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CIDADANIA POLÍTICA NO BRASIL

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CIDADANIA POLÍTICA: EVOLUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO E 
REPRESENTAÇÃO POLÍTICA NO BRASIL
SILVA, Alex Rogério1
RESUMO
Trata-se de um artigo de revisão de literatura para analisar a evolução do conceito de 
cidadania política, bem como o de participação e representação política. O objetivo deste 
trabalho é analisar como foi concebida e como evoluiu o conceito de cidadania política ao 
longo da história do Brasil. Para tanto, realizou-se o levantamento de diversas referências 
históricas que tratam do tema, num contexto cronológico desde o Brasil colônia ao momento 
pós-redemocratização de 1988, associado a uma análise crítica de diversos autores. O 
resultado é que a participação e a representação política sempre seguiu movimentos 
tendenciosos, visto que é alvo de grandes interesses pois a política, ao longo da história, alvo 
de pessoas interessadas em conseguir vantagens. Assim, conclui-se que a representação e 
participação política vem associado a um conceito de restrição, já que não é interessante 
torná-la acessível ao povo.
Palavras-chaves: cidadania, participação, política, representação, limitação.
ABSTRACT
It is a literature review article to analyze the evolution of the concept of political citizenship, 
as well as political participation and representation. The objective of this work is to analyze 
how the concept of political citizenship was conceived and how it evolved throughout the 
history of Brazil. In order to do so, it was carried out the survey of several historical 
references that deal with the theme, in a chronological context from Brazil colony to the post-
re-democratization of 1988, associated to a critical analysis of several authors. The result is 
that participation and political representation have always followed biased movements, since 
it is the subject of great interest because politics, throughout history, has been targeted by 
people interested in gaining advantages. Thus, it is concluded that political representation and 
participation is associated with a concept of restriction, since it is not interesting to make it 
accessible to the people.
Key-words: citizenship, participation, politics, representation, limitation.
1 Acadêmico de Direito da Universidade Federal do Amapá no Ano de 2016. Formação em Enfermagem pela 
Universidade Federal do Amapá.
INTRODUÇÃO
O conceito de cidadania é muito expansivo e diversificado. Ganha grande destaque em 
sociedades democráticas, visto que é a força motriz de seu andamento político. Um dos ramos 
dessa definição é a cidadania política, repesentada pela participação e representação política.
Participar e se sentir representado sempre foi um grande anseio das pessoas ao longo 
da história. Participar politicamente significa integrar-se e envolver-se nos processos de 
tomadas de decisões que influenciam na sua vida cívica. Participar também gera um efeito de 
responsabilidade, no qual o titular toma a frente de seu propósito e consequentemente deve 
assumir as consequencias de seus atos políticos.
A representação política enseja um processo de delegação de atividade decisória, 
entretanto permanece-se a titularidade. Dentro de um contexto social no qual muitas 
demandas são decididas, necessita-se de representação que, entretanto, projetem o anseio dos 
que o delegou tal função. A sensação de representatividade significa que as necessidades do 
titular do poder foram atendidas pelos representantes assim designados.
O cidadania política chama a atenção, nesse conceito de representação, devido aos 
interesses escusos na busca pelo poder. No Brasil, desde o período colonial, existiu a 
participação e representação dentro de vários contextos e cenários sociais e políticos dos 
momentos históricos. O que se questiona é o que se os representantes de fato reproduzem as 
demandas dos titulares.
REFERENCIAL TEÓRICO
1 - PARTICIPAÇÃO E REPRESENTAÇÃO POLÍTICA
1.1 – DEFINIÇÃO DE PARTICIPAÇÃO POLÍTICA
Participar, politicamente, seria a realização do ato dos cidadãos buscarem, de modo 
mais ou menos direto, influenciar a seleção dos funcionários governamentais e/ou as ações 
que eles tomam. Ou seja, trata-se de uma atividade realizada por cidadãos privados com o 
objetivo de influenciar a tomada de decisão do governo.
Participar é uma forma de exercer direitos políticos e sociais garantidos pela 
Constituição. Especificamente, a participação política caracteriza-se pelas ações 
coletivas ou individuais, de apoio ou de pressão, que são direcionadas a selecionar 
governos e a influenciar as decisões tomadas por eles. Trata-se de uma participação 
ativa dos cidadãos nos processos políticos, sociais e comunitários e tem como 
objetivo influenciar as decisões que contemplem os interesses coletivos e o exercício 
da cidadania. (GROSSELLI; MAZZAROBA, 2011, p. 7131)
A participação política, apesar de parecer um conceito limitado, visto que, pelo senso 
comum só se observa a participação política eleitoral, mas o termo é mais abrangente. Esta 
participação implica um reconhecimento de identidade e exercício da cidadania. Em vários 
contextos históricos, a participação ativa na política promoveu a mudanças de grandes 
paradigmas e foi engrenagem de vários processos revolucionários.
1.2 – DEFINIÇÃO DE REPRESENTAÇÃO POLÍTICA
A representação política, em termos conceituais, advém de uma série de significados e 
sentidos. Dependendo da perspectiva, do momento histórico, cultural e filosófico, a 
representação política pode assumir diferentes roupagens.
Para Kinzo,
A representação política possui vários sentidos dados por políticos e teóricos 
políticos. O primeiro modo de se entender o conceito de representação foi dada pela 
visão de Hobbes, numa concepção centrada na ideia de autoridade. O Segundo 
enfoque é aquele que desenvolve a ideia da representação como reflexo de alguma 
coisa ou alguém. E a terceira centraliza a discussão na própria atividade de 
representar. (KINZO, 1980, p. 21).
Dentro de um contexto de cidadania, a representação política vem como uma forma de 
refletir os anseios de uma determinada população. Ao longo da história, e até nos dias de hoje, 
os modelos de representação não têm alcançado os anseios da população e, por vezes, não 
representam(ou representavam) a população majoritária e sim um segmento social muito 
limitado. Questiona-se a legitimidade - sob perspectiva material – dessa representação 
política.
2 - PARTICIPAÇÃO E REPRESENTAÇÃO POLÍTICA NO BRASIL COLÔNIA
O Brasil colonial, antes da independência, realizava suas eleições somente em escala 
municipal, tentavam com isso criar um governo municipal que fosse um exemplo do 
autoritarismo imperial na localidade.
Diante disso, são dois os caracteres dessas eleições que definem a política brasileira da 
época: os requisitos socioeconômicos que eram utilizados e também o caráter burocrático para 
qualificação dos eleitores. Os então funcionários dessas câmaras municipais gerenciavam os 
negócios sem a distinção entre os poderes judicial, legislativo e executivo. Cabendo ainda 
salientar que o voto tinha como natureza ser censitário e indireto. Segundo Ferreira (2001, p. 
335),
A primeira eleição em solo brasileiro, de que se tem notícia, foi realizada no dia 23 
de janeiro de 1532 para eleger o Conselho da Vila de São Vicente/SP, primeira vila 
fundada pelos portugueses no Brasil. Nesse período, todos votavam, inclusive os 
analfabetos, contudo, só podiam eleger-se os homens bons.
Havia um determinado regimento, o de 10 de maio de 1640, que determinava quaiseram as pessoas que seriam autorizadas a votar. Elas eram então registradas em cadernos, nos 
quais suas qualidades seriam anotadas ao lado de seus respectivos nomes. Esses livros eram 
chamados de Livros da Nobreza. Assim como ele incluía quem poderia votar, ele excluía que 
não poderia, que eram: “os que trabalhavam com as mãos ou cujos pais tivessem feito isso, os 
banidos, os que pertencessem a ‘sem raça algumas’ (isto é, considerados não branco, inclusive 
judeus e árabes) e as mulheres. ”(HOLSTON, 2013, p. 123)
No entanto, cabe ainda ressaltar que os analfabetos não apareciam nesse Livro da 
Nobreza, ou seja, não eram excluídos, um ponto importante, visto que eram a maioria da 
população na época, cerca de 85%.
Eram votantes os chamados "homens bons", expressão ampla e ambígua, que 
designava, de fato, gente qualificada pela linhagem familiar, pela renda e propriedade, bem 
como pela participação na burocracia civil e militar da época. A expressão "homens bons", 
posteriormente, passou a designar os vereadores eleitos das Casas de Câmara dos municípios, 
até cair em desuso.
Vale ressaltar que no que diz respeito aos intuitos políticos, o termo estaria ligado a um 
status textual, ou seja, aquele que era produzido por um texto que fosse burocrático. Algo que 
o legitima oficialmente.
Quando alguém conseguia que seu nome fosse escrito nos Livros, automaticamente 
seus descentes e ele próprio se inseriam na máquina política e administrativa da Colônia e, 
consequentemente, do Império. Com isso, havia uma ascensão social dos votantes para quem 
conseguisse atingir essa “aristocracia por semelhança”. Mas, era a maneira mais crucial de 
excluir o povo dessa cidadania política assim como assegurar a manipulação das eleições e 
tornar a política uma representação de uma pequena categoria social.
O sufrágio quase que universal masculino veio com as primeiras eleições gerais no 
Brasil, que datam do ano de 1821. Sendo importante ressaltar que estas eleições derivaram 
dos conflitos revolucionários do liberalismo político e econômico que agitava a Europa na 
época. Com a vinda da família real portuguesa, houve drásticas mudanças tanto no aspecto 
urbano tal como no econômico e político. 
Diante desse fato, surgiu a Revolução Constitucionalista de Portugal de 1820, que 
queria o retorno do rei e princípios liberais em seu governo. Convocaram assembleias ou 
cortes, para preparar uma então Constituição portuguesa. No Brasil houve movimentações que 
fizeram com que o Rei D. João VI aceitasse as exigências da Assembleia e deixasse seu filho 
Pedro, no lugar. Isto deu início a uma nova ordem política e de representação.
Com uma eleição baseada agora em uma Constituição Espanhola. À vista disso, os 
seguintes cidadãos eram impedidos de votar:
os considerados por ordem judicial física ou moralmente incapacitados; devedores 
na bancarrota. Devedores do patrimônio público; empregados domésticos; 
criminosos; e os ociosos, errante e desempregados, [...] homens com menos de 25 (a 
não ser que fossem casados) e todas as mulheres. (HOLSTON, 2013, p. 125).
Tenha-se presente que o decreto brasileiro suspendeu a necessidade de um rendimento 
anual para eleição para cargos públicos imposta pela Carta Espanhola.
Em 1821, a legislação sobre as primeiras eleições nacionais no brasil, permitia que um 
número bastante significativo de cidadãos do sexo masculino e de diversas classes votassem, 
incluindo muitos daqueles que não poderiam votar nas eleições municipais. Esse conceito de 
sufrágio universal, proveniente da Revolução Francesa, se mostrou bem mais universal do que 
o conceito desta, visto que possuía um eleitorado bem maior e não somente uma determinada 
fração.
Na primeira constituição do Brasil, não havia limitação por ser alfabetizados e 
Kinzo(2001)
Em nenhum dos turnos era necessário ser alfabetizado, até porque se assim o fosse, 
quase ninguém votaria. Com algumas modificações, este foi o modelo eleitoral 
estabelecido pela Constituição outorgada de 1824, a primeira constituição brasileira. 
(KINZO, 1980, p. 321)
Pedro, o então futuro imperador do Brasil, junto de seus ministros demostraram que 
eram avessos a democracia. Visto que se eles não se mostravam a favor de avanços 
econômicos e socais na sociedade, mas sim em um contexto no qual as vantagens de libre 
comércio favorecessem as somente as elites agrárias brasileiras.
3 - PARTICIPAÇÃO E REPRESENTAÇÃO POLÍTICA NO BRASIL IMPÉRIO
No ano de 1824, a primeira constituição brasileira nascia de cima para baixo, imposta 
pelo rei ao “povo”, embora devamos entender por “povo” a minoria de brancos e mestiços, 
que votava e que de algum modo tinha participação na vida política.
A Constituição regulou os direitos políticos e, para os padrões da época, era muito 
liberal, podendo votar quase toda a população masculina. Embora excluindo do voto as 
mulheres e os escravos, a concessão desses direitos aos analfabetos implicou a consolidação 
de uma das legislações mais liberais do período.
Na prática, contudo, os brasileiros que votavam eram os mesmos que sofreram as 
amarras da colonização. Em quase sua totalidade, eram analfabetos, incapazes de ler um texto 
elementar e sem prática alguma de exercício cívico. Com a submissão escravocrata ao 
senhorio, e com 90% da população vivendo em áreas rurais, não é difícil concluir que o voto 
não representava o exercício da cidadania, mas, sim, um ato de obediência e de lealdade aos 
chefes políticos que dele se aproveitavam para conceder apoio e oferecer mercadorias a uma 
população carente e, sobretudo, sem noção suficiente do significado do direito que 
“conquistaram” (CARVALHO, 2001, p. 32).
Além dessas primeiras exigências, o sistema eleitoral daquela época instituiu o 
emprego do voto censitário. Nessa modalidade de sistema eleitoral, o cidadão só estaria apto a 
votar caso comprovasse uma renda mínima anual proveniente de empregos, comércio, 
indústria e propriedade de terras. Em uma sociedade escravista, observamos que a utilização 
do voto censitário excluía a grande maioria da população. Assim, o voto se transformava em 
um instrumento de ação política exclusivo das elites.
A mudança mais importante foi modificar a eliminação geral de todos os assalariados 
ao estabelecer exigências de um rendimento líquido anual para a participação na eleição 
indireta, em duas etapas, para a Assembleia Nacional: 100 mil-réis para se qualificar como 
votante nas primárias das freguesias que selecionavam os eleitores e 200 mil-réis para se 
qualificar como eleitor para selecionar deputados e senadores. (HOLSTON, 2013, p. 128)
Ao perceber tal organização, vemos que o nosso processo eleitoral era organizado de 
forma indireta. Ou seja, os cidadãos eleitores (eleitores de paróquia) elegiam os representantes 
(eleitores de província) que, por sua vez, escolheriam quem deveria ser eleito para os cargos 
da Câmara e do Senado.
Dessa forma, vemos que os principais cargos legislativos do país eram unicamente 
alcançados por pessoas que tinham um poder aquisitivo bastante elevado naquela época e 
nunca poderiam contar com a participação das camadas populares.
A natureza restritiva da elegibilidade para o Senado do Império, além desse 
impedimento pecuniário, assentava também sobre um requisito típico do liberalismo burguês 
do século XIX, relativo ao saber, à capacidade e às virtudes do candidato, conforme rezava 
sobre a matéria o texto constitucional de 1824, em seu artigo 45. Inspirava-o o compromisso 
da filosofia burguesa com os interesses remanescentes das classes feudais. Selava-se, 
portanto,na esfera das elites o pacto dos liberais vinculados ao contrato social com os 
conservadores do altar e do trono, afeiçoados à tradição colonial. (ANDRADE; 
BONAVIDES, 1991, p. 169).
O critério de renda não excluía a população pobre do direito do voto. Dados de um 
município do interior da província de Minas Gerais, de 1876, mostram que os proprietários 
rurais representavam apenas 24% dos votantes. O restante era composto de trabalhadores 
rurais, artesãos, empregados públicos e alguns poucos profissionais liberais. As exigências de 
renda na Inglaterra, na época, eram muito mais altas, mesmo depois da reforma de 1832. A lei 
brasileira permitia ainda que os analfabetos votassem. Talvez nenhum país europeu da época 
tivesse legislação tão liberal.
O número de pessoas que votavam era grande, se levados em conta os padrões dos 
países europeus. De acordo com o censo de 1872, 13% da população total, excluídos os 
escravos, votavam. Segundo cálculos do historiador Richard Graham, antes de 1881 votavam 
em torno de 50% da população adulta masculina. Para efeito de comparação, observe-se que 
em torno de 1870 a participação eleitoral na Inglaterra era de 7% da população total; na Itália, 
de 2%; em Portugal, de 9%; na Holanda, de 2,5%. O sufrágio universal masculino existia 
apenas na França e na Suíça, onde só foi introduzido em 1848. Participação mais alta havia 
nos Estados Unidos, onde, por exemplo, 18% da população votou para presidente em 1888. 
Mas, mesmo neste caso, a diferença não era tão grande.
O constitucionalismo do Império introduziu no país uma forma de organização do 
poder cujas ideologias seguiam os princípios fundamentais da ideologia liberal. No entanto, 
tentou-se impor um modelo que não refletia a realidade das instituições e estruturas políticas 
brasileiras nem garantia sua concreta implementação. O próprio Poder Moderador, “chave de 
toda a organização política”, segundo o texto constitucional, impedia a convivência 
harmônica entre os três poderes e delegava ao imperador atribuições múltiplas que inibiam a 
difusão dos preceitos liberais inseridos formalmente. Sob o manto de um Estado liberal, 
consubstanciado no texto constitucional de 1824, escondia-se um poder público cujas práticas 
e costumes inviabilizavam o alcance ao povo do real sentido de cidadania como a consciência 
de subsistir como sujeito de direitos e deveres perante o Estado. Intocável a observação de 
Laurentino Gomes:
Inspirado no modelo europeu, o sistema judicial brasileiro era igualmente exemplar. 
Pela Constituição, todo cidadão – categoria na qual não estavam incluídos os escravos – tinha 
direito de recorrer à Justiça para assegurar os seus direitos. O ritual previa amplo direito de 
defesa dos réus, só passíveis de condenação depois de esgotados todos os recursos. Ninguém 
podia ser preso sem culpa comprovada. O direito de liberdade de expressão era tão amplo no 
Brasil quanto nos países mais desenvolvidos. Na prática, a execução da lei dependia mesmo 
dos chefes locais, que mandavam prender adversários ou soltar aliados de acordo com suas 
conveniências. ‘O braço da justiça não é nem bastante longo nem bastante forte para abrir as 
porteiras das fazendas’, escreveu Joaquim Nabuco, ao fazer um retrospecto das instituições 
imperiais em 1886” (GOMES, 2013, p. 105).
4 – PARTICIPAÇÃO E REPRESENTAÇÃO POLÍTICA DA REPÚBLICA VELHA AO 
REGIME MILITAR
Ao final da década de 1870, o Brasil estava vivendo um momento de grande 
insatisfação com o sistema eleitoral. E este processo vinha tanto das oligarquias 
conservadoras quanto dos partidos liberais. Uns insatisfeitos com as custas da manutenção do 
poder e outros com a falta de representatividade em relação a cidadania nacional.
Em 1881 foi promulgada a Lei Saraiva (lei 3029), na qual o voto passou a ser direto, 
facultativo, com restrição de renda e com critérios de saber “ler e escrever”. Nesse contexto, 
eleitor e votante se fundiram. Com isso, ao contrário de ampliar a participação popular, houve 
uma restrição significativa. Vale ressaltar que neste contexto a qualificação do voto dos 
analfabetos eliminou 85% da população (HOLSTON, 2013, p.142).
Os efeitos limitantes da participação política foram muito significantes, visto que
Pela lei eleitoral de 1881, a Monarquia estreita as exigências sobre a qualificação da 
propriedade e exige dos eleitores a obrigatoriedade de saber ler e escrever. Essas exigências, 
além de excluir grande parte dos eleitores qualificados, tornam praticamente impossível a 
incorporação de libertos à cidadania. Por essa nova lei, o eleitorado é reduzido de 10% para 1 
% da população (CARVALHO, 1998, p. 92).
Associado a essa limitação política considerável, ainda vivia-se um contexto de 
tendências políticas corruptas e eleições confusas, o que tornava as oligarquias regionais mais 
hegemônicas e assim, até o final do século, a maioria dos cidadãos brasileiros tinha perdido 
todos os direitos políticos de que dispunham. Nesse contexto fica evidente o que a política 
estava representando na sociedade.
Reconhece-se, atualmente, o grande “passo atrás” que ocorreu no final do século XIX 
e no inicio da república
[…] nos cem anos seguintes, de 1881 a 1985, todas as gerações das elites políticas 
reconfirmaram esse passo atrás: continuaram a diferenciar a cidadania política ao 
reinterar em constituições federais e em leis eleitorais o principal meio de exclusão 
do direito ao voto decretado anteriormente pela Lei Saraiva, isto é, a exclusão dos 
analfabetos.(HOLSTON, 2013, p. 143)
A primeira constituição republicana de 1891 eliminou a qualificação por rendimentos, 
mas manteve a limitação aos analfabetos. Num contexto de um analfabetismo de mais de 85% 
da população, esta medida não provocou grandes efeitos sobre a participação política da 
população. Esta medida era só uma roupagem de democracia participativa enrustida de 
interesses.
No caso do direito de voto, considerado o mais importante dos direitos políticos, 
retira-se a exigência de propriedade, mas mantém- se a exclusão dos 
analfabetos(TRINDADE, 2004, p 184).
Com isso, manteve-se o atraso do Brasil quanto a democracia. O processo democrático 
europeu teve dificuldades de se consolidar no Brasil devido as fortes barreiras impostas pelas 
oligarquias que estavam no poder, e isto atrasou o processo de democratização efetiva do 
voto. Assim, o Brasil foi a última republica da América Latina a permitir o voto dos 
analfabetos.
Não era interessante, para os que estavam no poder, que ampliasse a participação do 
povo, “dessa forma, durante a maior parte do Século XX a exclusão por capacidade 
permaneceu como um meio seguro de diferenciar e limitar a cidadania política” (HOLSTON, 
2013, p. 143), pelo menos enquanto o analfabetismo se manteve alto.
Nos anos de 1930, o eleitorado ainda não tinha se expandido de maneira significativa 
em relação a primeira, em 1894. Além de que eram poucos os elegíveis neste momento. No 
entanto, houve uma revolução de 1930 que terminou a “Pax Oligarchica” e iniciou um 
processo de mudanças no sistema eleitoral.
Uma importante reforma eleitoral de 1932 estendeu o voto para as mulheres, 
reintroduziu o registro obrigatório (em alguns casos, tornando automático), criou um sistema 
de justiça eleitoral para supervisionar eleições com seus próprios tribunais regionais e 
federais, reduziu para dezoito anos a idade para votar e ainda garantiu o voto secreto 
(HOLTSON, 2013, p. 144)
Nas eleições de 1933 houve participação de apenas 3,7% dapopulação total para a 
criação da Assembleia Constituinte (CARVALHO, 1998, p. 98). Não houve muito tempo para 
a participação destes novos grupos (que ainda assim não eram tão significativos) pois nos 
próximos 12 anos houve a ditadura de Vargas, que restringiu os direitos políticos até 1945.
Com o retorno da república democrática, houve um aumento do eleitorado em mais de 
400% devido, entre outros motivos, a exigência, por participação por parte dos cidadãos e um 
registro mais eficiente de votantes da parte do governo. Ainda assim, o eleitorado não 
chegava, sequer, a 1/3 dos adultos brasileiros. Além disso, só 1/4 deles compareceram às 
urnas neste período.
A representatividade política deste momento era limitada quanto ao número de 
eleitores e, após uma longa era de limitação da participação política dos brasileiros, a 
expectativa por mudanças eram poucas. Uma política que claramente representava o 
segmento dos grande proprietários de terras torna-a descredibilizada pela massa populacional.
O processo histórico a partir deste momento seguiu-se em que na década de 1950, o 
crescimento da cidadania estagnou devido ao rigoroso e burocrático processo de 
recadastramento. Os direitos políticos ficaram tão estagnados e permaneceu praticamente o 
mesmo até a última eleição presidencial antes do golpe militar de 1964 (eleição de 1960). 
Pouco mais de 1/3 dos adultos possuíam direitos políticos.
Nota-se que durante toda a história precisou-se de um mecanismo para diferenciar a 
participação política da população, nos anos anteriores, o voto apenas dos alfabetizados 
(talvez porque o índice de analfabetismo era muito alto), no entanto, o que se percebe é que se 
não fosse esse, seria outro critério de exclusão (renda, gênero, etnia, etc), que é uma tendência 
política desde primórdios. Isso torna a cidadania política sempre limitada a um grupo que se 
presupõe legítimo para tomada de decisões.
Até meados dos anos de 1960 a grande maioria da população vivia na área rural, o 
qual predominava tanto o analfabetismo quanto o fato de estes não serem contemplados com 
o processo legislativo trabalhista dos anos de 1930, o que refletia um processo de trabalho de 
exploração extrema, um dos motivos do êxodo rural na década de 1950. Por volta dos anos 
1970 o país deixou de ser predominantemente agrícola e se tornou urbano. E este contexto 
urbano exigia, dos novos moradores, maior aperfeiçoamento.
Neste novo mundo urbano, o analfabetismo era uma clara desvantagem e por isso 
diminuiu de forma significativa à medida que as pessoas se condicionavam a ser 
funcionalmente alfabetizadas. Nos trinta anos seguintes, esses novos residentes urbanos e 
alfabetizados se tornaram novos cidadãos urbanos insurgentes. (HOLSTON, 2013, p. 145)
5 - PARTICIPAÇÃO E REPRESENTAÇÃO POLÍTICA NO REGIME MILITAR
O golpe militar de 1964 veio num contexto de incômodo de uma cidadania urbana 
insurgente em massa que, para a direita, parecia alimentar manipulações populistas e 
sindicalistas. Mesmo em meio a um regime ditatorial, manteve-se a participação política para 
alguns cargos, o que configurava uma contradição ao próprio regime. Como resultado, os 
brasileiros continuavam a participar das eleições dos cargos políticos das eleições 
proporcionais (deputados e vereadores), no entanto as eleições de cargos de maior 
representatividade – senadores, governadores, prefeitos e presidente – foram suspensas ou 
restritas.
O grupo militar, tendo assumido o controle do aparelho de Estado, buscou, não a 
supressão absoluta, mas o confinamento da cidadania política. (SAES, 2001, p. 403)
Esta pequena participação política no processo eleitoral ainda não representava os 
interesses da população, visto que as eleições proporcionais eram manipuladas, tanto no 
processo de elegibilidade dos candidatos quanto ao direcionamento dos votos para os “não 
opositores” ao regime militar. Ou seja, a representação política nesse contexto estava limitada 
ao poder legislativo que, por sua vez era limitada pelo poder executivo ditatorial.
Contraditoriamente, em meio a um regime militar, houve uma paior participação 
política do eleitorado a cada nova eleição. Por volta do final dos anos 1970 a maioria dos 
adultos finalmente havia adquirido direitos políticos. Vale ressaltar que o movimento 
participativo da cidadania política tinha, por trás, uma sensação de insatisfação da classe 
capitalista emergente naquele momento, o que o regime militar o restringia.
Ao contrário do que pareça, o regime militar, de forma alguma incentivava a 
participação política da população. Pelo contrário, um dos argumentos utilizados para a 
legitimação do golpe militar era de que os militares diziam que o “povo” (referindo-se às 
pessoas pobres) não sabia votar. Além disso, um anseio e, de certa forma, uma insatisfação 
em relação às restrições impostas ao voto, o qual o povo não poderia participar da eleição dos 
“cargos que realmente importavam”, de seu ponto de vista, já que prefeito, governador e 
presidente ainda não haviam sido contemplados.
Esta insatisfação com as eleições provocou muitas revoltas nas eleições que se 
seguiram e as pessoas utilizavam formas de resistência ao regime, no qual
Eles compareciam às urnas e invalidavam seus votos de uma forma ou de outra. 
Escreviam mensagens nas cédulas (“abaixo a ditadura” era comum), por exemplo, 
deixavam o voto em branco ou assinavam mais de um candidato(HOLSTON, 2013, 
p. 148)
Após a ditadura militar, na primeira eleição subsequente (1989), a participação 
eleitoral atingiu um número record, com “91% dos adultos (agora definidos como acima de 
16 anos) registrados, 80% votaram e apenas 6,4% tiveram votos brancos ou nulos” 
(HOLSTON, 2013, p. 149). Esse foi um marco na cidadania política brasileira.
Apesar de não considerar, o regime militar, como incentivador do processo de 
participação política no pais, considera-se três importantes transformações que influenciaram 
esse crescimento: voto feminino, a democratização e a urbanização, sendo a última mais 
significativa. A primeira teve incorporação de um número relativamente pequeno de 
mulheres, visto que predominava-se o analfabetismo entre elas. Atualmente, a participação 
das mulheres se tornaram significativas e são a maioria dos votantes e não apenas a maioria 
da população brasileira.
6 – PARTICIPAÇÃO E REPRESENTAÇÃO POLÍTICA NO BRASIL EM 
REDEMOCRATIZAÇÃO
O turbulento processo de transição democrática foi iniciado ainda em fins dos anos 
1970 e se estendeu por cerca de dez anos, completando-se com a promulgação da 
Constituição de 1988.(SIMON, Pedro, 2008). No início dos anos 1980 houve ainda grande 
mobilização que criou uma intensa demanda por participação eleitoral como direito 
fundamental.
Entre 1983 a 1984 milhões de brasileiros tomaram as ruas requerendo eleições diretas 
para presidente. No entanto, a campanha “Diretas Já” não surtiu o efeito desejado 
imediatamente, visto que em 1985 não houve voto direto para presidente, no entanto houve o 
primeiro presidente civil e isso influenciou a formação da Assembléia Nacional Constituinte 
no ano seguinte. Esta assembléia tinha grande responsabilidade com as mais diversas 
demandas das campanhas propostas por populares e, a mudança foi tão significativa, que a 
constituição de 1988 ficou conhecida, na história, como a Constituição Cidadã.
"Diretas Já" teve grande importância na redemocratização do Brasil. Suas liderançaspassaram a formar a nova elite política brasileira e o processo de redemocratização 
culminou com a volta do poder civil em 1985, na aprovação de uma nova 
Constituição Federal de 1988 e com a realização das eleições diretas para Presidente 
da República em 1989(Oliveira; Marinho, 2012, p. 132)
Já com a nova constituição em vigor, os conflitos não cessaram, mas apenas mudaram 
de direcionamento. Isso se deu pelo processo de urbanização acelerado dos anos de 1950 a 
1980, participação do voto feminino e democratização eleitoral. Houve uma reformulação do 
conceito de cidadania e, consequentemente, da natureza dos conflitos.
Havia um paradoxo no número de analfabetos, 1980, da área urbana para a rural. 
Enquanto o analfabetismo urbano girava em torno de 25%, o rural era três vezes maior, o que 
provocou, de certa forma, um isolamento quanto a participação política, mesmo quando estes 
foram contemplados, e a persistência disso se dava pelos governos oligárquicos (coronelismo) 
no campo.
Nas áreas urbanas houve maior ingresso ao ensino básico, participação mais efetiva no 
mercado de consumo, maior anseio por participação política. Esse processo de acesso a 
educação não só reduziu o analfabetismo, visto que já não significava mais restrição, mas 
também remodelou o conceito de cidadania mais reflexiva e consciente.
No início da década de 1980 ocorreram fatos significantes que influenciaram e 
influienciam a política até hoje. Surgiram células do Partido dos Trabalhadores (PT), onde 
discutiam interesses locais, se organizavam e mobilizavam-se para a resolução dessas 
demandas, além de criar campanhas para candidatar políticos do partido. O Partido dos 
Trabalhadores veio como uma ferramenta política em que, finalmente, as populações mais 
periféricas conseguiram se sentir representados e os conhecimentos histórico-sociais daquela 
população estava sendo levado em consideração.
A organização e funcionamento interno do PT escapavam aos moldes da LOPP(Lei 
Orgânica dos Partidos Políticos), introduzindo uma ligação mais estreita com suas 
organizações de base e dando maior ênfase às lutas sociais, bem como com uma 
proposta política de orientação ideológica definida que se resumia na inserção dos 
setores até então marginalizados no sistema político brasileiro. ( MENEGUELLO, 
1989, p. 30)
Outro momento político importante após o processo de redemocratização de 1988 foi 
as eleições municipais que ocorreram logo depois. Nesta eleição, pela primeira vez na 
história, a periferia havia se organizado de forma que elegeram para prefeita da cidade a 
candidata Luiza Erundina, do PT(oriunda das periferias, mulher, da esquerda, não intelectual e 
imigrante do Nordeste). Este evento democrático provocou sensação de representação entre a 
periferia daquele momento que, mesmo com todo o jogo político de “caça-votos” que a direita 
patrocinava, não foi suficiente para desbancar a força política da periferia.
A eleição de Lula, em 2002 também foi muito importante para representação da 
categoria dos trabalhadores, que, neste momento, adquiriu proporções nacionais. Lula teve 
grande quantidade de votos das áreas mais pobres, enquanto José Serra, do PSDB, das áreas 
mais ricas. Devido a distribuição populacional dessas áreas serem desproporcionalmente 
maiores nas periferias do que nas áreas centrais (divisão espacial), a quantidade de votos 
também foi maior.
A diferença entre esse exemplo e quase todos os outros, contudo, é que as pessoas 
das periferias transformaram as desvantagens de suas condições de moradia em uma 
vitória, justamente por exercer seus direitos à cidadania política (HOLSTON, 2013, 
p. 152)
Em relação a representatividade, hoje ainda existe uma grande dificuldade em 
encontrar políticos que considerem e respeitem as periferias e que, no mínimo, representem 
seus interesses. O contraditório é que, mesmo não representando devidamente seu eleitorado 
(periferias), este, por interesses escusos de conquista/permanência do poder, buscam se 
afirmar “representantes do povo”.
Estes novos cidadãos, diferentemente de achar que o Estado foi benevolente em 
disponibilizar seus direitos políticos, ou por achar que são humanos, por isso, detentores de 
direitos, estes tinham consciência de que os direitos foram adquiridos de um processo de luta 
e revolução. O conceito e a participação dos cidadãos tomaram novos rumos nesse novo 
contexto.
A grande mudança no novo conceito de cidadão, hoje com direitos positivados e 
legítimos, era que, mesmo com toda interferência humana, tinham a possibilidade de 
participar e serem representados devidamente. A cidadania política tomou conotação 
universal.
A mudança do paradigma político da periferia fez com que, atualmente, a busca pelos 
votos (pelo poder) tomasse outros rumos. Esse novo direcionamento fez com que a periferia 
se tornasse o foco, pelo menos no que se refere a votos, dos políticos atuais. A 
representatividade política dos povos da periferia que, hoje mesmo sendo um grande foco, 
nota-se que ainda existe uma política oligárquica, patriarcal e desigual.
CONCLUSÃO
A participação e a representação política, no Brasil, passou por várias facetas ao longo 
da história e estas repercutem ate os dias de hoje. Uma das características da cidadania 
política ao longo da história é que, formalmente ou materialmente, esta sempre esteve sob 
limitação. As restrição a vida política, expressa ou não, sempre provocou um clima de 
insatisfação ou indiferença nas massas.
Mesmo que numa perspectiva objetiva sobre a participação política no Brasil, nota-se 
que esta fora limitada, antes de 88, a uma pequena categoria da população. Diversas foram as 
formas de limitação da cidadania política, seja a renda, alfabetização ou através de um golpe 
militar, propriamente dito, mas sempre existiu. Numa forma mascarada de legitimar esse 
restrição, houve também essa categorização de “aptos” e “não-aptos” a participar da vida 
política.
Atualmente, com o voto universal e com o pluripartidarismo advindos da constituição 
federal de 1988, a participação e a representação política tomaram uma nova estampa. 
Aparentemente, esse sistema político democrático traria a solução para a problemática da 
restrição sobre o engajamento e da representatividade, entretanto ainda existe o 
descontetamento social a repeito disso. Isso existe porque, apesar de terem expandido a 
participação política, os legitimados para representar o povo estão, como ao longo da história, 
representando apenas seus interesses pessoais ou de uma classe em particular.
REFERÊNCIAS
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