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Dir Const - Ponto - Vicente Paulo - exerc¨ªcios 04

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CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA 4: DIREITOS FUNDAMENTAIS – PARTE 2 
 
Bom dia, 
Concluiremos, hoje, os comentários aos exercícios sobre direitos e 
garantias fundamentais. 
São muitos os exercícios comentados. São muitas as informações 
repassadas numa mesma aula. Sou consciente de que o estudo desse 
assunto é um tanto cansativo. Mas, por favor, siga o meu conselho: não 
desanime, leia e releia essas aulas sobre direitos fundamentais, pois o 
assunto é recorrente em qualquer concurso e os enunciados se repetem 
muito! 
E não podemos parar por aqui: uma última leitura/revisão na véspera 
da prova será fundamental para reorganizar na cabeça tantos 
entendimentos do Supremo Tribunal Federal! 
Outra vantagem dessa enumeração de exercícios e mais exercícios 
sobre direitos fundamentais é que você terá, ao final, uma ótima visão 
sobre quais os dispositivos da Constituição que mais são cobrados e 
quais aqueles que nunca são cobrados em concursos. Por exemplo: 
direito de reunião é um dos incisos do art. 5º mais cobrados em 
concursos públicos (inciso XVI); por outro lado, em quase dez anos de 
preparação para concursos, nunca vi uma questão em prova sobre os 
incisos XXVIII e XXIX do art. 5º da Constituição! 
Então é isso, coragem! Confie em mim! Certamente diversos enunciados 
aqui comentados estarão presentes nos próximos concursos, e será 
muito triste para você não acertá-los, sabendo que eles estão 
“guardados”, detalhadamente comentados, na sua casa! 
Passemos aos comentários. 
1) (ESAF/AFC/CGU/2003) Embora qualquer pessoa tenha legitimidade 
ativa para propor habeas corpus, a seu favor ou de terceiro, 
independentemente de sua capacidade civil e política, segundo a 
jurisprudência dos Tribunais, essa legitimidade ativa não se estende ao 
menor de dezoito anos, em razão dos requisitos essenciais para a 
validade dos atos judiciais. 
Item ERRADO. 
O habeas corpus é ação de legitimação universal, vale dizer, qualquer 
pessoa pode impetrar habeas corpus, independentemente de capacidade 
civil ou política. Assim, o menor de idade, o absolutamente incapaz, o 
indivíduo que está com os seus direitos políticos suspensos etc. poderá 
impetrar habeas corpus – gratuitamente, e sem necessidade de 
advogado. 
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2) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a jurisprudência do STF, havendo 
mais de um sindicato constituído na mesma base territorial, a 
sobreposição deve ser resolvida com base no princípio da anterioridade, 
cabendo a representação da classe trabalhadora à organização que 
primeiro efetuou o registro sindical. 
Item CERTO. 
Ao enumerar os direitos fundamentais sociais, a Constituição estabelece 
o princípio da unicidade sindical, que proíbe a criação de mais de 
uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de 
categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será 
definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não 
podendo ser inferior à área de um Município (art. 8º, II). 
Muito se discutiu sobre o critério para resolver o conflito de 
representação, no caso da criação indevida de mais de uma entidade 
sindical na mesma base territorial. Havendo mais de um sindicato, a 
qual deles caberia a representação? Àquele que tivesse o maior número 
de sindicalizados? Ou àquele que houvesse obtido o registro sindical 
perante o órgão competente em primeiro lugar? 
O STF firmou entendimento de que o conflito será resolvido com base no 
princípio da anterioridade sindical, isto é, a representação da categoria 
caberá à entidade que obteve o registro sindical em primeiro lugar, 
independentemente do número de sindicalizados. 
3) (ESAF/AFC/CGU/2003) A decretação de greve por questões salariais, 
fora da época de dissídio coletivo, não encontra respaldo no direito de 
greve definido no texto constitucional. 
Item ERRADO. 
A Constituição Federal de 1988 não condiciona o exercício do direito de 
greve do trabalhador à coincidência com o período de dissídio coletivo (o 
dissídio coletivo é instaurado perante a Justiça do Trabalho quando as 
partes – sindicato de trabalhadores e sindicato dos empregadores - não 
conseguem chegar a um acordo nas negociações coletivas). 
A Constituição apenas assegura o direito de greve, competindo aos 
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os 
interesses que devam por meio dele defender (art. 9º). 
Como se vê, cabe aos trabalhadores decidir sobre o momento de 
exercer o direito de greve. 
A Constituição permite o direito de greve nas atividades essenciais, 
mas, nesse caso, deve a lei dispor sobre o atendimento das 
necessidades inadiáveis da comunidade (CF, art. 9º, § 1º). 
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O direito de greve do trabalhador não é absoluto, haja vista que os 
abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei (CF, art. 9º, 
§ 2º). 
Cuidado! O direito de greve do trabalhador (CF, art. 9º) não pode ser 
confundido com o direito de greve do servidor público civil (CF, art. 37, 
VII). 
O direito de greve do trabalhador (art. 9º) é norma constitucional de 
eficácia plena, devidamente regulamentada pela Lei nº 7.783/1989. 
Logo, os trabalhadores podem atualmente exercer esse direito. 
O direito de greve do servidor público civil (art. 37, VII) é norma 
constitucional de eficácia limitada, dependente de regulamentação por 
lei ordinária específica. Logo, como até hoje inexiste a lei ordinária 
específica, os servidores públicos civis não podem exercer o seu direito 
de greve. 
4) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a jurisprudência do STF, não é 
permitida a regionalização de critérios de concorrência em concursos 
para acesso a cargos públicos, por ofensa ao princípio da universalidade 
que informa esse tipo de concurso. 
Item ERRADO. 
A controvérsia sobre a regionalização de concurso público foi levada à 
apreciação do STF por um candidato ao cargo de Auditor-Fiscal da 
Receita Federal – AFRF, pois os últimos concursos da Receita Federal 
(desde 1996) foram regionalizados, vale dizer, os candidatos 
concorreram por Região Fiscal. As vagas são distribuídas por diferentes 
regiões e o candidato opta por uma região, concorrendo exclusivamente 
às vagas correspondentes à região escolhida. 
Com a adoção desse critério, é comum o candidato ser reprovado na 
região de sua escolha, embora tenha obtido pontuação que o aprovaria 
em diversas outras regiões! O candidato pode ser reprovado na região 
“x” com 246 pontos, enquanto outros candidatos ao mesmo cargo 
podem ser aprovados em outras regiões com 201 pontos! 
Eu odeio esse critério de regionalização! Não acho justo, não há quem 
me convença! 
Primeiro, porque concurso público deve ser informado por critérios 
objetivos, e com a regionalização passa-se a ter no certame um 
elemento aleatório, incerto, sujeito ao acaso (que é a sorte – ou o azar 
– na escolha da região!). 
Segundo, porque com a regionalização não são aprovados os candidatos 
de maior pontuação, o que, a meu ver, contraria o objetivo maior do 
certame, que é selecionar os candidatos mais preparados. 
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Terceiro – e mais grave! –, porque o cargo de Auditor-Fiscal da Receita 
Federal é nacional e, portanto, logo no próximo concurso de remoção, o 
Auditor poderá ser removido para as mais diferentes regiões do País. Ou 
seja, a regionalização é de fachada, só existe no momento do ingresso! 
Mas, o fato é que o STF considerou a regionalização constitucional, e 
isso é o que vale para a prova (toda essaminha revolta, para o fim de 
concurso, não vale nada!). 
5) (ESAF/AFT/2003) Segundo precedentes do STF, a ofensa à 
intimidade e à vida privada, praticada por um Senador, ainda que no 
exercício da sua atividade parlamentar, não o exime do pagamento da 
indenização por danos materiais ou morais, porque esta hipótese não 
está coberta pela imunidade material que lhe confere a CF/88. 
Item ERRADO. 
A imunidade material do parlamentar o exime da responsabilização, 
penal e civil, por suas opiniões, palavras e votos no exercício da 
atividade congressual (CF, art. 53). 
Significa dizer que ele nem responderá penalmente pelas suas condutas 
(não poderá ser incriminado pelos chamados delitos de opinião, tais 
como calúnia, difamação etc.), nem responderá civilmente (não estará 
sujeito à reparação de eventuais danos - materiais ou morais - 
decorrentes de sua conduta). 
6) (ESAF/AFT/2003) Segundo a jurisprudência do STF, a inviolabilidade 
do sigilo das correspondências, das comunicações telegráficas e dos 
dados não é absoluta, sendo possível sua interceptação, sempre 
excepcionalmente, com fundamento em razões de segurança pública, de 
disciplina prisional ou de preservação da ordem jurídica, quando este 
direito estiver sendo exercido para acobertar práticas ilícitas. 
Item CERTO. 
Vimos que o constitucionalismo moderno refuta a idéia da existência de 
direitos e garantias fundamentais de caráter absoluto. Logo, a 
inviolabilidade das correspondências, por exemplo, não pode ser 
invocada pelo indivíduo para acobertar uma prática ilícita, criminosa. É 
comum, diante da prática de certos crimes (crime de seqüestro, por 
exemplo), a violação das correspondências, em respeito ao direito à 
vida, ameaçado pela prática delituosa. 
7) (ESAF/AFT/2003) Segundo a jurisprudência do STF, a contribuição 
confederativa, como instrumento essencial para a manutenção do 
sistema de representação sindical, um direito coletivo dos 
trabalhadores, é compulsória para os integrantes de uma categoria 
patronal ou laboral, sindicalizados ou não. 
Item ERRADO. 
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Determina a Constituição que a assembléia geral fixará a contribuição 
que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em 
folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical 
respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei (art. 
8º, IV). 
Veja que esse dispositivo constitucional prevê a existência de duas 
diferentes contribuições: uma fixada pela assembléia geral (contribuição 
confederativa) e outra fixada em lei (contribuição sindical). 
A tabela abaixo apresenta, sucintamente, as diferenças entre essas 
contribuições: 
 
CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL 
Fixada pela assembléia geral Fixada em lei 
Não é tributo É tributo 
Devida somente pelos 
trabalhadores sindicalizados 
Devida por todos os trabalhadores, 
sindicalizados ou não 
 
8) (ESAF/AFT/2003) Aplicado o princípio da reserva legal a uma 
determinada matéria constante do texto constitucional, a sua 
regulamentação só poderá ser feita por meio de lei em sentido formal, 
não sendo possível discipliná-la por meio de medida provisória ou lei 
delegada. 
Item ERRADO. 
As matérias constitucionais que estão protegidas pelo princípio da 
reserva legal só podem ser regulamentadas por lei ou por outros atos 
equivalentes ou superiores à lei. Poderão, então, ser regulamentadas 
por lei ordinária, por lei complementar, por emenda à Constituição e, 
ainda, por medida provisória e lei delegada, se não for matéria vedada a 
estas espécies normativas. 
Na verdade, a maior força do princípio da reserva legal é proibir que as 
matérias constitucionais por ele protegidas sejam tratadas por atos 
administrativos infralegais em geral, tais como decreto regulamentar, 
portarias, instruções normativas e outros. 
9) (ESAF/AFC/2000) Segundo entendimento já assentado, os direitos e 
garantias expressos em normas constantes de tratados internacionais 
de que o Brasil faz parte têm estatura constitucional. 
Item ERRADO. 
Os tratados internacionais em geral, aprovados pelo rito legislativo 
ordinário (aprovação definitiva pelo Congresso Nacional, por decreto 
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legislativo; promulgação pelo Presidente da República, por decreto), são 
dotados de estatura ordinária no direito brasileiro, ainda quando tratam 
de direitos fundamentais. 
Enfim, o simples fato de o tratado internacional versar sobre direitos 
fundamentais não o eleva à estatura de norma constitucional. Mesmo 
tratando de direitos fundamentais, se aprovado pelo rito legislativo 
ordinário, terá status meramente ordinário (mais precisamente, terá 
status de lei ordinária federal). 
Com a promulgação da EC nº 45/2004 (Reforma do Judiciário), passou a 
ser possível a incorporação de tratados e convenções internacionais 
sobre direitos humanos com status equivalente ao das emendas 
constitucionais. Mas, para isso, os tratados e convenções internacionais 
sobre direitos humanos deverão ser aprovados em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos seus 
membros (CF, art. 5º, § 3º). 
Veja que não basta o tratado internacional versar sobre direitos 
humanos para adquirir status de norma constitucional. Para a aquisição 
do status constitucional é preciso que ele seja aprovado pelo rito 
legislativo especial estabelecido no art. 5º, § 3º, da Constituição Federal 
(aprovação em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por 
três quintos dos votos). 
Importante destacar que essa possibilidade de outorga de status 
constitucional não se aplica aos tratados e convenções internacionais 
em geral celebrados pela República Federativa do Brasil. Aplica-se, 
exclusivamente, aos tratados e convenções internacionais sobre 
direitos humanos. 
Se o Brasil celebrar, hoje, um tratado ou convenção internacional sobre 
direitos humanos, poderá ele ser incorporado ao nosso ordenamento 
com status de norma ordinária ou com status de emenda constitucional, 
a depender do rito legislativo adotado. Caso ele seja incorporado pelo 
rito legislativo ordinário (aprovação definitiva pelo Congresso Nacional, 
por decreto legislativo; promulgação pelo Presidente da República, por 
decreto), terá status de lei ordinária federal. Se for incorporado pelo rito 
legislativo especial, previsto no art. 5º, § 3º, da Constituição (aprovação 
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos 
dos votos), terá status equivalente às emendas constitucionais. 
Mas, repita-se, essa faculdade de outorga de diferente status só se 
aplica aos tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos. Os demais tratados e convenções internacionais continuam a 
ter status meramente ordinário, haja vista que a possibilidade de 
outorga de estatura constitucional prevista no art. 5º, § 3º, da 
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Constituição, só se aplica aos tratados e convenções sobre direitos 
humanos. 
10) (ESAF/AFC/2000) Os direitos e garantias individuais, como regra, 
têm a sua aplicabilidade dependente de lei que os regulamente. 
Item ERRADO. 
Em regra, os direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata, 
independentemente de regulamentação por lei. 
Essa regra, prevista no art. 5º, § 1º, da Constituição aplica-se a todos 
os direitos fundamentais previstos na Constituição, e não somente 
àqueles enumerados no art. 5º. 
É verdade que temos alguns direitos fundamentais cuja aplicabilidade 
depende de lei que os regulamente (art. 7º, XX e XXVII, por exemplo),mas essa não é a regra. A regra, repita-se, é a aplicabilidade imediata, 
por força do comando do art. 5º, § 1º, da Constituição. 
11) (ESAF/AFC/2000) Para o exercício do direito de reunião pacífica, 
sem armas e em lugar aberto ao público, não se exige prévia 
autorização da autoridade administrativa, mas se exige que a ela seja 
dirigido prévio aviso. 
Item CERTO. 
O direito de reunião não exige autorização da autoridade competente, 
mas exige prévio aviso (CF, art. 5º, XVI). 
Além do prévio aviso à autoridade competente, exige a Constituição que 
a reunião seja realizada pacificamente, sem armas, em locais abertos ao 
público, e que não frustre outra reunião anteriormente convocada para o 
mesmo local. 
Uma última orientação sobre o direito de reunião: se houver ilegalidade 
ou arbitrariedade contra o direito de reunião o meio idôneo para 
reparação é o mandado de segurança, e não o habeas corpus. 
É impressionante a quantidade de vezes que o direito de reunião é 
cobrado em concurso! Cansei, não comentarei mais isso daqui por 
diante! 
12) (ESAF/AFC/2000) Segundo o princípio do juiz natural, não se pode 
despojar alguém da sua liberdade ou da sua propriedade sem que se lhe 
assegure o direito ao contraditório. 
Item ERRADO. 
O princípio do juiz natural está consagrado em dois incisos do art. 5º da 
Constituição: não haverá juízo ou tribunal de exceção (inciso XXXVII) e 
ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente (inciso LIII). 
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O inciso XXXVII veda a criação de juízo ou tribunal de exceção, para o 
julgamento casuístico de um determinado crime. Seria inconstitucional, 
por exemplo, a criação, às pressas, de um tribunal para o julgamento de 
um grave crime de terrorismo que tenha sido cometido no Brasil. 
O inciso LIII proíbe o julgamento, pelos juízos e tribunais existentes, de 
matéria que não seja de sua competência. Seria absolutamente nula, 
por exemplo, uma sentença penal condenatória proferida por um Juiz de 
Direito (Justiça Estadual) se a competência para a apreciação da matéria 
pertence à Justiça Federal. 
A assertiva não se refere ao princípio do juízo natural, mas sim ao 
princípio do contraditório e ampla defesa (art. 5º, LV), que é um dos 
requisitos do princípio do devido processo legal (art. 5º, LIV). 
13) (ESAF/AFC/2000) O exercício do direito de criar associação depende 
de autorização da autoridade pública competente, nos termos da lei. 
Item ERRADO. 
A criação de associações independe de autorização, sendo vedada a 
interferência estatal em seu funcionamento (art. 5º, XVIII). 
14) (ESAF/AFC/STN/2000) De acordo com o direito brasileiro, as normas 
de tratados internacionais de que o Brasil faz parte têm prevalência 
sobre as leis e as emendas à Constituição. 
Item ERRADO. 
Os tratados internacionais em geral, quando aprovados pelo rito 
legislativo ordinário (aprovação definitiva pelo Congresso Nacional, por 
decreto legislativo; promulgação pelo Presidente da República, por 
decreto), têm paridade normativa com as leis, vale dizer, situam-se no 
mesmo nível hierárquico das leis. 
Os tratados internacionais sobre direitos humanos, quando aprovados 
pelo rito legislativo especial, previsto no art. 5º, § 3º, da Constituição 
(aprovação em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por 
três quintos dos votos dos respectivos membros), serão equivalentes às 
emendas constitucionais. 
Veja que no primeiro caso (aprovação por rito legislativo ordinário) os 
tratados situam-se no mesmo nível hierárquico das leis, e num nível 
inferior às emendas constitucionais; no segundo caso (aprovação pelo 
rito especial, previsto no art. 5º, § 3º, da Constituição), os tratados são 
superiores hierarquicamente às leis, e equivalentes às emendas 
constitucionais. 
Portanto, num ou noutro caso, os tratados internacionais não têm 
prevalência sobre as emendas à Constituição. 
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15) (ESAF/AFC/STN/2000) A análise do processo de reforma da 
Constituição brasileira permite afirmar que foi adotado entre nós um 
modelo de constituição rígida. 
Item CERTO. 
Sabe-se que a rigidez constitucional decorre da exigência de um 
processo especial para a modificação do texto da Constituição, mais 
difícil do que aquele de elaboração das demais leis. 
A Constituição Federal de 1988 exige um processo especial para a 
reforma do seu texto, ao dispor que a proposta de emenda será 
discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos 
dos votos dos respectivos membros (art. 60, § 2º). 
16) (ESAF/AFC/STN/2000) A proibição da prisão civil pelo constituinte 
não impede a prisão de quem deixa de cumprir, de modo voluntário e 
inescusavelmente, obrigação alimentícia. 
Item CERTO. 
Em regra, a Constituição proíbe a prisão civil por dívida (art. 5º, LXVII). 
Porém, é constitucionalmente permitida a prisão civil: (a) do 
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação 
alimentícia; e (b) do depositário infiel. 
17) (ESAF/AFC/STN/2000) A violação da intimidade do indivíduo enseja 
pretensão à reparação tanto dos danos materiais sofridos, como 
também dos danos morais suportados. 
Item CERTO. 
Determina a Constituição que são invioláveis a intimidade, a vida 
privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a 
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação 
(art. 5º, X). 
A violação da intimidade pode, portanto, ensejar tanto reparação dos 
danos materiais, como também dos danos morais suportados. As 
indenizações podem cumular-se, vale dizer, um mesmo ato pode 
ensejar, simultaneamente, indenização por dano material e moral. 
18) (ESAF/AFC/STN/2000) Os direitos individuais, por serem 
fundamentais, somente podem ser abolidos por meio de emenda à 
Constituição. 
Item ERRADO. 
Os direitos e garantias individuais são cláusulas pétreas (CF, art. 60, § 
4º, IV) e, como tais, não podem ser abolidos por meio de emenda 
constitucional. 
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19) (ESAF/AFC/STN/2000) O domicílio do indivíduo pode ser invadido 
por terceiros, a qualquer hora, em caso de flagrante delito, desastre ou 
para prestação de socorro. Em cumprimento a determinação judicial, 
porém, no domicílio somente se pode penetrar sem o consentimento do 
morador durante o dia. 
Item CERTO. 
Determina a Constituição que a casa é asilo inviolável do indivíduo, 
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo 
em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro 
(durante o dia ou durante a noite), ou, somente durante o dia, por 
determinação judicial. 
20) (ESAF/AFC/STN/2000) Por força do princípio da isonomia, toda 
norma que estabeleça tratamento jurídico diferenciado entre brasileiros 
é inconstitucional. 
Item ERRADO. 
O princípio da isonomia não proíbe tratamento diferenciado entre 
brasileiros. Nada impede que a lei estabeleça tratamento diferenciado, 
desde que haja razoabilidade, isto é, desde que haja justificativas 
plausíveis para a discriminação. 
Assim, a lei poderá estabelecer tratamento diferenciado levando em 
conta, dentre outros, o critério sexo (exigência de esforço físico mais 
brando para o sexo feminino em teste de determinado concurso público; 
concurso público só para o sexo feminino, para o ingresso no cargo de 
agente penitenciário numa prisão feminina etc), o critério idade 
(estabelecimento de idade mínima e máxima para o ingresso em certos 
cargos públicos, cujas atribuições justifiquem;atendimento prioritário 
aos idosos etc.), o critério econômico (créditos públicos facilitados para 
a população de baixa renda etc.). 
Vale lembrar que, segundo a jurisprudência do STF, em se tratando de 
concurso público, as restrições ao princípio da igualdade só poderão ser 
estabelecidas em lei. Significa dizer que editais de concurso e outros 
atos administrativos em geral (decretos, portarias etc.) não podem 
estabelecer restrições ao princípio de igualdade em concurso público. 
Quando eu afirmo isso em sala de aula, sempre algum candidato diz que 
“o edital tal estabeleceu idade mínima”. Ora, é evidente que o edital, 
como regramento do concurso, apresentará a restrição. Porém, para 
que a restrição trazida no edital seja válida, é indispensável que tal 
restrição esteja prevista na lei de organização da respectiva carreira. Se 
a lei não estabelece nenhuma restrição, se não há previsão legal, a 
restrição trazida exclusivamente no edital é inválida. 
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21) (ESAF/AFC/STN/2000) As provas obtidas por meio contrário ao 
Direito somente podem ser utilizadas no processo civil ou penal se a 
parte tiver dificuldade em encontrar outro meio de provar o seu direito. 
Item ERRADO. 
Determina a Constituição que são inadmissíveis, no processo, as provas 
obtidas por meios ilícitos (art. 5º, LVI). 
Essa vedação alcança os processos judiciais e administrativos, e não 
poderá ser afastada diante da simples dificuldade da parte em encontrar 
outro meio de provar o seu direito. 
22) (ESAF/AFC/STN/2000) A Constituição admite a interceptação de 
comunicações telefônicas de indivíduo suspeito do cometimento de 
crimes graves, desde que a escuta seja determinada por ordem judicial, 
pelo Ministério Público ou por Comissão Parlamentar de Inquérito. 
Item ERRADO. 
A Constituição permite a interceptação das comunicações telefônicas, 
desde que respeitados os seguintes requisitos: 
a) somente por ordem judicial; 
b) somente nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer; 
c) somente para fins de investigação criminal ou instrução processual 
penal (art. 5º, XII). 
Analisemos, separadamente, esses requisitos: 
a) só por ordem judicial poderá ser autorizada a interceptação 
telefônica: trata-se de medida sujeita à chamada reserva de 
jurisdição, isto é, medida que só pode ser determinada por membro do 
Poder Judiciário; ninguém mais pode autorizar a interceptação telefônica 
(comissão parlamentar de inquérito - CPI, Ministério Público, autoridade 
policial etc.); 
b) só nas hipóteses e na forma que lei estabelecer: a Lei nº 9.296/96 
regulamentou esse dispositivo e estabeleceu quais as estritas hipóteses 
em que a interceptação telefônica poderá ser autorizada (essas 
hipóteses não nos interessam no estudo do Direito Constitucional, por se 
tratar de matéria legal, e não constitucional); 
c) só para fins de investigação criminal ou instrução processual penal: 
não se permite a interceptação telefônica no âmbito de processos 
administrativos (processo administrativo tributário, processo 
administrativo disciplinar etc.), nem no âmbito de processos cíveis (ação 
popular, ação de improbidade administrativa etc.). 
A interceptação telefônica poderá ser autorizada pelo magistrado: 
a) de ofício; 
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b) por solicitação do Ministério Público, no curso de investigação criminal 
ou instrução processual penal; ou 
c) por solicitação da autoridade policial competente, no curso de 
investigação criminal. 
A interceptação das comunicações telefônicas não pode ser confundida 
com a quebra do sigilo telefônico. 
A interceptação telefônica incide sobre o conteúdo da conversa, vale 
dizer, é a autorização para a gravação do conteúdo da conversa, no 
momento em que ela ocorre. É autorizada exclusivamente por membro 
do Poder Judiciário (reserva de jurisdição) e executada pela autoridade 
policial competente. 
A quebra do sigilo telefônico diz respeito aos registros das ligações 
realizadas por determinado telefone, em período pretérito. É a 
autorização para a obtenção, perante a companhia telefônica, dos 
registros das ligações – ativas e passivas – de determinado telefone 
(registros das ligações realizadas, das ligações recebidas, do tempo de 
duração de cada ligação etc.). Não é medida exclusiva do Poder 
Judiciário, podendo ser determinada diretamente por comissão 
parlamentar de inquérito – CPI. 
Finalmente, importante destacar que também poderão ser interceptadas 
as comunicações realizadas com o uso da telemática e informática (e-
mail, fax, telex etc.), desde que respeitados os mesmos requisitos 
exigidos para a interceptação das comunicações telefônicas, acima 
comentados. 
23) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a jurisprudência do Superior 
Tribunal de Justiça, o direito à inviolabilidade da honra, pela natureza 
subjetiva desse atributo, não se aplica à pessoa jurídica. 
Item ERRADO. 
A jurisprudência dos tribunais firmou-se no sentido de que a 
inviolabilidade à honra e à imagem se aplica também às pessoas 
jurídicas, e não somente às pessoas físicas (CF, art. 5º, X). 
Enfim, a imagem e a boa fama de uma empresa podem ser violadas, 
gerando o direito à reparação dos danos – materiais e morais – 
decorrentes dessa violação. 
24) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) Não se pode invocar direito adquirido 
contra lei de ordem pública. 
Item ERRADO. 
A doutrina faz uma distinção entre lei de ordem pública e lei de ordem 
privada. 
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Lei de ordem pública é aquela, de regra oriunda dos ramos do Direito 
Público, que regula uma situação em que impera o interesse público, 
mormente numa relação indivíduo-Estado. Uma lei penal (regulando os 
poderes do Estado de punir o infrator), uma lei do direito administrativo 
(regulando os direitos e deveres dos servidores frente à Administração 
Pública) são exemplos de leis de ordem pública. 
Lei de ordem privada é aquela, de regra oriunda dos ramos do Direito 
Privado, que regula precipuamente relações entre particulares, os 
chamados negócios privados. Uma lei civil que estabeleça o regramento 
dos contratos privados (contrato de franquia, de arrendamento 
mercantil etc.) é uma típica lei de ordem privada. 
Em alguns países, o ordenamento constitucional protege o indivíduo 
somente frente às leis de ordem privada, ou seja, nesses países 
somente as leis de ordem privada devem obediência ao direito 
adquirido, à coisa julgada e ao ato jurídico perfeito. Significa dizer que, 
nesses países, uma lei de ordem pública, em face do império do 
interesse público frente ao interesse individual, pode prejudicar o direito 
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. 
No Brasil, o STF firmou entendimento de que tanto as leis de ordem 
privada, quanto as leis de ordem pública devem obediência à proibição 
constitucional de prejuízo ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e 
à coisa julgada (CF, art. 5º, XXXVI). 
Então, no Brasil, uma lei de ordem pública não pode desrespeitar o 
direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. O indivíduo 
poderá invocar essa proteção frente a leis de ordem pública ou de 
ordem privada, indistintamente. 
25) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) Gravação ilícita de conversa telefônica 
não pode ser aceita em processo judicial, mas nada impede que os 
dados por ela obtidos sejam aproveitados em processo administrativo, 
se indispensáveis para a descoberta da verdade real. 
Item ERRADO. 
A vedação constitucional à utilização de provas obtidas por meios ilícitos 
alcança os processos judiciais e administrativos (CF,art. 5º, LVI). 
26) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) A gravação de conversa telefônica 
pode ser autorizada por autoridade judicial, para fins de instrução de 
processo administrativo disciplinar. 
Item ERRADO. 
A Constituição Federal só permite a gravação de conversa telefônica no 
âmbito penal, para fins de investigação criminal ou instrução processual 
penal (art. 5º, XII). Em hipótese alguma poderá ser autorizada a 
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interceptação telefônica em processos administrativos ou de natureza 
cível. 
27) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) A Constituição não impede que a lei 
possa retroagir para beneficiar o particular em face do poder público. 
Item CERTO. 
Determina a Constituição que a lei não prejudicará o direito adquirido, o 
ato jurídico perfeito e a coisa julgada (art. 5º, XXXVI). 
Sabe-se que esse dispositivo tem por fim resguardar a segurança 
jurídica, evitando que situações já consumadas na vigência de uma lei 
sejam afetadas prejudicialmente por leis posteriores. 
Sabe-se também que esse dispositivo estabelece uma garantia ao 
indivíduo frente ao Estado, e não o contrário. Tanto é assim que o STF 
tem até Súmula dispondo que “A garantia de irretroatividade da lei, 
prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituição da República, não é 
invocável pela entidade estatal que a tenha editado.” (Súmula nº 654). 
Logo, essa garantia constitucional não proíbe que a lei seja retroativa 
no Brasil, desde que para beneficiar o indivíduo frente ao Estado. O que 
o inciso XXXIV proíbe é que a lei retroaja em prejuízo ao direito 
adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada. 
Esse aspecto é importante porque muitos pensam que a única lei que 
pode retroagir no Brasil é a lei penal favorável ao réu (CF, art. 5º, XL). 
Isso é um equívoco. Não é só a lei penal benigna que pode retroagir. 
Leis em geral podem ser retroativas no Brasil, desde que estabelecendo 
um tratamento favorável ao indivíduo frente ao Poder Público. 
28) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) O particular não pode se opor a que 
um bem seu seja requisitado para o enfrentamento de iminente perigo 
público, devendo o uso do bem ser necessariamente indenizado ao ser 
restituído ao proprietário. 
Item ERRADO. 
De fato, o particular não pode se opor a que um bem seu seja 
requisitado pela autoridade competente no caso de iminente perigo 
público, pois se trata de direito fundamental assegurado ao Estado 
frente ao indivíduo (CF, art. 5º, XXV). 
Porém, o uso não é necessariamente indenizado no momento da 
restituição do bem ao proprietário, pois só haverá indenização ulterior 
se houver dano (na verdade, o uso do bem é gratuito; a indenização 
ulterior, se houver, será pelos danos decorrentes do uso). 
29) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) O duplo grau de jurisdição não foi 
erigido pelo constituinte de 1988 ao nível de direito individual 
fundamental. 
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Item CERTO. 
Muito se discute se o duplo grau de jurisdição é (ou não) uma garantia 
constitucional na Constituição Federal de 1988. 
A discussão é relevante porque se o duplo grau de jurisdição for uma 
garantia constitucional, significa dizer que não podem existir no Brasil 
processos – administrativos ou judiciais – de instância única, isto é, em 
que o indivíduo não tenha direito a recurso, ao reexame da matéria por 
um órgão superior. 
Ao contrário, se o duplo grau de jurisdição não for uma garantia 
constitucional, significa dizer que nada impede a existência de processos 
de instância única, em que o indivíduo não tenha direito a nenhum 
recurso (isto é, não tenha direito ao duplo grau de jurisdição!). 
Bem, depois de muita discussão, o STF firmou entendimento de que o 
duplo grau de jurisdição não é uma garantia constitucional na 
Constituição Federal de 1988. 
Logo, nada impede que no Brasil tenhamos processos – administrativos 
ou judiciais – de instância única, nos quais o indivíduo não tenha direito 
a recurso. 
30) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) Autoridade policial pode dissolver 
compulsoriamente associação nefasta ao interesse público. 
Item ERRADO. 
As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão 
judicial transitada em julgado (CF, art. 5º, XIX). 
31) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) Todas as provas requeridas pelo 
acusado num processo administrativo devem ser admitidas pela 
autoridade que o preside, sob pena de ofensa à garantia da ampla 
defesa. 
Item ERRADO. 
Nem todas as provas deverão ser admitidas pela autoridade que preside 
um processo administrativo, pois a Constituição não admite a utilização 
de provas obtidas por meios ilícitos (CF, art. 5º, LVI). 
32) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) Todo o brasileiro nato é parte legítima 
para propor ação popular, visando a anular ato lesivo ao patrimônio 
público. 
Item ERRADO. 
A ação popular só pode ser proposta por cidadão (CF, art. 5º, LXXIII). 
Logo, não é todo o brasileiro que pode propor ação popular, pois nem 
todo brasileiro é cidadão. Só são juridicamente considerados cidadãos 
aqueles brasileiros que estão no gozo da capacidade eleitoral ativa, 
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aptos para votar. Por exemplo: os brasileiros menores de dezesseis anos 
não podem propor ação popular, pois não gozam de capacidade eleitoral 
ativa (não são cidadãos). 
33) (ESAF/MPOG/APO/2002) O indivíduo condenado por um fato que, 
quando praticado, era definido como crime, não se beneficia de lei 
posterior que descriminaliza a conduta. 
Item ERRADO. 
Determina a Constituição que a lei penal não retroagirá, salvo para 
favorecer o réu (art. 5º, XL). 
Portanto, a lei penal descriminadora - que deixa de tipificar a conduta 
como crime - retroagirá, pois é benéfica ao réu, mesmo sabendo que 
este já foi anteriormente condenado com base na lei anterior, então 
vigente. 
34) (ESAF/MPOG/APO/2002) Os direitos e garantias individuais 
previstos na Constituição dependem, invariavelmente, de lei ordinária 
que os desenvolva, para que possam produzir todos os seus efeitos. 
Item ERRADO. 
Em regra, os direitos e garantias fundamentais têm aplicabilidade 
imediata, isto é, produzem os seus plenos efeitos independentemente 
de regulamentação por lei (CF, art. 5º, § 1º). 
35) (ESAF/MPOG/APO/2002) O trabalhador goza da garantia 
constitucional de não ter o salário reduzido em nenhum caso. 
Item ERRADO. 
O princípio da irredutibilidade do salário não é absoluto, pois a 
Constituição permite a redução do salário em convenção ou acordo 
coletivo (art. 7º, VI). 
36) (ESAF/MPOG/APO/2002) Em caso de flagrante delito, agente público 
pode ingressar na casa de particular, independentemente de autorização 
judicial, de dia ou de noite. 
Item CERTO. 
Diante de flagrante delito (prática atual de um crime), agentes públicos 
podem ingressar na casa de particular, sem o consentimento do 
morador e sem necessidade de autorização judicial, a qualquer hora do 
dia ou da noite (CF, art. 5º, XI). 
37) (ESAF/MPOG/APO/2002) Toda prisão anterior ao trânsito em julgado 
de sentença penal condenatória é inconstitucional, por ferir o princípio 
da presunção de inocência. 
Item ERRADO. 
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O princípio da presunção da inocência está previsto no art. 5º, LVII, da 
Constituição e determina que ninguém será considerado culpado até o 
trânsito em julgado de sentença penal condenatória (veja que o 
princípio não diz que ninguém será preso, mas sim que ninguém será 
considerado culpado). 
Segundo a jurisprudência do STF, as prisões cautelares (em flagrante,temporária, preventiva etc.) são plenamente compatíveis com o 
princípio da presunção da inocência. 
A força desse princípio é vedar o lançamento do nome do réu no rol dos 
culpados antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, 
isto é, o réu não pode ser registrado como criminoso (“fichado 
criminalmente”) antes do trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória. 
38) (ESAF/PFN/2003) O habeas corpus é instrumento adequado para se 
impugnar ordem de juiz de primeiro grau de quebra de sigilo bancário. 
Item CERTO. 
Vimos que, em regra, o remédio constitucional idôneo para reprimir 
eventuais ilegalidades ou arbitrariedades havidas na quebra do sigilo 
bancário é o mandado de segurança. 
Porém, será também cabível a impetração de habeas corpus sempre que 
a quebra do sigilo bancário implicar ofensa indireta ao direito de 
locomoção. Enfim, se a quebra do sigilo bancário se der no curso de 
processo em que o indivíduo possa, em tese, ser condenado à pena 
privativa de liberdade, poderá ser ajuizado, em vez do mandado de 
segurança, o habeas corpus (essa questão foi minuciosamente 
comentada em exercício da aula anterior). 
39) (ESAF/PFN/2003) O sentenciado penal não pode ser preso para 
cumprir a sentença, enquanto dela pender recurso extraordinário, em 
virtude da presunção de inocência, que perdura enquanto não transitada 
em julgado a decisão condenatória. 
Item ERRADO. 
Vimos que o princípio da presunção da inocência não impede a prisão 
do réu antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória 
(art. 5º, LVII). 
O princípio proíbe, apenas, que o seu nome seja lançado no rol dos 
culpados antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, 
isto é, que o indivíduo seja registrado como criminoso antes do trânsito 
em julgado da sentença penal condenatória. 
40) (ESAF/PFN/2003) Não há reparação por danos morais sem prova de 
dano à reputação do autor da demanda. 
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Item ERRADO. 
Segundo a jurisprudência do STF, a reparação por danos morais não 
exige comprovação de efetivo dano à reputação da vítima. Significa 
dizer que, por exemplo, a simples utilização indevida da imagem da 
pessoa pode ensejar a indenização por danos morais (CF, art. 5º, X), 
ainda que essa utilização não tenha causado nenhum dano à reputação 
da vítima. 
41) (ESAF/PFN/2003) Os direitos sociais previstos na Constituição, por 
serem normas programáticas, não produzem efeitos jurídicos, senão 
depois de regulados pelo legislador ordinário. 
Item ERRADO. 
Nem todos os direitos sociais são normas de eficácia limitada, de cunho 
programático. É verdade que temos alguns direitos sociais que são 
normas programáticas, isto é, que dependem de regulamentação pelo 
legislador ordinário para a produção dos seus efeitos essenciais (art. 7º, 
XX e XXVII, por exemplo). 
Porém, a regra é aplicabilidade imediata, prevista no art. 5º, § 1º, da 
Constituição. 
42) (ESAF/PFN/2003) A ação popular pode ser ajuizada para atacar ato 
jurisdicional. 
Item ERRADO. 
A ação popular é a ação constitucional que pode ser proposta por 
qualquer cidadão para anular ato lesivo ao patrimônio público ou de 
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao 
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural (CF, art. 5º, LXXIII). 
Ato jurisdicional é o ato praticado por membro do Poder Judiciário – juiz 
ou tribunal – no desempenho da sua função típica, que é a função 
jurisdicional. Enfim, atos de natureza jurisdicional são as decisões 
judiciais proferidas pelos juízos e tribunais do Poder Judiciário nos casos 
submetidos à sua apreciação. 
Há controvérsia sobre o cabimento (ou não) de ação popular contra ato 
de natureza jurisdicional. Se a decisão de um magistrado violar um dos 
bens protegidos pela ação popular (o meio ambiente, por exemplo), 
poderá o cidadão propor uma ação popular contra esse ato do 
magistrado? 
A resposta é negativa. Segundo a jurisprudência do STF, não cabe ação 
popular contra ato de natureza jurisdicional (decisões judiciais) ou, em 
outras palavras, os atos de natureza jurisdicional são imunes à ação 
popular (não podem ser atacados na via da ação popular). 
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E por que não? Porque, segundo o STF, se a decisão judicial ainda não 
transitou em julgado deverá ser atacada pelos recursos cabíveis nas leis 
processuais que regulam o respectivo processo; ou, se a decisão judicial 
já transitou em julgado, deverá ser atacada na via da ação rescisória. 
Logo, num ou noutro caso, não será cabível a propositura de ação 
popular. 
Podemos afirmar, então, que um ato praticado por um juiz jamais 
poderá ser atacado por meio de ação popular? 
Não, não podemos afirmar isso. Os magistrados também praticam atos 
administrativos (nomeação e aplicação de penalidade a servidor, 
realização de uma licitação pública para contratação de serviço etc.), e 
esses atos poderão ser normalmente atacados por meio de ação popular 
(somente os atos jurisdicionais não podem ser objeto de ação 
popular). 
43) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) A ação popular é 
instrumento de controle da regularidade da Administração Pública, 
podendo, nos termos da Constituição, ser intentada por todo brasileiro. 
Item ERRADO. 
Vimos que não é todo brasileiro que pode propor ação popular, mas 
somente os cidadãos (CF, art. 5º, LXXIII). 
44) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) A proibição constitucional 
de uso de prova ilícita não incide no âmbito do processo administrativo, 
em que prevalece a busca da verdade real. 
Item ERRADO. 
A vedação à utilização de provas ilícitas aplica-se tanto ao processo 
judicial quanto ao processo administrativo (CF, art. 5º, LVI). 
Assim, se é verdade que o réu não pode ser condenado penalmente com 
base em provas obtidas por meios ilícitos, também é verdade que o 
servidor público não pode ser penalizado em processo administrativo 
disciplinar com fundamento em provas ilícitas. 
45) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) É inconstitucional toda 
norma que regula relações entre a Administração Pública e particulares 
com efeitos retroativos. 
Item ERRADO. 
A proteção ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada 
(CF, art. 5º, XXXVI) não impede que as leis sejam retroativas no Brasil, 
desde que em benefício dos particulares em face do Estado. Afinal, o 
que a regra constitucional proíbe é a retroatividade da lei em prejuízo 
ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada. 
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46) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Nenhum brasileiro pode ser 
extraditado. 
Item ERRADO. 
A Constituição não permite a extradição do brasileiro nato; porém, é 
admitida a extradição do brasileiro naturalizado em dois casos: (a) 
prática de crime comum, antes da naturalização; e (b) comprovado 
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na 
forma da lei (art. 5º, LI). 
47) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) A garantia do direito 
adquirido impede a alteração do regime jurídico dos servidores públicos 
por meio de lei. 
Item ERRADO. 
Segundo a jurisprudência do STF, não há direito adquirido em face de 
mudança do regime jurídico estatutário dos servidores públicos. 
Significa dizer que o servidor público, ao tomar posse no cargo público, 
não adquire direito às vantagens então previstas no seu regime jurídico. 
O servidor não adquire direito à manutenção dessas vantagens por toda 
a sua vida funcional, até a aposentadoria. Ulteriormente essas 
vantagens poderão ser suprimidas por lei e não poderá ser invocadodireito adquirido em face dessas supressões. 
A minha história no serviço público é um bom exemplo para 
entendermos essa orientação do STF. Quando eu ingressei no serviço 
público federal, em 1993, a Lei nº 8.112/90 (regime jurídico dos 
servidores públicos federais) estava com a sua redação original intacta. 
Naquela época, eu tinha direito à licença-prêmio, ao adicional de tempo 
de serviço, à incorporação da gratificação pelo desempenho de cargo em 
comissão etc. Com o tempo, todas essas vantagens foram suprimidas 
por lei, e eu não pude alegar direito adquirido diante dessas supressões. 
Por que não? Porque, segundo o STF, não há direito adquirido contra 
alterações do regime jurídico estatutário dos servidores públicos. 
48) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) A dor moral, por não ser 
quantificável pecuniariamente, não é tida como indenizável nos casos de 
violação da intimidade e da vida privada. 
Item ERRADO. 
Segundo o STF, a dor, o sofrimento, o desconforto e o constrangimento 
também são indenizáveis a título de dano moral nos casos de violação 
da intimidade e da vida privada (CF, art. 5º, X). 
Um bom exemplo de indenização da dor moral foi um caso apreciado 
pelo STF, no qual uma mãe requereu indenização do Estado por dano 
moral em razão do assassinato do seu filho detento nas dependências 
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de presídio mantido pelo Estado. O STF reconheceu o direito à 
indenização frente ao Estado, deixando assente que a dor moral, 
decorrente da perda de um ente querido, é indenizável a titulo de dano 
moral, por violação à vida intimidade e à vida privada. 
49) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Estende-se ao escritório 
profissional do indivíduo a garantia constitucional da inviolabilidade da 
sua casa. 
Item CERTO. 
A interpretação que prevaleceu sobre o alcance da expressão “casa” - 
prevista no art. 5º, XI, da Constituição, ao estabelecer a inviolabilidade 
domiciliar - é que o seu alcance é amplo, alcançando não só os recintos 
de natureza residencial, mas também os recintos profissionais não-
franqueados ao público, tais como: o escritório do advogado, o 
consultório do médico, os recintos fechados da empresa etc. 
50) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Uma vez criada, uma 
associação somente poderá ser dissolvida por ato de vontade dos seus 
integrantes nesse sentido. 
Item ERRADO. 
As associações podem também ser dissolvidas compulsoriamente por 
decisão judicial transitada em julgado (CF, art. 5º, XIX). 
51) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Pessoas jurídicas não 
podem titularizar direitos fundamentais. 
Item ERRADO. 
No constitucionalismo moderno, pessoas jurídicas – privadas e estatais 
– também são titulares de direitos fundamentais. Na Constituição 
Federal de 1988 são vários os direitos fundamentais extensíveis às 
pessoas jurídicas, tais como: o direito à inviolabilidade da honra e da 
imagem (art. 5º, X); o direito de propriedade (art. 5º, XXII); o direito à 
assistência jurídica gratuita e integral (art. 5º, LXXIV). 
52) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Na vigência da Constituição 
de 1988, toda lei que fixe limite de idade para o ingresso em carreira do 
serviço público é inconstitucional. 
Item ERRADO. 
O princípio da isonomia não impede que lei estabeleça limite de idade 
para o ingresso em carreira do serviço público, desde que haja 
razoabilidade para essa limitação, isto é, desde que as atribuições do 
cargo a justifiquem. Por exemplo: é constitucional a fixação de idade 
máxima para o ingresso no cargo de agente de polícia, pois as 
atribuições desse cargo, que exigem vigor físico, justificam essa 
exigência; porém, seria flagrantemente inconstitucional a fixação de 
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idade máxima para o ingresso no cargo de professor universitário, pois 
as atribuições desse cargo não legitimam limitação dessa natureza. 
53) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) O Ministério Público tem o 
poder de, em procedimento de ordem administrativa, determinar a 
dissolução compulsória de associação que esteja sendo usada para a 
prática de atos nocivos ao interesse público. 
Item ERRADO. 
As associações só podem ser compulsoriamente dissolvidas por decisão 
judicial transitada em julgado (CF, art. 5º, XIX). 
54) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Pessoas jurídicas, inclusive 
de direito público, podem ser titulares de direitos fundamentais. 
Item CERTO. 
Vimos que no constitucionalismo moderno não só as pessoas físicas, 
mas também as pessoas jurídicas – públicas e privadas – podem ser 
titulares de direitos fundamentais. 
55) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) A Constituição Federal não 
tolera nenhum tratamento legislativo diferenciado entre homem e 
mulher, a não ser os que prevê taxativamente no seu texto. 
Item ERRADO. 
Além dos casos de tratamento diferenciado entre homens e mulheres 
estabelecidos na própria Constituição, o legislador ordinário poderá 
estabelecer outros, desde que haja razoabilidade para a discriminação. 
Assim, por exemplo: as leis trabalhistas estabelecem tratamento 
diferenciado entre homem e mulher no tocante à exigência de força 
física no trabalho; a exigência de força física em teste para o ingresso 
em determinado cargo público é diferenciada entre homem e mulher 
etc. 
56) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Os direitos e garantias 
fundamentais, na ordem constitucional brasileira, não podem ter por 
sujeitos passivos pessoas físicas. 
Item ERRADO. 
Em regra, as pessoas físicas figuram no pólo ativo de um direito ou 
garantia fundamental, como seu titular. Vale dizer, em regra, as 
pessoas físicas são as titulares dos direitos fundamentais (sujeito ativo) 
em face do Estado (sujeito passivo). 
Porém, é possível que as pessoas físicas figurem no pólo passivo, assim 
como é possível que o Estado figure no pólo ativo, como titular do 
direito ou garantia fundamental. 
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Um bom exemplo é o inciso XXV do art. 5º da Constituição, que prevê o 
direito de requisição administrativa, direito fundamental do Estado 
frente ao particular. Cuida-se de típico direito fundamental outorgado ao 
Estado, no qual o particular figura como sujeito passivo. 
Percebe-se facilmente que na requisição administrativa o Estado é o 
sujeito ativo (titular do direito) e o particular é o sujeito passivo 
(obrigado à satisfação do direito), senão vejamos: no caso de iminente 
perigo público, a autoridade competente (sujeito ativo) poderá usar de 
propriedade particular, assegurada ao proprietário (sujeito passivo) 
indenização ulterior, se houver dano. 
No tocante às garantias fundamentais, o particular poderá figurar como 
sujeito passivo em mandado de segurança (no caso de prática de ato 
coator por agente privado no exercício de atribuição do Poder Público), 
em habeas corpus (no caso de violação do direito de locomoção por 
particular) etc. 
57) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) O duplo grau de jurisdição 
constitui direito fundamental dos indivíduos, decorrente do direito de 
acesso ao Judiciário. 
Item ERRADO. 
Segundo a jurisprudência do STF, o duplo grau de jurisdição não é uma 
garantia constitucional, sendo possível a existência de processos – 
administrativos ou judiciais – de instância única, sem direito a recurso 
para uma instância superior (isto é, sem direito ao duplo grau). 
58) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Em nenhuma hipótese a 
Constituição Federal admite a pena de morte. 
Item ERRADO. 
A Constituição permite a pena de morte em caso de guerra declarada, 
em razão de agressão estrangeira, pelo Presidente da República, 
autorizadopelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando 
ocorrida no intervalo das sessões legislativas (CF, art. 5º, XLVII, a c/c 
art. 84, XIX). 
59) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) O princípio constitucional 
da soberania dos veredictos do júri impede que juízes togados julguem 
pedido de revisão criminal de condenação proferida em tribunal do júri. 
Item ERRADO. 
Ao reconhecer à lei a competência para a instituição do júri, a 
Constituição estabelece os princípios que deverão ser seguidos pelo 
legislador na sua organização, a saber: (a) a plenitude de defesa; (b) o 
sigilo das votações; (c) a soberania dos veredictos; (d) a competência 
para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. 
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Dentre esses princípios, temos a soberania dos veredictos, vale dizer, a 
decisão proferida pelo tribunal do júri ao julgar os crimes dolosos contra 
a vida é soberana. 
Porém, segundo a jurisprudência do STF, a soberania dos veredictos 
não impede a interposição de recursos perante o Poder Judiciário contra 
decisão do tribunal do júri (CF, art. 5º, XXXVIII, c). 
Portanto, é possível que tribunal do Poder Judiciário aprecie recurso 
interposto contra decisão proferida pelo tribunal do júri (o tribunal 
poderá declarar a nulidade da decisão do júri, por contrariedade às 
provas constantes dos autos, por exemplo), bem assim pedido de 
revisão criminal de condenação anteriormente imposta em tribunal do 
júri. 
Em relação aos outros princípios do júri, dois aspectos merecem 
destaque. 
O primeiro é que a Constituição outorgou ao júri a competência para o 
julgamento dos crimes dolosos contra a vida. O legislador ordinário 
poderia ampliar essa competência do tribunal do júri? A lei poderia 
atribuir ao júri a competência para o julgamento de outros crimes, além 
dos dolosos contra a vida? Embora não haja consenso doutrinário a 
respeito, entendemos que a orientação dominante é no sentido 
negativo, de que a lei não poderia ampliar a competência do tribunal do 
júri. 
O segundo é que não é correto afirmar que todos os crimes dolosos 
contra a vida serão julgados pelo tribunal do júri. Por que não? Porque, 
segundo o STF, as autoridades que têm foro especial previsto na 
Constituição Federal não se submetem a julgamento perante o tribunal 
do júri. Por exemplo: se o governador cometer um crime doloso contra 
a vida, será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça – STJ, e não pelo 
júri; se o prefeito cometer um crime doloso contra vida, será julgado 
perante o Tribunal de Justiça, e não perante o júri – e assim por diante. 
60) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Não constitui prova ilícita 
a gravação de conversa telefônica, como meio de legítima defesa, feita 
por um dos interlocutores, sem o conhecimento do outro. 
Item CERTO. 
Em regra, a gravação de conversa por um dos interlocutores sem o 
conhecimento do outro é ato ilícito, por ofensa à intimidade e à vida 
privada (CF, art. 5º, X). 
Porém, a gravação constituirá prova lícita se utilizada em legítima 
defesa. Se João conversa com Pedro, e Pedro grava a conversa sem o 
conhecimento de João, a gravação constituirá prova lícita, se utilizada 
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em legítima defesa de Pedro (Pedro pode estar sendo vítima de uma 
investida criminosa de João). 
61) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) A existência, num 
processo penal, de prova ilicitamente obtida contamina necessariamente 
todo o feito, tornando-o nulo. 
Item ERRADO. 
A mera presença de provas ilícitas nos autos não invalida 
necessariamente o processo. Detectadas as provas ilícitas, faz-se o que 
se chama desentranhamento de provas, isto é, são separadas as 
provas lícitas das ilícitas. Estas (as ilícitas) são retiradas dos autos, mas 
o processo pode ter a sua regular continuidade com fundamento nas 
provas lícitas autônomas. 
Deve-se lembrar que, na retirada das provas ilícitas dos autos, deverão 
ser retiradas as provas ilícitas originárias e todas as demais provas delas 
derivadas. 
Isso porque, segundo a jurisprudência do STF, tem aplicação entre nós 
a teoria dos frutos da árvore envenenada (fruits of the poisonous 
tree), segundo a qual as provas ilícitas contaminam todas as provas 
levantadas a partir dela. Afinal, se a árvore (prova ilícita originária) está 
contaminada, certamente os seus frutos (provas derivadas dessa prova 
originária) também estão. 
62) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Durante o período de 
prisão, o condenado por sentença criminal transitada em julgado não 
sofre a suspensão dos seus direitos políticos. 
Item ERRADO. 
O condenado criminalmente em sentença transitada em julgado sofre a 
suspensão dos seus direitos políticos, enquanto durarem os efeitos da 
condenação (CF, art. 15, III). 
63) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Atos de improbidade 
administrativa acarretam a perda dos direitos políticos. 
Item ERRADO. 
Os atos de atos de improbidade administrativa importarão a suspensão 
dos direitos políticos, e não a sua perda. 
É o que estabelece o art. 37, § 4º, da Constituição, segundo o qual os 
atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos 
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens 
e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem 
prejuízo da ação penal cabível. 
64) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Somente brasileiros 
podem titularizar cargos públicos. 
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Item ERRADO. 
Determina a Constituição que os cargos, empregos e funções públicas 
são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos 
em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei (art. 37, I). 
Portanto, os estrangeiros podem titularizar cargos públicos, na forma 
da lei. Esse dispositivo constitucional, em relação aos estrangeiros, é de 
eficácia limitada, vale dizer, dependente de lei regulamentadora para 
a produção dos seus efeitos essências. Assim, ao contrário dos 
brasileiros, os estrangeiros só podem ter acesso a cargo, emprego ou 
função públicos quando houver autorização em lei. 
Vale lembrar, ainda, que a lei não poderá autorizar os estrangeiros a ter 
acesso a qualquer cargo público, haja vista que a Constituição reservou 
certos cargos públicos aos brasileiros natos (art. 12, § 3º) 
65) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) O analfabeto não possui 
capacidade eleitoral passiva. 
Item CERTO. 
A capacidade eleitoral ativa é o direito de votar nas eleições, nos 
referendos e nos plebiscitos (alistabilidade); é adquirida com o 
alistamento perante a Justiça Eleitoral. 
A capacidade eleitoral passiva é o direito de ser votado, de ser eleito 
(elegibilidade). 
No Brasil, a elegibilidade (capacidade eleitoral passiva) não coincide 
com a alistabilidade (capacidade eleitoral passiva). Todo elegível é, 
necessariamente, eleitor, mas a recíproca não é verdadeira, isto é, nem 
todo eleitor é elegível. 
Ou, em outras palavras: todo aquele que possui a capacidade eleitoral 
passiva (elegibilidade) possui, necessariamente, a capacidade eleitoral 
ativa (alistabilidade); porém, nem todo aquele que dispõe da capacidade 
eleitoral ativa (alistabilidade) é detentor da capacidade eleitoral passiva 
(elegibilidade). 
Ou, num linguajar mais simples ainda: não há elegível que não seja 
também eleitor, mas há eleitor que não é elegível! 
Por exemplo: os analfabetos e os menores entre dezesseis e dezoito 
anos possuem a capacidade eleitoral ativa (podem votar), mas não 
dispõem da capacidade eleitoral passiva (não podem ser eleitos). 
66) (ESAF/AFRE/MG/2005) A Constituição enumera,de forma taxativa, 
no seu Título sobre Direitos e Garantias Fundamentais, os direitos 
individuais reconhecidos como fundamentais pela nossa ordem jurídica. 
Item ERRADO. 
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A enumeração constitucional dos direitos e garantias fundamentais não 
é taxativa, limitativa; outros direitos fundamentais além daqueles 
expressamente enumerados pela Constituição poderão ser reconhecidos 
aos brasileiros, desde que decorrentes do regime e dos princípios por ela 
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa 
do Brasil seja parte. 
É o que reza o art. 5º, § 2º, da Constituição, nos termos seguintes: “os 
direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos 
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja 
parte”. 
67) (ESAF/AFRE/MG/2005) As garantias constitucionais do direito 
adquirido e do ato jurídico perfeito não constituem cláusulas pétreas. 
Item ERRADO. 
As garantias constitucionais do direito adquirido e do ato jurídico 
perfeito são de natureza individual e, como tais, gravadas como cláusula 
pétrea (CF, art. 60, § 4º, IV). 
68) (ESAF/AFRE/MG/2005) Os direitos individuais fundamentais, por 
serem considerados cláusulas pétreas, somente podem ser abolidos ou 
modificados por meio de emenda à Constituição. 
Item ERRADO. 
Os direitos e garantias individuais são gravados como cláusulas pétreas 
(CF, art. 60, § 4º, IV) e, como tais, não podem ser abolidos por meio de 
emenda à Constituição. O conceito jurídico de cláusula pétrea é este: 
matéria que não pode ser prejudicada, tampouco abolida por meio de 
emenda à Constituição. 
69) (ESAF/AFRE/MG/2005) O mandado de segurança, o habeas corpus e 
o mandado de injunção são instrumentos processuais que compõem o 
grupo das garantias constitucionais. 
Item CERTO. 
O mandado de segurança, o habeas corpus, o mandado de injunção, a 
ação popular e o habeas data são as garantias constitucionais 
denominadas remédios constitucionais, em proteção aos direitos 
fundamentais consagrados na Constituição. 
70) (ESAF/AFRE/MG/2005) O princípio da separação dos poderes 
impede que o juiz invoque o princípio da proporcionalidade como 
fundamento para a declaração de inconstitucionalidade de uma lei. 
Item ERRADO. 
O princípio da proporcionalidade ou da razoabilidade - que tem sua sede 
material no postulado do devido processo legal em sua acepção 
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substantiva, previsto no art. 5º, LIV, da Constituição – é reiteradamente 
invocado pelo Poder Judiciário para a declaração da 
inconstitucionalidade das leis restritivas de direito, quando essas 
impõem uma restrição desarrazoada. 
Vimos que o princípio da razoabilidade ou da proporcionalidade exige 
das leis restritivas de direito o cumprimento dos requisitos (a) 
necessidade, (b) adequação e (c) medida certa (proporcionalidade 
estrita). Caso a lei restritiva de direito ofenda a um desses requisitos, 
será uma lei desarrazoada, e deverá ser declarada inconstitucional pelo 
Poder Judiciário. 
71) (CESPE/AGU/2004) A era dos chamados direitos políticos teve início 
com a Revolução Francesa e com a aprovação da primeira declaração 
dos direitos do homem. A marca registrada desse período está na 
consciência da imperiosa necessidade de se estabelecerem limites ao 
poder do Estado. A preocupação, no entanto, não foi capaz de frear a 
tendência de, partindo-se do individualismo jurídico, chegar-se aos 
estados totalitários. O individualismo jurídico demonstrou claramente a 
sua disfunção, porque passou a traduzir os interesses de uma classe 
determinada, deixando à margem um grupo de pessoas desiguais. O 
amadurecimento de novas exigências ou de novos valores, tais como o 
bem-estar e o interesse na manutenção de uma igualdade que 
transcende a fronteira do Estado, fizeram explodir uma nova era, a dos 
chamados direitos sociais, como o direito à liberdade, à propriedade, à 
educação, à habitação e à segurança. 
Item ERRADO. 
O enunciado trata da evolução dos direitos fundamentais, da primeira 
para a segunda geração (dimensão). Vamos revisar brevemente essa 
evolução dos direitos fundamentais. 
Os direitos fundamentais são tradicionalmente classificados em três 
gerações (dimensões), levando-se em conta o elemento cronológico, 
isto é, o momento em que esses direitos passaram a ser considerados 
fundamentais ao homem. 
A primeira geração de direitos fundamentais surgiu nos finais do séc. 
XVIII, com o advento da Revolução Francesa, e apresenta as seguintes 
características: surgiu no Estado liberal, em resposta ao Estado 
totalitário; tem por preocupação estabelecer limites ao poder do Estado, 
reduzindo a ingerência deste na esfera de liberdade do indivíduo. São os 
direitos fundamentais de índole negativa, que exigem uma abstenção do 
Estado em favor da liberdade do indivíduo; seu núcleo é, portanto, a 
liberdade. São os direitos civis e políticos, tais como: direito de 
propriedade, de manifestação de pensamento, de locomoção etc. 
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A segunda geração de direitos fundamentais surgiu no início do séc. XX, 
com o advento do Estado social, e apresenta as seguintes 
características: surgiu no Estado social, em resposta ao Estado liberal; 
tem por preocupação assegurar o mínimo de dignidade aos 
hipossuficientes. São direitos fundamentais de índole positiva, que 
exigem uma atuação do Estado em favor dos desamparados; seu núcleo 
é, portanto, a igualdade. São os direitos sociais, culturais e econômicos, 
tais como: direito a condições dignas de trabalho, à previdência social, à 
assistência social, à habitação, à educação, à segurança etc. 
A terceira geração de direitos fundamentais surgiu no séc. XX, e tem por 
preocupação os chamados bens da coletividade, os interesses difusos, 
assim entendidos aqueles que pertencem a um grupo indeterminado, ou 
de difícil determinação de pessoas. São exemplos: direito ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, à paz, ao progresso etc. 
Feita essa breve revisão, passemos ao exame da assertiva do Cespe. 
Por que ela está errada? Porque no final do texto, o direito à liberdade e 
o direito à propriedade são apontados como direitos sociais, o que não 
é verdade. São eles direitos de primeira dimensão, de natureza política 
e civil. 
A Constituição Federal de 1988 enumera como direitos sociais os 
seguintes: a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a 
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e 
a assistência aos desamparados (art. 6º). 
72) (CESPE/PROCURADOR/TCPE/2004) A ação popular, tal como 
prevista na Constituição da República, não é necessariamente 
dependente da prova do requisito da lesividade econômica para que seu 
pedido seja julgado procedente. 
Item CERTO. 
Segundo a jurisprudência do STF, a ação popular só exige um requisito: 
a ilegalidade do ato. 
Significa dizer que não se exige, para a propositura da ação popular, a 
comprovação de efetivo dano material, de natureza econômica, causado 
pelo ato ilegal. Por exemplo: um ato administrativo que atente contra a 
moralidade administrativa pode ser atacado por meio de ação popular, 
ainda que dele não decorra efetivo prejuízo econômico ao Poder Público. 
A simples ilegalidade, com ofensa à moralidade, já legitima a 
propositura da ação popular, independentemente da ocorrência de 
efetivo dano econômico. 
73) (CESPE/AGU/2004) Na esteira da jurisprudência da Suprema Corte 
norte-americana e de vários tribunais constitucionaiseuropeus, o STF 
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vem aplicando o princípio da proporcionalidade ou da razoabilidade na 
revisão judicial de atos legislativos. 
Item CERTO. 
Conforme exaustivamente comentado antes, o princípio da razoabilidade 
ou da proporcionalidade é reiteradamente aplicado pelo Poder Judiciário 
no Brasil como fundamento para a declaração da inconstitucionalidade 
de leis restritivas de direito, que impõem restrições desarrazoadas. 
74) (CESPE/PRF/2004) Considere a seguinte situação hipotética. No 
edital de um concurso público para provimento de vagas no cargo de 
policial rodoviário estadual, no item referente aos requisitos para a 
investidura no cargo, constava um subitem segundo o qual o candidato 
teria de ser do sexo masculino. Nessa situação, em face do tratamento 
isonômico entre homens e mulheres, o subitem do edital é 
inconstitucional. 
Item CERTO. 
Embora o princípio da isonomia admita o estabelecimento de restrições 
em concursos públicos tendo como parâmetro o sexo do candidato, 
essas restrições somente serão válidas se observarem ao princípio da 
razoabilidade, vale dizer, se as atribuições do cargo justificarem o 
tratamento diferenciado. 
Ora, as atribuições do cargo de policial rodoviário federal não exigem 
restrição quanto ao sexo, isto é, não há razoabilidade para a restrição 
do acesso a esse cargo público somente a candidatos do sexo 
masculino. O que impediria uma mulher de desempenhar as atribuições 
de policial rodoviário federal? Não consigo imaginar a razoabilidade para 
essa restrição (em sala de aula, um aluno, em tom preconceituoso e 
machista, disse que a razoabilidade estaria no fato de as mulheres 
serem “roda presa”, de não conseguirem dirigir um veículo em alta 
velocidade, mas isso nem sempre é verdade!). 
75) (CESPE/PRF/2004) A Constituição da República protege todas as 
formas de vida, inclusive a uterina. 
Item CERTO. 
A Constituição Federal assegura textualmente o direito fundamental à 
vida (art. 5º, caput), ao prescrever que “todos são iguais perante a lei, 
sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida” (...). 
O direito à vida é considerado o mais fundamental dos direitos, pois 
somente a partir dele tem início o exercício dos demais direitos 
constitucionalmente protegidos. Com efeito, não se pode falar em gozo 
dos demais direitos constitucionais - liberdade, igualdade, segurança, 
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propriedade etc. - sem, previamente, assegurar-se a inviolabilidade do 
direito à vida. 
Ao consagrar o direito à vida, a Constituição Federal impõe ao Estado o 
dever de bem assegurá-lo, sob dupla concepção: (a) o direito a 
permanecer vivo; (b) o direito de viver dignamente, usufruindo os 
outros valores fundamentais protegidos pelo texto constitucional, como 
a saúde, a educação, a segurança, a assistência aos hipossuficientes 
etc. 
O início da proteção do direito à vida é aquele em que surge a chamada 
“vida viável”, com o início da gravidez, como resultado da fecundação 
do óvulo pelo espermatozóide. Inicia-se, então, a proteção do 
ordenamento constitucional, pois desde a gestação temos um ser 
distinto do pai e da mãe. Por isso se diz que a Constituição protege a 
vida de forma geral, inclusive a uterina. 
Se a vida uterina não recebesse tutela jurídica, a proteção do direito à 
vida não seria completa, pois a vida poderia ser impedida, interrompida 
logo depois da concepção. 
Aliás, a condenação do aborto pelo ordenamento jurídico brasileiro é a 
maior prova de que a proteção à vida alcança também o nascituro, em 
momento anterior ao seu nascimento (Código Penal, art. 124). 
76) (CESPE/ANALISTA/TCU/2004) O objeto de um mandado de 
segurança coletivo impetrado por entidade de classe será um direito que 
esteja compreendido na titularidade dos associados e que exista em 
razão das atividades por eles exercidas, não se exigindo que esse direito 
seja próprio da classe. 
Item CERTO. 
Determina o inciso LXX do art. 5º da Constituição que o mandado de 
segurança coletivo pode ser impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos 
interesses de seus membros ou associados. 
Evidentemente, as entidades legitimadas na alínea “b”, acima transcrita, 
só poderão impetrar o mandado de segurança coletivo em defesa dos 
interesses de seus membros ou associados. Se a entidade pretende 
defender interesse próprio na via do mandado de segurança, o mandado 
não será coletivo, mas sim individual. 
Muito se discutiu a respeito da necessidade de o direito defendido pela 
entidade no mandado de segurança coletivo ser exclusivo, peculiar, 
próprio dos membros ou associados. 
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Alguns entendem que a entidade só pode defender no mandado de 
segurança interesses que sejam exclusivos dos membros ou associados. 
Para esses, o sindicato dos Delegados da Polícia Federal só poderia 
defender no mandado de segurança coletivo direito próprio da categoria 
(o pagamento de uma gratificação exclusiva dos Delegados, por 
exemplo). 
Outros entendem que não há essa exigência, isto é, que a entidade tem 
que defender um direito cuja titularidade pertença aos membros ou 
associados, mas que não precisa ser exclusivo, próprio. Para esses, o 
sindicato dos Delegados da Polícia Federal poderia defender no mandado 
de segurança coletivo o não-pagamento de uma majoração de alíquota 
do imposto de renda, que incide sobre a remuneração dos Delegados, 
mas não de forma exclusiva (a majoração da alíquota do imposto de 
renda atinge não só a remuneração dos Delegados, mas de todos os 
trabalhadores em geral). 
O STF referendou essa segunda tese, firmando entendimento de que o 
direito defendido pela entidade no mandado de segurança coletivo deve 
estar compreendido na titularidade dos associados, em razão das 
atividades por eles exercidas, mas não se exige que esse direito seja 
próprio, exclusivo da classe. 
77) (CESPE/TJMT/2005) Os direitos e garantias individuais estão 
taxativamente previstos no texto constitucional, não sendo possível 
ampliá-los por meio de atos infraconstitucionais. 
Item ERRADO. 
Estabelece a Constituição que os direitos e garantias nela expressos não 
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, 
ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil 
seja parte (art. 5º, § 2º). 
Como se vê, a enumeração constitucional dos direitos e garantias 
fundamentais não é taxativa, podendo outras normas constitucionais 
(emendas à Constituição) ou mesmo infraconstitucionais (tratados 
internacionais, leis etc.) estabelecer outros direitos e garantias 
fundamentais. 
78) (CESPE/PROCURADOR/TCPE/2004) Em mandado de segurança 
coletivo para compensação de créditos de contribuição previdenciária 
indevidamente recolhida, o sindicato impetrante carece da autorização 
expressa destes para ter legitimidade ativa. 
Item ERRADO. 
Segundo a jurisprudência do STF, na impetração do mandado de 
segurança coletivo as entidades legitimadas não carecem de 
autorização expressa dos associados para a impetração da ação, pois se 
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trata de hipótese de substituição processual, que prescinde de 
autorização expressa. 
79) (CESPE/PROCURADOR/TCPE/2004) Segundo

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