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BGN, Estreptococos e Estafilococos

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Bactérias Gram-Negativas e outras bactérias de importância no TGI
É importante lembrar que as bactérias gram-negativas possuem membrana plasmática, uma fina camada de peptídeoglicano e membrana externa. Além disso, essas bactérias possuem uma endotoxina capaz de promover a resposta pirogênica. Um macrófago ingere uma bactéria gram-negativa e essa bactéria é degradada num vacúolo, liberando endotoxinas que induzem a produção de IL-1 e TNF pelo macrófago. Essas citocinas são liberadas na corrente sanguínea e atingem o hipotálamo onde ocorre a produção de prostaglandinas que alteram o termostato hipotalâmico gerando febre. 
As bactérias gram-negativas de interesse médico podem ser divididas em: 
Enterobactérias: Escherichia coli, Salmonella, Shigela, Yersinia enterocolitica, Klebsiella, Proteus, Vibrio cholerae, Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumanni
Os fatores de virulência são: 
Adesinas, que geram a adesão e a colonização do epitélio; 
Integrinas que causam mudança na conformação da membrana (citoesqueleto) da célula epitelial para que a célula seja capaz de englobar a bactéria, de forma que a invasão à célula seja mais fácil; 
Cápsula; 
Sideróforos (complexos que sequestram o ferro que seria utilizado pela célula); 
Plasmídeos: genes que geram resistência aos antimicrobianos; 
Endotoxinas e exotoxinas. Escherichia coli – enterotoxina termo-lábil e enterotoxina termo-estável; Klebsiella pneumoniae – toxina termo-estável; Shigella dysenteriae – toxina shiga. 
As principais infecções causadas pela família Enterobacteriaceae são infecções intestinais (enteropatogênicas) – E. coli,Shigella, Salmonella e Yersinia enterocolitica. 
São infecções causadas por linhagens patogênicas. Outro problema relacionado à família das enterobactérias é as infecções oportunistas – urinárias, pós-cirúrgicas, de feridas, meningites, bacteremia, pneumonia, endocardite, sepse entre outras. 
Infecções Intestinais: Gastroenterite – sintomas como náuseas, vômitos, diarreia e desconforto abdominal; Diarréia – fezes frequentes e/ou líquidas; geralmente resulta de doença no intestino delgado e envolve perda de fluidos e eletrólitos; Disenteria – doença inflamatória do TGI, frequentemente associada com sangue e pus nas fezes e acompanhada de sintomas como dor, febre, cólicas abdominais; geralmente resulta de doença no intestino grosso 
Bacilos Gram Negativos Fermentadores
Escherichia coli
São bacilos gram-negativos não esporulados e anaeróbios facultativos. Causam síndromes como gastroenterites, disenteria, septicemia, pneumonias, meningite, sendo que o habitat é o trato gastrointestinal de homens e animais. Quando isolada em água e alimentos é um indicador de condições higiênicas insatisfatórias devido à contaminação fecal. 
Os pato tipos, ou linhagens patogênicas de E. coli são: 
E. coli enterotoxigênica – ETEC 
Encontrada na água ou em alimentos contaminados, causando diarréia infantil ou diarréia do viajante. As fímbrias dessa bactéria aderem especificadamente ao epitélio do intestino delgado onde produzem toxinas termoestáveis (ST) e toxinas termolábeis (LT). As características de uma infecção por E. coli enterotoxigênica são: diarréia não sanguinolenta, sem exsudatos inflamatórios e similar à cólera. 
E. coli enteropatogênica – EPEC 
Também são encontrados na água e em alimentos contaminados, possuindo plasmídeos como genes que codificam um fator de aderência – o que garante a adesão à mucosa intestinal. Quando se fixam na mucosa intestinal, promove a destruição das micro vilosidades, o que causa uma diarréia comum principalmente em crianças. 
E. coli enteroinvasiva - EIEC
Encontradas em água e alimentos contaminados, as bactérias se aderem, invadem e destroem as células epiteliais do cólon se espalhando lateralmente. Esse processo gera uma diarréia aquosa com sangue e leucócitos (disenteria). Acomete crianças e adultos. 
E. coli enterohemorrágica - EHEC 
Contágio por alimentos contaminados, sendo que a dose infecciosa é baixa (<100 bactéri as). Esse pato tipo de E. coli causa desde diarreias leves até colites hemorrágicas. As toxinas liberadas por esse patotipo inibem a síntese proteica, sendo o mais comum E. coli presente em alimentos mal cozidos. 
E. coli enteroagregativa - EAEC 
Essas bactérias se caracterizam por um padrão de aglutinação semelhante a um arranjo de parede de tijolos. Há formação de um biofilme sobre as células epiteliais, o que leva a lesão da mucosa e secreção de muco. A diarreia causada por esse patotipo é mais comum em crianças e é persistente – dura cerca de 14 dias. 
Salmonella
São bacilos gram-negativos incapazes de produzir esporos e anaeróbios facultativos. O pH ótimo de crescimento é de 7,0, sendo que algumas estirpes são resistentes ao ambiente ácido (suportam uma faixa de pH entre 4 -9). A temperatura ótima de crescimento é de 35 -37 graus, mas podem crescer de cinco a quarenta e cinco graus. São responsáveis pela febre tifoide, entérica e salmonelose. Patogênese da febre tifoide e entérica e salmonelose. 
Essas doenças podem ser divididas em três grupos: 
Frebre tifoide (S. typh i) transmitida pela água e alimentos contaminados com material fecal humano. O s sintomas são mais graves incluindo febre alta, diarreia, vômitos e septicemia. A duração dos sintomas é de 1-8 s emanas; 
Febre entérica (S. paratyphi) semelhante à tifoide, mas com sintomas mais brandos e duração de no máximo 3 semanas.; 
Salmoneloses (demais espécies de Salmonella – S. enteritidis e S. typhimurium) sintomas como diarreia, febre, dores abdominais e vômitos. O período de incubação é de 12-36h e os sintomas duram de 1-4 dias. 
Shigella dysenteriae
É um bacilo gram-negativo anaeróbio facultativo que é ativo numa temperatura de 10-48 graus. Não são resistentes ao calor e o habitat natural dessas espécies é o trato gastrointestinal de homens e primatas. A S. dysenteriae é responsável pela shigelose ou disenteria. 
Yersinia enterocolitica
São bastonetes gram- negativos anaeróbios facultativos móveis e psicrotróficos (resistentes ao congelamento), mas que crescem em temperaturas mesófilas também. Crescem em ambientes terrestres, águas de lagos, nascentes e rios, homens e outros animais. Em salinidade o crescimento é de 5%. A ocorrência em alimentos se dá em tortas, carnes, frutos do mar, vegetais, leite e outros produtos alimentícios. Causa gastroenterite e os sintomas são febre, diarreia, fortes dores abdominais, vômitos, dor de cabeça. A toxina é termoestável e resistente a lipases e proteases, estimulando a adenilato-ciclase e a resposta AMPc no intestino. 
Klebsiella
K. pneumoniae –É uma bactéria que possui cápsula e se caracteriza por um crescimento mucoide. 
As amostras hospitalares são multirresistentes a drogas e causa infecções pós-cirúrgicas, de vias urinárias, pneumonia, endocardite. 
Proteus
Espécies: P. mirabilis e P. vulga ris. Produzem uréase – o que causa a hidrólise da ureia com consequente aumento do pH desse líquido, o que favorece a formação de cálculos renais por precipitação de sais de Ca e Mg. Apresentam flagelos peritríqueos de alta mobilidade o que confere a formação de um véu em meio sólido. São bactérias causadoras de infecções urinárias crônicas, pneumonia e bacteremia. 
Vibrio cholerae
São vibriões gram-negativos, anaeróbios facultativos, móveis e halotolerantes. Habitam o trato gastrointestinal de homens, animais, águas oceânicas e costeiras. É o agente etiológico da cólera, responsável pela toxina colérica. A transmissão se dá por contaminação fecal (água e alimentos) e os reservatórios são frutos do mar (camarões e ostras). As bactérias são sensíveis aos ácidos do estomago. Os sintomas são de diarreia moderada ou intensa, dores abdominais, câimbras, náuseas, vômitos, tonturas. A infecção é autolimitada, durando de um a cinco dias. Os casos mais severos são perda de mais de um litro de fezes por hora – levando a perda rápida de líquidos e morte na ausência de terapia. Ocorre aumento da secreção delíquidos e eletrólitos pelas células intestinais o que é a causada diarreia intensa. A diarreia tem característica de água de arroz sendo não hemorrágico, o que causa uma desidratação severa, falhas cardíacas e renais. A enzima mucinase: dissolve a capa protetora das células intestinais de célula intestinais, permitindo aderência. 
Bacilos Gram Negativos Não Fermentadores
Pseudomonas
São anaeróbios estritos e móveis, sendo ubíquos – normais na microbiota do homem. São bactérias de crescimento rápido, com uma grande diversidade metabólica exigências nutricionais mínimas. São considerados patógenos oportunistas e são resistentes a maioria dos antimicrobianos utilizados. Em geral, as infecções oportunistas são localizadas ou sistêmicas e são comuns em pacientes hospitalares, pacientes imunocomprometido e/ou em antibioticoterapia. São encontradas em hospitais, piscinas e águas de recreação. 
Fatores de virulência: cápsula, fímbrias, pili, exopolissacarídeos, enzimas: hemolisinas, proteases, elastases, fosfolipase C. Exotoxina A: bloqueia a síntese protéica. LPS.
Acinetobacter
Ubíquos. Sobrevivem em superfícies úmidas (respiradores) e superficie seca (pele humana). Normal orofaringe. Patógenos oportunistas. Freqüente em UTI. Infecções respiratórias, trato urinário, feridas e septicemia. Resistentes a antibióticos.
FV: cápsula. adesinas fimbriais. Toxinas. Enzimas (esterases, urease, amino-peptidases,...) LPS.
Bacilos Gram Negativo Esporulados
Campylobacter
Gastroenterite – ulceração de mucosa: dor abdominal. Geralmente auto-limitada.
Helicobacter
Gastrite, úlcera péptica e carcinoma gástrico. 
Fatores virulência – urease, mucinase, fosfolipases, citotoxina.
H pylori – responsável: 85% úlceras gástricas; 95% úlceras duodenais. Colonização – fator de proteção ao refluxo gastroesofageano e adenocarcinoma do esôfago.
Estreptococos
Os Streptococcus são cocos que se arranjam aos pares – diplococos ou em cadeias – estreptococos. 
São anaeróbios facultativos que possuem exigências nutricionais variáveis. Habitam a microbiota das mucosas do trato respiratório superior, genital e digestivo e alguns membros não são patogênicos.
São organismos catalase negativos, mas apresentam cápsula. São importantes em infecções do trato respiratório e septicemia, pneumonia, otite, meningite, faringite, febre reumática, endocardite, cárie dentária e mastite bovina. 
A classificação taxonômica é complicada, sendo que são usados três critérios que se sobrepõe: grupos antigênicos ou grupos de Lancefield, padrão hemolítico e propriedades bioquímico-fisiológicas. 
Classificação grupos de Lancefield: baseado em antígenos capsulares e polissacarídeos da parede celular (grupo -específico). Os grupos se subdividem de A a W, sendo importante na diferenciação das linhagens beta hemolíticas. As linhagens alfa e gama normalmente não possuem antígenos específicos. 
Classificação de padrão hemolítico em ágar sangue: alfa-hemólise, parcial; beta-hemólise, completa; gama hemólise, não hemolítico. 
Classificação de acordo com propriedades bioquímico-fisiológicas: fermentação de açúcares, presença de enzimas e sensibilidade a agentes químicos.
Estreptococos pyogenes
São do grupo A, sendo também beta hemolíticos. Possuem uma cápsula composta de ácido hialurônico. São relacionados a doenças supurativas e doenças não supurativas. 
A fascite necrosante é uma doença característica causada por Streptococcus pyogenes, sendo conhecida como “bactéria que come carne”. 
A virulência da S. pyogenes se dá principalmente por: 
Escape da fagocitose; 
Aderência às células do hospedeiro; 
Produção de toxinas e enzimas líticas. 
O quadro de virulência é característico devido a presença de macromoléculas de adesão (proteína M, ácido lipoteicóico), síntese de hialuronidase, estreptolisinas (lisa eritrócitos, leucócitos e plaquetas), proteases, estreptoquinase (dissolve coágulos, o que permite a disseminação), DNAse (diminui a viscosidade do abscesso, promovendo a disseminação); através da evasão da fagocitose (cápsula) e pela produção de exotoxinas pirogênicas (superantígenos, associados à síndrome do choque tóxico, febre escarlatina e fasciite necrosante). 
Doenças Supurativas 
Faringite estreptocócica tem como característica dor de garganta, febre, mal estar e dor de cabeça, sendo observada uma faringite avermelhada com exsudato geralmente presente. 
Febre e scarlatina é uma doença causada por complicações da faringite estreptocócica. Ocorre a produção de uma exotoxina pirogênica. A doença se caracteriza pelo aparecimento de erupções eritematosas difusas .
Piodermatite estreptocócica (impetigo) infecção purulenta localizada nas camadas superficiais da pele, principalmente em crianças. É causada por lesões traumáticas e contato direto, sendo altamente transmissível; 
Erispela: infecção aguda da pele onde há dor localizada, inflamação, aumento dos linfonodos, edema maciço, calafrios e febre. A região lesionada fica tipicamente mais elevada e essa doença, de rápida progressão, acomete mais crianças e idosos; 
Celulite também é uma infecção aguda da pele que afeta os tecidos subcutâneos mais profundos. Os sinais de inflamação local e sistêmica são dados pela invasão e rápida disseminação do patógeno, sendo associada a traumatismos, queimaduras, feridas ou incisões cirúrgicas. A identificação precisa do micro -organismo causador da celulite é importante porque vários podem ser responsáveis pelo quadro; 
Fasciite necrosante é uma infecção da camada profunda do tecido subcutâneo, com necrose extensa, destruição da musculatura e do tecido adiposo. A bactéria é introduzida no organismo através de uma ruptura na pele (corte, trauma, queimadura, cirurgia) , sendo que devido à toxicidade pode haver falência múltipla de órgãos e a taxa de mortalidade é maior do que 50%. 
Síndrome do choque tóxico estreptocócico inflamação do tecido no sítio da infecção, dor e sintomas inespecíficos (febre, calafrios, mal-estar). Ocorre a produção de exotoxinas pirogênias, sendo que esse quadro normalmente é concomitante com bacteremia e fasciite necrosante. O grupo de risco para essa condição é o de indivíduos imunocomprometidos; 
Febre puerperal causada por penetração de estreptococos no útero após o parto, podendo progredir para a septicemia; 
Bacteremia maioria das hemoculturas de pacientes com fasciite necrosante e síndrome do choque tóxico é positiva para S. pyogenes. 
Doenças não supurativas 
Febre reumática é uma complicação da faringite por S. py ogenes, sendo a sequela mais grave. Ocorre uma resposta cruzada de anticorpos contra antígenos de membrana com antígenos do músculo cardíaco, gerando um dano crônico e progressivo às válvulas cardíacas. Os sintomas são febre, mal estar, alterações inflamatórias no coração, articulações, vasos sanguíneos e tecido subcutâneo. 
Glomerulonefrite aguda é uma doença associada à faringite estreptocócica e a infecções cutâneas, sendo característica a formação de complexos antígeno-anticorpo que se depositam. Ocorre inflamação aguda do glomérulo renal com edema, hipertensão, 
Estreptococos agalactiae
É a única espécie do grupo B de Lancefield, sendo beta-hemolítica. Essas bactérias fazem parte do trato gastrointestinal e genito urinário e o principal fator de virulência é a presença de uma cápsula. É de grande importância nos quadros de meningite e pneumonia em neonatos e em quadros de endometrite e ITU em gestantes. As mulheres grávidas podem ser portadoras transitórias do S.agalactiae, sendo importante a administração de ampicilina intravenosa. Em homens e mulheres não grávidas, a espécie é importante em quadros infecciosos da pele, ITU, bacteremia e pneumonia. 
Estreptococos do grupo Viridans: Compõe um grupo heterogêneo de estreptococos alfa-hemolíticos e não hemolíticos. “Viri dans” significa verde em latim e esse nome se dá pela coloração produzida pela alfa-hemólise. Essas bactérias colonizam a orofaringe, o trato gastrointestinal e o geniturinário.São raramente encontrados na pele (toxicidade dos ácidos graxos) e são nutricionalmente mais exigentes (meios contendo sangue e CO2). As doenças relacionadas são a cárie, causada pelo Streptococcus mutans que produz um polímero extracelular que promove a adesão à superfície dental e ácidos, e a endocardite bacteriana onde microorganismos alcançam a corrente sanguínea após o trauma, se adere e coloniza válvulas cardíacas. 
S. mutans: Células ovaladas. Alfa hemolítica ou anemolíticas (podem ser beta). Cresce melhor anaerobiose (alg. cepas capnofílicas). Coloniza superfícies duras. Espécies mais cariogênica. Agente endocardites .
S. sobrinus: Também relacionada cárie dental.
S. salivarius: Geralmente anemolíticas (podem ser alfa ou beta). Adesinas - afinidade mucosa bucal. Também isolada das fezes e do sangue pessoas com endocardite.
S. vestibularis Alfa hemólise. Principalmente mucosa bucal vestibular. 
Grupo anginosus
S. constellatus: alfa hemolítica (algumas anemolíticas). 
S. intermedius: alfa hemolítica ou anemolíticas. Associada a periodontite crônica progressiva. Já i dentificada em abcessos cerebrais e hepáticos. 
Grupo Oralis
S. cristatus: Liga-se bacilus fusiformes no biofilme.
S. gordonii: Alfa hemólise. Colonizadora inicial superfície dental. Endocardite.
S mitis: Alfa hemólise. Coloniza primariamente superfície do dente, também mucosa colon trato respiratório (sem aparente virulência).
S. sanguinis (S. sanguis): Alfa hemolítica. Uma das espécies pioneira biofilme dental. Pode ser isolada fezes. Presença em biofilme dental não associado a doenças – proteção contra instalação de patógenos. Principais responsáveis pela Endocardite infecciosa e doenças vasculares.Atividade trombogênica - maioria cepas.
Estreptococcus do grupo pneumoniae: Diplococos (pneumococo), sendo que as linhagens virulentas apresentam cápsula. O polissacarídeo capsular possui 90 sorotipos. São organismos alfa-hemolíticos, fastidiosos (necessitam de um meio suplementado com sangue) e são encontrados na microbiota normal das vias aéreas superiores. A patogênese se dá por infecções causadas por disseminação endógena, da orofaringe ou nasofaringe para outros sítios como os pulmões, seios paranasais, ouvido e meninges, sendo que a disseminação interpessoal é rara. O Streptococcus pneumoniae está associado à pneumonia, bronquite, sinusite, otite, bacteremia e meningite. 
Fatores de Virulência do S. pneumoniae 
 Evasão da fagocitose: cápsula que promove a sobrevivência em fagócitos; 
 Colonização e disseminação: adesinas, proteases IgA e pneumolisina (cito toxina); 
 Destruição tecidual: mobilização de células inflamatórias para o foco infeccioso, pela presença de ácidos teicoicos, peptideo glicano e pneumolisina. 
Epidemiologia: crianças e idosos apresentam maior risco para meningite e os fatores que predispõe a doença são anormalidades no trato respiratório, intoxicação por álcool e drogas e dinâmica circulatória anormal. 
Enterococos
São diplococos de cadeia curta, anaeróbios facultativos que pertencem a microbiota do trato gastrointestinal. Pertence a classe de não hemolíticos, mas ocasionalmente podem apresentar-se como alfa-hemolíticos. São capazes de tolerar condições ambientais adversas, sendo halotolerantes e resistentes aos sais biliares. Das 40 espécies conhecidas, duas possuem uma grande importância clínica: Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium. As infecções são de caráter endógeno ou causadas por transmissão. 
Os fatores de virulência incluem adesão às células do hospedeiro e formação de biofilmes, resistência à antibióticos ( frequentes em infecções adquiridas no hospital em pacientes imunocomprometidos, em antibioticoterapia de largo espectro ou em uso de cateteres) (infecções do trato urinário, peritônio e tecido cardíaco, infecções intra-abdominais, de feridas, podendo estar presentes em infecções polimicrobianas). Podemos observar uma resistência intrínseca a vários antibióticos e drogas antimicrobianas, sendo que em infecções graves pode ser necessária a terapia combinada de penincilina/vancomicina + am inoglicosídeo. Os genes de resistência são veiculados por plasmídeos, sendo o processo de transferência horizontal de grande importância.
Estafilococos 
Os Staphylococcus podem apresentar-se como cachos de uvas, células isoladas, aos pares ou cadeias curtas. Podem crescer de forma aeróbia e anaeróbia (anaeróbios facultativos). A distribuição é ubíqua e estão presentes na microbiota normal de humanos e animas (pele e membranas mucosas), sendo que, por exemplo os Staphylococcus normalmente colonizam a nasofaringe . Os Staphylococcus são de grande importância médica por causarem infecções oportunistas e doenças sistêmicas – infecções de pele, tecidos moles, ossos e trato urinário. As espécies mais comumente associadas a doenças humanas são: 
Staphylococcus aureus:Membro mais virulento conhecido do gênero, coagulase positivos, MRSA – resistentes à meticilina. São conhecidos como agentes de infecções graves em pacientes hospitalizados e, também, no ambiente extra-hospitalar em crianças e adultos previamente sadios. As colônias de S. aureus podem apresentar uma coloração amarelo-ouro, como resultado da expressão de pigmentos carotenoides que se formam durante o seu crescimento. Quando uma colônia de S. aureus é suspensa em plasma, a coagulase se liga a um fator sérico, e este complexo converte fibrinogênio em fibrina, resultando na formação de um coágulo. 
Staphylococcus epidermidis; 
Staphylococcus haemolyticus; 
Staphylococcus saprophyticus, sendo que essas últimas são coagulases negativas. 
A parede celular de muitos Staphylococcus é recoberta por uma cápsula polissacarídica. A cápsula tem ação protetora porque inibe a fagocitose do microorganismo pelos leucócitos polimorfo nucleados. A maioria dos estafilococos produz, em quantidades variáveis, um filme frouxamente ligado e hidrossolúvel (camada mucoide ou biofilme). Essa substância extracelular possibilita a ligação da bactéria aos tecidos, dispositivos médicos ou corpos estranhos, como cateteres, enxertos, próteses valvulares ou articulares e derivaçõ es, sendo pa rticularmente importante para a sobrevivência dos estafilococos coagulase-negativos relativamente não virulentos. A cápsula é importante porque recobre opsioninas protegendo a bactéria da fagocitose e a camada mucoide extracelular também interfere na fagocitose. Ao contrário das bactérias gram-negativas, o peptideoglicano das gram-positivas consiste em muitas camadas unidas por ligações c ruzadas, o que torna a parede celular mais r ígida. A resistência bacteriana à meticilina e às prenicilinas relacionadas é mediada pela aquisição de um gene que codifica uma proteína ligadora de uma penicilina alterada, que apresenta baixa afinidade por meticilina, penicilinas relacionadas e cefalosporinas. O peptideoglicano tem uma atividade semelhante à endotoxina, estimulando a produção de um pirógeno endógeno. 
Staphylococcus aureus
Os Staphylococcus aur eus são bactérias encontradas na microbiot a normal do trato respiratório superior e na pele e são coagulase positivas. O principal reservatório é na mucosa nasal, e stando presente em até 40% da população adulta que é assintomática. É de grande importância em casos de contaminação pelas mãos, gerando infecções por contato e em profissionais da saúde. 
Sua disseminação s e dá pelo contato direto ou por exposição a o bjetos contaminados como roupas de cama, vestimentas e etc. O s fatores de risco incluem a presença de corpos estranhos como cateteres, próteses, farpas, suturas e proce dimentos cirúrgicos. A equipe m édica pode prevenir a disseminação através da antissepsia das mãos. 
Os principais fatores de virulência da S. aureus são: 
 Escape da fagocitose; 
 Aderência às células do hospedeiro; 
 Produção de toxinas e enzimas líticas (a coagulase, por exemplo, protege a bactéria dentro da cápsula). 
A cápsula polissacarídica e a camada limosa geram a evasão da fagocitose, facilita aade são das cél ulas do hospedeiro, dispositivos médicos e 
corpos estranhos; 
O peptideoglicano estimula a produção de IL-1 e ácidos teicoicos; 
A proteína A promove a fixação à célula hospedeira e a ligação à porção Fc de IgG. 
Uma grande q uantidade de proteínas de superfície foi identificada em S. aureu s. Estas são importantes para adesão às proteínas da matriz 
ligadas aos tecidos dos hospedeiros. A patogenia das infecções por estafilococos depende da habilidade da bactéria em evadir da fagocitose, 
expressar proteínas de superfície que medeiam a adesão aos tecidos do hospedeiro e produzir dano tecidual através da elaboração de toxinas 
específicas e enzimas hidrolíticas. 
Além disso, as S. aureus produzem enzimas líticas, tais como: 
Coagulase – transforma fribrinogênio em fibrina que forma um coágulo protegendo a bactéria da fagocitose; 
Lipases – hidrolisam lipídeos e asseguram a sobrevivência dos estafilococos nas áreas sebáceas do corpo; 
Hialuronidase – hidrolisa os ácidos hialurônicos presentes na matriz do tecido conjuntivo o q ue promove a disseminação bacteriana; 
Fibrinolisina (estafiloquinase) – pode dissolver coágulos de fibrina o que promove a disseminação bacteriana; 
Nuclease – hidrólise do DNA, diminuindo a viscosidade o que favorece a disseminação bacteriana
Toxinas estafilocócicas 
S. aureus produz muitas toxinas, i ncluindo cinco citolíticas ou que danificam membranas, duas toxi nas esfoliativas, 18 enterotoxinas e a toxina-
1 da síndrome do choque tóxico. 
As citotoxinas são tóxicas para leucócitos, eritrócitos, hepatócitos e plaquetas; 
As toxinas esfoliativas causam lesão tecidual por destruição dos desmossomos; 
Enterotoxinas é um superantígeno que aumenta o peristaltismo intestinal gerando perda de fluídos; 
Toxina-1 da síndrome do choque tóxico é um superantígeno que c ausa lesão tecidual. 
Doenças Clínicas 
A S. aureus causa doença através da produção de toxinas ou da invasão direta e destruição do tecido. Na presença de corpos estranhos, 
como por exemplo, um cateter, um número significativamente menor de estafilococos é necessário para estabelecer uma doença. 
Doenças Inflamatórias 
Infecções Piogênicas na pele: 
Foliculite é a infecção do folículo piloso decorrente de obstrução. A base do folículo é avermelhada e elevada, sendo conhecida como ter çol 
quando atinge a base da pálpebra. 
Furúnculo é a extensão da fo liculite sendo encontrados nódulos elevados, grandes e doloridos q ue são drenados espontaneamente ou após 
uma incisão cirúrgica. 
Carbúnculo são vários furúnculos que formam carbúnculos, estendendo-s e para o tecido subcutâneo mais profundo, havendo múltip los 
pontos de drenagem e estanho localizados comumente na nuca ou nas costas. 
Intoxicações 
Síndrome da Pele Escaldada ou Doença de Ritter é caracterizada pelo aparecimento abrupto de u m eritema perioral localizado que se espalha 
pelo corpo em dois dias. A descamação da epiderme se dá pela ação de uma toxina esfoliativa sendo que, de 7 -10 dias após a infecção o 
epitélio se torna novamente intacto por ação de anticorpos. As bolhas não deixam cicatrizes porque só a camada superior da pe le é 
descamada e é mais comum em neonatos, crianças e adultos imunocomprometidos
Impetigo Bolhoso é uma inf ecção superficial q ue af eta principalmente crianças pequenas, atingindo principalmente a face e os membros. É 
uma forma localizada da síndrome da pele escaldada e é contagiosa, estando associada a formação de bolhas superficiais na pele. 
Síndrome do Choque Tóxico é uma doença de grande importância principalmente em mulheres no período menstrual pela contaminação de 
absorventes i nternos. Ocorre um crescimento localizado da bactéria (na vagina o u em feridas) e a li beração da toxina ocorre na corrente 
sanguínea. Os sintomas incluem febre alta, eritema difuso com descamação da pele. Pode haver destruição das células endotelia is gerando 
hipotensão e morte por falência múltipla dos ó rgãos em 5% dos casos. 
Intoxicação Alimentar Estafilocócica é uma doença de origem alimentar de maior prevalência no Brasil, sendo que pode ser causada por 18 
tipos de ent erotoxinas resistentes a várias proteases e termoestáveis. Po de ser adquirida atr avés de produtos manipulados e mantidos à 
temperatura ambiente (carnes, bolos recheados com creme, sorvetes) sendo que o calor é capa z de matar as bactérias, mas não inativa a 
toxina. Os sintomas se dão de 1-6h após a ingestão do alimento, sendo caracteriz ados por vô mitos, náusea, diarreia, dor abdominal, podendo 
estar presente dor de cabeça, sudorese e ausência de febre. O tratamento deve ser feito com a reposição de fluidos e o alívio da dor 
abdominal. A duração da doença é de em média 24h e há baixos índices de mortalidade
Atenção para as cepas de estafilococos resistentes 
1960: surgimento de cepas resist entes à penicilina; 1970/1980 surgimento de cepas resistentes à meticilina; 1997, Japão: cepa s de S. aureus 
resistentes à vancomicina. 
Staphylococcus coagulase-negativos
Possuem importância patogênica em dispositivos e aparelhos implantados (próteses, cateteres, válvulas cardíacas), pacientes h osp italizados e 
imunocomprometidos. Os organismos de importância são: 
 Staphylococcus epidermidis; 
 Staphylococcus haemolyticus; 
 Staphylococcus saprophyticus. 
Staphylococcus epidermidis:Fazem parte da microbiota normal da pele e mucosa, sendo colônias não pigmentadas. São bem menos virulentos que o S. au reus e isso se dá pela ausência de coagulase e baixa produção de e nzimas líticas. Em contrapartida, há a presença de fatores de adesão e elevada capacidade de formação de biofilmes. As do enças mais comuns causadas por Staphylococcus epider midis são bacteremia, endocardite, in fecções de próteses, cateteres e válvulas cardíacas.

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