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NP1 NP2 Psicologia Geral e Experimental (Conteúdo UNIP)

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MÓDULO 1 - Comportamento reflexo e condicionamento clássico
Módulo 1 – Comportamento reflexo e condicionamento clássico
Antes de iniciarmos o conteúdo específico deste módulo, será feita uma breve apresentação da ciência do comportamento e seus objetivos. Este conteúdo introdutório é necessário para que o aluno compreenda quais as razões e objetivos da ciência do comportamento. 
Quem foi Burrhus Frederic Skinner (1904 – 1990) ?
Skinner foi um autor e psicólogo estadunidense que conduziu trabalhos pioneiros em psicologia experimental e foi o propositor do Behaviorismo Radical, abordagem filosófica que busca entender o comportamento inteiramente em função da história ambiental de reforçamento que por sua vez deu origem ao corpo teórico da Análise do Comportamento.
Foi o propositor do condicionamento operante, uma evolução do condicionamento clássico. Lecionou na Universidade de Harvard onde também fez pós graduação.
Escreveu uma série de livros que servem de referência para a psicologia comportamental. Sendo o mais famoso: Ciência e Comportamento Humano de 1953 
Mais informações: http://pt.wikipedia.org/wiki/Burrhus_Frederic_Skinner
 A Ciência pode Ajudar?
 Skinner acredita que o poder do homem é maior do que sua sabedoria – por isso temos as guerras, armas, fome e pobreza.  Acredita que a Ciência foi corresponsável pelas calamidades humanas, já que ela participa como tecnologia destes processos. 
 A ciência não esta errada, mas sim a sua aplicação.  Skinner propôe uma ciência para compreender o comportamento humano e colaborar para a melhora na qualidade de vida e na manutenção da sobrevivência, já que acredita que estamos num caminho da auto-destruição. 
Os objetivos da ciência: 
A ciência não é mera descrição de fatos, é uma tentativa de se descobrir uma ordem e relação entre acontecimentos. A ciência prevê, trata o passado e o futuro. Tenta manipular o futuro. 
Se vamos usar métodos da ciência no campo humano, devemos supor que o comportamento, como os eventos da natureza, é ordenado e determinado.
Essa possibilidade desagrada muitas pessoas por se opor a uma tradição longa que encara o homem como um agente livre, cujo comportamento é o produto, não de condições antecedentes específicas, mas de mudanças interiores espontâneas.
O Reflexo Inato
Objetivos: 
compreender o conceitos de reflexo como relação estímulo-resposta.
compreender as propriedades do reflexo
entender a relevância do reflexo no estudo das emoções
Uma alteração no ambiente que produz uma alteração no organismo. Por exemplo: quando um alimento é levado à boca, o organismo produz salivação. Quando uma luz é direcionada para o olho, a pupila se contrai. Quando ocorre um forte barulho, você se assusta. Quando encosta a mão em um objeto muito quente o braço se contrai.
 Estes são exemplos de reflexos inatos, ou seja, é uma preparação mínima para sobrevivência e fazem parte do repertório comportamental dos organismos desde o nascimento.
 A relação é representada desta forma: 
Estímulo (S¹) elicia ( →) resposta (R¹)‏ 
Ex: 
Luz elicia contração na pupila
Calor elicia sudorese
Fogo elicia contração muscular
Forte barulho elicia sobressalto
É importante observar que para a psicologia, reflexo significa sempre uma relação, entre um evento do ambiente (estímulo) e um evento do organismo (resposta), sendo que se diz que o estímulo elicia (provoca) a resposta.
Na relação reflexa o estímulo sempre ocorre antes da resposta.
Como que se mensura o reflexo?
As medidas utilizadas são: intensidade do estímulo e magnitude da resposta 
Para poder estudar a relação reflexa, é necessário quantificar tanto o estímulo como a resposta e para isso utilizamos as medidas técnicas padrão, veja os exemplos:
Estímulos:
Som – medido em decibéis
Choque – medido em volts 
Calor – medido em graus celsius
Alimento – medido em gramas 
Respostas:
Salivar – gotas de saliva (mililitros)
Contração pupilar – diâmetro da pupila (milímetros)
Taquicardia – batimentos por minuto
Então já sabendo como se pode medir tanto o estímulo como a resposta, os primeiros cientistas comportamentais realizaram uma série de experimentos e descobriram algumas propriedades ou leis do reflexo que são universais para todos os organismos.
Note que a descoberta destas propriedades faz parte dos objetivos da  objetivos da ciência, descobrir as características principais e padrões de ocorrência e relações constantes.
Intensidade-magnitude: intensidade do estímulo é diretamente proporcional à magnitude da resposta
Esta propriedade ocorre da seguinte forma: quanto mais intenso (forte) é o estímulo, maior a magnitude (força) da resposta.
Ou seja, se uma explosão muito forte ocorrer, o susto será proporcionalmente grande. Se uma luz fraca incidir sobre a pupila, ela irá se contrair muito pouco.
Procure lembrar de coisas parecidas que já ocorreram com você e verifique como esta relação intensidade-magnitude ocorreu.
Limiar: Limites mínimo-máximo para eliciar uma resposta
A propriedade de limiar descreve que existe um limite mínimo e um limite máximo para o qual o organismo responde, ou seja, se uma luz muito fraca incidir sobre a pupila, ela poderá não se contrair, ou seja, esta abaixo do limiar mínimo para que ocorra o reflexo.
Se uma luz muito forte incidir sobre a pupila, ela vai se contrair ao máximo, mas depois se a luz aumentar, a pupila não vai contrair mais, pois foi atingido o limiar máximo do reflexo.
Entenda como um intervalo entre o que o mínimo que organismo é capaz de sentir e o máximo que ele é capaz de responder. 
Estes valores mínimo e máximo podem variar sensivelmente de organismo para organismo. 
Latência: Intervalo temporal entre os eventos de estímulo e resposta. 
Quando você leva um choque, se passa um intervalo temporal entre o estímulo (choque) e a resposta (contração e taquicardia). Pode ser um intervalo muito curto, ou então um um intervalo mais longo quando temos uma temperatura alta (estímulo) que elicia a resposta de sudorese. 
Esta propriedade estabelece que quanto maior a intensidade do estímulo menor a latência do reflexo (estímulo que elicia a resposta)
Assim se estivermos em um ambiente com 30 graus celsius vamos demorar mais tempo para começar a suar do que se estivermos em um ambiente com 40 graus celsius.
Note que além de suar antes, vamos suar mais (vide a propriedade Intensidade-magnitude) se estivermos em um ambiente com 40 graus em relação a um ambiente com 30 graus.
Além do tempo ser menor, a duração da resposta também varia de acordo com a intensidade do estímulo, ou seja, vamos suar antes e vamos suar por mais tempo neste ambiente de 40 graus. 
Habituação e Potenciação: Efeitos de eliciações sucessivas da resposta: 
Quando ocorrem eliciações sucessivas da resposta, é possível que o organismo fique habituado a elas. 
Em alguns casos podem ocorrer habituação (a magnitude da resposta diminui) e em outros pode ocorrer potenciação (a magnitude da resposta aumenta)
Exemplos de habituação: 
As pessoas que vivem em grandes cidades ou próximas à aglomerações, deixam de “escutar” todo aquele ruído como se ele tivesse bem diminuído. 
Ou aqueles que vivem em ambientes muito frios, quando vem visitar o Brasil, mesmo no inverno falam que sentem calor. 
O organismo fica habituado a estimulação e deixa de reagir a ela com a mesma intensidade.
Na potenciação o efeito é inverso: o organismo fica mais sensível. Supondo que você esteja com enxaqueca, qualquer barulho parece insuportável. Isto é um efeito da potenciação de respostas.
Reflexos e estudo das emoções
Não sei se você está se perguntando: qual a relevância disso tudo para a psicologia? É preciso entender que se falando de ciência, precisamos sempre começar pelas coisas simples para depois ir para as mais complexas. E o reflexo inato é um dos tipos de comportamentos mais simples que existem. 
Mas mesmo falando de algo simples podemos entender um comportamento que é foco da psicologia: as emoções humanas
Muitas de nossas emoções são respostas reflexasà estímulos ambientais: Medo, alegria, raiva, tristeza, excitação sexual etc 
Se você for observar, quando sentimos emoções, estamos também respondendo de forma reflexa, ou seja, uma ação do ambiente elicia parte de nossas emoções.
Na presença de um bandido (estímulo), sentimos medo (resposta).
Na presença de um cão bravo latindo (estímulo), sentimos medo (resposta)
A resposta de medo, na verdade é um conjunto de respostas fisiológicas: aumento da frequência de batimentos cardíacos, constrição capilar dos vasos sanguíneos e secreção de adrenalina.  
O mesmo ocorre nas outras emoções e é lógico que esta não é a única forma nem conseguimos compreender tudo relacionado as emoções, mas já é um passo (científico) para compreensão deste tema tão importante para a psicologia. 
Respostas emocionais tem valor de sobrevivência para as espécies. Imagine se frente ao bandido ou ao cão raivoso, nós não fossemos capazes de reagir de maneira reflexa. Sem medo seria muito provável que levássemos uma mordida ou um tiro e assim a sobrevivência estaria ameaçada.
Por isso os reflexos tem grande papel para a sobrevivências das espécies. E é importante notar que os reflexos inatos são universais para os organismos. Não é ainda algo relacionado a sua história de vida, mas a história de toda a nossa espécie.
Se um animal não reagir frente a um predador, ele será facilmente comido e assim sua espécie como um todo fica ameaçada.
Concluindo, boa parte do que entendemos como emoções são respostas fisiológicas
O reflexo aprendido: Condicionamento Pavloviano 
Objetivos: 
Compreender o condicionamento reflexo
A relevância do condicionamento reflexo para as emoções
As operações de generalização e extinção reflexa 
Ivan Petrovich Pavlov e a descoberta do reflexo aprendido:
Pavlov era um fisiologista russo que estudava reflexos inatos e descobriu acidentalmente o “condicionamento pavloviano”. Percebeu que antes mesmo de colocar a comida na boca de um cachorro para medir a salivação, o cachorro já salivava (ao ver a comida). Passou então a estudar como os organismos aprendiam novos reflexos.
Saiba mais sobre Pavlov aqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ivan_Petrovich_Pavlov
A aprendizagem de novos reflexos também tem relação com a sobrevivência das espécies, pois apenas com o repertório dos reflexos inatos, isto pode não ser suficiente para um organismo sobreviver num mundo em constante mudança. 
O experimento clássico acontecia assim:  Era feito um emparelhamento entre som de uma sineta e apresentação de carne me pó para o cão e medição da quantidade de saliva produzida. 
Ele apresentava inicialmente apenas o som e o cão não salivava.
Depois apresentava o som e logo após a comida e o cão salivava (pois a comida é um estímulo que elicia salivação).
Após várias apresentações de som + comida, ele apresentava novamente apenas o som e o cão passava a salivar.
Pavlov realizava as medições da quantidade de saliva (magnitude da resposta) e da intensidade dos estímulos (quantidade de comida e decibéis do som).
Vocabulário do condicionamento pavloviano:
Estimulo neutro (NS): É um estímulo que não elicia uma determinada resposta, é neutro para aquela resposta. Ex: o som não elicia salivação mas pode eliciar um sobressalto caso ele seja muito alto.
Emparelhamento: operação de apresentação de um estímulo seguido a outro estímulo para produzir condicionamento.
Estimulo incondicionado (US),  Resposta incondicionada (UR)‏: relação reflexa entre um estímulo que elicia uma resposta como um reflexo inato (não aprendido). Ex: a comida elicia salivação.
Reflexo condicionado, estímulo condicionado (CS), resposta condicionada (CR)‏: Relação reflexa entre um estímulo que passa a eliciar uma resposta depois de um condicionamento feito por emparelhamento.  Diz que agora o som passa a eliciar salivação sendo ambos estímulo e resposta condicionada.
Condicionamento Pavloviano e o estudo das emoções
Já vimos que em grande parte as emoções também são relações entre estímulos e respostas. Os organismos aprendem a se “emocionar”. Difícil de controlar (são reflexas). 
Outros comportamentos que podemos compreender sob o paradigma do reflexo condicionado são as Fobias, “perversões”, modas, vínculos amorosos, “personalidade” etc.
Um fetiche por saltos altos também é um emparelhamento entre o sapato (originalmente neutro) e o corpo feminino (que elicia excitação sexual).
Generalização respondente: estímulos que tem semelhança física com o estímulo condicionado podem passar a eliciar a resposta condicionada. 
Se o cachorro aprendeu a salivar na presença de um som, um outro som com tonalidade parecida também irá eliciar a resposta de salivação. 
Da mesma forma se uma criança aprendeu a ter medo de dentista, ela poderá apresentar a mesma resposta reflexa quando estiver na presença de um médico ou de uma enfermeira. (roupa branca elicia resposta de medo)
A magnitude da resposta depende do grau de semelhança entre os estímulos em questão. 
Assim é possível descobrir um gradiente de generalização, entre estímulos e respostas reflexas variando os estímulos. 
Uma pessoa que tem fobia de cachorros terá um gradiente de generalização no qual terá pouco medo frente a um cachorro de pelúcia, um medo de média magnitude frente a um cachorro pequeno e um medo de alta magnitude frente a um cachorro grande e latindo.
Respostas emocionais condicionadas comuns: 
Muitas de nossas respostas emocionais não são inatas, a maior parte delas é aprendida. Mesmo que todos nós tenhamos os mesmos reflexos, isso se deve a uma história de aprendizagem comum. O medo de altura é um exemplo. Ele é aprendido e não inato. Como praticamente todos nós já passamos por eventos relacionados a quedas ou a perigos envolvendo alturas, passamos a ter este reflexo condicionado. 
Extinção respondente e recuperação espontânea
Caso ocorra a apresentação sucessiva do estímulo condicionado sem o emparelhamento, o estímulo condicionado perde a função de eliciar a resposta.
Caso o som seja apresentado ao cachorro por diversas vezes sem que sejam feitos outros emparelhamentos com comida, o som irá perder sua função de estímulo condicionado, voltando a ser um estímulo neutro para a resposta de salivar.
Um fenômeno comum durante o processo de extinção é a recuperação espontânea, na qual a resposta que já estava extinta por um tempo, quando exposta novamente ao estímulo condicionado, retorna durante um período e depois se extingue completamente.
É importante notar que a extinção ocorre apenas com a apenas com a exposição sistemática ao estímulo e não com a passagem do tempo, então se uma pessoa tem um “trauma”, esse “trauma” não irá passar com os anos, caso ela não seja exposta de maneira sistemática ao objeto que produz o medo.
Contracondicionamento e dessensibilização sistemática
São duas operações que se utilizam do condicionamento clássico para tratamento de problemas psicológicos. 
No contracondicionamento um estímulo que elicia uma resposta contrária a que atualmente ocorre é emparelhado com o reflexo que se quer alterar.
Ex: junto com o cigarro o indivíduo toma um xarope que elicia vômitos. Depois de se estabelecer o condicionamento o cigarro passa a eliciar vômitos  também.
Este tipo de procedimento é algo relativamente antiquado e não deve ser utilizado sem muito conhecimento técnico e experiência.
Na dessensibilização sistemática, o organismo é exposto ao estímulo que elicia uma resposta de maneira frequente e gradual (usando um gradiente de estímulos) de forma que a extinção ocorra em todos os estímulos do gradiente.
Um exemplo: para uma pessoa com medo de ir ao dentista, ela inicialmente é exposta a pessoas vestidas de branco em outros ambientes, depois exposta ao dentista em seu consultório sem sentar na cadeira e depois senta na cadeira mas sem nenhum procedimento odontológico e no final é realizado o procedimento odontológico.
Só se passa para o próximo passo quando a resposta reflexa já foi extinta no passo anterior.
Aplicações do Condicionamento Pavloviano:Terapia, Medicina, Propaganda, etc: É possível verificar que muito se pode fazer com o condicionamento pavloviano. A publicidade se utiliza muito deste procedimento, por exemplo emparelhando um objeto à venda com pessoas famosas ou situações agradáveis. 
É importante observar que embora isto seja utilizado, não necessariamente os psicólogos estão envolvidos com este tipo de prática, pois na psicologia temos um código de ética que não é compartilhado com outros profissionais.
MÓDULO 2 - Comportamento Operante: Aprendizagem pelas consequências
Aprendizagem pelas consequências: O reforço
Neste módulo serão abordados os seguintes assuntos: comportamento operante, conceito de reforço, extinção e modelagem de novos comportamentos.
B. F Skinner propôs o modelo do comportamento operante como aquele que produz consequências como modificações no ambiente e é afetado por elas. Este tipo de comportamento engloba a maioria de nossos comportamentos ou ações, como os processos de aprendizagem, conhecimento, linguagem, ser quem somos e ter personalidade. 
O modelo esquemático deste comportamento é: R > C (resposta - produz - consequência) 
O comportamento operante produz consequências no ambiente. Estas consequências são entendidas como mudanças no ambiente. 
Exemplos:
Fazer uma pergunta - ouvir uma resposta
Estudar - aprender e/ou tirar boas notas
Apertar um botão - assistir televisão
Sair correndo - aumentar a distância do predador
Entregar dinheiro - receber um produto
Se tratando de comportamento operante, o comportamento é afetado ou controlado por suas consequências. Isto quer dizer que estas consequências vão ter influência nos comportamentos similares no futuro. Quando o organismo estiver nas mesmas condições anteriores dependendo das consequências do comportamento no passado, é possível prever qual será o comportamento no futuro.
É importante observar que tal processo ocorre independente de nossa aceitação, concordância ou mesmo consciência, ou seja, é um processo natural no qual se considera comportamento operante a relação entre resposta e consequência. 
Tal processo também ocorre independente de critérios de aceitabilidade social. 
Exemplos:
Bagunça em casa - atenção dos pais
Ser "durão" - respeito das pessoas
Fazer "birra" - ganhar brinquedos
A partir destes exemplos é importante fazer uma observação: enquanto o senso comum diz "bagunceiro" "birrento" e "bravo" como explicações para comportamentos, a análise do comportamento analisa as condições de ocorrência destes comportamentos. Ao invés de rotular observa oportunidades para manipulação e para modificar o comportamento.
Então, o que leva uma criança a ter comportamento de birra? Se observarmos as consequências destes comportamentos provavelmente teremos uma melhor compreensão do processo. Como a criança em geral recebe atenção e tem seus pedidos atendidos quando faz birra, consideramos que esta é a causa. 
Para modificar este panorama, para que a criança deixe de fazer birras o indicado é que atenção, brinquedos e outras consequências sejam dadas para comportamentos considerados adequados e não para a birra.
Os rótulos dados pelo senso comum como explicação para o comportamento são denominados "mentalismos", pois em geral se referem a estados mentais ou estados internos do organismo. Isto é um problema pois desvia a atenção da relação resposta-consequência para dentro do organismo ou para sua mente, nos confundindo.
O Reforço: 
O comportamento produz consequências e é controlado por elas (em termos de probabilidade de ocorrência) – Esta relação tem o nome de relação reforçadora. A consequência neste caso é considerada um reforço.
O organismo emite resposta – esta produz alterações no ambiente. É reforço. Ou seja, "se" resposta, "então" consequência. Esta relação de dependência se-então, tem o nome de contingência de reforço.
Se a criança faz birra, então o pai dá um brinquedo. É uma contingência de reforço.
Se você atende o telefone, então você conversa com quem te ligou. É uma contingência de reforço
O que define um estímulo como reforçador? Pois é bem possível que brinquedo não seja reforçador para todas as pessoas, bem como conversar ao telefone ou quaisquer outros exemplos de consequência citados anteriormente ou que possamos imaginar. Assim, como na maioria dos conceitos de análise do comportamento, as coisas se definem através da relação que mantém com o organismo ou o ambiente.
Um estímulo é reforçador pelo seu efeito sobre o comportamento. Sua relação com o comportamento. Não é definido por suas características físicas, julgamentos, aceitabilidade social, etc.
Provavelmente um brinquedo poderá ser reforçador para o comportamento de uma criança, mas não de um adulto. Já um ingresso para um show de rock poderá ser reforçador para alguns adultos mas para outros não. Isto depende da história de vida ou de aprendizagem destas pessoas.
Reforçadores Naturais versos Reforçadores Arbitrários
Quando se fala em reforçamento é importante diferenciar reforço natural de reforço arbitrário. 
Em geral quando se fazem críticas à análise do comportamento por ser favorável ao uso do reforço, em geral tais críticas estão focadas no uso do reforçamento arbitrário que realmente pode produzir alguns problemas.
No reforçamento natural em geral as consequências são produzidas "naturalmente" ou seja, são as que normalmente se seguem ao comportamento. 
Ex: 
Estudar - aprender
Tocar música - ouvir música
Saber matemática - resolver problemas com números
Já no reforçamento arbitrário produtos indiretos são usados como consequência:
ex: 
Tocar instrumento – receber dinheiro
Estudar - tirar nota na prova
Saber matemática - ganhar presente dos pais
Assim, nem sempre reforçar quer dizer, comprar, chantagear, recompensar ou trocar. 
O problema aqui são as consequências a longo prazo, dispersas, etc.
Como que uma criança vai se "conscientizar" que deve estudar para que quando adulto possa trabalhar e sobreviver? 
Assim, reforçadores arbitrários podem ser utilizados inicialmente pois aumentam a chance de que a pessoa entre em contato com reforçadores naturais no futuro.
Uma criança que é reforçada com boas notas, com presentes e atenção quando estuda, tem maiores chances de que no futuro possa estar sensível ao aprendizado por sí só.
Outros efeitos do reforço:  Diminuição da freqüência de outros comportamentos
Um outro efeito conhecido do reforço é a diminuição da frequência de outros comportamentos e a diminuição da variabilidade na topografia (forma) da resposta reforçada, pois o responder ocorre com maior precisão. 
Imagine um jogador de futebol treinando cobrança de faltas. Conforme suas respostas são reforçadas (bola indo em direção ao gol) cada vez mais ele vai executar o chute de maneira mais similar e não vai tentar inovações para cobrar a falta.
Extinção Operante: 
Quando ocorre a suspensão do reforço ocorre a diminuição da frequência de ocorrência do comportamento, ou seja, os efeitos do reforço são temporários.
Se a consequência deixa de ocorrer a resposta que anteriormente produzia a consequência também deixa de ocorrer com o tempo.
Para estudar isso a análise do comportamento faz uma prova usando a metodologia A – B – A (nível operante , reforço, extinção)‏
Inicialmente observa o comportamento não condicionado, passa a reforçar este comportamento e depois deixa de reforça-lo.
O processo não ocorre imediatamente, existe a resistência à extinção: o número de respostas ou tempo até que o organismo pare de responder
Fatores de influência da resistência à extinção: número de reforços anteriores, o custo de resposta, esquemas de reforçamento. 
Aqui está outra questão que diz respeito a explicação mentalista do senso comum, ao invés de rotular (como explicação) a pessoa como perseverante, insistente, empenhado, teimoso ou mesmo fraco, desistente etc, nós observamos a relação entre resposta e consequência na história de reforçamento.
Assim uma pessoa rotulada de insistente, provavelmente passou por uma históriade reforço diferente de outra considerada facilmente desistente.
Outros efeitos da extinção:
Efeito principal: retorno da freqüência de resposta aos níveis prévios (nível operante)‏. 
Aumento da frequência da resposta no início do processo de extinção. 
Aumento da variabilidade da topografia (forma) da resposta. 
Eliciação de respostas emocionais durante o processo (raiva, ansiedade, irritação, frustração etc)‏
Modelagem: aquisição de comportamento
Sabemos que os comportamentos existentes são selecionados (mantidos ou extintos) pelas consequências. Mas como um novo comportamento passa a fazer parte do repertório comportamental de um organismo? Como iniciar o processo de aprendizagem? Novos comportamentos sempre surgem a partir de comportamentos que já existem em nosso repertório comportamental.
O processo de modelagem ocorre por: reforçamento diferencial de aproximações sucessivas a um comportamento alvo. Reforçar algumas respostas e outras não (baseado em critérios)‏ sendo a característica fundamental a imediaticidade do reforço.
No laboratório temos um exemplo muito claro do processo, na modelagem da resposta de pressão à barra.
Inicialmente o aluno reforça o comportamento de se aproximar à barra. Quando este comportamento já está estabelecido, passa agora a reforçar apenas o olhar para a barra. Depois o levantar em frente a barra e depois pressionar a barra.
Quando se passa de uma etapa para a outra para o rato é como se o comportamento anterior estivesse em processo de extinção, então ele vai começar a responder com maior frequência e variabilidade. É provável que neste processo ele, por acaso, responda com a resposta requerida para o próximo passo que é reforçada e assim se inicia o processo novamente.
MÓDULO 3 - Controle Aversivo do Comportamento
Objetivos: Compreender controle aversivo do comportamento, reforçamento negativo (fuga e esquiva), Punição (positiva e negativa) e contra-controle.
Foi abordado no módulo 2 a aprendizagem pelas consequências reforçadoras. A princípio se abordou a relação reforçadora positiva, ou seja, que ocorre pela apresentaçao de estímulo como consequência ao comportamento. 
Além dessa, existem outros tipos de relação entre as respostas e consequências: reforço negativo, punição positiva e punição negativa, que serão abordados a seguir. Estas três formas de controle do comportamento são consideradas como controle aversivo. Aversivo pois o organismo se comporta para algo não acontecer, para evitar ou fugir de algo.
Considera-se um estímulo como aversivo por critérios relacionais, ou seja, apenas observando a relação entre resposta e consequência e não com algum tipo de pre-definição como: choque, castigo físico, fedor, etc. Tais estímulos apesar de terem maior probabilidade de serem aversivos, podem ter função reforçadora positiva para algumas pessoas. Ex: a diferença entre cheiro bom e fedor geralmente é cultural e tem relação com história de vida.  
É importante observar que das quatro formas de controle do comportamento, reforço positivo ou negativo e punição positiva ou negativa, apenas a primeira é considerada como não aversiva ou coercitiva.
Também a denominação positiva e negativa não segue nenhum juízo de valor ou referencial de bom ou ruim, bem ou mal. 
É considerado positiva uma relação na qual estimulação é acrescentada/apresentada. Positivo como um sinal de + (soma, adição).
É considerada negativa uma relação na qual estimulação é subtraída/terminada.  Negativo como um sinal de - (subtração, retirada)
Reforço Negativo
Contingências de Reforço Negativo também aumentam ou mantém comportamentos que as produzem.
Vestimos roupas de inverno para evitar o frio.
Levamos o carro ao mecânico para evitar um mal funcionamento ou após uma avaria
Dedetizamos para evitar insetos
Vamos ao médico quando estamos doente ou para prevenir doenças
Nos exemplos acima a consequência é sempre a retirada ou evitação de alguma estimulação aversiva.
O exemplo de laboratório deixa clara a diferença entre reforço positivo e negativo
Reforço positivo: rato pressiona barra e recebe alimento como consequência.  Estímulo é adicionado. A resposta tente a se manter ou a aumentar de frequência sob as mesmas condições.
Reforço negativo: rato pressiona barra e um choque elétrico é desligado. Estimulo é subtraído. A resposta tende a se manter ou a aumentar de frequência sob as mesmas condições 
Ainda a contingência de reforço negativo pode ser de dois tipos: fuga e esquiva.
Na fuga, ocorre a eliminação ou subtração da estimulação aversiva que estava previamente presente. O rato desliga o choque, a dona de casa mata a barata, vai ao médico quando fica doente.
Em geral a fuga é a primeira forma de reforço negativo aprendida, pois com a presença de estimulação aversiva o sujeito inicialmente aprende a terminá-la.
Após aprender fuga, em geral é possível se aprender esquiva (evitar o estímulo aversivo antes que ele venha a ocorrer).
Nesse caso o rato pode aprender e prevenir o choque, a dona de casa a dedetizar a casa para evitar baratas e o paciente a ter uma vida saudável para prevenir doenças.
No laboratório em geral se começa a estudar fuga e esquiva da seguinte maneira:
Fuga: Um rato é colocado em uma caixa com dois compartimentos e um choque é apresentado no compartimento que o rato se encontra. Ele então aprende a pular para o outro compartimento (sem choque) para fugir da estimulação aversiva. O choque dura 20 segundos e troca de lado a cada 30 segundos. Isto é reforço negativo.
Esquiva: Depois de fugir algumas vezes o rato aprende a pular de um lado para o outro no intervalo em que o choque é desligado e antes dele trocar de lado. Assim ele se esquiva ou evita o choque. Isto também é reforço negativo.
Exercício comentado:
Em relação aos conceitos de fuga e esquiva, assinale a alternativa correta:
I) O comportamento de fuga é um comportamento reforçado negativamente.
II) Uma garota, ao ir para o colégio, sempre passava em frente à casa do namorado. Recentemente eles brigaram e ela passou a fazer outro caminho, mais longo, para chegar até a escola, pois não quer encontrar com o ex-namorado. Nesse caso a mudança no caminho é claramente um comportamento de fuga.
III) Um motorista, após sofrer grave acidente automobilístico, passa a dirigir seu veículo sempre em baixa velocidade. Com esse comportamento, o motorista está fugindo de estímulos aversivos condicionados que a alta velocidade eliciou.
IV) Um grupo de amigos se reúne em um barzinho da cidade, todos conversam animadamente e se divertem muito. De repente, uma banda começa a tocar músicas sertanejas. Todos do grupo amam rock e odeiam música sertaneja por isso resolvem pedir a conta e ir para outro local. Trata-se de um exemplo de comportamento de esquiva.
É verdadeiro o que afirma em:
a) I apenas.
b) I e II apenas.
c) I, II e III.
d) II, III e IV.
e) Todas as alternativas são corretas.
Resposta: A. No ítem II e III é comportamento de esquiva e no ítem IV é fuga.
A Punição e seus problemas
A punição é uma das formas existentes de controle do comportamento. Apresenta diversos problemas sendo o principal o retorno do comportamento previamente punido quando a punição é suspensa.
Punição é definida pela diminuição do comportamento pela apresentação de estímulo aversivo (punição positiva) ou retirada de um reforçador (punição negativa)‏.
O critério para definição de positivo ou negativo é o mesmo do reforçamento, positivo é adição de estímulo e negativo é subtração de estímulo.
Também se define punição pelo efeito que tem no comportamento, ou seja, não existe estímulo aversivo ou punidor por natureza. 
Assim, um exemplo de punição positiva é comer uma comida, passar mal e evitar este tipo de comida no futuro. Um exemplo de punição negativa é cometer algo errado e como castigo ficar 1 mês sem jogar video game.
Suspensão da punição e recuperação da resposta
Em um estudo clássico dois grupos de ratos foram expostos a uma contingência de reforçamento positivo na qual a pressão a barratinha como consequência a apresentação de alimento. 
Então para um dos grupos além do alimento foi dado também um choque (punição positiva) após a pressão à barra.
Assim, a frequência de respostas deste grupo caiu o que demonstrou que a punição teve efeito.
Porém, o choque para este grupo foi retirado e suas respostas então voltaram a mesma frequência de antes ou igual ao grupo controle.
Demonstrou-se assim que os efeitos da punição são temporários e que a resposta se recupera aos mesmos níveis prévios à punição depois que esta é retirada.
Punição negativa e extinção, diferenças:  
extinção: não produz consequências reforçadoras, processo lento.  
punição negativa: nova consequência é a retirada de reforçadores, processo rápido. Pg 74
Efeitos Colaterais do Controle Aversivo e Contra controle:
Punir é fácil e imediato, mas acarreta em uma série de problemas que desaconselham o seu uso como forma de controlar comportamento. O principal já visto anteriormente é o retorno da resposta que foi punida quando a punição é suspensa. Outros efeitos colaterais da punição incluem:
Eliciação de respostas emocionais: durante a punição é comum a eliciação de respostas emocionais geralmente desagradáveis. Por condicionamento reflexo o agente punidor irá se transformar em um estímulo aversivo condicionado. Além disso as respostas emocionais interferem no desempenho operante.
Um funcionário que é constantemente vigiado e criticado por seu supervisor direto, poderá ter seu desempenho comprometido por conta da pressão que sofre e seu supervisor poderá eliciar as respostas emocionais apenas pela sua presença.
Supressão de outros comportamentos além do punido: Um aluno que é punido por conversar em sala de aula provavelmente terá menor probabilidade de fazer uma pergunta em voz alta.
Emissão de respostas incompatíveis ao comportamento punido: Qualquer comportamento que possibilite fuga ou esquiva da punição será reforçado.  Ex: tampar os ouvidos quando está ouvindo uma bronca desagradável. 
Contracontrole: o organismo punido emite nova resposta que impede a punição. O professor pune o aluno que cola na prova. O aluno então cria estratégias para colar sem ser pego pelo professor. O professor então cria estratégias para vigiar o aluno e impedir que ele use este novo método, o aluno então cria um novo método etc... 
Não é preciso escrever muito para deixar claro o quão improdutivo é a utilização da punição como forma de controle do comportamento.
Mas por que punimos tanto? Primeiro é pela imediaticidade da consequência enquanto o reforçamento demora para surtir efeito a punição tem efeito imediato.
Não depende de privação. Para um estímulo ser reforçador, em geral é preciso haver privação, mas para um estímulo ser punidor não é necessário estar privado ou saciado.
Facilidade no arranjo das contingências: enquanto para reforçar é preciso planejamento e arranjos, para punir é mais fácil e simples.
Quais as alternativas ao controle aversivo?
Primeiramente reforço positivo no lugar de negativo, extinção em vez de punição (pois a punição não treina novas respostas), reforçamento diferencial (reforçar outros comportamentos que podem ocorrer junto ao comportamento que se quer eliminar) e aumento da densidade de reforços para as outras alternativas comportamentais.
MÓDULO 5 - Controle de Estímulos: o papel do contexto
Controle de Estímulos: O papel do Contexto
Objetivos: compreender o papel do controle de estímulos na análise do comportamento. Identificar classe de estímulos e respostas. Compreender processos de atenção, encadeamento de respostas e reforço condicionado
As Consequências controlam o comportamento, porém o contexto em que o comportamento ocorre (o que acontece antes) também controla o comportamento.
Controle sempre quer dizer: alteração da probabilidade de ocorrência de um comportamento.
A influência dos estímulos antecedentes sobre o comportamento ocorre através da relação que estes mantém com as consequências do responder.
Desta forma, se um condutor para seu veículo quando o sinal está vermelho, ele faz isso por conta das consequências que este comportamento tem: parar no sinal vermelho evita batida, evita multa.
Neste exemplo o sinal vermelho é o estímulo antecedente, ou estímulo discriminativo.
Um operante discriminado pode ser descrito da seguinte maneira: se forem emitidos em um contexto (na presença de estímulos discriminativos) produzirão consequências reforçadoras ou aversivas. Os estímulos discriminativos são apresentados antes da emissão do comportamento e também controlam sua ocorrência.
Exemplos: Alunos entram na sala de aula as 19:10 pois neste horário o professor está presente e a aula se inicia. Não entram as 18:00 pois o professor não está presente e não tem aula.
Uma criança faz birra na presença da avó, pois ela atende seus pedidos. Não faz birra na presença do pai, pois o mesmo não reforça esse tipo de comportamento.
Os estímulos discriminativos nestes exemplos são: horário (19:10) e presença da avó.
Desta forma temos a contingência de três termos ou contingência tríplice, a unidade básica de análise do comportamento SD – R > C
Ocasião, contexto e/ou estímulos discriminativos – resposta – consequência
Assim, os estímulos discriminativos (SD) sinalizam que uma dada resposta será reforçada ou não.
Já os estímulos delta (SΔ) sinalizam não reforço ou extinção.
No laboratório, na presença de um som de 1,25 Khz o rato pressiona barra e recebe alimento
Na presença de um som de 2,00 Khz, o rato não pressiona a barra
O SD é o som de 1,25 khz
O SΔ é o som de 2,00 khz
Treino Discriminativo e controle de estímulos.
Nós estamos constantemente passando por treinos discriminativo s. Veja o seguinte exemplo:
Quando o chefe está de cara fechada, costuma agir de forma agressiva com funcionários. Quando está com uma “cara boa” atende os pedidos dos funcionários.
Logo, um novo funcionário quando for falar com o chefe ele não vai ainda discriminar entre cara fechada e cara boa. Mas depois de várias vezes sendo reforçado e punido, vai aprender que deve ir falar com o chefe apenas quando ele estiver com a “cara boa”. Isso é reforçamento em SD e extinção em SΔ
Passamos todo o tempo em treinos discriminativos: ler, falar, nomes, comportar-se em locais, com pessoas, operar equipamentos, sinais de transito etc
É importante observar que o SD não produz ou elicia respostas!! Apenas fornece contexto, sinaliza, dá oportunidade (pois está relacionado historicamente com as consequências).
Generalização de estímulos operante.
Trata se de processo no qual respostas são emitidas na presença de novos estímulos que compartilham propriedades com o SD. Lógica similar à generalização respondente: mais provável de ocorrer quanto mais parecido o novo estímulo for do SD
Gradiente de generalização e Teste de generalização
Supondo que temos os seguintes estímulos: Luz acesa – SD (100%) , Luz apagada – SΔ
Se agora apresentarmos a luz com 100%, 75, 50, 25, 0 – (diferentes intensidades)‏ poderemos verificar o gradiente de generalização, ou seja, o rato irá responder também na presença dos 75%, 50% e 25% de intensidade de luz. Mas conforme a luz vai diminuindo, também as respostas diminuem.
O procedimento feito em “extinção” - para não enviesar os resultados. Se reforçar uma intensidade, diminui o gradiente, se reforçar todas, aumenta o gradiente.
Classes de Estímulos: Conjunto de estímulos que servem de ocasião para uma mesma resposta
Agora que já vimos os conceitos de discriminação e generalização, podemos compreender o conceito de classe de estímulos.
Podemos dividir as classes em dois tipos:
Classes por Similaridade Física (generalização): carros, sapatos, frutas, casas, computadores, cachorros, etc
Neste tipo de classe, o critério é a similaridade física entre os estímulos, assim a classe “carro” se refere a diversos objetos parecidos entre sí que compartilham características e servem aos mesmos propósitos.
Classes funcionais: instrumentos musicais, brinquedos, veículos de transporte,etc
Neste tipo de classe, o critério é apenas a funcionalidade, pois não existe similaridade física entre os estímulos. Uma flauta é muito diferente de um piano, porém ambos servem para a mesma função: produzir sons musicais.
O Atentar (atenção como um comportamento)
Geralmente, sob a perspectiva mentalista a atenção é compreendida como um filtro. Se você presta atenção então se comporta, se você teve atenção, se comporta. Isso é mentalismo pois o que explicou o comportamento foi outro comportamento (a atenção).
Então, como podemos explicar a atenção ou o atentar?
Ter atenção é comportar-se sob controle de estímulos (baseado em história de reforçamento).
Abstração (comportamento de abstrair)‏ - formação de conceitos
Da mesma forma, o comportamento de abstração e de formação de conceitos é comportamento sob controle de estímulos.
Como nós conseguimos abstrair o que é o vermelho? Pois “vermelho” puro não existe sozinho. Sempre é um objeto pintado de vermelho, ou um líquido vermelho. Mas o conceito de vermelho então seria algo mental?
Diversos treinos discriminativos vão produzir abstração, de forma que ela é definida como uma generalização dentro da mesma classe e uma discriminação entre classes diferentes.
Encadeamento de Respostas e Reforço Condicionado
Até agora quando nos referimos aos reforços do comportamento operante, não fizemos discriminação entre reforços incondicionados e condicionados. Mas existe esta diferença.
Reforços incondicionados (lógica similar aos reflexos incondicionados) – água, sexo, comida, faixa de temperatura, intensidade de sons, dor e alguns outros estímulos são reforços incondicionados, ou seja, não é necessário passar por aprendizagem para responder a eles de forma a produzi-los ou eliminá-los.
Ocorre que a maioria dos comportamentos em ambiente natural não produzem diretamente os reforços incondicionados.
Exemplo: para produzir uma faixa confortável de temperatura, o que se deve fazer? No frio deve se vestir roupas, no calor deve ligar o ventilador. Mas o que devemos fazer para ter roupas disponíveis e ventiladores? Devemos ir a loja comprar. E o que devemos fazer para comprar? Temos que conseguir dinheiro? E o que fazer para conseguir dinheiro? Temos que trabalhar ou então pedir para alguém.
Nesse sentido, o que temos é uma cadeia comportamental ou de respostas.
ex: laboratório – Se pressionar barra 1 > luz – Se luz – pressiona barra 2 > comida
Luz – Reforço Condicionado: é reforçador para a resposta que o produz e pode ser SD para outra resposta
Reforçadores condicionados generalizados e simples
Neste caso, o SD de um elo da cadeia é o reforçador do elo anterior.
Você vai até a loja e compra um ventilador (reforço). No calor e na presença do ventilador (SD) você o liga e recebe vento refrescante (reforço)
Se pararmos para pensar maioria dos estímulos presentes em nosso ambiente é condicionado e faz parte de cadeias de respostas para chegar a estímulos incondicionados.
É comum que um mesmo estímulo sirva para diferentes finalidades (ou diferentes cadeias), nesse caso este estimulo pode ser chamado de reforçador condicionado generalizado.
Dinheiro e atenção social são os melhores exemplos. Com dinheiro se compra roupas, ventilador, comida, uma casa, carro.
A atenção social também, pois quando recebemos atenção das pessoas podemos obter acesso a diversos reforçadores. Uma criança quando chama pela mãe e tem a sua atenção, pode ter acesso a comida, a brinquedos, etc
Uma questão importante é que a maioria dos reforços é sujeito a privação. Se você não está privado de comida, comida não será reforçador.
Mas os reforços generalizados não estão tão sujeitos a privação, pois como estão relacionados a várias cadeiras, alguma delas sempre estará em privação.
É por isso que dizem que o dinheiro nunca é suficiente. Mesmo a pessoa mais rica do mundo ainda quer ganhar mais dinheiro.
MÓDULO 6 - Esquemas de reforçamento
Esquemas de reforçamento 
Objetivos: compreender a definição e as implicações dos esquemas de reforçamento. Saber diferenciar esquemas de reforçamento intermentente de contínuo. Identificar qual esquema de reforçamento está em vigor em uma determinada contingência. 
Nem todas respostas reforçadas quando emitidas.(algumas sim, outras não)‏. Como é que o comportamento se mantém se nem sempre tem reforço? 
Veja os exemplos:  
Nem sempre conseguimos convencer as outras pessoas. 
Nem sempre quando ligamos a TV encontramos um programa interessante para assistir. 
Nem sempre quando vamos a uma loja encontramos o produto que procuramos. 
Nem sempre quando ligamos para uma pessoa ela atende o telefone. 
Nem todos desenhos que desenhamos ficam bons. 
Nem todas as giradas da chave de fenda terminam de apertar o parafuso. 
Nem todas as paqueras viram uma ficada 
Nem todos os nossos trabalhos agradam o chefe 
Nem sempre que enviamos um currículo recebemos retorno da empresa 
Para entender a relação entre respostas e consequências e quais as implicações entre ter sempre reforço ou não ter sempre reforço, a análise do comportamento estuda os esquemas de reforçamento. 
Divide os esquemas em contínuos (CRF) e intermitentes. A palavra intermitente é com o seguinte significado: 
in.ter.mi.ten.te 
adj (lat intermittente) 1 Que intermite. 2 Não contínuo. 3 Interrompido a espaços. 4 Que pára por intervalos. 5 Que sofre intermitências. 6 Diz-se da febre que se manifesta por acessos intervalados dum período normal. 7 Diz-se do pulso cujas pulsações deixam entre si intervalos desiguais. (Dicionário Michaelis) 
A primeira coisa que se nota é que com certeza no nosso ambiente cultural e social, a maioria das contingências de reforço intermitente, ou seja, temos poucas situações cotidianas com esquema de reforçamento contínuo, como por exemplo ligar ou ativar aparelhos eletrônicos e/ou mecânicos. Sempre que se tenta ligar o aparelho liga. Caso ele não funcione nós rapidamente "percebemos" o problema e não continuamos mais a tentar.  
Por outro lado nem sempre desistimos ou nos convencemos com tanta facilidade de que não vamos encontrar um canal interessante procurando nas dezenas de canais da TV a cabo. 
A resposta é a mesma, pressionar um botão (para ligar a TV e para mudar de canal), mas certamente pressionamos mais vezes procurando canais sem encontrar, do que pressionamos o botão de ligar quando a TV não liga. Por que isso? 
Principais esquemas de reforçamento  
Os principais esquemas de reforçamento estão divididos em:  Contínuo e intermitentes
Os esquemas intermitentes estão divididos em: Razão e Intervalo.
Esquemas de razão: exige um número de respostas para obter reforço
Esquemas de intervalo: exige resposta e a passagem do tempo para obter reforço
Por sua vez ambos esquemas estão divididos em: fixos e variáveis
Esquemas fixos: o número de respostas ou a passagem do tempo é determinada e não varia para cada reforço obtido.
Esquemas variáveis: o número de respostas ou a passagem do tempo varia para cada reforço obtido.
Desta forma temos quatro esquemas de reforçamento intermitente: 
FR - Razão fixa: O número de respostas para obter reforço é sempre o mesmo. 
Exemplos: fazer uma série de exercícios ou trabalhos para obter uma nota ou pagamento. Corrigir provas dos alunos para inserir no sistema. 
VR - Razão Variável: O número de respostas é variável para obter reforço.  
Exemplos: Jogar um jogo e ganhar. Paquerar e conseguir ficar. Fazer um pedido e ser atendido. 
FI - Intervalo fixo: Além de emitir a resposta, o reforçador fica disponível em um período fixo de tempo. Exemplos: Ir a uma reunião/evento e participar da reunião/evento. Colocar um alimento no fogo e ele cozinhar. Ir à praia e tomar sol (dia sem núvens).
VI - Intervalo variável:  Além da necessidade de emissão da resposta, o reforçador fica disponível em período variável de tempo. Exemplos: Observar o gol no jogo de futebol. Assistir o beijo na novela. O peixe morder isca na pescaria. Pegar sol na praia em um dia com núvens no céu. 
Observe a relação dos esquemasilustrado no laboratório:
Nos esquemas de razão, basta apenas emitir a resposta para ser reforçado. 
Razão fixa: Para cada 5 respostas de pressão à barra é liberada uma pelota de alimento. 
Esse esquema é denominado FR 5 (razão fixa 5). O rato sempre irá pressionar 5 vezes para cada reforço. Não vai variar.
Razão variável: Em média, para cada 5 respostas de pressão à barra é liberada uma pelota de alimento. Esse esquema é denominado VR 5 (razão variável 5). O rato irá pressionar a barra em média 5 vezes para cada reforço. Observe que será possível que o rato pressione apenas 1 vez e obtenha reforço, ou no máximo tenha que pressionar até 10 vezes para obter reforço. Vai variar. 
Nos esquemas de intervalo, além de pressionar é necessária a passagem do tempo para obter reforço.
Intervalo fixo: A cada 30 segundos se o rato pressionar a barra pelo menos uma vez será liberada uma pelota de alimento.  Esse esquema é denominado FI 30 (intervalo fixo 30 segundos) O rato deverá pressionar a barra pelo menos uma vez a cada 30 segundos. O intervalo não vai variar. 
Intervalo variável: Em média a cada 30 segundos se o rato pressionar a barra pelo menos uma vez será liberada uma pelota de alimento. Esse esquema é denominado VI 30 (intervalo variável 30 segundos). O rato deverá pressionar a barra em média a cada 30 segundos. Observe que o rato poderá pressionar novamente a barra depois de 1 segundo do último reforço e obter novamente reforço, ou poderá ficar pressionando até que se passe 60 segundos desde o último reforço. Vai variar.
Comparação entre os esquemas 
Depois de saber identificar os diversos esquemas, vamos nos atentar aos motivos principais desse tipo de estudo: entender as implicações dos esquemas nos padrões de resposta para poder melhor prever e controlar o comportamento. Note que nosso objetivo é prever e controlar sempre para melhorar a vida das pessoas e não para escravizá-las ou dominá-las. 
Frequência de respostas: O CRF em geral produz menor freqüência em comparação aos esquemas intermitentes, pois esses demandam mais respostas por reforço e como consequência temos uma maior frequência de respostas. Uma exceção poderia ser um esquema de intervalo muito longo, por exemplo, uma copa do mundo (ocorre de 4 em 4 anos).
Aquisição de comportamento (aprendizagem): Qual o esquema que é melhor para aprendizagem (modelagem)? Certamente o CRF é o mais eficaz, pois como o reforço é sistemático, a modelagem é mais efetiva. Imagine o quão difícil seria modelar a resposta de pressão à barra, caso o esquema fosse intermitente. O rato não receberia reforço todas as vezes que se aproximasse, ou levantasse próximo a barra. Isso iria atrasar ou mesmo inviabilizar todo o procedimento. 
Manutenção do comportamento: Os esquemas intermitentes são mais efetivos na manutenção do comportamento, pois como nem todas as respostas são reforçadas a extinção demora mais para ocorrer. A discriminação entre “reforçamento” e “não-reforçamento” é muito mais fácil no CRF. Suponha que um rato esteja num esquema de FR 100 (para cada 100 respostas 1 reforço). Quantas vezes ele terá de pressionar a barra até que discrimine que o reforço não está mais sendo liberado? Já o rato em CRF irá discriminar esta situação com muito mais facilidade.
Isso nos ajuda muito a entender melhor coisas como: persistência, teimosia, perseverança etc. Pois ao invés de usar esses adjetivos como explicação, podemos agora levantar uma hipótese mais científica e efetiva: Um indivíduo persistente provavelmente teve uma história de reforçamento intermitente mais abundante do que um indivíduo que “desiste com facilidade”. 
Padrões comportamentais de cada esquema:
FR (razão fixa) : Em geral produz altas taxas de resposta, pois quanto mais o organismo responder, mais reforço produzirá. Depende apenas do organismo. Observa-se “pausa após reforço” que é um fenômeno típico desse esquema. Depois de obter reforço o organismo dá uma pausa antes de voltar a responder, como um “descanço”. 
Exemplos: se você está fazendo uma série de abdominais, é mais provável que dê uma pausa após o término da série do que no meio dela. Em geral só depois de terminada uma semana de provas ou depois de uma jornada de trabalho, as pessoas descansam.
VR (razão variável): Produz as mais altas taxas de resposta. Como não é possível discriminar quantas respostas são necessárias para cada reforço e o último reforço não sinaliza quantas respostas deverão ser emitidas até o próximo, a princípio existe a chance de qualquer resposta ser reforçada (diferente da razão fixa), portanto as pausas são bem menores e  podem ocorrer entre a liberação de reforços.
Os vendedores em geral estão se comportamento nesse esquema de reforçamento. Nem todas as vendas se concretizam. Ele pode conseguir vender para um cliente na primeira tentativa ou pode tentar com vários clientes até conseguir vender. 
FI (intervalo fixo): Produz as menores taxas de resposta, pois não se exige um número de respostas para obter reforço, ou seja não faz diferença responder uma ou várias vezes. E também como o reforço será liberado em um dia/horário ou momento específico, as respostas ocorrem próximo a este momento. Também as pausas são as maiores de todas, pois reforço sinaliza que o próximo virá só depois de um intervalo fixo.
Para assistir ao jogo de futebol das 16:30 o torcedor só liga a TV próximo a este horário. 
O aluno tende a estudar próximo à semana de provas.
VI (intervalo variável): Produz taxas moderadamente elevadas. Como o reforço pode estar disponível a qualquer momento, o organismo tem que ficar respondendo moderadamente para ter a chance de ser reforçado. O gol no jogo ocorre em intervalo variável. Pode acontecer a qualquer momento e o torcedor tem que ficar sempre assistindo ao jogo para poder ver o gol. 
Exercício comentado: 
Jogos de azar são “viciantes”. Quem é viciado joga muito e tende mais a perder dinheiro do que a ganhar. Um dos motivos é:
A) jogos de azar viciam pois mexem com as fantasias do usuário, que quer sempre ganhar
B) os jogos de azar estão sob um esquema intermitente de reforçamento de razão variável, que produz altas taxas de resposta e com poucas pausas
C) os jogos de azar estão sob esquema de razão fixa, pois em média a cada 10 vezes que se joga , se ganha uma vez.
D) Viciam pois se chamam jogos de azar. São criados para viciar as pessoas.
E) Viciam pois premiam em dinheiro
Resposta: B. Jogos de azar em geral funcionam sob o esquema de razão variável. Numa loteria todos tem a chance de ganhar e podem ganhar jogando um jogo ou vários (aumentam sua chances). Assim mesmo quem nunca ganhou, pode continuar jogando durante toda sua vida. 
Esquemas não contingentes e comportamento supersticioso. 
Além dos esquemas de reforçamento que foram vistos, existem outros esquemas chamados de “não contingentes”, ou seja, que ocorrem independente da emissão da resposta. São também os esquemas que produzem comportamento supersticioso. 
Tempo fixo e tempo variável: 
Eventos climáticos ocorrem em tempo fixo ou variável. O sol nasce todos os dias em tempo fixo. Já a chuva ocorre em tempo variável (não se pode prever quando ela virá).
Mesadas, pensões e aposentadorias chegam em tempo fixo independente do comportamento. (todo mês ou semana)
Em resumo: o reforço chega independente da resposta 
Nestas situações podem ocorrer dois fenômenos: comportamento supersticioso ou ausência do responder. 
Comportamento supersticioso: Nossos ancestrais realizavam uma série de rituais para adorar o sol ou outros eventos naturais e consideravam que estes rituais controlavam os eventos. Como o sol nasce todo dia, qualquer um que fizer um ritual pedindo que o sol venha no dia seguinte, terá “seu pedido” atendido, ou seja, para ele o pedido foi atendido mas na realidade não existe nenhuma contingência envolvida. É superstição.
No laboratório se programarmos o reforço para ser liberado a cada 30 segundos, provavelmente iremos observar comportamento supersticioso no rato, pois inicialmente enquantoele estiver por exemplo, se limpando, o reforço virá. E isso vai aumentar a probabilidade dele se limpar novamente depois de 30 segundos.
Ausência no responder: Caso o organismo discrimine que não existe contingência envolvida, o que ocorre é a ausência no responder. O organismo para de responder. Muitos aposentados que entram em depressão estão incluídos neste caso. Como durante toda vida esteve se comportamento em esquemas de reforçamentos intermitentes e com altas taxas de resposta, quando chegam na aposentadoria e o “salário” é pago sem precisar trabalhar, ao parar de trabalhar se deprimem, como se a vida tivesse perdido o sentido.
Ou então um adolescente que recebe mesada independente do seu rendimento escolar ou comportamento social. Tende a não estudar nem a seguir regras sociais.
MÓDULO 8 - Análise Funcional, Behaviorismo Radical e Análise do Comportament
Análise funcional: aplicação dos conceitos
Objetivos: compreender a aplicação dos conceitos de análise do comportamento através da análise funcional. Ter noções de como planejar intervenções comportamentais através da análise funcional do comportamento
Se queremos entender/mudar a conduta de uma pessoa precisamos o indagar: O que ela fez? o que aconteceu então? - a relação entre ato e as consequências pode ser a chave.
Análise funcional quer dizer: identificar as relações funcionais entre comportamento e consequência.
É a busca de determinantes da ocorrência do comportamento:
Existem três níveis de causalidade do comportamento: filogênese (história da espécie), ontogênese individual (história do indivíduo), ontogênese sociocultural (história e práticas do grupo cultural e social)
‏Nas análises funcionais nós geralmente estamos atentos ao nível da ontogênese individual.
Observamos a função do comportamento e não sua estrutura ou forma (topografia)‏.
Veja este exemplo:
“Eu te amo” - diferentes formas de controle (SD/R+ e R-)‏. Uma pessoa pode dizer “eu te amo” sob controle de seus sentimentos. Outra pode dizer “eu te amo” esperando obter algo da pessoa amada.
Pode se fazer análises funcionais do paradigma respondente (S -> R ) e operante ( SD – R -> C) . Ambas tem o objetivo de predição e controle, no sentido de conhecer o comportamento, não no sentido de submeter um organismo ou pessoa a vontade de outros.
Para fazer análise funcional é necessário o domínio de princípios comportamentais como: privação/saciação, esquemas de reforçamento, generalização, abstração, controle aversivo, interação respondente/operante e história de reforçamento (dicas e previsões)‏
Observe os tipos de operação básicos:
Nome Efeito no Cpto Tipo da Operação
Reforço Positivo (R+) Aumenta a frequência Apresentação de estímulo
Reforço Negativo (R-) Aumenta a frequência Retirada (fuga) ou evitação (esquiva)
Punição Positiva (P+) Diminui a frequência Apresentação de estímulo
Punição Negativa (P-) Diminui a frequência Retirada de um estímulo
Extinção (ausência do reforço) Diminui a frequência Suspensão do reforço
Recuperação (ausência da punição) Aumenta a frequência Suspensão da punição
B.F. Skinner, análise do comportamento e o behaviorismo radical
Objetivos: Conhecer a vida e obra de Skinner e os preceitos do behaviorismo radical e da análise do comportamento. Saber diferenciar o conhecimento científico do senso comum e as diferenças entre mentalismo e behaviorismo.
Burrhus Frederic Skinner (Susquehanna, Pensilvânia, 20 de Março de 1904 — Cambridge, 18 de Agosto de 1990) foi um autor e psicólogo estadunidense. Conduziu trabalhos pioneiros em psicologia experimental e foi o propositor do Behaviorismo Radical, abordagem que busca entender o comportamento em função das inter-relações entre a filogenética, o ambiente (cultura) e a história de vida do indivíduo.
A base do trabalho de Skinner refere-se a compreensão do comportamento humano através do comportamento operante (Skinner dizia que o seu interesse era em compreender o comportamento humano e não manipulá-lo).
O trabalho de skinner é o complemento, e o coroamento de uma escola psicológica. Skinner adotava práticas experimentais derivadas de física e outras ciências.
Outros importantes estudos do autor referem-se ao comportamento verbal humano e a aprendizagem. (Wikipédia)
A vida de Skinner: 
Nascido em uma família presbiteriana, teve uma infância bem tradicional. Segundo Skinner "seu ambiente da infância era estável e não lhe faltou afeto".
Ele se formou em inglês, recebeu a chave simbólica da Phi Beta Kappa e manifestou o desejo de tornar-se escritor. Quando criança, tinha escrito poemas e histórias, e, em 1925, num curso de verão sobre redação, o poeta Robert Frost fizera comentários favoráveis sobre seu trabalho.
Durante dois anos depois da formatura, Skinner dedicou-se a escrever. Passou um ano no Greenwich Village, mas acabou se desiludindo com sua falta de habilidade literária. Concluiu que tinha poucas experiências e que lhe faltava uma perspectiva pessoal para escrever.
Depois de ler sobre John B. Watson e Ivan Pavlov, decidiu transferir seu interesse literário pelas pessoas para um interesse mais científico. Em 1928, inscreveu-se na pós-graduação de psicologia em Harvard, embora nunca tivesse estudado psicologia antes.
Comprometido ou não, doutorou-se três anos mais tarde. Seu tema de dissertação dá um primeiro vislumbre da posição a que ele iria aderir por toda a sua carreira. Sua principal proposição era de que um reflexo não é senão a correlação entre um estímulo e uma resposta. Concluiu o mestrado em 1930 e o doutorado em 1931.
Depois de vários pós-doutorados, Skinner foi dar aulas na Universidade de Minnesota (1936–45), nessa época casou-se com Yvonne Blue, com quem teve dois filhos, e na Universidade de Indiana (1945–47). Em 1947, voltou a Harvard. Seu livro de 1938, "O Comportamento dos Organismos", descreve os pontos essenciais de seu sistema inicial. Seu livro de 1953, "Ciência e Comportamento Humano", é tido como um manual básico da sua psicologia comportamentalista.
Skinner manteve-se produtivo até a morte, aos oitenta e seis anos, trabalhando até o fim com a mesma determinação com que começara uns sessenta anos antes. Em seus últimos anos de vida, ele construiu, no porão de sua casa, sua própria "caixa de Skinner" – um ambiente controlado que propiciava reforço positivo.
Aos sessenta e oito anos, escreveu um artigo intitulado "Auto-Administração Intelectual na Velhice", citando suas próprias experiências como estudo de caso. Ele mostrava que é necessário que o cérebro trabalhe menos horas a cada dia, com períodos de descanso entre picos de esforço, para a pessoa lidar com a memória que começa a falhar e com a redução das capacidades intelectuais na velhice. Doente terminal com leucemia, apresentou uma comunicação na convenção de 1990 da APA, em Boston, apenas oito dias antes de morrer; nela, ele atacava a psicologia cognitiva.
Na noite anterior à sua morte, estava trabalhando em seu artigo final, "Pode a Psicologia ser uma Ciência da Mente?", outra critica ao movimento cognitivo que pretendia suplantar sua definição de psicologia. Skinner morreu em 18 de Agosto de 1990. (wikipédia)
Exercício comentado: 
Skinner fez diversas contribuições à psicologia, sendo que sua trajetória profissional teve como principais características:
I – A preocupação com o rigor e critérios do método científico
II – A produção contínua de conhecimento científico desde o início de sua carreira até a morte
III – O foco permanente nos temas e assuntos da psicologia experimental
São corretas as seguintes afirmações:
A) I
B) II
C) III
D) I e II
E) I e III
Resposta: D. Skinner não se manteve focado nos temas e assuntos da psicologia experimental. Do meio para o final de sua carreira Skinner direcionou sua obra para temas sociais e cognitivos como é possível verificar pelos títulos dos seus últimos trabalhos. Apesar desta mudança temática, Skinner nunca deixou de adotar métodos e critérios científicos em seu trabalho.
As idéias de Skinner :
Skinner sempre esteve preocupadocom Questões humanas. Por meio da psicologia construir um mundo melhor. Queria também ter uma compreensão mais profunda sobre homem e sua natureza.
Acreditava na ciência como caminho mais seguro para construção do conhecimento, inclusive incluindo fenômenos da subjetividade humana.
Foi usado como base para grande diversidade de trabalhos. A análise do comportamento e Skinner tem produções em praticamente todas as áreas de atuação da psicologia).
Sua obra aborda quase todos os assuntos necessários à compreensão do ser humano: aprendizagem, desenvolvimento, memória, ansiedade, Self, subjetividade, consciência, psicopatologias, criatividade, pensamento, cognição, emoções, personalidade, linguagem, social e cultura, vontade, desejos, insights, introspecção, etc.
Apesar de abordar temas clássicos da psicologia, o fez de forma diferente em relação a outros grandes nomes da psicologia (Freud, Jung, Adorno, Moreno, etc)‏.
Publicou em torno de 300 artigos e 20 livros. Verifique uma lista de obras publicadas por Skinner aqui: http://www.redepsi.com.br/portal/modules/news/article.php?storyid=23
A Análise do comportamento:
É a ciência baseada na filosofia do behaviorismo radical. Busca compreender o ser humano a partir de sua interação com o ambiente. Ambiente? Existe diferença entre a definição do senso comum e a definição científica que inclui o mundo físico, o mundo social, a história de vida e a interação consigo mesmo.
Busca compreender como o indivíduo interage com o ambiente (a partir dos conceitos de condicionamento) para tentar prever e controlar o comportamento.
Acredita que as consequências produzidas no passado selecionaram o comportamento presente.
E quando ocorre erro na previsão? - Provavelmente é por conta de uma análise incompleta pois diversas evidências empíricas (práticas)‏ já foram e continuam sendo demonstradas em laboratório e em ambiente natural pela análise experimental do comportamento.
O Behaviorismo Radical de Skinner: filosofia da ciência análise do comportamento.
“O Behaviorismo não é a ciência do comportamento humano, mas, sim, a filosofia dessa ciência. Algumas das questões que ele propõe são: É possível tal ciência? Pode ela explicar cada aspecto do comportamento humano? Que métodos pode empregar? São suas leis tão válidas quanto as da Física e da Biologia? Proporcionará ela uma tecnologia e, em caso positivo, que papel desempenhará nos assuntos humanos? São particularmente importantes suas relações com as formas anteriores de tratamento do mesmo assunto. O comportamento humano é o traço mais familiar do mundo em que as pessoas vivem, e deve ter dito mais sobre ele do que sobre qualquer outra coisa. E de tudo o que foi dito, o que vale a pena ser conservado?” (Skinner, 1974)
Existem muitas críticas infundadas ao behaviorismo radical e a análise do comportamento. Geralmente feitas por pessoas que desconhecem o assunto.
O Behaviorismo não nega auto-observação ou autoconhecimento, mas a natureza do que é sentido e observado (nosso corpo, quanto dele podemos conhecer? Quão fidedigna é nossa observação?)‏
Não nega os estados privados (sentimentos e pensamentos), questiona qual o seu papel na determinação da conduta humana. Estados privados não explicam comportamento, são em sí comportamentos (devem ser explicados)‏. Ex: fiz isso porque me sentia assim (isto não é explicação).
Os eventos públicos observáveis e os eventos privados tem a mesma natureza, a única diferença é que o primeiro é acessível a todos e o segundo apenas ao indivíduo que se comporta.
Não concorda com a dicotomia mente e corpo (dualismo): tem rompimento radical em prol do monismo (eventos privados são eventos físicos).
Conclusão: para o behaviorismo radical, a ciência do comportamento vai estudar quaisquer comportamento e seus determinantes, sejam públicos ou privados.
Em vez de verdades, busca previsão e controle.
Se denomina radical porque nega radicalmente a casualidade mental (mentalismo) e quer chegar à raiz dos determinantes do comportamento.

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