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FÍSICA EXPERIMENTAL I (FIS111) Nome / Curso / DRE: Rafael Avona / Nanotecnologia / 112024257 Turma / Horário: EAM3 / Quarta-feira (15:00 as 17:00) Professor: Raul Edgardo Rapp Data: 18 de setembro de 2013 Título Módulo da Aceleração da Gravidade () a partir do Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV) Introdução / Objetivos Calcular, experimentalmente, baseado em um modelo teórico, o módulo da aceleração da gravidade, , utilizando o movimento de um carrinho sobre um trilho de ar inclinado sobre um ângulo . Modelo Teórico Utilizar o movimento de um carrinho sobre o trilho de ar comprimido inclinado com o intuito de calcular, experimentalmente, o módulo da aceleração da gravidade é coerente com as leis e modelos da mecânica clássica, pois quando o carrinho está em movimento sobre um plano inclinado próximo à superfície da Terra, de acordo com a segunda Lei de Newton (), está sob efeito de uma força resultante (constante), que é o resultado da soma das forças que atuam no carrinho, ou seja, neste caso especial onde a força de atrito, , será desconsiderada pelo uso do trilho de ar que a reduz a aproximadamente zero, a força resultante, , será a soma da força peso (constante) e da força normal (constante). Então, o movimento que o carrinho faz pode ser descrito como um Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV). Figura 1: Esquema representando as forças que atuam no carrinho de massa m sobre o trilho de ar Funções do tempo que descrevem o MRUV: Colocando o eixo do sistema de coordenadas na direção do trilho de ar, apontando no sentido da maior altura para a menor e a força normal, , apontando no sentido do eixo , a força peso, , pode ser representada em termos de suas componentes nestes eixos: Figura 2: Esquema mostrando as componentes da força peso e as demais forças que atuam no carrinho Na Figura 2, pode-se observar que a componente da força peso no eixo y, , tem o mesmo módulo e direção da força normal, , porém sentido contrário. Logo, lembrando que a força resultante equivale ao somatório de todas as forças que atuam em um corpo, a componente no eixo y da força resultante, , é igual a zero, pois a soma das componentes das forças que atuam no carrinho no eixo y é zero. Por fim, pode-se concluir que: Como a aceleração do carrinho, , tem a direção e sentido do vetor unitário , a expressão vetorial , pode ser escrita apenas em função do módulo dos vetores como: A fórmula que correlaciona a frequência ao período será importante para entender o tempo entre as faíscas em função da frequência utilizada no centelhador. A incerteza total na medida da posição do carrinho (equivalente a ) é a incerteza da régua somada à incerteza da posição da faísca e a incerteza relacionada à frequência do centelhador, que implica a incerteza no tempo, pode ser desconsiderada. Assim, a incerteza contida nas medidas de posição a partir da fita termo sensível utilizada para coletar os dados será a única que influenciará nos valores para a incerteza da velocidade média que será obtida entre o intervalo de tempo e . Para os valores do seno de θ, a incerteza será a incerteza propagada a partir das medidas de , e , cada uma com uma incerteza associada equivalente a . As demais incertezas serão propagadas a partir destas, seguindo as regras para incerteza propagada. O programa de ajuste linear será usado para determinar os coeficientes da reta do gráfico e, assim, determinar o módulo da aceleração do carrinho (coeficiente angular da reta ajustada) e, posteriormente, novamente com o programa de ajuste linear, o módulo da gravidade a partir do coeficiente do gráfico de , ambos com a devida incerteza associada. É esperado que o módulo da aceleração da gravidade que será obtido se aproxime do que é encontrado na literatura: . Procedimento Experimental Para realizar o experimento é importante certificar-se que o trilho de ar esteja nivelado e que a instalação elétrica do centelhador esteja correta. A fixação da fita termo sensível deve ser feita com especial cuidado, para aproveitar o movimento da melhor maneira, ou seja, obter pontos com espaçamento adequado (nem muito próximos e nem muito distantes um em relação ao outro). Para este experimento, é também importante escolher o tamanho adequado para a fita, de modo a se conseguir a quantidade de pontos desejada para os cálculos que serão feitos. É fortemente aconselhável realizar um teste antes de capturar os dados na fita a fim de verificar o movimento descrito pelo carrinho sobre o trilho de ar. Para a captura dos dados, deve-se ligar o trilho de ar e ajustar o centelhador na frequência de . Como o objetivo é medir , é importante escolher um sistema, que seja acelerado devido a influência de . Conforme o modelo teórico, este sistema é o movimento do carrinho sobre o trilho de ar inclinado. Então, é necessário inclinar o trilho de ar, de modo a se obter uma força resultante, . O trilho será inclinado com o auxílio de blocos de madeira com alturas não conhecidas. Assim, para se calcular o seno do ângulo formado entre a mesa e o trilho inclinado () e depois o próprio , será necessário medir duas alturas ( e ) e calcular a diferença entre elas () e medir a distância entre os pontos onde as alturas foram medidas. Figura 3: Esquema ilustrando as grandezas envolvidas no cálculo do seno de θ O procedimento será repetido cinco vezes em inclinações distintas, com isso serão obtidas, ao todo, cinco fitas com dados de posição. Serão considerados, para análise, apenas um a cada três pontos da fita, assim a frequência entre os pontos considerados será . Dados (Tabelas, etc.) Segundo a equação , o intervalo de tempo entre cada faísca considerada () é igual a . O ponto 0 representa o ponto inicial do experimento, isto é, o primeiro momento em que o movimento passa a ser monitorado. Neste ponto e . O movimento foi monitorado entre os instantes e em intervalos de tempo . As incertezas de e de da Tabela 1 foram calculadas conforme as equações e incluídas abaixo. Tabela 1: Medidas experimentais de , de e de e valores calculados com as equações e de e de Tomada de dados Primeira 140 1 156 1 1000 1 16 2 16 2 Segunda 144 1 194 1 1000 1 50 2 50 2 Terceira 149 1 245 1 1000 1 96 2 96 2 Quarta 153 1 299 1 1000 1 146 2 146 2 Quinta 158 1 378 1 1000 1 220 2 220 2 A velocidade no tempo médio entre os tempos e (com e próximos) pode ser aproximada pela velocidade média entre estes tempos, da mesma forma que a reta tangente pode ser aproximada por uma reta secante. Portanto, as velocidades em cada instante presentes na tabela serão calculadas utilizando a expressão , o que justifica a velocidade não ser calculada nos instantes inicial e final. Considerando como uma constante, a incerteza na medida de velocidade fica: As próximas tabelas (Tabela 2, Tabela 3, Tabela 4, Tabela 5 e Tabela 6) mostram os dados experimentais do tempo e da posição do carrinho e os valores calculados para a velocidade e a incerteza associada à posição e à velocidade para cada ponto considerado. Tabela 2: Valores referentes à primeira tomada de dados, à primeira fita 0 0,0 0 1 - - 1 0,05 31 1 62 2 2 0,10 62 1 63 2 3 0,15 94 1 63 2 4 0,20 125 1 64 2 5 0,25 158 1 66 2 6 0,30 191 1 66 2 7 0,35 224 1 66 2 8 0,40 257 1 68 2 9 0,45 292 1 69 2 10 0,50 326 1 69 2 11 0,55 361 1 70 2 12 0,60 396 1 - - Tabela 3: Valores referentes à segunda tomada de dados, à segunda fita 0 0,0 0 1 - - 1 0,05 36 1 72 2 2 0,10 72 1 74 2 3 0,15 110 1 77 2 4 0,20 1491 79 2 5 0,25 189 1 81 2 6 0,30 230 1 84 2 7 0,35 273 1 87 2 8 0,40 317 1 89 2 9 0,45 362 1 91 2 10 0,50 408 1 94 2 11 0,55 456 1 96 2 12 0,60 504 1 - - Tabela 4: Valores referentes à terceira tomada de dados, à terceira fita 0 0,0 0 1 - - 1 0,05 47 1 86 2 2 0,10 86 1 101 2 3 0,15 148 1 116 2 4 0,20 202 1 111 2 5 0,25 259 1 115 2 6 0,30 317 1 120 2 7 0,35 379 1 125 2 8 0,40 442 1 129 2 9 0,45 508 1 134 2 10 0,50 576 1 137 2 11 0,55 645 1 139 2 12 0,60 715 1 - - Tabela 5: Valores referentes à quarta tomada de dados, à quarta fita 0 0,0 0 1 - - 1 0,05 49 1 100 2 2 0,10 100 1 107 2 3 0,15 156 1 115 2 4 0,20 215 1 122 2 5 0,25 278 1 129 2 6 0,30 344 1 137 2 7 0,35 415 1 144 2 8 0,40 488 1 150 2 9 0,45 565 1 157 2 10 0,50 645 1 164 2 11 0,55 729 1 172 2 12 0,60 817 1 - - Tabela 6: Valores referentes à quinta tomada de dados, à quinta fita 0 0,0 0 1 - - 1 0,05 38 1 82 2 2 0,10 82 1 92 2 3 0,15 130 1 102 2 4 0,20 184 1 113 2 5 0,25 243 1 117 2 6 0,30 301 1 133 2 7 0,35 376 1 148 2 8 0,40 449 1 152 2 9 0,45 528 1 163 2 10 0,50 612 1 243 2 11 0,55 771 1 184 2 12 0,60 796 1 - - Na quinta tomada de dados, a velocidade do carrinho no ponto foi desconsiderada para efeito de construção do gráfico da Figura 8, devido ao seu grande desvio em relação aos demais pontos e por ficar fora da escala utilizada para a melhor comparação entre os gráficos, porém, o valor ainda foi considerado no programa de ajuste linear. A Tabela 7 mostra os resultados obtidos no programa de ajuste linear. Tabela 7: Valores para os coeficientes e da equação da reta () do gráfico de cada tomada de dados Tomada de dados Primeira 16 4 61 1 Segunda 49 4 69 1 Terceira 93 4 92 1 Quarta 143 4 93 1 Quinta 256 4 62 1 O coeficiente angular da equação da reta do gráfico é a própria aceleração do carrinho, isto porque a aceleração é a derivada da velocidade em função do tempo e a derivada de uma função em um ponto é a sua inclinação neste ponto e para uma reta a inclinação é constante e igual a . O coeficiente linear mostra a velocidade no ponto inicial, , ou a velocidade no tempo . Então, para aceleração constante tem-se que: De vem: Abaixo, na Tabela 8, estarão relacionados os valores previamente calculados para o seno de θ e sua incerteza, , e os valores obtidos acima para o módulo da aceleração do carrinho e sua incerteza, . Além disso, nesta tabela, serão apresentados os valores do módulo da aceleração da gravidade, (e sua incerteza, ), calculados a partir dos dados da tabela. Tabela 8: Seno de θ, módulo da aceleração do carrinho, , e módulo da aceleração da gravidade, 16 2 16 4 10 4 50 2 49 4 10 1 96 2 93 4 9,7 0,6 146 2 143 4 9,8 0,4 220 2 256 4 11,6 0,3 O módulo da aceleração da gravidade, , obtido com o programa de ajuste linear para todas as tomadas de dados foi de .Entretanto, percebe-se que o valor de obtido na quinta tomada de dados não condiz com os demais, então, descartando ele e considerando apenas os outros quatro valores, temos que . Resultados e Conclusões Será considerado que houve alguma falha durante à quinta tomada de dados, pois ela está discrepante se comparada com as demais, portanto, ela não será levada em conta para os resultados e para a conclusão. Logo, como obtivemos os gráficos de e de conforme o esperado (retas), o módulo da aceleração da gravidade (valor encontrado na literatura), é coerente concluir que o modelo teórico proposto explica os resultados obtidos e condiz com a realidade.
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