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1 AGENTES ANTIMICROBIANOS Histórico � Paul Ehrlich (1878): quimioterapia, “toxicidade seletiva”. � Alexander Fleming (1928): penicilina (1º) � Domagk (1935): sulfa (análogo de fator de crescimento) �Fleming, Chain e Florey (1945): penicilina em larga escala � Waksman (1952): estreptomicina (Streptomyces griseus). Tratamento da tuberculose. Hoje: 2ª opção. Controle do crescimento microbiano � Agentes físicos (drásticos) � Calor � Radiação � Filtração � Agentes químicos � Uso externo (tóxicos) � Ambientes comerciais e industriais � Ambientes inanimados e superfícies corporais externas � Uso interno: fármacos antimicrobianos � Agente esterilizante � Desinfetante � Anti-séptico � Antibiótico � Drogas sintética semi-sintética T O X I C I D A D E S E L E T I V I D A D E Fármacos antimicrobianos � Naturais � Sintéticos CLASSIFICAÇÃO � Quanto ao microrganismo alvo � Quanto ao espectro de atividade � Quanto à ação �Quanto ao mecanismo de ação 2 CLASSIFICAÇÃO (quanto ao microrganismo alvo) � Antibacterianos � Antifúngicos � Antivirais � Antiprotozoários � Anti-helmintícos CLASSIFICAÇÃO (quanto ao espectro de atividade) � Amplo espectro �Cefalosporinas � Espectro estreito �Penicilina Antibióticos de amplo espectro � Antibióticos que afetam amplamente vários tipos de bactérias gram-positivas ou gram-negativas. Antibióticos de pequeno espectro � Drogas que apresentam um espectro restrito de atividade microbiana, ou alcance restrito de tipos microbianos diferentes que elas podem afetar. CLASSIFICAÇÃO (quanto à ação) � BacteriCIDA: eliminam os microrganismos � BacterioSTÁTICO: inibem ou impedem a multiplicação dos microrganismos 3 Bacteriostático: inibidores de síntese protéica por ligação reversível aos ribossomos. Interfere no crescimento ou replicação do microrganismo, mas não ocorre morte celular. Bactericida: inibidores de replicação por ligação irreversível à DNA girase. Causa morte do microrganismo, mas não há lise celular. Bacteriolítico: inibidores de formação da parede celular. Há indução da morte celular por lise. MECANISMOS DE AÇÃO CLASSIFICAÇÃO (quanto ao mecanismo de ação) 1. Inibidores de síntese de parede celular 2. Inibidores de síntese proteica 3. Inibidores de síntese de ácidos nucleicos 4. Inibidores de síntese de metabólitos essenciais - antimetabólitos 5. Alteração de membrana celular CLASSIFICAÇÃO (quanto ao mecanismo de ação) 1. Inibidores de síntese de parede celular (ex: Penicilina) • Parede celular: peptideoglicano (PPG) • Droga inibe síntese de PPG • Células humanas não possuem parede Fármacos inibidores de síntese de parede celular CLASSIFICAÇÃO (quanto ao mecanismo de ação) 2. Inibidores de síntese proteica (ex: cloranfenicol, eritromicina, estreptomicina, tetraciclinas) • Células • Eucarióticas: ribossomos 80S • Procarióticas: ribossomos 70S 4 Inibidores de síntese proteica CLASSIFICAÇÃO (quanto ao mecanismo de ação) 3. Inibidores de síntese de ácidos nucleicos • Replicação de DNA e transcrição • Utilidade limitada: interferem no metabolismo de DNA e RNA de mamíferos. Fármacos inibidores de síntese de ácido nucleico CLASSIFICAÇÃO (quanto ao mecanismo de ação) 4. Inibidores de síntese de metabólitos essenciais – antimetabólitos • Atividade enzimática do microrganismo pode ser inibida competitivamente por substância (antimetabólito) semelhante ao substrato normal da enzima • Antimetabólito sulfanilamida impede uso do ácido paraminobenzoico (PABA), substrato da produção de ácido fólico Inibição de síntese de metabólitos essenciais - antimetabólitos CLASSIFICAÇÃO (quanto ao mecanismo de ação) 5. Alteração de membrana celular • Mudanças na permeabilidade da membrana plasmática: perda de metabólitos importantes • Antifúngicos: atuam sobre os esteróis. 5 Alteração da membrana citoplasmática AGENTES ANTIMICROBIANOS Penicilina � Mais de 50 antibióticos � Estrutura central comum: anel β- lactâmico. � Produzidas de forma natural ou semissintética. � Impedem a ligação cruzada entre peptideoglicanos, interfererindo na construção das paredes celulares, principalmente de gram-positivas Penicilinas naturais � Extraídas de culturas do bolor Penicillium � Espectro bastante restrito � Droga de escolha no tratamento contra estreptococos, estafilococos e diversas espiroquetas Penicilinas naturais Suscetibilidade alta a penicilinases (β-lactamases) Enzimas produzidas por muitas bactérias (estafilococos), que clivam o anel β- lactâmico da molécula de penicilina. Outras Penicilinas: � Penicilinas semissintéticas: parte da penicilina é produzida pelo bolor e parte é adicionada sinteticamente. � Penicilinas resistentes às penicilinases: meticilina 6 Outras Penicilinas: Penicilinas sintéticas � Penicilinas de espectro estendido: ampicilina e amoxicilina � Penicilina associada a inibidor de β- lactamase: amoxicilina + clavulanato de potássio Cefalosporinas � Núcleo semelhante à penicilina � Inibem síntese de parede � Muito utilizadas � Já existem bactérias resistentes Infecções monomicrobianas Infecções polimicrobianas Agudas Natureza das infecções maxilofaciais Crônicas Associada a biofilmes Bridgeman et al., 1996 Pinto, 2003 A maioria das infecções orofaciais tem origem odontogênica e é essencialmente mista, com o predomínio de microrganismos típicos da cavidade bucal. Young et al., 1985 Rotas de disseminação Hematogênica Linfogênica Extensão direta Bridgeman et al., 1996 7 Princípios do tratamento com antimicrobianos � estabelecer e manter uma via de drenagem do conteúdo séptico � remover a causa da infecção �prover terapia de suporte: repouso, hidratação, antibioticoterapia e nutrição adequada A eliminação do conteúdo purulento e de corpos estranhos constitui etapa essencial do tratamento das infecções orofaciais (Bridgeman et al., 1995).... ....particularmente quando o processo séptico apresenta microbiota predominantemente anaeróbia (Gaetti-Jardim Jr. et al., 1996) Indicações de antimicrobianos como coadjuvantes � pacientes debilitados �manifestações sistêmicas (pirexia, leucocitose, linfoadenopatia) � pericoronarite severa � osteomielite � actinomicose � falha da infecção em responder ao tratamento cirúrgico em 12 horas Brindgeman et al., 1995 Indicações de antimicrobianos como coadjuvantes � sintomatologia aguda, com dor severa ou moderada � trismo moderado ou severo � disfagia, disfonia � edema difuso e celulite e/ou envolvimento dos espaços da face �múltiplos sítios de infecção Brindgeman et al., 1995 � conhecimento básico da patologia a ser tratada e seus agentes causais � extensão e localização da lesão � conhecimento básico da ação da droga sobre a microbiota autóctone do paciente e possíveis efeitos colaterais � resultados laboratoriais � história familiar Fatores que devem ser levados em consideração para a indicação de antimicrobianos Pallasch, 2003 Princípios que devem ser levados em consideração para o uso de antimicrobianos � empregar doses mais elevadas da droga por períodos menores de tempo � empregar doses de ataque �manter níveis sanguíneos elevados (2 a 8 vezes a Concentração Inibitória Mínima - CIM ) � adequar os intervalos de administração das drogas � determinar a duração da terapia em função da remissão da patologia Pallasch, 1993 8 Um antibiótico ou quimioterápico com atividade antimicrobiana deve produzir resposta clínica em 48 a 72 horas, sem o que deve ser substituído. Principais antimicrobianos de uso em Odontologia � β-lactâmicos: penicilinas cefalosporinas carbapenêmicos monobactâmicos� Macrolídeos: eritromicina, espiramicina, azitromicina, claritromicina � Lincosaminas: lincomicina, clindamicina �Tetraciclinas e derivados: tetraciclina, doxiciclina, minociclina. �Nitroimidazóis: metronidazol. �Aminoglicosídeos: gentamicina, amicacina, estreptomicina, tobramicina, neomicina. � Peptídeos: vancomicina. � Fluoroquinolonas:ciprofloxacina, norfloxacina. Principais antimicrobianos de uso em Odontologia Por que usar associações de drogas antimicrobianas? � beneficiar-se do sinergismo antimicrobiano � dificultar a seleção de microrganismos resistentes � ampliar o espectro de ação � reduzir o risco de não atingir algum microrganismo resistente em paciente de risco � reduzir a toxicidade Van der Auwera, 1992 Em função da complementaridade de espectros de ação e relativa segurança de uso, pode-se optar por associações de drogas, como entre os β-lactâmicos e os nitroimidazóis. Essa associação (β-lactâmicos e metronidazol) ainda se mostra eficaz na prevenção da bacteremia pós- operatória. Head et al., 1984 9 A amoxicilina ainda é considerada a droga de escolha para o tratamento das infecções orofaciais agudas, particularmente na ausência de uso prévio de drogas β-lactâmicas. Gill & Scully, 1988 Ranta et al, 1988 Gill & Scully, 1990 Gaetti-Jardim Jr., 2001 A resistência aos beta-lactâmicos se dá, principalmente pela produção de enzimas inativadoras (β-lactamases), sugerindo a necessidade de associação com inibidores específicos. Gill & Scully, 1988 Ranta et al, 1988 Gill & Scully, 1990 Gaetti-Jardim Jr., 2001 Antibioticoterapia profilática Fatores que devem ser considerados na prevenção da endocardite séptica � história médica do paciente � idade � tipo de microrganismo � tipo de defeito cardíaco � intensidade da bacteremia Gaetti-Jardim Jr., 2002 Indicações do uso de antibioticoterapia profilática em Odontologia � prevenção de endocardite infecciosa subaguda � pacientes portadores de discrasias sanguíneas Archer, 1975 � pacientes com história de síndrome nefrótica � pacientes com mecanismos de defesa diminuídos: - anemia aplástica - lupus eritematoso - diabetes não controlado - agranulocitose Adde et al., 1993 Indicações do uso de antibioticoterapia profilática em Odontologia 10 Indicações do uso de antibioticoterapia profilática em Odontologia � prevenção de endocardite infecciosa em pacientes com: -Valva cardíaca protética -EI prévia -Doença cardíaca congênita -Receptores de transplantes cardíacos que desenvolvem valvulopatia � pacientes com órgãos artificiais ou transplantados AHA, 2002 � pacientes submetidos ao uso de: - corticosteróides por longos períodos - antineoplásicos - imunossupressores - radioterapia Adde et al., 1993 Indicações do uso de antibioticoterapia profilática em Odontologia PROTOCOLOS Cuidados adicionais quando da necessidade do emprego de antibioticoterapia profilática � antisepsia cuidadosa do sítio cirúrgico � redução da contaminação salivar por meio de bochechos com digluconato de clorexidina por 30s � instrumentação cuidadosa do sistema de canais radiculares, bolsas periodontais, abscessos e outros Adde et al., 1993 Riscos associados à antibioticoterapia profilática em Odontologia � superinfecção � efeitos alérgicos e tóxicos � seleção de microrganismos resistentes � aumento do custo financeiro � encorajamento da realização de procedimentos, cirúrgicos ou não, sem a adequada observância dos requisitos de biossegurança Antibioticoterapia como coadjuvante em procedimentos cirúrgicos 11 Condições em que a antibioticoterapia se faz necessária � febre ou calafrios nas últimas 24 horas � debilitação e linfoadenopatia � trismo � antibioticoterapia profilática (*pacientes ou procedimentos especiais) � sintomatologia aguda com dor moderada ou severa � disfagia e disfonia � manifestações sistêmicas � debilitação e linfoadenopatia � osteomielite � actinomicose* � falha da infecção em responder ao tratamento cirúrgico em 12 horas � múltiplos sítios de infecção � edema difuso e/ou celulite com ou sem envolvimento dos espaços da face Bridgeman et al., 1995 Condições em que a antibioticoterapia se faz necessária Condições em que a antibioticoterapia NÃO se faz necessária � pulpite � abscessos menores e bem localizados � trato fistuloso de drenagem crônica � bactérias limitadas ao canal radicular � alveolite seca sem complicações � periodontite bem localizada Microrganismos mais freqüentemente associados às infecções de cabeça e pescoço em primatas humanos (Pallasch, 1993; Socransky & Haffajee, 2002) � estreptococos do grupo viridans � Peptococcus spp. e Peptostreptococcus spp. � Prevotella spp. e Porphyromonas spp. � Fusobacterium spp. e Bacteroides spp. � espiroquetas Outros microrganismos freqüentemente associados às infecções de cabeça e pescoço em primatas humanos (Pallasch, 1993; Socransky & Haffajee, 2002) � Enterococcus spp. e Enterobacteriaceae � S. aureus e S. epidermidis � Actinomyces spp. e Lactobacillus spp. � Eubacterium spp. e Eikenella corrodens � Pseudomonas spp. � Propionibacterium spp. e Corynebacterium spp. Microrganismos mais freqüentemente associados a casos de osteomielite � estreptococos do grupo viridans � estafilococos � Enterococcus faecalis � Prevotella intermedia � Porphyromonas spp. � Bacteroides spp. � Actinomyces spp. 12 Microrganismos mais freqüentemente associados a casos de fístula buco sinusal � estreptococos do grupo viridans � estafilococos � E. corrodens � P. intermedia � P. asaccharolytica. � Bacteroides spp. � Actinomyces spp. � P. melaninogenica � P. anaerobius Disseminação das infecções mandibulares espaços submentonianos mediastino edema da faringe e asfixia Infecção maciça dos pulmões ou pericardite Crawford, 1997 Disseminação das infecções maxilares celulites ou abscessos nas órbitas seio cavernoso seio maxilar BAPPN produtores de heparinase e outros anaeróbios Crawford, 1997 Tratamento das infecções orofaciais agudas associadas a microrganismos produtores de β-lactamases �Nitroimidazóis: metronidazol, ornidazol, tinidazol �Clindamicina �Macrolídeos: azitromicina, claritromicina �Tetraciclina �Cefalosporinas Gill & Scully, 1990 Gaetti-Jardim Jr., 2001 O emprego de antimicrobianos de amplo espectro pode predispor ao desenvolvimento de infecções oportunistas graves, como a colite pseudomembranosa. Bombassaro et al., 2001 Existem diferentes tipos de beta-lactamases e nenhum inibidor é capaz de atuar sobre todas elas. Goodson et al., 2000 Bellais et al., 2002 Vakulenko & Golemi, 2002 13 � Método da difusão em disco (Kirby-Bauer) Determinação da sensibilidade microbiana aos agentes antimicrobianos � E-test Determinação da sensibilidade microbiana aos agentes antimicrobianos Determinação da sensibilidade microbiana aos agentes antimicrobianos � E-test Determinação da sensibilidade microbiana aos agentes antimicrobianos � Macrodiluição em caldo Características ideais de agentes antimicrobianos 1. toxicidade seletiva 2. alta seletividade 3. solubilidade nos fluidos corporais 4. estabilidade da concentração terapêutica nos fluidos corporais 14 Características ideais de agentes antimicrobianos 5. não alergênico 6. vida longa em prateleira – tempo de armazenamento 7. custo razoável 8. resistência não facilmente adquirida pelos microrganimos
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