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001 SLIDES - HISTÓRICO PENAL I

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DIREITO PENAL I
EVOLUÇÃO HISTÓRICA NORMATIVA DO DIREITO PENAL BRASILEIRO
Prof. Esp. Antonieta Araújo
tutuaraujo35@hotmail.com
Texto básico: Direito Penal Esquematizado. Capítulo 02 e 05 – material já disponibilizado
Leitura Complementar: “Dos Delitos e das Penas” – Cesare de Becari e “Vigiar e Punir” – Michel de Foucault
1- PRÉ HISTÓRIA DO DIREITO PENAL -O ponto de partida da história da pena coincide com o ponto de partida da história da humanidade (Franz Von Liszt)
- ubi societas ius.
-ubi societas ibi crimen.
DIREITO PENAL PRÉ-HISTÓRICO 
Primitivo: antes do surgimento da escrita.
regras transmitidas oralmente e conservadas pela tradição;
 direitos numerosos conforme o agrupamento social;
 impregnado de religião: confusão entre direito e moral;
Direito penal indígena brasileiro:
 em nada influenciou o direito penal brasileiro da atualidade;
 eram grupos bem menos desenvolvidos que outras civilizações: astecas, incas e os maias.
SURGIMENTO DA ESCRITA E DOS PRIMEIROS TEXTOS JURÍDICOS
* Os mais antigos datam cerca de 5000 anos
 Egito e Mesopotâmia.
* Código de Hammurabi:
-Rei de babilônia: vivido meados 1726 a 1686 a.c.
- 282 artigos gravados numa estela, descoberta em
1901 e conservada no museu de Louvre em Paris.= possui vários preceitos criminais.
Estela: Código de HAMMURABI
CURIOSIDADE: Ao escrever as leis na pedra, os antigos diziam que elas se tornavam imutáveis. Este conceito existe em vários sistemas jurídicos modernos e deu origem à expressão em língua inglesa written in stone (escrito na pedra ou cláusula pétrea) tentando definir o que não é mutável, que não se pode mudar.
FASE DA VINGANÇA PENAL:
Vingança divina;
Vingança privada;
Vingança limitada (Talião);
Vingança Pública
- As fases apresentadas foram divididas para fins didáticos, pois não se sucederam completamente, a ponto de se concluir que representam um ciclo evolutivo.
VINGANÇA DIVINA
Nos primórdios, as penas possuíam uma origem marcadamente sacral.
totens: materialização das entidades, normalmente referências zoológicas. 
 fenômenos naturais: castigos, punição.
tabus: proibições/vedações.
normas impregnadas de cunho religioso ou místico.
Código de Manu (Índia), Cinco livros (Egito)
VINGANÇA DIVINA
 A infração totêmica ou a desobediência ao tabu eram índoles coletivas e visavam aplacar a fúria divina. Todos deveriam participar do ato punitivo para escaparem da vingança sobrenatural.
VINGANÇA PRIVADA
- justiça pelas próprias mãos.
- reações violentas, quase sempre exageradas e desproporcionais
- evoluiu para a justiça privada: atribuindo ao chefe da família, clã ou tribo o poder absoluto de decidir sobre a sorte dos infratores.
VINGANÇA LIMITADA (TALIÃO)
Bílbia: Êxodo, XXI versículos 23 a 25: “olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé”
Talião: processo de justiça em que ao mal praticado por alguém devia corresponder, tão exatamente quanto possível, um mal igual e oposto.
- Ideia de estabelecer algum equilíbrio ou proporcionalidade entre o crime e a pena.
VINGANÇA LIMITADA (TALIÃO
Pena: proporcional e caráter individual.
- Germe: da reação equilibrada, mas também da personalidade da pena.
- Trazia inconvenientes: enfraquecia o grupo.
- Talião: acaba sendo substituído por outro processo de justiça:
troca do ofensor por um escravo
composição pecuniária: soberanos como intermediários entre a vítima e o infrator ( Lei das Dez Tábuas)
VINGANÇA PÚBLICA
As formas de justiças anteriores: mostram-se inadequadas ante a evolução da sociedade cada vez mais complexa.
O Estado= surge como o único legitimado a impor penas criminais, posto que lhes incumbe assegurar a integridade territorial, política e social de seus súditos.
VINGANÇA PÚBLICA
Pena pública= garantia a própria existência do Estado.
Penas comuns: esquartejamento, a roda, a fogueira, a decaptação, a forca, os castigos corporais, etc.
Um dos crimes mais graves o de lesa-majestade= agressão ao soberano.
VINGANÇA PÚBLICA
A roda
SISTEMAS JURÍDICOS DA ATUALIDADE
PRINCIPAIS SISTEMAS JURÍDICOS:
EUROPA: 	
		A) COMMOM LAW: 
	- Inglaterra - durante a Idade Média: 
	- é o direito que se desenvolveu em certos países por meio das decisões dos tribunais, e não mediante atos legislativos ou executivos
	B) CIVIL LAW: 
	-Tradição romano-germânica:
	- As principais fontes do Direito adotadas aqui são a Lei, o texto
O DIREITO PENAL NA IDADE MÉDIA
Idade média: quase 1000 anos.
base formada pelos direitos:	
		-Romano
		-Germânico
		-Canônico: os primeiros passos para humanização das penas.
A pena como expiação: a pena de morte substituída pela restrição da liberdade, conservando-se a vida do agente e permitindo sua correção por meio de penitência.
Confissão: extremo valor- etapa necessária para demonstrar o arrependimento do réu, chegando-se ao absurdo de exigi-lo a todo e qualquer custo (tortura- inquisição).
Fusão entre Estado e Religião
O SUPLÍCIO DO CORPO
O DIREITO PENAL NA IDADE MODERNA E AS ORDENAÇÕES DO REINO DE PORTUGUAL
Estados absolutistas: difusão do terror 
Passar dos tempos: mais humana, até sua feição atual.
Portugal:intento de formar um conjunto uniforme: ordenações do reino – afonsinas, manoelinas e filipinas.
até 1530 a justiça penal no Brasil se fazia ao arbítrio dos titulares da capitania.
- 1603- ordenações filipinas até 1830 = 200 anos.
- as ordenações possuíam muitas penas públicas e cruéis.
Iluminismo – século XVIII
Foi um movimento cultural de intelectuais na Europa, que procurou mobilizar o poder da razão, a fim de reformar a sociedade e o conhecimento prévio. Promoveu o intercâmbio intelectual e foi contra a intolerância e os abusos da Igreja e do Estado.
Foi nessa época que surgiram figuras conhecidas como do Físico e Matemático ISAAC NEWTON. 
E também a Figura de CESARE BECCARIA
O DIREITO PENAL NA IDADE MODERNA E AS ORDENAÇÕES DO REINO DE PORTUGUAL
 No final do século XVIII, sobretudo a partir da publicação da obra de Cesare Bonesana – Marques de Beccaria – Dos delitos e das penas (1764) = idéia de humanização das penas e busca por Justiça - influenciado pelo ideal da razão iluminista.
“ Um dos maiores freios dos delitos não é a crueldade das penas, mas sua infalibilidade”
- 1830 – Código Criminal do Império = primeira legislação penal genuinamente brasileira: já era possível ver o reflexo das idéias humanitárias de Beccaria.
HISTÓRIA DO DIREITO PENAL POSITIVO BRASILEIRO
AS ORDENAÇÕES DO REINO DE PORTUGAL
- Características
intimidação pelo terror;
confusão de crime, moral e pecado: ex.: punia-se com morte quem dormisse com mulher casada
pena em sua maioria cruéis;
algumas penas impostas com total arbítrio pelo julgador;
desigualdade de tratamento entre os deliquentes;
falta de uma parte geral de direito penal;
aglutinação de normas processuais e penais;
HISTÓRIA DO DIREITO PENAL POSITIVO BRASILEIRO
O CÓDIGO CRIMINAL DO IMPÉRIO 1830
 saída da Idade das Trevas indo para os ideais do Iluminismo.
 ruptura com dominação colonial.
 contexto da Revolução Francesa 1789- Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
 destaques nas inovações:
a) exigência da individualização da pena;
b) previsão da atenuante da menoridade relativa;
c) a criação do sistema de dia-multa
HISTÓRIA DO DIREITO PENAL POSITIVO BRASILEIRO
CÓDIGO PENAL 1890
- Contexto social:
Proclamação da República – 1889
Brasil se consolidara como nação;
Não dependia mais da igreja católica;
Nítida separação da igreja e Estado;
Abolição da escravatura 1888;
HISTÓRIA DO DIREITO PENAL POSITIVO BRASILEIRO
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS PENAIS (1932): consolidação das leis que alteraram o Código de 1890, desembargador Vicente Piragibi.
HISTÓRIA DO DIREITO PENAL POSITIVO BRASILEIRO
O CÓDIGO DE 1940
Em vigor: 01 de janeiro de 1942
Em vigor a Constituição de 1937
Comissão: Nelson Hungria, Roberto Lyra, Narcélio de Queiroz, Vieira Braga sob a presidência do Ministro Francisco Campos.
Finalidade:
retributiva e preventiva
Adoção do sistema binário (arts. 78 IV e V)
Aplicação de medidas de segurança aos casos de crime impossível (arts. 14 e 76, parágrafo único)
Participação impunível (arts 27 e 76, parágrafo único)
HISTÓRIA DO DIREITO PENAL POSITIVO BRASILEIRO
A reforma de 1984:
já houve tentativas anteriores:Código Penal de 1969 – projeto de Nelson Hungria
1977 – tentativa de modificação sem sucesso
 1984- modificação da parte geral: atribuindo a pena um caráter de ressocialização (sistema progressivo de cumprimento da pena privativa de liberdade) - lei 7.209/84
Direito Penal: finalidade da pena= dever de castigar, com a intenção primeira de prevenir e com o escopo final de ressocializar.
 
Estrutura do Código Penal:
Parte geral: - 08 títulos
Da aplicação da lei penal
Do crime
Da imputabilidade penal
Do concurso de pessoas
Das penas
Das medidas de segurança
Da ação penal
Da extinção da punibilidade
Regras gerais do direito penal
Parte especial:- 11 títulos
Descrição de condutas criminosas e suas respectivas penas
 CESARE BECcARIA
jurista, filósofo, economista e literato italiano que em 1764 aos 27 anos publicou sua obra clássica
 
 “Dos delitos e das Penas”
 Considerado um clássico do Direito Penal, Beccaria foi a primeira voz a levantar-se contra a tradição jurídica e a legislação penal de seu tempo, denunciando os julgamentos secretos, as torturas empregadas como meio de se obter a prova do crime, a prática de confiscar bens do condenado. Uma de suas teses é a igualdade perante a lei dos criminosos que cometem o mesmo delito. Assim Com as essas idéias passaram a surgir as ESCOLAS PENAIS, a partir do século XIX . 
ESCOLAS PENAIS
CONCEITO: conjunto harmônico de teorias sobre alguns dos mais importantes problemas penais (definição de crime, finalidade da pena e a razão de ser do direito de punir do Estado)
são correntes doutrinárias estruturadas de forma sistemática que trazem os grandes princípios de Direito Penal, como por exemplo de presunção de inocência, legalidade, contraditório etc. 
- Muitas das ideias surgidas com as escolas penais foram adotadas pelas legislações
ORIGEM E PRINCIPAIS ESCOLAS
A primeira escola penal: séc. XVIII – fase humanitária do direito penal – Beccaria
Principais escolas: 
			a) Clássica
			b) Positiva
			c) Terceira escola: fusão das duas primeiras
			
A ESCOLA CLÁSSICA, IDEALISTA OU RIMEIRA ESCOLA
 surgiu na Itália – final do Sec.XVIII e a metade do sec. XIX;
 século das luzes;
 a maioria dos seus defensores era jusnaturalistas: aceitava que normas absolutas e naturais prevalecessem sobre as obras do direito posto.
A ESCOLA CLÁSSICA, IDEALISTA OU RIMEIRA ESCOLA
Séc. XVIII até primeira metade do Séc. XIX.
marcada pela publicação da obra Dos Delitos e das Penas- Cesare de Beccaria
dois períodos: 		
 -teórico/ teórico-filosófico: 
Cesare de Beccaria
prático/ ético-jurídico: 
Francesco Carrara e Erico Pessina
A ESCOLA CLÁSSICA, IDEALISTA OU RIMEIRA ESCOLA
a) período humanista - filosófico
Beccaria:concepção de que a pena não tinha caráter puramente retributivo, a pena tinha por fim a exemplaridade= ideia de que o temor do castigo afastaria a tentação do delito.
teoria da prevenção: atribuem a pena um fim prático imediato de prevenção geral ou especial do crime.
adoção de princípios absolutos, os quais se sobrepunham as leis em vigor;
A ESCOLA CLÁSSICA, IDEALISTA OU RIMEIRA ESCOLA
b) período científico:
- Carrara
- emprego do método dedutivo: lógica abstrata
- foco no crime, nas penas
- teoria da retribuição da pena= pena instrumento de expiação do crime
A ESCOLA CLÁSSICA, IDEALISTA OU RIMEIRA ESCOLA
Foi uma grande defensora do indivíduo, contra os abusos e a prepotência do Estado, naquele período
A ESCOLA POSITIVA OU POSITIVISTA
O Direito resultava da vida em sociedade, sujeito a variações no tempo e no espaço; e o crime é um fato humano, advindo de fatores individuais, físicos e morais que exige um estudo pelo método experimental. 
A escola Positiva apresenta três grandes representantes: fase antropológica (Césare Lombroso), fase sociológica (Enrico Ferri) e a fase Jurídica ( Rafael Garófalo)
A ESCOLA POSITIVA OU POSITIVISTA
foco no agente: estudado sob diversas perspectivas: biológica, sociológica e psicológica.
método indutivo:observação dos fatos
busca pelas causas do delito, surgindo nesse contexto a criminologia.
diziam que a escola clássica era culpada pelo aumento da criminalidade, pois perderam de vista o delinquente- verdadeiro protagonista da justiça penal
A ESCOLA POSITIVA OU POSITIVISTA
Ferri, Garáfalo e Lombroso: antropologia criminal
Lombroso= criminoso nato- características morfológicas dos criminosos.
pena: caráter fundamentalmente preventivo e não retributivo.
a sanção aplicável não se embasava na gravidade do ilícito, mas sobretudo, pela periculosidade do agente.
A TERCEIRA ESCOLA/ECLETICA/CRÍTICA/SOCIOLÓGICA/ NATURALISMO CRÍTICO
-fusão das demais
- método positivista nas ciências penais auxiliares (antropologia e sociologia)
- Método logico-abstrato na dogmática penal
FICA A DICA!!!!!!!!!!
O Direito não socorre aos que dormem
Dormientibus non succurrit jus

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