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Direito do Trabalho 1 - O que é contrato de trabalho? • O contrato de trabalho é o negócio jurídico expresso ou tácito mediante o qual uma pessoa natural obriga-se perante pessoa natural, jurídica uma prestação pessoal, não- eventual, subordinada e onerosa de serviços. 2 - Qual sua natureza jurídica? “analisar a natureza jurídica de um instituto é procurar enquadrá-lo na categoria a que pertence no ramo do Direito.” Esta natureza pode ser dividida em Direito Público, Privado ou Misto o entendimento majoritário diz que, no Direito do Trabalho, este direito é privado, pois seu centro visa o contrato de trabalho. A sua essência é a relação de empregado e empregador, seja esta público ou privado, sendo assim, um contrato que os rege. 3 - Como podemos diferenciar o contrato de trabalho de outros contratos do Direito Civil? • Um contrato para ser válido depende da manifestação de vontade de ambas as partes. Esta manifestação é um elemento essencial aos contratos celebrados. • No Direito Civil, a manifestação de vontade na formação dos contratos é mais importante do que nos contratos do Direito do Trabalho. • Isso porque os contratos trabalhistas possuem um caráter de adesão, com isso, a manifestação de vontade do empregador não contribui muito. • Segundo porque, as normas trabalhistas possuem regras imperativas voltadas a equilibrar as partes. Além disso, o Direito do Trabalho procura solucionar os problemas trabalhistas através de formas mais ágeis e práticas do que pela busca da anulação do contrato devido a alegação de vício de consentimento. 4- Qual é o objeto do contrato de trabalho? • Para ser válido, o objeto do contrato deve ser lícito. • Trabalho ilícito é diferente de trabalho irregular. – ilícito = tipo legal penal ou concorre diretamente para ele. – Exemplo: médico em clínica de aborto e segurança em ponto de venda de drogas. – irregular = desrespeito a uma norma proibitiva do Estado. Em desacordo com as leis trabalhistas. Exemplo: trabalho executado por menores em período noturno. 5- Quais são os requisitos do contrato de trabalho? Os elementos essenciais do contrato são aqueles emitidos no Direito Civil: capacidade das partes; objeto lícito; forma prescrita ou não vedada por lei. Acrescenta-se, ainda, a manifestação da vontade. 6- Existe distinção entre falta grave e justa causa? • CLT - Art. 482 – Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: a) ato de improbidade; b) incontinência de conduta ou mau procedimento; c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena; e) desídia no desempenho das respectivas funções; f) embriaguez habitual ou em serviço; g) violação de segredo da empresa; h) ato de indisciplina ou de insubordinação; i) abandono de emprego; j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; l) prática constante de jogos de azar. Parágrafo único. Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática, devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios contra a segurança nacional. • Justa causa e a forma de dispensa decorrente de ato grave praticado pelo empregado. Utiliza-se a expressão justa causa para falta praticada pelo empregado. • Quando a falta e praticada pelo empregador, que da causa a cessação do contrato de trabalho por justo motivo, emprega-se, na prática, a expressão rescisão indireta (art. 483 da CLT). • CLT Art. 493 - “Constitui falta grave a prática de qualquer dos fatos a que se refere o art. 482, quando por sua repetição ou natureza representem séria violação dos deveres e obrigações do empregado.” • O autor Sergio Martins afirma que, na prática, o termo justa causa parece ser mais utilizado, utilizando o termo falta grave como sinônimo. Todavia na lei ora se emprega um, ora outro. 7- O que e insubordinação, indisciplina e desídia? • Insubordinação está ligado ao descumprimento de ordens pessoais de serviços específicas. Não são ordens gerais do próprio empregador, mas ordens do chefe, do encarregado, ligadas ao servico, como o fato de o empregado não fazer serviço que lhe foi determinado no dia. Se a ordem do superior é imoral ou ilegal não se configura a insubordinação. • A desobediência a uma ordem específica, verbal ou escrita, constitui ato típico de insubordinação • Indisciplina no serviço diz respeito ao descumprimento de ordens gerais do serviço. O empregado, por exemplo, descumpre as ordens gerais dadas pelo empregador, como as contidas no regulamento da empresa, em ordens de serviço, circulares, portarias (ex.: nao fumar). • a desobediência a uma norma genérica constitui ato típico de indisciplina. • Desídia • O empregado labora com desídia quando o faz com negligência, preguiça, má vontade, displicência, desleixo, indolência, omissão, desateção, indiferencça, desinteresse, relaxamento. • A desídia é o tipo de falta grave que, na maioria das vezes, consiste na repetição de pequenas faltas leves, que se vão acumulando até culminar na dispensa do empregado. Isto não quer dizer que uma só falta não possa configurar desídia. • Os elementos caracterizadores são o descumprimento pelo empregado da obrigação de maneira diligente e sob horário o serviço que lhe está afeito. São elementos materiais, ainda, a pouca produção, os atrasos frequentes, as faltas injustificadas, faltas ao serviço, a produção imperfeita e outros fatos que prejudicam a empresa e demonstram o desinteresse do empregado pelas suas funções. 8- Como se caracteriza abandono de emprego? • A falta injustificada ao serviço por mais de trinta dias faz presumir o abandono de emprego, conforme entendimento jurisprudencial. (arts 474 e 853 da CLT) • Existem, no entanto, circunstâncias que fazem caracterizar o abandono antes dos trinta dias. É o caso do empregado que demonstra intenção de não mais voltar ao serviço. • Por exemplo, o empregado é surpreendido trabalhando em outra empresa durante o período em que deveria estar prestando serviços na primeira empresa. • A prova ficará por conta do empregador. (art. 818 da CLT c/c art 333, II, do CPC)
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