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ANATOMIA - HISTÓRIA GENERALIDADES Históricas - Morfológicas Os antigos conheciam perfeitamente a morfologia externa do corpo humano. O primeiro anatomista da Era Cristã conhecido foi um certo Mundino da Milano que, em 1306, seccionou alguns cadáveres humanos e deixou um tratado de anatomia. Em 1376 a Universidade de Montpellier recebia autorização para dissecar o cadáver de um criminoso por ano. Só no século XV (1478 ou 1494) é que teve lugar a primeira dissecação em Paris. A anatomia descritiva já era uma ciência muito avançada, como provam certos desenhos de Leonardo da Vinci. Anatomia e Fisiologia na Idade Trágica dos Gregos A anatomia humana A anatomia descritiva teve depois um forte impulso na França devido a Jean Gonthier ou Gunther d'Andernach, que foi contemporâneo de André Vesálio, professor de anatomia de Pádua e autor de um famoso tratado de anatomia, ilustrado com magníficos e preciosos desenhos. Vesálio reagiu vigorosamente contra o ensino errôneo da anatomia humana baseada nos trabalhos de Galeno e substituiu-os pela demonstração direta de órgãos e aparelhos tais como eram observados pela dissecação. Entre os anatomistas célebres do século XVI devem ser recordados: Jacques Dubois, chamado Sylvius, que ensinou no Colégio de França e foi adversário, muitas vezes rude, de Vesálio. Falópio, que ocupou o lugar do mestre de Bruxelas na Universidade de Pádua; o holandês V.Coiter, professor de anatomia em Bolonha; Fabrizio d'Acquapendente, sucessor de Falópio; Miguel Servet que teve a primeira idéia da circulação pulmonar. No século XVII deve-se recordar a descoberta da circulação do sangue, da qual teve a intuição William Harvey em 1619. Três anos mais tarde, Aselli descreveu os vasos linfáticos, dos quais o significado foi explicado com precisão por Jean Pecquet, em 1651. Nos séculos XVII e XVIII a anatomia fez grandes progressos, graças ao aperfeiçoamento da técnica de investigação. MalPighi utilizou a injeção de líquidos corados, que tornam mais evidente a estrutura dos órgãos. O mesmo anatomista italiano fez descobertas importantíssimas: estudou a estrutura dos pulmões, descobriu os capilares, os lóbulos hepáticos, os glomérulos do rim, aos quais se deu o seu nome (glomérulos de Malpighi). O florentino Bellini escreveu um pequeno tratado sobre a estrutura dos rins e o dedicou a Cosimo de' Medici. Mais tarde apareceram na Itália outros célebres anatomistas entre os quais Santorini, Morgagni e Scarpa. Na Alemanha, floresceram os estudos anatômicos com Rivinus, que descreveu os canais escretores das glândulas sublinguais; com Brunner, que descreveu no duodeno as glândulas que até hoje têm o seu nome; com Peyer, cujo nome está ligado aos linfáticos intestinais; com Lieberkiihn, que estudou a mucosa intestinal e as suas glândulas tubulares; com Wrisberg que descreveu o ramo sensitivo do nervo facial. Durante o mesmo período, na França, Drelincourt estudou os órgãos genitais internos da mulher; Vieussens, Verney, Vicq d'Azur, Ferrein, Petit, Portal, Sabatier trazem importantes contribuições ao conhecimento da anatomia humana. Na Dinamarca, Nicola Stenon ocupa-se com o cérebro e as glândulas lacrimais e descobre o canal escretor da parótida. Na Holanda, Frederico Ruysch levou a alto grau de perfeição a técnica das injeções vasculares e da conservação das peças anatômicas. A anatomia humana se aperfeiçoou enormemente nos séculos XIX e XX. A anatomia microscópica A invenção do microscópio e as suas primeiras aplicações no estudo dos seres vivos tiveram lugar no século XVII. É aos Óticos holandeses Hans e Zacharias Janssen que se atribui a invenção do microscópio composto, mas é ao físico inglês Robert Hooke que se deve a primeira observação dos caracteres histológicos, relativamente à estrutura celular da cortiça. Marcelo Malpighi aplicou o microscópio ao estudo das plantas e constatou que os seus tecidos são formados de pequenas cavidades cheias de líquido (utrículos e vesículas) e das formações vasculares. De 1673 a 1723 um comerciante de fazendas Leeuwenhoeck, de Delft, examinou ao microscópio uma porção de objetos pertencentes ao reino animal e vegetal, revelando aos olhos dos seus contemporâneos atônitos todo um mundo novo; em 1678 descreveu os espermatozóides de numerosas espécies animais e os glóbulos vermelhos do sangue. Mas o trabalho de Leeuwenhoeck não tem o caráter de uma ciência sistemática; é uma coleção de fatos que acharão lugar na histologia, na bacteriologia, na botânica. . Marcelo Malpighi (1628- 1694), Gravura de I. Kip (Biblioteca Nacional de Paris) A HISTOLOGIA A histologia nasceu com os primeiros estudiosos que se utilizaram do microscópio: R. Hook, MalPighi, Graw, Ham, Fontana e outros, muito antes que Meyer (1819) desse esse nome à ciência que descreve os tecidos animais e vegetais. A noção de "tecido" foi, contudo, introduzida por Xavier Bichat sem que este anatomista se tivesse utilizado do microscópio. A anatomia estuda os tecidos, isto é, as agregações de células que têm a mesma forma e a mesma função. Os ossos e os músculos, por exemplo, são formados de tantas células análogas que, no seu conjunto, constituem o tecido ósseo e o tecido muscular. No organismo distinguem-se diversos tecidos que têm finalidades diversas: -tecidos epiteliais, que têm função protetora (pele) ou secretora (glândulas); -tecidos conjuntivos, que têm por função sustentar o corpo; a estes pertencem o tecido ósseo, o tecido cartilaginoso e os tecidos sem uma forma própria que mantêm unidas entre si as diversas partes de um órgão, constituindo-lhe o arcabouço; -tecido muscular (músculos); -tecido nervoso (cérebro, medula espinhal, nervos). Uma particular especialização da histologia é a citologia, considerada a ciência das células. Estuda ela a célula em si, a qual constitui, em definitivo, a base das ciências biológicas, porque a célula é o elemento fundamental de todos os seres vivos. Citologia e histologia não estudam somente a estrutura da célula e dos tecidos, mas também as relações entre a estrutura e a função, e, portanto, se integram com a fisiologia, com a física e com a química. Você está iniciando o estudo do corpo humano e pode aprender como ele é organizado e como funciona. Para entender o que acontece com o corpo quando ele é ferido, está doente ou submetido ao estresse elevado, você deve primeiramente ter um entendimento básico de como o corpo é organizado, de como suas diferentes partes normalmente funcionam e das várias condições que afetarão o seu funcionamento para manter a saúde e a vida. Você será introduzido aos vários sistemas que compõem o corpo humano. Você também aprenderá como estes sistemas, em geral, cooperam entre si, para manter a saúde do corpo como um todo e como estes sistemas interagem para mantê-lo saudável. Definição de Anatomia e Fisiologia Para entender as estruturas e as funções do corpo humano, estudaremos as ciências da anatomia e da fisiologia. A anatomia (anatome = cortar em partes, cortar separando) refere-se ao estudo da estrutura e das relações entre estas estruturas. A fisiologia (physis + lógos + ia) lida com as funções das partes do corpo, isto é, como elas trabalham. A função nunca pode ser separada completamente da estrutura, por isso você aprenderá sobre o corpo humano estudando a anatomia e a fisiologia em conjunto. Você verá como cada estrutura do corpo está designadapara desempenhar uma função específica, e como a estrutura de uma parte, muitas vezes, determina sua função. Por exemplo, os pêlos que revestem o nariz filtram o ar que inspiramos. Os ossos do crânio estão unidos firmemente para proteger o encéfalo. Os ossos dos dedos, em contraste, estão unidos mais frouxamente para permitir vários tipos de movimento. Níveis de Organização Estrutural Objetivo: Descrever os níveis de organização estrutural que compõem o corpo humano. O corpo humano consiste de vários níveis de organização estrutural que estão associados entre si. Resposta: Nível orgânico. O nível químico inclui todas as substâncias químicas necessárias para manter a vida. As substâncias químicas são constituídas de átomos, a menor unidade de matéria, e alguns deles, como o carbono (C), o hidrogênio (H), o oxigênio (O), o nitrogênio (N), o cálcio (Ca), o potássio (K) e o sódio (Na) são essenciais para a manutenção da vida. Os átomos combinam-se para formar moléculas; dois ou mais átomos unidos. Exemplos familiares de moléculas são as proteínas, os carboidratos, as gorduras e as vitaminas. As moléculas, por sua vez, combinam-se para formar o próximo nível de organização: o nível celular. As células são as unidades estruturais e funcionais básicas de um organismo. Entre os muitos tipos de células existentes em seu corpo estão as células musculares, nervosas e sangüíneas. O terceiro nível de organização é o nível tecidual. Os tecidos são grupos de células semelhantes que, juntas, realizam uma função particular. Os quatro tipos básicos de tecido são tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso. Quando diferentes tipos de tecidos estão unidos, eles formam o próximo nível de organização: o nível orgânico. Os Órgãos são compostos de dois ou mais tecidos diferentes, têm funções específicas e geralmente apresentam uma forma reconhecível. Exemplos de órgãos são o coração, o fígado, os pulmões, o cérebro e o estômago. A Figura acima mostra os vários tecidos que constituem o estômago. A túnica serosa é uma camada de tecido conjuntivo e tecido epitelial, estando localizada na superfície externa do estômago, que o protege e reduz o atrito quando o estômago se move e roça em outros órgãos vizinhos. As camadas de tecido muscular do estômago estão localizadas abaixo da túnica serosa e contraem-se para misturar o bolo alimentar e transportá-la para o próximo órgão digestório (intestino delgado). A camada de tecido epitelial que reveste o estômago produz muco, ácido e enzimas que auxiliam na digestão. O quinto nível de organização é o nível sistêmico. Um sistema consiste de órgãos relacionados que desempenham uma função comum. O sistema digestório, que funciona na digestão e na absorção dos alimentos, é composto pelos seguintes órgãos: boca, glândulas salivares, faringe (garganta), esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, fígado, vesícula biliar e pâncreas. O mais alto nível de organização é o nível de organismo. Todos os sistemas do corpo funcionando como um todo compõem o organismo - um indivíduo vivo. Termos de Direção - Planos e Secções (Cortes) Posição Anatômica Na anatomia, existe uma convenção universal de que as descrições do corpo humano assumem que o corpo esteja em uma posição específica, chamada de posição anatômica. Na posição anatômica, o indivíduo está de pé, ereto, de frente para o observador, com os membros superiores (extremidades) posicionados lateralmente, as palmas das mãos voltadas para a frente e os pés apoiados no chão (Figura). Os nomes comuns e os termos anatômicos de várias regiões do corpo são também apresentados na Figura abaixo. Resposta-O indivíduo de pé, ereto, de frente ao observador, os pés estão apoiados no chão, os membros superiores situados lateralmente com as palmas das mãos voltadas para a frente. GENERALIDADES HOMEOSTASE : Cavidades do Corpo Regiões e Quadrantes Abdominopélvicos Cavidades do Corpo Os espaços dentro do corpo que contêm os órgãos internos são chamados de cavidades do corpo. As cavidades ajudam a proteger, isolar e sustentar os órgãos internos. A Figura abaixo mostra as duas principais cavidades do corpo: dorsal e ventral. Resposta- P, A, T, A, A, T, P, T, A, P, A A cavidade dorsal do corpo está localizada próxima à superfície posterior ou dorsal do corpo. Ela é composta por uma cavidade craniana, que é formada pelos ossos cranianos e contém o encéfalo e suas membranas (chamadas de meninges), e por um canal vertebral que é formado pelas vértebras (ossos individuais) da coluna vertebral e contém a medula espinhal e suas membranas (também chamadas de meninges), bem como o começo (raízes) dos nervos espinhais. A cavidade ventral do corpo está localizada na porção anterior ou ventral (frontal) do corpo e contém órgãos coletivamente chamados de vísceras. Como a cavidade dorsal, a cavidade ventral do corpo apresenta duas subdivisões principais - uma porção superior, chamada de cavidade torácica, e uma porção inferior, chamada de cavidade abdominopélvica. O diafragma (diaphragma = partição ou parede), uma camada muscular em forma de domo e importante músculo da respiração, divide a cavidade ventral do corpo em cavidades torácica e abdominopélvica. A cavidade torácica contém duas cavidades pleurais em torno de cada pulmão, e a cavidade pericárdica (peri = em volta; cardi = coração), espaço em torno do coração (Figura abaixo). Fig2 O mediastino (medias = meio; stare = parar, estar), na cavidade torácica, contém uma massa de tecidos entre os pulmões que se estende do osso esterno à coluna vertebral (Figura acima). O mediastino inclui todas as estruturas na cavidade torácica, exceto os próprios pulmões. Entre as estruturas localizadas no mediastino estão o coração, o timo, o esôfago, a traquéia e muitos grandes vasos sangUíneos, como a aorta. A cavidade abdominopélvica, como o nome sugere, está dividida em duas porções, embora nenhuma estrutura específica as separem . A porção superior, a cavidade abdominal, contém o estômago, o baço, o fígado, a vesícula biliar, o pâncreas, o intestino delgado e a maior parte do intestino grosso. A porção inferior, a cavidade pélvica, contém a bexiga urinária, porções do intestino grosso e os órgãos genitais internos. A cavidade pélvica está localizada entre dois planos imaginários, que estão indicados pelas linhas tracejadas da Figura 1.a. Um resumo das cavidades do corpo é apresentado no Quadro 1.3, abaixo.
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