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Economia 1 2016.2 Módulo 2 Análise Econômica

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CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS 
 
GRADUAÇÃO 2016.2 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: ___________________________________________________ 
 
 
 
ECO1134 - ECONOMIA 1 
72 h/a 4 Créditos 
 
 
MÓDULO 2 – ANÁLISE ECONÔMICA 
 
 
Prof.: Egenilton Rodolfo de Farias 
Email: aegenilton@yahoo.com.br 
 
 
© Copyright Egenilton 2016 
 
Economia 1 Módulo 2 ♦ Página 1 
 
CONTEÚDO PÁGINA 
Análise Econômica: conceito de Economia 01 
Análise Econômica: os problemas econômicos fundamentais 03 
Análise Econômica: divisão do estudo econômico 06 
Análise Econômica: multidisciplinaridade da Economia 08 
Análise Econômica: métodos da ciência econômica 11 
Questões sobre análise econômica 14 
Referências usadas no módulo 2 15 
 
ANÁLISE ECONÔMICA: CONCEITO DE ECONOMIA 
 
 
ALGUNS SIGNIFICADOS DA PALAVRA ECONOMIA 
 Contenção ou moderação nos gastos, ex. ele fez economia e o dinheiro foi suficiente; 
 Sistema produtivo de um país ou região, ex. a economia brasileira cresceu muito na década de 70; 
 Ciência que trata dos fenômenos relativos à produção, distribuição e consumo de bens (ou teoria 
econômica), ex. ele estuda Economia; 
 O mundo dos negócios, ex. o Governo intervém na economia para prevenir e combater abusos do 
poder econômico; 
 Curso ministrado em faculdades de Ciências Sociais, ex. ele matriculou-se no curso de economia. 
 
 
DEFINIÇÃO DE ECONOMIA 
 Em termos etimológicos a palavra “economia” vem do grego oikos e nomos (norma, lei). 
Teríamos, então, a palavra oikonomia que significa a “administração de uma unidade habitacional 
(casa)” podendo também ser entendida como “administração da coisa pública” ou de um Estado. 
 Assim, quando nos referimos a uma pessoa dizendo que ela é econômica, estamos querendo 
dizer que ela é cuidadosa e parcimoniosa no gasto de dinheiro ou na utilização de materiais, ou seja, 
que ela é cuidadosa na administração dos seus recursos. 
 Em Economia, por sua vez, estudamos as maneiras pelas quais os diferentes tipos de sistemas 
econômicos administram seus limitados recursos com a finalidade de produzir bens e serviços 
objetivando satisfazer as necessidades da população. 
 Formalmente, podemos definir economia como a ciência social que estuda como o indivíduo e a 
sociedade decidem (escolhem) empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e 
serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as 
necessidades humanas. Estuda os processos de produção, distribuição, comercialização e consumo de 
bens e serviços, bem como as variações e combinações na alocação dos fatores de produção (terra, 
capital, trabalho, tecnologia), na distribuição de renda, na oferta e procura e nos preços das mercadorias. 
Estuda também como as pessoas e a sociedade decidem empregar recursos escassos, que poderiam 
ter utilizações alternativas, para produzir os mais variados tipos de bens. 
 Essa definição contém vários conceitos importantes, que são a base e o objeto do estudo da 
Ciência Econômica. 
 
 
NECESSIDADES 
 Entende-se por necessidade humana a sensação da falta de alguma coisa unida ao desejo de 
satisfazê-la. 
 Sabemos, por experiência própria, que as pessoas necessitam de ar, água, alimentos, roupas e 
abrigo para que possam sobreviver. Sabemos, também, que não há limite à variedade e número das 
necessidades humanas. 
 
 
 
Economia 1 Módulo 2 ♦ Página 2 
ESCASSEZ E ESCOLHA 
 A escassez é o problema econômico central de qualquer sociedade. Se não houvesse 
escassez não haveria necessidade de se estudar Economia. 
 Por que ela existe? As necessidades humanas a serem satisfeitas através do consumo dos 
mais diversos tipos de bens (alimentos, roupas, casas etc.) e serviços (transporte, assistência 
médica etc.) são ilimitadas. Por outro lado, os recursos produtivos (máquinas, fábricas, terras 
agricultáveis, matérias-primas etc.) à disposição da sociedade, e que são utilizados na produção 
dos mais diferentes tipos de produtos são insuficientes para se produzir o volume de bens 
necessários para satisfazer as necessidades de todas as pessoas. 
 O fenômeno da escassez está presente em qualquer sociedade, seja ela rica ou pobre. É 
verdade que para países como os Estados Unidos e a Suécia ela não é um problema tão grave 
como para a Somália e a Etiópia, em que sequer as necessidades básicas da população são 
satisfeitas. Mesmo assim, a escassez continua sendo um problema uma vez que as aspirações das 
pessoas por bens e serviços em geral superam a quantidade de bens e serviços produzidos pela 
sociedade. 
 Da dura realidade da escassez decorre a necessidade da escolha. Já que não se pode 
produzir tudo o que as pessoas desejam, devem ser criados mecanismos que de alguma forma 
auxiliem as sociedades a decidir quais bens serão produzidos e quais necessidades serão 
atendidas. 
 Portanto, pode-se dizer que a escassez é a preocupação básica da Ciência Econômica. 
Somente devido à escassez de recursos em relação às ilimitadas necessidades humanas que 
devem ser atendidas é que se justifica a preocupação de utilizá-los da forma mais racional e 
eficiente quanto possível. 
 
RECURSOS 
 Os Recursos Produtivos (também denominados fatores de produção) são elementos 
utilizados no processo de fabricação dos mais variados tipos de mercadorias as quais, por sua vez, 
serão utilizadas para satisfazer necessidades. 
 O trabalho, a terra, matérias-primas, combustíveis, energia e equipamentos são, entre 
outros, exemplos de recursos produtivos. 
 Os Recursos Produtivos podem ser classificados em quatro grandes grupos: Terra, 
Trabalho, Capital e Capacidade Empresarial. 
 Terra: é o nome dado pelos economistas para designar os recursos naturais existentes, ou 
dádivas da natureza, tais como florestas, recursos minerais, recursos hídricos etc. Compreende 
não só o solo utilizado para fins agrícolas, mas também o solo utilizado na construção de 
estradas, casas etc. 
 Trabalho: é o nome dado a todo esforço humano, físico ou mental, despendido na produção de 
bens e serviços. Assim, constitui trabalho no sentido econômico o serviço prestado por um 
médico, o trabalho de um operário empregado na construção civil, a supervisão de um gerente 
de banco, o trabalho de um agricultor no campo. 
 Capital (ou Bens de Capital): pode ser definido como o conjunto de bens fabricados pelo 
homem e que não se destinam à satisfação das necessidades através do consumo, mas que 
são utilizados no processo de produção de outros bens. O capital inclui todos os edifícios, todos 
os tipos de equipamentos e todos os estoques de materiais dos produtores, incluindo bens 
parcial ou completamente acabados, e que podem ser utilizados na produção de bens. 
 Capacidade Empresarial: alguns economistas consideram a “Capacidade Empresarial” como 
sendo também um fator de produção. Isto porque o empresário exerce funções fundamentais 
para o processo produtivo. É ele que organiza a produção, reunindo e combinando os demais 
recursos produtivos assumindo, assim, todos os riscos inerentes à elaboração de bens e 
serviços. É ele quem colhe os ganhos do sucesso (lucro) ou as perdas do fracasso (prejuízo). 
A remuneração dos proprietários de recursos: 
Terra  Aluguel 
Trabalho  Salário 
Capital  Juros 
Capacidade Empresarial  Lucro 
 
 
Economia 1 Módulo 2 ♦ Página 3 
 
ANÁLISE ECONÔMICA: OS PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS 
 
 Questão central do estudo da economia: como alocar recursos produtivos limitados 
(escassos) para satisfazer a todas as necessidades da população? Esse questionamento levou a 
sociedade a repensar sobre os modelos de sistema econômico. 
 
 Da escassez dos recursos ou fatores de produção, associada às necessidades ilimitadas do 
homem, origina-se os chamados problemas econômicos fundamentais. 
 
 
 
PRINCIPAIS QUESTÕESQUE SE LEVANTAM EM ECONOMIA 
 
Que bens devem ser produzidos e em que quantidades? 
 A resposta a esta questão determina o conhecimento do efeito dos recursos na economia. 
Geralmente não é indiferente, por exemplo, produzir mais Kms de auto-estrada ou mais habitações 
novas. No limite, costuma dar-se o exemplo das chamadas economias de guerra que produzem 
mais canhões e menos manteiga. 
 
 Dada a escassez de recursos de produção, a sociedade terá de escolher, dentro do leque de 
possibilidades de produção, quais produtos serão produzidos e as respectivas quantidades a serem 
fabricadas. 
 
Como devem ser produzidos os bens? 
 Esta é uma questão que determina o conhecimento da tecnologia de produção. Os bens 
alimentares agrícolas, por exemplo, podem ser produzidos a partir de uma utilização mais intensiva 
da terra, com o uso de maior quantidade de agro-químicos ou, pelo contrário, seguir-se uma via de 
produção extensiva (medidas agro-ambientais). 
 
 A sociedade terá de escolher ainda quais recursos de produção serão utilizados para a 
produção de bens e serviços, dado o nível tecnológico existente. A concorrência entre os diferentes 
produtores acaba decidindo como serão produzidos os bens e serviços. Os produtores escolherão, 
entre os métodos mais eficientes, aquele que tiver o menor custo de produção possível. 
 
Como é que é feita a distribuição de bens e serviços? 
 Esta questão determina o conhecimento da riqueza que os diferentes grupos sociais detêm. 
Genericamente, pode falar-se em termos da divisão do Rendimento Nacional: a parte detida pelos 
trabalhadores por conta de outrem e a parte detida pelos proprietários e profissões liberais. 
 
 A sociedade terá também de decidir como seus membros participarão da distribuição dos 
resultados de sua produção. A distribuição da renda dependerá não só da oferta e da demanda nos 
mercados de serviços produtivos, ou seja, da determinação dos salários, das rendas da terra, dos 
juros e dos benefícios do capital, mas também da repartição inicial da propriedade e da maneira 
como ela se transmite por herança. 
 
 O modo como as sociedades resolvem os problemas econômicos fundamentais depende da 
forma da organização econômica do país, ou seja, do sistema econômico de cada nação. 
 
Qual a eficiência da Produção e Distribuição? 
 A noção de eficiência da produção determina a possibilidade de se produzir mais uma 
unidade de um bem sem produzir menos de qualquer outro, isto é, a partir de um melhor 
aproveitamento dos recursos. A eficiência da distribuição determina que a riqueza possa ser melhor 
distribuída sem piorar a situação de outro indivíduo ou grupo social. 
 
 
 
Economia 1 Módulo 2 ♦ Página 4 
São todos os recursos de um país utilizados? 
 Esta é uma das questões centrais na moderna economia: por que existem desempregados? 
Por que existem fábricas que vão à falência? Apesar disso, continua por vezes a verificar-se faltam 
de determinado tipo de bens ou o país tem de comprar no mercado internacional para fazer face à 
procura interna. 
 
A economia está crescendo? 
 Esta questão determina a riqueza futura de uma economia. Tem que crescer mais rápido do 
que a população e mais forte que as economias mais ricas. A escassez em Economia: noção de 
custo de oportunidade O conceito de custo de oportunidade permite relacionar a escassez e a 
escolha através da medida do custo de obter uma unidade de um produto em termos do número de 
unidades de outros produtos que poderiam ser obtidos. A fronteira de possibilidades de produção 
mostra todas as combinações que podem ser produzidas por uma economia. O movimento de um 
ponto para outro sobre a linha de fronteira mostra uma mudança no montante de bens a serem 
produzidos, obrigando a uma readequação dos recursos. 
 
Quem escolhe e Como? 
 As economias modernas baseiam-se na especialização e divisão do trabalho, a partir da 
troca de bens e serviços. A troca é feita nos mercados e é garantida através da utilização do 
dinheiro. Grande parte da economia é dedicada ao estudo de como os mercados funcionam, 
coordenando milhões de decisões individuais e descentralizadas. 
 
 Os governos assumem um papel muito importante nas economias modernas. É o governo 
que tenta contribuir para a criação de condições para o aumento da eficiência econômica, corrigindo 
situações onde os mercados não coordenam eficientemente as suas funções. É o governo que 
deverá garantir a redistribuição do rendimento e da riqueza visando uma menor desigualdade. 
 
 
CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO 
 A fronteira de possibilidades de produção representa as quantidades máximas de produção 
que podem ser conseguidas numa determinada economia dadas as tecnologias e as quantidades 
dos fatores produtivos de que dispõe. Devido às limitações de recursos e de tecnologias, as 
quantidades de produção também são limitadas. Numa economia imaginária em que sejam 
produzidos apenas dois bens, se todos os recursos fossem utilizados para produzir um deles, 
conseguir-se-ia produzir uma determinada quantidade máxima desse mesmo bem e nada do outro. 
De igual forma, se os recursos fossem transferidos na sua totalidade para o outro bem, seria 
conseguida uma determinada quantidade máxima de produção desse mesmo bem e não se 
produziria nada do primeiro. Além destas duas possibilidades extremas, existem inúmeras situações 
intermédias de repartição dos recursos para a produção dos dois bens e que resultam em diferentes 
quantidades máximas de produção de cada um deles. 
 
 Para facilitar a sua compreensão, a fronteira de possibilidades de produção pode ser 
representada num gráfico. Para isso, em cada um dos eixos é representada a quantidade de cada 
um dos bens: o conjunto de todos os pontos máximos de produção representa a fronteira de 
possibilidades de produção; os pontos exteriores à fronteira de possibilidades de produção são 
inatingíveis dadas as tecnologias e a quantidades de fatores produtivos disponíveis; pontos 
interiores representam ineficiência produtiva, ou seja, quantidades que estão abaixo das 
possibilidades da economia. 
 
 Essa ferramenta analítica para lidar com esses problemas é a curva de possibilidade de 
produção (CPP). No caso mais simples, uma economia produz apenas dois bens. Então a CPP é 
uma tabela ou gráfico (como mostrado a seguir) que mostra as diferentes quantidades de dois bens. 
A tecnologia e os insumos (como terra, capital e trabalho) são tidos como "dados". 
 
 
 
Economia 1 Módulo 2 ♦ Página 5 
 
 
 O ponto A no gráfico, por exemplo, mostra que FA de filmadora e CA de computadores 
podem ser produzidos quando a produção é eficiente. Assim como FB de filmadoras e CB de 
computadores (ponto B). 
 
 Cada ponto na curva mostra um total máximo para a economia, que é a produção máxima 
de um bem, dada uma quantidade de produção do outro bem. A escassez é representada na figura 
pelas pessoas poderem querer, mas não poder consumir além da CPP. Se a produção de um bem 
aumenta, a produção do outro diminui, numa proporção inversa. Isso ocorre porque uma maior 
produção de um bem requer a transferência de insumos da produção do outro bem, diminuindo-a. 
 
 A inclinação da curva em um ponto fornece o trade-off entre os dois bens. Ele mede quanto 
uma unidade adicional de um bem custa em unidades proporcionais do outro bem, um exemplo de 
custo de oportunidade. O custo de oportunidade é definido como uma expressão "da relação básica 
entre escassez e escolha". Ao longo da CPP, escassez significa que escolher mais de um bem 
implica viver com menos do outro. Ainda assim, numa economia de mercado, o movimento ao longo 
da curva também pode ser descrito como uma escolha que ‘vale o custo’ para os agentes. 
 
 Por construção, cada ponto na curva mostra a eficiência produtiva, por maximizar a 
produção para um total de insumos dados. Um ponto "dentro"da curva é possível e representa 
ineficiência produtiva (uso de insumos com desperdício), no sentido de que a produção de um ou 
ambos os bens poderiam aumentar movendo-se no sentido nordeste em direção a um ponto na 
curva. Um exemplo de uma ineficiência pode ser de uma alta taxa de desemprego durante uma 
recessão. Estar na curva pode ainda não satisfazer completamente a eficiência alocativa se a curva 
não consistir de um mix de produtos que os consumidores queiram. 
 
 Em coerência com os problemas econômicos comuns citados acima, muito da economia 
aplicada em políticas públicas está preocupada em determinar como a eficiência de uma economia 
pode ser aumentada. A atividade de reconhecer a realidade da escassez para então descobrir como 
organizar a sociedade para ter o uso mais eficiente dos recursos, foi descrita como a "essência da 
economia". 
 
 
 
 
 
 
Economia 1 Módulo 2 ♦ Página 6 
 
ANÁLISE ECONÔMICA: DIVISÃO DO ESTUDO ECONÔMICO 
 A análise econômica, para fins metodológicos e didáticos, é normalmente dividida em quatro 
áreas de estudo. 
 
MICROECONOMIA OU TEORIA DE FORMAÇÃO DE PREÇOS 
 Examina a formação de preços em mercados específicos, ou seja, como consumidores e 
empresas interagem no mercado e como decidem os preços e a quantidade para satisfazer a 
ambos simultaneamente. 
 
 Estuda o comportamento de cada “molécula econômica” do sistema, por meio de preços e 
quantidades relativas, ou seja, estuda o comportamento das unidades de consumo representadas 
pelos indivíduos e pelas famílias; as empresas, suas produções e custos; a produção e o preço de 
diversos bens, serviços e fatores produtivos. Para exemplificar, pode-se citar a análise do 
funcionamento de empresas. 
 
MACROECONOMIA 
 Estuda/ analisa a determinação e o comportamento dos grandes agregados nacionais, como 
o produto interno bruto (PIB), investimento agregado, a poupança agregada, o nível geral de preços, 
entre outros. 
 
 Seu enfoque é basicamente de curto prazo (ou conjuntural), e busca explicar como a 
economia opera sem a necessidade de compreender o comportamento de cada indivíduo ou 
empresa que dela participam. 
 
 Preocupa-se com o comportamento da economia como um todo, por meio de preços e 
quantidades absolutos. Faz parte dela os movimentos globais nos preços, na produção ou no 
emprego. Têm como objeto de estudo as relações entre os grandes agregados estatísticos: a renda 
nacional, o nível de emprego e dos preços, o consumo, a poupança e o investimento totais. 
 
ECONOMIA INTERNACIONAL 
 Analisa as relações econômicas entre residentes e não-residentes do país, as quais 
envolvem transações com bens e serviços e transações financeiras. Por que as nações comerciam? 
Essa é uma pergunta interessante que esta disciplina pretende responder mais adiante. Segundo 
Carvalho (Carvalho, M.A e Silva, C.R., Economia Internacional. Ed. Saraiva, 4 ed: São Paulo, 
2007): “O bom senso nos leva a crer que as nações comerciam porque podem obter vantagens.” 
Que tipos de vantagens? Todos os países têm vantagem em suas transações comerciais? 
 A denominada Teoria clássica do comércio internacional estuda exatamente este aspecto. 
Para tanto, segue um breve resumo das principais teorias sobre o comércio internacional: 
Mercantilismo Teoria das Vantagens 
Absolutas 
Teoria das 
Vantagens 
Comparativas 
Teoria de Heckscher-
Ohlin 
John Locke Adam Smith David Ricardo Eli Heckscher e Bertil 
Ohlin 
Entre 1500 e 1800 1776 1817 1933 
Principal riqueza de 
uma nação: metais 
preciosos 
Principal riqueza de uma 
nação: trabalho 
Principal riqueza de 
uma nação: trabalho 
Principal riqueza de uma 
nação: trabalho 
Idéia central: 
acúmulo de metais 
Idéia central: 
especialização do trabalho. 
O comércio seria vantajoso 
sempre que houvesse 
diferenças nos custos de 
produção de bens entre 
países. 
Idéia central: o 
comércio é válido 
mesmo entre as 
nações sem 
vantagem absoluta 
na produção de 
nenhum bem 
Idéia central: cada país 
se especializa e exporta 
o bem que requer 
utilização mais intensiva 
de seu fator de produção 
abundante. 
 
Economia 1 Módulo 2 ♦ Página 7 
 Os adeptos do mercantilismo, doutrina econômica prevalecente entre os séculos XV e XVIII, 
acreditavam que a riqueza e o poder de uma nação eram determinados pelo tamanho de sua 
população e por seu estoque de metais preciosos. Defendiam que a ocorrência de superávits 
comerciais era a única forma de um país se tornar mais forte e abastado. Essa meta só seria 
alcançada com políticas de incentivos às exportações e restrições às importações. Se todos os 
países seguissem esses preceitos, o resultado seria a virtual ausência de comércio entre as nações. 
 Os mercantilistas foram alvo das críticas de Adam Smith quando formulou sua teoria do 
comércio internacional. Smith era um entusiasta do livre comércio e sustentava que as transações 
internacionais colaboravam para o aumento do bem-estar dos países, pois colocavam à disposição 
de suas populações quantidades maiores de bens e serviços. Sua teoria das vantagens absolutas 
atestava que o comércio seria vantajoso sempre que houvesse diferenças nos custos de produção 
de bens entre países. 
 David Ricardo, com a sua teoria das vantagens comparativas, resolveu um problema que 
Adam Smith deixou em aberto: o que ocorreria quando, em um dado país, os custos de produção de 
todas as mercadorias fossem maiores do que no resto do mundo? Ricardo demonstrou que não são 
os custos absolutos que importam, mas os relativos ou comparativos, que, por sua vez, são 
determinados pela produtividade do trabalho. 
 Os economistas Eli Heckscher e Bertil Ohlin construíram uma teoria que justifica a existência 
de comércio a partir das diferenças nas dotações relativas dos fatores de produção. 
 
Eli Heckscher Bertil Ohlin 
 
 
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 
 Preocupa-se com a melhoria do padrão de vida da coletividade ao longo do tempo. O 
enfoque é também macroeconômico, mas centrado em questões estruturais e de longo prazo (como 
progresso tecnológico, estratégias de crescimento). 
 O processo de desenvolvimento econômico supõe que ajustes institucionais, fiscais e 
jurídicos são necessários, incentivos para inovações e investimentos, assim como fornecer 
condições para um sistema eficiente de produção e distribuição de bens e serviços à população. 
 Sua caracterização não se restringe ao crescimento da produção em uma região, mas trata 
principalmente de aspectos qualitativos relacionados ao crescimento. Os mais imediatos referem-se 
à forma como os frutos do crescimento são distribuídos na sociedade, à redução da pobreza, à 
elevação dos salários e de outras formas de renda, ao aumento da produtividade do trabalho e à 
repartição dos ganhos dele decorrentes. Também ao aperfeiçoamento das condições de trabalho, à 
melhoria das condições habitacionais, ao maior acesso à saúde e à educação, aos aumentos do 
acesso e do tempo de lazer, à melhora da dieta alimentar e à melhor qualidade de vida em seu todo 
envolvendo condições de transporte, segurança e baixos níveis de poluição em suas várias 
conotações, para citar alguns. 
 Em essência, desenvolvimento significa a transformação das estruturas econômicas da 
sociedade a fim de se atingir um novo nível de capacidade produtiva. 
 
 
 
 
 
 
Economia 1 Módulo 2 ♦ Página 8 
 
ANÁLISE ECONÔMICA: MULTIDISCIPLINARIDADE DA ECONOMIA 
 Embora a Economia tenha seu núcleo de análise e seu objeto bem definidos, há muitos 
pontos de contato, onde são estabelecidas relações entre ela e outras áreas do conhecimento. 
 
ECONOMIA, FÍSICA E BIOLOGIA 
 O início do estudo sistemático da Economia coincidiu com os grandes avanços da técnica e 
das ciências físicas e biológicas nos séculos XVIII e XIX. A construção do núcleo científico inicial da 
Economiacomeçou a partir das chamadas concepções organicistas (biológicas) e mecanicistas 
(físicas). Segundo o grupo organicista, a Economia se comportaria como um órgão vivo. Daí 
utilizarem-se termos como órgãos, funções, circulação e fluxos na teoria econômica. Já para o 
grupo mecanicista, as leis da Economia se comportariam como determinadas leis da Física. Daí 
advém os termos de estática, dinâmica, aceleração, velocidade, forças e outros. Com o passar do 
tempo, predominou uma concepção humanística, que coloca em plano superior os móveis 
psicológicos da atividade humana. 
 
ECONOMIA, MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA 
 Apesar de ser uma ciência social, a Economia é limitado pelo meio físico, dado que os 
recursos são escassos, e se ocupa de quantidades físicas e das relações entre essas quantidades, 
como a que se estabelece entre a produção de bens e serviços e os fatores de produção utilizados 
no processo produtivo. Daí surge a necessidade da utilização da Matemática e da Estatística como 
ferramentas para estabelecer relações entre variáveis econômicas. A Matemática toma possível 
escrever de forma resumida importantes conceitos e relações de Economia e permite análises 
econômicas na forma de modelos analíticos, com poucas variáveis estratégicas, que resumem os 
aspectos essenciais da questão em estudo. 
 
 Tomemos como exemplo uma importante relação econômica: "O consumo nacional está 
diretamente relacionado com a renda nacional". A expressão diz que o consumo (C) é uma função 
(f) da renda nacional (RN). Ou seja, dada uma variação na renda nacional (RN), teremos uma 
variação diretamente proporcional (na mesma direção) do consumo agregado (C). Como as 
relações econômicas não são exatas, mas probabilísticas, recorre-se à Estatística. Em Economia 
tratamos de leis probabilísticas. Na relação vista anteriormente, conhecendo o valor da renda 
nacional num dado ano, não obtemos o valor exato do consumo, mas sim uma estimativa 
aproximada, já que o consumo não depende só da renda nacional, mas de outros fatores (como 
condições de crédito, juros, patrimônio). 
 
 Se a Economia tivesse relações matemáticas, tudo seria previsível. Porém, não existem no 
mundo econômico regularidades como equivalência entre massa e energia (leis de Newton). Na 
Economia, o "átomo" aprende, pensa, reage, projeta, finge. Imagine como seria a Física e a 
Química se o átomo pudesse aprender: aquelas regularidades desapareceriam. Os átomos 
pensantes logo se agrupariam em classes para defender seus interesses: teríamos uma "Física dos 
átomos proletários", "Física dos átomos burgueses" e outros. Contudo, a Economia apresenta 
muitas regularidades, sendo que algumas relações são invioláveis. Por exemplo: 
 o consumo nacional depende diretamente da renda nacional; 
 a quantidade demandada de um bem tem uma relação inversamente proporcional com seu 
preço, tudo o mais constante; 
 as exportações e as importações dependem da taxa de câmbio. 
 
 A área da Economia que está voltada para a quantificação dos modelos chama-se 
Econometria, que combina teoria econômica, Matemática e Estatística. 
 
 Lembremo-nos, porém, de que a Matemática e a Estatística são instrumentos, ou 
ferramentas de análise necessárias para testar as proposições teóricas com os dados da realidade. 
Permitem colocar à prova as hipóteses da teoria econômica, mas são meios, e não fins em si 
mesmos. A questão da técnica nos deve auxiliar, mas não predominar, quando tratamos de fatos 
econômicos, pois esses sempre envolvem decisões que afetam relações humanas. 
 
Economia 1 Módulo 2 ♦ Página 9 
ECONOMIA COM O DIREITO 
 Os sujeitos da economia (indivíduos, empresas e governo) são ajustados e limitados pelas 
leis; buscam maior interdependência entre as áreas; e é ligada a estrutura jurídica do sistema. E 
compete à lei situar o homem, a empresa e a sociedade diante do poder político e da natureza. 
 O objetivo das empresas é maximizar os lucros. As normas jurídicas, entretanto, têm por fim 
proteger a sociedade de abusos e delimitam o campo de atuação das empresas. 
 A Lei n.º 8884/94 (Que criou o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência – SBDC) tem a 
finalidade de evitar a formação de estruturas de mercado que impossibilitem a concorrência, 
gerando um ambiente propício para a extorsão dos consumidores por parte das empresas, ou seja, 
esta lei visa limitar o poder de monopólio das empresas, em benefício dos consumidores. 
 As leis antitrustes são leis que atuam sobre a estrutura de mercado, de forma a evitar a 
concentração do mercado, a qual daria as empresas poder para expropriar os consumidores 
(cobrando preços abusivos), por meio da formação de cartéis, conluios ou a criação de monopólios 
que possam gerar fortes elevações de preços e/ou reduções da oferta de determinados produtos. 
 A competência para a execução da política monetária, de crédito, cambial e de comércio 
exterior, pela constituição federal de 1988, é da União. 
 A presença do Estado no mercado de locação tem sua razão de ser. Visto existir a diferença 
de poder de barganha entre as partes, dado que o inquilino não tem como esperar um prolongado 
processo de discussão de contratos de locação (pois precisa ter um lugar para morar), tendo uma 
taxa de impaciência muito maior que a do proprietário, que tem o imóvel normalmente como uma 
fonte de renda adicional. Com isso, há uma desigualdade de condições que geraria contratos 
extremamente prejudiciais para os inquilinos. 
 
ECONOMIA E POLÍTICA 
 Começou com a Grécia e Roma antiga, onde os estudiosos procuravam entender a 
economia, a ética e a ciência política com a finalidade de desenvolver estudos sobre a agricultura, 
comércio, indústria, tributos, escravatura, organização sócio-política, moeda, valor, juros, salários. 
Mais tarde, na Idade Média, buscou-se também estudar a organização do estado e do 
relacionamento entre dirigentes e dirigidos. 
 
 No ocidente atual, a relação 
entre a economia e a ciência política 
foi acentuada a partir da grande 
depressão causada pela crise da 
bolsa de valores de NY (1929), 
ocorrendo uma modificação da 
estrutura do sistema capitalista. 
 Crianças carregam cartazes 
em manifestação de trabalhadores 
durante a Grande Depressão, em St. 
Paul, Minnesota, EUA, 1937. No 
cartaz que o menino segura lê-se: 
Por que você não dá um emprego 
meu pai? 
 
 A Economia e a política são áreas muito interligadas, tornando-se difícil estabelecer uma 
relação de causalidade (causa e efeito) entre elas. A política fixa as instituições sobre as quais se 
desenvolverão as atividades econômicas. Nesse sentido, a atividade econômica se subordina à 
estrutura e ao regime político do país (se é um regime democrático ou autoritário). Porém, por outro 
lado, a estrutura política se encontra muitas vezes subordinada ao poder econômico, Citemos 
apenas alguns exemplos: 
 política do "café com leite", antes de 1930, quando Minas Gerais e São Paulo dominavam o 
cenário político do país; 
 poder econômico dos latifundiários; 
 poder dos oligopólios e monopólios; 
 poder das corporações estatais. 
 
Economia 1 Módulo 2 ♦ Página 10 
ECONOMIA E HISTÓRIA 
 Não é a principal fonte da analise econômica, mas auxilia bastante a acompanhar as 
mudanças e transformações culturais, a conhecer melhor o passado, entender o presente e 
antecipar o futuro. A pesquisa histórica é extremamente útil e necessária para a Economia, pois 
facilita a compreensão do presente e ajuda nas previsões. As guerras e revoluções, por exemplo, 
alteraram o comportamento e a evolução da Economia. Por outro lado, também os fatos 
econômicos afetam o desenrolar da História. Alguns importantes períodos históricos são associados 
a fatores econômicos, como os ciclos do ouro e da cana-de-açúcar no Brasil, e a Revolução 
Industrial, a quebra da Bolsa de Nova York (1929),a crise do petróleo, que alteraram 
profundamente a história mundial. Em última análise, as próprias guerras e revoluções são 
permeadas por motivações econômicas. 
 
ECONOMIA E GEOGRAFIA 
 A Geografia não é o simples registro de acidentes geográficos e climáticos. Ela nos permite 
avaliar fatores muito úteis à análise econômica, como as condições geoeconômicas dos mercados, 
a concentração espacial dos fatores produtivos, a localização de empresas e a composição setorial 
da atividade econômica. Atualmente, algumas áreas do estudo econômico estão relacionadas 
diretamente com a Geografia, como a economia regional, a economia urbana, as teorias de 
localização industrial e a demografia econômica. 
 Estuda divergências ou diferenças do comportamento econômico (instituições econômicas, 
formas de organização da atividade produtiva) de país para país e às vezes de região para região 
em um país. 
 
ECONOMIA E SOCIOLOGIA 
 Analisa a interação social, os comportamentos entre os grupos, sua mobilidade e 
estratificação (formação de classes sociais), condições de vida, níveis de organização, e cultura da 
sociedade. 
 Ela é considerada uma Ciência Social porque as ciências sociais estudam a organização e o 
funcionamento da sociedade. A Sociologia, a Antropologia, a Psicologia, e as Ciências Políticas são 
ciências sociais, uma vez que cada qual estuda o funcionamento da sociedade a partir de um 
determinado ponto de vista. A Economia ocupa-se do comportamento humano, e estuda como as 
pessoas e as organizações na sociedade se empenham na produção, troca e consumo de bens e 
serviços. 
 Na realidade, existem muitas definições da Economia como ciência, e elas têm evoluído ao 
longo da história, desde as primeiras escolas econômicas, datadas do século XVIII, até o presente. 
Veja a definição de um dos maiores economistas contemporâneos: 
 
 “A economia é o estudo de como as pessoas e a sociedade 
decidem empregar recursos escassos, que poderiam ter utilizações 
alternativas, para produzir bens variados e para distribuí-los para 
consumo, agora ou no futuro, entre várias pessoas e grupos da 
sociedade.” Paul A. Samuelson (Nasceu em 1915. Foi um 
economista americano de ascendência judia, nascido na cidade de 
Gary, Indiana. Foi o primeiro norte americano a receber o Prêmio 
Nobel da Economia em 1970. Representou e defendeu a doutrina 
Keynesiana. Morreu em 13 de dezembro de 2009.) 
 
ECONOMIA COM A RELIGIÃO, MORAL, JUSTIÇA E FILOSOFIA 
 No período anterior à Revolução Industrial do século XVIII, que corresponde à Idade Média, 
a atividade econômica era vista como parte integrante da Filosofia, Moral e É tica. A Economia era 
orientada por princípios morais e de justiça. Não existia ainda um estudo sistemático das leis 
econômicas, predominando princípios como a lei da usura, o conceito de preço justo (discutidos, 
dentre outros filósofos, por Santo Tomás de Aquino). Ainda hoje, as encíclicas papais refletem a 
aplicação da filosofia moral e cristã às relações econômicas entre homens e nações. 
 
 
 
Economia 1 Módulo 2 ♦ Página 11 
 
ANÁLISE ECONÔMICA: MÉTODOS DA CIÊNCIA ECONÔMICA 
 
TEORIAS E MODELOS 
 Como qualquer outra ciência, a Economia preocupa-se com a previsão e a explicação de 
fenômenos. Para tanto, utiliza-se de teorias. E o que significa construir teorias? Em economia, 
construir teorias significa extrair conhecimentos sobre o funcionamento do sistema econômico. 
 
 Uma teoria pode ser apresentada sob a forma de um modelo. Um modelo é a representação 
simplificada da realidade ou das principais características de uma teoria. Ele é composto por um 
conjunto de relações que podem ser expressas sob a forma de palavras, diagramas, tabelas de 
dados, gráficos, equações matemáticas ou qualquer combinação desses elementos, o que 
possibilita a simulação de fenômenos, observados empiricamente ou não. 
 
MÉTODOS DE ANÁLISE 
 Os métodos científicos caracterizam-se pelo raciocínio lógico e classificam-se em Indutivo e 
Dedutivo. 
 
Método Indutivo 
 É um método de raciocinar que parte de fatos particulares para se chegar a conclusões 
gerais. 
 Aprendemos pela experiência do dia a dia, ao classificar observações ou fatos específicos e, 
em seguida, ao descobrir de que modo eles nos levam a uma generalização. Por exemplo: “O sol se 
levantou hoje. O sol tem se levantado todos os dias. Por conseguinte, o sol se levantará amanhã”. 
 
Método Dedutivo 
 É um método de raciocinar que parte de premissas gerais para conclusões específicas. Tais 
premissas são afirmações que, acredita-se, sejam verdadeiras para um problema em particular. Por 
exemplo: “Toda empresa tenta maximizar o lucro. A Petrobras é uma empresa. Logo, ela tanta 
maximizar seu lucro”. 
 É importante notar que uma conclusão pode ser válida sem que seja necessariamente 
verdadeira. 
 
Distinção entre Argumentos Positivos e Normativos 
 Os argumentos que compõem a teoria econômica classificam-se em “positivos” e 
“normativos”. 
 Os argumentos positivos procuram entender e explicar os fenômenos econômicos como eles 
realmente são; qualquer rejeição a esses argumentos pode ser confrontada com a realidade. Por 
exemplo: “São Paulo é o primeiro Estado na produção industrial brasileira.” Se duas pessoas 
discordarem em relação a essa questão, devem estar em condições de dirimir a divergência à vista 
dos fatos. 
 
 Os argumentos normativos, por sua vez, dizem respeito ao que “deveria ser”. Os 
argumentos normativos são pontos de vista influenciados por fatores filosóficos, sociais e culturais; 
dependem de nossos julgamentos a respeito do que é certo e do que é errado, do que é bom e do 
que é ruim. Por envolverem “juízos de valor” sobre o que deve ser, tais argumentos não podem ser 
confrontados com os fatos objetivos da realidade. Por exemplo: “O combate ao desemprego deveria 
ser uma prioridade em relação ao combate da inflação”. 
 
 Quanto à análise econômica, propriamente dita, a análise econômica positiva tem por 
objetivo maior a compreensão e previsão dos fenômenos econômicos do mundo real, sem que haja 
qualquer intenção de julgar essa realidade, ou de alterar o curso dos acontecimentos. Já a análise 
econômica normativa preocupa-se em compreender e prever a realidade, tendo por meta atingir 
determinados objetivos. Para tanto, utiliza-se de formulação de políticas econômicas para intervir no 
mundo real. 
 
 
Economia 1 Módulo 2 ♦ Página 12 
ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS 
 
Bens e Serviços 
 De modo geral, pode-se dizer que Bem é tudo aquilo que permite satisfazer uma ou várias 
necessidades humanas. Por essa razão um bem é procurado: porque é útil. 
 
 Os bens são classificados, quanto à raridade, em Bens Livres e Bens Econômicos: 
 Bens Livres: são aqueles que existem em quantidade ilimitada e podem ser obtidos com pouco 
ou nenhum esforço humano (luz solar, ar, mar etc.). Satisfazem necessidades, mas cuja 
utilização não implica em relações de ordem econômica. A principal característica dos Bens 
Livres é a que não possuem preço (têm preço zero). 
 Bens Econômicos: ao contrário, são relativamente escassos e supõem a ocorrência de esforço 
humano na sua obtenção. Tais bens apresentam como característica básica o fato de terem um 
preço. 
 
 Quanto à natureza, os Bens Econômicos são classificados em dois grupos: Bens Materiais, 
ou bens propriamente ditos, e Bens Imateriais ou Serviços: 
 Bens Materiais: são de natureza material sendo, portanto, tangíveis, e a eles podemos atribuir 
características como peso, altura etc. Alimentos, roupas, livros etc. são exemplos de bens 
materiais. 
 Serviços: ao contrário, são intangíveis, ou seja, não podem ser tocados. Fazem parte dessa 
categoria de bens os cuidados de um médico, os serviços de um advogado, os serviços de 
transporte etc., que acabam no mesmo momento de sua produção. Isso significa que aprestação de serviços e sua utilização são praticamente instantâneas. Outra característica dos 
bens imateriais é a de que eles não podem ser estocados. Exemplificando, pode-se estocar 
bilhetes de metrô que dão ao seu possuidor o direito de viajar nesse meio de transporte; as 
viagens de metrô, entretanto, que são a própria prestação de serviços, não podem ser 
estocadas. 
 
 Quanto ao destino, os Bens Materiais classificam-se em Bens de Consumo e Bens de 
Capital: 
 Bens de Consumo: são aqueles diretamente utilizados para a satisfação das necessidades 
humanas. Podem ser de uso não-durável, ou seja, que desaparecem uma vez utilizados 
(alimentos, cigarros, gasolina etc.) ou de uso durável, que têm como característica o fato de que 
podem ser usados por muito tempo (móveis, eletrodomésticos, etc.). 
 Bens de Capital (ou Bens de Produção): são aqueles que permitem produzir outros bens. São 
exemplos de Bens de Capital as máquinas, computadores, equipamentos, instalações, edifícios 
etc. 
 
 Tanto os Bens de Consumo quanto os Bens de Capital são classificados como Bens Finais, 
uma vez que passaram por todos os processos de transformação possíveis, significando que estão 
acabados. 
 
 Além dos Bens Finais existem ainda os Bens Intermediários, que são aqueles que ainda 
precisam ser transformados para atingir sua forma definitiva. Eles são produtos utilizados no 
processo de produção de outros produtos, sendo, também, classificados como bens de capital. A 
título de exemplo podemos citar o fertilizante usado na produção de arroz, ou o aço, o vidro e a 
borracha usados na produção de carros. 
 
 Os bens podem ser classificados ainda em Bens Privados e Bens Públicos: 
 Bens Privados: são os produzidos e possuídos privadamente. Como exemplo temos os 
automóveis, aparelhos de televisão etc. 
 Bens Públicos: referem-se ao conjunto de bens gerais fornecidos pelo setor público: educação, 
justiça, segurança, transportes etc. 
 
 
 
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Agentes Econômicos 
 As Famílias (ou unidades familiares): incluem todos os indivíduos e unidades familiares da 
economia e que, no papel de consumidores, adquirem os mais diversos tipos de bens e serviços 
objetivando o atendimento de suas necessidades de consumo. 
 As Empresas: são unidades encarregadas de produzir e/ou comercializar bens e serviços. A 
produção é realizada através da combinação dos fatores produtivos adquiridos junto às famílias. 
 O Governo: inclui todas as organizações que, direta ou indiretamente, estão sob o controle o 
Estado, nas suas esferas federais, estaduais e municipais. Muitas vezes o governo intervém no 
sistema econômico. 
 
Mercado 
 Entendemos por mercado um local ou contexto em que compradores (o lado da procura) e 
vendedores (o lado da oferta) de bens, serviços ou recursos estabelecem contato e realizam 
transações. 
 
Fluxos e Estoques 
 Variável é qualquer mensuração capaz de variar. Assim, o preço de um produto será 
considerado variável se puder aumentar ou diminuir, ou seja, caso não seja tabelado. 
 
 A variável “fluxo” é medida dentro de intervalo de tempo. A variável estoque, por sua vez, é 
medida em pontos (ou momentos, ou instantes específicos) do tempo. 
 
Condição Coeteris Paribus 
 Expressão em latim que significa que “tudo o mais permanece constante”, nos permitindo 
analisar um mercado específico. Somente utilizando esta condição sine qua non (necessária e 
imprescindível) é que se pode realizar a análise parcial e estática do mercado. Assim, o foco de 
estudo fica dirigido apenas àquele mercado, analisando-se o papel que cada variável nele exerce, 
supondo que outras variáveis não interfiram no mercado de maneira absoluta, naquele exato 
momento do tempo. 
 
 Adotando-se essa condição, torna-se possível o estudo de um determinado mercado 
selecionando-se apenas as variáveis que influenciam os agentes econômicos – consumidores e 
produtores – nesse mercado em particular, desconsiderando a influência de outros fatores, que 
estão em outros mercados. 
 
Papel dos preços relativos 
 Na análise microeconômica, são mais relevantes os preços relativos, isto é, os preços de um 
bem em relação aos demais, do que os preços absolutos (isolados) das mercadorias. 
 
 Por exemplo, se o preço do guaraná cair em 10%, tudo o mais permanecendo constante 
(condição coeteris paribus), deve-se esperar um aumento na quantidade demandada de guaraná, e 
uma queda na demanda dos demais refrigerantes, que tiveram seus preços inalterados. Embora 
não tenha havido alteração no preço absoluto dos demais refrigerantes no mercado, seu preço 
relativo aumentou quando comparado ao do guaraná (que teve redução de preço). 
 
Racionalidade dos agentes econômicos 
 Pelo lado da demanda, o foco de estudo é o comportamento do agente família enquanto 
consumidor de bens e serviços. Assim, o consumidor será orientado por um comportamento 
racional, onde irá maximizar a satisfação das suas necessidades, mediante uma restrição 
orçamentária (renda disponível). 
 
 Pelo lado da oferta, o foco de estudo é o comportamento do agente empresa enquanto 
ofertante de bens e serviços. Assim, o produtor será orientado por um comportamento racional e 
buscará maximizar seu objetivo de obter lucro. 
 
 
 
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QUESTÕES SOBRE ANÁLISE ECONÔMICA 
 
01) Por que os problemas econômicos fundamentais (o quê, quanto, como e para quem produzir) 
originam-se da escassez de recursos de produção 
 
 
02) O que mostra a curva de possibilidades de produção? 
 
 
03) Defina custo de oportunidade. 
 
 
04) Conceitue: bens de capital, bens de consumo e bens intermediários. 
 
 
05) Para fins didáticos, qual a divisão usual do estudo da economia? Qual a finalidade de cada área de 
estudo? 
 
 
06) Qual a diferença entre escassez e pobreza? 
 
 
07) Por que não pode haver custo de oportunidade sem escassez? 
 
 
08) O objetivo das empresas é maximizar os lucros. As normas jurídicas, entretanto, têm por fim proteger 
a sociedade de abusos e delimitam o campo de atuação das empresas. Você acha que a Lei n.º 8884/94 
tem essa finalidade? 
 
 
09) Qual a importância da Matemática e da Estatística para estudos econômicos? Exemplifique. 
 
 
10) O que diz a Teoria das Vantagens Comparativas? Quem foi seu autor? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS USADAS NO MÓDULO 2 
 
 
www.editorasaraiva.com.br 
Carvalho, M.A e Silva, C.R., Economia Internacional. Ed. Saraiva, 4 ed: São 
Paulo, 2007. Capítulo 2 -5. 
Número de Chamada: ... ... 
 
 
www.editoraatlas.com.br 
ROSSETI, José Paschoal. Introdução à economia. 20. Ed. São Paulo: Atlas, 
2008. Capítulos 2 a 6. 
Número de Chamada: 33 R829I 
 
 
www.editorasaraiva.com.br 
VASCONCELLOS, Marco Antonio S.; GARCIA, Manuel E. Fundamentos de 
economia. 3. Ed. São Paulo: Saraiva, 2008. Capítulos 1, 3 e 4. 
Número de Chamada: 330.1 V331f 
 
 
www.editorasaraiva.com.br 
WESSELS, Walter J. Economia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. Capítulos 1 
e 2. 
Número de Chamada: 33 W515e

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