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* * Teorias da pulsão e Implicações antropológicas * * Distinção entre instinto e pulsão Por pulsão entendemos algo diferente de instinto, já que as pulsões não apresentam um objeto predeterminado biologicamente. Suas formas de satisfação são variáveis. * * Elas são insaciáveis, uma vez que dizem respeito ao desejo e não à necessidade. Está entre o somático (corpo) e o psíquico (mente). * * Importância antropológica da distinção entre instinto e pulsão Está na base da diversificação, heterogeneidade e identificação da experiência humana. A distinção entre instinto e pulsão é fundamental para estabelecer a Ordem Social e Jurídica. * * A Ordem Social e Jurídica se baseia na idéia de liberdade e responsabilidade (valores éticos). A liberdade se relaciona à escolhas e decisões. A responsabilidade se relaciona à qualidade das escolhas e decisões. * * A diversidade cultural se assenta sobre a ideia de pulsão. A forma do ser humano consumir suas energias psíquicas e corpóreas produz o fato cultural. O fato cultural constrói os limites da Ordem Social e Jurídica (práticas lícitas e ilícitas). * * As normas impeditivas e/ou permissivas referem-se ao desejo produzido no interior de determinada cultura. Proibir ou permitir não é uma necessidade (instinto). Refere-se ao desejo (pulsão de vida e de morte). * * Conflito permanente Para Freud, o homem é possuidor de um permanente conflito entre pulsões antagônicas existentes em seu interior. * * Teoria das pulsões Esta teoria surge em 1920, a partir do texto “Mais Além do Princípio de Prazer”, onde Freud desenvolve a noção de pulsão de morte (Thânatos) e pulsão de vida (Eros). A teoria está ligada à lógica da constituição do sujeito (falo, falta, castração), e, portanto, ao Édipo Estrutural. * * Ela leva em conta a psicose e aponta diretamente para a sublimação (aceitação da falta, prazer não sujeito a conflito). Freud percebe a existência da pulsão de morte a partir de sua experiência clínica, onde se depara com a questão do sado-masoquismo, da compulsão à repetição e da reação terapêutica negativa. * * Essas experiências mostram a ele que o funcionamento psíquico não é exclusivamente dominado pelo princípio de prazer. A partir de então, passa a entender o indivíduo como marcado pelo conflito entre as pulsões de morte e de vida e não mais entre as do ego e as sexuais. * * Unipresença da morte Freud afirma que a pulsão de morte estaria no princípio de qualquer pulsão. Ela pode ser entendida como um desejo de recusar a condição desejante. Portanto, a pulsão de morte está ligada às experiências de auto e heterodestruição. * * A pulsão de morte pode aparecer voltada para o interior, sob a forma de autodestruição, ou dirigida para o exterior, manifestando-se sob a forma de agressão ou destruição, o seja, heterodestruição. Estas pulsões tendem para a redução completa das tensões (descarga total), reconduzindo o ser vivo ao estado inorgânico (morte). * * Conjunção entre ego e libido A pulsão sexual e as de auto conservação são, então, assimiladas às pulsões de vida. Por pulsão de vida, Freud entende uma força que tende à ligação, à constituição, preservação e ampliação das unidades vitais; A pulsão de vida (Eros) está ligada à sobrevivência e à renovação da existência humana. * * Conflito no próprio desejo Podemos entender que esta teoria é marcada pelo conflito entre desejo de desejar (vida) e desejo de não desejar (morte). Cabe ressaltar que as duas pulsões nunca aparecem isoladamente: Em todas as manifestações humanas podemos observar a participação de ambas as pulsões em diferentes graus. * * Conclusão A condição humana se constrói no permanente conflito entre pulsão de vida e morte. Essa condição se reinventa a si mesma, por meio da relação de ensino-aprendizagem, no processo de adaptação, assimilação e acomodação. * * A ordem ética (normas morais) reflete os valores construídos, a partir dos conflitos entre vida e morte. A ordem jurídica (normas legais) se apresenta como instrumento de sanção e premiação dos comportamentos individuais e sociais aceitos culturalmente.
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