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Aula 00
Filosofia do Direito p/ OAB 1ª Fase - com videoaulas
Professor: Ricardo Torques
FILOSOFIA DO DIREITO - XXII EXAME DA OAB 
teoria e questões 
Aula 00 - Prof. Ricardo Torques 
 
 
Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 36 
 
 
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SUMÁRIO 
Filosofia do Direito na Prova da OAB ........................................................................ 2 
Cronograma de Aulas ............................................................................................. 4 
Metodologia do Curso ............................................................................................. 5 
Apresentação Pessoal ............................................................................................. 6 
1 - Considerações Iniciais ....................................................................................... 8 
2 ± Introdução à Filosofia do Direito......................................................................... 8 
2.1 - Conceito .................................................................................................... 8 
2.2 - Filosofia versus Ciência ............................................................................... 8 
2.3 - Filosofia do Direito .....................................................................................10 
2.4 - Função da Filosofia do Direito .....................................................................12 
3 ± Interpretação Jurídica ......................................................................................13 
3.1 - Classificação das espécies de interpretação...................................................16 
3.2 - Interpretação do Direito .............................................................................22 
4 - Lista das Questões de Aula ...............................................................................33 
5 - Considerações Finais ........................................................................................36 
 
 
 
FILOSOFIA DO DIREITO - XXII EXAME DA OAB 
teoria e questões 
Aula 00 - Prof. Ricardo Torques 
 
 
Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 36 
 
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FILOSOFIA DO DIREITO NA PROVA DA OAB 
Iniciamos hoje o nosso Curso de Filosofia do Direito para o XXII Exame 
da OAB, voltado para a prova objetiva, a ser realizada pela FGV na data 
provável de março de 2017. 
É hora de iniciar os estudos para a prova vindoura! 
O Exame da OAB é composto por duas provas. A 1ª fase possui 80 questões 
objetivas de múltipla escolha, com quatro alternativas (A, B, C, D), dos 
mais variados conteúdos jurídicos estudados na graduação. 
Atualmente, essas questões estão distribuídas entre as seguintes 
disciplinas: Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito do 
Trabalho, Direito Penal, Direito Civil, Direito Empresarial, Direito do 
Trabalho, Direito Internacional Público, Direito Processual (Civil, Penal e do 
Trabalho), Direitos Humanos, Código do Consumidor, Estatuto da Criança e 
do Adolescente, Direito Ambiental, Direito Internacional, Filosofia do 
Direito, Estatuto da Advocacia, Regulamento Geral da OAB e Código de 
Ética e Disciplina da OAB. 
Em meio a esse emaranhado de matérias, a disciplina passou a ser exigida 
no IX Exame. Desde então, houve duas questões em cada exame, com 
abordagem da temática. Desse modo, dada a exigência da OAB e a 
tendência que se estabeleceu, acreditamos na cobrança de duas questões, 
que corresponde a 2,5% da prova objetiva. 
Analisamos todas as provas realizadas pela FGV, desde 2010, e, 
estatisticamente, obtivemos: 
 
O que nós faremos aqui é justamente nos preparar para acertar essas 
duas questões. 
O problema é que, se folhearmos os editais anteriores, não encontraremos 
a ementa de Filosofia do Direito. Não há especificação de quais assuntos 
0
0,5
1
1,5
2
2,5
ECA
FILOSOFIA DO DIREITO - XXII EXAME DA OAB 
teoria e questões 
Aula 00 - Prof. Ricardo Torques 
 
 
Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 36 
 
pertinentes à disciplina poderão ser objeto de cobrança em prova. 
Diferentemente de disciplinas como Direito Constitucional ou como Direito 
Civil, há mera referência à matéria, muito embora o conteúdo seja vasto e 
multidisciplinar. 
Assim, como estudar 2,5% da prova sem perder de vista a 
quantidade disciplinas e demais conteúdos? Vale a pena dedicar-
se ao estudo de Filosofia do Direito? 
Vale a pena sim! Desde que façamos um estudo, com foco nos assuntos já 
cobrados. Ao analisar as provas anteriores, identificamos alguns assuntos 
que são exigidos com frequência nas provas, tais como métodos de 
interpretação, pensamento de Aristóteles, Kant e Kelsen. 
Com tal análise, temos uma delimitação clara do que o examinador 
provavelmente exigirá na prova. Desse modo, de forma objetiva, com 
esquemas gráficos e resumos, faremos um preparo otimizado e que, 
certamente, contribuirá para o sucesso na primeira fase. 
Nos 20 exames anteriores, a FGV passou pelos seguintes assuntos: 
INTERPRETAÇÃO JURÍDICA 
Métodos de Interpretação 2 
Interpretação Jurídica segundo Hans Kelsen 1 
Interpretação Jurídica segundo Norberto Bobbio 2 
Interpretação Jurídica segundo Ronald Dworkin 1 
TEORIAS DA JUSTIÇA 
Aristóteles 3 
TEÓRICOS FILOSÓFICOS 
Rudolf Von Ihering 1 
Miguel Reale (teoria tridimensional do Direito) 2 
Emmanuel Kant 3 
Norberto Bobbio (Escola da Exegese) 2 
Jeremy Bentham 2 
Gustav Radbruc 1 
Chaïm Perelman 1 
Herbert L. A. Hart 1 
Podemos ou não identificar assuntos que serão estudados? 
São 22 questões em três grupos de assuntos! 
FILOSOFIA DO DIREITO - XXII EXAME DA OAB 
teoria e questões 
Aula 00 - Prof. Ricardo Torques 
 
 
Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 36 
 
 
No Exame XX, cuja prova foi realizada em 24.07, foram cobradas duas 
questões, uma sobre Aristóteles e outra sore Norberto Bobbio. Quem fez o 
nosso curso, ou apenas assistiu a revisão da Semana OAB, gabaritou a 
prova! A prova do XXI Exame ainda não foi realizada, contudo, assim que 
estiver disponível comentaremos detalhadamente para você. 
Em vista das informações que levantamos desenvolveremos um Curso 
objetivo e direto, com base nos assuntos mais cobrados em prova. 
CRONOGRAMA DE AULAS 
O nosso Curso compreenderá um total de quatro aulas, juntamente desta 
aula demonstrativa, distribuídos conforme cronograma abaixo: 
AULA CONTEÚDO DATA 
Aula 00 
Apresentação do Curso, Cronograma de 
Aulas, Introdução à Filosofia e 
Interpretação Jurídica 
Introdução à Filosofia do 
Direito e Interpretação 
Jurídica 
22.11 
Aula 01 
Teorias de Justiça 
Teorias de Justiça 15.12 
Aula 02 
Teorias Filosóficas (parte 01) 
Teorias Filosóficas 17.01 
Aula 03 
Teorias Filosóficas (parte 02) 
Teorias Filosóficas 07.02 
Como vocês podem perceber as aulas são distribuídas para que possamos 
tratar cada um dos assuntos com tranquilidade, transmitindo segurança a 
vocês para um excelente desempenho em prova. 
Eventuais ajustes de cronograma poderão ser realizados por questões 
didáticas e serão sempre informados com antecedência. 
0
2
4
6
8
10
12
Interpretação Jurídica Teorias da Justiça Teóricos Filosóficos
Distribuição dos Conteúdos nos Exames Anteriores
FILOSOFIA DO DIREITO - XXII EXAME DA OAB 
teoria e questões 
Aula 00 - Prof. Ricardo Torques 
 
 
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METODOLOGIADO CURSO 
Vistos esses aspectos iniciais referentes a disciplina no Exame de Ordem, 
vamos tecer algumas observações prévias importantes a respeito do nosso 
Curso. 
PRIMEIRA, como a disciplina e conteúdo são vastos vamos priorizar os 
assuntos mais recorrentes e importantes para a prova. Desse modo, os 
conceitos e informações apresentados serão objetivos e diretos, visando à 
resolução de provas objetivas. 
SEGUNDA, serão utilizados, ao longo do curso, as questões anteriores da 
FGV. Como temos apenas 22 questões, traremos, eventualmente, questões 
elaboradas pela banca em concursos públicos, bem como questões inéditas 
e de outras bancas. Nosso intuito será, sempre, frisar os temas mais 
importantes e que podem aparecer em prova. 
É bom registrar que todas as questões do material serão comentadas 
de forma analítica. Sempre explicaremos o porquê da assertiva estar 
correta ou incorreta. Isso é relevante, pois o aluno poderá analisar cada 
uma delas, perceber eventuais erros de compreensão e revisar os assuntos 
tratados. 
TERCEIRO, os conteúdos desenvolvidos observarão os principais conceitos 
de Filosofia do Direito. 
Esta é a nossa proposta! 
As aulas em .pdf têm por característica essencial a didática. Vamos 
abordar assuntos doutrinários com objetividade, priorizando a clareza, para 
facilitar a absorção. 
Isso, contudo, não significa superficialidade. Pelo contrário, sempre que 
necessário e importante os assuntos serão aprofundados de acordo com 
o nível de exigência das provas anteriores. 
Para tanto, o material será permeado de esquemas, gráficos 
LQIRUPDWLYRV�� UHVXPRV�� ILJXUDV�� WXGR� FRP� R� ILWR� GH� ³FKDPDU�
DWHQomR´� SDUD� RV� FRQWH~GRV� TXH� SRVVXHP� UHOHYkQFLD� SDUD� D�
SURYD�� 6HPSUH� TXH� KRXYHU� XPD� ³corujinha´� QR� PDWHULDO�
redobre a atenção. 
Outro aspecto muito importante dos nossos cursos é a possibilidade de 
contato direto e permanente com o Professor. Temos um fórum de 
dúvidas, por intermédio do qual o aluno poderá manter contato com o 
Professor. Durante o estudo dos materiais, podem surgir dúvidas ou 
dificuldades de compreensão. É direito do aluno e dever do Professor 
atendê-lo. 
Foco, objetividade e didática conduzirão todo o nosso curso. 
FILOSOFIA DO DIREITO - XXII EXAME DA OAB 
teoria e questões 
Aula 00 - Prof. Ricardo Torques 
 
 
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Por fim, nossas aulas seguirão uma estrutura padronizada. Haverá uma 
parte inicial, onde abordaremos os assuntos que serão tratados, 
informações sobre aulas passadas (tais como esclarecimentos, correções 
etc.) e informações sobre o andamento do exame. Em seguida, teremos a 
parte teórica da aula, permeadas por questões. 
Por fim, além da lista de questões apresentadas, faremos o fechamento da 
aula, com sugestões para a revisão e dicas de estudo 
Vejamos a estrutura das aulas: 
 
APRESENTAÇÃO PESSOAL 
Por fim, resta uma breve apresentação pessoal. Meu nome é Ricardo 
Strapasson Torques! Sou graduado em Direito pela Universidade Federal do 
Paraná (UFPR) e pós-graduado em Direito Processual. 
Estou envolvido com concursos públicos há 08 anos, aproximadamente, 
quando ainda na faculdade. Fui aprovado no II Exame da OAB, contudo não 
exerço a advocacia. Dediquei-me aos concursos públicos, sou Professor 
exclusivo do Estratégia Concursos. 
Trabalhei durante três anos aproximadamente como Assessor Jurídico, 
junto à Vara de Infância e Juventude. Ademais, leciono a disciplina de 
Direitos Humanos para os mais variados concursos e, recentemente 
empreendemos o projeto para o exame da OAB. Além disso, no Estratégia 
Concursos, sou professor de Direito Eleitoral, bem como de matérias 
propedêuticas jurídicas, como Filosofia. 
C
A
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A
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A
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C
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R
S
O
Destaque das principais aspectos de cobrança em 
prova.
Utilização de recursos didáticos (esquemas, quadros, 
resumos, gráficos).
Questões comentadas analíticamente.
Material objetivo
Fórum de Dúvidas
‡Observações sobre aulas passadas, eventuais 
ajustes e assuntos a serem estudados
CONSIDERAÇÕES 
INICIAIS
‡Teoria, questões comentadas, esquemas e gráficos 
explicativos, legislação pertinente, doutrina e 
jurisprudência
AULA
‡Dicas e sugestões de estudo e informações sobre 
a próxima aula.
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
FILOSOFIA DO DIREITO - XXII EXAME DA OAB 
teoria e questões 
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Deixarei abaixo meus contatos para quaisquer dúvidas ou sugestões. Será 
um prazer orientá-los da melhor forma possível nesta caminhada que se 
inicia hoje. 
 
rst.estrategia@gmail.com 
 
https://www.facebook.com/oabestrategia/ 
 
 
FILOSOFIA DO DIREITO - XXII EXAME DA OAB 
teoria e questões 
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1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
A aula de hoje será distribuída em duas partes. 
Inicialmente vamos analisar conceitos iniciais da matéria. Embora esse 
assunto não tenha sido objeto de cobrança em provas anteriores da FGV, 
eles são fundamentais para o desenvolvimento do nosso Curso. 
A segunda parte da aula será dedicada à interpretação jurídica, assunto 
frequente em Exames da OAB. 
Assim: 
Boa aula a todos! 
2 Ȃ INTRODUÇÃO À FILOSOFIA DO DIREITO 
2.1 - Conceito 
A Filosofia envolve um trabalho teórico que tem por finalidade refletir e 
questionar o saber instituído, por intermédio de uma perspectiva 
sistemática ou conjunta dos acontecimentos do cotidiano. Ao contrário 
das outras ciências, a Filosofia é um saber universal, livre e crítico sobre 
o mundo, realizado de forma empírica. 
Existem inúmeros campos onde o pensamento filosófico desenvolve. 
Entre eles, destaca-se a metafísica (que estuda o ser em geral, quando 
tenta buscar o que as coisas são), a lógica (estuda as regras do bom 
raciocínio), a moral (tem como objeto todos os aspectos relacionados ao 
agir humano) a histórica (pensa sobre a historicidade do ser humano) entre 
outros ramos. 
2.2 - Filosofia versus Ciência 
Vejamos um esquema interessante trazido de autoria de Ana Flávia Messa1, 
que é fundamental para distinguir Filosofia da Ciência. 
Itens Filosofia Ciência 
 
1 ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Exame da OAB unificado: 1ª fase, 4ª edição, São Paulo: 
Editora Saraiva, 2014, versão digital. 
Introdução a 
Filosfia do Direito
Interpretação 
Jurídica
FILOSOFIA DO DIREITO - XXII EXAME DA OAB 
teoria e questões 
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Objeto 
Visão de conjunto ± relaciona cada 
aspecto com os outros do contexto 
em que está inserido. 
Visão especial ± busca 
fragmentar a realidade com a 
especialização do saber. 
Objetivo 
Indagar as causas remotas ± 
essência dos fenômenos. 
Indagar as causas próximas ± 
estudo com base nos sentidos e 
nas leis. 
Respostas Transitórias. Tendentes a definitivas. 
Característica Questionar a realidade. Estudar a realidade. 
Abrangência 
Tudo o que pode ser alcançado 
com a razão humana. 
Tudo o que pode ser alcançado 
pela experimentação e 
verificação. 
Vamos simular como esse assunto pode ser cobrado em prova: 
 
Questão ± Inédita - 2015 
A Filosofia diferencia-se da ciência, pois: 
a) As respostas às indagações formuladas pela Filosofia são definitivas, ao 
passo que nas ciências, dada a evolução dos estudos, há modificação da 
compreensão. 
b) Ao passo que a Filosofia questionaa realidade, as ciências estudam a 
realidade. 
c) Quanto à abrangência, entende-se que tudo o que pode ser alcançado 
pela experimentação e verificação no estudo filosófico. 
d) A Filosofia procura estudar fragmento da realidade para compreendê-los 
a fundo. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. Ao contrário do afirmado na questão, 
conclui-se que a Filosofia confere respostas transitórias, que variam 
conforme a realidade. As ciências, por sua vez, conduzem a respostas 
definitivas. 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, conforme o quadro 
acima. 
A alternativa C está incorreta. A base da reflexão filosófica é a razão. Já a 
base do pensamento científico é a experimentação e a verificação. 
Por fim, resta incorreta a alternativa D, pois a Filosofia pretende a 
compreensão da realidade em sua forma integral. 
GABARITO: B 
A Filosofia, portanto, constitui a consolidação de ideias, temas, 
questionamentos, métodos e conclusões acerca do pensamento humano 
sobre si e sobre o mundo. 
FILOSOFIA DO DIREITO - XXII EXAME DA OAB 
teoria e questões 
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Para fins de prova... 
 
 
2.3 - Filosofia do Direito 
A Filosofia do Direito pretende explicar o fenômeno jurídico à luz da filosofia. 
6HJXQGR�D�GRXWULQD�D�)LORVRILD�GR�'LUHLWR�p�³D�SUySULD�ILORVRILD�JHUDO�FRP�XP�
REMHWR�HVSHFtILFR´2. 
$�)LORVRILD�FRQVWLWXL� ³R�DPRU�j�VDEHGRULD´��GHVHQYROYHX-se com a cultura 
grega. Busca a Filosofia compreender o fenômeno jurídico inserido na 
realidade e no ser como um todo. 
O Direito é uma parte da realidade. A Filosofia procura compreender essas 
várias partes num único conjunto. 
Assim o conteúdo da Filosofia é explicar a totalidade das coisas, sem 
exclusão das partes que envolvem a realidade. 
O método filosófico de análise da realidade das coisas é a razão. Objetiva-
se encontrar a causa das coisas por intermédio da reflexão. Há aqui a 
superação de explicação da realidade em seres mitológicos ou religiosos 
para explicar a realidade. 
Por exemplo, o contraponto à teoria criacionista, fundamenta-se na razão 
a concepção evolucionista. 
O objetivo da filosofia, por sua vez, está em conhecer e contemplar a 
realidade. 
Em síntese... 
 
 
2 MASCARO, Alysson Leandro. Filosofia do Direito. 4ª Edição, São Paulo: Atlas S/A, 2014, 
p. 10. 
FILOSOFIA
conjunto de ideias, temas, 
questionamentos, métodos e conclusões 
acerca do pensamento humano sobre si e 
sobre o mundo
FILOSOFIA DO DIREITO - XXII EXAME DA OAB 
teoria e questões 
Aula 00 - Prof. Ricardo Torques 
 
 
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A aplicação da Filosofia ao Direito consiste, portanto, em compreender a 
parcela do fenômeno jurídico que contribui para explicar a natureza 
das coisas, por intermédio da razão, com o objetivo de conhecer a 
realidade. 
Nesse contexto, para a Filosofia do Direito, duas questões destacam-se: 
a) o que é o direito. 
b) o que é a justiça. 
Há, ainda, um terceiro questionamento. Contudo, divergem os pensadores 
sobre qual seria essa terceira questão. 
c1) como se dá a concretização histórica das ideias de direito e de 
justiça. 
Essa concepção é defendida por Miguel Reale. 
c2) o que é o método jurídico. 
Essa é a concepção defendida por Coing. Procura-se desvendar os princípios 
e métodos próprios da Ciência do Direito. 
Dessa forma, ao longo dos nossos estudos, iremos nos debruçar sobre esses 
aspectos. Essa análise remeterá, em grande medida, em estudar o 
pensamento de vários autos. Faremos isso por questões didáticas e porque 
os exames anteriores da OAB têm cobrado a síntese de cada pensamento 
filosófico-jurídico. 
Vejamos como esses assuntos podem aparecer no Exame de OAB: 
 
Questão ± Inédita ± 2015 
A Filosofia do Direito procura analisar alguns assuntos que escapam à 
análise da Ciência do Direito. Entre esses assuntos podemos arrolar, exceto: 
a) o estudo do método jurídico. 
b) o conceito de Justiça. 
CONTEÚDO explicar a totalidade das coisas
MÉTODO razão
OBJETIVO conhecer e contemplar a realidade
FILOSOFIA DO DIREITO - XXII EXAME DA OAB 
teoria e questões 
Aula 00 - Prof. Ricardo Torques 
 
 
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c) o conceito de Direito. 
d) o conceito de valor. 
Comentários. 
Conforme vimos acima os conceitos de Justiça, Direito e método jurídico 
são essenciais para o Estudo da Filosofia do Direito. Quanto ao conceito de 
valor, devemos ter em mente que esse conceito é analisado para Filosofia 
em geral e constitui pressuposto para análise do conceito de Direito. 
Logo, a alternativa D é a exceção e o gabarito da questão. 
GABARITO: D 
Assim, devemos memorizar: 
 
 
2.4 - Função da Filosofia do Direito 
Para conhecer os princípios que fundamentam cada uma das concepções de 
direito, temos que recorrer ao estudo da filosofia do direito. Dessa forma, 
a Filosofia do Direito tem uma função fundamentadora. 
É por intermédio da Filosofia é possível conhecer a realidade jurídica e, com 
isso, atingir a finalidade do Direito. Isso porque a filosofia se ocupa de 
conceitos relevantes como justiça, igualdade, bem comum e moralidade. O 
Direito somente se justifica em seus fins se souber utilizar adequadamente 
tais conceitos. 
O conceito de Justiça, por exemplo, não é dado pela lei, pela dogmática 
jurídica, mas pela Filosofia. Uma coisa é afirmar que a regra jurídica está 
de acordo com a lei, outra coisa é afirmar se essa regra está de acordo com 
os critérios de Justiça. Tal estudo cabe à filosofia. 
Outra função da Filosofia do Direito é avaliativa e crítica. Por intermédio 
do pensamento filosófico é possível avaliar os valores subjacentes à regra. 
É possível verificar se a regra posta atender aos preceitos e critérios de 
Justiça. O estudo, por exemplo, do direito natural e teorias da justiça, 
assuntos pertinentes à Filosofia, desempenham função crítica em relação 
ao direito positivo. 
A
S
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 D
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conceito de 
Justiça
conceito de 
Direito
estudo do 
método jurídico
FILOSOFIA DO DIREITO - XXII EXAME DA OAB 
teoria e questões 
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São funções da Filosofia do Direito: 
 
Em face das funções acima, os pensadores concluem que o estudo do 
Direito ficaria incompleto se não passássemos pelo pensamento filosófico. 
Vejamos como esse assunto poderá ser questionado: 
 
Questão ± Inédita ± 2015 
Constitui função da Filosofia do Direito: 
a) função interpretativa 
b) função integrativa 
c) função declarativa 
d) função fundamentadora 
Comentários 
Como visto acima, destacam-se duas funções da Filosofia do Direito: a 
função fundamentadora e a função avaliativa e crítica do fenômeno jurídico. 
Assim, a alternativa D é a correta e gabarito da questão. 
GABARITO: D 
3 Ȃ INTERPRETAÇÃO JURÍDICA 
A interpretação refere-se à escolha dentre vários significados da norma 
jurídica dentro de um conjunto plausível de possibilidades. É uma tarefa 
eminentemente prática, realizada a partir da norma jurídica posta. 
Entende-se, ainda, como a determinação do sentido e alcance das 
expressões jurídicas. 
Interpretação difere de hermenêutica. A interpretação atrela-se à busca do 
sentido do texto jurídico. A hermenêutica, por sua vez, é uma ciência 
que estabelece parâmetros e regras interpretativas para a definiçãodo conteúdo ou do comando normativo. A hermenêutica constitui um 
conjunto de regras e princípios que delimitam um saber teórico. 
De forma didática, para fins de prova, temos... 
 
FUNÇÕES DA 
FILOSOFIA DO 
DIREITO
função 
fundamentadora
função avaliativa e 
crítica
FILOSOFIA DO DIREITO - XXII EXAME DA OAB 
teoria e questões 
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Todas as atividades relacionadas ao mundo do Direito envolvem a 
interpretação. Seja na elaboração de uma norma jurídica (Poder 
Legislativo), na execução de alguma tarefa descrita na norma (Poder 
Executivo) ou na aplicação das regras existentes (Poder Judiciário) 
vislumbra-se o recurso da interpretação. 
O legislador, ao editar um projeto de lei ou ao votar determinado projeto, 
vê-se obrigado interpretar as regras que se discutem para aprovação. O 
administrador toma as regras jurídicas para, dentro da margem de 
legalidade, executar os programas e políticas de governo. O magistrado, ao 
aplicar a regra ao caso concreto, deve verificar se determinada norma 
jurídica adequa-se ao pleito pretendido pela parte autora. 
Assim, a interpretação consiste em atribuir a verdadeira essência das 
palavras, revelando o sentido (finalidade) e alcance (âmbito de incidência). 
Ainda em relação à parte introdutória da matéria é fundamental distinguir 
interpretação de integração. 
A integração jurídica, diferentemente, objetiva preencher lacunas da 
lei, por intermédio dos meios supletivos, tais como a analogia, princípios 
geral do direito, costumes e equidade. 
Logo... 
 
 
Pode-se afirmar que do processo interpretativo conclui-se, eventualmente, 
que há determinada lacuna no texto legal e, por intermédio da integração, 
preenche-se o vazio normativo. 
INTERPRETAÇÃO
busca do 
sentido
HERMENÊUTICA
ciência que 
estuda a 
interpretação
INTERPRETAÇÃO busca o sentido
INTEGRAÇÃO
visa preencher 
lacunas 
legislativas
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A interpretação jurídica envolve um ato de concretização da norma. Dito de 
outra forma, aplicar é tomar a norma abstrata e adequá-la ao caso 
concreto, ou seja, utilizá-la para pacificar um conflito social (Poder 
Judiciário) ou para a execução de um determinado mandamento legislativo 
(Poder Executivo). Assim, para aplicar a norma ao caso concreto, seja pelo 
magistrado, seja pelo administrador, é necessário interpretar a norma. A 
aplicação pressupõe um processo interpretativo para verificar se 
determinada norma amolda-se ao pretendido. O conteúdo da aplicação 
da norma é decisão do magistrado ou do administrador diante da norma 
posta. 
Assim... 
 
Nos ocupamos até aqui de alguns conceitos centrais do estudo da aula e 
hoje, quais sejam: 
 
Esses conceitos são importantes, pois estão intrinsecamente relacionados 
com a interpretação do Direito. Além disso, é possível que questões de 
prova aborde a temática, procurando nos confundir com os conceitos 
apresentados. 
A fim de tenhamos clara a diferenciação, vide o quadro abaixo: 
 
HERMENÊUTICA INTERPRETAÇÃO INTEGRAÇÃO APLICAÇÃO
INTERPRETAÇÃO busca do sentido da norma jurídica
APLICAÇÃO
decisão do 
magistrado ou do 
administrador a 
partir da 
interpretação
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Vistos esses conceitos iniciais, na sequência é importante analisar as 
espécies de interpretação do direito. Essas espécies são estudadas e 
classificadas pela hermenêutica jurídica. 
3.1 - Classificação das espécies de interpretação 
A interpretação pode ser classificada segundo diversos critérios: quanto à 
sua origem, sua natureza e seus resultados. 
Vejamos cada uma dessas espécies de forma objetiva. 
Quanto à origem ou fonte de que emana 
Em relação à origem de que emana, a interpretação poderá ser autêntica, 
doutrinária, judicial ou administrativa. 
A interpretação autêntica é aquela que provêm do próprio poder 
responsável pela edição do ato. Assim, a interpretação legislativa autêntica 
é aquela efetuada pelo próprio legislador, que delimita o sentido e alcance 
da norma jurídica editada. 
Tal instrumento é raro no ordenamento jurídico atual. Parte da doutrina 
entende que a conceituação pelo legislador na norma jurídica é um exemplo 
de interpretação autêntica. Por exemplo, quando a Lei de Improbidade 
Administrativa define no art. 2º o conceito de agente público para a aquela 
lei está, em última análise, efetuando uma forma autêntica de interpretação 
da norma. Trata-se de um instrumento interpretativo pelo qual define-se o 
sentido e alcance de agente. Vejamos: 
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, 
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, 
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, 
cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. 
Outros doutrinadores compreendem que a interpretação autêntica não pode 
ser efetuada no ato de edição da norma. Logo, somente seria autêntica a 
interpretação que fosse construída posteriormente à edição da norma 
jurídica, no sentido de interpretá-la. 
Por fim, é importante registrar que alguns códigos, 
como o Código Civil e o Código Penal, possuem uma 
HERMENÊUTICA
ciência da 
interpretação
normas e 
princípios que 
norteiam a 
intepretação
saber teórico
INTERPRETAÇÃO
busca do sentido 
da norma jurídica
parte da norma 
jurídica
saber prático
INTEGRAÇÃO
técnica de 
preenchimento de 
lacunas na norma 
jurídica
atua na ausência 
na norma
APLICAÇÃO
resultado do 
processo 
interpretativo e 
integrativo, pelo 
qual há o 
enquadramento 
da norma ao caso 
concreto
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parte introdutória denominada de Exposição Motivos. Como se trata de um 
justificativa feita pela comissão encarregada de elaborar o projeto da lei, 
não pode ser considerada como interpretação autêntica. A interpretação 
autêntica pressupõe a edição de lei, com discussão e votação pelo Poder 
Legislativo e, inclusive, posterior sanção/veto presidencial. 
A interpretação doutrinária, como o próprio nome indica, é a realizada 
pelos juristas por intermédio de comentários à legislação ou 
estudos desenvolvidos a partir de determinado ramo jurídico. 
A interpretação judicial é a resultante da jurisprudência, ou seja, o 
conjunto de decisões prolatadas pelos Juízes no exercício decisório. 
Registre-se, por fim, que em regra apenas a interpretação autêntica assume 
caráter vinculante, uma vez que constitui uma lei interpretando outra lei. 
Há de se destacar, entretanto, as decisões do STF em controle concentrado 
de constitucionalidade, que vinculam magistrados à decisão prolatada, bem 
como as Súmulas Vinculantes. 
A interpretação administrativa é aquela que emana da Administração 
Pública por intermédio dos seus órgãos. Esses órgãos poderão editar 
pareceres, despachos, decisões administrativas, portarias com vistas à 
delimitação do alcance e do sentido da norma jurídica. 
É importante destacar que a interpretação administrativa tem o poder de 
vincular internamente as atividades desenvolvidas pelos agentes públicos 
vinculados ao órgão. 
Portanto...A classificação acima não representa maiores dificuldades. Antes de 
prosseguirmos, um questionamento importante: 
Os decretos e regulamentos administrativos constituem normas de 
caráter secundário, que se prestam, em grande medida, a explicitar 
as leis. Nesse viés interpretativo podemos afirmar que tais decretos 
e regulamentos constituem espécie de interpretação autêntica? 
‡realizada pelo próprio órgão que elaborou a 
leiINTERPRETAÇÃO AUTÊNTICA
‡realizada pelos juristasINTERPRETAÇÃO DOUTRINÁRIA
‡extraída do conjunto de decisões judicias
INTERPRETAÇÃO JUDICIAL
‡realizada pela própria AdministraçãoINTERPRETAÇÃO 
ADMINISTRATIVA
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Cuidado, a interpretação autêntica é aquela emitida pelo próprio órgão 
responsável pela edição do ato normativo interpretado. Assim, podemos 
facilmente negar o questionamento. Na realidade, os decretos e 
regulamentos administrativos constituem espécie de interpretação 
administrativa da norma jurídica primária. 
Questão ± CESPE/DPE-TO - Defensor Público - 2013 
Assinale a opção correta com relação à interpretação do direito. 
a) A interpretação autêntica é a que se realiza pelo próprio legislador. 
b) Consoante o sistema da livre pesquisa, o direito só pode ser interpretado 
com base na lei. 
c) A escola de interpretação da teoria pura do direito foi criada por Carlos 
Cossio. 
d) A hermenêutica e a interpretação, conceitos sinônimos, consistem em 
revelar o sentido da norma jurídica. 
e) Segundo a doutrina, toda norma jurídica se ampara em um texto legal 
que lhe é correspondente. 
Comentários 
Ao contrário da questão anterior, a identificação dos erros e da alternativa 
correta nesta questão é fácil. Vejamos: 
A alternativa A é a correta e gabarito da questão. Como vimos, a 
interpretação autêntica provêm do próprio poder responsável pela edição 
do ato, logo, efetuada pelo próprio legislador. 
A alternativa B está incorreta, pois o sistema da livre pesquisa, como o 
próprio nome indica, não indicar estar vinculado à lei. Se está vinculado, 
QmR�VHULD�XP�PpWRGR�GH�³OLYUH�SHVTXLVD´��(P�WHUPRV�VtPSOHV��R�PpWRGR�GD�
livre pesquisa permite ao aplicador do direito buscar a interpretação da 
norma não apenas na vontade histórica do legislador, mas em outros 
fatores e circunstâncias. 
A alterantiva C está incorreta. A teoria pura do direito foi criada or Hans 
Kelsen! 
A alterantiva D está incorreta. Vejamos o quadro diferenciador abaixo: 
A alternativa E está incorreta. Embora naõ tratado diretamente esse 
assunto em aula, podemos refutar a alterantiva com o seguinte raciocínio: 
existem princípios implícitos ao sistema. Esses princípios, que constituem 
espécie de normas jurídicas, naõ estão amparados no texto legal e, mesmo 
assim, são normas jurídicas. 
GABARITO: A 
Sigamos! 
Quanto à natureza 
Quanto à natureza a interpretação poderá ser literal (ou gramatical), lógica, 
sistemática, histórica ou teleológica. Tal como a classificação anterior, será 
facilmente assimilável por nós. 
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A interpretação literal é aquela que preza pelo exame do significado 
e alcance das palavras que compõem o texto normativo. Dito de outra 
forma, a interpretação literal baseia-se na norma jurídica e tem por objetivo 
compreender gramaticalmente cada uma das palavras do legislador. 
A interpretação lógica analisa a conexão de uma expressão do texto 
com o contexto da norma para obter a interpretação. 
Pela interpretação lógica busca-se descobrir o sentido e o alcance de 
expressões do Direito sem o auxílio de nenhum elemento exterior. Volta-se 
para análise apenas da legislação e do contexto no qual está inserida a 
norma jurídica. 
A interpretação sistemática analisa a regra jurídica dentro das 
demais regras do sistema, cotejando-a com os princípios constantes 
do sistema jurídico. 
Qual a diferenciação, portanto, entre a interpretação lógica e a 
interpretação sistemática? 
Pela interpretação sistemática, ao contrário da lógica, a análise não se volta 
exclusivamente para a norma. Ela leva em consideração o conjunto de 
norma que compõem determinado sistema jurídico. A interpretação lógica 
é interna à norma, busca-se analisar as demais regras daquela norma para 
de descobrir o significado e alcance da norma jurídica. Na interpretação 
sistemática, além de se considerar a lógica interna da norma, leva-se sem 
consideração as demais normas do sistema, inclusive seus princípios 
explícitos e implícitos. 
A interpretação histórica é aquela que questiona as condições 
presentes à época da edição da norma jurídica e qual o sentido 
impingido naquele momento. Leva em consideração, ainda, as causas 
que levaram o legislador editar determinada norma jurídica. 
A interpretação histórica volta-se para o passado, para o tempo em que a 
norma foi editada. 
A interpretação teleológica, por seu turno, reporta-se ao fim que a 
norma jurídica tenciona servir ou tutelar. 
Para fins de prova... 
 
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Quanto aos efeitos ou resultados 
Nessa classificação a interpretação poderá ser dividida em extensiva, 
restritiva ou declarativa. 
A interpretação extensiva é aquela na qual se busca conferir ao texto 
interpretado um sentido e alcance mais amplo do que indicam os 
termos da lei. 
Afirma-se, na doutrina, que nesse caso o legislador escreveu menos do que 
queria dizer, razão pela qual a interpretação extensiva faz-se necessária 
para garantir a correta aplicação ao caso concreto. 
Em razão da natureza jurídica da norma, que estabelece padrões gerais e 
abstratos de conduta, não é possível abranger todas as situações 
específicas vividas em sociedade. Em razão disso, a norma acaba por 
funcionar como uma espécie de gênero, de padrão, a sem aplicado ao caso 
concreto. Nem sempre essa regra amolda-se certeiramente à situação 
concreta, de modo que a interpretação extensiva faz-se necessário. 
Pensemos, por exemplo, nas situações nas quais o legislador, ao exprimir 
seu pensamento, formula para um caso singular um conceito que deve valer 
para toda uma categoria ou usar um elemento que designa espécie, quando 
queria aludir ao gênero. 
Tal interpretação justifica a extensão trazida pela doutrina à expressão 
cônjuge, para agregar o termo companheiro. 
A interpretação restritiva assume o caminho inverso. Ao invés de ampliar 
o âmbito de aplicação, entende-se que o legislador disse mais do que 
realmente pretendia afirma. Desse modo, o intérprete age no sentido de 
restringir o conteúdo da norma infirmada. 
Já para a interpretação declarativa (ou segundo alguns especificadora) 
a função do intérprete limita-se a declarar o especificar o pensamento 
expresso na norma jurídica sem qualquer pretensão extensiva ou restritiva. 
Em síntese... 
‡busca interpretar de acordo com a palavras do 
texto normativoINTERPRETAÇÃO LITERAL 
‡busca interpretar de acordo com as demais 
regras do textoINTERPRETAÇÃO LÓGICA
‡busca interpretar tendo em vista as demais 
regras do sistema, inclusive princípios
INTERPRETAÇÃO 
SISTEMÁTICA
‡busca interpretar levando em consideração as 
condições presentes a época da edição da normaINTERPRETAÇÃO HISTÓRICA
‡busca interpretar levando em consideração a 
finalidade da norma
INTERPRETAÇÃO 
TELEOLÓGICA
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Com isso finalizamos a classificação tradicional das espécies interpretativas 
e fechamos a primeira parte da nossa aula. Prestamo-nos a analisar os 
³PpWRGRV�H�WpFQLFDV�GH�LQWHUSUHWDomR´��(VVH�WySLFR�p�VLPSOHV�H�GLUHWR��WDO�
como apresentado. 
Na sequência passamos a uma parte mais interessante. Vamos analisar as 
críticas formuladas a esses métodos de interpretação. À época em que 
foram editados, esses métodos foram pensados para superarem uns aos 
outros. A ideia foi encontrar um modelo ideal. Fatalmente, nenhum desses 
métodos é ideal e pode ser aplicado de forma isolada. A comunhão entre 
todos eles, do mesmo modo, torna o processo interpretativo amplo em 
demasia e difícil de ser executado pelo aplicador do direito. 
Em face disso, surgiram críticas e propostas para repensar o processo de 
interpretação das normas jurídicas. São essas críticas e as novas propostas 
formuladas pelos estudiosos da Filosofia do Direito que passamos a estudar. 
Questão - OAB/FGV - X Exame de Ordem - 2013 
A hermenêutica aplicada ao direito formula diversos modos de interpretação 
das leis. A interpretação que leva em consideração principalmente os 
objetivos para os quais um diploma legal foi criado é chamada de 
a) interpretação restritiva, por levar em conta apenas os objetivos da lei, 
ignorando sua estrutura gramatical. 
b) interpretação extensiva, por aumentar o conteúdo de significado das 
sentenças com seus objetivos historicamente determinados. 
c) interpretação autêntica, pois apenas as finalidades da lei podem dar 
autenticidade à interpretação. 
d) interpretação teleológica, pois o sentido da lei deve ser considerado à luz 
de seus objetivos. 
Comentários 
Como estudamos agora a pouco, a interpretação teleológica é aquela que 
busca interpretar levando em consideração a finalidade da norma, os seus 
‡busca conferir ao texto sentido e alcance mais 
amplo do que indicam os termos da leiINTERPRETAÇÃO EXTENSIVA
‡busca conferir ao texto sentido e alcance 
menos amplo do que indicam os termos da leiINTERPRETAÇÃO 
RESTRITIVA
‡busca conferir ao texto o exato sentido e 
alcance que indicam os termos da leiINTERPRETAÇÃO 
DECLARATIVA
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objetivos últimos. Dessa forma, a alternativa D está correta e é o gabarito 
da questão. 
Gabarito: D 
3.2 - Interpretação do Direito 
Como afirmamos, esse tema é, no estudo do Direito, um assunto retirado 
da Filosofia. Foram construídas diversas concepções de interpretação 
jurídica que se vinculam a determinados conceitos de natureza filosófica. 
A classificação e espécies que estudamos acima são denominadas de 
³PHWRGRORJLD�WUDGLFLRQDO�GD�LQWHUSUHWDomR�MXUtGLFD´�� 
Lógica Dedutiva 
Essa concepção tradicional vincula-se ao Estado de Direito. A máxima 
desse modelo de Estado é o princípio da segurança jurídica, cuja principal 
fonte jurígena é a lei. A prescrição de um determinado Direito no bojo de 
um Código confere segurança à pessoa tutelada. 
Historicamente, são apontados dois eventos fundamentais para o 
desenvolvimento da metodologia tradicional. 
 
A Revolução Francesa foi um movimento social e político que derrubou o 
Antigo Regime, de caráter absolutista, e abriu caminho para a edificação de 
uma sociedade fundada sob o primado da lei. Esse movimento consagrou 
duas formas relevantes de concepção do Direito. 
A primeira delas foi a noção de direitos individuais, que surgiu em 
oposição ao arbítrio do monarca absolutista. Ao Estado foi atribuída a função 
de zelar pela observância das leis. 
A segunda concepção marcante é a de que apenas o Poder Legislativo ± 
legitimamente escolhido pelo povo ± poderá editar normas. Aqui 
destaca-se a ideia de soberania popular. O povo é livre porque 
autonomamente escolheu representantes para que legislem em nome dele. 
Por consequência dessa concepção, viola-se a prerrogativa até então do 
monarca absolutista de editar normas ao seu alvedrio, e institui-se o 
princípio da separação dos poderes. 
Portanto, a segurança jurídica pela prescrição de Direito, que somente 
poderia ser instituída pelo Poder Legislativo, em respeito à separação dos 
BASES DA 
METODOLOGIA 
TRADICIONAL
Revolução Francesa Lógica científica moderna
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poderes, especificou a tarefa dos operadores do Direito. O Poder Judiciário, 
nesse contexto, torna-se um simples revelador da norma jurídica. 
O Poder Judiciário, na execução de suas atividades principais, não 
poderá, de modo algum, criar direitos. Poderá apenas revelar norma 
jurídica a ser aplicada no caso concreto. Por isso, afirma-se que o 
magistrado é um ³ERFD�GD�OHL´. 
Paralelamente à Revolução Francesa, a base da metodologia tradicional é 
firmada na lógica científica moderna. O desenvolvimento das ciências, 
notadamente do Iluminismo para frente, conferiu enorme destaque à física 
e à química. A sociedade passou a crer que apenas o conhecimento 
científico era capaz de chegar ao conhecimento verdadeiro. 
Essa concepção, a princípio pensada para as ciências exatas, passou a ser 
cogitada nas ciências humanas. Houve, portanto, uma influência do 
pensamento científico no Direito. O exemplo mais claro dessa influência 
é o positivismo jurídico, que objetivou retirar todo e qualquer sentido 
valorativo ou subjetivo da compreensão jurídica. 
A sentença judicial, nesse contexto, foi pensada como o resultado de uma 
operação lógica dedutiva, uma atividade mecânica na qual o aplicador do 
direito deve procurar no sistema jurídico a solução para o caso concreto por 
intermédio da subsunção. 
Assim, segundo o positivismo jurídico, o jurista vale-se de uma lógica 
formal ou dedutiva. Para identificar qual norma aplica-se ao caso concreto 
deve-se executar uma operação denominada de silogismo. 
Vejamos... 
 
Assim, compete ao aplicador do Direito desvendar na lei (premissa 
maior) a solução do caso concreto (premissa menor) e declará-la 
por sentença (conclusão). Essa operação silogística não traz qualquer 
inovação, pois o resultado na sentença, em realidade, encontra-se 
estabelecida na premissa menor, compete ao aplicador do Direito apenas 
identificá-la. 
Ilustrativamente, temos... 
 
LEI premissa maior
CASO 
CONCRETO
premissa 
menor
SENTENÇA conclusão
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PREMISSA MAIOR 
(conjunto de leis) 
FILTRO 
(atuação do operador do Direito) 
À estrutura acima denomina-VH� ³OyJLFD� GHGXWLYD´�� 7DO� SHQVDPHQWR é 
aplicável, de acordo com os pensadores, tanto para o positivismo, como 
para o jusnaturalismo. Embora essas correntes seja divergentes em vários 
aspectos, aplicam a lógica da dedução no Direito. A diferença do positivismo 
em relação ao jusnaturalismo, é que nesta teoria o Direito é deduzido da 
natureza do homem ou dos axiomas da razão pura. 
$SHQDV�SDUD�GHL[DU�FODUR��RV�³D[LRPDV�GD�UD]mR�SXUD´�VmR�Pi[LPDV�JHUDLV�
de conduta moral. São exemplos expressões como: 
 
Assim... 
 
Paralelamente à lógica dedutiva, é fundamental analisar outra teoria 
importante, relativa à interpretação do Direito: o formalismo. 
PREMISSA MENOR
(norma aplicada ao caso concreto)
LEIC
LEI B
LEI A
cada um deve 
reparar o dano 
causado
as promessas 
devem ser 
cumpridas
deve-se dar a cada 
um o que é seu
A LÓGICA DEDUTIVA DO DIREITO APLICA-SE
Ao positivismo
pelo qual o Direito é deduzido da norma 
jurídica posta.
Ao jusnaturalismo
pelo qual o Direito é deduzido da 
natureza do homem ou dos axiomas da 
razão pura
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Formalismo e a Jurisprudência dos Conceitos 
Essa concepção foi desenvolvida por Savigny, para quem a ciência do 
direito deveria tomar o caminho de um sistema lógico no estilo de 
uma pirâmide de conceitos. Esses sistema de conceitos seria organizado 
segundo rígidas regras de lógica formal, que permitiria interpretar as 
regras a partir de um padrão pré-determinado. 
Em razão da precisão que se pretendia impor na interpretação, afirmou o 
doutrinador que essa doutrina permitia tornar o Direito uma ciência. 
Logo... 
 
 
Nesse contexto, para a interpretação do Direito pressupõe-se a aplicação 
conjunta de uma série de regras interpretativas. Essas regras devem ser 
aplicadas de forma ordenada a fim de permitir a correta compreensão. 
Como já estudamos essas regras em capítulo anterior neste material, 
vejamos a ordem com que tais métodos interpretativos se apresentam. 
 
A gramatical representa o início de toda interpretação, como forma de 
compreender o pensamento do legislador, segundo as regras gramaticais 
de morfologia e sintaxe da norma. 
A interpretação lógica, por sua vez, indica a relação lógica entre as partes 
e os elementos do discurso. 
A histórica objetiva interpretar segundo o conjunto de circunstâncias que 
marcam a génese de uma norma jurídica. 
Por fim, a interpretação sistemática leva em consideração não apenas as 
regras jurídicas da norma interpretada, mas todo o sistema jurídico, 
hierarquicamente organizado. Por exemplo, para a interpretação do Código 
JURISPRUDÊNCIA DOS 
CONCEITOS (FORMALISMO 
JURÍDICO)
A ciência do Direito deve ser 
estruturado um rígido sistema 
lógico no estilo de uma pirâmide 
de conceitos ordenados.
1º - interpretação gramatical
2º - interpretação lógica
3º - interpretação histórica
4º - interpretação sistemática
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Civil é fundamental compreender as regras fundantes estabelecidas na 
Constituição Federal. 
Esses quatro métodos de interpretação conjugados resultavam ± segundo 
o pensamento de Savigny ± a vontade do legislador. 
Importante registrar que não falamos durante a organização dos métodos 
de interpretação em interpretação restritiva e extensiva. Essas espécies não 
foram consideradas porque rejeitadas pelos formalistas. Acreditava-se que 
a interpretação consiste em descobrir o verdadeiro sentido da lei, sem 
qualquer modificação, inovação. Ao aplicador do Direito compete a tarefa 
de declarar, de reconhecer a norma jurídica. 
Assim, a interpretação que restringisse o âmbito de aplicação da lei 
(interpretação restritiva) ou a lei que ampliasse o âmbito de aplicação 
(interpretação ampliativa) extrapola o real sentido do processo 
interpretativo. 
Logo... 
 
Crítica à lógica dedutiva e à jurisprudência dos conceitos 
As duas teorias que estudamos acima afirmam que o Direito é uma ciência. 
E com base nessa premissa desenvolvem métodos interpretativos fixos e 
rígidos. Essa compreensão do Direito foi muito criticada, pois não atendia 
satisfatoriamente às necessidades vivida pela sociedade e, em 
determinadas situações, implicava em conclusões contraditórias e 
inaceitáveis. 
Com o tempo construiu-se o argumento de que o Direito não é nunca 
poderá ser científico, fundado em premissas fixas e absolutas, 
dedutíveis e racionais. 
De forma didática, podemos identificar vários fatores que legavam ao 
fracasso da Lógica Dedutiva e ao Formalismo. 
1º Fator 
As expressões jurídicas possuem uma certa margem de incerteza e 
de indeterminação. Pensemos, por exemplo, em expressões como 
³-XVWLoD´�� ³OLEHUGDGH´� RX� ³LJXDOGDGH´�� 6mR� FRQFHLWRV� TXH� JXDUGDP� Ferta 
variabilidade. 
NA JURISPRUDÊNCIA DOS 
CONCEITOS
interpretação restritiva
interpretação ampliativa
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Para o conhecimento lógico-dedutivo, toda e qualquer incerteza deve ser 
UHWLUDGD�GH�GLVFXVVmR��&RJLWDU�R�GLUHLWR�VHP�D�DQiOLVH�GR�TXH�p�³-XVWLoD´��
³LJXDOGDGH´�H�³OLEHUGDGH´�p�LQDFHLWiYHO� 
Argumenta-se, portanto, que a lógica dedutiva é importante para a 
compreensão do Direito, mas não pode ser considerada como a única fonte 
interpretativa, porque incompleta e insuficiente. 
2º Fator 
Na lógica-dedutiva não há espaço para a valoração, instrumento 
fundamental do Direito, que se caracteriza como uma ciência normativa, 
que estabelece prescrições do dever ser. 
Vamos construir um exemplo tradicional: 
Na entrada de um restaurante à beira-PDU�FRQVWD��³3URLELGR�LQJUHVVDU�QR�
HVWDEHOHFLPHQWR�FRP�WUDMH�GH�EDQKR´��3RU�LQWHUPpGLR�GH�XPD�LQWHUSUHWDomR�
puramente lógico-dedutiva, poder-se-ia argumentar que quem entrasse nu 
naquele local não infringiu a norma. 
&RQWXGR��VDEHPRV�TXH�D�³LQWHQomR´�GDTXHOD�IUDVH�p�SHUPLWLU�TXH�DV�SHVVRDV�
ingressem vestidas. Como sabemos disso? Chegamos a essa conclusão 
pela valoração. Ao se questionar qual a finalidade da norma, concluímos 
facilmente que o objetivo pretendido. 
3º Fator 
Também é apontado como fator para o fracasso das correntes 
interpretativas tradicionais a reação irracionalista, que destacam a 
irrealidade e ineficácia das leis. 
Nesse contexto teórico, destaca-se a obra de Jhering, segundo para quem 
a teoria calcada nos conceitos jurídicos (jurisprudência dos interesses ou 
formalismo) não é capaz de estruturar todo o pensamento jurídico. De 
acordo com o autor, toda norma possui uma finalidade bem delimitada. Isso 
significa dizer que toda norma jurídica possui um fim social (ou função 
social), destacando a interpretação teleológica do Direito. 
Juntamente com Jhering desenvolveram-se duas outras teorias: 
JURISPRUDÊNCIA DOS 
INTERESSES 
Compreende o Direito como um sistema resultante 
da disputa entre interesses materiais, nacionais, 
éticos e religiosos existentes na comunidade 
jurídica. 
ESCOLA LIVRE DO 
DIREITO LIVRE 
A aplicação do direito é resultado da intuição e da 
emoção do operador, bem como das pressões que 
o julgador sofre no ambiente do qual faz parte. 
Portanto, podemos destacar três correntes do pensamento denominadas de 
irrealistas: 
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4º Fator 
O último fato que levou ao fracasso da teoria lógico-dedutiva e do 
formalismo é apontado como a descrença de que a capacidade humana 
é capaz de conhecer. Significa dizer que a compreensão, conhecimento e 
julgamento humanos estão sujeito a diversas limitações, denominadas de 
³GLILFXOGDGHV�GR�MXt]R´� 
Por exemplo, existem valores, experiências de vida, toda interpretação 
possui limites, com certa vagueza e, por vezes, controversa. Desse modo, 
pelo dato de o conhecimento humano ser incompleto e carregado de 
incertezas é impossível se cogitar que os métodos tradicionais atendam 
plenamente à finalidade. 
Para a prova...As críticas acima demonstram apontam várias falhas e problemas 
relacionados com o método da lógica-dedutiva. Na sequência, vamos 
analisar os métodos interpretativos que surgiram em superação ao método 
tradicional. 
Métodos contemporâneo 
Vimos, no início desta aula, a diferenciação entre interpretação e 
hermenêutica. Sem necessidade de retomar o estudo da hermenêutica, é 
CORRENTES 
IRREALISTAS
Escola da Função 
Social
Jurisprudência 
dos Interesses
Escola do Direito 
Livre
‡As expressões jurídicas possuem uma certa margem de incerteza e de
indeterminação.
‡Na lógica-dedutiva não há espaço para a valoração.
‡Surgimento de correntes que pregam a irrealidade e a ineficácia das leis.
‡A descrença de que a capacidade humana é capaz de conhecer
FATORES APONTADOS PARA O FRACASSO DA 
LÓGICA DEDUTIVA E DO FORMALISMO
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importante destacar que a ciência hermenêutica é fundamental para 
apontar as falhas do método lógico-dedutivo. 
A Hermenêutica Jurídica, ao analisar os problemas relacionados à 
interpretação do Direito, evidenciou as insuficiências das regras 
interpretativas tradicionais e destacou, entre outros: 
ª D�QHFHVVLGDGH�GH�R�'LUHLWR�REVHUYDU�D�³SUi[LV´�GD�YLGD. O Direito decorre 
da vida e das relações humanas, logo deve considerar a existência humana, 
inclusive o sujeito interpreta as normas jurídicas. 
ª o momento histórico e a cultura atual devem ser considerados no 
processo interpretativo. 
ª a interpretação não pode estar atrelada apenas à vontade do legislador, 
GHYH�OHYDU�HP�FRQVLGHUDomR�R�FRQWH[WR��GH�IRUPD�TXH�D�QRUPD�WHUi�³YLGD�
SUySULD´��DPROGDQGR-se à evolução da sociedade. Aqui nós temos o que a 
doutrina denomina de revalorização da interpretação objetiva, segundo a 
qual o texto normativo tem vida própria e não está atrelado apenas à 
vontade do legislador (interpretação subjetiva). 
ª a interpretação reflete uma análise conflituosa que abrange a experiência 
do intérprete, a situação histórica e a consciência social do seu tempo. 
Desse modo, podemos apontar algumas teorias desenvolvidas para 
interpretar o Direito em crítica ao pensamento tradicional. Todas essas 
teorias caracterizam-se por compreender o Direito de forma flexível e 
não como uma ciência rígida, lógica, racional e formalista: 
 
Para finalizar a parte teórica da aula de hoje vejamos cada das concepções 
contemporâneas de forma objetiva. 
Doutrina objetivista de interpretação do Direito 
Compreende que a lei possui um sentido próprio, que independe do autor. 
Em última análise, entende que a norma desvincula-se do legislador 
e atrela-se ao fim atual da lei. 
Acredita-se que essa concepção tem melhores condições de trabalhar com 
problemas gerados por mudanças da sociedade e das condições sociais. 
A crítica que se estabelece em relação à doutrina objetivista é o risco do 
DUEtWULR�MXGLFLDO��1D�PHGLGD�HP�TXH�p�SRVVtYHO�³DGDSWDU´�D�OHL�j�QHFHVVLGDGHV�
da sociedade, o magistrado poderá aplicar a lei da forma que lhe convir. 
Essa realidade propicia enorme poder ao magistrado o que poderá resultar 
em sentenças arbitrárias, sem critérios e segundo a vontade do julgador. 
‡Doutrina objetivista de interpretação do Direito
‡Lógica do Razoável
‡Interpretação segundo a teoria tridimensional do Direito
CONCEPÇÕES INTERPRETATIVAS 
CONTEMPORÂNEAS
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Lógica do Razoável 
Postula pela substituição da ideia de racionaliddade (verdade), 
característica das ciências, para a acepção de razoabilidade, 
sinônimo de equilíbrio, moderação, harmonia. 
A racionalidade é um conceito atrelado à interpretação lógico-dedutiva que, 
como vimos, procura pela interpretação verdadeira. Para os defensores da 
lógica do razoável, deve-se procurar entre soluções possíveis a mais 
razoável ao caso concreto. 
A lógica racional subjacente à teória lógico-dedutiva não leva em 
consideração aspectos teleológicos. Por intermédio de uma relação 
silogística, chega a uma única resposta. Contudo, sabe-se no mundo do 
Direito, por vezes, é possível identificar diversas respostas possíveis à 
mesma situação fática. Cumpre ao intérprete escolher a mais razoável. 
Em face de tal compreensão, conclui-se que as normas jurídicas adquirem 
vida, transformam-se e evoluem conforme o contexto no qual são 
aplicadas. É em razão disso que podemos afirmar que as normas jurídicas 
são pensadas a partir de um caso concreto e não meramente a partir do 
seu conteúdo abstrato. 
Questão ± CESPE/MPE-AC - Promotor de Justiça - 2014 
No que concerne à interpretação do direito e ao método de interpretação 
pela lógica do razoável, assinale a opção correta. 
a) A aplicação do direito pressupõe a utilização do lógos do razoável, uma 
vez que os procedimentos decisórios não obedecem a qualquer tipo de 
predeterminação de seus conteúdos. 
b) Ao considerarem regras e princípios, aspectos pessoais e sociais, 
circunstâncias e finalidades, assim como ao analisarem o direito a ser 
aplicado no caso concreto, os juízes exercem atividade dedutiva. 
c) A segurança jurídica, objetivo superior da legislação, depende mais do 
processo lógico de interpretação das normas jurídicas que dos princípios 
extraídos das normas escritas, considerando-se a roupagem mais ou menos 
apropriada como eles se apresentam. 
d) No que diz respeito aos resultados, a interpretação especificadora emana 
da própria lei ou ato normativo, surgindo do próprio poder que interpreta 
seu ato normativo. 
e) A interpretação lógico-sistemática investiga a finalidade da norma, aquilo 
que se busca servir ou tutelar, ou seja, consiste na investigação do fim ou 
da razão de ser da lei. 
Comentários 
Vejamos cada uma das alternativas. 
A alternativa A é a correta e gabarito da questão. Nós vimos que a teoria 
da lógica do razoável a norma vincula-se à finalidade atual da lei. Se 
SHQVDUPRV�� SRGHPRV� FRQFOXLU� TXH� D� ³ILQDOLGDGH� DWXDO´� YDULD� FRQIRUPH� R�
tempo. Assim, em determinado espaço temporal a finalidade da norma é 
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uma, daqui um tempo é outra. Não há, portanto, um padrão de conteúdo 
pré-determinado em tal método. 
A alternativa B está incorreta. Ao se considerar os aspectos pessoais e 
sociais, circunstanciais e finalidades o juiz está valorando o caso concreto e 
não deduzindo. 
A alternativa C está incorreta. A segurança jurídica é um dos objetivos da 
legislação no método da lógica do razoável. Seria considerada objetivo 
superior apenas na teoria lógico-dedutiva. 
A alternativa D está incorreta. Não falamos propriamente em 
interpretação especificadora. Contudo, segundo analisado na teoria 
formalista (ou jurisprudência dos conceitos) o intérprete limita-se a declarar 
o sentido da norma jurídica, sem cogitar a aplicação do método extensivo 
ou restritivo. Esse conceito, portanto, não é adequado à lógica do razoável. 
Ademais, tal interpretação é meramente declarativa, não há poder 
subjacente à interpretação do ato normativo. 
Por fim, a alternativa E está incorreta. A interpretação lógico-sistemática 
é aquela que relaciona o sentido da norma com o restante da norma 
(lógico), bem como com o restante do sistema (sistemática). Tais 
compreensões diferentes da interpretação axiológica, que visa ao fim ou ao 
objetivo da lei. 
GABARITO: A 
 
Questão ± CESPE/DPE-TO- Defensor Público - 2013 
De acordo com o método de interpretação jurídica desenvolvido por 
Recaséns Siches, o processo de investigação dos fatos, na ordem jurídica 
vigente, assegura maior satisfação e legitimidade na solução e na 
interpretação jurídica. Segundo a jurisprudência, a melhor interpretação do 
direito não se subordina servilmente ao texto legal nem se vale de 
raciocínios artificiais para enquadrar friamente os fatos em conceitos 
prefixados, mas se direciona para a solução justa. Essas definições 
correspondem ao método de interpretação jurídica denominado 
a) lógico-dedutivo. 
b) hipotético-condicional. 
c) lógica do razoável. 
d) modo final de aplicação. 
e) conflito normativo. 
Comentários 
Para responder à questão basta lembrar que o precursor da teoria da lógica 
do razoável foi Siches. 
Em síntese, a teoria postula pela utilização da razoabilidade como forma de 
interpretação, para o direcionamento da solução justa. 
Logo, a alternativa C é a correta e gabarito da questão. 
GABARITO: C 
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Interpretação segundo a teoria tridimensional do Direito 
A teoria tridimensional compreende que o fenômeno jurídico é composto 
por três elementos. 
 
Esses três elementos devem ser considerados para fins de interpretação do 
Direito. A interpretação, de acordo com a teoria tridimensional, é um 
processo de integração dialética que implica ir do fato à norma e da 
norma ao fato, sem desconsiderar os valores subjacentes ao caso 
concreto. 
Questão ± Inédita ± 2015 
Na teoria tridimensional do Direito de Miguel Reale a interpretação no 
Direito deve levar em consideração os seguintes elementos: 
a) fato, valor e norma. 
b) fato, norma e poder. 
c) fato, regras e princípios. 
d) texto legal, valor e poder. 
e) fato, princípios e valor. 
Comentários 
Questão tranquila, mas importante. Sempre que nos referirmos à teoria 
tridimensional do Direito devemos, necessariamente, lembrar de: 
Logo, a alternativa A é a correta e gabarito da questão. 
GABARITO: A 
Em síntese, temos... 
 
ELEMENTOS DO 
FENÔMENO JURÍDICO
fato
normavalor
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4 - LISTA DAS QUESTÕES DE AULA 
Questão ± Inédita - 2015 
A Filosofia diferencia-se da ciência, pois: 
a) As respostas às indagações formuladas pela Filosofia são definitivas, ao 
passo que nas ciências, dada a evolução dos estudos, há modificação da 
compreensão. 
b) Ao passo que a Filosofia questiona a realidade, as ciências estudam a 
realidade. 
c) Quanto à abrangência, entende-se que tudo o que pode ser alcançado 
pela experimentação e verificação no estudo filosófico. 
d) A Filosofia procura estudar fragmento da realidade para compreendê-los 
a fundo. 
GABARITO: B 
 
Questão ± Inédita ± 2015 
A Filosofia do Direito procura analisar alguns assuntos que escapam à 
análise da Ciência do Direito. Entre esses assuntos podemos arrolar, exceto: 
a) o estudo do método jurídico. 
b) o conceito de Justiça. 
c) o conceito de Direito. 
d) o conceito de valor. 
GABARITO: D 
 
Questão ± Inédita ± 2015 
Constitui função da Filosofia do Direito: 
a) função interpretativa 
b) função integrativa 
c) função declarativa 
d) função fundamentadora 
GABARITO: D 
 
DOUTRINA 
OBJETIVISTA DE 
INTERPRETAÇÃO DO 
DIREITO
A norma deve 
desvincula-se do 
legislador e atrela-se ao 
final atual da lei no 
processo de 
interpretação.
LÓGICA DO RAZOÁVEL
Visa à substituição da 
racionalidade (busca 
pelo verdadeiro/falso) 
pela razoabilidade, na 
qual identifica-se entre 
as soluções possíveis, a 
mais razoável.
INTERPRETAÇÃO 
SEGUNDO A TEORIA 
TRIDIMENSIONAL DO 
DIREITO
Busca interpretar o 
direito levando em 
consideração a norma, 
fatos e valores 
subjacentes ao caso 
concreto.
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Questão ± CESPE/DPE-TO - Defensor Público - 2013 
Assinale a opção correta com relação à interpretação do direito. 
a) A interpretação autêntica é a que se realiza pelo próprio legislador. 
b) Consoante o sistema da livre pesquisa, o direito só pode ser interpretado 
com base na lei. 
c) A escola de interpretação da teoria pura do direito foi criada por Carlos 
Cossio. 
d) A hermenêutica e a interpretação, conceitos sinônimos, consistem em 
revelar o sentido da norma jurídica. 
e) Segundo a doutrina, toda norma jurídica se ampara em um texto legal 
que lhe é correspondente. 
Gabarito: A 
 
Questão - OAB/FGV - X Exame de Ordem - 2013 
A hermenêutica aplicada ao direito formula diversos modos de interpretação 
das leis. A interpretação que leva em consideração principalmente os 
objetivos para os quais um diploma legal foi criado é chamada de 
a) interpretação restritiva, por levar em conta apenas os objetivos da lei, 
ignorando sua estrutura gramatical. 
b) interpretação extensiva, por aumentar o conteúdo de significado das 
sentenças com seus objetivos historicamente determinados. 
c) interpretação autêntica, pois apenas as finalidades da lei podem dar 
autenticidade à interpretação. 
d) interpretação teleológica, pois o sentido da lei deve ser considerado à luz 
de seus objetivos. 
Gabarito: D 
 
Questão ± CESPE/MPE-AC - Promotor de Justiça - 2014 
No que concerne à interpretação do direito e ao método de interpretação 
pela lógica do razoável, assinale a opção correta. 
a) A aplicação do direito pressupõe a utilização do lógos do razoável, uma 
vez que os procedimentos decisórios não obedecem a qualquer tipo de 
predeterminação de seus conteúdos. 
b) Ao considerarem regras e princípios, aspectos pessoais e sociais, 
circunstâncias e finalidades, assim como ao analisarem o direito a ser 
aplicado no caso concreto, os juízes exercem atividade dedutiva. 
c) A segurança jurídica, objetivo superior da legislação, depende mais do 
processo lógico de interpretação das normas jurídicas que dos princípios 
extraídos das normas escritas, considerando-se a roupagem mais ou menos 
apropriada como eles se apresentam. 
d) No que diz respeito aos resultados, a interpretação especificadora emana 
da própria lei ou ato normativo, surgindo do próprio poder que interpreta 
seu ato normativo. 
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e) A interpretação lógico-sistemática investiga a finalidade da norma, aquilo 
que se busca servir ou tutelar, ou seja, consiste na investigação do fim ou 
da razão de ser da lei. 
Gabarito: A 
 
Questão ± CESPE/DPE-TO - Defensor Público - 2013 
De acordo com o método de interpretação jurídica desenvolvido por 
Recaséns Siches, o processo de investigação dos fatos, na ordem jurídica 
vigente, assegura maior satisfação e legitimidade na solução e na 
interpretação jurídica. Segundo a jurisprudência, a melhor interpretação do 
direito não se subordina servilmente ao texto legal nem se vale de 
raciocínios artificiais para enquadrar friamente os fatos em conceitos 
prefixados, mas se direciona para a solução justa. Essas definições 
correspondem ao método de interpretação jurídica denominado 
a) lógico-dedutivo. 
b) hipotético-condicional. 
c) lógica do razoável. 
d) modofinal de aplicação. 
e) conflito normativo. 
Gabarito: C 
 
Questão ± Inédita ± 2015 
Na teoria tridimensional do Direito de Miguel Reale a interpretação no 
Direito deve levar em consideração os seguintes elementos: 
a) fato, valor e norma. 
b) fato, norma e poder. 
c) fato, regras e princípios. 
d) texto legal, valor e poder. 
e) fato, princípios e valor. 
Gabarito: A 
 
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5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Chegamos ao final da nossa aula demonstrativa. 
Tratamos: 
Foi um assunto breve e introdutório. Nosso intuito primordial foi demonstrar 
como serão desenvolvidas nossas aulas. 
No próximo encontro vamos dedicar nosso estudo da Teoria da Justiça, 
assunto já exigido pela FGV: 
 
Aguardo vocês em nossa próxima aula! 
Críticas, sugestões ou dúvidas, por favor, nos procurem! Seguem 
novamente os canais de comunicação: 
 
rst.estrategia@gmail.com 
 
https://www.facebook.com/oabestrategia 
 
Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno 
Um forte abraço e bons estudos a todos! 
Ricardo Torques 
 
Introdução a 
Filosfia do Direito
Interpretação 
Jurídica
Teorias da Justiça

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