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Atendimento Escolar Hospitalar - "Pedagogia hospitalar"

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Como modalidade da Educação Especial, o Atendimento Escolar no Ambiente Hospitalar caracteriza-se por um atendimento pedagógico-educacional transitório, que ocorre em hospitais (principalmente), devido à internação de crianças e/ou adolescentes, que por isso apresentam dificuldades no acompanhamento das atividades curriculares por condições de limitações específicas de saúde. Entretanto, apesar de ser uma proposta antiga, ainda é um atendimento pouco conhecido e pouco regulado e considerado pelo Estado.
Legalmente, o Atendimento Escolar Hospitalar (AEH) é definido como um espaço escolar em que se faz o atendimento pedagógico-educacional formalmente organizado dos processos de desenvolvimento e de aprendizagem de crianças e jovens doentes.
Deste modo, este atendimento faz jus à Constituição Federal Brasileira, no que se refere à universalização do direito à educação (direito à aprendizagem e à escolarização) à todos e sua obrigatoriedade, referida, também, na LDBEN - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – que determina “que a criança, mesmo doente ou hospitalizada, tem o direito à escolaridade” (FONSECA, 2011). Dentre os respaldos legais do AEH, temos a Resolução CNE/CBE nº2 de 11/09/2001, que institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (2001), a qual em seu art. 13 sintetiza ações e organizações sobre a escolarização dos educandos com NEEs. Nesse mesmo sentido, temos também as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica (Resolução 04 de 02/10/2009), que em seu art. 6º sanciona a oferta, pelo sistema de ensino, do AEE – Atendimento Educacional Especializado – no ambiente hospitalar ou domiciliar, como forma complementar ou suplementar.
A fim de tentar organizar melhor o atendimento escolar hospitalar, temos o documento Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações (Brasil, 2002), que salienta regras gerais do AEH. Compartilhando do mesmo fim, têm-se também os Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados (Brasil, 1995), que especifica todos os direitos referentes às crianças e adolescentes hospitalizados, inclusive reafirma seus “direitos constitucionais e os contidos no Estatuto da Criança e do Adolescente respeitados pelos hospitais integralmente” (nº 19).
No que se refere às terminologias desta modalidade, comumente sugerem-se três tipo: Classe Hospitalar – atribuído a um ambiente hospitalar que possibilita o atendimento educacional de crianças e jovens que necessitam de AEE e que estejam em tratamento hospitalar, logo alunos impossibilitados de frequentar as aulas regulares; Escola Hospitalar – alude aos mesmos processos de desenvolvimento e de aprendizagem da escola regular; Pedagogia Hospitalar – vinculado à atuação sobre práticas pedagógicas e, principalmente, não pedagógicas, desta maneira, distorcendo a prática profissional.
Observa-se então, que o AEH não é um projeto de humanização hospitalar, mas um atendimento que garante o direito à continuidade da escolaridade da criança/adolescente hospitalizado. Bem como, assegura o acompanhamento curricular, flexibilizado e/ou adaptado, certificando a conservação do vínculo escolar, a partir da elaboração de estratégias e orientações que possibilitem o processo de desenvolvimento e aprendizagem dos alunos, matriculados ou não nos sistemas de ensino regular. Por conseguinte, proporciona-se o ingresso, retorno ou adequada integração do aluno ao seu grupo escolar correspondente, como parte do direito de atenção integral.
Visto isso, os professores atuantes devem ter formação pedagógica preferencialmente em Educação Especial ou em cursos de Pedagogia ou licenciaturas. Os mesmo são concursados ou contratados pela Secretaria de Educação e cedidos ao hospital para o acompanhamento da escolaridade das crianças em tratamento médico. Os professores se prestam à adequação e adaptação do ambiente, das atividades e do material educacional, ao planejamento da rotina e ao registro e avaliação dos objetivos propostos. 
Isto posto, o professor deve dominar os conteúdos que serão desenvolvidos, observar atentamente o ambiente da aula e refletir sobre. Igualmente ter consciência e conhecimento das metodologias de ensino-aprendizagem e saber trabalhar com a diversidade humana.
O contato com a equipe que assiste o aluno é parte do trabalho do professor, visto que contribui com os cuidados da saúde e um melhor AEE. Porém não se deve atentar somente para a melhora biológica/para a cura do aluno, mas também para seu desenvolvimento e aprendizagem, destacando o potencial e a competência dele e visando seus interesses e necessidades socioafetivas e educativas – por isso a atuação do professor é e deve ser sempre uma escuta pedagógica, permitindo ser transversalizado pela fala do aluno.
Observa-se que, para além do brincar – importante veículo de possibilidades tanto na interação quanto no desenvolvimento de atividades –, o AEH reduz os dias de hospitalização, bem como estabelece para o aluno uma rotina.
Do mesmo modo, o familiar acompanhante do aluno dispõe grande importância na colaboração ao AEE e nos ajustes da rotina, já que o familiar tende a conhecer bem o aluno e pode auxiliar no desenvolvimento das potencialidades do mesmo. 
Em suma, é necessário compreender que o aluno, mesmo doente, tem plena capacidade para aprender, brincar, criar e interagir socialmente.

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