Caso concreto 04 - 2017.01

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
DEPARTAMENTO DE DIREITO
DIREITO PENAL
ALUNO: LUCAS MONTEIRO FREIRE
CASO CONCRETO: 04
Caso concreto:
No dia 25 de fevereiro de 2014, na cidade de Ariquemes, Felipe, nascido em 03 de março de 1996, encontra seu inimigo Fernando na rua e desfere diversos disparos de arma de fogo em seu peito com intenção de matá-lo. Populares que presenciaram os fatos, avisaram sobre o ocorrido a familiares de Fernando, que optaram por transferi-lo de helicóptero para Porto Velho, onde foi operado. No dia 05 de março de 2014, porém, Fernando não resistiu aos ferimentos causados pelos disparos e veio a falecer ainda no hospital de Porto Velho. Considerando a situação hipotética narrada e as previsões do Código Penal sobre tempo e lugar do crime, é correto afirmar que, em relação a estes fatos, responda às questões formuladas: (Questão de Concurso Público – MODIFICADA).
Felipe será responsabilizado pela conduta de acordo com as regras do Código Penal ou do Estatuto da Criança e Adolescente (Lei n.8069/1990)? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
Identifique e explique as teorias adotas no caso concreto sobre tempo e lugar do crime.
Desenvolvimento:
Letra A:
Felipe será responsabilizado pela conduta de acordo com as regras do Código Penal, pois no momento da ação (tempo do crime), já era penalmente capaz de responder pelos seus atos, pois se tornara imputável em 25 de fevereiro de 1996, completando 18 anos de idade.
Letra B:
As teorias adotadas no caso concreto são as seguintes:
Tempo do crime: momento da ação ou omissão por parte do agente. No caso narrado, o tempo do crime ocorre no momento da ação, qual seja, no dia 25 de fevereiro de 2014.
Lugar do crime: a teoria que prevalece aqui é a teoria da UBIQUIDADE, ou seja, tanto o lugar onde se pratica a conduta quanto o lugar do resultado são considerados como local do crime. No caso narrado, o lugar do crime é Porto Velho, pois o falecimento ocorreu naquela localidade, indo ao encontro da teoria da ubiquidade.
Questão objetiva:
Em razão do aumento do número de crimes de dano qualificado contra o patrimônio da União (pena: detenção de 6 meses a 3 anos e multa), foi editada uma lei que passou a prever que, entre 20 de agosto de 2015 e 31 de dezembro de 2015, tal delito (Art. 163, parágrafo único, inciso III, do Código Penal) passaria a ter pena de 2 a 5 anos de detenção. João, em 20 de dezembro de 2015, destrói dolosamente um bem de propriedade da União, razão pela qual foi denunciado, em 8 de janeiro de 2016, como incurso nas sanções do Art. 163, parágrafo único, inciso III, do Código Penal. Considerando a hipótese narrada, no momento do julgamento, em março de 2016, deverá ser considerada, em caso de condenação, a pena de:
6 meses a 3 anos de detenção, pois a Constituição prevê o princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica ao réu.
2 a 5 anos de detenção, pois a lei temporária tem ultratividade gravosa.
6 meses a 3 anos de detenção, pois aplica-se o princípio do tempus regit actum (tempo rege o ato).
2 a 5 anos de detenção, pois a lei excepcional tem ultratividade gravosa.
RESPOSTA CORRETA: LETRA B ou D