Buscar

Dir Const - Ponto - Vicente Paulo - exerc¨ªcios 10- Intervencao e CPI

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA Nº 10: INTERVENÇÃO / CPI 
Comentarei, hoje, exercícios sobre o processo de intervenção, regrado 
nos artigos 34 a 36 da Constituição, e sobre as comissões 
parlamentares de inquérito, disciplinadas no art. 58, § 3º, da 
Constituição (acompanhe esta aula com a Constituição aberta nesses 
artigos). 
Entretanto, antes de adentrarmos propriamente na resolução dos 
exercícios sobre intervenção, farei três comentários importantes sobre 
esse procedimento. 
Primeiro que, conforme vimos nas aulas sobre organização do Estado, a 
regra em um Estado federado como o nosso é a autonomia política 
dos entes que o compõem. A regra é, portanto, a não-intervenção, 
isto é, a regra é todo ente federado exercer sua autonomia sem 
nenhuma ingerência de outro. 
Segundo que, em função dessa realidade – intervenção é medida 
excepcionalíssima -, a intervenção somente pode ser decretada nas 
hipóteses taxativamente enumeradas na Constituição. Qualquer 
intervenção fora das hipóteses constitucionalmente admitidas será 
flagrantemente inconstitucional, por ofensa à cláusula pétrea forma 
federativa de Estado (CF, art. 60, § 4º, I). 
Terceiro que, por ser meio utilizado para se fazer cumprir a 
Constituição, a intervenção é apontada pela doutrina como meio de 
controle de constitucionalidade. 
Em resumo: a intervenção é uma exceção ao princípio federativo, que 
permite o afastamento, excepcional e temporário, da autonomia de um 
ente federado por outro, nas hipóteses taxativamente autorizadas na 
Constituição. 
Dada esse breve noção, passemos à resolução dos exercícios. 
1) (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) A Constituição não admite a intervenção 
federal no Distrito Federal ou em Município. 
Item ERRADO. 
A intervenção ocorre sempre do ente de maior grau sobre o ente de 
menor grau. Não há intervenção de Município em Estado, tampouco de 
Estado na União. 
Nas restritas hipóteses previstas na Constituição, a União poderá intervir 
nos Estados e no Distrito Federal (art. 34), e os Estados poderão intervir 
nos respectivos Municípios (art. 35). 
Em nenhuma hipótese a União poderá intervir em Municípios localizados 
em Estado-membro, por falta de autorização constitucional. Vale dizer: 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 2
ainda que um Município localizado em Estado desrespeite gravemente 
princípios constitucionais, a União não poderá, em hipótese alguma, 
decretar a intervenção nesse Município, porque não há previsão 
constitucional para isso. 
Entretanto, a União poderá intervir em Município localizado em Território 
Federal (art. 35). Se for criado um Território Federal e se esse Território 
Federal for dividido em Municípios, a União poderá decretar a 
intervenção nesses Municípios (afinal, os Territórios Federais integram a 
União – art. 18, § 2º, da CF/88). 
2) (ESAF/APO/MPOG/2005) A decretação da intervenção federal em um 
Estado, no caso de recusa à execução de lei federal, dependerá de 
provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do 
procurador-geral da República. 
Item CERTO. 
Há dois tipos de intervenção: intervenção espontânea e intervenção 
provocada. 
A intervenção espontânea é aquela que pode ser decretada pelo 
chefe do Executivo por sua própria iniciativa, sem necessidade da 
iniciativa de outro órgão. São exemplos de intervenção espontânea os 
incisos I, II, III e V do art. 34 da Constituição. 
A intervenção provocada é aquela que só pode ser decretada pelo 
chefe do Executivo se houver iniciativa de outro órgão, isto é, a 
decretação da intervenção pelo chefe do Executivo depende da 
provocação de outro órgão. Se não houver a provocação do outro órgão, 
o chefe do Executivo não poderá decretar a medida interventiva, por 
mais grave que seja a situação. São exemplos de intervenção provocada 
os incisos IV, VI e VII do art. 34 da Constituição. 
Há dois tipos de provocação: solicitação ou requisição. 
Quando o chefe do Executivo é provocado mediante solicitação, ele 
não está obrigado a decretar a intervenção, podendo decidir com plena 
discricionariedade se decreta, ou não, a intervenção solicitada. 
Quando o chefe do Executivo é provocado mediante requisição, ele 
está obrigado a decretar a intervenção, não dispondo de nenhuma 
discricionariedade. 
Pois bem, no caso de recusa à execução de lei federal por parte do 
Estado ou do Distrito Federal, a intervenção federal dependerá de 
representação do Procurador-Geral da República perante o STF (art. 36, 
III). 
Caso seja dado provimento à representação do Procurador-Geral da 
República, o STF comunicará a sua decisão ao Presidente da República, 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 3
requisitando deste a decretação da intervenção federal (veja que a 
provocação é por meio de requisição). 
Cuidado! Até a EC nº 45/2004 (Reforma do Judiciário), a competência 
para a apreciação dessa representação no caso de recusa à execução de 
lei federal pelo Estado e Distrito Federal pertencia ao Superior 
Tribunal de Justiça – STJ. 
2) (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) A intervenção federal requerida pelo 
procurador-geral da República por desrespeito a princípio constitucional 
sensível deve ser proposta perante o Superior Tribunal de Justiça. 
Item ERRADO. 
Os chamados princípios sensíveis estão enumerados no art. 34, VII, 
da Constituição, e são os seguintes: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta; 
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos 
estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na 
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços 
públicos de saúde. 
Pois bem, se o Estado ou o Distrito Federal violar algum desses 
princípios sensíveis poderá ser decretada a intervenção federal, a fim de 
restabelecer a normalidade. 
Entretanto, a decretação da intervenção dependerá de representação 
interventiva (também denominada ação direta de inconstitucionalidade 
interventiva – ADIN interventiva) do Procurador-Geral da República 
perante o STF. 
Caso seja dado provimento à representação do Procurador-Geral da 
República, o STF comunicará a sua decisão ao Presidente da República, 
requisitando deste a decretação da intervenção federal (veja que a 
provocação é por meio de requisição). 
Nesse ponto, uma dica de concursando! Assim como você memoriza as 
cláusulas pétreas (art. 60, § 4º), você tem a obrigação de memorizar os 
princípios sensíveis (art. 34, VII). Por que? Porque é comum o 
examinador cobrar o conhecimento sobre a representação interventiva 
sem fazer menção expressa aos princípios sensíveis, com enunciados do 
tipo: 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 4
“No caso de violação dos direitos da pessoa humana, a decretação da 
intervenção federal em Estado-membro dependerá de representação do 
Procurador-Geral da República perante o Supremo Tribunal Federal.” 
Ora, você só acertará questões como essa no concurso se você souber 
que “direitos da pessoa humana” é um princípio sensível. Se você não 
tiver memorizado os princípios sensíveis, dançou! Concorda? 
3) (ESAF/PFN/2004) Chamam-se princípios constitucionais sensíveis 
aqueles que não podem ser objeto de abolição por meio de emenda à 
Constituição. 
Item ERRADO. 
As matérias constitucionais que não podem ser objeto de abolição por 
meio de emenda à Constituição são chamadas de cláusulas pétreas 
(art. 60, § 4º). 
Os princípios sensíveis são aqueles que,se ofendidos, legitimam a 
intervenção da União nos Estados ou no Distrito Federal (art. 34, VII), a 
partir de representação interventiva do Procurador-Geral da República 
perante o STF (art. 36, III). 
4) (ESAF/AFC/CGU/2003) A possibilidade de intervenção da União nos 
Estados onde não ocorra a prestação de contas da administração 
pública, direta e indireta, é uma exceção ao princípio federativo que tem 
por objetivo a defesa do princípio republicano. 
Item CERTO. 
A intervenção é uma exceção ao princípio federativo porque permite, 
excepcional e temporariamente, o afastamento da autonomia política de 
um ente federado por outro (e, como se sabe, a autonomia política dos 
entes federados é a base do princípio federativo). 
Na hipótese de intervenção da União nos Estados ou no Distrito Federal 
para assegurar a prestação de contas da administração pública, direta e 
indireta (art. 34, VII, d), o objetivo é defender o princípio republicano, 
pois, conforme vimos em aula pretérita, um dos princípios básicos da 
forma de governo republicana é a obrigação de prestar contas. 
5) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo o STF, por falta de previsão 
expressa no texto da CF/88, não é possível ao Tribunal de Justiça do 
Estado requisitar a intervenção estadual no município, na hipótese de 
descumprimento por este de ordem ou decisão judicial. 
Item ERRADO. 
Determina a Constituição que o Estado não intervirá em seus 
Municípios, exceto quando, dentre outras hipóteses, o Tribunal de 
Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 5
princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a 
execução de lei, de ordem ou de decisão judicial (art. 35, IV). 
Como se vê, ao contrário do afirma o enunciado da questão, há 
autorização expressa na Constituição para que o Tribunal de Justiça – TJ 
requisite a intervenção do Estado em Município no caso de 
descumprimento por este de ordem ou decisão judicial. 
Vale lembrar que nessa hipótese o TJ poderá requisitar ao Governador 
que decrete a intervenção no Município a partir de representação 
interventiva proposta pelo Procurador-Geral de Justiça. 
6) (ESAF/AFT/2003) A decretação da intervenção da União nos Estados, 
em razão de impedimento ao livre exercício do Poder Judiciário Estadual, 
dar-se-á por requisição do STF, provocada por pedido do Presidente do 
Tribunal de Justiça; nesta hipótese, a decretação da intervenção é 
obrigatória, não sendo mais um ato discricionário pelo Presidente da 
República. 
Item CERTO. 
Determina a Constituição que a União não intervirá nos Estados nem no 
Distrito Federal, exceto para, dentre outras hipóteses, garantir o livre 
exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação 
(art. 34, IV). 
Mais à frente, dispõe a Constituição que nessa hipótese a decretação da 
intervenção dependerá de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder 
Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal 
Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário (art. 36, I). 
Pormenorizando esse dispositivo constitucional, temos o seguinte: 
a) se a coação ou o impedimento for contra o Poder Legislativo local 
(contra a Assembléia Legislativa do Estado ou Câmara Legislativa do 
Distrito Federal, conforme o caso), a decretação da intervenção federal 
dependerá de provocação desse Poder local perante o Presidente da 
República, por meio de solicitação; 
b) se a coação ou o impedimento for contra o Poder Executivo local, a 
decretação da intervenção federal dependerá de provocação desse Poder 
local (Governador) perante o Presidente da República, por meio de 
solicitação; 
c) se a coação ou o impedimento for contra o Poder Judiciário local 
(contra o TJ ou Juízes de Direito), a decretação da intervenção federal 
dependerá de provocação do STF perante o Presidente da República, por 
meio de requisição. 
Duas observações importantes. 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 6
Veja que no caso de coação ou impedimento do Poder Judiciário, a 
requisição ao Presidente da República não será do próprio Poder 
Judiciário local (TJ), mas sim do STF. Nesse caso, o TJ apresentará 
pedido ao STF que, se entender conveniente, requisitará ao Presidente 
da República a decretação da intervenção federal. 
Veja, também, que no caso de coação ou impedimento dos Poderes 
Executivo e Legislativo a provocação do Presidente da República é por 
meio de solicitação (logo, o Presidente da República não estará 
obrigado a decretar a intervenção). Ao contrário, na ofensa ou 
impedimento do Poder Judiciário, a provocação é por meio de 
requisição (logo, o Presidente da República estará obrigado a decretar 
a intervenção, não dispondo de discricionariedade). 
7) (ESAF/AFRE/RN/2004) A intervenção da União em um Estado, em 
razão de impedimento do livre exercício do Poder Judiciário estadual, 
depende de solicitação, ao presidente da República, do Poder Judiciário 
impedido, feita pelo presidente do Tribunal. 
Item ERRADO. 
Vimos que no caso de coação ou impedimento do Poder Judiciário 
local, a requisição ao Presidente da República não será do próprio 
Poder Judiciário local (TJ), mas sim do STF. Nesse caso, o TJ 
apresentará pedido ao STF que, se entender conveniente, requisitará 
ao Presidente da República a decretação da intervenção federal. 
A assertiva está errada, também, porque afirma que a provocação seria 
por meio de solicitação e, conforme vimos, é por meio de requisição 
do STF. 
8) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) A intervenção federal para prover a 
execução de ordem ou decisão judicial consistente na determinação de 
depósito para pagamento de precatórios judiciários de natureza 
alimentícia sujeita-se à chamada reserva do financeiramente possível, e 
não será requisitada se o ente federativo estadual ou distrital comprovar 
empenho no cumprimento de suas obrigações constitucionais e 
demonstrar a existência de risco à continuidade da prestação de 
serviços públicos essenciais à população, caso seja forçado àquele 
pagamento. 
Item CERTO. 
Sabe-se que precatório é o regime constitucional para os pagamentos 
devidos pela Fazenda Federal, Estadual ou Municipal, em virtude de 
sentença judiciária, na forma e termos estabelecidos pelo art. 100 da 
Constituição Federal. 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 7
Portanto, o não-pagamento de precatório pelo Estado ou Distrito Federal 
poderá ensejar a intervenção federal, haja vista se tratar de 
desobediência à ordem ou decisão judicial (art. 34, VI). 
Entretanto, segundo a jurisprudência do STF, a decretação da 
intervenção federal em razão do não-pagamento de precatórios está 
sujeita à chamada reserva do financeiramente possível. 
Significa dizer que se o Estado ou o Distrito Federal comprovar perante 
o STF empenho no cumprimento de suas obrigações constitucionais e, 
principalmente, demonstrar que se for forçado ao pagamento dos 
precatórios no momento haverá risco de descontinuidade na prestação 
de serviços públicos essenciais à população, o STF não requisitará a 
medida interventiva. 
9) (CESPE/TJMT/2005) A ação direta de inconstitucionalidade 
interventiva deve ser proposta pelo procurador geral da República, 
perante o STF, quando se tratar de intervenção da União nos estados ou 
no Distrito Federal, por violação dos chamados princípios sensíveis, 
entre os quais encontra-se a ausência de prestação de contas de uma 
autarquia ou fundação estadual ou distrital. 
Item CERTO. 
De fato, no caso de ofensa aos princípios sensíveis (art. 34, VII) a 
decretação da intervenção federal dependerá de representação 
interventiva(ADIN interventiva) do Procurador-Geral da República 
perante o STF (art. 36, III). 
A ausência de prestação de contas de uma autarquia ou fundação 
estadual ou distrital implica ofensa ao princípio sensível “prestação de 
contas da administração pública, direta e indireta” (art. 34, VII, d), haja 
vista que autarquia e fundação são entidades da Administração Pública 
indireta. 
Cuidado! Olha o que eu disse! Você tem que memorizar os princípios 
sensíveis! Nessa questão, se você não soubesse que “prestação de 
contas da administração pública, direta e indireta” é princípio sensível, 
certamente viajaria na maionese! 
10) (ESAF/AFRF/2000) A Constituição brasileira, perfilando um típico 
federalismo de equilíbrio, não tolera hipótese de intervenção da União 
sobre Estado-membro ou sobre Município. 
Item ERRADO. 
A Constituição Federal de 1988 admite a intervenção federal sobre os 
Estados e o Distrito Federal (art. 34) e também sobre os Municípios 
localizados em Territórios Federais (art. 35). 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 8
11) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Incumbe ao Supremo 
Tribunal Federal apreciar pedido de requisição de intervenção federal em 
Estado-membro por descumprimento de ordem judicial provinda da 
Justiça do Trabalho. 
Item CERTO. 
Determina a Constituição que a União não intervirá nos Estados nem no 
Distrito Federal, exceto para, dentre outras hipóteses, prover a 
execução de ordem ou decisão judicial (art. 34, VI). 
Mais adiante, dispõe a Constituição que no caso de desobediência a 
ordem ou decisão judiciária, a decretação da intervenção dependerá de 
requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça 
ou do Tribunal Superior Eleitoral (art. 36, II). 
Como se vê, no caso de desobediência à ordem ou decisão judicial são 
três os tribunais que poderão requisitar ao Presidente da República a 
intervenção: TSE, STJ ou STF. 
Os três tribunais concorrem entre si na apresentação da requisição ao 
Presidente da República? Independentemente da natureza da decisão 
descumprida, os três poderão requisitar a intervenção ao Presidente da 
República? 
A resposta é negativa. Embora a Constituição não tenha estabelecido 
expressamente, a jurisprudência do STF firmou-se no seguinte sentido: 
a) se a ordem ou decisão desobedecida for da Justiça Eleitoral, a 
requisição será do TSE; 
b) se a ordem ou decisão desobedecida for do STJ, a requisição será do 
próprio STJ; 
c) se a ordem ou decisão desobedecida for de qualquer outro órgão 
da Justiça (exceto da Justiça Eleitoral ou do STJ), a requisição será do 
STF. 
Como se vê, a maior competência para requisição foi reservada ao STF, 
que requisitará ao Presidente da República a intervenção federal no caso 
de desobediência à ordem ou decisão da Justiça Federal, da Justiça do 
Trabalho, da Justiça Estadual ou da Justiça Militar. 
A assertiva está certa porque trata da hipótese de descumprimento de 
ordem judicial da Justiça do Trabalho, situação em que a competência 
para a requisição foi reservada ao STF. 
12) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Para garantir a execução 
de lei federal, a Constituição prevê a intervenção federal em todos os 
municípios brasileiros que sistematicamente a descumprirem, desde que 
provida representação para fins interventivos do Procurador-Geral da 
República, ajuizada perante o Superior Tribunal de Justiça. 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 9
Item ERRADO. 
Absolutamente errado esse item! 
Primeiro, porque a Constituição não permite a intervenção da União em 
Municípios, exceto naqueles localizados em Territórios Federais (art. 
35). 
Segundo, porque a recusa à execução de lei federal autoriza a 
intervenção federal somente nos Estados e no Distrito Federal (art. 34, 
VI). 
Mas, ainda que fosse o caso de intervenção federal em Estado ou no 
Distrito Federal em razão da recusa à execução de lei federal, a 
representação interventiva do Procurador-Geral da República seria 
perante o STF, e não perante o STJ (art. 36, III). 
13) (CESPE/AGU/2004) Ainda que o Conselho da República e o Conselho 
de Defesa Nacional concluam pelo descabimento da intervenção da 
União em estado-membro, o presidente da República não cometerá, 
necessariamente, crime de responsabilidade se decretar tal intervenção. 
Item CERTO. 
Determina a Constituição que na decretação da intervenção federal pelo 
Presidente da República serão ouvidos o Conselho da República (art. 90, 
I) e o Conselho de Defesa Nacional (art. 91, § 1º, II). 
Entretanto, a manifestação do Conselho da República e do Conselho de 
Defesa Nacional é meramente opinativa, isto é, não vincula o Presidente 
da República. 
14) (CESPE/PROCURADOR/TCPE/2004) Se houver causa que justifique a 
decretação de intervenção em ente da Federação, a circunstância de o 
respectivo governador ou prefeito renunciar ao exercício do cargo não 
impede necessariamente aquela decretação. 
Item CERTO. 
Cuida-se de orientação do STF sobre o assunto, no sentido de que 
eventual renúncia do chefe do Executivo não impede necessariamente a 
decretação da intervenção. 
15) (CESPE/AUDITOR/TCU/2004) A intervenção em estado pela União 
pode ser proposta ao presidente da República pelo TCU, quando deixar o 
governador de prestar contas de verbas recebidas do ente federal. 
Item ERRADO. 
O Tribunal de Contas da União – TCU não é legitimado para provocar o 
Presidente da República para decretar a intervenção em Estado, em 
hipótese alguma. Os legitimados para provocar o Presidente da 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 10
República estão enumerados no art. 36 da Constituição, dentre os quais 
não se inclui o TCU. 
No caso de intervenção em estado pela União para garantir a prestação 
de contas da administração pública, direta e indireta, a intervenção 
dependerá de provimento pelo STF, de representação do Procurador-
Geral da República (art. 36, III). 
16) (CESPE/ANALISTA/STJ/2004) Entre os efeitos excepcionais 
provocados pela intervenção federal em outra unidade federativa está o 
de suspensão temporária da autonomia, sendo essa suspensão ato 
privativo do chefe do Executivo e o seu fundamento não figura em 
norma infraconstitucional. 
Item CERTO. 
Esse enunciado está perfeito, pois, de fato: (a) um dos principais efeitos 
da decretação da intervenção é a suspensão temporária da autonomia 
política do ente federado; (b) a decretação e execução da intervenção 
são atos privativos do chefe do Executivo (art. 84, X); e (c) o 
fundamento para a decretação da intervenção não figura em norma 
infraconstitucional, mas sim no texto da Constituição (artigos 34 a 36). 
17) (CESPE/ANALISTA/TCU/2004) A decretação de intervenção da União 
no estado que suspender, sem motivo de força maior, o pagamento da 
dívida fundada por mais de dois anos consecutivos tem por pressuposto 
o provimento pelo STF de representação proposta pelo procurador-geral 
da República. 
Item ERRADO. 
A intervenção da União em Estado que, sem motivo de força maior, 
suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos 
consecutivos (art. 34, V, a) é do tipo espontânea, isto é, não depende 
da provocação de nenhum órgão, tampouco de representação 
interventiva. 
18) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Assinale a opção correta a 
respeito de um Município situado em Estado-membro da Federação 
brasileira. 
a) O descumprimento de decisão da Justiça do Trabalho dá ensejo a que 
o Supremo Tribunal Federal requisite e a União realize intervenção 
federal em tal Município. 
b) O descumprimento de decisão da Justiça do Trabalho dá ensejo a que 
o Tribunal Superior do Trabalhorequisite e a União realize intervenção 
federal em tal Município. 
c) A intervenção estadual no Município implica necessariamente o 
afastamento do Prefeito do seu cargo, pelo restante do mandato. 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 11
d) A decisão do Tribunal de Justiça na representação para viabilizar a 
intervenção estadual no Município reveste-se de caráter político-
administrativo. Dessa decisão não cabe recurso para o Supremo 
Tribunal Federal. 
e) Somente a Assembléia Legislativa do Estado pode decretar a 
intervenção estadual no Município. 
Gabarito: “D” 
As assertivas “A” e “B” estão erradas porque a União não dispõe de 
competência para intervir em Município localizado em Estado-membro, 
em hipótese alguma. A União só dispõe de competência para decretar a 
intervenção em Município localizado em Território Federal (art. 35). 
A assertiva “C” está errada porque determina a Constituição que 
cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de 
seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal (art. 36, § 4º). 
A assertiva “D” está certa porque, segundo a jurisprudência do STF, a 
decisão do TJ na representação interventiva para fins de decretação da 
intervenção estadual em Município (art. 35, IV) é de natureza político-
administrativa e, portanto, definitiva, não cabendo contra ela recurso 
extraordinário para o STF. 
Esse entendimento está consolidado na Súmula nº 637 do STF, nestes 
termos: “não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de 
Justiça que defere pedido de intervenção estadual em Município”. 
A assertiva “E” está errada porque a competência para decretar e 
executar a intervenção é privativa do chefe do Executivo – 
Presidente da República ou Governador de Estado, conforme o 
caso (art. 84, X). 
19) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) Mesmo que o Município situado num 
Estado da Federação desobedeça uma decisão de um tribunal federal, a 
União não pode promover a intervenção federal nele. 
Item CERTO. 
Como vimos, a União não dispõe de competência para decretar a 
intervenção em Município localizado em Estado-membro, em nenhuma 
hipótese. 
A União somente dispõe de competência para decretar a intervenção em 
município localizado em Território Federal (art. 35). 
20) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) O Distrito Federal não está sujeito à 
intervenção federal. 
Item ERRADO. 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 12
O Distrito Federal poderá ser objeto de intervenção federal, nas 
hipóteses taxativamente enumeradas no art. 34 da Constituição. 
21) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) A intervenção federal pode ser 
decretada pelo Presidente da República ou pelo Presidente do Supremo 
Tribunal Federal. 
Item ERRADO. 
A competência para decretar e executar a intervenção federal é 
privativa do Presidente da República (art. 84, X). 
22) (ESAF/PFN/2003) Pacificou-se o entendimento de que depende de 
juízo politicamente discricionário do Presidente da República a decisão 
de promover a intervenção federal em decorrência de provimento de 
ação de executoriedade de lei federal. 
Item ERRADO. 
A ação de executoriedade de lei federal é proposta pelo Procurador-
Geral da República perante o STF no caso de recusa à execução de lei 
federal pelo Estado ou Distrito Federal (art. 36, III). 
Nesse caso, se dado provimento à representação do Procurador-Geral 
da República, o STF comunicará ao Presidente da República, que deverá 
baixar um decreto, dispensada a sua apreciação pelo Congresso 
Nacional, determinando a suspensão da execução do ato impugnado, se 
esta medida bastar ao restabelecimento da normalidade (art. 36, § 3º). 
Entretanto, se esse decreto suspensivo não for suficiente para 
restabelecer a normalidade, o Presidente da República estará obrigado a 
decretar a intervenção, não dispondo de discricionariedade, por se tratar 
de hipótese de requisição (e não solicitação). 
23) (ESAF/PFN/2003) Da decisão de Tribunal de Justiça em 
representação para fins interventivos em Município cabe recurso 
extraordinário para o Supremo Tribunal Federal. 
Item ERRADO. 
Como vimos, segundo a jurisprudência do STF, a decisão do TJ na 
representação interventiva para fins de decretação da intervenção 
estadual em Município (art. 35, IV) é de natureza político-administrativa 
e, portanto, definitiva, não cabendo contra ela recurso extraordinário 
para o STF. 
É o que dispõe a Súmula nº 637 do STF, nestes termos: “Não cabe 
recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere 
pedido de intervenção estadual em Município”. 
Passemos aos exercícios sobre comissão parlamentar de inquérito – CPI. 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 13
24) (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) Assinale a decisão que a Comissão 
Parlamentar de Inquérito não está legitimada para proferir 
a) determinação de quebra de sigilo bancário. 
b) determinação de quebra de sigilo fiscal. 
c) convocação de Ministro de Estado para depor. 
d) determinação de indisponibilidade de bens do investigado. 
e) determinação da prisão em flagrante de depoente. 
Gabarito: “D” 
Diz a Constituição que as comissões parlamentares de inquérito terão 
“poderes de investigação próprios das autoridades judiciais” (art. 58, § 
3º). 
Entretanto, a jurisprudência do STF firmou-se no sentido de que as CPIs 
não têm os mesmos poderes dos magistrados, haja vista que a 
Constituição reservou certas medidas exclusivamente aos membros do 
Poder Judiciário. Essas matérias que, segundo a jurisprudência do STF, 
são de competência exclusiva do Poder Judiciário, constituem a 
chamada “reserva de jurisdição”. 
Portanto, a expressão “reserva de jurisdição” é usada para designar o 
conjunto de medidas de competência exclusiva do Poder Judiciário. 
Quando se diz que a autorização para a interceptação das comunicações 
telefônicas é medida protegia pela cláusula “reserva de jurisdição”, está 
se afirmando que essa medida só pode ser adotada por membro do 
Poder Judiciário. 
Assim, a essência do estudo das CPIs é saber a competência e a 
incompetência dessas comissões, segundo as orientações firmadas pelo 
STF. 
Segundo a jurisprudência do STF, a CPI pode, por ato próprio: 
a) Convocar investigado e testemunhas para depor; 
b) Investigar negócios realizados entre particulares; 
c) Determinar a condução coercitiva de testemunha, no caso de recusa 
ao comparecimento; 
d) Determinar a quebra do sigilo bancário (o STF reconheceu até mesmo 
o poder de CPI estadual para quebrar o sigilo bancário perante o Banco 
Central); 
e) Determinar a quebra dos sigilos fiscal e telefônico; 
f) Investigar fatos que já sejam objeto de inquéritos policiais ou de 
processos judiciais; 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 14
g) Convocar indígena para depor, desde que na respectiva comunidade 
e com a presença de representante da FUNAI e de antropólogo; 
h) Convocar magistrados para depor sobre a prática de atos 
administrativos; 
i) Convocar Ministro de Estado e membros do Ministério Público para 
depor; 
j) Determinar diligências que entender necessárias; 
l) Utilizar-se da polícia judiciária para localizar testemunha; 
m) Requisitar de repartições públicas informações e documentos de seu 
interesse. 
Ainda sobre a competência das CPIs, uma observação importante. 
Segundo a jurisprudência do STF, todos os atos das comissões 
parlamentares que impliquem restrição a direito (quebra dos sigilos 
bancário, fiscal e telefônico etc.) só serão válidos se forem observados 
dois princípios: fundamentação (os atos deverão ser necessariamente 
fundamentados)e colegialidade (os atos deverão ser aprovados por 
maioria absoluta dos membros da CPI). 
Segundo a jurisprudência do STF, a CPI não pode, por ato próprio: 
a) Desrespeitar o direito ao silêncio e ao sigilo profissional dos 
depoentes; 
b) Conferir publicidade irrestrita aos dados sigilosos obtidos em razão de 
sua investigação; 
c) Convocar magistrados para depor sobre a prática de ato de natureza 
jurisdicional; 
d) Impedir a presença de advogado dos depoentes em suas reuniões, 
tampouco impedir a comunicação entre o depoente e seu advogado 
durante a inquirição; 
e) Decretar a busca e apreensão domiciliar de documentos; 
f) Decretar a indisponibilidade de bens e outras medidas cautelares 
dessa natureza (seqüestro de bens, arresto de bens etc.); 
h) Proibir o investigado de ausentar-se do País; 
i) Decretar a prisão do depoente, salvo em situação de flagrante delito; 
j) Autorizar a interceptação telefônica (escuta); 
l) Oferecer denúncia ao Poder Judiciário; 
m) Processar, julgar, condenar, apurar responsabilidade civil ou penal 
do investigado. 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 15
A resposta da questão é a letra “D” porque, dentre todas as medidas 
apontadas, a única que não pode ser decretada diretamente por CPI é a 
determinação de indisponibilidade de bens do investigado. 
25) (ESAF/PFN/2003) Suponha que, no curso de uma CPI no Congresso 
Nacional, tenham sido decretadas as medidas abaixo, com relação a 
certos investigados: 
I. quebra de sigilo bancário; 
II. busca domiciliar de documentos incriminadores; 
III. interceptação telefônica; 
IV. proibição de o investigado se ausentar do país; 
V. proibição de o investigado se comunicar com o seu advogado durante 
a sua inquirição; 
VI. seqüestro de bens mediante ato fundamentado em provas de desvio 
de bens públicos. 
Dessas medidas, quantas não poderiam ter sido decretadas pela CPI: 
a) uma 
b) duas 
c) três 
d) quatro 
e) cinco 
Gabarito: “E” 
A questão pede quantas medidas, dentre as citadas, não podem ser 
decretadas pela CPI. Cuidado! Questões como essa podem confundir o 
aluno na hora da prova. Portanto, segue uma dica: marque em sua 
prova o que a questão exatamente está pedindo (item correto, item 
incorreto etc). Pode parecer uma dica boba, mas, com a tensão na 
hora da resolução da prova, se não tomar esse cuidado o candidato 
pode se confundir e marcar o que não deveria. Na questão em comento, 
por exemplo, se não tivesse observado atentamente o enunciado, o 
candidato poderia ter marcado a letra “A”, por ser apenas uma medida 
que pode ser tomada pela CPI. 
Conforme detalhado em questão anterior, dentre as medidas apontadas, 
apenas a quebra do sigilo bancário poderá ser decretada diretamente 
pela CPI. As outras cinco medidas apontadas na questão (II, III, IV, V e 
VI) não podem ser decretadas diretamente pela CPI. 
26) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Sobre as comissões 
parlamentares de inquérito, assinale a opção correta. 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 16
a) As comissões parlamentares de inquérito dispõem de todos os 
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, estando hoje 
assentado que podem, inclusive, decretar a busca e apreensão de 
documentos em escritórios e residências particulares. 
b) As comissões parlamentares de inquérito não têm o poder de anular 
atos do Executivo. 
c) As comissões parlamentares de inquérito podem decretar a quebra do 
sigilo bancário e telefônico de investigados, não necessitando motivar 
tais decisões, dada a sua natureza política. 
d) As comissões parlamentares de inquérito têm o poder de promover a 
responsabilidade penal dos responsáveis por danos ao interesse público 
que tiverem apurado. 
e) As comissões parlamentares de inquérito não têm legitimidade para 
sindicar fatos relacionados com negócios realizados entre particulares. 
Gabarito: “B” 
A assertiva “A” está errada porque, como vimos, as CPIs não dispõem 
de todos os poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, 
em razão do reconhecimento, pelo STF, da existência da cláusula 
“reserva de jurisdição”, que contempla matérias da competência 
exclusiva do Poder Judiciário. 
A assertiva “B” está certa porque, de fato, CPI não pode decretar a 
anulação de ato do Poder Executivo. A competência da CPI termina com 
a realização das investigações e elaboração do relatório final que, se for 
o caso, será encaminhado ao Ministério Público, para que promova a 
responsabilidade civil ou criminal dos infratores (art. 58, § 3º). 
A assertiva “C” está errada porque os atos das CPIs que implicam 
restrição a direito deverão, necessariamente, ser fundamentados, sob 
pena de absoluta invalidade. 
A assertiva “D” está errada porque, como vimos, a competência das 
CPIs termina com a realização das investigações e elaboração do 
relatório final que, se for o caso, será encaminhado ao Ministério 
Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos 
infratores (art. 58, § 3º). 
A assertiva “E” está errada porque as CPIs dispõem de competência 
para investigar negócios entre particulares (um bom exemplo foi a 
conhecida CPI da Nike, criada para investigar negócios particulares 
entre a CBF e essa empresa multinacional). 
27) (ESAF/AFC/2000) Sobre as comissões parlamentares de inquérito, é 
correto afirmar: 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 17
a) Podem anular atos do Executivo que considerem lesivos ao interesse 
público. 
b) Podem determinar a quebra de sigilo bancário dos seus investigados, 
independentemente de ordem judicial. 
c) Podem decretar a prisão preventiva de seus investigados, por prática 
de crime, no passado, relacionado com o objeto da CPI. 
d) Podem decretar a indisponibilidade ou a perda de bens de 
investigados, quando descobrem prova de desvio de recursos públicos. 
e) Não há hipótese em que se admita o direito de o depoente se calar 
perante uma CPI. 
Gabarito: “B” 
A assertiva “A” está errada porque CPI não pode anular ato do Poder 
Executivo. 
A assertiva “B” está certa, porque CPI pode decretar a quebra do sigilo 
bancário, desde que em decisão necessariamente fundamentada e por 
deliberação de maioria absoluta dos seus membros. 
A assertiva “C” está errada porque a única hipótese em que CPI pode 
decretar a prisão de depoente é no caso de flagrante delito, jamais pela 
prática de crime no passado, ainda que supostamente relacionado com o 
objeto da investigação da CPI. 
A assertiva “D” está errada porque CPIs não podem decretar a 
indisponibilidade ou a perda de bens de investigados, haja vista se 
tratar de medida da competência exclusiva do Poder Judiciário (isto é, 
protegida pela reserva de jurisdição). 
A assertiva “E” está errada porque é legítima a invocação do direito de 
permanecer calado perante CPI, seja na qualidade de investigado, seja 
na condição de testemunha, sempre que o depoente entender que a sua 
resposta poderá incriminá-lo (privilégio da não auto-incriminação). 
28) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Uma Comissão Parlamentar de 
Inquérito instaurada no plano federal não pode: 
a) quebrar sigilo telefônico de investigado. 
b) investigar ato administrativo algum de integrante do Judiciário. 
c) quebrar sigilo bancário de investigado. 
d) anular ato do Executivo praticado de modo comprovadamente 
contrário à moral e ao direito. 
e) convocar integrante do Ministério Público para depor. 
Gabarito: “D” 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 18
Conforme vimos, as CPIs não dispõem de competência paraanular ato 
do Poder Executivo. 
Todas as outras medidas – quebra dos sigilos bancário e telefônico, 
investigação de ato administrativo de integrante do Poder Judiciário e 
convocação de Ministro para depor – podem ser diretamente 
determinadas pelas CPIs. 
29) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) A Comissão Parlamentar de 
Inquérito pode determinar a quebra do sigilo de comunicações 
telefônicas de alguém que esteja sob a sua investigação. 
Item ERRADO. 
A competência para determinar a quebra do sigilo das comunicações 
telefônicas (interceptação das comunicações telefônicas) é exclusiva do 
Poder Judiciário, por força de texto expresso da Constituição (art. 5º, 
XII). 
A interceptação das comunicações telefônicas não pode ser confundida 
com a quebra do sigilo telefônico. 
A interceptação das comunicações telefônicas diz respeito à gravação 
atual do conteúdo da conversa (escuta), para posterior degravação e 
juntada aos autos como prova. Essa medida é executada pela 
autoridade policial competente, a partir de autorização do Poder 
Judiciário. 
A quebra do sigilo telefônico (registro) diz respeito ao acesso dos 
registros das ligações efetuadas e recebidas por um dado telefone, em 
período pretérito. Esses registros são obtidos perante a companhia 
telefônica e a quebra de sigilo telefônico pode ser determinada por 
comissão parlamentar de inquérito – CPI. 
30) (ESAF/AFRF/2000) A respeito das CPIs – Comissões Parlamentares 
de Inquérito, como reguladas na Constituição Federal, é correto afirmar: 
a) São órgãos do Congresso Nacional encarregados de legislar sobre 
irregularidades da Administração Pública. 
b) São criadas, no âmbito do Congresso Nacional, pela Câmara dos 
Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, para 
a apuração de fato determinado e por tempo certo. 
c) São órgãos permanentes do Congresso Nacional dotados de todos os 
poderes das autoridades judiciárias. 
d) Trata-se de instrumento de imposição de penalidades pelo 
Legislativo. 
e) São órgãos do Legislativo, auxiliares do Ministério Público, criados 
com a finalidade de realizar investigações policiais sobre crimes de 
relevância política. 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 19
Gabarito: “B” 
A assertiva “A” está errada porque as CPIs não dispõem de competência 
para legislar sobre os assuntos objeto de suas investigações. As CPIs 
poderão, ao final dos seus trabalhos, se entender conveniente, propor 
ao Legislativo projeto de lei (CF, art. 61). 
A assertiva “B” está certa porque, de fato, podemos ter CPI da Câmara 
dos Deputados, CPI do Senado Federal e CPI do Congresso Nacional, 
integrada de Deputados e Senadores, chamada Comissão Parlamentar 
Mista de Inquérito – CPMI. 
Essas CPIs somente poderão ser criadas para a investigação de um fato 
determinado apontado no momento de sua criação e deverão, 
necessariamente, ser criadas com a indicação de um prazo certo para 
a conclusão dos seus trabalhos, embora esse prazo possa ser 
sucessivamente prorrogado dentro da mesma legislatura. 
A assertiva “C” está errada porque as CPIs não são órgãos permanentes 
do Congresso Nacional, mas sim temporários, criados por prazo certo, 
que se extinguem com a conclusão das investigações. 
A assertiva “D” está errada porque CPI não dispõe de competência para 
apurar e impor responsabilidade, nem no âmbito civil, nem no âmbito 
penal. A competência da CPI termina com a realização das investigações 
e elaboração do relatório final que, se for o caso, será encaminhado ao 
Ministério Público, para que este promova a responsabilidade civil ou 
criminal dos infratores (art. 58, § 3º). 
A assertiva “E” está errada porque as CPIs não são órgãos auxiliares do 
Ministério Público, mas sim órgãos temporários do Legislativo, que 
auxiliam no desempenho de atribuição típica deste Poder, no tocante à 
função fiscalizatória e de controle. 
Cuidado! É comum em sala de aula o aluno achar que CPI é exemplo de 
desempenho de atribuição atípica (acessória) do Poder Legislativo, o 
que é um grande equívoco. 
Na verdade, os trabalhos no âmbito das CPIs consubstanciam atuação 
típica do Poder Legislativo, pois esse Poder dispõe, na atual 
Constituição, de duas funções típicas, de igual importância: função 
legislativa, de elaboração de normas gerais e abstratas, e função 
fiscalizatória e de controle, cujo exemplo é a investigação realizada 
pelas CPIs. 
31) (ESAF/AGU/99) Não se pode invocar sigilo profissional perante 
Comissão Parlamentar de Inquérito. 
Item ERRADO. 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 20
Segundo a jurisprudência do STF, é legítima a invocação de sigilo 
profissional perante CPI. 
Isso não significa, porém, que os detentores do sigilo profissional 
(advogado em relação ao cliente, por exemplo) estejam desobrigados de 
comparecer à CPI. Se convocados, deverão eles comparecer perante a 
CPI e, lá estando, se lhes forem dirigidas perguntas cuja resposta esteja 
protegida pelo sigilo profissional poderão, em relação a tais perguntas, 
invocar o direito de sigilo profissional. 
32) (ESAF/AFCE/TCU/99) As Comissões Parlamentares de Inquérito 
podem determinar a busca e apreensão de documentos, no domicílio de 
pessoa submetida à sua investigação. 
Item ERRADO. 
Segundo a jurisprudência do STF, a determinação de busca e apreensão 
domiciliar é medida privativa do Poder Judiciário, isto é, trata-se de 
medida protegida pela reserva de jurisdição (CF, art. 5º, XI). 
33) (CESPE/ANALISTA/STM/99) Os poderes investigatórios de uma CPI 
afirmam-se como instrumentos básicos para que ela possa processar e 
julgar os acusados. 
Item ERRADO. 
As CPIs não processam, nem julgam o investigado. Não cabe às CPIs 
apurar responsabilidade civil ou penal do investigado. Os trabalhos das 
CPIs terminam com a realização das investigações e a elaboração de um 
relatório conclusivo, que, se for o caso, será encaminhado ao Ministério 
Público, para que este apure a responsabilidade civil ou penal dos 
infratores (CF, art. 58, § 3º). 
34) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO STM/99) O prazo para conclusão dos 
trabalhos de uma CPI há de ser determinado, o que não impede a 
possibilidade de sua prorrogação. 
Item CERTO. 
Na criação de uma CPI, a Constituição exige a indicação de um prazo 
para a conclusão dos seus trabalhos. Entretanto, esse prazo inicialmente 
indicado não é fatal, podendo ser sucessivamente prorrogado dentro da 
mesma legislatura. 
35) (CESPE/ANALISTA/STM/99) A criação de uma CPI requer a 
indicação inicial do fato a ser apurado; não se pode criar uma CPI para 
investigar se não há um fato determinado a ser investigado. 
Item CERTO. 
Na criação da CPI é obrigatória a indicação do fato determinado a ser 
investigado. 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 21
A Constituição não admite a criação de CPI sem o apontamento do fato 
determinado a ser investigado, vale dizer, não se admite a criação de 
uma CPI para a investigação de uma situação inespecífica, genérica. 
Segundo a jurisprudência do STF, a indicação inicial do fato 
determinado tem as seguintes conseqüências para os trabalhos futuros 
da comissão: 
a) a indicação do fato determinado não impede a investigação de outros 
fatos surgidos no decorrer dos trabalhos da comissão, desde que haja 
conexão entre eles; 
b) o depoente não está obrigado a responder perguntas estranhas ao 
fato determinado que deu origem à criação da CPI. 
36) As comissões parlamentares de inquérito não têm legitimidade para 
sindicar fatos que estejam sendo investigadas no curso de inquéritos 
policiais. 
Item ERRADO. 
Segundo a jurisprudência do STF, o poder de investigaçãodas CPIs é 
autônomo em relação aos poderes investigativos de outros órgãos do 
Estado. 
Significa dizer que mesmo que o fato determinado já esteja sendo 
investigado em inquérito policial ou processo judicial poderá ser criada 
CPI com o mesmo fim, sem ofensa ao poder de investigação dos demais 
órgãos. 
37) A testemunha convocada para depor perante uma comissão 
parlamentar de inquérito do Congresso Nacional e que entenda ilegítima 
a sua convocação poderá impetrar habeas corpus para se livrar da 
convocação. 
Item CERTO. 
Os poderes de investigação da CPI não são absolutos. Logo, os atos 
determinados pela CPI podem ser impugnados perante o Poder 
Judiciário, no caso de ilegalidade ou abuso de poder. 
Em regra, as ilegalidades e arbitrariedades praticadas pelos membros 
das CPIs são atacadas por meio da impetração de mandado de 
segurança, que é o remédio constitucional idôneo para o afastamento de 
lesão ou ameaça a direito líquido e certo do impetrante (CF, art. 5º, 
LXIX). 
Entretanto, como as CPIs dispõem do poder de determinar a prisão em 
flagrante do depoente, a jurisprudência do STF firmou-se no sentido de 
que também será cabível o habeas corpus, sempre que houver, em 
decorrência de ilegalidade ou arbitrariedade, lesão ou ameaça potencial 
ao direito de locomoção. 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 22
Vejamos uma situação prática na qual, em tese, será cabível a 
impetração de habeas corpus em decorrência dos trabalhos de CPI. 
Imagine que João tenha sido convocado para depor como testemunha 
em uma CPI que investiga fatos fraudulentos praticados por Pedro. 
Suponha que João entenda que ele não poderá levar nenhuma 
informação à CPI no tocante ao fato determinado investigado, em razão 
do sigilo profissional a que está obrigado (suponha que João é o 
advogado de Pedro e, portanto, tenha o dever legal de manter sigilo em 
relação às informações obtidas em razão do seu ofício). Nessa situação, 
João poderá impetrar habeas corpus perante o STF, alegando potencial 
ameaça ao seu direito de locomoção. Por que? Primeiro porque, se não 
comparecer voluntariamente à CPI, João poderá ser conduzido 
coercitivamente (as CPIs dispõem do poder de conduzir coercitivamente 
testemunhas). Segundo porque, comparecendo à CPI e recusando-se a 
responder às perguntas dos congressistas, é possível, em tese, que a 
CPI determine a prisão em flagrante de João. Para evitar essa potencial 
ameaça ao seu direito de locomoção, João poderá impetrar habeas 
corpus perante o STF, para que o STF lhe assegure o direito de invocar 
sigilo profissional perante a CPI sem correr o risco de ser preso. 
Vale lembrar que o habeas corpus contra ato de CPI federal (da Câmara, 
do Senado ou do Congresso Nacional) é impetrado diretamente no 
STF, pois cabe a esse Tribunal julgar, originariamente, o remédio 
constitucional contra os atos emanados do Congresso Nacional, das suas 
Casas, dos seus órgãos e comissões. 
Quando explico esse assunto em sala de aula é comum algum aluno 
perguntar: “por que o depoente impetra habeas corpus preventivo no 
STF se é sabido que ele tem o direito de invocar o sigilo profissional 
perante a CPI? Por que a CPI decretaria a sua prisão, se ele tem 
assegurado o direito de invocar o sigilo profissional?” 
Pois é, trata-se de questão política. O fato é que as CPIs se 
transformaram no melhor palanque eleitoral do país, na grande chance 
de aparição do parlamentar na mídia nacional. Tanto é verdade que 
momento da indicação dos membros da CPI é uma briga, todo mundo 
quer ser indicado para integrar uma CPI e assegurar a aparição nacional 
na mídia! Mas, daí, criada a CPI, tem-se que fazer alguma coisa para 
chamar atenção, para que ela “decole” na mídia. E, segundo os 
entendidos no assunto, só há duas ótimas maneiras de chamar atenção 
da mídia para uma CPI: a convocação de gente famosa (Ronaldinho, o 
“fenômeno”, na CPI da Nike; a dançarina Sheila Mello, com um decote 
estonteante, na CPI da Pirataria etc.) ou a decretação da prisão de 
depoente. 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 23
Entenderam? Os parlamentares têm consciência da arbitrariedade do 
seu ato, mas estão pouco preocupados com o fato de o depoente 
conseguir, minutos depois, um habeas corpus liberatório! O que 
interessa é que a CPI tenha ganhado algum espaço na mídia, 
assegurando aos parlamentares alguns minutos de fama junto ao seu 
eleitorado! E assim continua o nosso Brasil... 
Para encerrarmos, um conselho de amigo! Se algum dia você for 
convocado para depor perante uma CPI, não chegue lá de mãos vazias! 
Dê uma passadinha antes no STF, ajuíze um habeas corpus preventivo e 
assegure previamente os seus direitos fundamentais! Não seja um 
boneco-propaganda de CPI! Dê uma passadinha no STF, é bem pertinho 
do Congresso Nacional, dá para ir a pé, o habeas corpus é gratuito, a 
liminar é concedida em algumas horas, e não precisa nem de advogado! 
Fiquem bem – e bons estudos. 
Vicente Paulo 
 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 24
LISTA DOS EXERCÍCIOS COMENTADOS NESTA AULA 
 
Exercícios sobre Intervenção 
 
1) (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) A Constituição não admite a intervenção 
federal no Distrito Federal ou em Município. 
2) (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) A intervenção federal requerida pelo 
procurador-geral da República por desrespeito a princípio constitucional 
sensível deve ser proposta perante o Superior Tribunal de Justiça. 
3) (ESAF/PFN/2004) Chamam-se princípios constitucionais sensíveis 
aqueles que não podem ser objeto de abolição por meio de emenda à 
Constituição. 
4) (ESAF/AFC/CGU/2003) A possibilidade de intervenção da União nos 
Estados onde não ocorra a prestação de contas da administração 
pública, direta e indireta, é uma exceção ao princípio federativo que tem 
por objetivo a defesa do princípio republicano. 
5) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo o STF, por falta de previsão 
expressa no texto da CF/88, não é possível ao Tribunal de Justiça do 
Estado requisitar a intervenção estadual no município, na hipótese de 
descumprimento por este de ordem ou decisão judicial. 
6) (ESAF/AFT/2003) A decretação da intervenção da União nos Estados, 
em razão de impedimento ao livre exercício do Poder Judiciário Estadual, 
dar-se-á por requisição do STF, provocada por pedido do Presidente do 
Tribunal de Justiça; nesta hipótese, a decretação da intervenção é 
obrigatória, não sendo mais um ato discricionário pelo Presidente da 
República. 
7) (ESAF/AFRE/RN/2004) A intervenção da União em um Estado, em 
razão de impedimento do livre exercício do Poder Judiciário estadual, 
depende de solicitação, ao presidente da República, do Poder Judiciário 
impedido, feita pelo presidente do Tribunal. 
8) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) A intervenção federal para prover a 
execução de ordem ou decisão judicial consistente na determinação de 
depósito para pagamento de precatórios judiciários de natureza 
alimentícia sujeita-se à chamada reserva do financeiramente possível, e 
não será requisitada se o ente federativo estadual ou distrital comprovar 
empenho no cumprimento de suas obrigações constitucionais e 
demonstrar a existência de risco à continuidade da prestação de 
serviços públicos essenciais à população, caso seja forçado àquele 
pagamento. 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 25
9) (CESPE/TJMT/2005) A ação direta de inconstitucionalidade 
interventiva deve ser proposta pelo procurador geral da República, 
perante o STF, quando se tratar de intervenção da União nos estados ou 
no Distrito Federal, por violação dos chamados princípios sensíveis, 
entreos quais encontra-se a ausência de prestação de contas de uma 
autarquia ou fundação estadual ou distrital. 
10) (ESAF/AFRF/2000) A Constituição brasileira, perfilando um típico 
federalismo de equilíbrio, não tolera hipótese de intervenção da União 
sobre Estado-membro ou sobre Município. 
11) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Incumbe ao Supremo 
Tribunal Federal apreciar pedido de requisição de intervenção federal em 
Estado-membro por descumprimento de ordem judicial provinda da 
Justiça do Trabalho. 
12) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Para garantir a execução 
de lei federal, a Constituição prevê a intervenção federal em todos os 
municípios brasileiros que sistematicamente a descumprirem, desde que 
provida representação para fins interventivos do Procurador-Geral da 
República, ajuizada perante o Superior Tribunal de Justiça. 
13) (CESPE/AGU/2004) Ainda que o Conselho da República e o Conselho 
de Defesa Nacional concluam pelo descabimento da intervenção da 
União em estado-membro, o presidente da República não cometerá, 
necessariamente, crime de responsabilidade se decretar tal intervenção. 
14) (CESPE/PROCURADOR/TCPE/2004) Se houver causa que justifique a 
decretação de intervenção em ente da Federação, a circunstância de o 
respectivo governador ou prefeito renunciar ao exercício do cargo não 
impede necessariamente aquela decretação. 
15) (CESPE/AUDITOR/TCU/2004) A intervenção em estado pela União 
pode ser proposta ao presidente da República pelo TCU, quando deixar o 
governador de prestar contas de verbas recebidas do ente federal. 
16) (CESPE/ANALISTA/STJ/2004) Entre os efeitos excepcionais 
provocados pela intervenção federal em outra unidade federativa está o 
de suspensão temporária da autonomia, sendo essa suspensão ato 
privativo do chefe do Executivo e o seu fundamento não figura em 
norma infraconstitucional. 
17) (CESPE/ANALISTA/TCU/2004) A decretação de intervenção da União 
no estado que suspender, sem motivo de força maior, o pagamento da 
dívida fundada por mais de dois anos consecutivos tem por pressuposto 
o provimento pelo STF de representação proposta pelo procurador-geral 
da República. 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 26
18) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Assinale a opção correta a 
respeito de um Município situado em Estado-membro da Federação 
brasileira. 
a) O descumprimento de decisão da Justiça do Trabalho dá ensejo a que 
o Supremo Tribunal Federal requisite e a União realize intervenção 
federal em tal Município. 
b) O descumprimento de decisão da Justiça do Trabalho dá ensejo a que 
o Tribunal Superior do Trabalho requisite e a União realize intervenção 
federal em tal Município. 
c) A intervenção estadual no Município implica necessariamente o 
afastamento do Prefeito do seu cargo, pelo restante do mandato. 
d) A decisão do Tribunal de Justiça na representação para viabilizar a 
intervenção estadual no Município reveste-se de caráter político-
administrativo. Dessa decisão não cabe recurso para o Supremo 
Tribunal Federal. 
e) Somente a Assembléia Legislativa do Estado pode decretar a 
intervenção estadual no Município. 
19) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) Mesmo que o Município situado num 
Estado da Federação desobedeça uma decisão de um tribunal federal, a 
União não pode promover a intervenção federal nele. 
20) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) O Distrito Federal não está sujeito à 
intervenção federal. 
21) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) A intervenção federal pode ser 
decretada pelo Presidente da República ou pelo Presidente do Supremo 
Tribunal Federal. 
22) (ESAF/PFN/2003) Pacificou-se o entendimento de que depende de 
juízo politicamente discricionário do Presidente da República a decisão 
de promover a intervenção federal em decorrência de provimento de 
ação de executoriedade de lei federal. 
23) (ESAF/PFN/2003) Da decisão de Tribunal de Justiça em 
representação para fins interventivos em Município cabe recurso 
extraordinário para o Supremo Tribunal Federal. 
 
Exercícios sobre comissão parlamentar de inquérito – CPI 
 
24) (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) Assinale a decisão que a Comissão 
Parlamentar de Inquérito não está legitimada para proferir 
a) determinação de quebra de sigilo bancário. 
b) determinação de quebra de sigilo fiscal. 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 27
c) convocação de Ministro de Estado para depor. 
d) determinação de indisponibilidade de bens do investigado. 
e) determinação da prisão em flagrante de depoente. 
25) (ESAF/PFN/2003) Suponha que, no curso de uma CPI no Congresso 
Nacional, tenham sido decretadas as medidas abaixo, com relação a 
certos investigados: 
I. quebra de sigilo bancário; 
II. busca domiciliar de documentos incriminadores; 
III. interceptação telefônica; 
IV. proibição de o investigado se ausentar do país; 
V. proibição de o investigado se comunicar com o seu advogado durante 
a sua inquirição; 
VI. seqüestro de bens mediante ato fundamentado em provas de desvio 
de bens públicos. 
Dessas medidas, quantas não poderiam ter sido decretadas pela CPI: 
a) uma 
b) duas 
c) três 
d) quatro 
e) cinco 
26) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Sobre as comissões 
parlamentares de inquérito, assinale a opção correta. 
a) As comissões parlamentares de inquérito dispõem de todos os 
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, estando hoje 
assentado que podem, inclusive, decretar a busca e apreensão de 
documentos em escritórios e residências particulares. 
b) As comissões parlamentares de inquérito não têm o poder de anular 
atos do Executivo. 
c) As comissões parlamentares de inquérito podem decretar a quebra do 
sigilo bancário e telefônico de investigados, não necessitando motivar 
tais decisões, dada a sua natureza política. 
d) As comissões parlamentares de inquérito têm o poder de promover a 
responsabilidade penal dos responsáveis por danos ao interesse público 
que tiverem apurado. 
e) As comissões parlamentares de inquérito não têm legitimidade para 
sindicar fatos relacionados com negócios realizados entre particulares. 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 28
27) (ESAF/AFC/2000) Sobre as comissões parlamentares de inquérito, é 
correto afirmar: 
a) Podem anular atos do Executivo que considerem lesivos ao interesse 
público. 
b) Podem determinar a quebra de sigilo bancário dos seus investigados, 
independentemente de ordem judicial. 
c) Podem decretar a prisão preventiva de seus investigados, por prática 
de crime, no passado, relacionado com o objeto da CPI. 
d) Podem decretar a indisponibilidade ou a perda de bens de 
investigados, quando descobrem prova de desvio de recursos públicos. 
e) Não há hipótese em que se admita o direito de o depoente se calar 
perante uma CPI. 
28) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Uma Comissão Parlamentar de 
Inquérito instaurada no plano federal não pode: 
a) quebrar sigilo telefônico de investigado. 
b) investigar ato administrativo algum de integrante do Judiciário. 
c) quebrar sigilo bancário de investigado. 
d) anular ato do Executivo praticado de modo comprovadamente 
contrário à moral e ao direito. 
e) convocar integrante do Ministério Público para depor. 
29) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) A Comissão Parlamentar de 
Inquérito pode determinar a quebra do sigilo de comunicações 
telefônicas de alguém que esteja sob a sua investigação. 
30) (ESAF/AFRF/2000) A respeito das CPIs – Comissões Parlamentares 
de Inquérito, como reguladas na Constituição Federal, é correto afirmar: 
a) São órgãos do Congresso Nacional encarregados de legislar sobre 
irregularidades da Administração Pública.b) São criadas, no âmbito do Congresso Nacional, pela Câmara dos 
Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, para 
a apuração de fato determinado e por tempo certo. 
c) São órgãos permanentes do Congresso Nacional dotados de todos os 
poderes das autoridades judiciárias. 
d) Trata-se de instrumento de imposição de penalidades pelo 
Legislativo. 
e) São órgãos do Legislativo, auxiliares do Ministério Público, criados 
com a finalidade de realizar investigações policiais sobre crimes de 
relevância política. 
CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 29
31) (ESAF/AGU/99) Não se pode invocar sigilo profissional perante 
Comissão Parlamentar de Inquérito. 
32) (ESAF/AFCE/TCU/99) As Comissões Parlamentares de Inquérito 
podem determinar a busca e apreensão de documentos, no domicílio de 
pessoa submetida à sua investigação. 
33) (CESPE/ANALISTA/STM/99) Os poderes investigatórios de uma CPI 
afirmam-se como instrumentos básicos para que ela possa processar e 
julgar os acusados. 
34) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO STM/99) O prazo para conclusão dos 
trabalhos de uma CPI há de ser determinado, o que não impede a 
possibilidade de sua prorrogação. 
35) (CESPE/ANALISTA/STM/99) A criação de uma CPI requer a 
indicação inicial do fato a ser apurado; não se pode criar uma CPI para 
investigar se não há um fato determinado a ser investigado. 
36) As comissões parlamentares de inquérito não têm legitimidade para 
sindicar fatos que estejam sendo investigadas no curso de inquéritos 
policiais. 
37) A testemunha convocada para depor perante uma comissão 
parlamentar de inquérito do Congresso Nacional e que entenda ilegítima 
a sua convocação poderá impetrar habeas corpus para se livrar da 
convocação.

Outros materiais