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AULA SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO 2017

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Direito do Trabalho
Sujeitos da Relação de emprego.
O empregado:
 “Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.” – art. 3º da CLT.
a) empregado é sempre pessoa física, pois a proteção é ao trabalho da pessoa humana;
b) o contrato de trabalho é intuitu personae em relação a pessoa do empregado. Elemento fiduciário. PESSOALIDADE DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. A prestação do trabalho é personalíssima. 
c) prestação de serviços não eventuais (teoria da permanência), pois a relação é marcada pela continuidade e permanência do vínculo. 
A força de trabalho deve corresponder às necessidades normais da empresa, pois de outro modo consistiria em trabalho eventual, que é aquele contratado por circunstância excepcionais ou transitórias do estabelecimento ou trabalho autônomo;
 d) existência de estado de subordinação. 
Limitação à autonomia do empregado. O serviço não se dá sob forma autônoma. A força de trabalho deve ser utilizada como fator de produção na atividade econômica exercida pelo empregador e sob sua direção e fiscalização (o empregado oferece sua força de trabalho, mediante pagamento, concordando ser dirigido pelo empregador);
A “dependência” a que se refere o art. 3º, da CLT, é a “subordinação jurídica”, definidora do contrato de trabalho. 
. O trabalho subordinado é o que o empregado voluntariamente transfere a um terceiro o poder de direção sobre sua força de trabalho, sujeitando-se, como consequência, ao poder de organização, ao poder de controle e ao poder disciplinar
e) caráter oneroso. 
A prestação do trabalho não ocorre a título gratuito, sendo prevista remuneração correspondente à força de trabalho despendida;
 
f) alteridade é a assunção dos riscos do empreendimento. 
O contrato de trabalho transfere a uma única das partes (o empregador) todos os riscos do empreendimento e os derivados do próprio trabalho prestado.
O empregado é o destinatário das normas protetoras que constituem o Direito do Trabalho. Daí a importância de sua definição.
Um empregado pode ter mais de um contrato de trabalho? 
Nada impede que o indivíduo trabalhe para mais de um empregador, havendo compatibilidade dos horários convencionados. 
Em alguns contratos, pode existir cláusula de exclusividade ou a própria forma de prestação dos serviços, por si só (pela extensão de sua jornada e complexidade), por exemplo, impossibilitem a contratação de outro emprego.
TRABALHO AUTONOMO 
AUTÔNOMO é todo aquele que exerce sua atividade profissional sem vínculo empregatício, por conta própria e com assunção de seus próprios riscos. A prestação de serviços é de forma eventual e não habitual.
Todo aquele que presta um serviço pode ser designado pela expressão genérica de “trabalhador”. 
Mas apenas o “empregado” é o que presta serviço através de um contrato de trabalho. 
Trabalhador é gênero, do qual o empregado é espécie. 
Exemplo: O empreiteiro ou profissional liberal são trabalhadores, mas não são empregados.
EMPREGADOR
Empregador é a pessoa física ou jurídica para quem uma pessoa física prestar serviços continuados, subordinados e assalariados.
Art. 2º CLT.
“Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. “ 
1. O empregador é, portanto, a empresa, e não a pessoa física ou jurídica titular do negócio. 
Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados
Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.
O empregador não precisa ter personalidade jurídica. 
Pode ser empregador a sociedade de fato, a sociedade irregular que ainda não tem seus atos constitutivos registrados na repartição competente, como a sociedade regularmente inscrita na Junta Comercial ou no Cartório de Registro de Títulos e Documentos.
Incluem-se ainda no conceito: Os condomínios, a massa falida e o espólio.
2. Assume os riscos da atividade econômica;
3. Admite;
4. Assalaria;
5. Dirige a prestação pessoal de serviços
QUEM É O EMPREGADOR POR EQUIPARAÇÃO
No âmbito da CLT o parágrafo primeiro do art. 2º, relaciona os seguintes empregadores por equiparação, sempre que admitem trabalhadores como empregados:
§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. 
GRUPO ECÔNOMICO
CLT. Art. 2º - 
§ 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.
O conceito de grupo econômico trazido pela CLT é mais amplo do que aquele existente para o Direito Comercial. Não há a necessidade de uma formalização jurídica (consórcios, “holdings”, etc...), sendo suficiente a existência dos elementos constantes do referido artigo 2º, § 2º da CLT. 
O grupo econômico deve, obrigatoriamente, ser formado por pessoas jurídicas - empresas - em que os empreendimentos tenham natureza econômica (“...grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica”). 
Requisitos:
 Duas ou mais empresas com personalidades jurídicas distintas;
 Direção, controle ou administração de outra;
 Formando grupo
B) Consequências: 
 Solidariedade entre a principal e as reclamadas.
 Empregador único.
Efeitos da solidariedade 
Responsabilidade solidária:
Art. 264 do Código Civil: “Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.”
O devedor é devedor da dívida toda, o credor é credor de toda a dívida
Ex. Há o Grupo Paulo Octávio, que é composto pela Construtora Paulo Octávio, Imobiliária Paulo Octávio, Hotéis Paulo Octávio, Shoppings Paulo Octávio, etc. Se há um empregado da Construtora demandando em juízo verbas trabalhistas, a quem se impõe a obrigatoriedade de satisfazer essa demanda? 
A qualquer um do grupo. Ele poderá escolher uma empresa do grupo PO para ser acionada
Os empregadores são solidários →responsabilidade patrimonial solidária.
Não é a solidariedade que tem que ser provada, mas sim a existência do grupo. Provada a existência do grupo, surge a solidariedade.
A solidariedade é uma consequência legal da existência do grupo.
Súmula 129 TST
TST Enunciado nº 129 - Prestação de Serviços - Empresas do Mesmo Grupo Econômico - Contrato de Trabalho
 A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário.
Enunciado nº 205 TST
TST Enunciado nº 205 (Cancelada - Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) 
Responsável Solidário - Relação Processual Trabalhista
 O responsável solidário, integrante do grupo econômico, que não participou da relação processual como reclamado e que, portanto, não consta no título executivo judicial como devedor, não pode ser sujeito passivo na execução.
Com o cancelamento da Súmula 205 do C. TST, existe possibilidade de se estender a responsabilidade pelo adimplemento do crédito exequendo a empresas integrantes do mesmo grupo econômico, mesmo na fase executória e ainda que não tenham elas participado da fase cognitiva e, consequentemente, não figurem no respectivo titulo executivo judicial
Sucessão empresarial
O princípio da continuidade da empresa é princípio relevante e está intimamente ligado ao princípio da continuidade
da relação de emprego, que é normalmente causada pela continuidade do organismo empresarial
CLT art. 10: 
“Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados.” 
As alterações relativas à pessoa do empreendedor não atingem o contrato de trabalho, que somente se extingue com a dissolução da empresa.
O novo titular de um estabelecimento deve respeitar os contratos celebrados por seu antecessor, como o adquirente de um prédio é obrigado a respeitar o contrato de locação entre o alienante e o inquilino. Em ambos os casos, o sucessor assume as obrigações e encargos contraídos pelo antecessor, em virtude, simplesmente, de ter-lhe sucedido.
Haverá sucessão toda vez que a empresa não sofrer alterações nos fins para os quais se constitui, trabalhando os empregados nos mesmos postos, prestando ou podendo prestar os mesmos serviços (identidade de fins). 
O novo empregador responde pelos contratos de trabalho, a quem sucede, porque lhe adquiriu o estabelecimento como “organização produtiva” (como se o posto de um veículo fosse ocupado por outro), cujo conceito é unitário
A transferência do estabelecimento, como um bem que resulta do conjunto de veículos existentes entre os diferentes fatores de produção, supõe a de todos os elementos organizados. Um desses elementos é o trabalho. 
A lei protege o trabalhador ou seu emprego, enquanto este emprego existir, independentemente de quem seja o empregador
Para que exista sucessão, necessário dois requisitos: 
1. Que o estabelecimento, como unidade econômico-jurídica, passe de um para outro titular
2. Que a prestação de serviços não sofra solução de continuidade.
Empresa é a atividade econômica pela qual se organizam os fatores da produção.
Empresa e estabelecimento, do ponto de vista técnico, têm distinção:
empresa: indica a unidade técnica econômica, a atividade organizada ou a atividade profissional do empresário.
estabelecimento, a unidade técnica de produção; o conjunto de bens reunidos para o exercício da empresa.
PODERES DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR 
É a faculdade (facultas agende) atribuída ao empregador de determinar o modo como à atividade do empregado, em decorrência do contrato de trabalho, deve ser exercida.
O poder de direção manifesta-se mediante três formas:
Poder de organização; 
Poder de controle sobre o trabalho; 
Poder disciplinar sobre o empregado.
PODER DE ORGANIZAÇÃO: Cabe ao empregador organizar o trabalho e a produção do empregado, tendo em vista os fins objetivados pela empresa.
PODER DE CONTROLE: O poder de controle dá ao empregador o direito de fiscalizar e controlar o trabalho do empregado, sendo que este deve exercer atividade conforme imposto pelo mesmo.
PODER DISCIPLINAR: É o direito do empregador de impor sanções disciplinares aos empregados.
O empregador não pode executar punições que excessivamente esteja acima da relação do ato, devendo a punição se relacionar com o nível de gravidade. 
Punições disciplinares admissíveis: 
-Advertência ( verbal ou escrita) 
-Suspensão ( Não superior a trinta dias. Autoriza o desconto salarial dos dias respectivos)
-Dispensa por justa causa
LIMITES DO PODER DIRETIVO:
É vedada toda e qualquer forma de penalidade que prejudique a dignidade da pessoa humana, não é aceito qualquer forma de punição que não esteja prevista em lei.

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