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Aula 07 emergencia psiquiátrica

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O PACIENTE EM internação psiquiátrica
JÚNIOR PEREIRA
Aula 7 – Parte 1
AGITAÇÃO E AGRESSIVIDADE
É um estado de tensão, de inquietação, de hiperatividade, manifestado por um aumento da psicomotricidade, na qual se vê aumentado o potencial de auto e heteroagressão do sujeito. Estados de agitação e agressividade podem ocorrer secundários a quadros clínicos e psiquiátricos do usuário (CORDEIRO, 2007);
Fatores de risco para a evolução da agitação durante a abordagem do usuário:
Balançar a cabeça;
Ser ansioso;
Ter atitude desconfiada ou hostil;
Proceder com agressões verbais ou físicas;
Fazer gestos ameaçadores;
Andar de um lado para o outro;
Avaliação do Usuário
Em emergências psiquiátricas, a abordagem da agitação e da agressividade não se restringe apenas à tentativa de tranquilização do usuário
Faz-se necessária a coleta da história clínica e psiquiátrica;
cenário de uma emergência psiquiátrica, têm-se menos tempo e pouca privacidade para estas ações e torna-se menor a possibilidade de relatos confiáveis (CORDEIRO, 2007); 
Em casos de comportamento violento, será preciso agir antes mesmo do diagnóstico etiológico;
A entrevista nunca deve adquirir o aspecto rotineiro, pois ela é, de fato, o principal instrumento de trabalho dos profissionais de saúde mental (CORDEIRO, 2007).
Exame Psíquico ou do Estado Mental
Dentre as condutas a serem adotadas pelo enfermeiro está à realização do exame psíquico;
Esta avaliação deve constar da evolução de enfermagem que é o registro feito pelo enfermeiro após avaliação do estado geral do usuário (PORTO, 2004);
Nesse registro devem constar todas as suas observações acerca do usuário e os problemas;
O COREN preconiza que o registro deve ser claro, objetivo, preciso, com letra legível e sem rasuras. Após o registro o enfermeiro deve assiná-lo, colocar nome e carimbo com registro do COREN (BOTEGA, 2006).
Exame Psíquico 
Aspecto geral do usuário;
Consciência: É o estado de estar desperto, acordado, vigil, lúcido. É a dimensão subjetiva da atividade psíquica do sujeito que se volta para a realidade (DALGALARRONDO, 2000); 
Orientação: Enquanto capacidade de situar-se quanto a si mesmo e ao ambiente. Pode ser autopsíquica que é a orientação do individuo em relação a si mesmo (o usuário sabe quem é; como se chama; que idade tem) e alopsíquica que diz respeito à capacidade de orientar-se em relação ao mundo, a hora do dia, o dia da semana, o dia do mês (DALGALARRONDO, 2000).
Atenção: É a capacidade de se concentrar a atividade psíquica durante certo período, numa tarefa ou atividade. Algumas alterações são as hiperprossexia: atenção exacerbada ou a diminuição da atenção hipoprossexia (PORTO, 2004).
Memória: Capacidade de registrar, manter e evocar fatos já ocorridos. Pode referir-se à memória imediata, recente e remota (PORTO, 2004).
Exame Psíquico 
Sensopercepção: Sensação gerada por estímulos físicos, químicos ou biológicos variados, originados fora ou dentro do organismo que produzem alterações nos órgãos receptores. Percepção é a dimensão a transformação de estímulos puramente sensoriais em fenômenos perceptivos conscientes. Algumas alterações: ilusão (percepção deformada de um objeto real), alucinação (percepção sem a presença de objeto estimulante, como vindo de fora do corpo) (DALGALARRONDO, 2000);
Pensamento: É um conjunto de funções integrativas capazes de associar conhecimentos novos e antigos, de integrar os estímulos internos e externos, de analisar, abstrair, sintetizar, bem como criar (PORTO, 2004); 
Linguagem: Algumas alterações são: a afasia, disartria, ecolalia (DALGALARRONDO, 2000); 
Juízo de realidade: Identificar se o juízo falso é um erro simples ou um delírio. Deve-se lembrar que as alterações do juízo de realidade são alterações do pensamento. Descrever as características do delírio como persecutório, bizarrice, grau de convicção (DALGALARRONDO, 2000).
Exame Psíquico 
Vida afetiva: O termo afetividade é genérico, compreendendo várias modalidades de vivências afetivas como o humor, as emoções e os sentimentos. Pode estar normal ou alterado quanto a depressivo, eufórico, irritado, exaltado, ansioso (DALGALARRONDO, 2000).
Psicomotricidade: A vida psíquica do usuário tem a expressão objetiva no conjunto de seus gestos e movimentos, a que se denomina psicomotricidade. Algumas alterações são: estereotipias motoras, maneirismos, lentificação ou aceleração. Se houver agitação psicomotora, tentar caracterizar (maníaca, confusional, paranóides, epilética, etc.) (PORTO, 2004).
Personalidade: Para Bastos (1997) personalidade é um conjunto integrado de traços psíquicos, consistindo no total das características individuais, todos os fatores físicos, biológicos, psíquicos e socioculturais de sua formação, tendências inatas e experiências adquiridas no curso de sua existência. Temos personalidades paranóide, esquizóide, sociopática, impulsiva e outras (DALGALARRONDO, 2000).
Comportamento Suicida
É um ato deliberado de auto-agressão realizado na expectativa de ser fatal (OMS). O suicídio é a morte intencional auto-infligida. Está entre as dez primeiras causas de morte no mundo.
Fatores de risco para suicídio:
Transtornos do humor;
Transtornos mentais e de comportamento decorrente do uso de substâncias psicoativas;
Transtorno de personalidade (borderline);
Esquizofrenia;
Transtorno de ansiedade.
Comportamento Suicida
Sinais de Alto Risco de Suicídio:
História de tentativa suicida anterior
Grau de letalidade do método utilizado nas tentativas suicidas;
Controle deficiente de impulsos;
Uso de álcool e outras drogas;
Ausência de sistemas de apoio social;
Recente perturbação familiar.
Abordagem
Acolher o usuário, promovendo uma escuta qualificada;
Focalizar nos sentimentos da pessoa;
Receber o usuário em um ambiente tranqüilo, acolhedor e seguro;
Obter o máximo de informação possível dos acompanhantes sobre as condições imediatas e mediatas e onde ocorreu à tentativa; 
Trabalhar sobre os sentimentos suicida;
Proteger a vida do usuário e registrar a tentativa no prontuário e no livro de relatório da unidade;
Orientar a família a procurar atendimento em saúde mental (CAPS) após alta do usuário para dar continuidade ao tratamento.
Fatores que contribuem para uma maior proteção do usuário
Existência de suporte familiar, de amigos ou outros;
Vida social satisfatória;
Integração social;
Acesso a serviços de saúde mental;
Ambiente seguro, onde não estejam ao alcance objetos que possam contribuir com o ato suicida, tais como, medicamentos em excesso, material cortante, lençóis, etc.
Transtorno Psicótico
É um termo psiquiátrico genérico que se refere a um estado mental no qual existe uma "perda de contato com a realidade". Ao experienciar um episódio psicótico, um indivíduo pode ter alucinações ou delírios, assim como mudanças de personalidade e pensamento desorganizado. A psicose é classificada em orgânica e funcional (CORDEIRO, 2007).
Psicose orgânica refere-se a uma condição reversível ou não de disfunção mental, que pode ser identificada como um distúrbio da anatomia, fisiologia ou da bioquímica do cérebro.
Psicose funcional refere-se a uma condição de disfunção mental, identificada como esquizofrenia, uma doença afetiva maior, ou outros distúrbios mentais com características psicóticas.
Abordagem
Acolher o usuário, promovendo uma escuta qualificada; 
Focalizar no sentimento da pessoa;
Manter o usuário em ambiente tranqüilo, acolhedor e seguro;
Manter um tom de voz equilibrado sem alteração;
Manter observação contínua;
Orientar a família quanto à necessidade de possível contenção;
Orientar a família a procurar atendimento em saúde mental (CAPS) pós alta para dar continuidade ao tratamento.
Síndromes Depressivas e Maníacas
Segundo levantamento da OMS a depressão maior unipolar afeta cerca de 50 milhões de pessoas no mundo todo;
Os quadros depressivos têm como elemento central o humor triste, entretanto, elas caracterizam-se por uma multiplicidade de sintomas afetivos, instintivos
e neurovegetativos, ideativos e cognitivos, relativos à autovaloração, à volição e à psicomotricidade;
Também podem estar presente sintomas psicóticos e fenômenos biológicos associados (DALGALARRONDO, 2000).
Síndromes Depressivas e Maníacas
Os sintomas mais comuns de depressão em emergência são:
Alterações ideativas:
Ideação negativa, pessimismo em relação a tudo;
Idéias de arrependimento e de culpa;
Ruminações com mágoas antigas;
Idéia de morte, desejo de desaparecer, dormir para sempre;
Ideação, planos ou atos suicidas.
Síndromes Depressivas e Maníacas
Os sintomas mais comuns de depressão em emergência são:
Sintomas psicóticos:
Idéias delirantes de conteúdo negativo;
Delírio de ruína ou miséria;
Delírio de culpa;
Alucinação, geralmente auditiva, com conteúdos depressivos;
Ilusões auditivas ou visuais;
Ideação paranóide.
Transtornos de Humor
O estado emocional interno mais constante de cada pessoa é conhecido como humor. Pessoas sadias possuem ampla faixa de humores e de expressões afetivas e possuem certo controle sobre seus humores e afetos. Os transtornos provocam elevações ou diminuições desse humor (CORDEIRO, 2007).
A principal característica encontrada nos usuários com transtorno de humor são os episódios de:
Mania (aceleração dos processos psíquicos, exaltação do humor, euforia, fuga de idéias, nos casos mais graves, pode haver sintomas psicóticos, com delírios de grandeza, de poder ou persecutórios e até mesmo alucinações);
Hipomania (mania atenuada
Depressão (lentificação dos processos psíquicos, inibição, tristeza, desesperança) e períodos de normalidade ao longo da vida (CORDEIRO, 2007).
Abordagem
Acolher o usuário, promovendo uma escuta qualificada;
Receber o usuário em um ambiente tranqüilo e seguro;
Focalizar nos sentimentos da pessoa;
Questionar sobre ideação, intenção, planejamento ou tentativas de suicídio;
A internação está indicada se houver risco à integridade física para o usuário ou outras pessoas;
Orientar a família a procurar atendimento em saúde mental (CAPS) após alta do usuário para dar continuidade ao tratamento.
Transtornos Dissociativos
Caracterizado por perda parcial ou total da integração entre memória do passado, consciência de identidade e sensações imediatas e controle dos movimentos corporais.
Nesses transtornos, os sintomas mais comumente vistos são: paralisias, sensação de fraqueza, movimentos involuntários, tiques, convulsões e quedas.
Os transtornos dissociativos mais freqüentes são os estupores dissociativo, os motores, as convulsões, a anestesia e perda sensorial dissociativa (CORDEIRO, 2007).
Os transtornos dissociativos/fictícios/de simulação/conversivos fazem parte de um espectro nos quais os sintomas do usuário são falsos, inventados ou muito exagerados, de forma voluntária (no transtorno fictício e simulação) ou como a expressão involuntária de um conflito psicológico (transtorno conversivo ou dissociativo) (CORDEIRO, 2007).
Tipos de Transtornos Dissociativos 
Amnésia Dissociativa: Caracterizada por uma incapacidade de recordar informações pessoais importantes, em geral de natureza traumática ou estressante, demasiadamente extensa para ser explicada pelo esquecimento normal.
Fuga Dissociativa: Caracterizada por uma viagem súbita para longe de casa ou do local habitual de trabalho, acompanhada por uma incapacidade de recordar o próprio passado e confusão acerca da identidade pessoal ou adoção de uma nova identidade.
Transtorno Motor Dissociativo: É a perda total ou parcial da capacidade de mover um membro. Podem manifestar-se como movimentos fracos, lentos ou descoordenados.
Convulsões Dissociativas: Também conhecidas como pseudoconvulsões, ou seja, manifestação convulsiva com eletroencefalograma normal.
Transtorno de Despersonalização-Desrealização: Caracterizado por um sentimento persistente ou recorrente de estar distanciado dos próprios processos mentais ou do próprio corpo, acompanhado por um teste de realidade intacto.
Transtornos Ansiosos
A ansiedade é uma reação normal em situações novas e desconhecidas, ela passa a ser considerada patológica, ou seja, transtorno de ansiedade, quando a reação é desproporcional à situação que a desencadeia, ou quando não existe objeto que a direcione (BOTEGA, 2006).
A ansiedade patológica é um estado emocional, com experiência subjetiva de medo ou outra emoção relacionada, com terror, horror, alarme, pânico. Não havendo risco real.
Ansiedade normal é aquela que se apresenta como reação compreensível a fenômenos vivenciais. Por exemplo, após assalto, morte de ente querido, etc.
Ansiedade patológica é aquela secundária a alguns dos vários transtornos ansiosos como o Transtorno do Pânico, fobias, Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), entre outros.
Transtornos Ansiosos
Nas Fobias Específicas ocorre o medo excessivo de situações particulares ou objetos;
O Transtorno de Ansiedade Generalizada apresenta sintomas variáveis: nervosismo persistente, sensação de estar “no limite”, tremores, tensão e dores musculares, transpiração, sensação de vazio na cabeça, insônia, palpitações, tonturas e desconforto epigástrico (BOTEGA, 2006).
Transtorno do Pânico
O ataque de pânico consiste no aparecimento súbito e extremo de ansiedade e pavor, acompanhados por sinais autônomos, como palpitações, taquicardia, taquipnéia, pressão torácica, tontura, sudorese e tremor, que podem se superpor a sintomas de patologias orgânicas. Os usuários podem apresentar medo intenso de morrer ou de enlouquecer, muitas vezes procurando atendimento de emergência nessas ocasiões (CORDEIRO, 2007).
Pelo menos quatro dos seguintes devem estar presentes:
Aceleração da freqüência cardíaca ou sensação de batimento desconfortável;
Sudorese difusa ou localizada (mãos ou pés);
Tremores finos nas mãos ou extremidades ou difusos em todo o corpo;
Sensação de sufocação ou dificuldade de respirar;
Sensação de desmaio iminente;
Dor ou desconforto no peito (o que leva muitas pessoas a acharem que estão tendo um ataque cardíaco);
Náusea ou desconforto abdominal;
Tonteiras, instabilidade sensação de estar com a cabeça leve, ou vazia;
Despersonalização ou desrealização;
Medo de enlouquecer ou de perder o controle de si mesmo;
Medo de morrer;
Alterações das sensações táteis como sensação de dormências ou formigamento pelo corpo;
Enrubescimento ou ondas de calor, calafrios pelo corpo.
Abordagem
Acolher o usuário, promovendo uma escuta qualificada;
Focalizar nos sentimentos da pessoa;
Receber o usuário em ambiente seguro e tranqüilo;
Não fazer suposições a respeito do que a pessoa com pânico precisa, perguntar a ela;
Nunca dizer que o usuário não tem nada! Se ele não apresenta patologia orgânica evidente, ele deve estar apresentando algum sofrimento emocional;
Obter o máximo de informação possível dos acompanhantes sobre medicação, tratamento anterior, exames;
Proporcionar a quem sofre de pânico a paz necessária para se recuperar;
Procurar ser otimista para com quem tem pânico, procurar aspectos positivos nos problemas;
Não entrar em pânico quando o usuário com pânico tiver um ataque;
Orientar a família a procurar atendimento em saúde mental (CAPS) após alta do usuário para dar continuidade ao tratamento.
Psicose Puerperal
É uma síndrome que ocorre após o parto, caracterizada por grave depressão, com alteração de sintomas afetivos e função motora. A psicose puerperal costuma ter início mais abrupto;
O usuário pode apresentar alucinações, atos irracionais, confusão mental e desorientação espaço-temporal, alterações da memória, delírios, transtornos psicóticos necessitando muitas vezes de intervenção hospitalar por esse motivo, bem como pelo risco de infanticídio (CORDEIRO, 2007).
A maioria dos casos ocorre dois a três dias após o parto;
Pode ter início com queixas de insônia, inquietação e labilidade emocional, evoluindo com confusão, irracionalidade, delírios e preocupações obsessivas em relação à criança;
São característicos os pensamentos de querer lesar o recém
nascido ou a si mesma (CORDEIRO, 2007).
A contenção física ou mecânica pode ser necessária se a gestante estiver oferecendo risco iminente de auto ou heteroagressão e não é capaz de acatar comandos verbais.
Algumas precauções na contenção com a gestante
Evitar deixar a usuária em decúbito dorsal nos segundo e terceiro trimestre da gestação devido à obstrução do retorno venoso e o aparecimento da hipertensão supina;
Tentar a contenção com a gestante em decúbito lateral esquerda, se não for possível, pode-se posiciona-la em decúbito dorsal, com o membro inferior esquerdo elevado por um travesseiro;
Trocas freqüentes de posição ajudam a prevenir a obstrução parcial da veia cava inferior e edemas.
Abordagem
Acolher o usuário, promovendo uma escuta qualificada;
Focalizar nos sentimentos da pessoa;
Receber o usuário em ambiente seguro e tranqüilo;
Obter o máximo de informação possível dos acompanhantes sobre medicação, tratamento anterior, exames;
Não deixar o recém nascido sozinho com a mãe, se houver presença de delírios ou se houver ruminações acerca da saúde da criança;
Orientar a família quanto à necessidade de possível contenção;
Orientar a família a procurar atendimento em saúde mental (CAPS) após alta da usuária para dar continuidade ao tratamento.
Agitação Psicomotora
É acompanhada, em geral, de uma desorganização do psiquismo, comprometendo, inúmeras vezes, a própria capacidade de crítica do usuário;
Entende-se por agitação psicomotora o estado de excitação mental e de atividade motora aumentada;
Os episódios de hiperatividade patológica são frequentemente desorganizados e, às vezes, pode evoluir para comportamento violento;
O usuário nestas circunstâncias pode apresentar alucinações auditivas ou delírios que o conduza a cometer um ato violento contra si mesmo, autolesando-se, ou contra outra pessoa (BOTEGA, 2006); 
Outro aspecto importante é que o usuário que está sendo avaliado por risco de comportamento violento não deve, em nenhuma hipótese, ser deixado desacompanhado de membro da equipe de saúde (mesmo a companhia de familiar não basta);
As mudanças de comportamento nessas condições são abruptas e inesperadas, havendo necessidade de atenção por parte dos membros da equipe (BOTEGA, 2006).
Agitação Psicomotora em Idosos
No idoso, os sintomas de agitação psicomotora podem iniciar-se com ansiedade intensa, humor irritável, insônia, heteroagressividade física e verbal, além de comportamento de recusa de medicamentos, por exemplo. Sua agitação pode ser decorrente de alterações psicorgânicas leves ou processos mais graves, bem como as diferentes formas de delirium (por hematomas subdural, tumores expansivos, quadros infecciosos) (BOTEGA, 2006); 
Alguns cuidados especiais devem ser tomados no manejo do usuário idoso agitado:
Orientação da equipe quanto às peculiaridades do funcionamento psíquico e da evolução do estado mental do idoso;
A contenção física, quando necessária, devera ter cuidados especiais e acompanhada de verificação sistemática dos sinais vitais, cuidado com a pele e articulações.
Emergências Relacionadas ao Uso e Abuso de Álcool e Outras Drogas
Na atualidade são cada vez mais comuns nos serviços de emergência as seguintes situações: intoxicação aguda pelo uso abusivo de álcool e outras drogas, bem como por suas manifestações crônicas (CORDEIRO, 2007).
É comum nestes casos ocorrer, de forma associada, agitação psicomotora, ideação e tentativas de suicídio e homicídio.
Tipos de drogas
As drogas são classificadas de acordo com a ação que exercem sobre o sistema nervoso central. Elas podem ser depressoras, estimulantes, perturbadoras ou, ainda, combinar mais de um efeito (PRONASCI, 2010);
Depressoras: Substâncias que diminuem a atividade cerebral, deixando os estímulos nervosos mais lentos. Fazem parte desse grupo o álcool, os tranqüilizantes (benzodiazepínicos), o ópio (extraído da planta Papoula somniferum) e seus derivados, como a morfina e a heroína (BOTEGA, 2007);  
São efeitos de sua principal ação farmacológica:
Diminuição da capacidade de raciocínio e concentração;
Sensação de calma, relaxamento e sonolência;
Reflexos mais lentos;
Com doses maiores, a pessoa tem sintomas semelhantes à embriaguez, com lentidão nos movimentos.
Estimulantes: Aumentam a atividade cerebral, deixando os estímulos nervosos mais rápidos. Excitam especialmente as áreas sensoriais e motoras. Nesse grupo estão as anfetaminas, a cocaína (produzida das folhas da planta da coca, Erytroxylum coca) e seus derivados, como o cracK (PRONASCI, 2010).
São efeitos comuns por seu uso:
Sensação intensa de euforia e poder;
Estado de excitação;
Hiperatividade;
Falta de apetite;
Taquicardia;
Dilatação de pupila;
Rapidez na fala;
Perda da sensação de cansaço.
O uso desta categoria de drogas amplia o risco de infarto e de acidente vascular cerebral (AVC).
Perturbadoras: São substâncias que fazem o cérebro funcionar de uma maneira diferente, muitas vezes com efeito alucinógeno. Não alteram a velocidade dos estímulos cerebrais, mas causam perturbações na mente do usuário. Inclui-se nesta categoria a maconha, o haxixe (produzidos da planta Cannabis sativa), os solventes orgânicos (como a cola de sapateiro) e o LSD (ácido lisérgico) (PRONASCI, 2010).
São efeitos comuns por seu uso:
Angústia;
Atordoamento;
Ansiedades e medo de perder o autocontrole;
Tremores e sudorese;
Alucinações;
Taquicardia com freqüência acima de 140 bpm;
Estado de exaltação;
Pânico;
Delírios persecutórios;
Dificuldades para urinar;
Dilatação da pupila.
Drogas com efeito misto: Combinam dois ou mais efeitos. A droga mais conhecida desse grupo é o ecstasy, metileno dioxi-metanfetamina (MDMA), que produz uma sensação ao mesmo tempo estimulante e alucinógena (PRONASCI,2010).
Para reconhecer alguém sob efeito destas substâncias, observar: 
Tremores de língua e extremidades;
Taquicardia;
Náuseas e vômitos;
Sudorese;
Agitação psicomotora;
Cefaléia;
Alucinações;
Convulsões.
Abordagem
Na emergência, deve-se promover a estabilização clínica do usuário até sua recuperação.
Primeira abordagem: inicialmente, perguntar sobre qual substância fez uso e em que quantidade. Deve-se então:
Promover ambiente calmo;
Manter o usuário em decúbito lateral, aferir glicemia, verificar sinais vitais;
Remover barreiras quanto ao preconceito;
Praticar empatia;
Oferecer orientação ao usuário e à família quanto aos sintomas, uso correto de medicações.
População em Situação de Rua no Serviço de Urgência Psiquiátrica
Considerando as condições e as características dessa população, observa-se que a adesão ao tratamento psiquiátrico, quando necessário, é baixa e a emergência acaba sendo o serviço de saúde de “referência” para o morador de rua. Na maioria dos casos, o atendimento só ocorre em situações de urgência (CORDEIRO, 2007).
Abordagem
Os usuários trazidos pela polícia, SAMU, bombeiros, geralmente chegam após terem apresentado uma conduta inadequada na rua. Nesse caso, o que podemos fazer é colher todas as informações possíveis com quem trouxe o usuário e as que ele puder fornecer;
O usuário deve ser avaliado quanto a sua integridade física pelo risco de ter sofrido algum tipo de trauma ou agressão; 
É comum observar uma atitude retraída, arredia ou hostil, por parte destes usuários, por seu histórico comum de sujeição a situações de violência. Por isso, é importante externar ao usuário sua intenção de prestar ajuda, e frisar o sigilo quanto ao seu atendimento. Deve-se proceder ao exame psíquico, observando com prioridade ideação suicida.
Promover ambiente calmo, tranqüilo e seguro;
Remover barreiras quanto ao preconceito;
Praticar empatia;
Por ocasião de sua alta, devem-se adotar abordagens motivacionais eficazes, como o objetivo de dar continuidade ao tratamento. Após sua alta, estes usuários podem ser encaminhados ao CAPS para continuidade do tratamento.
Quadros de Emergências Psiquiátricas em Crianças e Adolescentes
O manejo desses casos em emergência
requer cuidados especiais;
É assegurado por Lei que o menor seja acompanhado por seus pais ou responsável legal em qualquer serviço de saúde a que for encaminhado;
Para assegurar a integralidade do cuidado, é importante envolver não só a criança, mas sua família na discussão de seu projeto terapêutico, pactuando as ações terapêuticas definidas; 
Entre os males mais freqüentes estão a deficiência mental, o autismo, a psicose infantil, os transtornos de ansiedade. Observamos, também, aumento da ocorrência do uso de substâncias psicoativas e do suicídio entre adolescentes (TOWNSEND, 1998).
Abordagem
Na entrevista, deve-se ter em mente que é impossível realizar uma análise psiquiátrica da criança sem antes ter noção do seu desenvolvimento. O mais importante:
Promover ambiente calmo, tranqüilo e seguro;
Praticar empatia;
Constituição familiar e história;
Histórico da gestação, nascimento e amamentação;
Aspectos que possam ter ocasionado atraso de desenvolvimento;
Dificuldades no desempenho escolar;
Dificuldades no relacionamento;
Dificuldades no sono;
Dificuldades alimentares;
Alterações de humor (irritabilidade, medo, insegurança, tristeza excessiva);
Alterações do comportamento habitual (isolamento, hiperatividade, agressividade, timidez);
Atraso no desenvolvimento psicomotor;
Dificuldades familiares;
História familiar de transtorno mental;
Dificuldades de controle de esfíncteres.

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