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RESUMO DE CONTRATOS

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1º Bimestre
Professor Marcelo Piazzetta Antunes
CONTRATOS 
Princípios:
Autonomia da Vontade - Trata-se da liberdade para contratar, podendo ser vista sobre o aspecto da liberdade conforme suas necessidades (contratos atípicos) ou escolher uma modalidade contratual descrita em nosso ordenamento (contratos típicos), sendo que só sofrerá algum tipo de limitação perante uma norma de ordem pública - o Art. 421 fala que a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
Força Obrigatória dos Contratos - “Pacta Sunt Servanda” (os pactos devem ser respeitados/ os acordos devem ser cumpridos), ou seja, para ser valido e eficaz, deve ser cumprido pelas partes, tanto que o ordenamento regula normas para que o contrato seja cumprido e se uma das partes não “fizer a sua parte”, será responsabilizado por perdas e danos. Aqui ocorre a intangibilidade dos contratos (a parte não pode, unilateralmente, alterar o contrato, nem mesmo por decisão do juiz). 
Princípio da Relatividade dos Contratos - “res inter alios acta, aliis neque nocet neque potest”, ou seja, o contrato só obriga aqueles que fazem parte dele, não atingindo terceiros (seja para prejudicar ou aproveitar), logo, podemos concluir que é “inter partes”. Todavia, pode haver casos em que o terceiro possa ser atingido de forma indireta com relação aos seus interesses, sendo efeitos externos.
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade.
	Esse princípio se aplicará, além das partes, ao objeto, só atingindo terceiros nos casos previstos em lei. 
Princípio da boa-fé nos contratos - Aqui se verifica o caráter subjetivo de cada contrato, o dever das partes de agir de forma correta, eticamente aceita – antes, durante e depois do contrato. Faz-se isso porque a uma das partes pode estar já de início não querendo cumprir integralmente com um contrato, ou pode ser que por alguma razão venha a não conseguir cumprir com o mesmo, então aqui quem vai decidir se houve má-fé é o próprio juiz. 
Boa fé subjetiva - O manifestante acredita que aquilo que está fazendo é o mais correto a se fazer devido a sua experiência sobre aquele negócio (ex.: Casamento putativo [bigamia] – possibilidade de anulação (Art. 1.561 do CC)– “Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória” – para alguns fins, tem validade.). A boa fé de hoje não é subjetiva. 
Boa fé objetiva - O intérprete vai levar em conta o padrão de conduta comum (homem médio) naquele determinado caso levando em consideração os aspectos sociais envolvidos. Pode ser identificado como uma regra de conduta, um dever de agir de acordo com padrões sociais. É uma consequência da função social, 
Possui 3 funções distintas:
Função Interpretativa (art. 112 e 113) - os contratos devem ser entendidos de acordo com a boa-fé e com os usos do lugar. Ela é o mecanismo de interpretação dos contratos, com base na ética, sem dar prevalência a palavras ambíguas, observando-se qual seria o impacto desse contrato no meio social.
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
Vedação do abuso de direito (Art. 187) - “Vinire Contra Facto Pro” significa a prática de dois atos que isoladamente são lícitos, mas em conjunto o segundo quebra a expectativa que foi gerado pelo primeiro, exemplo: os tomates da Cica, onde a empresa doou por 5 anos seguidos as sementes para os agricultores e logo depois comprava. Mas no quinto ano apenas doou e não comprou de volta. Gerou expectativas de venda, sendo injusto e inadmissível. Visa à credibilidade e a segurança das relações sociais, uma vez que se tem como base o fato de que a conduta anterior gerou, obviamente, confiança em quem recebeu reflexos dela. 
O uso deste princípio não necessita de dano efetivo, mas a possibilidade. 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
		
		Supressio: prescrição gerada pelo comportamento omissivo da parte contrária (omissão contumaz) - usar por muito tempo determinada coisa de forma ilícita, mas nunca foi reclamada, ex.: invadir uma área do condomínio e esta só ser reclamada depois de 15 anos. 
		Adimplemento substancial do contrato - comprei um carro e não paguei a 1ª parcela, banco toma o carro. Agora digamos que só faltou a ultima parcela, mas mesmo assim o banco tomou meu carro, ai vai existir abuso de direito.
		Vedação ao benefício da própria torpeza – Impede que a parte se beneficie de uma ilegalidade que ela mesmo criou. Ex.: Pai que entrega um cheque em que a filha assinou para uma pessoa e depois diz que nada teve a ver com isso, objetivando a sustação do cheque. Não poderá alegar que não assinou, pois entregou o cheque sabendo quem havia assinado.
Criação dos Deveres Anexos/ Laterais (Art. 422) - quem contrata, não contrata mais apenas o que contrata. Traz para o contrato deveres implícitos, anexos, que as partes não precisam estabelecer. Pode-se dividir os deveres anexos em grupos: os deveres de proteção, os de lealdade e cooperação e os de esclarecimento e informação. Ex.: Ir ao mercado e deixar o carro no estacionamento, se ele for roubado, o mercado tem que se responsabilizar, pois ele é responsável pela segurança do local. 
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Princípio da Liberdade Contratual – As partes tem liberdade para contratarem o que, quem e como quiserem, dentro do permitido na lei.
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana – Não se analisa mais somente o indivíduo, mas a pessoa no seu contexto social. Entretanto, não tem como fazer uma conceituação precisa, pois tem um suporte fático muito amplo.[1: Acontecimento moldural fático ciado através de normas, atribuído consequências (ex.: fazer 18 anos – suporte fático, gerando um preceito [consequência jurídica dada à um fato] que é a maioridade civil e penal)]
Função Social dos Contratos
	Ocupa o lugar da autonomia da vontade, mas as pessoas não podem simplesmente fazer aquilo que tem vontade se esta não estiver em sincronia com a função social. Faz-se isso porque se preocupa em resguardar os direitos de todos (trata-se de um filtro para atos de contratar), e é por isso que não se utiliza mais o termo autonomia da vontade, pois hoje tem-se limites para contratar uma pessoa (temos horas máximas de tarefas diárias, tem-se um salário mínimo, etc.), e a isso chamamos de autonomia privada, sendo que seu fundamento constitucional são: o princípio da função social do contrato latu sensu, principio da proteção da dignidade da pessoa humana, busca de uma sociedade justa e solidária e da isonomia. [2: “Quem manda é a vontade”]
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
	Divide-se em eficácia extrínseca/ externa e intrínseca/ interna:
Eficácia Extrínseca – É a relativização da relatividade do contrato, onde a pessoa quecontrata, não contrata mais apenas com quem contrata. Quem não faz parte do contrato pode ser atingido nos efeitos, não podendo se comportar como se aquele contrato não tivesse existido – 3ºs NÃO SÃO EFETIVOS CONTRATANTES. Ex.: Eu tenho um contrato com uma seguradora, mas ai um motoqueiro bate no meu carro. Ele não sabe que eu tenho seguro, mas a batida gera a obrigação entre ele e a seguradora. 
Eficácia Intrínseca – Se caracteriza pela aplicação de 3 subprincípios: I) Da Justiça Social (equidade); II) Da Igualdade Substancial (Igualdade Material); III) Da Boa-Fé Objetiva. 
Negócio Jurídico 
Ato advindo de uma declaração de vontade, lícita, que tenha por fim imediato: adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos. Sendo o meio de realização da autonomia privada, e o contrato seu símbolo. Embora o código possua normas gerais de contrato, as verdadeiras regras gerias do direito contratual são as mesmas para todos os negócios jurídicos – aplica-se as regras sobre a capacidade do agente, forma e objeto assim como em relação aos vícios de vontade e vícios sociais. 
Fatos Jurídicos
	Todo comportamento/ acontecimento que acarreta em algo relevante para o direito, tendo que este fato estar previsto em uma norma jurídica. Como isso é muito abrangente, classificou-se os fatos jurídicos a partir da necessidade do comportamento humano.
Fato jurídico natural/ sentido estrito – aquilo que é importante pro direito, mas não depende da conduta humana (terremoto, nascimento, morte etc.).
Atos Jurídicos Latu Sensu - fatos que dependem do comportamento humano com sua respectiva vontade (reconhecimento de paternidade).
MELHORAR
Conceito de Contrato e Requisitos de Validade
Contrato é o acordo da manifestação de vontade de duas ou mais partes, em conformidade com a lei, destinados a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as partes com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial, surgindo em qualquer tipo de manifestação: escrito, falado, sinais etc. 
Seus requisitos de validade:
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
	Capaz no sentido de ser pessoa. Sendo que a capacidade se divide em duas espécies, a genérica e a Relativa ou de Legitimação. 
 Genérica é o mesmo que exercer direitos por si, logo o ato praticado pelo absolutamente incapaz (Art. 3º do CC) sem a devida representação será nulo (CC, art. 167, I) e o realizado pelo relativamente incapaz (Art. 4º do CC)sem assistência será anulável (CC, art. 171, I) 
Relativa, ou legitimação é quando se é requerida a capacidade para a validade de certos negócios em dadas circunstâncias (Ex., pessoa casada, teoricamente é capaz como indivíduo, mas não tem capacidade para vender imóvel sem autorização do outro). 
Objeto lícito, possível, determinado ou determinável, ou seja, o conteúdo deve ser legalmente permitido (não posso comprar coisa roubada se não é invalido), tem que ser viável conforme as leis da natureza e com a lei (posso vender um lote de terra em irati, mas não posso vender terras localizadas no céu), e ser determinado ou determinável. (Ir a loja e comprar um celular). Se a característica for superveniente, se aplicará a teoria dos riscos.
Teoria dos Riscos: as consequências decorrentes da impossibilidade superveniente (Que vem depois) do objeto:
Res perit domino –(aqui a coisa é certa) - a coisa perece para o dono (ele que arca c/ perda da coisa)
Há variantes quando a coisa se perde:
Por culpa do devedor – Credor pode exigir o equivalente mais perdas e danos. 
Sem culpa do devedor – Resolve-se a obrigação – sem perdas e danos. [3: Resolução é o meio de dissolução do contrato em caso de inadimplemento culposo ou fortuito. Quando há descumprimento do contrato, ele deve ser tecnicamente resolvido.Rescisão é uma palavra com plurissignificados, podendo inclusive ter o significado de resolução em caso de inadimplemento. Há também o sentido de ser a extinção do contrato em caso de nulidade (lesão ou estado de perigo).Resilição é o desfazimento de um contrato por simples manifestação de vontade, de uma ou de ambas as partes. Ressalte-se que não pode ser confundido com descumprimento ou inadimplemento, pois na resilição as partes apenas não querem mais prosseguir. A resilição pode ser bilateral (distrato, art. 472 , CC) ou unilateral (denúncia, art. 473 , CC).]
Quando a coisa está deteriorada, a coisa ainda existe, mas já não tem mais a mesma funcionalidade de antes, dessa forma, há novamente variantes: 
Depois da tradição: quem arca é o credor/ dono do bem.
Antes da tradição:
Com culpa do devedor – Cumpre-se a obrigação, mas com abatimento do valor ou extinção da obrigação. Pode pedir indenização por perdas e danos. 
Sem culpa do devedor – cumpre a prestação com abatimento no preço. 
Na obrigação de dar, se a deterioração se deu sem a culpa do devedor o credor tem direito a receber o bem deteriorado e só isso, agora se houve culpa do devedor, ai o credor pode exigir o objeto mais perdas e danos, ou exigir o equivalente mais perdas e danos. 
Quando a coisa é certa e o bem se perde por culpa do devedor, ele terá que restituir a coisa, ou seja, terá que devolver algo que não era seu. 
Se for incerto:
Antes da escolha: o gênero nunca perece, ou seja, o devedor não pode invocar perda ou deterioração da coisa. 
Depois da escolha: Aplica-se a regra de dar coisa certa. 
Forma prescrita ou não defesa em lei - O princípio geral é que a declaração de vontade independe de forma especial (CC, art. 107), sendo suficiente que se manifeste de modo a tornar conhecida a intentio do declarante, dentro dos limites em que seus direitos podem ser exercidos. Apenas, excepcionalmente, a lei vem a exigir determinada forma, cuja inobservância invalidará o negócio. O contrato que a lei determina uma forma denomina-se de solene. Ex.:
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Formação dos Contratos
	Os dois elementos fundamentais para a formação de contrato são: solicitação ou proposta e a aceitação. Segue mais ou menos a seguinte ordem:
Fase das Tratativas (Negociação Preliminar) – É uma fase de especulações, que não gera qualquer tipo de obrigação/ vinculação (não gera direito nem dever). A proposta até pode ser feita (ex.: me oferece um moto de 5 mil), posso fazer indagações sobre a coisa, visitas, ligação, mas ainda sim, não estou vinculado a coisa. É o período que precede a formação de um contrato (fase de tratativas ou pontuação).
CUIDADO – Não pode gerar expectativas!!! 
Ex.: Acho um apartamento bom, ele custa 250 mil reais. Eu torno público os principais pontos da negociação e aponto indícios que pactuarei com o vendedor. O vendedor, vendo que a coisa tem tudo para dar certo começa a se mexer, e realizar atos, mas dai acho outro, o apartamento dos meus sonhos, boa localização, bom tamanho, e o melhor, custa apenas 200 mil reais e desisto da compra. O vendedor tem algum direito? Sim, apenas indenização, pois aqui gerou-se a expectativa de um contrato, mas que fique claro, apenas indenizar, pois não podem me forçar a comprar a força algo que não desejo mais.
Responsabilidade pré-contratual – É o caso do exemplo anterior. Como pode-se ver, surge eventualmente das negociações preliminares, se uma das partes age culposamente, causando prejuízo À outra parte. Essa responsabilidade está relacionada com o dever dos contratantes de atuar conforme o princípio da boa-fé objetiva, prevista no art. 422.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
 É por causa da boa-fé objetiva que há a responsabilidade pré-contratual.Feriu a boa-fé? Há um dever de indenizar! Mas como dito, indenizar não significa a responsabilidade em efetivar o contrato! Só se paga indenização, SE gerou expectativa e não será o valor que seria do contrato.
Fase Contratual – Iniciada por negócio jurídico unilateral denominado de proposta ou oferta que é uma declaração recíproca de vontade por meio da qual uma pessoa (ofertante ou proponente/ solicitador) manifesta a outra (aceitante ou oblato/ solicitado) a intenção séria e concreta de se vincular contratualmente.
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
Formas de Proposta
Escrita – carta, e-mail, guardanapo, mensagem de celular etc.
Oral – além da voz, pode se dar de maneira tácita considera-se que a proposta é seria e inequívoca de contratar – ex.: Mercado deixa um produto em uma estante e coloca um valor embaixo do produto, pressupõem-se que é aquele o valor da coisa. Já quanto silêncio – Depende do que se entende por silencio, neste caso é inação, ou seja, não ter qualquer tipo de ação. NÃO É POSSÍVEL POR INAÇÃO!!! TEM QUE SE TER ALGUM COMPORTAMENTO QUE LEVE A VER AQUELA COISA.
Afasta-se a obrigatoriedade quando:
A própria proposta admitir retratação 
Quando a não obrigatoriedade resulta da natureza do negócio (ex.: “oferta válida até os estoques se esgotarem”, não é necessária uma vez que só se vende o que se tem, ou casos substanciais, onde são anulados ex.2: vende-se uma televisão na internet que custa 15 mil reais em todas as lojas, mas naquela custa 1.500, trata-se de erro, se a pessoa que compra não sabia e nem tinha como saber, ai não será anulado).
Quando a não obrigatoriedade resulta das circunstancias do caso concreto – tudo aquilo que não for da própria proposta ou natureza do caso é resultado das circunstancias.
Com o decurso do tempo (prazo de validade) - depende se foi uma proposta entre presentes ou entre ausentes (existência ou não de uma comunicação direta e simultânea determina qual dos dois é). 
Entre presente há uma proposta direta e simultânea, feita em um contexto de imediata conversação, ex.: vendedora na lojas americanas do Shopping Curitiba me vendendo um livro.
Entre ausentes é quando há um lapso temporal entre os diálogos, ex.: e-mail, carta, telegrama etc. 
Entre presentes, o prazo de validade é imediato, salvo se a própria proposta não contiver outro prazo. 
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I – se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante. 
Entre os ausentes há duas situações:
NÃO faz referência a prazo de resposta, dito prazo moral: art. 428, II
Art. 428. (...)
II – se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar à resposta ao conhecimento do proponente.
FAZ referência a prazo de resposta: o prazo é o da própria proposta.
 Se a resposta se der dentro do prazo de forma positiva, cumpre-se.
 É possível haver retratação da proposta se antes ou em conjunto, chegar a conhecimento da outra parte, conforme Art. 428, IV, do CC
Art. 428. (...)
IV – Se, antes dela, ou simultaneamente, chegar a conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
 Proponente faz a proposta, porém logo vêm a óbito: haverá a necessidade de cumprir com a proposta, se aceita pelo oblato. Por exemplo: se a proposta for de compra de um carro, esse deverá ser vendido ao aceitante da proposta do até então vivo proponente.
 Se à proposta for de um serviço, em especial de uma determinada pessoa, isto é, uma obrigação personalíssima, resolverá a obrigação, se não cumprida por motivos de falecimento, por perda superveniente do objeto.
 Envio uma carta para Ivan uma carta vendendo um lápis com um prazo de 3 dias. Se a pessoa, depois de receber, postar a carta dentro dos 3 dias, mesmo que demorasse um certo tempo para o ofertante receber por conta dos correios, como eu enviei dentro do tempo, seria valido (mesmo que protocolo)
 Agora se passasse muito tempo, mesmo que eu já tivesse me desfeito da coisa, ai teria que notificar a parte que queria, e por não ter recebido a resposta da proposta, acabei vendendo o objeto para outro.
Aceitação
	Aceitação é a manifestação de vontade aderente à proposta. O contrato inicia com alguém que tenha a vontade de contratar, precisando, dessa forma, que a outra pessoa além de ter vontade, aceite a proposta. Uma vez firmada a aceitação, dentro do prazo de validade e nos termos da proposta, o contrato esta concluído, não podendo haver emendas ou condições. Se não aceitar, pode-se fazer uma contrapro-posta (ex.: Apartamento que custa 250 mil. Está meio caro e como contraproposta, para levar, falo que dou 230 mil).
	*** Cuidar aqui quando se tratar por exemplo de casos em que a negociação se deu por carta ou por e-mail sobre a compra de um terno para um casamento, onde eu recebi a proposta e respondi no prazo estipulado pelo vendedor, mas por algum motivo a carta ou o e-mail chegou 20 dias após e está em cima da hora. O Estilista não é obrigado a cumprir com a proposta devido a mora no recebimento, mas é obrigado a notificar sobre a demora no recebimento, sendo este o motivo do não cumprimento. Se não notificar tem que responder por perdas e danos, pois quebra a legitima expectativa. Se o e-mail não chegou para ele por culpa de terceiros ou culpa dela, ai nada acontece e resolve-se o conflito.
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos. 
	Pode haver aceitação tácita da coisa, exemplo: começar a ler o jornal na banquinha, que tem preço descrito, ou entrar dentro do ônibus. Pode haver aceitação no silencio também, segundo Art. 111 do CC, mas vai depender de cada caso. 
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. 
Art. 432. Se o negócio for daqueles e que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo de recusa.
	Mas quando é que um contrato nasce ao certo?
	Há duas teorias:
Cognição - O contrato só nasce quando o proponente tiver o absoluto conhecimento da aceita-ção – teoria “furada”, pois para ela quando fala que o proponente tiver o absoluto conhecimento a pessoa tem que ter lido de fato aquilo, mas não há necessidade de conhecimento absoluto.
Agnição – Não exige o efetivo conhecimento da aceitação pelo proponente, se dividindo em 3 subteorias:
Da Declaração Propriamente Dita – Contrato é firmado no momento em que a aceitação é redigida, mas é uma teoria absurda, pois se eu assinei um contrato, mas ainda em casa rasgo, ele já era um contrato válido. 
Da Expedição - o contrato é considerado formado no momento em que a aceitação é expedi-da. Ex.: escrevi, pus no correio, já tem contrato – subteoria aceita, mas não unanime.
Art. 428 (...)
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
Da Recepção – Contrato formado no momento em que a aceitação é recebida pelo proponen-te. 
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto: (...)
Estipulações contratuais relacionados com terceiros
	Regra geral: Contratos não vinculam terceiros. O contrato vincula as partes que a ele estão arroladas, mas esta regra não é absoluta, pois existe um princípio que relativiza a relativização (eficácia extrínseca da função social) - os terceiros não podem se comportar como se o contrato não tivesse existido. Há 3 exceções para a eficácia relativa dos contratos:[4: Pag. 3 deste resumo.]
Estipulação em favorde terceiro - Quem sofre as vantagens é um terceiro que não faz parte do contrato (Art. 436 a 438), Exemplo: Acordo de divórcio, seguro de vida, seguro contra terceiros. [5: Pag. 1 deste resumo.]
	Aqui aparece a figura do estipulante (o que estabelece a obrigação - segurado) e o promitente ou devedor (que irá cumprir com a obrigação - seguradora). Ex.: Pai que faz o seguro de vida em favor do filho é o estipulante, enquanto que a seguradora é quem terá que cumprir com a obrigação. O terceiro beneficiário é aquele a quem a prestação deve ser cumprida (é o titular – art. 794 do CC).
	Pelo Art. 436 (legitimidade concorrente), o terceiro tem legitimidade para pedir o cumprimento da obrigação. Não significa que e estipulante pode pedir em favor dele mesmo, pois ele não vira credor, e o terceiro tem que executar o contrato nas condições descritas nele. 
	Ex.: Agora digamos que um pai autônomo preocupado com os filhos faça um seguro para que se ele, ao se tornar incapaz, os filhos recebam o valor de 5 mil por mês. Ele esta dando o valor para os filhos. Acontece que o pai sofreu um acidente e tornou-se incapaz, mas a seguradora não quer pagar o valor estipulado. O pai não pode entrar com uma ação pedindo o valor para ele, mas pode entrar pedindo para os filhos, assim como os próprios filhos podem pedir o valor para a seguradora (que é deles), pois eles são os terceiros beneficiários. *** Tem que ser observada as condições do contrato.
Substituição (ou exoneração) do terceiro:
Antes da aceitação do terceiro: Sim!
Depois da aceitação do terceiro: Não (Art. 437 do CC); 
	Se o terceiro não souber do contrato feito, pode-se haver a troca, pois não integrou a coisa em seu patrimônio, mas se o terceiro sabia, não se pode exonerar nem alterar o que foi estipulado, mas claro que há uma exceção, conforme Art. 438 do CC. Ex.: Doação com encargo em favor de terceiro. O terceiro beneficiário vai receber o benefício de forma gratuita, pois não se pode estipular um contrato com cobrança sobre terceiro.
Promessa de Fato de Terceiro - é o contrário da estipulação em favor de 3º. Negócio jurídico em que a prestação acertada não é exigida do estipulante, mas sim de um 3º, estranho a relação obrigacional. O melhor exemplo para explanar este tópico é a contratação de um artista para se fazer um show, onde o promitente é o garantidor do fato alheio – no caso, o produtor, que me garante que o show acontecerá com aquele artista, ele me garante a anuência do cantor. Antes da anuência tenho uma relação entre promitente e promissário, depois da anuência tenho uma relação entre terceiro e promissário. 
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.
Há Exceções:
terceiro cônjuge + ato dependa da anuência + indenização sobre bens. (ex.: garanto que minha mulher transferirá o imóvel – ninguém irá responder, uma vez que o patrimônio também é dela e o 3º não pode ser prejudicado por não aceitar). 
3º expressamente anui com a prestação (Art. 440).
Como efeito, se estipulante não consegue o convencimento, responde pela inexecução do terceiro (Art. 339), exceto, como dito, se for com cônjuge!! Já quando o terceiro anui com o contrato, mas não cumpre, a responsabilidade é do terceiro.
Contrato com Pessoa a Declarar - negócio jurídico por meio da qual um dos contratantes se compromete a indicar, no prazo assinado, com qual pessoa a outra parte se relacionará, exigindo-se a partir daí o cumprimento dos direitos e obrigações decorrentes. Assim, um terceiro ingressará na relação contratual que, por motivos quaisquer, não foi desde a conclusão do negócio identificado perante a outra pessoa.
Na realidade, não é interessante o 3º (contratante) apareça, pois caso ele fosse comprar algo diretamente, pagaria mais caro, por ser quem é. Ex.: Eu vou comprar um apartamento de 250 mil reais, vou a procura... Por ser um réles mortal insignificante na sociedade, pagarei aquele valor, agora se o Neymar for querer comprar o mesmo apartamento, e for diretamente comprar, pagará só 1 milhão de reais por ser quem é. Entendeu porquê não compensa? Então contrata-se alguém, para as negociações e quando for fechar, revela quem é o verdadeiro comprador.
	Se não for estipulado prazo para revelação do cidadão que está comprando, aplicar-se-á o estipulado em Art. 468 do CC. 
Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado.
	Efeitos: Contrato vincula apenas os contratantes.
Quando o terceiro não é indicado;
Se o terceiro recusar o contrato; 
Se o terceiro era insolvente ou incapaz.
Sendo possível fixar qualquer prazo e a iniciação da contagem deste. 
Vícios Redibitórios
Os vícios redibitórios são falhas existentes na coisa alienada, objeto de contrato comutativo ou doação onerosa, não comuns às congêneres, que a tornam imprópria ao uso a que se destina ou lhe diminuem sensivelmente o valor, de tal modo que o ato negocial não se realizaria se esses defeitos fossem conhecidos, dando ao adquirente ação para redibir o contrato ou para obter abatimento no preço. Ou seja, são diferentes de apenas vícios ocultos, pois permitem a redibição, ou seja, extinção do contrato por meio de vício no objeto.[6: Vício é quando o objeto já não tem mais a mesma funcionalidade/ características que dele se espera, não se trata de defeito, pois defeito atenta contra a saúde e segurança do consumidor]
Se o vício era aparente e mesmo assim eu comprei, não posso alegar vício na coisa por essa razão. Ex.: Mouse portátil, onde o professor vende pro Mário e no dia seguinte ele volta e fala pro professor que quer redibir o negócio, porque o objeto vendido não tinha tampa. (mas foi possível ver que estava sem a tampa), logo, por ser um vício aparente, a pessoa viu e anuiu com o defeito, logo, não se pode reclamar. Dessa forma, para poder ser vício redibitório, o vício não pode, de forma alguma, ser aparente. 
Características: Ser oculto e anterior à tradição, e ter seu valor econômico reduzido ou zerado.[7: Deve-se existir antes da tradição, e não aparecer. Aparecer pode ser culpa do comprador/ contratante, enquanto que existir é quando o vício já estava lá, mas não era de conhecimento do contratante. ]
Há 3 teorias que podem explicar o fundamento da garantia contra os vícios redibitórios:
Teoria da Evicção Parcial: verifica-se quando o adquirente é privado de parcela da coisa alienada. Tal situação assemelha-se com os vícios redibitórios e o legislador lhe oferece solução parecida. Se ao adquirente convém guardar o remanescente da coisa, é cabível a restituição de parte do valor da coisa, correspondente ao prejuízo sofrido. Entretanto, se apenas o todo o interessa, de forma que o menor desmembramento da coisa não mais o satisfaça, é possível à rescisão do contrato.
Teoria do Erro: considerando a vontade do adquirente viciada por erro sobre uma das qualidades essenciais do objeto, sustenta que, se ela soubesse da existência do defeito oculto, não contrataria (erro substancial). Mas e se ele, mesmo sabendo, contrata-se? Ai se trata de um erro acidental.
Teoria do Risco: afirma que a responsabilidade pelo vício ou defeito da coisa não é consequência da inexecução da obrigação da alienante, mas imposição da lei, ao determinar que o risco deve ser por ele suportado. A perda deve ser do contraente que entregou a coisa, seja totalmente, se o adquirente a enjeita, seja parcialmente, se a conserva com abatimento de preço.[8: Dei uma breve relembrada no que foi dito na Pg. 4. Releia, pois trata lá sobre os defeitos. ]
Recall: perigo!Atenta contra a vida. Requer aviso em todos os meios de comunicação. Processo em que chama o consumidor por defeito no produto. Precisa comunicar o DPDC.
Efeitos
Adquirente Recusar a coisa: Há resolução do contrato, além de se aceitar a redibição do mesmo, tendo que indenizar por perdas e danos. 
Adiquirente Aceita a coisa: Abate-se ou desconta-se valor original por conta do vício, ou seja, uma ação estimatória ou “quanti minoris”.
Prazo
Prazos para redibição é decadencial, já quando se postula perdas e danos o prazo é prescricional. 
Antes, será feita a analise da natureza jurídica do negócio. Se for consumerista, os prazos são os prescritos no CDC, agora se for civil, aplica-se os prazos descritos no CC (Art. 445). 
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
§ 1º Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
§ 2º Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
	No CDC os prazos são de 30 dias os não duráveis e 90 dias os duráveis, a contar da data de aquisição. 
Macete: artigos 205 e 206, CC. são prazos prescricionais. O restante é prazo decadencial.
	Nas relações de consumo, não existe essa de redibição ou abatimento de preço. A princípio o comerciante tem que primeiro ter a chance de tentar arrumar a coisa dentro de 30 dias. Se nesse período ele não arrumar, aí sim é que posso pedir o abatimento do valor ou outro produto igual. 
	Exceção: produtos ou bens essenciais o fornecedor não tem prazo para arrumar, o consumidor pode exigir qualquer uma das alternativas na mesma hora.
Evicção
	É a perda da coisa em virtude da decisão judicial ou administrativa que concentra o direito (total ou parcial) sobre ela a um terceiro estranho à relação contratual em que se deu a aquisição. Essa teoria tem 3 premissas que devem ser ressaltadas:
Perda da propriedade da posse (perdeu para um terceiro).
Reconhecimento do que a propriedade é de um terceiro.
Por fato anterior a aquisição.
Adquirir um bem imóvel que foi penhorado em leilão não é evicção. 
Partes
Alienante: Participa do negócio transferindo a propriedade (o que vende).
Adquirente/Evicto: É a pessoa prejudicada pela evicção, que perde o bem adquirido.
Terceiro/ Evictor: Interpõe a evicção contra o evicto. Pessoa em favor de quem a propriedade foi reconhecida. 
Requisitos
Perda da propriedade ou da posse deve atingir a própria rigidez do próprio título aquisitivo. Não há necessidade de sentença transitada em julgado, uma decisão administrativa é o suficiente. 
Anterioridade do direito do 3º. A perda da propriedade pelo evicto deve se dar a partir de um fato anterior ao contrato. 
Existência de um contrato oneroso. Traz impacto patrimonial para ambas as partes (negócios gratuitos não poderão dar origem à garantia por evicção, pois não sofrerá redução do patrimônio se for gratuito). Ex.: Contratos gratuitos, doações modais/ doações com encargos. O encargo não se considera como contrapres-tação/ pagamento, sendo apenas um ônus.
Denunciação a lide. Art. 456 do CC.
Clausulas de Exclusão de Garantia
	A exclusão de responsabilidade só faz com que o alienante não pague por perdas e danos, mas não tira o direito do evicto (comprador) de receber o bem ou o equivalente a aquilo que perdeu. Mesmo que o vendedor alerte os riscos para o comprador e esse, ainda sim, adquire a coisa, os efeitos continuam a ter o mesmo efeito. 
Contrato Preliminar
	Basicamente, a ideia é a mesma do que pudemos observar com relação as fases contratuais (negociação preliminar ou fase pré-contratual), MAS NÃO É A MESMA COISA, AQUI VINCULA, ou seja, antes de concluído os esforços, as partes não chegaram a firmar um negócio em sua plenitude, mas aqui é um pouco diferente das fases tratativas, pois neste caso, pode uma das parte exigir o cumprimento de um contrato apenas projetado. É a ideia de contrato montado em cima de um outro contrato, para que não se perca aquilo que já fora outrora projetado.
Teoria da Conversão Substancial do Negócio Jurídico 
	É o fenômeno em que o intérprete ou a lei consideram um negócio que é nulo, anulável ou ineficaz como sendo de tipo diferente do celebrado, objetivando, através deste artifício, que um negócio seja considerado válido. Mesmo sem a pretensão de esgotar o tema nem de trazer algo de inédito acerca da dogmática da conversão.
DIREITOS DO EVICTO R.E 248/423
Se ele pagar 220 e quando ele perdeu a casa valia 500, mas e se quando ele perdeu a casa ela valia menos do que ele pagou, quanto ele pode cobrar? R. Se a casa for desvalorizada ele será prejudicado com a desvalorização, segundo o precedente do STJ.
O preço que o Evicto pode cobrar do alienante deve ser o mesmo preço que ele precisará para comprar outro imóvel de mesmo padrão na época da evicção. 
Porém o 450, caput é taxativo, mas quando se fala em preço é o parágrafo único.
Agora vamos pensar que eu vendi para João e quando ele perdeu esta casa para terceiro ela já estava deteriorada, então o que ele perdeu para João foi um terreno, então quando ele vier me cobrar eu alego que quando eu vendi eu vendi uma casa e não um terreno. Será que o alienante pode alegar a deterioração da coisa para não indenizar o evicto? 451 CC – O alienante NÃO pode invocar a deterioração para se isentar da indenização. Se A coisa se deteriorar ainda assim o alienante será obrigado a indenizar o evicto, mas se o evicto teve algum benefício desta deterioração, o valor obtido com a deterioração será abatido da indenização. Se o evicto fez benfeitorias úteis e necessárias, este deverá ser ressarcida pelo alienante.
Cláusula de exclusão da responsabilidade da perda por evicção? Sim, 448, CC. Mas o 449 diz que mesmo quando houver esta cláusula o evicto terá direito de recuperar o que pagou pelo bem, Assim a cláusula exclui os frutos, despesas, custas judiciais e honorários. Esta cláusula não é absoluta, tem uma hipótese que ela é absoluta, é a segunda parte do 449, que é quando o evicto for informado pelo risco da evicção e assumiu tal risco.
EVICÇÃO PARCIAL – ARTIGO 455
A vendeu determinado terreno para B, C fala que é proprietário de uma parte do terreno, então C reclama a propriedade da sua parte do bem. Se B perder esta propriedade para C. Pode ser ou não substancial. O critério para saber se a evicção é de parcela substancial ou não. Se o comprador soubesse que ia perder aquela parcela, ele compraria? Se for evicção substancial eu aplico os mesmos efeitos da evicção total, ou seja, B irá perder aquela parte para C, mas ele não quer ficar com o resto, então deverá B devolver a parte que não lhe interessa lhe pedindo o valor.
Se não for substancial, o evicto não deverá devolver nada, tem que ficar com a parte que lhe foi vendida, devendo ser indenizado pela parcela que perdeu para o evictor.
CAUSAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO
Causas naturais: são aqueles fatores esperados, aqueles que as partes quando celebraram o contrato sabiam que ia acontecer. Ex. o Cumprimento (uma vez cumprido o contrato, ele será extinto) – Advocacia de partido (quando eu contrato um advogado por um ano para prestar assessoria jurídica) acaba quando tem a implementação do termo final. Termo é um evento futuro e certo e quando se tem um contrato há um termo final. Quando a condição vem para pôr fim a um contrato eu chamo de condição resolutiva.
Causas não naturais: Redibição e Evicção. Quando falamos de causas não naturais, a doutrina e o código principalmente, encaminham uma verdadeira confusão terminológica, as palavrasusadas para falar de extinção variam de autor e artigo. A premissa a se utilizar para classificar adequadamente cada modalidade é a causa, ou seja, a razão pela qual o contrato foi extinto. Ao se deparar com um contrato que tinha um vício oculto sem conhecimento das partes na tradição, gera-se a redibição. A terceira modalidade de extinção é a RESCISÃO, que normalmente é utilizada de maneira genérica, ou seja, normalmente as pessoas usam esta palavra para se referir a qualquer forma de extinção de contrato, ele afigura-se na maioria das vezes como uma palavra coringa como se fosse um gênero, a rescisão na verdade é a modalidade de extinção quando o contrato foi celebrado diante de uma lesão ou estado de perigo (art. 157 e 176, CC). Alguns doutrinadores falam que rescisão é a hipótese de extinção baseada na lesão ou estado de perigo, outro dizem que rescisão é a hipótese de extinção baseada em qualquer outro ato(...) Outra forma é a RESILIÇÃO (ar.473) parte da ideia de que se é a vontade das partes que vai formar o contrato, esta mesma vontade pode ser usada para extinguir, então, ninguém é obrigado a celebrar contrato e uma vez celebrado, as pessoas podem se desvincular. A resilição é uma causa de extinção do contrato quando não há motivo juridicamente relevante. Ela não é fundada em nada, pelo menos nada importante para o mundo jurídico. É a hipótese de extinção sem justa causa. Existem duas espécies de resilição, a bilateral e a unilateral. RESILIÇÃO BILATERAL, é também chamada de distrato, ou seja, é quando as duas partes concordam em extinguir o contrato anterior. Vou te vender esta caneta, você compra, feito um contrato de compra e venda. Amanhã as partes convencionam em desfazer o negócio. Aqui é feito um novo contrato que diz que o outro contrato está extinto, retornando as partes no estado inicial. Os efeitos do distrato constarão do próprio distrato. O distrato trata-se de um contrato cujo objeto é a extinção de um contrato anterior, e diferente da resilição unilateral, o distrato é cabível em todas as espécies de contrato. O distrato far-se-á pela mesma forma exigida para o contrato (art. 472, CC), leia-se que deve ser assim para ter efeito quanto a terceiros. RESILIÇÃO UNILATERAL (art. 473, CC). É uma exceção, não é cabível em todos os contratos. É cabível em duas espécies de contrato apenas: Aqueles contratos que possuem a confiança como elemento preponderante, como o mandato, por exemplo. (Se eu outorguei poderes para alguém ser o meu mandatário é porque eu confio neste alguém). Outra hipótese são os contratos de trato sucessivo com prazo indeterminado, (ex. TIM, distribuidor, panificadora), porém, nesta espécie, quem vai realizar a resilição unilateral, precisa conceder um prazo a título de aviso prévio. O prazo de aviso prévio depende se o contrato é típico e tem prazo de aviso prévio previsto em lei ou se não tem. O artigo 720 do Código Civil diz que são 90 dias. A jurisprudência entende que tem que se dar um prazo razoável para que a outra parte possa redirecionar o seu negócio, quando não há previsão legal ou contratual. Quando não há prazo na Lei, usa-se o prazo que consta no contrato.
Denunciar um contrato – é manifestação de vontade de resilir unilateralmente o contrato.
O art. 473, parágrafo único estabelece como critério o prazo para recuperação dos investimentos. Se acaso a parte quiser resilir unilateralmente o contrato com prazo de aviso prévio inferior ao prazo para se recuperar o investimento, deve-se ajuizar ação pleiteando que se aplique o 473, par. único, onde se suspende os efeitos da notificação até que a parte recupere os investimentos. Assim sendo, o contrato só se encerra com a recuperação dos investimentos. Na prática há duas decisões, suspende-se os efeitos da notificação, ou se suspende mais prorroga o prazo doa viso prévio, onde o contrato irá vigorar naturalmente.
Quando se fala que não terá efeitos, dá a ideia que o juiz afasta a eficácia da notificação e impõe a aplicação, porém, quando se enfia goela abaixo de uma pessoa o contrato, ela não cumprirá corretamente.
Desta forma, o STJ vem com a jurisprudência de vedar a possibilidade da imposição compulsória de um contrato e, portanto, se o STJ diz que não pode, a consequência para aquela pessoa que teve o contrato resilido, poderá pedir indenização pelo tempo que o contrato poderia ainda vigorar.
A necessidade de conceder aviso prévio se aplica somente nos contratos de trato sucessivo. Não há necessidade de se aplicar em contratos em que a confiança é fundamental.
Outra modalidade não natural é o arrependimento – só é cabível quando o contrato expressamente prevê a possibilidade arrependimento. Só pode quando o próprio contrato permitir. Esta regra tem uma exceção: O artigo 49 do CDC. Desistir da compra não é se frustrar com a qualidade do produto, pois, se eu consumo o produto, eu afasto a possibilidade de desistência.
Outra modalidade não natural é a resolução – esta é mais prática. É uma modalidade de extinção de contrato decorrente do inadimplemento absoluto por uma das partes. É aquela hipótese em que uma das partes descumpre um contrato. (Vender notebook e o outro não paga, se ele não paga, pleiteia-se a devolução do notebook encaminhando uma notificação resolutória). A resolução na hipótese de extinção baseada no descumprimento, mas não é todo descumprimento, pois as vezes o descumprimento é tão irrelevante que não é proporcional a extinção como medida drástica (atrasar serviço por 5 minutos), portanto, a resolução só será cabível em caso de descumprimento de obrigação grave, relevante. Como eu saberei qual é a obrigação grave? A gravidade da obrigação vai ser definida em um primeiro momento pelo próprio contrato, o contrato trará uma cláusula resolutiva expressa, ela traz as obrigações que, se descumpridas, permitirão a resolução. Mesmo o contrato que não tenha esta cláusula, é razoável que em caso de descumprimento grave ele haja a resolução. Todo contrato possui clausula resolutiva, porque se entende que todo contrato tem uma clausula resolutiva que, se não é expressa é tácita. Ela diz que o descumprimento de uma obrigação grave gerará a resolução desse contrato, mas a obrigação parte é aquela que gera algum prejuízo de alguma das partes e quem decidirá é o juiz. É por isso que, em resumo, se diz que a cláusula tácita depende da interpelação do juiz, e a expressa não.
A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato (desfazimento) ou pode exigir o cumprimento específico da obrigação (pagar) - 475, CC.
O inadimplemento gera o direito de pedir a resolução, mas pode se pedir para o cumprimento específico da obrigação cabendo em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.
CONTRATO DE COMPRA E VENDA
É de natureza obrigacional, quando se compra a casa e se adquiri a escritura, não se torna proprietário, ela lhe dá o direito de exigir que o vendedor lhe transfira a propriedade, por meio do registro ou da tradição. Portanto é um título aquisitivo da sociedade. Então, ele não tem eficácia real pois seu efeito é a criação de um direito pessoal.
O contrato tem alguns elementos constitutivos:
COISA – representa qualquer elemento de conteúdo econômico que integre o patrimônio do vendedor. Essa coisa pode ser corpórea ou incorpórea e se convenciona na pratica, o termo compra e venda para bens corpóreos, e para os bens incorpóreos tem-se a cessão onerosa. (Ex. de cessão de crédito, é quando uma pessoa é titular de um direito creditório, ou seja, o patrimônio desta pessoa é constituído por um crédito, que ela pode vender). Esta coisa pode ser determinada ou determinável. Os parâmetros mínimos de determinação da coisa são quantidade e gênero. O art. 483 diz que se a coisa for determinável não vier a existir, desfaz-se o contrato de compra e venda a não ser que o comprador tenha assumido expressamente os riscos. Ex. vou no FDS ao Paraguai, e vendo para você um Playstation que irei trazer, recebendo 3 mil reais adiantado. Quando eu chego lá não tem mais Playstation. Foifeito um contrato de compra e venda de algo que não existe, portanto, volta-se ao estado anterior, salvo se o comprador assumir os riscos deste Playstation não existir. Então, estas são as características da coisa.
PREÇO – O preço nada mais é do que a contraprestação devida pelo comprador em decorrência do direito de propriedade adquirido do vendedor. Tem que ser celebrado em dinheiro, moeda corrente nacional. Se não for em dinheiro, a consequência é que eu não tenho um contrato de compra e venda e sim, um contrato de troca ou permuta.
(QUESTÃO DE PROVA = JOÃO TEM UM APARTAMENTO E QUER VENDER. CARLOS ESTÁ INTERESSADO EM COMPRAR E FAZ UMA PROPOSTA PARA ADQUIRIR A PROPRIEDADE DESTE APARTAMENTO CONSUBSTANCIADA NOS SEGUINTES TERMOS. Entrega de 150 mil em dinheiro + automóvel + casa na praia) duas vertentes. A principal diz que aqui se tem um contrato misto, que é um novo contrato que tem a junção de outros dois contratos já existentes, meio compra e venda e meio troca. Outra vertente diz que devemos analisar a contraprestação predominante, ou seja, ele está pagando mais em dinheiro ou + em coisa? Se ele está pagando mais em coisa eu caracterizo como troca, outrossim, se for pago em dinheiro será de compra e venda. O que essa teoria não responde é: E se forem as duas coisas? O preço tal qual a coisa também pode ser determinado ou determinável, determinado é aquele preço convencionado pelas partes no momento da celebração do contrato, ou chamado de preço convencional. Mas as partes ao invés de celebrar de maneira determinada, elas podem estabelecer parâmetros para não ter um preço certo, mas prevendo condições pelas quais este preço será obtido quando for um aumento do pagamento. Uma das formas de determinabilidade do preço é quando as partes deixam a fixação do preço ao encargo de um terceiro. Isso é comum quando o terceiro é um avaliador ou conhecedor maior daquele produto (art. 485, CC). O que o CC também estabelece é que se o terceiro se recusar a fixar o preço. Outro exemplo é quando o preço é fixado em taxa de mercado, índices ou parâmetros (486 e 487) (Ex. comprar carro pela tabela FIPE em data futura). O artigo 489, diz que é nulo o contrato de compra e venda quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço (Ex. Eu vou no mercado e vejo que está escrito na placa “picanha 38,90 kg”, ela foi fixada ao exclusivo arbítrio do supermercado) nesta situação, tenha-se em mente a fase pré-contratual e contratual, quando o supermercado anuncia, ele está propondo um determinado preço, quando eu aceito o contrato, temos um preço determinado, o que este artigo busca é a hipótese em que o contrato tem uma cláusula que diz “o preço a ser pago será o preço que comprador/vendedor quiser”, ou seja, é quando o contrário já nasce sem um critério de preço, ou seja, o contrato é formado antes de se estabelecer um preço. Esta regra do 489 é coerente com o artigo 122, CC que estabelece as novidades das condições puramente potestativas, agora E se as partes fizerem um contrato de compra e venda mas não estabelecerem preços e nem parâmetros para estabelecer o preço? A lógica seria que o contrato fosse nulo porque o preço é um elemento próprio de compra e venda, porém, o artigo 488 traz uma tentativa de equilibrar as coisas, ele traz uma regra para tentar preservar a regra. Se não houver fixação de preço, significa que as partes convencionaram que o preço será o estabelecido habitualmente pelo vendedor. Para que esta hipótese seja aplicada, deve-se haver a habitualidade das vendas do vendedor. Se não houver esta habitualidade, o contrato será nulo.
CONSENTIMENTO – É preciso que haja uma convergência de vontade no sentido de transferir a propriedade (e não a posse), de um determinado bem mediante contraprestação financeira. Em outras palavras, é preciso que o vendedor queira vender (e não doar, emprestar, alugar) e que o comprador queira comprar (e não alugar, emprestar).
Exemplo de restrição legal do consentimento:
VENDA DE ASCENDENTE PARA DECENTENTE 496, CC – Esta concordância do cônjuge é dispensada no caso de regime de separação obrigatória (artigo 1671), nos demais regimes é preciso desta anuência do cônjuge.
Compra feita por pessoas legalmente responsável pelo zelo dos bens (497, CC) – por exemplo, o juiz de uma operação gostou de uma BMW apreendida e colocou a leilão e comprou o bem. (Não pode).
Artigo 504 estabelece o direito de preferência do condômino em relação a quota parte do outro condômino que pretende vende-la. 
REGRAS ESPECÍFICAS DO CONTRATO
Ordem das Obrigações:
Primeiro o comprador paga, depois o vendedor entrega a propriedade do bem (artigo 491)
Responsabilidade pelas despesas: O artigo 490 diz que as despesas de escritura são de responsabilidade do comprador, já as despesas de tradição são de responsabilidade do vendedor.
Riscos da coisa: Até a tradição quem responde pelos riscos da coisa é o vendedor. O artigo 492 §1 e §2 estabelecem exceção a esta regra: (Ex. FULANO COMPROU 500 CABEÇAS DE GADO, ONDE FOI ESTABELECIDO QUE SERÁ ENTREGUE NA SEXTA FEIRA, ONDE FAREMOS A CONTAGEM DOS GADOS. DURANTE A CONTAGEM O GADO SE PERDE. A tradição não houve totalmente, os fatos serão por conta do comprador). Quando o risco ocorre durante a mora do comprador, ele responde pela perda (§2º, 492). O artigo 503 (Eu tenho uma biblioteca e quero vender. Fulano compra ela com 300 livros e percebe que um dos livros está com defeitos) ou seja, diz o 503 que o defeito encontrado em uma das coisas, não implica na rejeição do bem. O artigo 503 protege a substancialidade na universalidade de bens.
VENDAS ESPECIAIS
Venda mediante amostra: está prevista no artigo 484, CC. De forma simples, o Código diz que quando ocorre uma venda mediante uma amostra, a coisa vendida tem que ter exatamente as mesmas características que tinha a amostra (protótipo). (Ex. Imagine que você é um estilista renomado. Quando você vai até um determinado evento para comprar tecidos, lá tem vários vendedores e para comprar, é necessário tocar o tecido para sentir a maciez. Portanto você está em meio a um emaranhado de amostra, você deseja comprar amostra X. Quando o tecido chega, não tem a mesma maciez da amostra, você liga para o vendedor e reclama).
Vendas ad mensuram e ad corpus: Artigo 500, CC. Essa classificação se é ad mensuram ou ad corpus é relevante para solucionar os casos em que existe disparidade entre a dimensão do bem contida no contrato e as dimensões efetivas do bem. Ou seja, Você é produtor rural e compra um pedaço de terra que o vendedor diz que tem 15 hectares. Faz-se um contrato de compra e venda no valor de 10 mil cada hectare (150 mil). Você vai plantar pinus e após comprar os pinus percebe-se que tem não 15 e sim 13 hectares) – (Quero Comprar apartamento e saio para visitar, indo até a casa do vendedor para vistoriar. Após fazer a vistoria e o vendedor diz que tem 145 metros quadrados. Após comprar, vc percebe que tem 135m². O código civil no artigo 500, diferencia a hipótese em que a dimensão são levadas em consideração de forma preponderante, ou seja, é o elemento mais importante da compra. Quando a dimensão do bem é preponderante eu chamo de ad mensursam. No caso do apto, o comprador até perguntou quantos metros tinham, mas o que o motivou ele a comprar não foi a metragem mas sim o conjunto (o corpo). Quando a pessoa avalia o apartamento como um todo, ela pode visualizar a dimensão conforme seus interesses. Esta é a diferença. Na venda ad corpus a referência de dimensão é meramente enunciativa e exemplificativa. Quando ocorre uma disparidade (entre contratado e efetivo) na venda ad mensuram, o comprador pode exigir a complementação da área, mas se esta complementação não for possível o comprador pode exigir ou a resolução do contrato ou o abatimento do preço, porém, ele só pode fazer isso se a diferença for superior a 5%. Se a diferença for para superior, aplica-se o §2º, cabe ao vendedor comprovar que não tinha a menor condição de saber que havia esta diferença e se restar comprovado, o compradorprecisará ou devolver a diferença ou complementar o valor. Se a venda for ad corpus, aplica-se o §3º que diz, que não há complementação da área nem do preço, ou seja, a disparidade não permite que se exija abatimento do preço, devolução da diferença ou complementação da área. (botar clausula “reconhecem as partes que se trata de uma venda ad corpus”) Se não houve clausula dizendo que tipo de venda é, deve-se interpretar se as diferenças eram preponderantes para o comprador ou não.
A doutrina diz que quando a descrição do bem no contrato é feita mediante a sua localização, (ou seja, você está comprando a casa nº 17,av das torres, Ctba), presume-se que a compra foi ad corpus. Quando a fixação do preço é feita a partir da dimensão, a venda é ad mesnuram.
TRABALHO PARA O DIA DA PROVA: EXPLICAR, UTILIZANDO PELO MENOS UMA REFERÊNCIA DOUTRINÁRIA CADA UMA DAS CLÁUSULAS ESPECIAIS (A PARTIR DO 505) DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA
CONTRATO DE DOAÇÃO
Características:
1 – É um contrato gratuito – dentro desta característica existe o animus donandi, ou seja, é o interesse de transferir a propriedade de um bem, sem exigir qualquer benefício ou vantagem. É preciso demonstrar que o doador quis doar. Ainda sobre o anius doandi, percebe-se que nem todo ato de liberalidade é uma doação. A doação é caracterizada pela transferência de um bem. Então, por exemplo, o empréstimo de um bem sem exigir uma contraprestação não é uma doação. A remissão de uma dívida não é doação pois não se tem transferência de propriedade.
2- É um contrato unilateral – cria a obrigação para apenas uma das partes, qual seja, o doador.
3 – Contrato formal – ela envolve direito de propriedade sem nenhuma contraprestação, portanto, é preciso dar uma força probatória maior para este tipo de contrato. Eu preciso analisar o artigo 541 em conjunto com outros artigos (art. 108, por exemplo).
O caráter solene do contrato de doação tem uma exceção: Doação manual: é a doação de bem móvel de pequeno valor e logo seguida da tradição. (Ex. mendigo que chega pedir comida, não necessita de contrato escrito – art. 541, §1º, CC).
PEQUENO VALOR: O pequeno valor é aferido a partir do patrimônio do doador, é algo que seja irrisório economicamente a partir do patrimônio do doador. 
É POSSÍVEL FALAR QUE TODO CONTRATO DE DOAÇÃO DE BEM IMÓVEL É SOLENE? (QUESTÃO DE PROVA)
SIM! A exceção “doação manual” refere-se apenas a bens móveis.
4 – Aceitação – Via de regra, a aceitação é indispensável para a formação do contrato de doação. Mas tem uma hipótese em que se admite. A aceitação é dispensada na hipótese do artigo 543, quando é feita em favor de um absolutamente incapaz sendo uma doação pura.
5 – Capacidade para doar – é a capacidade para exercer todos os atos da via civil, ou seja, não precisa de nenhuma capacidade específica. A única discussão doutrinária é no caso do relativamente incapaz 9pessoa de 16 a 18 anos) será que ela pode doar sem ser assistida? O contrato de doação é muito parecido com o testamento e para fazer o testamento é possível ser relativamente incapaz (art. 1860). (Doação de ascendente para descendente não precisa! Só a venda. Pois a doação, por força de previsão legal caracteriza a antecipação da herança). A doação quando feita, levanta um cheiro muito grande de um vício fraude contra credores (158, CC), a qual, leva o doador a insolvência.
6 –Objeto da doação – Qualquer bem móvel ou imóvel que integre o patrimônio do doador. Aqui existem duas restrições:
Artigo 548 – nulidade da doação universal, ou seja, não posso doar todo meu patrimônio, eu preciso garantir uma mínima reserva para minha subsistência.
Artigo 549 – nulidade da doação Inoficiosa, em outras palavras. Existem na sucessão hereditária, neste rol de herdeiros, existem os herdeiros necessários, que são aqueles que terão direito a que seja legítima, que corresponde a 505 do patrimônio do falecido. O que exceder a 50% será doação inoficiosa. Avalia-se o patrimônio do doador ao tempo da doação. A doutrina diz que “eventual alteração superveniente do patrimônio não valida o que era nulo mas também não torna nulo o que era válido”. (No dia 1/1/17 o patrimônio do doador era de 200, doando 150. Depois de 10 dias ele ganhou na mega-sena e seu patrimônio foi para 700. Todavia, isso não anula a doação inoficiosa.)
EFEITOS DA DOAÇÃO
1 – Irretratabilidade - As pessoas tendem a imaginar que como a doação é uma to de liberalidade, pode-se voltar atrás. A doação é irretratável,uma vez feita, o bem passa a integrar o patrimônio do donatário. As exceções são duas:
Descumprimento do encargo: 
Ingratidão do donatário:
2 – Cláusula de reversão – artigo 547, CC – Se A doa um determinado bem para B, que morre logo em seguida, o bem vai para os herdeiros de B. Porém, A ao fazer esta doação, pode incluir uma cláusula de reversão, que diz que se B morrer antes de A, o bem volta para A. A cláusula de reversão não tem efeitos perante terceiros, só tendo efeito entre doador e donatário, ou seja, caso B morra, o bem vai para o patrimônio de C, não se estabelece uma reversão em favor de terceiros.
MODALIDADES DE DOAÇÃO
1 – DOAÇÃO PURA – (Ou simples) – é aquela doação feita de “peito aberto”, com total e irrestrita liberalidade (Eu vou te doar o livro, porque eu sou legal, não quero nada em troca).
2 – DOAÇÃO ONEROSA – (Doação com encargo ou modal) – É aquela que é acompanhada de um ônus atribuído ao donatário, ou seja, aquela doação em que o donatário precisa cumprir um encargo, por exemplo, eu tenho o Livro que doarei para Fran, só que como encargo paraa doação, ela fará a lista dos alunos da visita ao tribunal. Veja-se que fazer a lista não é pagar pelo tratado. Para que seja doação como encargo, este útlimo deve ser pequeno, podendo ser em qualquer coisa, inclusive em dinheiro (eu te dou o livro mas você tem que doar 100 reais para a caridade). Descumprido o encargo a doação pode ser revogada. Uma exceção a irrevogabilidade é o descumprimento do encargo.
CONTRATO DE LOCAÇÃO
A faz um contrato de locação com B, este contrato tem um prazo determinado e uma cláusula de vigência em caso de alienação. Aparece C que quer comprar imóvel e A aceita a compra. 
Porém, C precisa saber que existe este contrato!! Ele saberá quando o contrato de locação está averbado na matrícula.
C só se tornará proprietário quando o contrato que fez com A estiver na matricula de imóvel.
Se C não quiser vínculo com B, ele tem 90 dias a contar de quando se tornou proprietário, ou seja, quando ele averbou o contrato de compra e venda na matrícula do imóvel.
C tem 90 dias para “expulsar” B, do mesmo modo que B tem 90 dias para sair.
ALUGUEL
É a contraprestação devida pelo locatário em decorrência do direito de posse cedido pelo locador. É de livre fixação das partes e não pode ser fixado em moeda estrangeira e nem pela alteração do salário mínimo.
O valor contratado a título de aluguel pode ser objeto de revisão e de reajuste. Então não se confundem:
Reajuste: tem como finalidade a manutenção do poder econômico do valor já fixado. Em outras palavras, é a correção monetária, deve ser feito no mínimo anualmente.
Revisão: busca manter o valor de mercado do imóvel. Pode ser feita pela ação revisional de aluguel (artigos 68 a 70). Este direito pode ser exercido no mínimo a cada 3 anos.
Não se pode cobrar antecipadamente os alugueis. Somente quando o contrato não possuir nenhuma garantia.
Quando se pede 3 meses adiantado por exemplo, é uma caução, uma garantia.
Outra exceção é na locação para temporada.
DIREITO DE PREFERÊNCIA: está previsto no artigo 27. Caso o locador queira vender, ele precisa dar preferência ao locatário, ou seja, oferecer antes ao locatário em idênticas condições daquelas que foram oferecidas por um terceiro. Se o terceiro ofereceu 1 milhão para pagar em 49 prestações, deve-se oferecer da mesma forma. Todavia, se o terceiro ofereceu 1 milhão em pagamento a vista, não pode o locatário dizer que pagará 1 milhão, porém, em duas vezes.
Se não for respeitado o direito de preferência, será que olocatário pode recuperar este bem? 
Este direito de preferência só terá eficácia real, depende da averbação na matrícula do imóvel, ou seja, só terá eficácia real se tiver averbado na matrícula há pelo menos 30 dias.
É por isso que tem vários casos de pessoas que colocam na escritura um valor mais baixo (Ex. o vendedor objeto para o locatário por 1 milhão em pagamento a vista, chega um terceiro e paga, mas na matrícula colocam 500 mil para pagar menos taxas. O locatário vê aquilo e se insurge)
Existem 3 espécies de Locação prevista na Lei 8245/91
Locação para fins residenciais: ou locação residencial, é aquela locação destinada a moradia, habitação. A preocupação da lei é com os efeitos da extinção do contrato de locação, pois quando ele deixa de produzir efeitos, o locatário fica sem casa. O contrato portanto, é dividido em duas espécies: 1) Contrato escrito e com prazo igual ou superior a 30 meses – está regulamentada no artigo 46, nessa modalidade de locação, extinto o prazo, o contrato extingue-se automaticamente, sem necessidade de notificação do locador. Após a extinção do contrato, o locador tem o prazo de 30 dias para pedir o bem, se ele deixar passar este prazo de 30 dias e não pedir portanto a devolução, o contrato de locação será prorrogado automaticamente por tempo indeterminado, terminando assim, quando uma das partes quiser a resilição, a qual deve ser mediante aviso prévio de 30 dias.
 2) contrato verbal ou escrito com prazo inferior a 30 meses – está previsto no artigo 47 da Lei de Locação. Aqui, terminado o prazo, o contrato não é automaticamente extinto. Se eu tenho um contrato celebrado pelo prazo de 24 meses, sendo locatário, acabou o 24º mês, o locador me liga e manda sair haja vista acabar os 24 meses. Eu posso alegar o caput do artigo 47, nesta hipótese, findo o prazo, o contrato prorroga-se automaticamente por tempo indeterminado. Portanto, diferentemente da hipótese anterior, aqui, o contrato prorroga-se automaticamente por tempo indeterminado. O locador vai poder tomar o imóvel cumprida algumas hipóteses do artigo 47:
- Descumprimento do mútuo acordo: é um acordo de vontades entre locador e locatário por meio do qual estabelecem um prazo para eu o locatário desocupe o imóvel. O contrato tinha vigência de 24 meses, encerrados os 24 meses, o contrato se prorroga. O locador e locatário celebram um novo instrumento por meio do qual criam um prazo para o locatário saia do imóvel. Celebrei um contrato com prazo de 24 meses. Encerrou os 24 meses eu chego para o locatário e fazemos um mútuo acordo de mais 9 meses. Duas testemunhas assinam o acordo. Passando os 9 meses, se ele ainda estiver, entro com ação de despejo pleiteando a liminar. Na prática, os juízes não são tão diretos, normalmente o juiz dá uma decisão dando 15 dias para o locatário deixar o imóvel sob pena de despejo forçado.
- Descumprimento do contrato: Se o locatário não pagar o aluguel, por exemplo, usa o imóvel para uma finalidade distinta da qual foi contratada, cabe ação de despejo para recuperar o imóvel.
- Reparos urgentes determinados pelo poder público: tem-se uma casa alugada e o poder público descobre que embaixo da casa precisa-se alterar ou destruir o imóvel.
- Extinção do contrato de trabalho – quando a locação é vinculada ao contrato de trabalho.
- Uso próprio ou uso familiar – o locador fica na rua ou o locatário, então, a preferência é do locador (dono do imóvel).
- Vigência ultrapassar 5 anos – se não há nenhuma das hipóteses anteriores, só se pode tomar o imóvel após a vigência ininterrupta de 5 anos.
Locação para temporada: se caracteriza por ser temporária, ou seja, não pode ser superior a 90 dias, seja a própria locação, seja a soma de mais de um contrato de locação (1 mês+1+1...), traz mais benefícios ao locador do que o residencial. Pode cobrar o aluguel antecipadamente, porém, o mais importante, é que a ação de despejo ajuizada em até 30 dias após o término do prazo de locação , autoriza a liminar. Se passar de 90 dias, é residencial. Portanto, se eu fizer um contrato de locação para temporada com tempo de vigência de 180 dias, ele se torna residencial inferior a 30 meses. Quando o contrato de locação para temporada acaba, o locador tem o prazo de 30 dias para pedir o imóvel, caso contrário, o contrato prorroga-se por tempo indeterminado e o locador só irá poder pedir o imóvel em uma das hipóteses do artigo 47 da Lei de Locações ou após transcorrido o prazo de 30 meses.
	RESIDENCIAL
	TEMPORADA
	ART. 46 - 
	30 MESES - 
	ART. 47 – prorroga-se por 5 anos
	ART. 47 – prorroga-se por tempo indeterminado
Locação não residencial: quando a locação não residencial é destinada ao comércio, o locatário terá direito à renovação compulsória (obrigatória) do contrato, desde que sejam cumpridos 3 requisitos do artigo 51:
Requisito de natureza formal: contrato escrito e por tempo determinado
Temporal: prazo mínimo de 60 meses que pode ser cumprido com a soma de mais de um contrato
Material: exploração de comércio no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de 3 anos.
Este direito é exercido pela ação renovatória (artigo 71 e ss) (ver prazo decadencial)
Built to Suit: (artigo 54-A) é uma locação não residencial que atende os interesses de uma parcela importante empresarial. A depender da natureza da atividade empresarial que é exercida por um determinado empresário, não é importante ter muito capital imobilizado. Ex. eu gasto 10 milhões para fazer um barracão mas não tenho dinheiro para funcionários e estoque. Melhor eu alugar um imóvel no Built to Suit, usar os 10 milhões para fazer girar o capital e pagar aluguel.
Da mesma forma, eu posso pedir para construírem um imóvel que atende às minhas necessidades para eu alugar. 
O artigo 54 A foi incluído na Lei para dizer o seguinte “pessoas que querem fazer contrato de locação Built to Suit, essa modalidade traz riscos, mas as condições pactuadas serão válidas” ou seja “Juízes, nesta modalidade de locação, não meta o dedo”.
CONTRATO DE ALUGUEL É DIFERENTE DE CONTRATO DE LOCAÇÃO
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