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MATERIAL DIDÁTICO ELETROMECÂNICA U N I V E R S I DA D E CANDIDO MENDES CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 Impressão e Editoração 0800 283 8380 www.ucamprominas.com.br Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas SUMÁRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................. 03 UNIDADE 2 – ELETRICIDADE E MAGNETISMO .................................................. 05 2.1 Breve evolução histórica ................................................................................... 05 2.2 Conceitos e definições ...................................................................................... 06 2.3 Propriedades magnéticas dos materiais............................................................ 07 2.4 Classificação dos materiais ............................................................................... 09 2.4.1 Em termos de propriedades magnéticas ........................................................ 09 2.4.2 Em termos da susceptibilidade magnética ..................................................... 14 2.5 Histerese ........................................................................................................... 15 UNIDADE 3 – CIRCUITOS MAGNÉTICOS ............................................................ 18 3.1 Circuitos magnéticos lineares ............................................................................ 19 3.2 Circuitos magnéticos não lineares ..................................................................... 19 3.3 Fator de empacotamento .................................................................................. 19 3.4 Circuitos magnéticos com entreferros ............................................................... 20 UNIDADE 4 – TRANSFORMADORES ................................................................... 22 4.1 Transformador monofásico ................................................................................ 26 4.2 Transformações trifásicas ................................................................................. 29 4.3 Transformadores de múltiplos enrolamentos .................................................... 30 UNIDADE 5 – CONVERSÃO DE ENERGIA ........................................................... 34 5.1 Transdutores de energia ................................................................................... 35 UNIDADE 6 – MÁQUINAS ELÉTRICAS ................................................................ 36 6.1 Características dos principais tipos de motores ................................................ 37 6.2 Motores assíncronos trifásicos com rotor em gaiola ......................................... 53 6.3 Alternadores – geradores síncronos ................................................................. 55 6.4 Noções básicas de transmissão e conversão de movimento ............................ 57 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 67 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 3 UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO Assim como a eletrônica, a eletromecânica também faz parte do currículo básico da Engenharia Elétrica e dedicamos este terceiro módulo à eletricidade aplicada à mecânica, a começar por conceitos básicos como eletricidade e magnetismo, materiais e circuitos magnéticos. Se pensarmos em tecnologia, a eletromecânica tem exatamente essa função: combinar ciências e técnicas de eletrotécnica com as da mecânica. Por outro lado, quando se trata da combinação da mecânica com a eletrônica estaremos falando em mecatrônica. Dentre as competências do profissional da eletromecânica podemos citar: selecionar, implementar e controlar processos de produção industrial de componentes, selecionando os materiais adequados; organizar, gerir, planejar e controlar as atividades de manutenção em instalações industriais; monitorar, operar e manter instalações, máquinas e outros equipamentos térmicos, elétricos e hidráulicos em pleno e ótimo funcionamento; calcular, selecionar, montar, operar, monitorar e manter as máquinas elétricas utilizadas em instalações industriais; planejar, calcular, desenhar, construir, operar, monitorar e manter instalações elétricas de alta, média e baixa tensão, de acordo com as regulamentações vigentes; selecionar, calcular, desenhar, monitorar, operar e manter sistemas básicos de medição e controle de processos industriais. Quanto ao tema sobre conversão de energia eletromecânica, é de especial interesse formando um ponto de contato importante entre a engenharia elétrica e as engenharias de outras áreas. Os transdutores eletromecânicos são usados geralmente nos projetos de sistemas de controles industriais, aeroespaciais e Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 4 aplicações biomédicas e formam a base de muitas aplicações comuns. Princípios de funcionamento de motores e máquinas elétricas completam o módulo. Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas opiniões pessoais. Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos estudos. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 5 UNIDADE 2 – ELETRICIDADE E MAGNETISMO 2.1 Breve evolução histórica Desde a antiguidade temos notícia de que os povos conheciam a eletricidade, especialmente os gregos conheciam o fenômeno de eletrização por atrito. Eles sabiam que o âmbar (resina amarelada) quando atritada com pele de animais, atraia partículas leves como sementes ou palha. Âmbar em grego é elektron, o que gerou o nome da palavra eletricidade e do elétron. Em se tratando de magnetismo, também encontramos na Grécia o conhecimento das propriedades de um minério de ferro encontrado na região da Magnésia, a magnetita (Fe3O4), que atraia pequenos fragmentos de ferro. Os chineses também já haviam descoberto que uma agulha de magnetita capaz de se orientarlivremente num plano horizontal alinha-se aproximadamente na direção norte-sul. Eles usavam este aparelho como uma bússola para navegação. Até fins do século XVIII, eletricidade e magnetismo eram ciências totalmente desconectadas entre si, consideradas apenas como curiosidades de laboratório. Em ambos os casos, conheciam-se apenas fenômenos estáticos, em que não havia movimentação de cargas, ou seja, corrente elétrica. Foi somente no século XIX que alguns experimentos mostraram certa relação entre a eletricidade e o magnetismo, mais precisamente os efeitos magnéticos das correntes. Enquanto Faraday mostrou o fenômeno de indução eletromagnética (variação de campos magnéticos que com o tempo produzia campos elétricos); Maxwell formulou a teoria clássica do eletromagnetismo. No século XX vimos consolidar o eletromagnetismo por meio de sua incorporação à teoria da relatividade restrita de Einstein, o qual percebeu que campos elétricos e magnéticos são partes de um campo mais geral, denominado campo eletromagnético. Posteriormente, o eletromagnetismo foi incorporado à ciência do muito pequeno, a mecânica quântica, onde outros resultados interessantes puderam ser tirados (NUSSENZVEIG, 1997; SANTOS, 2011). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 6 2.2 Conceitos e definições Por definição, magnetismo é um fenômeno básico no processo de andamento de geradores, motores elétricos, na reprodução de voz e de imagens, no armazenamento de memória de aparatos tecnológicos, como os computadores, entre outras aplicações. Ele acontece quando um elemento atrai pedaços de ferro e encontra no imã, o objeto mais comum que possui essas propriedades atrativas. Quando estes fenômenos acontecem nas correntes elétricas chamamos de eletromagnetismo. A magnetita é, portanto, um imã natural. Chamamos corpo neutro àquele que não tem propriedade magnética: corpo imantado àquele que se tornou ímã. Os corpos que se imantam com grande facilidade são o ferro e certas ligas de ferro usadas na fabricação de ímãs permanentes. Uma dessas ligas é o ALNICO, composta de ferro, alumínio, níquel, cobre e cobalto. De acordo com a constituição química do ímã artificial, ele pode manter a propriedade magnética por muito tempo, até por muitos anos, ou perdê-la logo depois que cesse a causa da imantação. No primeiro caso, o ímã é chamado permanente; no segundo, ímã temporal, ou transitório. Os eletroímãs são sempre ímãs temporais. Os ímãs naturais são permanentes (USP, 2007). As regras do eletromagnetismo são regidas pelas quatro equações de Maxwell. Dentro do eletromagnetismo são estudados vários segmentos como o magnetismo, a eletrostática, a magnetostática, a eletrodinâmica e os circuitos elétricos. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 7 As principais unidades utilizadas dentro do eletromagnetismo podem ser encontradas na tabela a seguir: 2.3 Propriedades magnéticas dos materiais Todas as substâncias sejam elas sólidas, líquidas ou gasosas mostram alguma característica magnética, em todas as temperaturas. Dessa forma, o magnetismo é uma propriedade básica de qualquer material. As propriedades magnéticas dos materiais têm sua origem na estrutura eletrônica dos átomos. Do ponto de vista clássico, são de dois tipos os movimentos, associados ao elétron que podem explicar a origem dos momentos magnéticos: o momento angular orbital do elétron, e o momento angular do “spin” do elétron. Fonte: GRAÇA (2012, p. 1). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 8 Veja as ilustrações abaixo: Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 9 - Quando algum material é colocado em um campo magnético externo Bo, os momentos magnéticos atômicos individuais no material contribuem para a sua resposta ao campo magnético Bm, a indução magnética B é descrita assim: B= Bo+Bm. - O campo magnético externo Bo tende a alinhar os momentos magnéticos dipolares (tanto induzidos como permanentes) dentro do material, nesta situação o material é dito magnetizado. Descreve-se um material magnetizado por sua magnetização Bm, que é definida como a soma de todos os momentos magnéticos elementares, por unidade de volume. - Para materiais do tipo paramagnéticos e ferromagnéticos, Bm está na mesma direção de Bo; para materiais diamagnéticos, Bm é contrário a Bo. Para materiais paramagnéticos e diamagnéticos, na maioria das situações, a magnetização é proporcional ao campo magnético aplicado. - A magnetização nos materiais varia, desde diamagnético até ferromagnético. 2.4 Classificação dos materiais 2.4.1 Em termos de propriedades magnéticas a) Materiais diamagnéticos: pequenos valores negativos de X (ou seja, o campo de magnetização opõe-se ao campo aplicado e desaparece quando se retira o campo aplicado). Exemplos: Zn Cd Cu, Ag, Sn. Outras observações importantes sobre os materiais diamagnéticos: o campo magnético induzido se opõe ao campo magnético externo, gerando uma repulsão de pequena intensidade. As variações do Campo Externo geram variações no momento orbital dos elétrons; a susceptibilidade diamagnética é negativa B<Bo; os materiais diamagnéticos são repelidos pelo campo externo, observando-se a repulsão das linhas de campo magnético; Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 10 todas as substâncias são compostas de átomos e moléculas nos quais os elétrons ocupam órbitas definidas e, evidentemente, o diamagnetismo é uma propriedade geral que também ocorre quando os átomos possuam momentos magnéticos permanentes. No caso geral, pode-se dizer que a susceptibilidade magnética será a soma dos dois efeitos, ; o valor do termo diamagnético, em geral, é muito inferior, em módulo, ao paramagnético; os materiais chamados diamagnéticos são aqueles que não possuem dipolos magnéticos permanentes, em virtude dos seus átomos ou íons possuírem camadas eletrônicas completas. Os gases nobres, como o He, Ne, Ar, Kr, Xe são portanto diamagnéticos, bem como os compostos como o NaCl, KBr e LiF, da mesma forma, por possuírem camadas completas. Susceptibilidade magnética (Xm) de alguns materiais diamagnéticos: Fonte: Padilha (2000, p. 321). Eles não apresentam temperatura crítica. É interessante mencionar que os materiais supercondutores tem comportamento diamagnético. b) Materiais Paramagnéticos: pequenos valores positivos de X (o campo de magnetização desaparece quando se retira o campo aplicado). Exemplos: Al, Ca, Pt, Ti. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone:(0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 11 Outras considerações sobre os materiais paramagnéticos: o paramagnetismo consiste na tendência que os dipolos magnéticos atômicos (orbitais e de spin) têm de se alinharem paralelamente com um campo magnético externo; a susceptibilidade é então positiva, mas pequena; o paramagnetismo requer que os átomos possuam, individualmente, dipolos magnéticos permanentes; os materiais paramagnéticos em campos magnéticos sofrem o mesmo tipo de atração e repulsão que os ímãs normais, mas quando o campo é removido o movimento Browniano rompe o alinhamento magnético. De acordo com a Lei de Curie, a susceptibilidade magnética varia com o inverso da temperatura. Nestes materiais, átomos estão com momentos magnéticos permanentes. Campo externo alinha os momentos magnéticos surgindo o efeito paramagnético. Ocorre a competição entre o efeito de alinhamento magnético e a energia cinética da agitação térmica (movimento Browniano). Átomos com momento magnético atômico não nulo, mas cuja orientação espacial é aleatoriamente distribuída. O campo magnético externo se acopla a estes momentos magnéticos gerando uma atração de pequena intensidade. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 12 c) Materiais Ferromagneticos: X é grande (>>1). O campo de magnetização mantém-se quando se remove o campo aplicado. Exemplos: Fe, Ni e Co. Outras considerações sobre ferromagnetismo: os materiais ferromagnéticos, assim como os paramagnéticos, ocorrem nos átomos que possuem momentos de dipolo magnéticos resultantes permanentes. O que diferencia os materiais ferromagnéticos dos paramagnéticos é que nos primeiros existe uma forte interação entre momentos de dipolo atômicos vizinhos que os mantêm alinhados, mesmo quando o campo magnético externo é removido; nos materiais ferromagnéticos existe forte interação entre os spins. O resultado é tal que um grande número de spins alinha-se numa mesma direção formando os domínios magnéticos; frisando – a temperatura a partir da qual um material ferromagnético passa a ser paramagnético é denominada temperatura de Curie; uma teoria para o ferromagnetismo baseada nos momentos magnéticos atômicos, foi proposta por Pierre Weiss. Neste modelo, cada dipolo magnético atômico sofre a ação de um campo magnético médio criado pelos vizinhos, que tende a fazer com que os vizinhos muito próximos formem um domínio de momentos magnéticos na mesma direção. Este campo efetivo é chamado campo molecular de Weiss e é proporcional à magnetização local do domínio; a origem do campo molecular de Weiss é atribuída a uma energia de troca entre dois elétrons cuja diferença de energia eletrostática resulta de que os spins paralelos possuam uma energia mínima de troca; em materiais magnéticos, como o ferro e o aço, os campos magnéticos dos elétrons se alinham formando regiões que apresentam magnetismo espontâneo. Essas regiões são chamadas de domínios (figura a); Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 13 em uma peça não-magnetizada de um material magnético os domínios estão distribuídos de forma aleatória e o campo magnético total em qualquer direção é zero (figura b); quando esse material sofre a ação de um campo magnético externo, os domínios que estão aproximadamente alinhados com o campo aplicado crescem à custa dos outros domínios (figura c). d) Materiais Ferrimagnéticos: os íons têm dipolos magnéticos de intensidade diferente. Logo existe sempre um momento resultante. Exemplos: ferrites, magnetites, em geral óxidos metálicos. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 14 2.4.2 Em termos da susceptibilidade magnética As substâncias ferromagnéticas são fortemente atraídas pelos ímãs. Já as substâncias paramagnéticas e diamagnéticas são, na maioria das vezes, denominadas de substâncias não magnéticas, pois seus efeitos são muito pequenos quando sobre a influência de um campo magnético, conforme ilustra o gráfico abaixo: Fonte: Graça (2012, p. 13). As propriedades magnéticas dos materiais são consequência dos momentos magnéticos atômicos, ou seja: Paramagnéticos – possuem momento magnético atômico permanente; Diamagnéticos – não possuem momento magnético atômico; Ferromagnéticos – fortes momentos atômicos ordenados. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 15 Lembre-se que os elétrons possuem spin quantizado: s = +-1/2: os elétrons possuem momento magnético e atuam como espiras de corrente de dimensões atômicas, com momento de dipolo μ = +- eh/4πm = 9.27e-24 J/T; os elétrons também possuem momento magnético devido ao movimento orbital, que também é quantizado. 2.5 Histerese De maneira bem simples, podemos definir histerese como a tendência de um material ou sistema em conservar suas propriedades na ausência de um estímulo que as gerou. Quando uma substância ferromagnética é sujeita a uma magnetização alternada há uma perda de energia que se transforma em calor e que é, por unidade de volume, proporcional à área do ciclo de histerese cada vez que este é percorrido. Ferro puro aço para imãs permanentes Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 16 Diferentes processos atuam ao longo da curva de magnetização e de histerese, mas os principais são a movimentação de paredes e a rotação de domínios. A energia dissipada na magnetização do material é dada pela área da curva de magnetização (interior à curva de histerese), (Bo * B). Nas aplicações em corrente alternada a 60 Hz, o material é magnetizado e desmagnetizado 60 vezes por segundo. A variação do fluxo gera perdas magnéticas devidas principalmente à histerese e às correntes de Foucault. O valor relativo dessas perdas depende da composição do material. A microestrutura tem muita influência nas perdas de histerese enquanto que a resistividade e a espessura têm influência muito grande nas perdas pelas correntes parasitas (GRAÇA, 2012). Abaixo temos exemplos de aplicação de materiais magnéticos. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 17 Fonte: Graça (2012, p. 33). Lembre-se que todos os materiais possuem propriedades magnéticas: os diamagnéticos (todos); os paramagnéticos e ferromagnéticos (alguns). Estas propriedades dependem dos momentos dedipolo magnético que todos os átomos possuem e o núcleo também. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 18 UNIDADE 3 – CIRCUITOS MAGNÉTICOS Os circuitos magnéticos são empregados com o intuito de concentrar o efeito magnético em uma dada região do espaço. Em outras palavras, este circuito direciona o fluxo magnético para onde for desejado, sendo dotado de materiais com certas propriedades magnéticas e dimensões, a partir de uma variedade de seções e diferentes comprimentos. Cumpre salientar aqui que as características magnetizantes dos materiais são de natureza não linear, o que deve ser levado em conta nos projetos de dispositivos eletromagnéticos. A título de exemplos poderíamos citar a determinação da corrente elétrica requerida em um enrolamento para produzir uma dada densidade de fluxo no entreferro de um pequeno atuador, de um relé ou de um eletromagneto. Basicamente, todos os transformadores e máquinas elétricas usam material ferromagnético para direcionar e dar forma a campos magnéticos, os quais atuam como meio de transferência e conversão de energia (FITZGERALD et al., 2006). Materiais magnéticos permanentes, ou imãs, também são largamente utilizados. Sem esses materiais, não seriam possíveis as implementações práticas da maioria dos dispositivos eletromecânicos de conversão de energia. Ferreira (2012) explica que os conceitos de campos elétricos e magnéticos são muito úteis para a compreensão desses processos de conversão. Contudo, quando esses processos são utilizados em máquinas complexas, a grande quantidade de informações contidas na abordagem de campo geralmente se torna impossível de ser usado. Usualmente, só é possível se extrair uns poucos parâmetros descritivos, através dos quais as propriedades operacionais importantes da máquina podem ser descritas adequadamente. Em muitos casos, essa extração de parâmetros resulta em um circuito elétrico equivalente, em outros, resulta em um conjunto de equações. Embora Bim (2012) ressalte que tradicionalmente a análise de circuitos magnéticos seja realizada a partir de sua analogia com os circuitos elétricos, tentaremos ser sucintos, pois acreditamos que este conteúdo foi apresentado em Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 19 sua amplitude na graduação e mesmo porque objetivamos concentrar os estudos nos transformadores, motores e máquinas elétricas. 3.1 Circuitos magnéticos lineares São considerados magneticamente lineares os circuitos magnéticos através dos quais a permeabilidade relativa é baixa. Circuitos magneticamente lineares podem ser obtidos quando o núcleo é de ar, ou de material não-ferromagnético, ou quando o entreferro for bastante grande. 3.2 Circuitos magnéticos não lineares São considerados não lineares todos os circuitos magnéticos que utilizem materiais ferromagnéticos, dotados de permeabilidade magnética alta, tais como o ferro fundido, o aço silício, o aço fundido, a ferrite, etc. A maioria dos circuitos magnéticos de aplicação prática são não lineares e a permeabilidade dos materiais ferromagnéticos torna-se variável em função da indução ou densidade de fluxo magnético B no núcleo. 3.3 Fator de empacotamento Quando um material ferromagnético é colocado na presença de um campo magnético variável no tempo, correntes parasitas (ou correntes de Foucault) serão induzidas em seu interior, provocando perdas de energia com o aquecimento do material. A redução deste fenômeno é obtida com o núcleo de dispositivos eletromagnéticos construído com chapas ou lâminas de material ferromagnético, isoladas entre si (por exemplo, com verniz). Assim, devido ao processo de empilhamento das chapas para montagem do núcleo, a área efetiva do material ferromagnético, Smag atravessada pelo fluxo torna- se menor que a área geométrica, Sgeom ocupada pelo núcleo. Pode-se então definir um fator de empacotamento ke como sendo a relação: Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 20 Outra razão de natureza prática para a laminação do circuito magnético é a de facilitar a colocação das bobinas no dispositivo visando à construção e à manutenção. Veja abaixo um núcleo laminado. Núcleo laminado Fonte: Aquino (2012, p. 6). A tabela a seguir fornece alguns valores para o fator de empacotamento em função da espessura da chapa ou lâmina utilizada. 3.4 Circuitos magnéticos com entreferros Alguns dispositivos eletromagnéticos, tais como instrumentos de medidas, motores, relés, etc., por serem constituídos de uma parte fixa e outra móvel, possuem um espaço de ar lg na sua estrutura magnética. Este espaçamento ou interstício promove o acoplamento entre as partes sob o ponto de vista magnético Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 21 para que o fluxo se estabeleça por um caminho fechado. A este espaço é dado o nome de “entreferro” (ou “air gap” em inglês). Estrutura magnética com entreferro Fonte: Aquino (2012, p. 8). Ao cruzar o entreferro, o fluxo magnético sofre um fenômeno chamado de espraiamento (frangeamento, espalhamento, efeito de bordas), conforme pode ser visto na figura abaixo. Isto faz com que a área efetiva por onde passa o fluxo se torne maior que a área S geométrica do entreferro (AQUINO, 2012). Campo magnético em um entreferro Fonte: Aquino (2012, p. 8) Seja uma área de secção reta S = a x b retangular e o entreferro de comprimento lg. Então, de uma forma prática, podemos calcular a área aparente ou efetiva do entreferro Sg através da relação: Observe-se aqui que quando o entreferro for muito reduzido, o efeito do espraiamento pode ser desprezado. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 22 UNIDADE 4 – TRANSFORMADORES Uma das estruturas magnéticas mais comuns nas aplicações do nosso cotidiano é o transformador! A facilidade na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica em corrente alternada possibilitou o seu emprego em larga escala no ambiente industrial. Os transformadores, os geradores síncronos e os motores de corrente alternada são os principais dispositivos de conversão eletromecânica, responsáveis por esse fato. A invenção e o desenvolvimento do transformador elétrico não só impulsionou a construção como também estabeleceu o predomínio dos sistemas de transmissão de energia elétrica em corrente alternada sobre os de corrente contínua, a partir do século XIX. A razão desse fato é que o transformador permitiu, de forma simples, robusta e eficiente a transferência de energia de um circuito para outro, geralmente acompanhada pela transformação de tensão e, consequentemente, de corrente. A geração de energia elétrica nas grandesusinas utiliza geradores síncronos que são limitados a tensões de aproximadamente 25 kV. Transmitir energia para grandes distâncias com esse nível de tensão levaria a perdas por efeito Joule elevadas; assim, utiliza-se um transformador que eleva a tensão e, consequentemente, diminua a corrente nas linhas: se a tensão do gerador for multiplicada por 10, a corrente na transmissão será dividida por 10 e, portanto, a perda por efeito Joule será 1/100 do valor que se obteria com a tensão original do gerador. No caso da distribuição, ao contrário da transmissão, a tensão tem de ser diminuída para atender às exigências das cargas (BIM, 2012). De maneira bem simplificada por Giacomin (2013) temos: A energia elétrica produzida nas usinas hidrelétricas é levada, mediante condutores de eletricidade, aos lugares mais adequados para o seu aproveitamento. Ela iluminará cidades, movimentará máquinas e motores, proporcionando muitas comodidades. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 23 Para o transporte da energia até os pontos de utilização, não bastam fios e postes. Toda a rede de distribuição depende estreitamente dos transformadores, que elevam a tensão, ora a rebaixam. Nesse sobe e desce, eles resolvem não só um problema econômico, reduzindo os custos da transmissão a distância de energia, como melhoram a eficiência do processo. Veja o esquema abaixo: Geração, distribuição e consumo de energia elétrica Antes de mais nada, os geradores que produzem energia precisam alimentar a rede de transmissão e distribuição com um valor de tensão adequado, tendo em vista seu melhor rendimento. Esse valor depende das características do próprio gerador, enquanto a tensão que alimenta os aparelhos consumidores, por razões de construção e, sobretudo de segurança, tem valor baixo, nos limites de algumas Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 24 centenas de volts (em geral, 127 ou 220). Isso significa que a corrente, e principalmente a tensão fornecida, variam de acordo com as exigências. Nas linhas de transmissão a perda de potência por liberação de calor é proporcional à resistência dos condutores e ao quadrado da intensidade da corrente que os percorre (P = R x i2). Para diminuir a resistência dos condutores, seria necessário usar fios mais grossos, o que os tornaria mais pesados e o transporte absurdamente caro. A solução é o uso do transformador que aumenta a tensão, nas saídas das linhas da usina, até atingir um valor suficientemente alto para que o valor da corrente desça a níveis razoáveis (P = U x i). Assim, a potência transportada não se altera e a perda de energia por aquecimento nos cabos de transmissão estará dentro dos limites aceitáveis. Na transmissão de altas potências, tem sido necessário adotar tensões cada vez mais elevadas, alcançando em alguns casos a cifra de 400.000 volts. Quando a energia elétrica chega aos locais de consumo, outros transformadores abaixam a tensão até os limites requeridos pelos usuários, de acordo com suas necessidades (GIACOMIN, 2013). Relembremos brevemente que em 1820, a clássica experiência de Oersted mostrou que a corrente elétrica (eletricidade) produzia o deslocamento de uma bússola (efeito magnético). A partir dessa experiência, a questão era como obter eletricidade a partir do magnetismo. Michael Faraday, em 1831, com a descoberta do princípio da indução eletromagnética, mostrou que é possível, a partir de fluxo magnético variável (magnetismo), gerar tensões elétricas (efeito elétrico). Sua experiência consistiu em chavear a fonte de tensão que alimentava uma bobina enrolada em torno de um núcleo toroidal e verificar o surgimento de tensão elétrica entre os terminais de uma segunda bobina, isolada eletricamente da primeira. Outro aspecto pioneiro dessa descoberta foi o fato de Faraday ter usado um núcleo de ferro fechado com duas bobinas separadas e sem conexão elétrica, construindo assim o que se pode chamar de transformador primitivo, ilustrado a seguir. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 25 O transformador primitivo de Faraday Em 1882, em Nova York, Thomas Edison construiu um sistema elétrico com o qual mostrava as vantagens de se operar uma rede elétrica com tensão constante e cargas ligadas em paralelo. Mas coube a três engenheiros húngaros – Max Deri, Otto Blathy e Karl Zipernowsky – mostrar pela primeira vez, em uma exposição industrial da Hungria, realizada na cidade de Budapeste, em 1885, um sistema comercial de energia em corrente alternada para alimentar 1.067 lâmpadas incandescentes ligadas em paralelo, com a tensão de 60 V. O sistema de 100 Hz era composto por um gerador monofásico CA acionado por uma máquina a vapor, por 12 transformadores de núcleo envolvente de 5 kVA e por 4 transformadores de 7,5 kVA do tipo nuclear: transformador foi o nome dado por eles aos dispositivos que converteram a tensão de 1,4 kV para 60 V. Os transformadores construídos e colocados em operação pelos três pesquisadores foram os primeiros transformadores práticos com núcleo de ferro fechado. A partir de 1960, o desenvolvimento de dispositivos de estado sólido permitiu a conversão eficiente da corrente contínua em corrente alternada e vice-versa. Monitorando a tensão do lado de C.A. através do transformador e fazendo a retificação no lado do enrolamento secundário, a transmissão em corrente contínua tornou-se uma alternativa à transmissão em corrente alternada, com os atrativos de minimizar a necessidade de potência reativa e a redução de perdas no sistema. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 26 Na usina hidrelétrica brasileira de Itaipu, o enrolamento de estator do gerador síncrono – conectado em estrela – gera 18 kV entre as fases, alimenta o lado da baixa – conectado em delta – de um banco trifásico elevador que tem o seu secundário em estrela e com o neutro aterrado (BIM, 2012). 4.1 Transformador monofásico O transformador monofásico é um dispositivo elétrico que converte tensão e, consequentemente, corrente, através de dois enrolamentos montados em um núcleo magnético fechado, como mostrado nas figuras (a) e (c) abaixo. Transformadores monofásicos Fonte: Bim (2012, p. 67). O enrolamento das bobinas que recebem energia da fonte elétrica monofásica é, geralmente, denominado enrolamento primário, e o enrolamento ao qual a carga é conectada, enrolamento secundário. Esses enrolamentos podem ainda ser designados de acordo com a tensão a que estão submetidos, ou seja: enrolamento de alta ou de baixa tensão. O transformador é dito abaixador quando a tensão no primário é maior do que a do secundário; no caso contrário, é denominado Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 27 transformador elevador. Quando os enrolamentos estão eletricamente conectados, como mostrado na figura (b), o dispositivo é denominado autotransformador. O transformador utilizado na transmissão e distribuição de energia elétrica é denominado transformador de potência, e, com o objetivo de diminuir as perdas- ferro, o núcleo é montado a partir de lâminas de espessura fina; o material magnético utilizado apresenta laços de histerese estreitos e tem uma porcentagem de silício geralmente menor do que 4%. Outra aplicação de transformador é a de medição de tensão e de corrente; nesse caso ele é projetado especificamente para ter as propriedades de um aparelho de medição e recebe os nomes de transformador de potencial (TP) e de corrente (TC), respectivamente. É comum encontrar em circuitos eletrônicos os chamados transformadores de pulsos. De acordo com o arranjo entre as bobinas dos enrolamentos e o núcleo, existem dois tipos de transformadores: 1. Tipo núcleo envolvente, no qual as bobinas dos enrolamentos do primário e secundário são envolvidas pelo núcleo, com as bobinas do primário e do secundário enroladas em torno da mesma coluna, como mostrado nas figuras (c) e (b). 2. Tipo núcleo envolvido, no qual as colunas do núcleo são envolvidas pelas bobinas dos enrolamentos. O transformador do tipo núcleo envolvente, quando comparado com o de núcleo envolvido, tem a vantagem de utilizar quantidades menores de cobre e a desvantagem de exigir uma quantidade maior de material magnético para formar o núcleo. O número de espiras das bobinas que compõem cada um dos enrolamentos estabelece a relação entre as tensões internas (forças eletromotrizes) desses enrolamentos. Para o caso do transformador trifásico, cada fase tem o seu enrolamento de alta e de baixa tensão dispostos de forma concêntrica e com o enrolamento de baixa sendo sempre o mais interno; assim, evita-se o perigo da formação de arco entre o Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 28 núcleo e o enrolamento da alta tensão, além de facilitar o reparo dos transformadores, uma vez que, na maioria dos casos, são os enrolamentos de alta que sofrem danos físicos, como queima parcial ou total de suas bobinas. Cada uma das três colunas verticais acomoda os enrolamentos concêntricos de alta e de baixa de uma fase. Os terminais dos enrolamentos de alta podem ser conectados em estrela (Y) ou em delta (Δ), bem como os de baixa, resultando em um dos seguintes arranjos: YY, ΔΔ, YΔ e ΔY. Os arranjos trifásicos podem ser obtidos também pelos conhecidos bancos trifásicos, formado por três transformadores monofásicos independentes. Na figura abaixo temos representado o caso particular do primário conectado em delta e o secundário em estrela. Banco trifásico conectado em ΔY e conectado a uma linha trifásica Fonte: Bim (2012, p. 69). O transformador é projetado para funcionar com valores selecionados de potência, de tensão, de frequência, de corrente e de temperatura. Quando o transformador funciona com esses valores, mencionados como sendo os dados ou valores nominais, diz-se que ele funciona nas condições nominais. O fabricante registra esses dados em uma placa fixada na caixa do transformador e, por essa razão, muitas vezes utiliza-se a expressão dados de placa, em vez de valores nominais. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 29 Definem-se, então, as seguintes grandezas nominais: tensão nominal de um transformador é o valor eficaz da tensão que serve de base para o seu funcionamento. Geralmente, é entendida como sendo a tensão escolhida para alimentar a carga conectada ao enrolamento de baixa ou ao de alta. A especificação das tensões dos transformadores são as tensões nos lados de baixa e de alta; corrente nominal é o valor eficaz da corrente especificado pelo projeto para que o limite de temperatura permitido não seja ultrapassado; frequência nominal é a frequência de operação para a qual o transformador foi projetado; potência aparente nominal de um transformador é a potência nos terminais do secundário, isto é, a potência que pode ser entregue à carga com tensão e frequência nominais, sem que se viole a sua temperatura limite. Geralmente é expressa em kVA. Os dois enrolamentos de um transformador monofásico convencional podem ser conectados em série. A desvantagem dessa conexão é a perda de isolamento elétrico entre os enrolamentos; a principal vantagem é o tamanho menor do núcleo do autotransformador, quando comparado com o tradicional transformador de dois enrolamentos, o que resulta em menores custos de fabricação, quando a relação de espiras exigida não se afasta muito da unidade. Outras vantagens são o aumento da eficiência e a melhor regulação de tensão. Com as mesmas correntes nos enrolamentos 1 e 2, a conexão do autotransformador permite o aumento da potência de saída, por causa da conexão elétrica desses enrolamentos. 4.2 Transformações trifásicas A geração, a transmissão e a distribuição de energia em sistemas comerciais de corrente alternada utilizam circuitos trifásicos. A transferência de energia de um circuito trifásico para outro, acompanhada da transformação de tensão e de corrente, pode ser realizada por três transformadores monofásicos – os Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 30 chamados bancos trifásicos, mostrados anteriormente – ou por um transformador trifásico, no qual os enrolamentos das três fases são montados em um núcleo comum, como ilustrado na figura (a). O uso de transformadores trifásicos tem sido preferido porque têm custos menores de fabricação, pesam menos e ocupam espaço menor quando comparados com o banco trifásico de mesma potência. Sob o ponto de vista de manutenção ou mesmo de reparo de danos, o banco trifásico é mais vantajoso: se houver a perda de um transformador do banco, a simples troca deste é a solução, enquanto no caso de um trifásico tem de ser providenciada a sua substituição integral; se o banco estiver conectado em delta e ocorrer a perda de um transformador do banco, este continuará em funcionamento. É a chamada conexão delta aberto ou V/V. A depender das características dos circuitos de geração, transmissão e distribuição, as conexões trifásicas mais comuns dos enrolamentos de transformadores são, como já mencionado, a conexão estrela-estrela (Y-Y), a delta- delta (ΔΔ), a estrela-delta (Y-Δ) e a delta-estrela (Δ-Y). 4.3 Transformadores de múltiplos enrolamentos Transformadores monofásicos ou trifásicos podem ser construídos com mais de um enrolamento secundário. Os secundários adicionais servem para alimentar cargas e linhas com tensões e potências desiguais a partir de uma única fonte e, por essa razão, são denominados transformadores de múltiplos enrolamentos. Subestações possuem transformadores de três enrolamentos, sendo que o terceiro, denominado enrolamento terciário, é utilizado para alimentar as cargas da própria subestação. Transformadores de múltiplos enrolamentossão também usados em circuitos eletrônicos. Como a conexão delta permite a circulação de componentes de correntes magnetizantes de sequência zero em suas fases, ela se presta à eliminação das Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 31 harmônicas de frequência tripla e seus múltiplos do fluxo magnético e das tensões em transformadores. Outra propriedade da conexão delta é que correntes desequilibradas em suas fases do secundário, estabelecidas por cargas desiguais, não provocam o desbalanceamento das tensões trifásicas do secundário, como ocorre na conexão estrela sem o fio neutro. Por essas razões, transformadores são projetados com um enrolamento terciário conectado em delta. No caso do transformador de três enrolamentos, veja a ilustração abaixo que apresenta o seu circuito equivalente. Transformador de três enrolamentos Esquema básico de uma fase Circuito equivalente por fase Y Fonte: Bim (2012, p. 115). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 32 As impedâncias Z1, Z2 e Z3 são determinadas a partir dos testes de curto- circuito e se relacionam com as impedâncias mútuas de dispersão entre os circuitos 1,2 e 3 (a notação com subíndice duplo indica os circuitos mútuos) pelas seguintes relações: sendo que todas essas impedâncias são referidas ao primário. Os ensaios de determinação dessas impedâncias são os mesmos dos transformadores de dois enrolamentos, considerando, claro, a existência do enrolamento terciário: Teste de circuito aberto. Aplica-se tensão nominal nos terminais do enrolamento de baixa tensão com os outros enrolamentos abertos. Determinam-se, assim, os parâmetros do ramo de excitação rc e Xm. Teste de curto-circuito: São necessários três ensaios de curto-circuito: 1. Aplica-se tensão no primário com o secundário curto-circuitado e o terciário aberto e determina-se a impedância de dispersão entre os circuitos 1 e 2: Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 33 2. Aplica-se tensão no primário com o terciário curto-circuitado e o secundário aberto e determina-se a impedância de dispersão entre os circuitos 1 e 3: 3. Aplica-se tensão no secundário com o terciário curto-circuitado e o primário aberto e determina-se a impedância de dispersão entre os circuitos 2 e 3, transferida para o primário, dada por: À medida que se aumenta o número de enrolamentos, eleva-se sobremaneira o número das impedâncias mútuas e, portanto, o número de ensaios de curto-circuito. Por exemplo, se o número de enrolamentos for 4, serão necessários 6 ensaios, e se for 5, serão exigidos 10 (BIM, 2012). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 34 UNIDADE 5 – CONVERSÃO DE ENERGIA Um dispositivo eletromecânico é um conversor de energia elétrica em energia mecânica e vice-versa. Para ocorrer a conversão eletromecânica de energia, é necessário que haja armazenamento de energia. Sabemos que campos elétricos e magnéticos armazenam energia e que é nos campos magnéticos que se obtêm as maiores densidades de energia por volume, portanto, permitem projetar dispositivos de volumes bem menores do que aqueles baseados somente em campos elétricos. Esse campo de conhecimento estuda os princípios e processos de conversão, desenvolvendo meios para a obtenção dos modelos dos transdutores eletromecânicos. Dois motivos que levam a conversão da energia para a forma elétrica: facilidade de transmissão e de processamento. Frise-se: o armazenamento de energia elétrica pode ser feito através de campos elétricos ou de campos magnéticos. Armazenamento em campos magnéticos: Armazenamento em campos elétricos: logo: Wmag / Wele = 10.000 Lembremos que campo magnético é a forma usual de armazenamento energético para fins de Conversão de Energia (SILVA, 2013). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 35 5.1 Transdutores de energia Um transdutor é um dispositivo que pode converter energia elétrica em mecânica (nesse caso ele será sempre chamado de atuador), ou vice-versa (caso em que é chamado de sensor). São vários os mecanismos físicos que permitem a conversão de energia elétrica em mecânica e o inverso, sendo o efeito piezoelétrico o fenômeno principal, que consiste na geração de uma variação no campo elétrico na presença da deformação (ou um esforço mecânico) de certos cristais e “eletrofricção” e “magnetofricção”, em que variações na dimensão de certos materiais conduzem a uma variação em suas propriedades elétricas (ou magnéticas). Na classe dos transdutores eletromagnetomecânicos, temos os transdutores de ferro móvel, sendo o eletroímã o exemplo mais simples e como aplicação a válvula solenoide que atua quando energizada, fazendo com que o êmbolo (pistão) se desloque num sentido que permita passagem de um fluido por um tubo. O relé também é um dispositivo eletromecânico de grande aplicação industrial. Essencialmente é uma chave eletromecânica que permite a abertura e o fechamento de contatos elétricos por meio de uma estrutura eletromecânica. Microfones, alto-falantes e todos os motores elétricos e geradores são dispositivos ou transdutores de bobina móvel. Um transdutor de bobina móvel pode agir como um motor quando uma corrente fornecida externamente, fluindo pela parte eletricamente condutora do transdutor, é convertida em uma força que pode causar o deslocamento da parte móvel do transdutor. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 36 UNIDADE 6 – MÁQUINAS ELÉTRICAS As máquinas elétricas transformam a energia proveniente de uma fonte primária em energia elétrica. O motor elétrico é uma máquina que transforma energia elétrica em energia mecânica de utilização. Academicamente, quando falamos em máquinas elétricas estamos nos referindo tanto ao estudo dos geradores elétricos quanto dos motores elétricos. Enquanto os geradores elétricos convertem energia mecânica em elétrica, os motores elétricos, ao contrário, convergem energia elétrica em energia mecânica. Uns e outros se caracterizam por haver movimento em seu funcionamento, o qual pode ser rotativo ou linear. Os motores elétricos são divididos em dois grandes grupos, tomando-se o valor da tensão como base: corrente contínua e alternada. Abaixo temos dois esquemas que classificam os tipos de motores elétricos e na sequência a descrição das principais características dos motores elétricos, em geral. Classificação dosmotores elétricos Fonte: Mamede Filho (2012, p. 203). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 37 Tipos de motores Fonte: Pinto (2011, p. 28). 6.1 Características dos principais tipos de motores a) Motores de Corrente Contínua: São aqueles acionados através de uma fonte de corrente contínua. São muito utilizados nas indústrias quando se faz necessário manter o controle fino da velocidade num processo qualquer de fabricação. Como exemplo, pode-se citar a indústria de papel. São fabricados em três diferentes características. a.1) Motores em série: São aqueles em que a corrente de carga é utilizada também como corrente de excitação, isto é, as bobinas de campo são ligadas em série com as bobinas do induzido. Estes motores não podem operar a vazio, pois a sua velocidade tenderia a aumentar indefinidamente, danificando a máquina. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 38 a.2) Motores em derivação: São aqueles em que o campo está diretamente ligado à fonte de alimentação e em paralelo com o induzido. Sob tensão constante, estes motores desenvolvem uma velocidade constante e um conjugado variável de acordo com a carga. a.3) Motores compostos: São aqueles em que o campo é constituído de duas bobinas, sendo uma ligada em série e a outra em paralelo com o induzido. Estes motores acumulam as vantagens do motor série e do de derivação, isto é, possuem um elevado conjugado de partida e velocidade aproximadamente constante no acionamento de cargas variáveis (MAMEDE FILHO, 2012). Segundo Pinto (2011), nos motores de corrente contínua – excitação paralela, o enrolamento dos polos nesse tipo está em paralelo com o induzido. O enrolamento nesses casos é constituído de fio muito fino com muitas espiras e por consequência tem muita resistência elétrica, pois deverá suportar toda a força eletromotriz gerada quando se tratar de um gerador, ou então toda a força eletromotriz da rede de alimentação no caso de ser um motor. Nestas máquinas deve-se observar as diferenças para seu funcionamento, quando se trata de um motor deverá ter uma resistência de partida em série com o conjunto, conforme a figura abaixo. Quando a máquina funciona como gerador, elimina-se a resistência de partida e coloca-se um reostato em série com o campo. Máquina CC, excitação contínua Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 39 Máquina CC, excitação paralela Fonte: Pinto (2011, p. 84). Para o funcionamento como motor são necessários certos dispositivos de segurança para se evitar a perda do campo magnético no motor. A variação de velocidade nesses motores quando sem carga é apenas de +/- 10%. Por esta razão os motores shunt são considerados como motores de velocidade constante. As principais partes de um motor C.C. estão ilustradas abaixo e explicados na sequência: Vista em corte de uma máquina de corrente contínua Fonte: Pinto (2011, p. 75). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 40 Sistema de Campo ou Polos de Excitação: parte do motor que fornece o fluxo magnético necessário para criar o torque. Têm a finalidade de gerar o fluxo magnético. São constituídos de condutores enrolados sobre núcleos de chapas de aço laminadas cujas extremidades possuem um formato que se ajusta a armadura e são chamadas de sapatas polares. Carcaça: é a estrutura suporte do conjunto, também tem a finalidade de conduzir o fluxo magnético, que é gerado pelos polos de excitação. Interpolos ou Polos de Comutação: as correntes que fluem no enrolamento da armadura criam forças magnomotrizes cujos fluxos magnéticos tendem a se opor à ação do campo principal, alterando e produzindo centelhas nas escovas. Para evitar esta ação indesejável da armadura (conhecida como reação da armadura) são utilizados interpolos ou polos comutadores, que são bobinas de poucas espiras de fio grosso, enroladas com núcleos laminados estreitos dispostos entre os polos principais da máquina que são ligados em série com a armadura. Nas máquinas grandes há normalmente tantos interpolos quanto são os polos principais e nas máquinas pequenas quase sempre usa-se a metade. Polos de Compensação: é um enrolamento distribuído na periferia da sapata polar e percorrido pela corrente de armadura. Sua finalidade é também compensar a reação de armadura, mas agora em toda a periferia do rotor, e não somente na região transversal. Evita o aparecimento de faíscas provocadas por uma diferença de potencial entre as espiras devido a distribuição não uniforme da indução no entreferro. Armadura: parte do motor que conduz a corrente que interage com o fluxo de campo para criar torque. Escovas: parte do circuito através do qual a corrente elétrica é alimentada para a armadura através da fonte de alimentação. Escovas são feitas de grafite ou metais preciosos. Um motor C.C. tem um ou mais pares de escovas. Comutador: é a parte que está em contato com as escovas. A corrente é distribuída apropriadamente nas bobinas da armadura por meio das escovas Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 41 e comutador. É o conversor mecânico que transfere a energia ao enrolamento do rotor e é constituído de lâminas de cobre isoladas uma das outras por meio de lâminas de mica (PINTO, 2011). b) Motores de Corrente Alternada: São aqueles acionados através de uma fonte de corrente alternada e utilizados na maioria das aplicações industriais. Há vários tipos de motores elétricos empregados em instalações industriais. No entanto, por sua maior aplicação nesta área, devido à simplicidade de construção, vida útil longa, custo reduzido de compra e manutenção, vamos tratar mais especificamente dos motores elétricos assíncronos de indução. b.1) Motores trifásicos: São aqueles alimentados por um sistema trifásico a três fios, em que as tensões estão defasadas de 120º elétricos. Representam a grande maioria dos motores empregados nas instalações industriais. Mais adiante falaremos desses motores em detalhes. b.2)Motores síncronos: Os motores síncronos, comparativamente aos motores de indução e de rotor bobinado, são de pequena utilização em instalações industriais. Os motores síncronos funcionam através da aplicação de uma tensão alternada nos terminais do estator, excitando o campo rotórico por meio de uma fonte de corrente contínua que pode ser diretamente obtida de uma rede de CC, de um conjunto retificador, de uma excitatriz diretamente acoplada no eixo do motor, comumente chamada de dínamo, ou de um grupo motor-gerador. A excitação do campo é feita geralmente através de anéis coletores acoplados ao eixo do motor. b.3) Motoresmonofásicos de indução: Os motores monofásicos são, relativamente aos motores trifásicos, de pequeno uso em instalações industriais. São construídos normalmente para pequenas potências (até 15 cv, em geral). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 42 Os motores monofásicos são providos de um segundo enrolamento colocado no estator e defasado de 90° elétricos do enrolamento principal, e que tem a finalidade de tornar rotativo o campo estatórico monofásico. Isto é o que permite a partida do motor monofásico. O torque de partida é produzido pelo defasamento de 90° entre as correntes do circuito principal e do circuito de partida. Para obter esta defasagem, liga-se ao circuito de partida um condensador, de acordo com o esquema ao lado: Tipo força centrífuga O campo rotativo assim produzido orienta o sentido de rotação do motor. A fim de que o circuito de partida não fique ligado desnecessariamente após o acionamento do motor, um dispositivo automático desliga o enrolamento de partida, passando o motor a funcionar normalmente em regime monofásico. Esse dispositivo pode ser acionado por um sistema de força centrífuga. A bobina que liga o circuito de partida é desenergizada pelo decréscimo do valor da corrente no circuito principal após o motor entrar em regime normal de funcionamento. A ilustração a seguir fornece o detalhe de ligação desse dispositivo automático. O condensador de partida é do tipo eletrolítico que tem a característica de funcionar somente quando solicitado por tensões ou polaridade estabelecida. É montado, normalmente, sobre a carcaça do estator através de um suporte que também tem a finalidade de protegê-lo mecanicamente. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 43 Tipo decréscimo da corrente Os motores monofásicos podem ser do tipo indução ou síncrono, cujas características básicas são idênticas às que foram estabelecidas para os motores trifásicos correspondentes. Na tabela abaixo temos as características básicas dos motores elétricos monofásicos. Fonte: Mamede Filho (2012, p. 207). b.4)Motores tipo universal: São aqueles capazes de operar tanto em corrente contínua como em corrente alternada. São amplamente utilizados em aparelhos eletrodomésticos, tais como enceradeiras, liquidificadores, batedeiras, etc. São constituídos de uma bobina de campo em série com a bobina da armadura, e de uma bobina de compensação Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 44 que pode estar ligada em série ou em paralelo com a bobina de campo, cuja compensação é denominada respectivamente de condutiva ou indutiva (MAMEDE FILHO, 2012). Segundo Pinto (2011), essas condições de operar em CC e CA, apresentando aproximadamente a mesma velocidade e resposta devem ser encontradas quando tensão contínua e tensão alternada são aproximadamente iguais em valores eficazes e médios e a frequência da tensão alternada não ultrapassar 60 ciclos por segundo. A operação em corrente contínua é idêntica ao de um motor CC série. O princípio de desenvolvimento de torque pode ser obtido referindo-se à figura abaixo onde mostra um motor série de dois polos. Motor em série de dois polos O motor também irá funcionar se uma corrente alternada é aplicada. A corrente no circuito da armadura inverte 120 vezes por segundo (para 60 ciclos), mas a excitação de campo e o fluxo do estator também invertem 120 vezes por segundo, e estas reversões acontecem em fase com a corrente de armadura. Em corrente alternada, o torque varia instantaneamente 120 vezes por segundo, mas o torque desenvolvido é sempre unidirecional. Contudo, segundo Pinto (2011), há alguns efeitos presentes na operação AC que não estão presentes na CC, a saber: Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 45 a) Construção de estator laminado – devido ao fato de que o fluxo do estator é alternado, é necessário usar uma estrutura laminada para reduzir as perdas histeréticas. b) Tensão reativa – em um circuito CC, a corrente é limitada pela resistência. Em um circuito AC, a corrente é limitada pela impedância e não somente pela resistência ôhmica. A impedância é composta de duas componentes, resistência e reatância. A reatância está presente no circuito AC quando um circuito magnético é criado pelo fluxo de corrente no circuito elétrico. Esta tensão de reatância, o qual está presente durante a operação AC, mas não durante a CC, absorve uma quantidade de tensão de linha, reduzindo a tensão aplicada à armadura, de modo que a velocidade do motor, para uma dada corrente, tende a ser menor em AC do que em CC. Em outras palavras, a tensão efetiva na armadura, para uma dada corrente é menor na operação AC do que na CC. c) Efeito da saturação – a tensão reativa tende a fazer a velocidade em AC ser menor que em CC. Há outro efeito o qual dá uma tendência oposta. Este efeito é simplesmente de que uma dada raiz quadrada de valor médio de corrente alternada irá produzir menos fluxo alternado efetivo do que na corrente contínua de mesmo valor devido ao efeito de saturação do ferro. Em correntes baixas e altas velocidades, a tensão reativa não é tão importante. d) Comutação e vida útil das escovas – a comutação em corrente alternada é substancialmente mais fraca do que em corrente contínua e a duração é também menor. A principal razão para uma fraca comutação em corrente alternada é devido a tensão induzida nas bobinas curto-circuitadas submetendo-se a comutação pela ação transformadora do campo principal alternado. Voltando a falar dos motores trifásicos, a figura abaixo mostra os seus principais componentes. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 46 Os motores de indução são constituídos de duas partes básicas: o estator e o rotor. O estator é formado por três elementos: i) Carcaça: constituída de uma estrutura de construção robusta, fabricada em ferro fundido, aço ou alumínio injetado, resistente à corrosão e com superfície aletada e que tem como principal função suportar todas as partes fixas e móveis do motor. ii) Núcleo de chapas: constituído de chapas magnéticas adequadamente fixadas ao estator. iii) Enrolamentos: dimensionados em material condutor isolado, dispostos sobre o núcleo e ligados à rede de energia elétrica de alimentação. O rotor também é constituído de quatro elementos básicos, a saber: i) Eixo: responsável pela transmissão da potência mecânica gerada pelo motor. ii) Núcleo de chapas: constituído de chapas magnéticas adequadamente fixadas sobre o eixo. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.brTelefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 47 iii) Barras e anéis de curto-circuito (motor de gaiola): constituído de alumínio injetado sobrepressão. iv) Enrolamentos (motor com rotor bobinado): constituídos de material condutor e dispostos sobre o núcleo. Outros componentes dos motores trifásicos: Ventilador – responsável pela remoção do calor acumulado na carcaça; tampa defletora – componente mecânico provido de aberturas instaladas na parte traseira do motor sobre o ventilador; terminais – conectores metálicos que recebem os condutores de alimentação do motor; rolamentos – componentes mecânicos sobre os quais está fixado o eixo; tampa – componente metálico de fechamento lateral; caixa de ligação – local onde estão fixados os terminais de ligação do motor. As correntes rotóricas são geradas eletromagneticamente pelo estator, único elemento do motor ligado à linha de alimentação (MAMEDE FILHO, 2012). O comportamento de um motor elétrico de indução relativo ao rotor é comparado ao secundário de um transformador. O rotor pode ser constituído de duas maneiras: rotor bobinado e rotor em gaiola. Rotor bobinado: Constituído de bobinas, cujos terminais são ligados a anéis coletores fixados ao eixo do motor e isolados deste. São de emprego frequente nos projetos industriais, principalmente quando se necessita de controle adequado à movimentação de carga, ou se deseja acionar uma determinada carga através de reostato de partida. Estes motores são construídos com o rotor envolvido por um conjunto de bobinas normalmente interligadas, em configuração estrela, com os terminais conectados a três anéis, presos mecanicamente ao eixo do motor, porém isolados Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 48 eletricamente, e ligados através de escovas condutoras a uma resistência trifásica provida de cursor rotativo. Assim, as resistências são colocadas em série com o circuito do enrolamento do rotor, e a quantidade utilizada depende do número de estágios de partida adotado, que, por sua vez, é dimensionado em função exclusivamente do valor da máxima corrente admissível para acionamento da carga. A seguir temos dois esquemas, o primeiro da ligação dos anéis acoplados ao reostato de partida, com a barra de curto-circuito medianamente inserida e o segundo, a ligação de um motor com reostato de partida ajustado para acionamento em três tempos. Motor de rotor bobinado Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 49 Reostato de partida De acordo com a ilustração do reostato, pode-se observar que, quando é acionado o contator geral C1 ligado aos terminais 1-2-3, o motor parte sob o efeito das duas resistências inseridas em cada bobina rotórica. Após um certo período de tempo, previamente ajustado, o contator C3 curto-circuita o primeiro grupo de resistência do reostato, o que equivale ao segundo estágio. Decorrido outro determinado período de tempo, o contator C2 opera mantendo em curto-circuito o último grupo de resistências do reostato, o que equivale ao terceiro estágio. Nesta condição, o motor entra em regime normal de funcionamento. Os motores de anéis são particularmente empregados na frenagem elétrica, controlando adequadamente a movimentação de cargas verticais, em baixas velocidades. Para isso, usa um sistema combinado de frenagem sobressíncrona ou subsíncrona com inversão das fases de alimentação. Na etapa de levantamento, o motor é acionado com a ligação normal; e tanto a força necessária para vencer a carga resistente, quanto a velocidade de levantamento são ajustadas pela inserção ou retirada dos resistores do circuito do rotor. Para o abaixamento da carga, basta inverter duas fases de alimentação, e o motor comporta-se como gerador, em regime sobressíncrono, fornecendo energia à rede de alimentação, girando, portanto, no sentido contrário ao funcionamento anterior. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 50 São empregados no acionamento de guindastes, correias transportadoras, compressores a pistão, etc. Rotor em gaiola O rotor em gaiola é constituído de um conjunto de barras não isoladas e interligadas através de anéis condutores curto-circuitados e tem grande aplicação industrial. O motor de indução opera normalmente a uma velocidade constante, variando ligeiramente com a aplicação da carga mecânica no eixo. O funcionamento de um motor de indução baseia-se no princípio da formação de campo magnético rotativo produzido no estator pela passagem da corrente alternada em suas bobinas, cujo fluxo, por efeito de sua variação, se desloca em volta do rotor, gerando neste, correntes induzidas que tendem a se opor ao campo rotativo, sendo, no entanto, arrastado por este. O rotor em nenhuma hipótese atinge a velocidade do campo rotativo, pois, do contrário, não haveria geração de correntes induzidas, eliminando-se o fenômeno magnético rotórico responsável pelo trabalho mecânico do rotor (MAMEDE FILHO, 2012). Quando o motor está girando sem a presença de carga mecânica no eixo, comumente chamado motor a vazio, o rotor desenvolve uma velocidade angular de valor praticamente igual à velocidade síncrona do campo girante do estator. Adicionando-se carga mecânica ao eixo, o rotor diminui a sua velocidade. A diferença existente entre a velocidade síncrona e a do rotor é denominada escorregamento, que representa a fração de rotação que perde o rotor a cada rotação do campo rotórico. O escorregamento, em termos percentuais, é dado pela Equação: onde: Ws = velocidade síncrona W = velocidade angular do rotor Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 51 Voltando agora aos motores síncronos, é importante entender que a corrente absorvida pelo circuito estatório é função da corrente de excitação para uma determinada carga acionada pelo motor. Quando o motor está girando a vazio, a corrente do estator é praticamente igual à corrente de magnetização. Se for acoplada ao motor uma carga mecânica, a corrente absorvida pelo estator aumentará, estabelecendo um conjugado motor suficiente para vencer o conjugado resistente. Quando a corrente de excitação é de valor reduzido, isto é, o motor está subexcitado, a força eletromotriz induzida no circuito estatórico é pequena, fazendo com que o estator absorva da rede alimentação uma determinada potência reativa necessária à formação de seu campo magnético e cuja corrente está atrasada em relação à tensão da rede. Se a corrente de excitação for aumentada gradativamente, mantendo-se a grandeza da carga e, consequentemente, elevando-se o valor da força eletromotriz no estator, deve-se chegar num determinado instante em que a corrente estatórica, até então atrasada, fica em fase com a tensão da rede significando um fator de potência unitário.
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