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OS ÍNDIOS NA FORMAÇÃO DO BRASIL

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OS ÍNDIOS NA FORMAÇÃO DO BRASIL
"Todo dia era dia de Índio, mas agora ele só tem o dia dezenove de abril" (Baby Cunsuelo) 
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Hipótese sobre o povoamento da América
Os habitantes do continente americano descendem de populações advindas da Ásia, sendo que os vestígios mais antigos de sua presença na América, obtidos por meio de estudos arqueológicos, datam de 11 a 12,5 mil anos. Todavia, ainda não se chegou a um consenso acerca do período em que teria havido a primeira leva migratória e nem como ela efetivamente aconteceu.
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A chegada dos portugueses e os primeiros contatos com os índios
O primeiro registro histórico dos índios brasileiros foi a Carta de Pero Vaz Caminha.
O primeiro contato foi amistoso e curioso. Os índios foram atraídos pelos artefatos portugueses. 
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 "Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo, assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma. Todos andam rapados até por cima das orelhas; assim mesmo de sobrancelhas e pestanas. Trazem todos as testas, de fonte a fonte, tintas de tintura preta, que parece uma fita preta da largura de dois dedos.”
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 “ Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como se os houvesse ali. Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso dele.Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados. Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel, figos passados. Não quiseram comer daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa, logo a lançavam fora. Trouxeram-lhes vinho em uma taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram dele nada, nem quiseram mais. Trouxeram-lhes água em uma albarrada, provaram cada um o seu bochecho, mas não beberam; apenas lavaram as bocas e lançaram-na fora. Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhes dessem, e folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em volta do braço, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dariam ouro por aquilo." 
 Carta Pero Vaz Caminha
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Os Grupos linguísticos
Os índios brasileiros foram divididos em dois grandes grupos linguísticos:os Macro-Jê, que incluía povos como os Bororo e os Karajá, e os Tupi-Guarani, grupo formado por povos como os Guaranis, os Tupinambás e os Carijós.
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Os Tupis- Guaranis
São mais conhecidos por estarem espalhados pela faixa litorânea, ou seja, foram identificados mais facilmente pelos primeiros colonizadores.
As tribos que viviam nessa região e que não pertencia ao grupo tupi-guarani, como os aimorés, eram conhecidos como tapuias.
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Os Tupis
Os tupis ocupavam a faixa litorânea e os guaranis localizavam-se na bacia Paraná-Paraguai e no litoral sul. 
Os tupis praticavam a caça, a pesca, a coleta de frutas e a agricultura. A relação dos índios com a natureza era de exploração, quando ocorria uma exaustão de alimentos, migravam temporariamente ou definitivamente para outras regiões. 
Eles plantavam feijão, milho, abóbora e principalmente mandioca, cuja farinha se tornou alimento básico da colônia brasileira. 
O plantio ocorria através da derrubada da mata e da queimada, essa prática foi apropriada pelos colonizadores portugueses e causou, ao longo de anos de exploração, danos ao solo e a vegetação natural das regiões esgotadas 
Ao longo do processo de colonização esse grande grupo acabou perdendo-se, sendo que as principais tribos, como os
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Os Tupinambás
Eram encontrados na maior parte do litoral brasileiro. Os principais grupos que formavam os tupinambás eram os tamoios, os temiminós, os tupiniquins,os potiguara, os tabajaras,os caetés, os amoipiras, os tupinás e os aricobés. 
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Tupinambás
Tinham tradição guerreira, lutavam entre si, apesar do convívio pacífico, marcado nos rituais comuns e nas expedições.
A antropofagia era o ritual que mais chamou a atenção dos colonizadores. Os inimigos aprisionados nas guerras eram mortos e alimentavam o grupo vencedor. 
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Confederação dos Tamoios (1556/1567) 
Foi um levante dos Tamoios contra a escravização indígena e a violência implantada pelo colonizador.
Os portugueses para infiltrarem nas aldeias praticavam o cunhadismo. Ou seja relacionavam-se com índias e eram considerados membros da tribo.
No decorrer do conflito Cunhambebe, líder dos tupinambas de Angra dos Reis passou a comandar o levante. 
Os franceses invadem o litoral fluminense em 1555, oferecendo armamentos e apoio à Cunhambebe, com ineresses claros de se estabelecerem no Brasil. No entanto, Cunhambebe morre durante um crise de epidemias que assolou as tribos locais.
O movimento acaba enfraquecendo, com a morte de Cunhambebe. Os portugueses conseguem acabar com o conflito, graças a chegada do governador Estácio de Sá, durante o governo geral de Mém de Sá, em 1.567.
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A FANTÁSTICA DE ARARIBÓIA OU MARTIM AFONSO DE SOUZA
Araribóia era o chefe da tribo Temininó, um grupo Tupi, que vivia na Baía de Guanabara. Mesmo sendo uma minoria na região, obtinham consideráveis vantagens por estarem no meio da Baía de Guanabara. Conseguindo repelir ataques inimigos, dentre eles os Tamoios.
Os tamoios, liderados pelo chefe Cunhambebe, eram aliados dos franceses, que viviam tentando invadir a Baía de Guanabara. Em 1555, depois de subjugar os temiminós e os portugueses com a ajuda de Cunhambebe, a França passou a dominar a Capitania do Rio de Janeiro.
Mem de Sá sela uma aliança com Araribóia, apoiado no argumento da eliminação dos inimigos Tamoios e dos franceses. A aliança foi bem sucedida, e com muita astúcia e poder de combate, Araribóia consegue expulsar os franceses, com o auxilio do governador da capitania do Rio de Janeiro, Estácio de Sá.
O chefe indígena recebeu como gratidão a sesmaria de Niterói, onde passou a morar, converteu-se ao cristianismo e tornou-se íntimo do governo. Adotou, inclusive o nome do português Martim Afonso de Souza, donatário do Rio de Janeiro. 
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As reduções
Os jesuítas, liderados por Manuel da Nóbrega, chegaram com o primeiro governador geral para iniciar a conversão dos índios.
Os índios recebiam a catequese, com prioridade na conversão das crianças.
Os índios eram agrupados em “reduções”, que eram uma espécie de comunidade liderada pelos jesuítas. Foram criadas para reformular o padrão cultural dos índios e reforçar o processo de conversão.
Fundação do povoado de São Paulo do Piratininga em 1.554
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A proibição da escravização indígena
A Coroa Portuguesa considerava o índio como um súdito, o que legalmente não permitia que o índio fosse considerado escravo.  
O apogeu do trabalho escravo dos nativos ocorrera entre 1540 a 1570, principalmente nos atuais estados de Pernambuco e Bahia. A partir de 1570, a Coroa Portuguesa pretendeu criar legislação para proibir a escravização indígena, porém permitindo brechas legais para a sua utilização. 
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O Pau-Brasil
Primeira atividade explorada pelos portugueses em terras brasileiras.
Utilização de mão-de-obra indígena 
Escambo
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Os índios no século XXI
Podemos
observar, no mapa ao lado, a drástica redução dos habitantes da costa leste, de maioria Tupi. Ao longo do processo de colonização e mesmos após a independência esses índios foram dominados, dizimados e aos poucos foram refugiando nas terras interioranas para evitar o contato.
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Hoje, somente os Fulniô (de Pernambuco), os Maxakali (de Minas Gerais) e os Xokleng (de Santa Catarina) conservam suas línguas. Curiosamente, suas línguas não são Tupi, mas pertencentes a três famílias diferentes ligadas ao Tronco Macro-Jê.
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Os Guaranis, que vivem em diversos estados do Sul e Sudeste brasileiro também conservam a sua língua. Sofreram processo de migração do oeste em direção ao litoral mais recentemente.
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Hoje, no Brasil, vivem cerca de 460 mil índios, distribuídos entre 225 sociedades indígenas, que perfazem cerca de 0,25% da população brasileira.
Cabe esclarecer que este dado populacional considera tão somente aqueles indígenas que vivem em aldeias, havendo estimativas de que, além destes, há entre 100 e 190 mil vivendo fora das terras indígenas, inclusive em áreas urbanas. 
Há também 63 referências de índios ainda não-contatados, além de existirem grupos que estão requerendo o reconhecimento de sua condição indígena junto ao órgão federal indigenista. 
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Políticas federais de proteção aos índios
SERVIÇO DE PROTEÇÃO AO ÍNDIO (SPI) – criado em 1910, tinha por principal objetivo a proteção dos índios e a implementação de uma estratégia de ocupação territorial. A igreja deixou de ter exclusividade no trabalho de assistência junto aos índios, dando inicio a uma política de integração. Esse projeto reconhecia o índio como sujeito transitório, ou seja, prestes a ingressar na “civilização”.
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FUNAI- durante a ditadura militar brasileira, em 1967, é criada a FUNAI. O índio passou a ser visto de uma nova forma, tendo sua cultura e territórios preservados pelo Estado. Estudos são realizados e aos poucos as tribos foram sendo enumeradas e reconhecidas. Mas ainda muitas coisa deve ser feita para preservar povos tão importantes na constituição do Brasil
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A Constituição de 1988
Mudanças de concepções ideológicas, reconhecendo a diversidade e especificidade cultural dos índios.
Legitimou qualquer processo judicial movido por índios atráves do Ministério Público.
Necessidade de reformulação dos mecanismos de ação do Estado com relação às populações indígenas, respeitando e cirando condições para que a constituição seja aplicada plenamente
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Elaborada a partir do trabalho da Profa. BÁRBARA TOSTES - AULA E MATERIAL EXTRA DISPONÍVEL NO BLOG: http://historiativanet.wordpress.com

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