Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TEORIA GERAL DO PROCESSO Prof. Matheus Monteiro E-mail: matheus.vgm@outlook.com 1 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Considerações iniciais Administrativas... Sobre a disciplina... Plano de aula... Bibliografia... 2 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Plano de Aula Introdução. Sociedade e tutela jurídica. Conflitos. Início do estudo sobre a jurisdição. Meios alternativos de resolução de conflitos. O processo e o direito processual. Direito material e direito processual. Instrumentalidade do processo. 3 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Teoria Geral Processo 4 TGP Jurisdição Processo Defesa Ação 5 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Introdução: ubi homo, ibi societas; ubi societas, ibi jus Direito e controle social O Direito elimina os conflitos sociais? Onde há sociedade onde os homens se relacionam, temos o surgimento de insatisfações, de conflitos entre esses homens, acompanhando os interesses que são buscados por cada um, acompanhando suas necessidades e anseios. 6 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Introdução: Insatisfação Aquele que poderia satisfazer não o faz O próprio direito impede a satisfação voluntária Insatisfação como fator anti-social... 7 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Conflitos de interesses INSATISFAÇÃO Estado de Espírito Interno do indivíduo CONFLITO DE INTERESSES “Externalização da insatisfação” Atitude externa Exigência de submissão do interesse alheio ao próprio EXERCÍCIO DA PRETENSÃO Obtenho obstáculo à minha satisfação Lide constitui um conflito de interesses caracterizado por uma pretensão resistida. (Carnelutti) LIDE Direito subjetivo 8 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Conflitos de interesses... Interesses Individuais Civil Empresarial Criminal (?) Trabalhista Família, etc... Coletivos Meio Ambiente Consumidor TrabalhistaPúblicos (?) 9 10 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Se o surgimento dos conflitos de interesses torna- se uma situação sempre presente na sociedade, independente de seu momento histórico, as formas que a sociedade escolhe para a solução desses conflitos se alteram conforme os inúmeros modelos de sociedades e de seu desenvolvimento. 11 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Marco histórico-teórico: Solução de conflitos Sociedade Primitiva Sociedade Moderna Estado Moderno 12 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Formas “primitivas” Autotutela: ◦ Lei do mais forte (esperto); ◦ Justiça pelas próprias mãos; ◦ Justiça Privada; ◦ Características: Ausência de juiz Imposição da decisão por uma das partes 13 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Formas “primitivas” Autocomposição: ◦ Autocomposição ◦ Solução parcial ◦ Construção da solução pelas partes ◦ Ausência da interferência de terceiro ◦ Possibilidades: Desistência Submissão Transação 14 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Formas “primitivas” Heterocomposição: ◦Heterocomposição ◦Hetero – árbitro Confiança Experiência 15 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Primitivo • Justiça Privada • Autotutela como “regra” Moderno • Justiça Pública • Jurisdição como regra Autotutela – autocomposição – heterocomposição facultativa – heterocomposição obrigatória. 16 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o tal o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Meios Alternativos de Solução de Conflitos Meios Alternativos de Solução de Conflitos (MARCs); Métodos Alternativos de Solução de Conflitos (MASCs); Alternative Dispute Resolutions (ADRs); Equivalentes Jurisdicionais; Meios Alternativos de Pacificação Social. 17 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Brasil Autotutela: Exercício arbitrário das próprias razões Art. 345 (CP) - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência. Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa. 18 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Brasil Autotutela: Art. 1.210. (CC) O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. § 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. 19 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Brasil Autotutela: Art. 1.283 (CC). As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido. Art. 1º (Lei 7.783/89). É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. 20 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Brasil Autocomposição: ◦ Extraprocessual ◦ Endoprocessual “Acordo” ◦ Post processus (850 do CC) Art. 850. É nula a transação a respeito do litígio decidido por sentença passada em julgado, se dela não tinha ciência algum dos transatores, ou quando, por título ulteriormente descoberto, se verificar que nenhum deles tinha direito sobre o objeto da transação. 21 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Brasil? Autocomposição: ◦Guilty plea ou plea of guilty Não é admitido ◦ Plea bargaining ou bargaining Não é admitido 22 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Brasil – Lei 12.850/13 Seção I Da Colaboração Premiada Art. 4o O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados: I - a identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações penais por eles praticadas; II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa; III - a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa; IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela organização criminosa; V - a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada. 23 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Brasil – Lei 12.850/13 Seção I Da Colaboração Premiada [...] § 6o O juiz não participará das negociações realizadas entre as partes para a formalização do acordo de colaboração, que ocorrerá entre o delegado de polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do Ministério Público, ou, conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado ou acusado e seu defensor. § 7o Realizado o acordo na forma do § 6o, o respectivo termo, acompanhado das declarações do colaborador e de cópia da investigação, será remetido ao juiz para homologação, o qual deverá verificar sua regularidade, legalidade e voluntariedade, podendo para este fim, sigilosamente, ouvir o colaborador, na presença de seu defensor. § 8o O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais, ou adequá-la ao caso concreto. 24 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Brasil Mediação (DIDIER, 2012) ◦ Existência de terceiro que tenta conduzir as partes à solução autocomposta. ◦Mediador ≠ Conciliador ? 25 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Mediação Elementos básicos (DALLA) ◦ Partes em conflito ◦ Contraposição de interesses ◦ Terceiro neutro e capacitado para a busca pelo acordo 26 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Mediação Elementos básicos(MARTÍN, 2005, apud DALLA) ◦ Voluntariedade ◦ Eleição do mediador ◦ Aspecto privado ◦ Cooperação entre as partes ◦ Conhecimentos específicos (habilidade) do mediador ◦ Reuniões programadas pelas partes ◦ Informalidade ◦ Acordo mútuo ◦ Ausência de sentimento de vitória ou derrota 27 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Obs.: “A mediação assemelha-se à conciliação: os interessados utilizam a intermediação de um terceiro particular, para chegarem à pacificação de seu conflito. Distingue-se dela somente porque a conciliação busca sobretudo o acordo entre as partes, enquanto a mediação trabalha o conflito, surgindo o acordo como mera consequência. Trata-se mais de uma diferença de método, mas o resultado acaba sendo o mesmo.” (CINTRA et al, 2014) 28 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Distinções (DALLA) Atividade Estatal diante da existência/iminência de um processo ◦ Mediation - - - Conciliazione Atividade espontânea de pacificação social, sem cogitação de processo judicial ◦ Mediazione 29 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Lei 13.140/2015 Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a mediação como meio de solução de controvérsias entre particulares e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública. Parágrafo único. Considera-se mediação a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia. 30 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Lei 13.140/2015 Art. 2o A mediação será orientada pelos seguintes princípios: I - imparcialidade do mediador; II - isonomia entre as partes; III - oralidade; IV - informalidade; V - autonomia da vontade das partes; VI - busca do consenso; VII - confidencialidade; VIII - boa-fé. § 1o Na hipótese de existir previsão contratual de cláusula de mediação, as partes deverão comparecer à primeira reunião de mediação. § 2o Ninguém será obrigado a permanecer em procedimento de mediação. Art. 3o Pode ser objeto de mediação o conflito que verse sobre direitos disponíveis ou sobre direitos indisponíveis que admitam transação. § 1o A mediação pode versar sobre todo o conflito ou parte dele. § 2o O consenso das partes envolvendo direitos indisponíveis, mas transigíveis, deve ser homologado em juízo, exigida a oitiva do Ministério Público. 31 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . CPC Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição. § 1o A composição e a organização dos centros serão definidas pelo respectivo tribunal, observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça. § 2o O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem. § 3o O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos. Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada. § 1o A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no curso do procedimento, cujo teor não poderá ser utilizado para fim diverso daquele previsto por expressa deliberação das partes. § 2o Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o mediador, assim como os membros de suas equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da mediação. § 3o Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o objetivo de proporcionar ambiente favorável à autocomposição. § 4o A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre autonomia dos interessados, inclusive no que diz respeito à definição das regras procedimentais. 32 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Brasil Julgamento de conflitos por tribunal administrativo (heterocomposição) ◦ Tribunal Marítimo Lei n. 2.180/1954 ◦ Tribunal de Contas Ex.: art. 71, II, CF/88 ◦ Agências Reguladoras ◦ CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) ◦ Juntas de Recursos (Administrativo) 33 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Brasil Arbitragem (heterocomposição) ◦ Relacionada a direitos disponíveis ◦ Vedada para o uso em causas penais ◦ Regulamentação: Lei 9.307/96 ◦ Convenção de arbitragem (art. 3º) Cláusula compromissória Compromisso arbitral ◦ Árbitro: ser pessoa física e capaz. ◦ Possibilidade de controle judicial? (art. 33) 34 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Arbitragem Capítulo I Disposições Gerais Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitospatrimoniais disponíveis. § 1o A administração pública direta e indireta poderá utilizar-se da arbitragem para dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis. § 2o A autoridade ou o órgão competente da administração pública direta para a celebração de convenção de arbitragem é a mesma para a realização de acordos ou transações. Art. 2º A arbitragem poderá ser de direito ou de eqüidade, a critério das partes. § 1º Poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que serão aplicadas na arbitragem, desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública. § 2º Poderão, também, as partes convencionar que a arbitragem se realize com base nos princípios gerais de direito, nos usos e costumes e nas regras internacionais de comércio. § 3o A arbitragem que envolva a administração pública será sempre de direito e respeitará o princípio da publicidade. 35 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Arbitragem Capítulo III Dos Árbitros Art. 13. Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a confiança das partes. § 1º As partes nomearão um ou mais árbitros, sempre em número ímpar, podendo nomear, também, os respectivos suplentes. § 2º Quando as partes nomearem árbitros em número par, estes estão autorizados, desde logo, a nomear mais um árbitro. Não havendo acordo, requererão as partes ao órgão do Poder Judiciário a que tocaria, originariamente, o julgamento da causa a nomeação do árbitro, aplicável, no que couber, o procedimento previsto no art. 7º desta Lei. § 3º As partes poderão, de comum acordo, estabelecer o processo de escolha dos árbitros, ou adotar as regras de um órgão arbitral institucional ou entidade especializada. § 4o As partes, de comum acordo, poderão afastar a aplicação de dispositivo do regulamento do órgão arbitral institucional ou entidade especializada que limite a escolha do árbitro único, coárbitro ou presidente do tribunal à respectiva lista de árbitros, autorizado o controle da escolha pelos órgãos competentes da instituição, sendo que, nos casos de impasse e arbitragem multiparte, deverá ser observado o que dispuser o regulamento aplicável. § 5º O árbitro ou o presidente do tribunal designará, se julgar conveniente, um secretário, que poderá ser um dos árbitros. § 6º No desempenho de sua função, o árbitro deverá proceder com imparcialidade, independência, competência, diligência e discrição. § 7º Poderá o árbitro ou o tribunal arbitral determinar às partes o adiantamento de verbas para despesas e diligências que julgar necessárias. 36 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Brasil Arbitragem (heterocomposição) Art. 33. A parte interessada poderá pleitear ao órgão do Poder Judiciário competente a decretação da nulidade da sentença arbitral, nos casos previstos nesta Lei. §1o A demanda para a declaração de nulidade da sentença arbitral, parcial ou final, seguirá as regras do procedimento comum, previstas na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), e deverá ser proposta no prazo de até 90 (noventa) dias após o recebimento da notificação da respectiva sentença, parcial ou final, ou da decisão do pedido de esclarecimentos. § 2o A sentença que julgar procedente o pedido declarará a nulidade da sentença arbitral, nos casos do art. 32, e determinará, se for o caso, que o árbitro ou o tribunal profira nova sentença arbitral. § 3o A decretação da nulidade da sentença arbitral também poderá ser requerida na impugnação ao cumprimento da sentença, nos termos dos arts. 525 e seguintes do Código de Processo Civil, se houver execução judicial. § 4o A parte interessada poderá ingressar em juízo para requerer a prolação de sentença arbitral complementar, se o árbitro não decidir todos os pedidos submetidos à arbitragem. 37 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Brasil Arbitragem (heterocomposição) ◦ É ou não é Jurisdição? Jurisdição, exercida por particulares, com autorização do Estado • Fredie Didier • Antonio Carlos Rodrigues do Amaral • José Eduardo Alvim • Tribunal Arbitral Brasileiro • “Justiça Auxiliar Privada” Equivalente jurisdicional • Luiz Guilherme Marinoni (2008) • Não há investidura; não há juiz natural; não há execução das decisões; • Daniel Mitidiero • A validade das decisões pode ser revista pelo Judiciário • Não é juiz Art. 18. O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir não fica sujeita a recurso ou a homologação pelo Poder Judiciário. 38 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . CPC Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. § 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei. § 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. § 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. 39 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Ordenamento Jurídico 40 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Ordenamento Jurídico Teoria Dualista • Chiovenda • Processo como atuação • Declaratória... Teoria Unitária • Carnelutti • Processo como criação/composição • Constitutiva... 41 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Diferenças iniciais: Direito Material ◦ Normas e princípios que disciplinam as relações jurídicas referentes a bens e utilidades da vida. (CINTRA et al, 2014) Direito Processual ◦ Normas e princípios que regem o exercício da jurisdição pelo Estado-juiz, da ação pelo demandante e da defesapelo demandado. (CINTRA et al, 2014) CONTEÚDO MÉTODO/MEIO INSTRUMENTALIDADE DO PROCESSO (?) 42 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Fontes do Direito Processual Convenções e Tratados Constituição Constituições Estaduais Leis Ordinárias Leis Complementares Medidas provisórias? ◦ Art. 62, §1º, I, b, CF/88 Jurisprudência ◦ Súmulas... 43 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Eficácia da lei processual no espaço e no tempo Espaço: ◦ CPC. Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código. ◦ OBS: Aplicação de lei processual (internacional) ≠ aplicação de lei material (internacional), art. 337 CPC, arts. 7 a 11 da LINDB. 44 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . LINDB Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. 45 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Eficácia da lei no tempo Previsão geral: CF/88. Art. 5. XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; LINDB. Art. 6º. A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 46 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Eficácia da lei no tempo Previsão geral: ◦CPC ◦Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. 47 E la b o ra d o p o r P ro f. M at h e u s M o n te ir o . P ro ib id a a r e p ro d u çã o n ão a u to ri za d a, t o ta l o u p ar ci al m e n te , d o p re se n te m at e ri al . Alguma pergunta? ? 48
Compartilhar