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CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS GRADUAÇÃO 2016.2 Aluno: ___________________________________________________ ECO1134 - ECONOMIA 1 72 h/a 4 Créditos MÓDULO 3 – SISTEMA ECONÔMICO Prof.: Egenilton Rodolfo de Farias Email: aegenilton@yahoo.com.br © Copyright Egenilton 2016 Economia 1 Módulo 3 ♦ Página 1 CONTEÚDO PÁGINA Sistema Econômico: conceito de Sistema Econômico 01 Sistema Econômico: agentes 02 Sistema Econômico: organização 03 Sistema Econômico: funcionamento 05 Referências usadas no módulo 3 07 SISTEMA ECONÔMICO: CONCEITO DE SISTEMA ECONÔMICO É a forma como a sociedade está organizada para desenvolver as atividades econômicas de produção, circulação, distribuição e consumo de bens e serviços. Toda economia opera segundo um conjunto de regras e regulamentos. Exemplificando, as empresas devem ter licenças específicas a fim de que possam produzir e vender seus produtos, os trabalhadores devem ser registrados em carteira, os economistas, a fim de que possam exercer sua profissão devem ser formados em escolas oficialmente reconhecidas, além de terem de ser filiados ao órgão de classe (no caso, o Conselho Regional de Economia – CORECON). Faz-se o mesmo tipo de exigência para os profissionais de diversas categorias tais como médicos, engenheiros, advogados etc. Essas são apenas algumas das muitas regras existentes em nossa economia. Assim, todas as leis, regulamentos, costumes e práticas tomados em conjunto, e suas relações com os componentes de uma economia (empresas, famílias – que são unidades domiciliares de consumo – e governo) constituem um “Sistema Econômico”. Sistema Capitalista, ou economia de mercado – é aquele regido pelas forças de mercado, predomínio da livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção. Sistema Socialista, ou economia centralizada – é aquele em que as questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de planejamento, predominando a propriedade pública dos fatores de produção. Em economia, a curva de possibilidade de produção (CPP) ilustra graficamente como a escassez de fatores de produção cria um limite para a capacidade produtiva de uma empresa, país ou sociedade. Ela representa todas as possibilidades de produção que podem ser atingidas com os recursos e tecnologias existentes. Em economias de mercado, descentralizadas, a escolha sobre as alternativas de produção, fica a cargo do mercado. Já em economias planificadas, centralizadas, o deslocamento na CPP é feito conforme decisão de quem a controla. Devido a limitação de recursos, a produção total, de um país, por exemplo, tem um limite máximo, uma produção potencial, que é representada por um ponto sobre a curva. Economia 1 Módulo 3 ♦ Página 2 SISTEMA ECONÔMICO: AGENTES A economia funciona como um sistema, onde interagem quatro agentes econômicos em fluxos reais e nominais. São eles: famílias; empresas; governo; resto do mundo. Famílias: são constituídas de pessoas aptas ao trabalho, ocupadas ou não. Aqui se incluem trabalhadores, empresários, enfim pessoas que atuam no sistema econômico; chamamos esta parcela de População Economicamente Ativa (PEA). Sua definição apresenta diferenças na literatura. O Anuário Estatístico do IBGE define a PEA como: "população de 10 anos ou mais de idade que estivesse trabalhando (ou tivesse trabalhado nos 12 meses anteriores à data do levantamento) ou procurando trabalho pela primeira vez". Alguns livros definem a PEA como pessoas de 14 a 60 anos ocupadas ou procurando trabalho. Independentemente da discussão da faixa etária, podemos ver que só é considerada economicamente ativa aquela parcela da população que está voltada para o mercado de trabalho. Excluímos assim as pessoas abaixo da idade limite, os inválidos e os inativos (pessoas em idade de trabalhar, mas que se dedicam a atividades não remuneradas: estudantes, aposentados, donas-de- casa, etc.). Como uma parte da PEA está procurando trabalho, é possível calcular a taxa de desemprego, que é definida como sendo a relação entre a parcela da PEA que está desempregada e o total da PEA. Empresas: são unidades produtoras de bens e serviços que visam suprir as necessidades humanas. Podem estar atuando em três setores da economia: Setor Primário: atividades ligadas à agropecuária Setor Secundário: atividades industriais Setor Terciário: atividades ligadas à prestação de serviços Os bens e serviços produzidos podem ser classificados como bens de consumo finais (duráveis e não duráveis), que satisfazem diretamente as necessidades sociais; bens de capital, os que se destinam à produção; e bens intermediários, os que sofrem uma nova transformação antes de chegar ao mercado, estão incluídos nesta categoria todas as matérias-primas. Observe que um mesmo produto pode ser classificado como bem intermediário ou de consumo final, dependendo de seu uso, seu destino. Como exemplo podemos citar a farinha de trigo, que quando comprada por uma padaria para ser processada e transformada em pães e bolos que serão vendidos no mercado, é classificada como bem intermediário. Este mesmo produto, quando comprado por uma dona de casa, que faz deliciosos bolos, é classificado como bem final. O mesmo pode ocorrer na classificação de bem de capital e bem de consumo durável. Um automóvel, quando comprado por uma empresa de locação de veículos é um bem de capital, quando uma pessoa compra o mesmo bem, ele é classificado como bem de consumo durável. Desta forma, a classificação do bem depende de seu destino, de seu uso. A partir desta classificação, definimos Produto como o total de bens e serviços finais produzidos em um determinado período de tempo. Governo: é a administração pública direta federal, estadual e municipal. Devemos entender que as empresas estatais não são governo e sim Empresas. O governo engloba os Ministérios, as Fundações, Autarquias, Câmaras de Deputados, etc. Resto do Mundo: são todos os países com os quais a sociedade estudada mantém relações econômicas. Economia 1 Módulo 3 ♦ Página 3 SISTEMA ECONÔMICO: ORGANIZAÇÃO As soluções para os problemas centrais de uma sociedade irão depender, fundamentalmente, do tipo de organização econômica vigente. De maneira geral, pode-se dizer que são três as formas pelas quais a sociedade organiza sua economia, a fim de resolver os problemas de o que, como e para quem produzir: economia de mercado (ou de livre-empresa), economia planificada e economia mista. ECONOMIA DE MERCADO O sistema de “Economia de Mercado” é típico das economias capitalistas as quais têm como característica básica, a propriedade privada dos meios de produção tais como fábricas e terras, e sua operação tendo por objetivo a obtenção de lucro, sob condições em que predomine a concorrência. Em uma economia baseada na propriedade privada e na livre iniciativa, os agentes econômicos (indivíduos e empresas) preocupam-se em resolver isoladamente seus próprios problemas tentando sobreviver na concorrência imposta pelos mercados. Nesse tipo de sistema econômico, os consumidores e empresas, agindo individualmente, interagem através dos mercados acabando por determinar o que, como e para quem produzir. O Sistema de Preços Em uma Economia de Mercado a ação conjunta de indivíduos e empresas permite que milhares de mercadorias sejam produzidas de maneira espontânea, sem que haja uma coordenação central das atividades econômicas. Na verdade, existe um mecanismo de preços automático e inconsciente que trabalha, garantindo o funcionamento do sistema econômico, dando a ele certa ordenação, de maneira tal quetudo é realizado sem coação ou direção central de qualquer organismo consciente. Para se ter uma idéia, tomemos como exemplo a cidade de São Paulo: milhares de mercadorias abastecem a cidade diariamente, sem que para isso exista o comando de qualquer organismo consciente. A esse mecanismo de preços automático e inconsciente é que se dá o nome de “Sistema de Preços”. E como funciona o sistema de preços? Todos os bens econômicos têm seu preço. Em um mercado livre, caracterizado pela presença de um grande número de compradores e vendedores, os preços refletem as quantidades que os vendedores desejam oferecer e as quantidades que os compradores desejam comprar de cada bem. Para exemplificar, suponhamos que por um motivo qualquer as pessoas passem a desejar uma quantidade maior de calçados. Se a quantidade disponível de calçados for menor que a quantidade procurada, então haverá uma disputa entre os compradores para garantir a aquisição desse bem. Isso fará com que o preço do calçado acabe se elevando, em parte porque as pessoas se dispõem a pagar mais pelo produto, em parte porque os produtores, percebendo o grande interesse pela sua mercadoria, acabam por elevar-lhe o preço. A elevação de preço acabará por excluir os que não dispõem de recursos para pagar preços mais altos. Com a alta do preço, os produtores de calçados serão estimulados a aumentar a produção. Se esse aumento na produção for muito grande, poderá haver um excesso de calçados no mercado, além da quantidade procurada. Como conseqüência entre os produtores a fim de desovar o excesso de mercadoria. Essa concorrência provocará uma diminuição no preço. Um preço mais baixo estimulará o consumo de calçados e os produtores procurarão ajustar a produção à quantidade adequada. Em uma “Economia de Mercado”, tanto os bens e serviços quanto os recursos produtivos têm seus preços e quantidades determinados pelo livre jogo de oferta e da procura, ou seja, pela livre competição. Do confronto entre oferta e procura resulta um preço, e é esse preço que exerce uma função econômica básica. É ele, que por suas variações, orienta a produção e o consumo. O mecanismo de preços é, portanto, um vasto sistema de tentativas e erros, de aproximações sucessivas, para alcançar o equilíbrio entre oferta e procura. O desejo das pessoas determinará a dimensão da procura, enquanto que a produção das empresas determinará a dimensão da oferta. O equilíbrio entre a oferta e a procura será atingido pela flutuação do preço. O que é verdade para mercados de bens e serviços, também o é para mercados de recursos produtivos (Terra, Trabalho, Capital e Capacidade Empresarial). Assim se houver maior necessidade de engenheiros do que de advogados, as oportunidades de emprego serão mais favoráveis aos primeiros. O salário dos engenheiros tenderá a aumentar e o dos advogados, a diminuir. Em uma economia complexa e interdependente, as pessoas não conseguem dizer diretamente aos produtores o que desejam consumir. O mecanismo de mercado fornece, através dos preços, uma forma de comunicação indireta entre consumidores e produtores, possibilitando uma adaptação da produção às necessidades de consumo; possibilita, ao mesmo tempo, uma adaptação do consumo à escassez relativa dos diferentes tipos de bens e serviços. Economia 1 Módulo 3 ♦ Página 4 Fluxo Circular da Atividade Econômica ECONOMIA PLANIFICADA CENTRALMENTE Esse tipo de organização econômica é típica dos países socialistas, em que prevalece a propriedade estatal dos meios de produção. Nesse tipo de sistema as questões de “o que”, “como” e “para quem” produzir não são resolvidas de maneira descentralizada, via mercados e preços, mas pelo planejamento central, em que a maior parte das decisões de natureza econômica sã tomadas pelo Estado. A questão “para quem produzir”, que trata da maneira pela qual a produção total de bens e serviços será distribuída entre os indivíduos é também resolvida pelo órgão de planejamento, a quem cabe determinar os salários dos diferentes tipos de produção. Nesse tipo de economia, o “Sistema de Preços” tem por finalidade facilitar ao Estado atingir os seus objetivos de produção. Devemos observar que, se numa economia de mercado o “Sistema de Preços” serve como elemento sinalizador do comportamento tanto de consumidores quanto de empresários, em uma economia centralizada a expansão e a contração industrial é determinada pelo Estado, e não pelo mecanismo de preços. Assim sendo, se o Governo desejar estimular determinada indústria, ele pode fazê-lo, mesmo que essa indústria seja ineficiente e apresente prejuízos. Alternativamente, pode o Governo decretar o fechamento de uma indústria eficiente, mesmo que ela venha obtendo lucros. Em uma economia centralizada, os preços são utilizados para auxiliar a distribuição de diversos produtos. Nesse tipo de sistema é o próprio governo que determina os diversos preços dos bens de consumo evitando, assim, que ele seja obrigado a lançar mão de mecanismos de racionamento. Pode, então, haver diferença entre o custo de produção de um produto e seu preço de venda. ECONOMIA MISTA Nos sistemas de economia mista, uma parte dos meios de produção pertence ao Estado (empresas públicas) e a outra parte pertence ao setor privado (empresas privadas). Nesse tipo de sistema cabe ao Estado a orientação de muitos aspectos da economia. Para tanto, ele se utiliza das empresas públicas e de outros instrumentos a sua disposição, tais como a legislação, a tributação etc. Mercado de Bens e Serviços (formação dos Preços dos Bens) As famílias demandam bens e serviços As famílias oferecem fatores de Produção As empresas oferecem bens e serviços As empresas compram fatores de Produção Mercado de Fatores de Produção (formação dos Preços dos Fatores) Demanda por recursos: alimentos, serviços médicos, etc. Oferta de Trabalho, Terra, Capital, Capacidade Empresarial Demanda por Trabalho, Terra, Capital e Capacidade Empresarial Oferta de roupas, alimentos, serviços médicos, etc. Economia 1 Módulo 3 ♦ Página 5 SISTEMA ECONÔMICO: FUNCIONAMENTO Os quatro agentes econômicos se relacionam entre si para que o sistema opere. Seu funcionamento está baseado, essencialmente, na produção. Para que as empresas possam ofertar bens e serviços, elas necessitam de Fatores de Produção - capital (máquinas, equipamentos e instalações), trabalho e recursos naturais (terras, oceanos, etc), que são propriedade das famílias. A contratação dos fatores requer uma remuneração em contrapartida - salários, juros, lucros e aluguéis. É comum o aluno entender os recursos naturais como matérias-primas. O conceito é bastante diferente. Recursos naturais são coisas que a natureza oferece e os homens podem explorar economicamente. Desta forma, o recurso natural é a jazida de minério. Para extrair o ferro, uma empresa deverá alocar muitas máquinas, mão-de-obra em um processo produtivo e extrair o ferro. Este sim será considerado matéria-prima nas siderúrgicas. O governo arrecada impostos - diretos, sobre a renda e a propriedade; e indiretos, sobre a produção e a circulação de bens e serviços - contrata fatores de produção e adquire bens e serviços. Neste sentido, o governo estabelece fluxos com as famílias e com as empresas. As relações com o resto do mundo se estabelecem pelos fluxos de bens e serviços (exportação e importação) e de fatores de produção. As relações apresentadas podem ser vistas no diagrama que se segue. Para o diagrama estar completo nos falta definir a poupança e seu destino no fluxoeconômico. Definimos poupança como a diferença positiva entre renda e despesas. A poupança das famílias ocorre quando a soma de seu rendimento (salários, juros, lucros, aluguéis e transferências do governo) é superior às suas despesas (pagamento de bens e serviços e pagamento de tributos). A poupança das empresas é dada pela soma dos lucros não distribuídos e pela reserva de depreciação. Estes são conceitos da contabilidade gerencial, a geração de lucro feita pela empresa deverá remunerar seus acionistas, caso eles decidam pela capitalização da empresa, não Resto do Mundo Governo Famílias Empresas Fatores de Produção: Capital, Trabalho e Recursos Naturais Remuneração dos Fatores de Produção: salários, juros, lucros e aluguéis Pagamento dos bens e serviços Bens e Serviços Finais Fat. de Prod./Impostos diretos Bens e Serv./Imp diretos e ind. Pg. bens e serv./ subsídios. Rem. Fat. de Prod./Transferências Importação Remuneração Fat. de Prod. Exportação Fatores de Produção Economia 1 Módulo 3 ♦ Página 6 distribuindo parte de seus lucros, a empresa estará poupando. Da mesma maneira, a despesa de depreciação também é uma fonte de poupança, pois a empresa lança em seus resultados a depreciação como despesa, mas não houve desembolso, na realidade a empresa está se capitalizando para repor o bem de capital quando este ficar inteiramente depreciado. A poupança do governo é a diferença positiva entre receitas e despesas, no caso de haver saldo negativo, chamamos de déficit público. As poupanças são aplicadas no mercado financeiro para gerar juros aos seus possuidores e servem como fonte de financiamento para os investimentos na economia. Investimento é entendido como sendo o aumento de capacidade produtiva da economia. O investimento não deve ser confundido com aplicação financeira. Investimento é um tipo de gasto, um dos mais importantes da economia, aquele que gera aumento da produção, emprego e renda. Fluxo Nominal e Real O funcionamento do sistema econômico gera dois fluxos: fluxo nominal ou monetário que agrega as remunerações, pagamentos de bens e serviços, o meio onde circula a moeda; e o fluxo real, que inclui os fatores de produção e os bens e serviços. As trocas entre bens e serviços e moeda; fatores de produção e remuneração se dão no Mercado, local onde os ofertantes e os demandantes se encontram e realizam suas trocas. Podemos, então, ver dois mercados bem definidos: o mercado de fatores, onde as famílias ofertam fatores de produção às empresas; e o mercado de bens e serviços, onde se encontra a produção das empresas à disposição dos consumidores. Finalizando esta parte introdutória, cabe destacar que, apesar de uma economia real sempre apresentar os quatro agentes econômicos, teoricamente podemos trabalhar com modelos simplificados. Quando trabalhamos com apenas dois agentes econômicos – famílias e empresas – chamamos de economia simples ou economia fechada e sem governo. A terminologia fechada diz respeito a não haver relações econômicas externas. A introdução do governo no modelo nos leva para um modelo de economia fechada e com governo, ou economia a três setores. O modelo completo, com a introdução do resto do mundo, é chamado de modelo de economia aberta e com governo. Economia 1 Módulo 3 ♦ Página 7 REFERÊNCIAS USADAS NO MÓDULO 3 www.editorasaraiva.com.br VASCONCELLOS, Marco Antonio S.; GARCIA, Manuel E. Fundamentos de economia. 3. Ed. São Paulo: Saraiva, 2008. Capítulo 3. Número de Chamada: 330.1 V331f www.editoraatlas.com.br ROSSETI, José Paschoal. Introdução à economia. 20. Ed. São Paulo: Atlas, 2008. Capítulos 3. Número de Chamada: 33 R829I www.editorasaraiva.com.br PINHO, D. B; VASCONCELLOS, M. A. S. (orgs.) Manual de economia (Equipe de Professores da USP). 5. Ed. São Paulo: Saraiva, 2007. Capítulos 8. Número de Chamada: 33 M294
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