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Focus Concursos NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL Aula 01 Conceitos Introdutórios Parte I

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1 
 
Direito Processual Penal | Material de Apoio 
Prof. Marcelo Adriano | Fb.com/Professor-Marcelo-Adriano-
Operacional 
Princípios aplicados ao direito Processual Penal 
1) Princípio do devido processo legal 
Constituição 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; 
Fique atento pois a concessão de medidas judiciais inaudita altera parte no processo penal não ofende ao princípio 
do contraditório e do devido processo legal. 
CPP 
Art. 282. 
§ 3o Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de 
medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das 
peças necessárias, permanecendo os autos em juízo. 
 
2) Princípio da inocência ou presunção de inocência 
Constituição Federal 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; 
In dubio pro reo. 
Excepcionalidade das medidas cautelares, devendo, por conseguinte, toda prisão processual estar fundada 
em dois requisitos gerais, o periculum libertatis e o fumus comissi delicti. 
 
3) Princípio da ampla defesa (art. 5º, LV, CF) 
Por força desse princípio, encontrado no art. 5º, LV, da Constituição Federal, entende-se que o réu tem direito a um 
amplo arsenal de instrumentos de defesa como forma de compensar sua enorme hipossuficiência e fragilidade em 
relação ao Estado, que atua no Processo Penal por meio de diversos órgãos (Polícia Judiciária, Ministério Público e 
Juiz), de forma especializada e com acesso a dados restritos. 
Constituição Federal 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
Este princípio divide-se em autodefesa defesa técnica 
 
4) Princípio do contraditório ou da bilateralidade da audiência (art. 5º, LV, CF) 
Constituição Federal 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
Para que o contraditório possa se perfectibilizar no Processo Penal, é preciso necessariamente que sejam atendidos 
3 (três) direitos das partes, são eles: 
1. Ser intimado sobre os fatos e provas. 
2. Ser manifestar sobre os fatos e provas. 
3. Interferir efetivamente no pronunciamento do juiz. 
 
5) Princípio da Plenitude da Defesa 
Mais abrangente que a Ampla Defesa. 
Constituição Federal 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
 
6) Princípio da publicidade 
A publicidade minimiza o arbítrio e submete à regularidade processual e a justiça da decisão do povo. 
Art. 5º (...) 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o 
interesse social o exigirem; 
 
2 
 
Direito Processual Penal | Material de Apoio 
Prof. Marcelo Adriano | Fb.com/Professor-Marcelo-Adriano-
Operacional (...) 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência e, também, ao seguinte: 
(...) 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da 
Magistratura, observados os seguintes princípios: 
(...) 
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, 
sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus 
advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no 
sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 
2004) 
(...) 
X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares 
tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros; 
Art. 5º (...) 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de 
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas 
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de 
interesse pessoal; 
CPP 
Art. 792. As audiências, sessões e os atos processuais serão, em regra, públicos e se realizarão nas sedes dos 
juízos e tribunais, com assistência dos escrivães, do secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro, em 
dia e hora certos, ou previamente designados. 
 
Exceções 
✓ Defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem 
Constituição Federal 
Art. 5º (...) 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o 
interesse social o exigirem; 
 
✓ Inquérito policial 
CPP 
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo 
interesse da sociedade. 
 Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá 
mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes. 
 
✓ Escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem 
CPP 
Art. 792 (...) 
§ 1o Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato processual, puder resultar escândalo, 
inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o tribunal, câmara, ou turma, poderá, de 
ofício ou a requerimento da parte ou do Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a portas 
fechadas, limitando o número de pessoas que possam estar presentes. 
 
7) Vedação das provas ilícitas 
Constituição Federal 
 
3 
 
Direito Processual Penal | Material de Apoio 
Prof. Marcelo Adriano | Fb.com/Professor-Marcelo-Adriano-
Operacional Art. 5º 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
Código de Processo Penal. 
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as 
obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. 
 
Provas ilegítimas 
Provas ilegítimas são aquelas produzidas mediante violação a uma norma infraconstitucional de natureza processual, 
mas essa norma não decorre diretamente da norma constitucional. Por isso que não ocorre violação indireta à 
norma constitucional. 
 
8) Princípio do juiz natural 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
 
9) Princípio da legalidade da prisão 
Dispositivos constitucionais voltados à legalidade da prisão: 
Constituição Federal 
Art. 5º 
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da 
lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a 
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles 
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
CPPArt. 282 
§ 3o Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de 
medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das 
peças necessárias, permanecendo os autos em juízo. 
Constituição Federal 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade 
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em 
lei; 
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz 
competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada 
a assistência da família e de advogado; 
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; 
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou 
sem fiança; 
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e 
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; 
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou 
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; 
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo 
fixado na sentença; 
 
10) Princípios da economia processual, celeridade processual e duração razoável do processo (art. 5º, LXXVIII, 
CF) 
 
4 
 
Direito Processual Penal | Material de Apoio 
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Operacional 
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os 
meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
11) Princípio da prevalência do interesse do réu ou favor rei, favor libertatis, in dubio pro reo , favor inocente 
(art. 5º, LVII, CF) 
Decorrente do princípio da presunção de inocência, esse princípio determina que, no momento do veredito, 
havendo dúvida por parte do magistrado, a decisão prolatada deve ser em favor do réu. 
CPP 
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: 
 I - estar provada a inexistência do fato; 
 II - não haver prova da existência do fato; 
 III - não constituir o fato infração penal; 
 IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 
2008) 
 V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 
2008) 
 
12) Não obrigatoriedade de produção de prova contra si - nemo tenetur se detegere 
Art. 5º, LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe 
assegurada a assistência da família e de advogado. 
 
Aplica não somente ao preso, mas a qualquer pessoa que esteja na condição de acusada ou investigada. 
Tem aplicabilidade no âmbito do inquérito policial, Comissão Parlamentar de Inquérito, Processo administrativo ou 
processo criminal. 
A advertência quanto ao direito de permanecer em silêncio é obrigatória. Sendo que essa obrigação se dirige às 
autoridades incumbidas do interrogatório, seja o Delegado de Polícia, o Promotor de Justiça, presidente de CPI, 
presidente de PAD ou o Juiz. 
 
INQUÉRITO - DIREITO DE PERMANECER EM SILÊNCIO- ADVERTÊNCIA. 
"A necessidade de a autoridade policial advertir o envolvido sobre o direito de permanecer em silêncio há de 
ser considerada no contexto do caso concreto. Sobressaindo o envolvimento de cidadão com razoável 
escolaridade - 2º Tenente da Aeronáutica-, que, alertado quanto ao direito à presença de advogado, 
manifesta, no inquérito, o desejo de seguir com o interrogatório, buscando apenas gravá-lo, sendo o pleito 
observado, e, na ação penal, oportunidade na qual ressaltada a franquia constitucional do silêncio, confirma 
o que respondera,inclusive relativamente à negativa de autoria, não cabe concluir por vício, no que a ação 
penal fora ajuizada a partir do que contido nos autos do inquérito." 
STF - HABEAS CORPUS HC88950 RS 
 
Desdobramentos do princípio 
1) Direito ao silêncio 
CPP 
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será 
informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não 
responder perguntas que lhe forem formuladas. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo 
da defesa. 
 
Cuidado com o art 198 do CPP, pois sua parte final (mas poderá constituir elemento para a formação do 
convencimento do juiz ) não será considerada em alinhamento com a Constiuição, se a interpretação for maléfica ao 
réu. 
 
 
 
5 
 
Direito Processual Penal | Material de Apoio 
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Operacional CPP 
 Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir elemento para a formação 
do convencimento do juiz. 
 
Fique atento pois parte da doutrina manifesta-se contrariamente à expressa previsão legal de cabimento da 
condução coercitiva determinada para simples interrogatório do acusado, como corolário do direito ao silêncio. 
2) O direito ao silêncio traduz o direito de o acusado ou investigado não praticar qualquer comportamento ativo que 
possa incriminá-lo. 
3) O direito ao silêncio também se desdobra no direito de o acusado ou investigado não fornecer material 
constitutivo de seu corpo para exame pericial. Por isso, as intervenções corporais para extração de material 
constitutivo do corpo contra vontade da pessoa acusada também fica proibida, pois constitui penetração no 
organismo humano. 
 
OBS: Se o material for colhido sem violação da integridade corporal da pessoa, o exame decorrente desse 
material é válido. Pois, nesse caso não ocorre uma invasão ao organismo da pessoa. 
 
13) Princípio do juiz imparcial 
É princípio que decorre do princípio constitucional expresso do juiz natural, com a finalidade de complementá-lo, 
afinal de contas o magistrado pode até estar previamente investido na jurisdição, mas mesmo assim não ser 
imparcial na sua atuação, motivo pelo qual o CPP prevê hipóteses de impedimento (arts. 252 e 253) e suspeição (art. 
254) do julgador. 
Desse modo, para que um juiz efetivamente atue no processo penal, além de estar investido na função jurisdicional 
do Estado, não deve ter “vínculos subjetivos com o processo de molde a lhe tirar a neutralidade necessária para 
conduzi-lo com isenção” (TÁVORA; ALENCAR, 2009, p. 46). 
Fique atento que, visando a imparcialidade, o sistema processual acusatório, adotado no Brasil, restringe a 
ingerência, de ofício, do magistrado antes da fase processual da persecução penal. 
Ademais, frise-se que este princípio está consagrado expressamente no art. 8º, 1, do Pacto de São José da Costa Rica 
(aprovado pelo Decreto nº 678/92). 
 
14) Inércia judicial 
Visando manter a imparcialidade do juiz, Esse princípio determina que o Estado-juiz só atue se for provocado pela 
parte interessada. Duas possibilidades de parte interessada: 
Ministério público na ação penal pública 
 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 
 
Ofendido ou quem tiver qualidadepara representá-lo nas ações penais privadas. 
Em consequência, o Art. 26 do CPP não foi recepcionado pela CF. 
 
Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou por meio de 
portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial. 
 
15) Princípio da verdade real 
A função punitiva do Estado só pode fazer valer-se em face daquele que realmente, tenha cometido uma 
infração, portanto, o processo penal deve tender à averiguação e a descobrir a verdade real. 
Durante o processo, o juiz pode determinar a produção de provas, apesar da inatividade do promotor de justiça 
e da parte contrária. 
Porém, a legislação brasileira alberga o princípio da verdade real de forma relativa, tanto que não é permitida a 
rescisão de uma absolvição já transitada em julgado quando surjam provas concludentes contra o agente. Por 
exemplo: Se o juiz penal absolver o Réu, e após transitar em julgado a sentença absolutória, provas concludentes 
sobre o mesmo Réu surgirem, não poderá se instaurado novo processo em decorrência do mesmo fato. 
Entretanto, na hipótese de condenação será possível que ocorra uma revisão. 
 
6 
 
Direito Processual Penal | Material de Apoio 
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Operacional Mitigações à verdade real 
A verdade real não é um princípio absoluto, sendo mitigado, por exemplo, pela vedação à utilização de provas 
ilícitas. 
 
16) Princípio do livre convencimento motivado 
As decisões jurisdicionais deverão ser devidamente motivadas. 
 CPP 
 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, 
não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na 
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 
11.690, de 2008) 
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições estabelecidas na lei 
civil. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 
17) Princípio da legalidade 
No desenvolvimento da persecução penal, o Estado deve estar adstrito à lei, desde a investigação, passando pela 
atividade de acusação, julgamento e execução da pena. O grande mandamento legal que regulamenta o 
processo penal é o Código de Processo Penal, Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 194. 
 
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados: 
 I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; 
 II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes 
conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de 
responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100); 
 III - os processos da competência da Justiça Militar; 
 IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17); 
 V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº 130) 
 Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e V, quando 
as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso. 
 Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a 
vigência da lei anterior. 
 Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o 
suplemento dos princípios gerais de direito. 
 
Fique atento em relação às exceções, já que, segundo o próprio CPP, existem situações em que o processo penal 
poderá ser regido por outros regramentos, além de procedimentos específicos estabelecidos por leis “especiais” 
(9.099, por exemplo), porém, jamais fugindo à legalidade. 
 
DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941. 
Código de Processo Penal (CPP) 
LIVRO I 
DO PROCESSO EM GERAL 
TÍTULO I 
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
Aplicação e interpretação da lei processual penal 
Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados: 
✓ Princípio prevalente: territorialidade (soberania nacional). 
O que é território nacional para o direito processual penal? 
O mesmo conceito adotado pelo Direito Penal envolvendo: 
Elementos do território nacional: 
a) o solo ocupado pela nação; 
b) os rios, os lagos e os mares interiores e sucessivos; 
 
7 
 
Direito Processual Penal | Material de Apoio 
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Operacional c) os golfos, as baías e os portos; 
d) a faixa de mar exterior, que corre ao largo da costa e que constitui o mar territorial; 
e) a parte que o direito atribui a cada Estado sobre os rios, lagos e mares fronteiriços; 
f) o espaço aéreo correspondente ao território; 
g) embarcações e aeronaves estrangeiras, de propriedade privada, que estiverem navegando ou sobrevoando 
mar territorial brasileiro, ou navegando rios e lagos dentro do território nacional. 
Território brasileiro por equiparação (art. 5.º, § 1.º, do CP): 
a) embarcações e aeronaves brasileiras de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde estiverem; 
b) embarcações e aeronaves brasileiras, de propriedade privada, que estiverem navegando em alto-mar ou 
sobrevoando águas internacionais. 
Não é território considerado nacional: 
a) embarcações e aeronaves estrangeiras de natureza pública ou a serviço do governo estrangeiro onde 
estiverem, inclusive dentro do território nacional; 
b) embarcações e aeronaves estrangeiras, de propriedade privada, que estiverem navegando em alto-mar 
(águas sem soberania, que não pertencem a nenhum país) ou sobrevoando águas internacionais. 
 
Duas possibilidades para interpretação 
Crime (viés penal): a extraterritorialidade é da lei penal, que gera a possibilidade de aplicação da lei processual 
penal a crimes ocorridos fora do território nacional, desde que o processo ocorra no Brasil, por exemplo: 
✓ Atentado contra a vida e liberdade do presidente da república; 
✓ Crime contra a administração pública direta ou indireta; 
✓ Crime contra a administração pública por quem está a serviço; 
✓ Crime de genocídio quando o agente for brasileiro ou que resida no Brasil. 
CESPE 2013 
 
Considerando os princípios aplicáveis ao direito processual penal e a aplicação da lei processual, julgue os itens a 
seguir. 
 
A adoção dos princípios da territorialidade e da imediatidade obsta, em qualquer hipótese, a aplicação da lei 
processual penal a crimes ocorridos fora do território nacional e a ultratividade da norma processual. 
 
Errado 
 
Processo (viés processual): territorialidade. 
 
✓ Define em que local a legislação processual penal brasileira (CPP) será aplicada no processo. 
Não há previsão legal de aplicação do CPP fora do território nacional. 
✓ Princípio da territorialidade absoluta (lócus rigit actum): Expressão da soberania nacional; 
Em regra, não cabe adotar lei processual de país estrangeiro no cumprimento de atos processuais no 
território nacional. 
 
CESPE 2016 
2. A lei processual penal brasileira adota o princípio da absoluta territorialidade em relação a sua aplicação no 
espaço: não cabe adotar lei processual de país estrangeiro no cumprimento de atos processuais no território 
nacional. 
 
Certo 
 
2016: CESPE PC-PE Agente de Polícia 
3. Considere que tenha sido cometido um homicídio a bordo de um navio petroleiro de uma empresa privada 
hondurenha ancorado no porto de Recife – PE. Nessa situação hipotética, caberá à autoridade policial 
brasileira instaurar, de ofício, o inquérito policial para investigar a materialidade e a autoria do delito, que 
será punido conforme as leis brasileiras. 
 
8 
 
Direito Processual Penal | Material de Apoio 
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OperacionalCerto 
 
CESPE 2017 PC-GO 
Relativamente à aplicação da lei processual penal no tempo e no espaço e aos princípios processuais penais 
constitucionais, assinale a opção correta. 
4. O princípio da extraterritorialidade adotado pelo direito processual penal brasileiro não ofende a soberania 
de outros Estados, já que os ordenamentos jurídicos de todas as nações convergem para o combate às 
condutas delitivas. 
 
Errado 
 
Exceções á aplicação do CPP a crimes ocorridos no território nacional: 
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; 
Tal dispositivo tem amparo constitucional. 
 
Constituição Federal 
Art. 5º 
(...) 
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos 
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às 
emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste 
parágrafo) 
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
(...) 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou 
compromissos gravosos ao patrimônio nacional; 
(...) 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
(...) 
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; 
 
Obs.: 
1) Para que um tratado ou convenção tenha validade, ele deve ser ratificado internamente por decreto 
legislativo; 
2) A Convenção de Viena sobre relações diplomáticas assegura ao diplomata imunidade de jurisdição penal, 
sujeitando-o à jurisdição do Estado que representa. A garantia se estende aos agentes diplomáticos e 
funcionários das organizações internacionais, quando em serviço, incluindo seus familiares. São asseguradas 
a essas pessoas a inviolabilidade pessoal, já que não podem ser presas nem submetidas a qualquer 
procedimento sem autorização de seu país. 
3) Funcionários da ONU (Organizações das Nações Unidas) tem imunidade diplomática se, no exercício de suas 
funções, praticar um crime no Brasil, sendo julgado segundo as leis de seu próprio país; 
4) Regras de direito internacional podem preencher lacunas de forma subsidiária, ou seja, quando a legislação 
pátria não regular, é possível a aplicação dessas regras. Nesse mesmo sentido, pode-se aplicar também 
decisões de organismos internacionais, como ONU, por exemplo. 
 
CESPE 2015 
A respeito dos princípios gerais do direito processual penal e do inquérito policial, julgue o item. 
1. Diplomata de Estado estrangeiro que cometer crime de homicídio dentro do território nacional será 
processado conforme o que determina a lei processual brasileira. 
 
 
9 
 
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Operacional Errado 
 
CESPE - 2007 
A respeito das imunidades diplomática, parlamentar e judiciária, julgue os seguintes itens. 
2. Segundo a intraterritorialidade, se um funcionário da ONU, em serviço, praticar um crime no Brasil, que não 
seja previsto como crime em seu país de origem, poderá ser processado e julgado no Brasil. 
 
Errado 
 
3. O embaixador de um país estrangeiro que praticar um crime contra a vida do presidente da República 
Federativa do Brasil, neste país, deverá ser processado e julgado segundo as leis brasileiras. 
 
Errado 
 
4. Ao crime praticado em sede de embaixada estrangeira no Brasil, por causa da imunidade diplomática, não se 
aplica a lei penal brasileira. 
 
Errado 
 
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos 
com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de 
responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100); 
 
Constituição Federal 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: 
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os 
Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza 
conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99) 
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do 
Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes 
de responsabilidade; 
 
III - os processos da competência da Justiça Militar; 
Os crimes militares são julgados pela justiça castrense (militar) segundo o CPPM - Código de Processo Penal Militar. 
IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17); 
 
CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL (DE 10 DE NOVEMBRO DE 1937) 
Art. 122 
17) os crimes que atentarem contra a existência, a segurança e a integridade do Estado, a guarda e o emprego da 
economia popular serão submetidos a processo e julgamento perante Tribunal especial, na forma que a lei 
instituir. 
 
Esse dispositivo não tem mais aplicabilidade em nosso atual ordenamento jurídico, o referido tribunal não 
existe mais. 
 
V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº 130) 
 
Em razão da ADPF nº 130, por maioria, o Supremo Tribunal Federal declarou que a Lei de Imprensa (Lei nº 
5250/67) é incompatível com a atual ordem constitucional (Constituição Federal de 1988). 
Isso torna esse dispositivo inaplicável. 
 
 
10 
 
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Operacional Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis 
especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso. 
 
Dispositivo inaplicável, pelo que vimos anteriormente, já que os dois dispositivos não estão mais de acordo 
com o atual ordenamento constitucional. 
 
CESPE 2013 
 
No que diz respeito à aplicação da lei processual no tempo, no espaço e em relação às pessoas, Julgue os 
itens. 
9. De acordo com o princípio da territorialidade, aplica-se a lei processual penal brasileira a todo delito 
ocorrido em território nacional, sem exceção, em vista do princípio da igualdade estabelecido na 
Constituição Federal de 1988. 
 
Errado 
 
Exceção doutrinária. 
Segundo a doutrina, servem também de exceção, ao menos parcial, os processos que se enquadrem em ritos 
específicos determinados por leis “especiais”, como, por exemplo, lei de tóxico (11, 343/06), lei que regula o direito 
de representação e o processo de responsabilidade administrativa civil e penal (4.898/65), lei que dispõe sobre os 
juizados especiais cíveis e criminais (9.099/95). 
Fique atento que, em regra, as disposições do CPP são aplicáveis a esses processos de forma subsidiária, ou seja, em 
relação àquilo que a lei não dispuser. 
 
 Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência 
da lei anterior. 
 
O que busca esse dispositivo? 
Determina a aplicação temporal do CPP em razão de alterações na legislação. 
 
Diferenciação importante: 
No que concerne a aplicação da lei processual penal no tempo (retroatividade/irretroatividade), há diferenciação 
entre essas duas espécies de normas processuais penais: 
 
1) Norma processual penal pura ou propriamente dita 
Dão forma ao direito material e estão prevista com exclusividadeno Código de Processo Penal ou lei extravagante de 
cunho processual penal, por exemplo: formas de citação; formas de intimação; modos de colheita de prova; 
mandados judiciais; nulidades; recursos. 
Para essa regra aplica-se as disposições do art. 2º do Código de Processo Penal, ou seja, a imediatidade, salvo em 
situações relacionadas à duração do prazo iniciado e recurso com prazo aberto para apresentação, como veremos 
em tópico próprio. 
 
Princípio prevalente: Princípio da Imediatidade, da Aplicação Imediata da lei processual penal, ou seja, regerá o ato 
a legislação de seu tempo (tempus regit actum), sem prejuízo aos atos já realizados. 
Assim, em linhas gerais: 
✓ Alei processual nova aplica-se imediatamente aos processos em andamento, aproveitando-se todos 
os atos realizados sob a égide de lei anterior; 
✓ A lei nova aplica-se integralmente aos processos que se iniciem após sua vigência, mesmo que o 
crime tenha ocorrido anteriormente. 
✓ Os processos já encerrados não serão afetados pela nova lei; 
 
Não há ultratividade ou retroatividade, mesmo que seja para beneficiar. 
 
 
11 
 
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Operacional CESPE - 2013 
No que diz respeito à aplicação da lei processual no tempo, no espaço e em relação às pessoas, Julgue os 
itens. 
10. A lei processual penal posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplicar-se-á aos fatos anteriores, 
ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
 
Errado 
 
Exceções com relação à norma processual pura: 
✓ Aplicação de nova lei que altere prazo nos procedimentos com prazo já iniciado: 
 
Regra: plica o prazo de lei anterior, se esta não prescrever prazo menor. 
 
Decreto 3931/41 (Lei de Introdução do Código de Processo Penal) 
Art. 3º. O prazo já iniciado, inclusive o estabelecido para a interposição de recurso, será regulado pela lei anterior, 
se esta não prescrever prazo menor do que o fixado no Código de Processo Penal. 
 
CESPE - 2013 
No que diz respeito à aplicação da lei processual no tempo, no espaço e em relação às pessoas, Julgue os 
itens. 
11. O princípio da imediatidade da lei processual penal abarca o transcurso do prazo processual iniciado sob a 
égide da legislação anterior, ainda que mais gravosa ao réu. 
 
Errado 
 
CESPE - APF (DEPEN)/DEPEN/2013 
Acerca da aplicação da lei processual no tempo, no espaço e em relação às pessoas, julgue o item a seguir. 
12. Considere que, diante de uma sentença condenatória e no curso do prazo recursal, uma nova lei processual 
penal tenha entrado em vigor, com previsão de prazo para a interposição do recurso diferente do anterior. 
Nessa situação, deverá ser obedecido o prazo estabelecido pela lei anterior, porque o ato processual já 
estava em curso. 
 
Certo 
 
CESPE - TJ TJDFT/TJDFT/Administrativa/2015 
Acerca da aplicabilidade da lei processual penal no tempo e no espaço e dos princípios que regem o 
inquérito policial, julgue o item a seguir. 
13. Nova lei processual que modifique determinado prazo do recurso em processo penal terá aplicação 
imediata, a contar da data de sua vigência, aplicando-se inclusive a processo que esteja com prazo recursal 
em curso quando de sua edição. 
 
Errado 
 
✓ Aplicação de nova lei que extinga recurso nos procedimentos com prazo já iniciado para 
impetração do recurso extinto. 
 
Isso quer dizer que, o princípio do tempus regit actum não afasta o direito à recorribilidade subsistente pela lei 
anterior, quando o julgamento tiver ocorrido antes da entrada em vigor da lei nova. 
 
CESPE 2013 
No que diz respeito à aplicação da lei processual no tempo, no espaço e em relação às pessoas, Julgue os 
itens. 
 
12 
 
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Operacional 14. Por força do princípio tempus regit actum, o fato de lei nova suprimir determinado recurso, existente em 
legislação anterior, não afasta o direito à recorribilidade subsistente pela lei anterior, quando o julgamento 
tiver ocorrido antes da entrada em vigor da lei nova. 
 
Certo 
 
2) Normas processuais penais materiais 
 Em regra, nesses casos, aplica-se a lei mais benéfica para o réu, ou seja, usa-se a mesma regra de aplicação 
da lei no tempo aplicável ao direito penal. 
Segundo Nucci1, pode-se encontrar de duas espécies: 
✓ Institutos com dupla previsão (CPP e CP), norma hoterotópica, híbrida, mista: Renúncia, decadência, perdão, 
perempção etc. 
✓ Normas que disponham diretamente sobre a liberdade do acusado: restrição cautelar de direitos (fiança, 
obrigações impostas por força de outras medidas cautelares etc) 
Mas como, em uma questão, fazer a diferenciação entre qual tipo de norma processual penal a questão se trata? 
 
Simples: 
1) Norma pura ou propriamente dita: em regra, não haverá referencia ao tipo de norma processual a que se 
trata a questão, pois a norma pura é a regra, como a questão a baixo: 
 
CESPE - 2014 
15. Com relação à aplicação da lei processual no tempo é correto afirma que nova lei processual penal tem 
incidência imediata nos processos já em andamento. 
 
Certo 
 
Você poderia se perguntar: mas a qual espécie de lei processual penal a questão está se referindo, pura ou material? 
Se norma pura, questão certa, aplicação imediata, inclusive aos processos em andamento, deve-se utilizar a regra de 
aplicação da lei penal no tempo expressa no art. 2º do CPP. 
Se norma mista, questão errada, pois deve-se utilizar a regra de aplicação da lei penal no tempo, ou seja, a lei mais 
benéfica. 
Veja que não houve preocupação com essa definição, o que demonstra que o examinador se refere à lei pura. 
2- Norma processual penal material: o examinador deverá deixar claro que se trata de norma material, ou 
citando expressamente “norma material”,” mista”,” heterotópica” etc., ou trazendo um “caso” que deixe 
claro a presença de tal norma, conforme exemplos: 
CESPE - Del Pol (PC PE)/PC PE/2016 
Julgue o item acerca do processo penal e formas de procedimento, aplicação da lei processual no tempo. 
16- Lei processual nova de conteúdo material, também denominada híbrida ou mista, deverá ser aplicada de 
acordo com os princípios de temporalidade da lei penal, e não com o princípio do efeito imediato, 
consagrado no direito processual penal pátrio. 
 
Certo 
 
CESPE - DP PE/DPE PE/2015 
Acerca de aspectos diversos do processo penal brasileiro, o próximo item apresenta uma situação hipotética, 
seguida de uma assertiva a ser julgada. 
17. Alberto e Adriano foram presos em flagrante delito. O juiz que analisou a prisão em flagrante concedeu a 
Alberto a liberdade provisória mediante o recolhimento de fiança arbitrada em um salário mínimo. Quanto a 
Adriano, foi-lhe decretada a prisão preventiva. Antes que o autuado Alberto recolhesse o valor da fiança e 
 
1 NUCCI, Guilherme de Souza, Manual de Processo Penal e Execução Penal – Editora RT, 2014. 
 
13 
 
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Operacional que a DP impetrasse habeas corpus em favor de Adriano, entrou em vigor lei processual penal nova mais 
gravosa, que tratou tanto da fiança quanto da prisão preventiva. Nessa situação, a lei processual penal nova 
que tratou da fiança aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da 
lei anterior. Entretanto, à prisão preventiva aplicar-se-ão os dispositivos que forem mais favoráveis ao 
interessado. 
 
Errado 
 
 Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento 
dos princípios gerais de direito. 
O legislador nem sempre é claro em suasproposições ao elaborar uma lei, ele pode utilizar conceitos imprecisos, 
expressões vagas, obscuras, dúbias, contraditórias e incompletas. Além do mais, a evolução pode, por vezes, mudar 
a função social da norma, requerendo mutação em sua aplicação e interpretação para se adequar a uma nova 
realidade. Não se trata de criação de norma ou simples preenchimento de lacuna somente, a Interpretação é o 
mecanismo utilizado pelo operador do direito, através do qual é feita a avaliação de um dispositivo legal, visando 
atingir a intenção que estava presente no momento de sua criação, ou que se busca no momento social da 
aplicação, estabelecendo a sua verdade real. 
A possibilidade de interpretação da lei processual penal é ampla, já que o art. 3º prevê que a lei processual penal 
admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito. 
Sendo assim, em Processo Penal, qualquer forma de interpretação é válida. Sendo a extensiva a forma mais ampla 
de interpretar, é logico que será possível também outras formas como, restritiva, analógica, teleológica-sistemática. 
 
18. CESPE - TJ (TJ CE)/TJ CE/Judiciária/2014 
Lei processual penal 
 a) não admite interpretação sistemática. 
 b) não admite aplicação analógica. 
 c) não admite o suplemento dos princípios gerais de direito. 
 d) não deve ser interpretada sempre restritivamente. 
 e) não admite interpretação extensiva. 
 
Gab.: d 
 
No que concerne à integração da norma, a possibilidade a aplicação analógica é expressa. Quando tratar-se de 
norma meramente processual, é possível a analogia, inclusive in malam partem. 
 
CESPE – 2013 -Policial Rodoviário Federal 
No que concerne às disposições preliminares do Código de Processo Penal (CPP), ao inquérito policial e à 
ação penal, julgue o próximo item. 
19. Tratando-se de lei processual penal, não se admite, salvo para beneficiar o réu, a aplicação analógica. 
 
Errado 
 
A possibilidade de suplemento da norma pelos princípios gerais de direito, visa adequar a aplicação, permitindo uma 
interpretação da norma mais de acordo com as necessidades sociais da época da aplicação. 
Serve de exemplo o art. 155 do CPP. 
 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não 
podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, 
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 
Se levarmos em consideração ipsis litteris, chegaríamos a conclusão que o juiz não poderia absolver com 
base no Inquérito Policial. Porem, com base no princípio In dubio pro Reo fica claro que, havendo dúvida, 
 
14 
 
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Operacional deve-se absolver, mesmo que tal decisão seja lastreada exclusivamente nos elementos informativos colhidos 
na investigação, ressalvadas. 
Ano: 2013 PC-BA Escrivão de Polícia 
20. A presunção de inocência da pessoa presa em flagrante delito, ainda que pela prática de crime inafiançável e 
hediondo, é razão, em regra, para que ela permaneça em liberdade. 
 
Certa 
 
DO INQUÉRITO POLICIAL 
Procedimento administrativo investigativo, pré-processual e preparatório da ação penal. 
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições 
e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. (Redação dada pela Lei nº 9.043, de 9.5.1995) 
Titularidade 
1) Instituição: Polícia judiciária; 
✓Polícia Civil (PC): polícia judiciária dos estados membros, subordinadas ao Governador. 
✓Polícia Federal (PF): polícia judiciária da União, subordinada ao Presidente da República. 
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação 
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
I - polícia federal; 
II - polícia rodoviária federal; 
III - polícia ferroviária federal; 
IV - polícias civis; 
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. 
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado 
em carreira, destina-se a:" (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da 
União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha 
repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; 
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo 
da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; 
II - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) 
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. 
(...) 
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, 
as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. 
 
2) Autoridade: presidido por delegado de polícia de carreira. 
Lei 12830 
Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são de 
natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado. 
§ 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação criminal por 
meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das 
circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais. 
 § 2º Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia, informações, 
documentos e dados que interessem à apuração dos fatos. 
§ 3º (VETADO). 
§ 4o O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou 
redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas 
hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia 
da investigação. 
§ 5º A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato fundamentado. 
 
15 
 
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Operacional § 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-
jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias. 
Art. 3º O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito, devendo-lhe ser dispensado o mesmo 
tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério Público e 
os advogados. 
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Regras para definição da titularidade (atribuição) 
(1) Competência da justiça para julgar o crime 
Se o crime é de competência da Justiça Federal, a regra é que tal crime seja investigado pela PF. Se o crime é de 
competência da justiça estadual, a regra é que seja a PC a responsável pela investigação. 
(2) Territorial 
Em regra, o território em que se consuma o crime define quem irá investigá-lo, desde que respeitadas as regras de 
competência para julgar o crime, se federal ou estadual. 
Existe a possibilidade de o crime ser investigado pela autoridade policial responsável pelo território onde ocorreram 
os atos executórios nos crimes tentados e no homicídio doloso. 
(3) Material 
É um critério subsidiário que auxilia na organização da instituiçãopolicial. 
Por exemplo: delegacia da mulher, delegacia de furtos e roubos, delegacia de repreensão a entorpecentes, delegacia 
de homicídios e proteção à pessoa humana, delegacia antissequestro, etc. 
Finalidade 
Auxiliar o titular da ação penal (Ministério Público – crimes de ação pública – ou ofendido – crimes de ação privada) 
na formação de sua opinio delicti (justa causa para a ação penal), que se configura em: 
(1) Provas da existência do crime; 
(2) Indícios suficientes de autoria. 
 
Fornecer subsídios ao Juiz para decidir acerca do deferimento de medidas cautelares. 
 
Valor probatório/Produto do IP 
Regra: Valor relativo 
Produto: 
Regra: elementos de informação 
Exceções: provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
CPP 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não 
podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, 
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
(...) 
Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhice, inspirar receio de 
que ao tempo da instrução criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das 
partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento. 
 
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por 
lei seja cometida a mesma função. 
 A investigação criminal é atividade mais ampla que o Inquérito Policial. Assim, apesar de o Inquérito Policial ser 
desenvolvido exclusivamente no âmbito das polícias judiciárias, a atividade investigatória não é exclusiva das 
mesmas. 
Nada impede que o particular interessado busque esses elementos de informação sobre determinada infração 
penal, desde que não viole direitos e garantias individuais, e também desde que não cometa ilegalidades. No 
entanto, como regra, o Estado deve se responsabilizar pela obtenção dessas informações, que poderá ocorrer das 
seguintes formas: 
✓ Policial: Inquérito Policial 
✓ Parlamentar: CPI 
 
16 
 
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Operacional ✓ Militar: IPM 
✓ Ministerial: Inquérito presidido pelo Ministério Público (Súmula 714, STF) 
✓ Processo administrativo. 
 
CESPE - 2013 
A respeito do inquérito policial e da ação penal, julgue o item seguinte. 
1. A participação de membro do MP na fase investigatória criminal não acarreta seu impedimento ou suspeição 
para o oferecimento da denúncia. 
 
 
CESPE - AL (CAM DEP)/CAM DEP/Área XXII/Consultor Legislativo/2014 
Julgue o seguinte item, relativo ao mandado de segurança em matéria penal, à investigação criminal, ao 
Ministério Público, ao processo referente a ilícitos de improbidade administrativa, ao processo dos crimes de 
lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, à sentença e à proteção de acusados ou condenados 
colaboradores. 
2. Tanto o STJ quanto o STF entendem que a competência exclusiva da polícia judiciária para presidir o 
inquérito policial não impede que o Ministério Público promova diligências investigatórias para obter 
elementos de prova indispensáveis ao oferecimento de denúncia. 
 
 
 Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
 I - de ofício; 
Para os crimes de ação penal pública Incondicionada. 
 II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou 
de quem tiver qualidade para representá-lo. 
As requisições da autoridade judiciária ou do Ministério Público são exceções à discricionariedade, já que, salvo 
manifesta ilegalidade, o Delegado de Polícia se vê obrigado a instaurar o inquérito policial. 
Sendo crimes de ação penal incondicionada, qualquer pessoa pode requerer à autoridade policial a instauração de o 
inquérito policial. 
 § 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível: 
 a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; 
 b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de 
ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; 
 c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. 
 § 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de 
Polícia. 
Recurso administrativo ao superior hierárquico do delegado que nega a abertura. 
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública 
poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das 
informações, mandará instaurar inquérito. 
 
Delatio criminis 
✓ Qualificada: com identificação de quem comunica; 
✓ Apócrifa ou inqualificada (denúncia anônima): sem identificação do noticiante. 
Atenção: segundo STF, somente é possível o início de investigação se houver outras informações além da 
denúncia anônima, devendo a instauração do IP ocorrer apenas se forem encontrados outros indícios da 
ocorrência do crime, o que significa dizer que não poderá haver abertura de IP exclusivamente fundado em 
denúncia anônima. 
 
CESPE - 2013 
No que se refere ao inquérito policial, assinale a opção correta. 
 
17 
 
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Operacional 3. Conforme o STF, considerando-se a vedação constitucional ao anonimato, não é possível a instauração de 
inquérito policial com base unicamente em delação anônima, dada a ausência de elementos idôneos sobre a 
existência da infração penal. 
 
 
Atenção que, em regra, a denúncia anônima não poderá servir de base, sozinha, para abertura 
de inquérito policial, salvo quando constituírem, elas próprias, o corpo de delito. 
 
CESPE – 2016 - PC-PE 
A respeito do inquérito policial, julgue o item, tendo como referência a doutrina majoritária e o entendimento dos 
tribunais superiores. 
4. Em consonância com o dispositivo constitucional que trata da vedação ao anonimato, é vedada a 
instauração de inquérito policial com base unicamente em denúncia anônima, salvo quando constituírem, 
elas próprias, o corpo de delito. 
 
 
Classificação da delatio criminis 
Guilherme de Souza Nucci denomina esse tipo de notitia criminis de “delatio criminis”. A delatio criminis pode ser 
classificada como simples – aquela que simplesmente informa a ocorrência de uma infração penal – ou postulatória 
– aquela que, além de informar, solicita a abertura de procedimento investigatório. 
Prisão em flagrante 
A prisão em flagrante e denominada notitia criminis de cognição coercitiva, pois, em regra, obriga o início do 
inquérito policial. 
Investigações não controladas pela polícia 
1. Juiz: pelo tribunal competente para julgar; 
2. Ministério Público: pelo próprio MP 
3. Autoridades com prerrogativa de foro: pelo tribunal competente para julgar. 
 
Infração de menos potencial ofensivo 
De regra, tratando-se de infrações penais de menor potencial ofensivo, é dispensável a instauração de IP pela 
autoridade policial competente, cabendo, no entanto, o relato circunstanciado dos fatos em termo próprio e o seu 
encaminhamento imediato ao juizado com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames 
periciais necessários. 
 
CESPE - Delegado de Polícia Federal/2002 
No item subsequente, é apresentada uma situação hipotética relativa ao inquérito policial, seguida de uma 
assertiva a ser julgada. 
5. A autoridade policial federal recebeu uma delatio criminis contra um magistrado federal, imputando-lhe a 
prática de crime de corrupção passiva. Nessa situação, em face do requerimento da vítima, a autoridadepolicial deverá instaurar inquérito policial e, após relatá-lo com a conclusão das investigações, encaminhar 
os autos ao Tribunal Regional Federal (TRF). 
 
 
CESPE - PT (PM CE)/PM CE/2014 
Acerca da prisão, do inquérito policial (IP) e da ação penal, julgue o item que se segue. 
6. De regra, tratando-se de infrações penais de menor potencial ofensivo, é dispensável a instauração de IP 
pela autoridade policial competente, cabendo, no entanto, o relato circunstanciado dos fatos em termo 
próprio e o seu encaminhamento imediato ao juizado com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as 
requisições dos exames periciais necessários. 
 
 § 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser 
iniciado. 
 
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Operacional 
Para início da persecutio criminis, deve haver manifestação de vontade da vítima ou que tiver qualidade para 
substituí-la ou sucedê-la. 
 
 § 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento 
de quem tenha qualidade para intentá-la. 
 
Para início da persecutio criminis, deve haver requerimento da vítima ou que tiver qualidade para substituí-la ou 
sucedê-la. 
 
 Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: 
 I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a 
chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) (Vide Lei nº 5.970, de 1973) 
 II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; (Redação 
dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) 
 III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; 
 IV - ouvir o ofendido; 
 V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste 
Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; 
 VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; 
 VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; 
 VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua 
folha de antecedentes; 
 IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição 
econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos 
que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter. 
 X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o 
nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído 
pela Lei nº 13.257, de 2016) 
 Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade 
policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem 
pública. 
 
CESPE - APF/PF/2014 
Com relação a crimes contra a pessoa, contra o patrimônio e contra a administração pública, julgue o item 
que se segue. 
7. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal, a autoridade policial deverá determinar, se for 
caso, a realização das perícias que se mostrarem necessárias e proceder a acareações. 
 
 
 Art. 8o Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro. 
 Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, 
neste caso, rubricadas pela autoridade. 
Característica do inquérito policial: escrito. 
 
Indiciamento 
O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica 
do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias. 
O indiciamento deve ser feito durante o inquérito, não sendo possível, em regra, depois de iniciado o processo. 
 Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou 
estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de 
prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 
 
 
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Operacional Federal: 
1) Réu preso: 15 dias, prorrogáveis por uma vez por 15 dias, sendo a prorrogação devidamente autorizada por juiz, 
pressupondo requerimento da autoridade policias; 
2) Réu solto: segue a regra geral do CPP, ou seja: 30 dias, prorrogáveis por igual período, quando houver autorização 
judicial, pressupondo requerimento da autoridade policial em casos de difícil elucidação. 
 
LEI Nº 5.010, DE 30 DE MAIO DE 1966 
Art. 66. O prazo para conclusão do inquérito policial será de quinze dias, quando o indiciado estiver preso, podendo 
ser prorrogado por mais quinze dias, a pedido, devidamente fundamentado, da autoridade policial e deferido pelo 
Juiz a que competir o conhecimento do processo. 
 
Especiais: 
Crimes contra economia popular 1521/51 - Art. 10: 10 dias; 
Art. 10. Terá forma sumária, nos termos do Capítulo V, Título II, Livro II, do Código de Processo Penal, o processo 
das contravenções e dos crimes contra a economia popular, não submetidos ao julgamento pelo júri. (Vide 
Decreto-lei nº 2.848, de 1940) 
 
 § 1º. Os atos policiais (inquérito ou processo iniciado por portaria) deverão terminar no prazo de 10 (dez) dias. 
 
Lei de tóxicos, 11343/06: 
✓ Réu preso: 30 dias, duplicados por juiz de direito, ouvido o MP; 
✓ Réu solto: 90 dias, duplicados por juiz de direito, ouvido o MP. 
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 
(noventa) dias, quando solto. 
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, 
mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária. 
Contagem do prazo (entendimento doutrinário) 
✓ Réu preso: O dia do começo inclui-se, exclui-se o último. 
Código Penal 
 Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário 
comum. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
✓ Réu solto: O dia do começo exclui-se, inclui-se o último. 
Art. 798... 
 § 1o Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento. 
§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente. 
 
Destinatário do inquérito policial, segundo interesse. 
✓ Mediato: juiz; 
✓ Imediato: Ministério Público 
 
A conclusão do inquérito policial é precedida de relatório final, no qual é descrito todo o procedimento adotado no 
curso da investigação para esclarecer a autoria e a materialidade, indicando formalmente o indiciamento, quando 
for possível. 
Quando houver ausência desse relatório e de indiciamento formal do investigado, em regra, não resultará em 
prejuízos para persecução penal, não podendo o juiz ou órgão do Ministério Público determinar o retorno da 
investigação à autoridade para concretizá-los, já que constitui mera irregularidade funcional a ser apurada na esfera 
disciplinar. 
 
 
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Operacional § 2º No relatório poderá a autoridadeindicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar 
onde possam ser encontradas. 
 § 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a 
devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz. 
 Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos 
do inquérito. 
 Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. 
 Atividades complementares 
 Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: 
 I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos; 
 II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público; 
 III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias; 
 IV - representar acerca da prisão preventiva. 
Requisição, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações 
cadastrais da vítima ou de suspeitos. 
 Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148 (Seqüestro e cárcere privado), 149 (Redução a condição análoga 
à de escravo) e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código 
Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do 
Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de 
empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos. (Incluído pela Lei 
nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
 
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: (Incluído 
pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
I - o nome da autoridade requisitante; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
II - o número do inquérito policial; e (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação. (Incluído pela Lei nº 
13.344, de 2016) (Vigência) 
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do 
Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas 
prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos 
adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito 
em curso. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
§ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura, setorização e 
intensidade de radiofrequência. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
§ 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de autorização 
judicial, conforme disposto em lei; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a 30 (trinta) dias, 
renovável por uma única vez, por igual período; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de ordem judicial. 
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
§ 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72 (setenta 
e duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) 
(Vigência) 
§ 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitará às 
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os 
meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos 
suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação ao juiz. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) 
(Vigência) 
 Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será 
realizada, ou não, a juízo da autoridade. 
Característica: discricionariedade. 
 
21 
 
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Operacional Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial. 
 Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para 
novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. 
 Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. 
Característica: indisponível 
 Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a 
denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. 
 
Arquivamento: interrupção da persecutio criminis; 
1) Requerido pelo MP ao juiz; 
2) Arquivado pelo juiz, se concordar. 
De acordo com a jurisprudência do STF, é vedado ao juiz requisitar novas diligências probatórias caso o MP 
tenha-se manifestado pelo arquivamento do feito. 
 
Se o juiz discordar: 
1) Não poderá pedir novas diligências; 
2) Deve seguir o que preconiza o art. 28 do CPP. 
 
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito 
policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, 
fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará 
outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará 
o juiz obrigado a atender. 
 
CESPE - 2014 
8. De acordo com a jurisprudência do STF, é vedado ao juiz requisitar novas diligências probatórias caso o MP 
tenha-se manifestado pelo arquivamento do feito. 
 
CESPE 3013 
9. O juiz pode requisitar de ofício novas diligências probatórias a despeito de manifestação do promotor de 
justiça pelo arquivamento do inquérito policial. 
 
Efeitos do arquivamento: 
1) Coisa julgada formal: Se o arquivamento ocorrer por falta de base para denúncia, gera coisa julgada formal 
(equipara-se a sentença penal absolutória recorrível), permitindo o desarquivamento em caso de surgimento 
de novas provas; 
2) Coisa julgada material: Se o arquivamento ocorrer por atipicidade do fato, gera coisa julgada material 
(equipara-se a sentença absolutória penal irrecorrível), impedindo o desarquivamento em caso de 
surgimento de novas provas; 
 
Fique atento: 
1) O arquivamento do inquérito policial embasado no princípio da insignificância faz coisa julgada material, o 
que impede seu desarquivamento diante do surgimento de novas provas. 
2) Caso o MP requeira o arquivamento de IP com fundamento na atipicidade do fato, a decisão que determinar 
o arquivamento com base nesse fundamento, ainda que seja emanada de juiz absolutamente incompetente, 
impedirá a instauração de processo que tenha por objeto o mesmo episódio. 
 
Desarquivamento: oferecimento da denúncia. 
 
Arquivamento originário 
Competência originária 
Não há, para o Poder Judiciário, a quem recorrer. 
 
 
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Operacional Arquivamento implícito 
(1) Subjetivo: exclusão de réu sem especificar situação de quem ficou de fora. 
(2) Objetivo: exclusão de algumas infrações. Sem se manifestar sobre as infrações que ficaram de fora. 
Não aceito pela jurisprudência. 
 
Arquivamento indireto 
Questionamento sobre competência do juízo não aceita pelo magistrado. 
 
Arquivamento provisório 
Ausência da vítima no JECrim nos casos de crimes de menor potencial ofensivo de ação pública incondicionada a 
representação. 
 
Trancamento ou correção de IP 
✓ Diferente de arquivamento; 
✓ Abuso da autoridade policial 
✓ Possível contra o indiciamento 
✓ Meio: Habeas Corpus 
 
 Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo 
competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao 
requerente, se o pedir, mediante traslado. 
 Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo 
interesse da sociedade. 
 
Característica: sigilo 
Exceção à regra da publicidade dos atos administrativos estabelecida pela Constituição, o Inquérito policial deve 
ser sigiloso. 
✓ O sigilo não atinge o: 
• Juiz 
• Ministério Público; e 
• Advogado. 
 
Lei 8906 (Estatuto da OAB) 
Art. 7º São direitos do advogado: 
XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de 
flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, 
podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital; 
§ 11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá delimitar o acesso do advogado aos 
elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, quando 
houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências. Sigilo Natural 
 
✓ Da natureza do procedimento. 
CPP 
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da 
sociedade. 
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de 
Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os 
dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado. 
 
✓ Sigilo judicial 
Decretado pelo juiz. 
 
23 
 
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Operacional Constituição Federal 
Art. 5º 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse 
social o exigirem; 
 
 Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial não 
poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes. 
(Redação dada pela Lei nº 12.681, de 2012) 
 
Princípio da Presunção de inocência. 
 
 Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será 
permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. 
 Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho 
fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, 
em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 
4.215, de 27 de abril de 1963) (Redação dada pela Lei nº 5.010, de 30.5.1966) 
 
Majoritariamente, a doutrina entende não ter sido recepcionado pela Constituição Federal de 88 o art. 21 do 
CPP. 
 
CESPE 2015 
Questão 33: CESPE - AJ TRE RS/TRE RS/Judiciária/2015 
10. A incomunicabilidade do indiciado somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a 
conveniência da investigação o exigir. 
 
 
 Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, a 
autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências 
em circunscrição de outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até 
que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra 
circunscrição. 
 Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao 
Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido 
distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado. 
 
Características do Inquérito Policial 
1. Inquisitividade 
Ausência de contraditório e ampla defesa; 
2. Sigilosidade; 
3. Escrito; 
4. Indisponível; 
5. Dispensável; 
6. Discricionário; 
7. Autoritariedade; 
8. Oficialidade; 
9. Ofiosidade; 
10. Imparcial. 
 
CESPE - TJ (TJ CE)/TJ CE/Judiciária/2014 
11. Uma autoridade policial instaurou inquérito policial de ofício para a apuração de crime de ação penal 
pública. Depois de concluído o inquérito, os autos foram remetidos ao juiz competente e, em seguida, ao 
Ministério Público. O promotor de justiça requereu a devolução do inquérito à autoridade policial para a 
 
24 
 
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Operacional realização de novas diligências imprescindíveis ao oferecimento da denúncia, o que foi deferido pelo juiz. De 
posse novamente dos autos, a autoridade policial entendeu que não havia mais nenhuma diligência a ser 
feita e determinou o arquivamento dos autos de inquérito. 
Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta. 
 a) O Ministério Público agiu incorretamente, já que deveria ter oferecido a denúncia de imediato, 
após a conclusão do inquérito pela autoridade policial. 
 b) A autoridade policial agiu incorretamente, haja vista que não pode instaurar inquérito policial de 
ofício para apuração de crime de ação penal pública. 
 c) A autoridade policial agiu corretamente ao arquivar o inquérito policial, uma vez que não havia 
mais nenhuma diligência a ser realizada. 
 d) O juiz agiu incorretamente, visto que não poderia ter deferido a devolução do inquérito já 
concluído à autoridade policial. 
 e) A autoridade policial agiu incorretamente, dado que não poderia ter determinado o 
arquivamento do inquérito policial. 
 
CESPE - TJ (TJ CE)/TJ CE/Judiciária/2014 
12. No que diz respeito ao inquérito policial, assinale a opção correta. 
a) Se tratando de crimes de ação penal pública condicionada, o inquérito policial poderá ser iniciado 
de ofício pela autoridade policial sem a representação do ofendido, necessária apenas para dar início 
à ação penal. 
 b) Tratando-se de crimes de ação penal privada, o inquérito policial poderá ser iniciado mediante 
requisição do Ministério Público ou da autoridade judiciária. 
 c) O indiciado pode requerer à autoridade policial qualquer diligência que julgue necessária. 
 d) A autoridade policial deve nomear curador ao indiciar menor de 18 anos de idade. 
 e) Nos crimes de ação penal pública, o inquérito policial somente poderá ser iniciado de ofício pela 
autoridade policial. 
 
Gabarito: 
1 Certo 
2 Certo 
3 Certo 
4 Certo 
5 Errado 
6 Certo 
7 Certo 
8 Certo 
9 Errado 
10 Errado 
11 E 
12 C

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