que nella vão de Soccorro ao dito
Reino, e aos Officiaes, e mais gente do mar da
dita Fragata, façam o mesmo, e o obedeçam, cum-
pram, e guardem todas suas ordens de palavra, ou
por escripto, tão pontual, e inteiramente como de-
vem, e são obrigados. Para firmeza do que lhe
mandei passar a presente sub meu signal, e sello
de minhas Armas, a qual se registará nos livros da
Secretaria do Estado, e nos mais a que tocar. Anto-
nio Garcia a fez nesta Cidade do Salvador Bahia de
todos os Santos, em os dez dias do mez de Putubro.
Anno de mil seis centos setenta e oito. Bernardo
Vieira Ravasco a fiz escrever.
Roque da Costa Barretto.
2 « I] í*lS, lA$~ji*>%SfiA
-.. ¦ .-:¦¦ „. V
. ??1
34
ALVARÁ' DE ALFERES DE MAR
e Guerra da Fragata São Bento, pro-
vido em Manuel Freire Porto.
ROQUE DA COSTA BARRETTO ETC. POR-
quanto convém prover o Posto de Alferes de Ma-
theus de Almeida, Capitão de Mar e guerra ifda
Nau São Bento, que ora vagou com a Infantaria;
que mando de soecorro ao Reino de Angola, em
pessoa de valor e pratica da disciplina militar: res-
peitando Eu o bem que todas estas partes concorrem
na de Manuel Freire Porto; esperando delle que em
tudo o de que lhe for encarregado do Serviço de
Sua Alteza se haverá muito como deve as obriga-
ções que lhe tocarem, e a confiança que faço de
seu procedimento. Hei por bem de o eleger, e nof
mear, Alferes do dito Capitão de mar e guerra, íque
exercerá com as honras, e privilégios que lhe to-
cam e devem tocar aos Alferes de mar, e guerra
das Naus que levam soecorro aquelle Reino. Pek>
que o hei por mettido de posse, constando haver
primeiro dado o juramento nas mãos do Secretario
do Estado, e guerra do Brasil. Pelo que o hei digo
para firmeza do que lhe mandei passar o presente
sub meu signal, e sello de minhas Armas, o qual
se registará nos livros da Secretaria do Estado, e
nos mais a cjue tocar. Antônio Garcia o fez nesta
Cidade do Salvador Bahia de todos os Santos, em
os quatorze dias do mez de Outubro anno de anil
seis centos e setenta e oito. Bernardo Vieira Ra-
vasco o fiz escrever.
Roque da Costa Barretto.
- 35 -
CARTA COM QUE SUA ALTE-
za faz mercê a Gaspar Maciel Villas-
boas, do Officio de Tabellião da Ca-
pitania de Sergipe del-Rei.
DOM PEDRO POR GRAÇA DE DEUS PRIN-
cipe de Portugal, e dos Algarves, daquem, e dalem,
mar em África senhor de Guiné, e da Conquista,,
Navegação, Commercio da Ethiopia, Arábia, Per-
sia, e da índia etc. Como Regente, e Governador
dos ditos Reinos, e Senhorios. Faço saber aos que
esta minha carta virem, que por parte de Gaspar Ma-
ciei Villasbôas me foi apresentado o treslado au-
thentico de um Alvará de que o teor é o seguinte.
Eu El-Rei faço saber aos que este Alvará virem, que
havendo respeito a Miguel Maciel, Proprietário dos
Officios de Escrivão da Câmara, e Tabellião do publi-
co Judicial, e Notas na Cidade de São Christovão,
Capitania de Sergipe, no Estado do Brasil, os haver
servido mais de vinte annos com muita pontualida-
de, sem ser comprehendido em erro algum, e por
ser pessoa de confiança lhe foram encarregadas as
cousas de Justiça de mais importância, como pren-
der Ladrões, Flomisiados, e outras diligencias, dan-
do sempre boa conta dellas, e ter me servido mais
de treze annos de Capitão de Infantaria na dita Ca-
pitania, e achando-se nas occasiões de guerra dos
hollandezes, como tudo constou por informação do
Juiz de índia, e Mina. Hei por bem de lhe fazer
mercê da licença para poder renunciar os Officios
em um seu filho, ou filha para poder servir a jpes-
soa que com ella casar, sendo apta, e pagou de
meia annata ao thesoureiro delia, três mil reis, por
render em cada anno trinta mil reis, que lhe foram
I
36
carregados a folhas duzentas e dezesete verso, do
livro quinto de seu recebimento. Pelo que mando
aos meus Desembargadores do Paço examinem o
filho em quem o dito Miguel Maciel renunciar os
ditos Officios, e sendo apto lhe façam passar carta
em forma delles. E renunciando em filha a pessoa
que com ella casar, será obrigada a vir se apresen-
tar os ditos aliás apresentar perante os ditos meus
Desembargadores do Paço, para o examinarem, e
sendo approvado aliás como dito é, e não tendo
impedimento algum para haver de servir os ditos
Officios, lhe darão disto despacho, para depois de
fazer certo estar casado, e recebido por palavras de
presente, conforme o sagrado Concilio Tridentino
com a filha do dito Miguel Maciel, lhe ser passada
carta em forma dos ditos Officios, mostrando o
filho, ou pessoa que casar com a dita sua filha a
que elle delles tinha, e sua renunciação, e pagando
primeiro os direitos ordenados, e a meia annata
que dever, na forma das regras delia, com declara-
ção que havendo Eu por bem de lh'o tirar em jalgum
tempo, minha fazenda lhe não ficará por isso obri-
gada a satisfação alguma: e este me praz que va-
lha, tenha força, e vigor, posto que seu effeito haja
de durar mais de um anno, sem embargo.
Por erro se registou esta neste livro.
FIM
REGISTO
DE
PROVISÕES REAES
CÓDICE I - 19, 7, 2
liKifaki-.^
r
REGISTO
DE
PROVISÕES REAES
CÓDICE I - 19, 7, 2
TRASLADO DO REGIMENTO
dos Provedores das Capitanias de todo
o Estado do Brasil de como hão de
servir.
Eu EL-REI. Faço saber a quantos este meu
Regimento virem, que eu envio ora ás terras do Bra-
sil por Provedor-mor de minha Fazenda Antônio
Cardoso de Barros, ao qual mando em seu Regi-
mento, que vá prover as Capitanias das ditas terras,
e ordene em cada uma dellas casas para Alfândega,
e Contos, e Livros para o negocio das ditas casas,
e assim ordene em ramos apartados as rendas, p
Direitos, que eu tiver nas ditas Capitanias, e pro-
veja em tudo o mais, que cumprir ao negocio de
minha Fazenda, e porque aos Provedores, e Offi-
ciaes delia, que ha de haver nas ditas Capitanias
não é dado até ora Regimento da maneira, em que
hão de servir seus cargos: hei por bem de lh'o orde-
nar na maneira seguinte.
-40 —
Os ditos Provedores com os Escrivães de seus
cargos irão a Casa dos Contos, que em cada uma
das ditas Capitanias mando, que haja os dias, que
o dito Provedor-mor ordenar com os mais, que lhe
paracerem necessários para fazer o negocio de mi-
nha fazenda, e farão ter em bôa guarda os Livros,
que na dita Casa o dito Provedor-mor ha de orde-
nar, os quaes Livros farão carregar em Receita so-
bre uma pessoa, que servirá de Porteiro da dita
Casa.
No Livro dos Regimentos, que na dita Casa ha
de haver fará trasladar pelo Escrivão do seu cargo
a doação, que o Capitão da tal Capitania de mim
tiver, e o foral a ella dado, e o Regimento do dito
Provedor-mor, e assim estes, e outros quaesquer
Regimentos, e Provisões minhas, que ao negocio
de minha Fazenda tocarem.
No Livro dos arrendamentos da dita Provedo-
ria haverá títulos apartados das Rendas, e Direitos,
que nella tiver, a me pertencerem para cada ramo
seu titulo apartado, e no mez de Novembro em cada
um anno o dito Provedor mandará metter em pre-
gão as ditas Rendas, e Direitos para se arrecada-
rem de Janeiro seguinte em diante, e correrem por
anno, ou annos juntamente segundo pelo dito Pro-
vedor-mor for ordenado, declarando logo o logar,
em que as ditas rendas se houverem de arrendar,!
e além de assim andarem em pregão mandará pôr
escriptos em alguns logares públicos de como as
ditas rendas se hão de arrendar, e o logar em que
se hão de arrematar para a todos ser notório, e
poder nellas lançar quem quizer, e os lanços,
que se nas ditas rendas fizerem os receberão pa-
recendo-lhe, que são de receber, e tanto que fo-
- 41 —
rem recebidos serão escriptos pelo Escrivão da
Provedoria no dito Livro cada um por si, e em seu
titulo um após outros até as ditas rendas serem
arrendadas, e serão os ditos lanços assignados com
duas, ou três testemunhas pelas partes, que os fize-
rem, e sempre os receberão com condição que an-
dem em pregão, e em aberto os mais dias, que pu-
derem será até o dia de Janeiro primeiro seguinte,
e o dito lanço mandarão metter em pregão na dita
quantia, com as condições, que lhe for feito, e com
declaração do dia da arrematação, no qual dia as
arrematará o dito Provedor, sendo presente o Escri-
vão do seu cargo na Casa dos Contos, mandando
primeiro notificar aos competidores se querem mais
lançar, e farão a dita arrematação na mor quantia,
que se lançar na dita renda, a qual arrematação se
escreverá no Livro, e será assignada pelo rendeiro
com três testemunhas, -e assim pelo dito Provedor, e
logo se assentarão quaesquer parceiros, que o Ren-
deiro nomear, tomandoa cada um ao tempo, que re-
ceber o lanço fiança a décima parte, e tanto que as
ditas arrematações forem escriptas no dito Livro, os
ditos Provedores mandarão dar aos Rendeiros seus
arrendamentos feitos por seus Escrivães, assignados
por elles, em que se declare como andaram em pre-
gão, e as condições, com que foram arrematadas, e
liberdades, que hão de haver para conforme ao dito
arrendamento correrem, e arrecadarem as ditas ren-
das.
E passado o arrendamento do primeiro anno
não poderão os ditos Provedores receber lanços em
as ditas rendas nos outros annos seguintes em me-'nos 
quantia da em que se arremataram os lannos
atrás.
— 42 —
Tanto que os ditos Provedores tiverem arre-
matadas as ditas rendas as darão em um caderno
feito pelo Escrivão do seu cargo, e assignado pelo
dito Provedor ao Almoxarife, em que declare, como
as ditas rendas são arrematadas, declarando-lhe as
pessoas a que as arremataram, e a quantia, e condi-
ções do anno, ou annos por que se arremataram, e
os parceiros, que os taes rendeiros nomearam, e os
fiadores, que deram á décima parte, e mandarão
ao dito Almoxarife que os haja por rendeiros da
dita renda, e dentro em trinta dias do dia da arre-
matação lhe tome suas fianças a quarta parte,
ou a metade, quando os ditos rendeiros quize-
rem receber, e de como se hão de pagar aos quar-
teis, e mandará aos Escrivães dante o dito Al-
moxarife, que carreguem em Receita sobre o dito
Almoxarife, ou Recebedor a quantia, por que as di-
tas rendas foram arrematadas para elle ter cuidado
de as arrecadar dos rendeiros, ou de seus fiadores
aos tempos já dados no Regimento de minha Fa-
zenda, e assim enviarão os ditos Provedores outro
tal Caderno a Bahia onde ha de estar o dito Prove-
dor-mor para saber o que as ditas rendas rende-
ram, e a despesa, que se nellas podem fazer, e no
dito Caderno declararão quanto as ditas rendas
crescem, além da quantia, em que estivera os annos
passados, ficando alguns dos ditos Ramos por arren-
dar, por não haver Lançadores, ou por qualquer
outra cousa, os ditos Provedores escreverão no
dito Caderno quando o mandarem ao dito Pro-
vedor-mor os ramos, que assim ficaram por arren-
dar para elle ordenar pessoas, que as hajam de
arrendar, digo, hajam de receber; e porém em quan-
to o dito Provedor-mor não prover de pessoas, que
- 43 —
hajam de arrecadar o dito ramo os ditos Provedo-
res darão cargo a algumas pessoas da terra fieis,
e abonadas, que recebam os taes ramos, dando-lhes
ordem como o façam, e juramento, que arrecadem
tudo o que pertencer as ditas Rendas, guardando
meu serviço, e ao povo seu direito, e que não re-
cebam cousa alguma sem ser presente o Escrivão
do Almoxarifado.
Sendo caso, que os ditos Rendeiros mandem
(não dêm?) fiança as ditas rendas ao tempo, e da
maneira, que são obrigados, e pelo Almoxarife for
notificado aos Provedores como não é dada a dita
fiança, os ditos Provedores mandarão logo chamar
os ditos Rendeiros, e lhes mandarão, que dêm logo
suas fianças como são obrigados, e serão, digo, e se
as logo não derem farão remover as ditas rendas
mandando-as metter em pregão, e as arrematarão ai
quem por ellas mais der, e tudo o que a dita renda
diminuir do primeiro arrendamento, o dito Almoxa-
rife arrecadará pelos bens dos ditos Rendeiros, e não
abastando pelos fiadores, que tiverem dado a décima
parte, e se isto não bastar mandará prender os di-
tos rendeiros até que paguem, e tudo o que passar
no dito arrendamento se proverão ao dito Provedor-
mor para elle ordenar o que houver por meu ser-
viço.
Os ditos Provedores terão cuidado de como
entrar o mez de Janeiro avisar aos Almoxarifes, e
Recebedores, que acabem por todo o dito mez de
arrecadar tudo o que for devido pelos Rendeiros,
e o que sobre os ditos Almoxarifes for carrega-
do em Receita, e que até quinze dias de Fevereiro
concertem as Despesas, e Receitas de seus Livros,
e logo como passarem os ditos quinze dias de 
Fe*
La*»
44
vereiro de cada um anno lhe começarão a tomar as
ditas contas, e não alevantarão dellas mão até se
acabarem, e devendo alguma cousa o farão logo
arrecadar dos ditos Almoxarifes, e Recebedores, e
o que assim arrecadarem enviarão entregar ao meu
Thesoureiro, que ha de estar na Bahia, e escreverão
ao dito Provedor-mor o dinheiro, que assim enviam,
declarando os Officiaes, que os taes dinheiros fica-
rão devendo, e de que tempo; e não pagando logo
os ditos Almoxarifes, e Recebedores o que ficarem
devendo, os ditos Provedores os mandarão pren-
der, e vender, e arrematar suas fazendas aos tem-
pos conteúdos em minha Ordenação, e porão ou-
tros recebedores, que entretanto recebam até que o
Provedor-mor proveja de outro Recebedor, e dando
boa conta o deixarão receber o outro anno seguin-
te, c no segundo anno farão o mesmo, e acabando
de receber cinco annos o dito Provedor lhe tomará
conta, segundo forma do Regimento de minha Fa-
zenda, e fará a saber ao Provedor-mor como o dito
Almoxarife ha de dar conta para que lhe ordene
Recebedor, que ordene; digo, que receba entretan-
to o sexto anno, em que o outro der a dita conta no-
meando-lhe para elle alguns meus criados, ou pes-
soas taes, que sejão aptas, e sufficientes para servir
o dito Cargo, e não o provendo elle dito Provedor
porá no dito Officio de Almoxarife o dito anno /sex-
to recebedor, que receba as rendas, e tome as fian-
ças aos Rendeiros, e fará os pagamentos, que nelie
forem desembargados, e lhe darão juramento, que
bem, e verdadeiramente sirva o dito Cargo, e o dito
Almoxarife não tornará a servir o seu Officio, nem
receberá cousa das ditas rendas até as Contas dos
ditos cinco annos serem vistas pelo dito Provedor-
— 45
mor, e mostrar Certidão sua, em qi e declare, como
tem dado conta com entrega, e por cila será o dito
Almoxarife mettido em posse de seu Officio acaban-
do o dito anno, que ha de carregar sobre o Recebe-
dor, as quaes contas os ditos Provedores terão
cuidado de tanto que forem acabadas de as enviar
ao dito Provedor-mor pelo Porteiro dos Contos
com todos os Livros, e papeis, que as ditas contas
pertenção.
Os ditos Provedores cada um em suas Capita-
nias conhecerão por acção nova de todos os feitos,
causas, e dividas, que se moverem sobre cousas,
que tocarem a minha Fazenda entre meus Almoxa-
rifes, Recebedores, Rendeiros, e quaesquer outros
Officiaes, e pessoas, que minhas rendas receberem,
que uns, como outros trouxerem, e assim nos que
arrecadarem, e despenderem, que uns, como outros
trouxerem e assim nos que houverem entre elles, e
o povo, e de todalas cousas, que pertencerem 
a mi-
nha Fazenda, e delia dependerem por qualquer via
que seja, e posto que as taes demandas sejam 
entre
partes, e eu seja já pago hei por bem que somente
dellas pertença aos ditos Provedores, os quaes 
co-
nhecerão de todas as ditas cousas, e as determinarão
finalmente como lhe parecer justiça sem appellaçao,
nem aggravo e isto sendo os feitos, e causas, que
assim determinarem de dez mil reis, ou dahi para
baixo, ou sobre cousa que os valha, e sendo sobre
mor quantia dará appellaçao, e aggravo para o 
Pro>-
vedor-mor, e porém estando o dito Provedor-mor
presente poderá avocar a si quaesquer feitos, 
e
causas, que quizcr, e proceder nelles como se 
con-
tém em seu Regimento.
E isto mesmo hei por bem, que sendo ,algum
46
Official de minha Fazenda accusado por erros, que
fizer em seu Officio, o conhecimento dos taes casos
pertença aos ditos Provedores assim quanto ao per-
dimento dos Officios, como a qualquer outra pena
crime, que por isso merecer.
Os ditos Provedores farão guardar os privile-
gios, e Liberdades, que por minhas Ordenações são
outorgadas aos Rendeiros, e conhecerão dos feitos
dos ditos Rendeiros, onde elles forem accusados,
ou demandados, posto que as ditas cousas não to-
quem a minhas rendas, e nos casos dos ditos Ren-
deiros,de que assim hão de conhecer darão appel-
Iação, e aggravo para as Justiças a que por Direi-
ío, e por bem de minhas Ordenações houver de
pertencer e os Juizes da terra dos taes casos oonhe-
ção, e isto não sendo sobre cousas de minhas ren-
das, ou do que dellas dependerem; e em todo guar-
darão os ditos Provedores o que acerca disto jé
determinado por minha Ordenação no 2.° Livro
tt.° 29 das Liberdades, e privilégios concedidos aos
rendeiros; e porém isto se entenderá sendo a ren-
da, ou quinhão, que nella o Rendeiro tiver de dez
mil reis, posto que pela Ordenação se requeira,
que a renda, de que for rendeiro, seja de vinte mil
reis, e não chegando a dita quantia não gosará
de privilegio algum de Rendeiro, e isto se entenderá
nos Rendeiros, que tiverem quinhão nos ditos dez
mil reis, e dahi para cima.
E porque nas Alfândegas das ditas Capitanias
se ha de arrecadar a Dizima das mercadorias, que
ás ditas terras forem, ou dellas sairem por me per-
tencerem segundo forma do foral dado a cada uma
das Capitanias das ditas terras, cada Provedor em
sua Provedoria será Juiz da dita Alfândega em-
47
quanto eu o houver por bem, e terá na arrecadação
da dita Dizima a maneira seguinte.
Hei por bem e mando, que todalas naus, e na-
vios, que de meus Reinos, e Senhorios, ou fora dei-
les forem as ditas terras do Brasil vão direitamente
a cada uma das partes, onde houver Alfândega, e
casa da arrecadação de meus Direitos para ahi se-
rem vistos, e descarregarem na dita Alfândega
quaesquer mercadorias, que levarem, e pagarem 
a
Dizima daquellas de que se dever, e isto posto que
as ditas mercadorias, que levarem sejam taes,e de taes
pessoas, ou vão de logares, que dellas 
se não hajam
de pagar dizima, e ainda que as ditas naus, 
ou na-
vios não levem mercadorias, todavia irão direita-
mente a qualquer parte onde houver a dita casa 
da
Alfândega para se alli saber, que navios sao, 
e a
que vão, e serem buscados se levam 
mercadorias
algumas defesas, e provando-se, que qualquer na-
vio, ou nau tomou primeiro nas ditas terras do Bra-
sil outro porto, em que não haja Alfândega, 
e que
alguma da gente delle descarrega alguma mercado-
ria do dito navio em terra, ou a carregou nelle, pos-
to que a tal terra seja de paz, hei por 
bem que o
Senhorio do dito navio perca, e o Capitão, mestre,
e Piloto, que nelle forem perderão a valia 
da mer-
cadoria, que se provar, que descarregou, 
ou carre-
gou em mais serão degradados por 
cinco an-
nos para Ilha de São Thomé, e não indo 
no dito na-
vio Senhorio delle, o Capitão, Mestre, e Piloto per-
derão a valia por tal navio.
Tanto que os ditos navios chegarem 
ao porto
onde assim houver Casa d'Alfandega, se o pro-
vedor, e Almoxarife ou qualquer delles logo 
Ia
não fez o Capitão, ou Mestre do tal navio poderão
48
lançar fora a uma pessoa que lhe vá fazer a saber
sua chegada, os quaes Officiaes tanto que o soube-
rem sairão ao dito navio ambos, ou qualquer delles
se ambos não estiverem na terra com o Escrivão
d'Aifandega entrarão dentro, e saberão do Mestre,
e Piloto do tal navio que mercadorias trazem, dan-
do-lhe juramento se trazem livro de carregação, ou
folha das avarias, e trazendo livro UVo pedirão, je
ficará em poder do Almoxarife, e jurando, que o
não trazem lhe mandarão, que pelo dito juramento
declarem todas as mercadorias, que trouxerem, e
mando ao dito Mestre, e Piloto, que entreguem p
tal livro, ou folha se o trouxerem, o qual o dito Al-
moxarife terá em seu poder até o tal navio acabar
de descarregar; e vindo no dito navio pessoas, que
tragam camas, ou arcas de suas bitualhas farão p
dito Provedor, e Almoxarife abrir, e serão por elles
vistas, e não trazendo nellas cousas, de que se deva
de pagar Dizima UVas desembargarão, e mandarão
levar fora, e achando nas ditas caixas cousas de que
se deva pagar direitos as farão levar a dita Alfan-
dega com todas as mais mercadorias, que no dito
navio vierem, sendo horas para isso, e sendo tão
tarde que se não possa naquelle dia acabar de des-
carregar o dito Escrivão d'AIfandega escreverá as
mercadorias, que nas ditas caixas vierem, e além
disso ficará no dito navio um guarda, que dormirá,
e estará nelle até se acabar de descarregar, e assim
estará, e dormirá no dito navio emquanto se des-
carregar o Mestre delle, e não consentirá, que nelle
se faça furto, nem outro algum desaguizado, nem
tirem delle cousa alguma sob pena de cincoenta
cruzados e da cadeia, e de pagar qualquer mercado-
ria, que se provar, que se tirou do dito navio.
-49
Qualquer pessoa, que abrir arca, cofre, ou ou-
tra vasilha sem licença do dito Provedor, posto que
dellas não tire mercadoria alguma pagará dez cru-
zados, e provando-se que tirou das ditas vasilhas
alguma mercadoria perderá a valia delia, e pagará
a dita pena.
O dito Provedor notificará a gente do dito na-
vio, que cada uma tire sua mercadoria, e a leve a
dita Alfândega porque dando o Mestre o tal Navio
por descarregado se perderá qualquer cousa, que
depois nelle for achado, e da dita notificação se
fará assento pelo dito Escrivão.
Mando que depois dos ditos Navios serem nos
Portos das ditas Capitanias, e assim antes de serem
portos depois de o serem, nenhuma pessoa vá aos
ditos navios nem saia delles antes de meus Offi-
ciaes irem a elles, nem vão a elles de noite, posto
que lá tenham ido os ditos Officiaes, ou estem
dentro, e isto emquanto os ditos navios descarrega-
rem, e de todo não forem descarregados, sob pena
de dez cruzados, e se perder a barca, ou batei, em
que a tal pessoa for das quaes penas as duas partes
será para o rendimento da dita Alfândega, e a 
ou-
tra para quem o aceusar.
Todalas mercadorias, que forem nos ditos na-
vios se descarregarão de dia até sol posto-, e não
de noite, e os ditos Officiaes não darão licença
para se descarregarem do sol posto por 
diante, e
dando elles a tal licença hei por bem, que não ,va-
lha, e a mercadoria, que se assim tirar de nortel
com a barca, ou batei, em que se tirar, se tomara
por perdida, e -o Mestre do tal navio pagará 
vinte
cruzados, posto eme allcgue, que se tirou co-m 
hcen-
50
ça, o qual poderá demandar o dito caso aos Offi-
ciaes, que lhe a dita licença deram.
As ditas mercadorias, que se assim descarre-
garem se levarão dereitamente a dita Alfândega,
posto que sejam taes que dellas se não deva dizi-
ma, as quaes mercadorias se levarão publicamente,
e levando qualquer pessoa alguma da dita mercado-
ria escondida ao redor de si, ou em mangas, ou
debaixo da capa, ou de maneira, que pareça, que
vae escondida será tomada por perdida ainda que
diga, que a levava para a dita Alfândega, os dous
terços para o dito rendimento, e outro para quem o
tomai, descobrir, ou accusar.
Sendo as ditas mercadorias trigo, vinhas, louça
alcatrão, e outras desta qualidade não terão as pes-
soas, cujas forem obrigação de as levar a dita Alfan-
dega para nella se pagar a dizima por serem cousas
muito difficultosas de levar ;e porém quando nos di-
tos navios forem as ditas cousas os Mestres delles
farão dellas rol antes que as descarreguem, o
qual levarão a dita Alfândega com declaração de
quanta é a dita mercadoria, e depois de feito o
dito rol o dito Provedor as irá dizimar ao Porto
onde as descarregarem para depois de dizimadas as
poder levar, e fazer dellas o que lhe bem vier sem
mais irem a Alfândega, e a dita Dizima fará o dito'Provedor arrecadar e carregar em Receita sobre o
dito Almoxarife.
Tanto que as ditas mercadorias, que houverem
de ir a dita Alfândega forem a ella levadas o dito
Provedor, e Almoxarife com o Escrivão da dita Al-
fandega se assentará em uma mesa, que na dita
casa haverá, e farão vir perante si as ditas mercado-
rias, e aquellas de que se não houver de pagar di-
51 —
reitos despacharão logo, e as levarão as pessoas,cujas forem, e as outras, de que se deverem Direi-
tos, dizimarão, e carregarão em Receita a dita dizima
sobre o dito Almoxarife, e sendo algumas das ditas
mercadorias de qualidade, que não possão ser tia-
zidas á dita Meza como é ferro, coiros, e outras si-
milhantes, em tal caso o dito Provedor, Almoxarife
e Escrivão irão onde ellas estiverem, e ahi as dizi-
marão, e assentarão em livro, c não podendo o
Almoxarife estar presente ao dizimar das ditas cou-
sas mandará por si uma pessoa, que veja como se
carrega sobre elle a dita dizima em receita.
E sendo a mercadoria, que se dizimar tal, de
que se não possa na mesma cousa pagar 
de dez um,
o Juiz, e Almoxarife a faraxãofs^ naquillo que 
valer
segundo os preços da terra, e pelo dito aforamento
pagará o mercador a dizima a dinheiro, 
e nao sendo
o dito mercador contente do tal aforamento em tal
caso avaliará a dita mercadoria, e pela dita avalia-
ção se tomará a dita dizima nas ditas 
cousas por
sorte, e se carregará sobre o dito Almoxarife, e o
que se assim arrecadar em mercadoria 
se declarara
no assento da receita a qualidade delia; e se for
cousa de medida, ou covados, ou varas, que tem 
e
se for de pesos, quintaes, ou arrobas para 
em todo
o tempo se poder tomar disso conta ao 
dito Almo-
v n r i tp
E depois que as ditas mercadorias 
forem na
dita Alfândega se não tirarão dellas sem serem dizr-
madas primeiro e pagos os direitos 
dellas nem com
licença do dito Provedor sob pena de se perderem
os dous terços para o rendimento da dita 
Alfândega,
e outro para quem o descobrir.
Haverá na dita Alfândega dous sellos d. 
ceia
— 52
diffcrente um do outro a saber; um que se porá em
todo o panno de cor, e de linho de que se pagar dizi-
ma, e outro nas similhantes cousas de que se não
houver de pagar a dita dizima, os quaes sellos esta-
rão em uma arca de duas fechaduras, de que o Pro-
vedor terá uma chave, e o Escrivão outra.
Achando-se algumas sedas, pannos de lã, ou
linho sem algum dos ditos sellos serão perdidos os
dous terços para o rendimento da dita Alfândega,
e o outro para quem o descobrir, ou achar.
O dito Provedor será Juiz dos ditos descarni-
nhados, e cousas sobreditas, e as determinará final-
mente sem appellação, sendo a quantia de dez mil
reis, ou dahi para baixo, e sendo da dita quantia
para cima dará appellação.
Depois de dizimadas as ditas mercadorias o
dito Provedor com o Almoxarife perante o Escrivão
da dita Alfândega em ella publicamente em pregão
venderão as ditas mercadorias, que forem arreca-
dadas da dita dizima a quem por ellas, mais der a
dinheiro de contado, e a quantia por que se vende-
rem se carregarão sobre o dito Almoxarife no livro
de sua receita com declaração da sorte da merca-
doria, que se vender, e preço, e pessoas a que se
vender.
Quando alguns navios partirem das ditas terras
as pessoas, que os carregarem serão obrigados de
antes que os comecem a carregar o fazerem saber
ao Provedor da Capitania donde estiverem, e lhe
declararão as mercadorias, que hão de carregar, e
assim serão obrigados depois de carregados antes
9e partirem o tornarem a fazer saber ao dito Prove-
dor, e o Mestre do tal navio lhe levará um Vol
das mercadorias, que são carregadas, e o dito Pro-
— 53
vedor depois de visto o rol irá ver o dito navio, e
mercadorias, que nelle estiverem carregadas, e
achando algumas de fora hei por bem que /se per-
cam em dobro, e posto que no dito navio não vão
mercadorias todavia o dito Mestre será obrigado de
o fazer saber ao dito Provedor e lhe pedir licença
para partir, sem a qual elie não partirá sob pena 
de
perder o dito navio, e o dito Mestre será 
avisado,
que depois do dito Provedor ir ver o dito 
navio,
ou lhe der licença para partir não consentir que
nelle se metta mercadoria alguma sob pena de per-
dimento do dito navio, e mercadorias, que se nelle
metterem sem lhe valer dizer que não nas viu
metter.
Dizendo os Mestres dos navios que de Ia parti-
rem e pessoas, cujas forem as mercadorias, que
nelles vierem, que vem para meus Reinos, e senho-
rios e que por isso não são obrigados 
a pagar
dizima das mercadorias, que trouxerem nos ditos
navios elles se obrigarão a dentro de um anno levar
ou enviar ao dito Provedor certidão dos Officiaes
de minhas Alfândegas onde descarregarem, de como
nellas descarregaram as ditas mercadorias com de-
claração da qualidade dellas, e quantas eram 
e a
dita obrigação ficará assentada no livro, que para
isso haverá, em que se declarará as mercadorias,
que leva.?...
E se as pessoas que assim carregarem 
as ditas
mercadorias não forem moradoras na Capitania don-
de partirem darão fiança ao que montar 
na dizima
delia, que dentro do tempo de um 
anno mandarão
a dita certidão e mandando-a, ou levando-a se regis-
tar no assento, que ha de ficar no livro na dita pbrir
gação, ou fiança de como satisfez, 
e não mostrando
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a dita certidão dentro no dito tempo o dito Provedor
arrecadará pela dita fiança a dizima das ditas
mercadorias, ou daquella parte dellas de que não
levarem, ou enviar certidão de como as descarrega-
ram em minhas Alfândegas, assim, e da maneira,
que a pagaram se as carregaram para fora do Reino.
Quando algumas pessoas, que lá forem mo-
radoras vierem para estes Reinos, e trouxerem para
elles mercadorias pedirão certidões ao Provedor
da Capitania donde partirem de como assim lá são
moradores para cá gozarem de liberdade, que lhe
pelo dito fora! é concedida, e o dito Provedor tfhe
dará a dita certidão feita pelo Escrivão da dita Al-
fandega. c assignada por elle dito Provedor, o
qual antes de !h'a passar se informará sé as pes-
soas c\\\q lh'as taes certidões pedirem são morado-
ias das ditas terras com mulher, e casa, e quanto
tempo lia que lá vivem, e se as mercadorias, que
trazem são de suas novidades, ou as compraram, e a
quem, c se são dellas pagos os direitos, e dO' que
nisso achar lhe passarão suas certidões passadas
por outros Officiaes, digo certidões; e sendo as ditas
certidões passadas por outros Officiaes, ou pessoas,
se não cumprirão nem isso mesmo se guardarão
não vindo com a tal declaração, posto que pelo
dito Provedor sejam passadas.
E porquanto dos assucares que se fizerem nas
ditas terras, e dos meles, c de tudo o mais que dellas
sair me pertencem os direitos, e assim as dizimas
do que das ditas terras sairem para fora do Reino
pelo modo conteúdo no foral hei por bem que jna
arrecadação dos ditos assucares se tenha a maneira
seguinte.
Lavrador algum, nem pessoa outra, que fi-
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zer assucares nas ditas /erras não tirarão por si, nem
por outrem fora da casa de purgar 
o dito assucar
sem primeiro ser alcaldado, e pago o dizimo delle
sob pena de o perder.
E tanto que o lavrador, ou pessoa outra, que
tiver assucar na dita casa de purgar o tiver feito, e
acabado fará a saber ao Almoxarife, ou pessoa que
por mim tiver cargo de arrecadar os 
meus direi-
tos, de como tem feito tanta somma de assucar, e
que é já alcaldado, de que mostrará 
certidão do
Alcaldador, e lhe requererá que vá receber o dito
dizimo, e o dito Almoxarife ou pessoa, que o dito
cargo tiver será obrigado a vir receber, e arrecadar
com seu Escrivão, e receberão do bom e máu igual-
mente na pilheira, e o farão logo acarretar, 
e levar
aos logares onde for ordenado que se encaixe os
quaes Officiaes serão obrigados a ir 
receber o dito
assucar dentro em três dias do dia, que lhe for no-
tificado sob pena de vinte cruzados a metade para
o lavrador, ou para cujo o dito assucar for, 
e a
outra metade para uma obra pia qual o Provedor
ordenar; e passando outros três dias além 
dos pri-
meiros três pagarão outros vinte cruzados pelo
modo sobredito, e isto será não tendo elles tal 
im-
pèdimento

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