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Evolução Politico Constitucional do Brasil

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FASE COLONIAL
A organização das capitanias hereditárias deu início à colonização do Brasil. Consistiu em dividir o território colonial em doze porções irregulares, distribuídas a particulares que fossem suficientemente ricos para colonizar e defender seu território.
José Afonso da Silva registra que “a primeira concessão se deu pela carta de doação expedida por Dom João III, em 10 de março de 1534 [...]”. Dentre as doze capitanias, poucas tiveram êxito economicamente, elas serviram para criar núcleos de povoamento social e econômico, mesmo sem manter contato entre si, repercutindo na estruturação do futuro Estado brasileiro. Os donatários-titulares das capitanias dispunham de poderes quase absoluto.
Instituíram o sistema de gorvenadores- gerais introduzindo um elemento unitário na organização da colônia, coexistente com as capitanias diversificadas. Tomé de Sousa, o primeiro governador conforme o Regimento do Governador- Geral, documento de muita importância.
Rompe-se o sistema unitário ao instituir o duplo governo da colônia. Em 1621, a colônia brasileira foi dividida em dois “Estados” . O primeiro denominado “Estado do Brasil” e o segundo, “Estado do Maranhão”, ainda assim se observa a existência de capitanias efetivamente autônomas e desligadas de um efetivo poder central, ou seja, a dispersão de poder político. 
“Sob o impulso de fatores e interesses econômicos, sociais e geográficos esses dois “Estados” fragmentam-se e surgem novos centros autônomos subordinados a poderes político-administrativos regionais e locais efetivos”.
A fragmentação político-territorial da colônia se acentuou de acordo com interesses econômicos. A estruturação ocorreu, consecutivamente, em governos regionais, várias capitanias gerais e autônomas. As capitanias se dividiram em comarcas e distritos, ganhando representantes da sua autoridade, distribuídas pelo capitão geral. A partir da organização municipal da colônia surgem órgãos governamentais como o Senado da Câmara ou Câmara Municipal, os quais eram poder local. Delineando então, a estrutura do Estado Brasileiro, firmada com a Independência.
FASE MONÁRQUICA
A fase monárquica inicia-se, de fato, com a chegada de D. João IV ao Brasil em 1808, efetivando-se aos poucos. O sistema colonial e o monopólio da Metrópole chegam ao fim, quando o Brasil é elevado á categoria de Reino Unido a Portugal, Deixa no Brasil o filho, Dom Pedro de Alcântara. Entrementes, os relatos da época registram que a extinção do controle do Brasil por parte de Portugal verificou-se apenas de forma fictícia. Em 1822, Dom João VI exige a volta do filho para Portugal. Instado, o príncipe regente, Dom Pedro de Alcântara, negou-se a seguir tal determinação (fato esse ocorrido no dia 09 de janeiro daquele ano, conhecido como "Dia do Fico"). 
Como a sede da família Reinante era do Rio de Janeiro, foi preciso instalar as repartições, os tribunais e as comodidades necessárias á organização do governo. Além, da criação e instalação do Conselho de Estado, a Intendência Geral de Policia, o conselho da fazenda, dentre outras. Porém sua atuação foi limitada apenas ao Rio de Janeiro,tendo pouca influência no interior do país. Estabeleceram-se a nobreza brasileira e a aristocracia intelectual, na época. É certo, ás teorias do liberalismo e a constitucionalismo. Tudo isso justifica o aparecimento do movimento constitucional no Brasil, mesmo quando D João VI mantinha sua corte no Rio. Cogitou-se até de aplicar aqui, salvo as modificações que as circunstâncias locais tornassem necessárias, a própria constituição elaborada pelas cortes portuguesas, chamada Constituição do Porto. 
Diversas manifestações eclodiram, de Creta forma, lograram êxito os revolucionários brasileiros, como afirma José Afonso da Silva, “conseguiram-no dentro dos limites permites pela realidade vigente montando, através da constituição de 1824, um mecanismo centralizador capaz de propiciar a obtenção dos objetivos pretendidos, como provou a história do Império.
A Constituição Imperial outorgada em 25 de março de 1824 tinha expressa em seu art. 1º a formação de uma nação livre e independente que não admitia qualquer outro laço de união ou federação que se oponha a sua independência. Estabeleceu em seu art. 2º a divisão do território Imperial em províncias com subordinação ao poder central. O governo era monárquico hereditário, constitucional e representativo conforme o art. 3º. 
Consiste no art. 9º e 10 onde foi adotado o princípio da divisão e harmonia dos poderes políticos na formula quadripartita de Benjamin Constant. A diferença dessa teoria para a de Montesquieu estava naquela a elaboração de um poder a mais, considerado a chave de toda a organização política e exercida privativamente pelo Imperador, o Poder Moderador que velava a manutenção da independência, do equilíbrio e harmonia dos demais poderes.
Nas mãos do Imperador se acumulava tanto em termos formais como efetivos, o exercício de dois poderes: o Executivo e o Moderador. O rei reinava, governava e administrava. A carência de autonomia provincial fez com que os liberais lutassem por sessenta anos. A ideia descentralizadora, como a república, despontara desde cedo na história político-constitucional do Império. Os federalistas a provocarem rebeliões com o objetivo da implantação da monarquia federalista do Brasil, durante anos e anos tentaram. 
Em 1889, com a vitória das forças republicano-federalista, vencem as forças descentralizadoras, agora organizadas, coerentes aliadas a nova realidade política brasileira: o Federalismo, como princípio da estruturação do Estado e democracia. Ao tombar o império sob o impacto das novas condições prevalece o domínio dessas velhas ideias, um passeata militar, certo dia, proclama a República Federativa por um decreto.
FASE REPUBLICA
Os republicanos, civis e militares ao assumir o poder transformaram o regime. Instalou-se o governo provisório sob a presidência do Marechal Deodoro da Fonseca. As províncias do Brasil, reunidas pelo laço da federação, constituíram os Estados Unidos do Brasil aderindo também o regime. 
Presidida por Prudente de Moraes, foi eleita a Assembleia-Geral Constituinte, em 15 de setembro de 1890. Como produto de sua elaboração, a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil promulgada no dia 24.2.1891. Adotando como forma de governo a República Federativa, tornando-se as antigas províncias em Estados Unidos do Brasil, por união perpétua e indissolúvel (art. 1°). As antigas províncias formara Estado e o antigo município neutro se transformara em Distrito Federal, capital da União (art.2°). Optou-se pelo presidencialismo. Romperam com a divisão quadripartita vigente no Império, inspirada por Benjamin Constant para aderir a doutrina tripartita de Montesquieu estabelecendo o Poder Legislativo, o Executivo e o Judiciário como órgãos de soberania nacional, harmônicos e independentes entre si (art.15).Firmara a autonomia dos Estados e Municípios (art. 62 e art. 68).
Constituindo apenas arcabouço formal. Faltava-lhe a vinculação com a realidade do país, assim, não regeu os fatos que previa, não fora cumprido, sem eficácia social. O sistema constitucional implantado enfraquecera o poder central, ao desprezo aos partidos e a construção da “política dos Governadores” que dominou a Primeira República e foi causa de sua queda. Tinha-se, portanto, uma constituição material em desconsonância com o esquema normativo da Constituição então vigente e tão bem estruturada formalmente. 
Ocorre que o conflito de interesses passou a permear as relações de poder, já antes das eleições para a Presidência da República. Como a recém proclamada Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil não estava sendo seguida pelo Presidente eleito, Deodoro da Fonseca, logo a oposição pretendeu derrubá-lo pelo impeachment, providenciando sua regulamentação por meio de um projeto de lei que definisse os crimes de responsabilidade do Presidente da República. O Poder Executivo o vetou. Este veto foi submetido ao Senadoe à Câmara e, em ambas as casas, foi derrubado.
Deodoro da Fonseca, para manter-se no poder, em 3 de novembro de 1891 dissolveu todo o Parlamento. Houve instantânea reação das Forças Armadas, no comando do almirante José Custódio José Mello. Deodoro da Fonseca, sob fortíssima pressão, renunciou à Presidência da República. Em seu lugar, tomou o poder o Vice-Presidente, Floriano Peixoto. Preferiu desatar os nós estabelecidos entre seu antecessor e os governadores dos estados-membros, destituindo-os, o que se deu provocando a revolta de todos. Era o começo de mais uma guerra civil. Entretanto, Floriano Peixoto manteve-se firme no poder e, apesar das intempéries, entregou o mandato somente ao novo Presidente eleito: Prudente de Moraes.
Veio a Revolução de 1930. Getúlio Vargas toma o poder e rompe com a "política de governadores", deixando para trás a primeira República, a "República Velha". A economia brasileira despontava em vertiginosa ascensão naquele momento. Diante desse terrível cenário, Getúlio passou a se preocupar sensivelmente com a questão social. Foi o grande mentor e criador do Ministério do Trabalho e a elaboração do Código Eleitoral, oportunidade na qual baixou o decreto de 3 de fevereiro de 1932.
 Após dois meses depois, eclodiu a Revolução Constitucionalista em São Paulo. Venceu Getúlio e as eleições que haviam sido convocadas restaram mantidas para o ano seguinte, sendo concluída a Constituição de 1934. Na Constituição de 1934, foram mantidos os mesmos princípios fundamentais, quais sejam, a república, a federação, a divisão de Poderes, o presidencialismo e o regime representativo. Mas é de se considerar que inovou em vários aspectos, inclusive no aumento de poderes atribuídos à União, atribuiu alguns poderes aos Estados-Membros e entregou-lhes poderes remanescentes; também tratou de competências concorrentes entre a União e os Estados-Membros; cuidou da regulamentação da segurança nacional e estabeleceu princípios sobre o funcionalismo público. 
 Logo, Getúlio, que havia sido eleito pela Assembleia Constituinte, tal como ocorrera anteriormente com Deodoro da Fonseca, também reproduziu com fidelidade o gesto deste, na tentativa de restabelecer o poder central. Desse modo, toma, a uma só penada, três atitudes de extrema relevância para o futuro político da nação brasileira: dissolveu a Câmara e o Senado, revogou a Constituição de 1934 e outorgou a Carta de 1937. Getúlio prometeu a convocação de futuro plebiscito. Nunca o fazendo. Nascia o Estado Novo. 
José Afonso da Silva, ao debruçar-se sobre o exame da Carta de 1937, explica:
“Teve a Constituição dos Estados Unidos do Brasil, de 1937, como principais preocupações: fortalecer o Poder Executivo, a exemplo do que ocorria em quase todos os outros países, julgando-se o chefe do governo em dificuldade para combater pronta e eficientemente as agitações internas; atribuir ao Poder Executivo uma intervenção mais direta e eficaz na elaboração das leis, cabendo-lhe, em princípio, a iniciativa e, em certos casos, podendo expedir decretos-leis; reduzir o papel do parlamento nacional, em sua função legislativa, não somente quanto a sua atividade e funcionamento, mas ainda quanto à própria elaboração da lei; eliminar as causas determinantes das lutas e dissídios de partidos, reformando o processo representativo, não somente na eleição do parlamento, como principalmente em matéria de sucessão presidencial; conferir ao Estado a função de orientador e coordenador da economia nacional, declarando, entretanto, ser predominante o papel da iniciativa individual e reconhecendo o poder de criação, de organização e de invenção do indivíduo; reconhecer e assegurar os direitos de liberdade, de segurança e de propriedade do indivíduo, acentuando, porém, que devem ser exercidos nos limites do bem público; a nacionalização de certas atividades e fontes de riqueza, proteção ao trabalho nacional, defesa dos interesses nacionais em face do elemento alienígena”
Como é possível perceber, o que de fato ocorreu, foi a imposição da mais execrável ditadura a qual, sob o pretexto de expugar da Nação facções antidemocráticas, acabou por aniquilar direitos e garantias fundamentais. Após a Segunda Grande Guerra, iniciou-se a redemocratização do Brasil. Foi expedida a lei constitucional n. 9 de 28 de fevereiro de 1945 cuja finalidade principal foi convocar eleições diretas para o Chefe do Executivo e membros do Congresso Nacional. Esperou-se pela convocação de uma nova Assembleia Geral Constituinte, em vão. 
Getúlio Vargas havia sido deposto, era o fim do "hiato autoritário". Estabeleceu-se nova Assembleia Constituinte, marcada pela diversidade de ideologia representada pelos mais diversos partidos políticos, o que certamente ficou estampado na Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, de 18 de setembro de 1946. José Afonso da Silva ensina que a nova Carta Política baseou-se nas Constituições anteriores "que nem sempre estiveram conformes à história real, o que constituiu o maior erro daquela Carta magna, que nasceu de costas para o futuro, fitando saudosamente os regimes anteriores." 
Desencadearam-se inúmeras crises políticas. Importa registrar que Getúlio voltou ao poder, desta vez eleito pela via democrática. Contudo, sua política social e econômica incomodava os conservadores, desenrolando-se uma conjuntura imensamente desfavorável ao governo de Getúlio Vargas. Pressionado, se suicidou. Com isso, o poder passou para o Vice-Presidente Café Filho. Debilitado, assumiu o Presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz, destituído do cargo por militares liderados pelo General Teixeira Lott.
Posteriormente, assumiu o Presidente do Senado, o senador Nereu Ramos, que passou o poder para as mãos de Juscelino Kubitschek de Oliveira. Jânio Quadros sucedeu Juscelino e renunciou após sete meses. Houve resistência ao Vice-Presidente João Goulart. Votou-se uma emenda parlamentarista, a emenda constitucional n. 4 de 2 de setembro de 1961 sendo revogada mais tarde, retirando sensivelmente os poderes de João Goulart. Por conseguinte, foi realizado um plebiscito, cujo resultado fez imperar a vontade do povo: retornou-se ao presidencialismo.
Contudo, a Constituição de 1967 foi outorgada, em 24 de janeiro de 1967; espelhou-se totalmente na Carta de 1937 e passou a produzir efeitos somente em 15 de março de 1967, momento no qual o Presidente Marechal Arthur da Costa e Silva tomou posse. O Poder Executivo foi novamente fortalecido. Costa e Silva, por uma enfermidade, foi impedido de exercer o poder pelo ato institucional de 1969, o qual conferiu o poder aos Ministros da Marinha de Guerra, do Exército e da Aeronáutica Militar. Por meio de uma "emenda" (a Emenda Constitucional n. 1 à Constituição de 1967), trataram de outorgar nova Constituição, a de 17 de outubro de 1969, alterada por 26 emendas, cuja vigência foi postergada para o dia 30 daquele mesmo mês. 
No dia 5 de outubro de 1988, foi promulgada a Constituição Federal de 1988, denominada "Constituição Cidadã" porque "teve ampla participação popular em sua elaboração e especialmente porque se volta decididamente para a plena realização da cidadania", explica José Afonso da Silva. Percebe-se o princípio democrático no texto constitucional de 1988. Ao concebermos regime político como José Afonso da Silva diz "um complexo estrutural de princípios e forças políticas que configuram determinada concepção de Estado e da sociedade, e que inspiram seu ordenamento jurídico" podemos aferir que, após turbulentos "hiatos autoritários", o atual regime político brasileiro tem como fundamento um Estado Democrático de Direito que, apesar de todas as adversidades, vem lutando para sedimentar seus valores seguidos de princípios.

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