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FILOSOFIA E EDUCAÇÃO

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FILOSOFIA: CONSIDERAÇÕES GERAIS 
A Filosofia surgiu no final do século VII e início do VI a.C. na Grécia antiga. Resultou de um processo lento e gradativo para que contribuíram vários fatores, como as viagens marítimas, a invenção da escrita, a invenção da moeda, o nascimento da pólis (cidade estado). Os primeiros filósofos tinham uma preocupação cosmológica e foram posteriormente denominados de pré-socráticos. A Filosofia surge em um mundo povoado por concepções míticas e em oposição a elas. O mito é a forma mais primária de compreensão da realidade. Trata-se de um tipo de saber que é afetivo, coletivo e dogmático. Os mitos são mantidos vivos pela tradição e cumprem uma função importante de atribuir sentido ao mundo, de explicar a realidade, de ordenar o caos. Esses primeiros filósofos desconfiavam das explicações míticas e passam a buscar uma explicação racional para o existente. Dessa forma, a Filosofia surge opondo-se à visão mítica predominante na época e vai configurar-se como uma reflexão racional para explicação do existente. 
FILOSOFIA: CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO 
Muitos de vocês já devem ter-se perguntado: Qual a relação entre Filosofia e Educação? Afinal, a Filosofia é necessária para a Educação? Por que o educador deve filosofar? Vamos responder começando com outras perguntas: É importante refletir sobre qual ser humano se quer formar? É importante refletir para que educar? É importante analisar os valores que devem orientar a prática educativa? Se você respondeu sim a essas interrogações é porque a reflexão filosófica não pode ser negligenciada pelo educador. 
 Cultura e Humanização
1. Noção de cultura
As sociedades ditas “ civilizadas ” costuram separar as atividades Intelectuais das atividades manuais , e chama de “ cultura ” apenas os conhecimentos relacionados ao intelecto, desvalorizando os conhecimentos práticos. No entanto, outras sociedades, tais como as sociedades indígenas, não fazem distinção entre os conhecimentos intelectuais e manuais. O pensar e o agir estão intimamente relacionados.
Em seu sentido amplo, cultura é tudo o que o ser humano faz, seja intelectual ou material, seja pensamento ou ação. As culturas são múltiplas e variadas.
 Cultura e Humanização
2. O animal e a natureza
As atividades dos animais são condicionadas por condições biológicas. Não são livres para agir, e por isso o comportamento de cada espécie animal é sempre idêntico. Eles agem por instinto, e somente modificações genéticas, provenientes da evolução das espécies, podem mudar seu comportamento. 
Quando examinamos o comportamento de animais superiores na escala zoológica, passando, por exemplo, de insetos a répteis, e destes até os mamíferos, chegando aos primatas, observamos que existe uma flexibilidade maior nos atos destes últimos. Certos animais, como cachorros ou macacos, chegam a aparentar algum grau daquilo que consideramos “inteligência”. No entanto, essa “inteligência” animal é do tipo concreto, diferenciando-se da inteligência humana, que podemos classificar também como “abstrata”
 Cultura e Humanização
3. A experiência humana
Ao reproduzir técnicas usadas por outros seres humanos, e inventar outras novas, a ação humana se torna fonte de ideias. A esse fenômeno de aprendizado e criação de experiência, e ela se deve ao caráter abstrato da inteligência humana, que consegue superar o aqui e agora, e funcionar também no tempo passado (analisando acontecimentos já ocorridos) ou no tempo futuro (fazendo previsões daquilo que poderá vir a ocorrer).
É a linguagem humana que permite substituir as coisas por símbolos, tais como palavras e gestos, e por meio dessas representações mentais passamos a navegar no tempo passado e futuro, além de vivenciar apenas o presente
 Cultura e Humanização
4. Cultura e socialização
O processo de socialização se inicia por meio da ação exercida pela comunidade sobre os homens. É conhecida a história das meninas-lobo encontradas na Índia, em 1920, vivendo numa matilha. Seu comportamento em tudo se assemelhava ao dos lobos: andavam de quatro, comiam carne crua ou podre, uivavam à noite, não sabiam rir nem chorar. Só iniciaram o processo de humanização ao conviver com outras pessoas. 
O mundo cultural é, dessa forma, um sistema de significados já estabelecidos por outros, de modo que, ao nascer, a criança encontra um mun­do de valores dados, onde ela se situa. A língua que aprende, a maneira de se alimentar, o jeito de sentar, andar, correr, brincar, o tom de voz nas conversas, as relações sociais, tudo, enfim, se acha estabelecido em convenções. Até a emoção, que é uma manifestação espontânea, sujeita-se a regras que dirigem de certa forma a sua expressão. 
 
 Cultura e Humanização
É possível dizer então que a condição humana não resulta da realização hipotética de instintos, mas da assimilação de modelos sociais: o ser do homem se faz mediado pela cultura. Nem o ermitão consegue anular a presença do mundo cultural. A escolha de se afastar faz permanecer o tempo todo, em cada ato seu, a negação e, portanto, a consciência e a lembrança da sociedade rejeitada. Seus valores, mesmo colocados contra os da sociedade, situam-se também a partir dela. A recusa de se comunicar é ainda um modo de comunicação. 
Por isso, a condição humana não apresenta características universais e eternas, pois variam as maneiras pelas quais os homens respondem socialmente aos desafios, a fim de realizar sua existência, sempre historicamente situada.
Uma tendência conservadora, no entanto, leva muitos a definirem sua própria cultura como a correta, estranhando os comportamentos de outros povos ou mesmo de segmentos diferentes em sua própria sociedade. Chegam a achar "naturais" certos atos e valores que se opõem a outros, considerados "exóticos".
 
 Cultura e Humanização
5. Sociedade e indivíduo
A natureza modificada pelo trabalho humano não é apenas a do mundo exterior, mas também a da individualidade humana, pois nesse proces­so o homem se autoproduz, isto é, faz a si mesmo homem. 
O autoproduzir-se humano se completa em dois movimentos contraditórios e inseparáveis: por um lado, a sociedade exerce sobre o indivíduo um efeito plasmador, a partir do qual é construída uma determinada visão de mundo; por outro, cada um elabora e interpreta a herança recebida na sua perspectiva pessoal. 
É bem verdade que o teor dessas mudanças varia conforme o tipo de sociedade: no mundo contemporâneo de intensa urbanização, as alterações são muito mais velozes do que nas tribos indígenas ou nas comunidades tradicionais. Mesmo assim, não há sociedade estática: em maior ou menor grau, todas mudam, estabelecendo uma dinâmica que resulta do embate entre tradição e ruptura, herança e renovação. 
 Cultura e Humanização
A transformação produzida pelo homem pode ser caracterizada como um ato de liberdade, entendendo-se liberdade não como alguma coisa que é dada ao homem, mas como o resultado da sua capacidade de compreender o mundo, projetar mu­danças e realizar projetos. Pelo trabalho o homem aprende a conhecer as próprias forças e limitações, desenvolve a inteligência, as habilidades, impõe-se uma disciplina, relaciona-se com os companheiros e vive os afetos de toda relação. Nesse sentido, dizemos que o homem se autoproduz, pois ele se modifica e se constrói 'a partir de sua ação. E nesse movimento tece sua liberdade. 
O que foi dito um pouco antes a respeito da ação multiforme dos modelos sociais não contraria a relação estabeleci da entre trabalho e liberdade. Isso se explica pelo fato de que, se, por um lado, há sempre a necessidade de um ponto de partida para que cada um possa se compreender - e esse solo é a herança social -, por outro, o ser do homem exige a superação daquilo que ele herda, numa constante recriação da cultura. 
 Cultura e Humanização
6. As três esferas da cultura
As relações em que os homens estabelecem entre si para produzir a cultura se dão em diversos níveis que não se excluem, mas se completam e se interpretam.
Apenas por questões didáticas costumamos separar e distinguir estas relações em:
relações de trabalho, que são materiais, produtivas e caracterizadas pelo desenvolvimento das técnicas e atividades econômicas; 
relações políticas, ou seja, as relações de poder, que possibilitam a organização social e a criação das instituições sociais; 
relações culturais ou comunicativas, que resultam da produção e difusão do saber e deveriam pertencer ao âmbito das relações intencionais, reduto da subjetividade. 
 Cultura e Humanização
7. Cultura e educação
Vimos, até aqui, que a cultura é uma criação 'humana: ao tentar resolver seus problemas, o homem produz os meios para a satisfação de suas necessidades ·e, com isso, transforma o mundo natural e a si mesmo. Por meio do trabalho instaura relações sociais, cria modelos de comportamento, instituições e saberes. 
O aperfeiçoamento dessas atividades, no entanto, só é possível pela transmissão dos conhecimentos adquiridos de uma geração para outra, permitindo a assimilação dos modelos de comportamento valorizados. É a educação que mantém viva a memória de um povo e dá condições para a sua sobrevivência material e espiritual. 
A educação é, portanto, fundamental para a socialização do homem e sua humanização. Trata-se de um processo que dura a vida toda e não se restringe à mera continuidade da tradição, pois supõe a possibilidade de rupturas, pelas quais a cultura se renova e o homem faz a história. 
Atividades
Explique em que sentido os conceitos de cultura, trabalho e educação são inseparáveis, um não pode ser compreendido sem o outro.
Faça um comentário critico, aplicando os conceitos aprendidos.
Caracterize e distingue dois tipos de atos: uma aranha tecendo a teia e um chimpanzé subindo em um caixote para alcançar bananas.
Indivíduo e sociedade, em que medida são polos inseparáveis, mas ao mesmo tempo distintos? 
Redação: analise as características da sociedade que você considera importante manter e outras que gostaria de mudar. Use argumentos para justificar seu ponto de vista.

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