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OFICIAL FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DIREITO CIVIL

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BRENDA PEREIRA DINIZ 
DANIELY CRISTINA MACIEL PINHEIRO 
ELIANE DOS SANTOS RIBEIRO 
EVELYN LARISSA DE SOUSA SILVEIRA 
FRANCISCA AUREONE DA SILVA 
GEOVANE DE SOUSA FONTELES 
HYGOR GABRIEL BEZERRA PEREIRA 
RENATA BITTERNCOURT COSTA DE ARAÚJO 
 
 
 
 
 
 
SÃO LUÍS 
2017 
 
 
 
BRENDA PEREIRA DINIZ 
DANIELY CRISTINA MACIEL PINHEIRO 
ELIANE DOS SANTOS RIBEIRO 
EVELYN LARISSA DE SOUSA SILVEIRA 
FRANCISCA AUREONE DA SILVA 
GEOVANE DE SOUSA FONTELES 
HYGOR GABRIEL BEZERRA PEREIRA 
RENATA BITTERNCOURT COSTA DE ARAÚJO 
 
 
 
 
SUCESSÃO 
 
Trabalho apresentado como requisito à 
obtenção da nota da disciplina de Direito 
Civil VI, pelo Curso de Direito da 
Universidade Estácio de São Luís- MA. 
Orientador: Professor Eduardo Alexandre 
Costa Correa 
 
 
SÃO LUÍS 
2017 
 
 
SUCESSÃO 
 
 Brenda Pereira Diniz 
Daniely Cristina Maciel Pinheiro 
Eliane dos Santos Ribeiro 
Evelyn Larissa de Sousa Silveira 
Francisca Aureone da Silva 
Geovane de Sousa Fonteles 
Hygor Gabriel Bezerra Pereira 
Renata Bitterncourt Costa de Araújo 
Orientador: Professor Eduardo 
Alexandre Costa Correa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO...................................................................................06 
Características do testamento....................................................................06 
Capacidade para testar ........................................................................ .07 
 2.1Capacidade testamentária ativa.............................................07 
 2.2 Capacidade testamentária passiva ......................................08 
Formas ordinárias de testamento...............................................................09 
 3.1 Testamentos ordinários........................................................09 
 3.2 Testamento público.............................................................09 
 3.3 Testamento cerrado ...........................................................10 
 3.4 Testamento particular .......................................................12 
 3.5 Testamentos especiais......................................................13 
 3.6 Testamento marítimo .......................................................14 
 3.7 Testamento aeronáutico....................................................14 
 3.8 Testamento militar.............................................................15 
Direito de acrescer - Fideicomissária.........................................................17 
 4.1 Fideicomisso....................................................................18 
 4.2 Características do fideicomisso.......................................18 
 4.3 Dupla vocação.................................................................19 
 4.4 Ordem sucessiva.............................................................19 
 4.5 Ônus de conservar para restituir.....................................19 
 4.6 Capacidade passiva do fideicomisso..............................19 
 4.7 Eventualidade da vocação do fideicomisso....................19 
 
 
Inventário / Partilha....................................................................................20 
 5.1 Disposição do tema....................................................................20 
 5.2 Inventário extrajudicial ou administrativo...................................23 
 5.3 Inventário negativo....................................................................24 
 5.4 Partilha......................................................................................24 
 5.5 Sobrepartilha............................................................................26 
Colação......................................................................................................27 
 6.1 Fundamentos da colação.........................................................29 
 6.2 Vontade presumida do ascendente.........................................29 
 6.3 Compropriedade familiar........................................................30 
 6.4 Interesse superior da família....................................................31 
 6.5 A igualdade entre os descendentes ........................................31 
 6.6 Adiantamento de legítima.........................................................31 
 6.7 Natureza jurídica da colação....................................................32 
 6.8 Pressupostos da colação.........................................................33 
 6.9 Colação é cabível apenas na sucessão legítima....................33 
 6.10 Existência do co-herdeiro necessário na sucessão legítima.34 
 6.11 A ocorrência de uma liberdade feita em vida pelo ascendente 
em favor de descendente ou do cônjuge sobrevivente ..............................34 
 6.12 Dever de colação...........................................................34 
 6.13 Doação entre herdeiro necessário ....................................36 
 6.14 Doação entre cônjuges e entre companheiros.................... 40 
 6.15 Doações excluídas da colação............................................. 41 
 6.16 Bens de colação................................................................43 
 6.17 bens e despesas excluídos da conferência colacional..........44 
 6.18 Modos de realização de colação.............................................44 
Sonegados............................................................................................................ 45 
CONCLUSÃO............................................................................................................47
 
6 
 
.INTRODUÇÃO 
O presente trabalho tem como objeto de estudo os aspectos 
destacados no Código Civil, no tocante a Sucessão. 
O estudo torna-se relevante devido a grande importância do tema, bem como, 
sua disciplina em regular, que segundo Maria Helena Diniz, trata-se do “ato 
pelo qual alguém sucede a outrem, investindo-se no todo ou em parte, nos 
direitos que lhes pertenciam”. 
Direito das Sucessões é a legislação que disciplina a transferência do 
patrimônio (ativo e passivo / créditos e débitos) de alguém, após seu 
falecimento (art. 1784 C.C), em virtude da legislação ou de disposições de 
ultima vontade (testamento), regula-se nos arts. 1.784 a 2.027 Código Civil, a 
Carta Magna(artigo 5º, XXX) assegura o direito de herança, sendo 
fundamentado do direito sucessório com o de propriedade, baseado com o 
direito de família. 
 
 Insta salientar, que o presente trabalho, versará sobre as demais 
caraterísticas do Direito Sucessório, tais como: o testamento e suas 
particularidades, capacidade, formas, origens, sendo eles especiais, do direito 
de acrescer, inventário, partilha, colação, sonegados e impugnação da partilha. 
 
 
 
 
6 
 
1. CARACTERÍSTICAS DO TESTAMENTO 
 
O testamento é um dos negócios mais solene que existe dentro do 
nosso ordenamento jurídico brasileiro, por essa solenidade e que para a sua 
produção, validade e eficácia será necessário que sejam respeitadas alguns 
características que são tidas com fundamentais parao seu existência, iremos 
aborda a cada uma delas, que são: a) revogável a qualquer tempo; b)com 
formalidade exigidas por lei; c)com eficácia post mortem; d)unilateral; e) 
personalíssimo, então falaremos de cada um dela . 
Como o próprio nome já nos norteia revogável a qualquer tempo, 
que dizer que o testador pode na hora que achar necessário, poderá revogar 
seu testamento em parte ou até mesmo ele por inteiro se for de seu interesse o 
indispensável essa revogação, e caso conte alguma cláusula que vede o direito 
do testador de revogar por inteiro ou parcialmente seu testamento essa será 
considerada nula, essa cláusula pode vim com o nome de derrogatório ou até 
de derrogativa, que como já falado acima será nula, para essa revogação não 
será necessário nem uma formalidade para que isso aconteça bastara à 
manifestação da vontade do titular para que haja essa mudança, e tendo a 
revogação parcialmente ou por total na o terá o que se fala em direito de 
suceder para os futuros herdeiros. 
O testamento terá que seguir uma formalidade que será exigida 
em lei para ser considerado valido, ou seja, terá que obedecer todos os passos 
exigidos em lei que por essa formalidade que ele possui é considerados 
um negócio jurídico formal e em caso de não obediência do que este 
disposto em lei ele poderá sofrer a pena de nulidade, por essa 
formalidade ser considerada essenciais para a sua validadeelas serão 
chamadas de ad solemnitatem; uma das solenidades prevista em leis e que 
não será aceito nem um testamento de forma oral ou seja só se aceita em 
forma escrita com é são do testamento nuncupativo militar que poderá ser 
considerado de forma oral. 
O feito do testamento se dará após a morte do testador que será 
a eficácia post mortem, isto é os efeitos do testamento valerá a partir de agora, 
pois em quanto o autor do testamento ainda se manter vivo não ocorrerá 
nenhum tipo de efeito em relacionamento as deixas patrimoniais, como já dito 
acima só com a morte do autor do testamento surgirá os efeitos do testamento 
pois antes só havia uma mera expectativa de direito. 
É um negócio unilateral de vontade, isto é bastará que o testador 
quisesse deixar em vida tudo o que é seu de forma dividida para seus 
herdeiros para que após a sua morte venha ter efeito, então para fazer esse 
 
7 
 
ato basta que o testador queira sem ser preciso que outra pessoa o autorize; 
então por isso que ele é considerado um negócio unilateral . 
Por fim o testamento terá que ser personalíssimo, por que somente 
quem é o dono dos bens que serão divididos e que pode deliberar sobre sua 
herança que será repartida isso por sua vez terá o nome de autoleitura do 
testamento; por ser um negócio personalíssimo não será admitido que duas ou 
mais pessoas venham a fazer de maneira conjunta as suas disposições 
testamentárias em um único testamento, mais isso não quer dizer que um 
terceiro não possa vem a ajudar o testador em relação ao seu testamento . 
Então podemos conhecer algumas das características de um 
testamento e diferenciá-las e ainda entendermos que para a sua validade e 
eficácia será necessário que sejam obedecidas essas características por sua 
vez, caso ou contrário ocorra, esse documento não terá nem eficácia nem 
muito menos validade para aplicação de seus efeitos. 
 
2. CAPACIDADE PARA TESTAR 
 
 O testamento, por ser um negócio jurídico, requer para sua validade 
agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei. É um 
negócio jurídico que requer uma série de solenidades. Caso não sejam 
observados, o ato será considerado nulo (conforme a regra geral do artigo 166 
do Código Civil). Também é necessária a análise da capacidade testamentária 
ativa e passiva. 
 
2.1 CAPACIDADE TESTAMENTÁRIA ATIVA 
 
Enuncia o artigo 1860 do Código Civil que além dos incapazes, 
tratados pelos artigos 3º e 4º do CC, não podem testar os que no ato de fazê-
lo, não tiverem pleno discernimento. 
Maria Helena Diniz citava como impedidos os menores de 16 anos e 
os desprovidos de discernimento, por estarem impedidos de emitir vontade livre 
(exemplos: pessoas com arteriosclerose, com mal de Alzheimer, com 
sonambulismo, com embriaguez completa e surdos-mudos que não puderem 
exprimir vontade, por não terem recebidos a educação apropriada. E arremata 
 
8 
 
a jurista, lecionando que “Idade avançada, falência, analfabetismo (CC, Art. 
1865), surdez ( CC, Art. 1866), cegueira (CC, Art. 1867) e enfermidade grave 
não inibem o individuo de testar, pois já se decidiu que a incapacidade mental 
do testador não pode ser deduzida de sua saúde física (RT, 563:75) 
Na visão de Flávio Tartuce, “com as mudanças engendradas na 
Teoria das Incapacidades, somente devem ser considerados como 
absolutamente incapazes para o testamento os menores de 16 anos. Quanto 
aos maiores com alguma deficiência, em regra, são capazes, a não ser que 
demonstrem que, por causa transitória ou definitiva não podiam exprimir a 
vontade para o ato testamentário, hipóteses em que se enquadram como 
relativamente incapazes no novo sistema (novo artigo 4°, III, do Código Civil). 
São também relativamente incapazes para o testamento os ébrios habituais 
(alcoólatras) e os viciados em tóxicos, nos termos do artigo 4º, II, do Código 
Civil. 
A incapacidade posterior à elaboração do testamento não o invalida. 
A capacidade para testar deve existir no momento em que o testamento é feito, 
pois a incapacidade superveniente não invalida o testamento eficaz. O 
testamento do incapaz não pode ser convalidado com a superveniência da 
capacidade. 
 
2.2 CAPACIDADE TESTAMENTÁRIA PASSIVA 
 
A capacidade testamentária passiva é a capacidade para adquirir 
por testamento. Rege-se pela regra genérica de que são capazes, todas as 
pessoas, físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, maiores ou menores, 
existentes ao tempo da morte do testador. 
Não podem ser contemplados por testamento as coisas inanimadas, 
os animais e as entidades místicas. Se o beneficiário do testamento já morreu 
(pré-morto), a cláusula é considerada caduca. 
 
 
 
 
9 
 
3. FORMAS ORDINÁRIAS DE TESTAMENTO 
 
O testamento é considerado um ato solene e prevê formas ordinárias ou 
comuns e formas especiais. Os testamentos ORDINÁRIOS são o público, o 
cerrado e o particular ou hológrafo; os ESPECIAIS são o marítimo, o 
aeronáutico e o militar, sendo que no caso destes últimos, podem ser público 
ou nuncupativo. 
Atualmente todos os tipos de testamentos podem ser redigidos 
mecanicamente em máquinas de escrever, em computador e em sistema 
braile, não havendo mais a necessidade de serem manuscritos, sendo 
obrigatório que as declarações sejam feitas na Língua Nacional. 
 
3.1 - TESTAMENTOS ORDINÁRIOS 
Essa modalidade de testamento está prevista no art. 1.862 do Código 
Civil: 
Art. 1.862. São testamentos ordinários: 
I - o público; 
II - o cerrado; 
III - o particular. 
 
Os tipos de testamentos acima mencionados podem ser usados pelas 
pessoas capazes em qualquer condição. 
 
3.2 - TESTAMENTO PÚBLICO 
 
Deve ter o seu registro em cartório através de escritura pública no livro 
de notas do tabelião, pelo notário ou substituto legal conforme o ditado ou as 
afirmações do testador e na presença de duas testemunhas idôneas que 
presenciarão o ato do início ao fim. Este é considerado a forma mais segura de 
testamento porque é feito sob fiscalização de autoridades, dificultando a 
ocorrência de erros ou falhas, é dotado de formalidades que lhe garante 
amparo legal, contudo possui uma desvantagem no que tange a transparência 
de que é adotado, pois pelo fato de serpúblico ele pode ser consultado por 
qualquer pessoa e a qualquer tempo. 
 
10 
 
Maria Helena Diniz1 , assim leciona que: “O testamento público é o 
lavrado pelo tabelião ou por seu substituto legal em livro de notas, de acordo 
com a declaração de vontade do testador, exarada verbalmente, em língua 
nacional, perante o mesmo oficial e na presença de duas testemunhas idôneas 
ou desimpedidas”. 
Ao testador cego e ao analfabeto só é permitido a forma de testamento 
público. O testador que for totalmente surdo, mas que saiba ler, ele mesmo lerá 
o testamento, ou caso não saiba, indicará alguém para ler no seu lugar, na 
presença das testemunhas. No caso do testamento do cego, este deve ser lido 
duas vezes, sendo que uma é pelo o oficial de notas e a outra por uma das 
testemunhas e no caso do analfabeto. 
Os requisitos do testamento público estão previstos no art. 1.864 CC. In 
verbis: 
Art. 1.864. São requisitos essenciais do 
testamento público: 
I - ser escrito por tabelião ou por seu substituto 
legal em seu livro de notas, de acordo com as 
declarações do testador, podendo este servir-
se de minuta, notas ou apontamentos; 
II - lavrado o instrumento, ser lido em voz alta 
pelo tabelião ao testador e a duas 
testemunhas, a um só tempo; ou pelo testador, 
se o quiser, na presença destas e do oficial; 
III - ser o instrumento, em seguida à leitura, 
assinado pelo testador, pelas testemunhas e 
pelo tabelião. 
Qualquer interessado que, apresentando o translado ou certidão da existência do 
testamento público poderá requerer judicialmente que seja determinado o seu 
cumprimento. 
 
3.3 - TESTAMENTO CERRADO 
 
O Testamento Cerrado que pode ser denominado também como secreto ou 
místico, está previsto no art. 1.868 do Código Civil: 
Art. 1.868. O testamento escrito pelo testador, 
ou por outra pessoa, a seu rogo, e por aquele 
assinado, será válido se aprovado pelo tabelião 
 
1
 DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil brasileiro - Direito de Família. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2002, v. 5, p. 
154. 
 
11 
 
ou seu substituto legal, observadas as 
seguintes formalidades: 
I - que o testador o entregue ao tabelião em 
presença de duas testemunhas; 
II - que o testador declare que aquele é o seu 
testamento e quer que seja aprovado; 
III - que o tabelião lavre, desde logo, o auto de 
aprovação, na presença de duas testemunhas, 
e o leia, em seguida, ao testador e 
testemunhas; 
IV - que o auto de aprovação seja assinado 
pelo tabelião, pelas testemunhas e pelo 
testador. 
Parágrafo único. O testamento cerrado pode 
ser escrito mecanicamente, desde que seu 
subscritor numere e autentique, com a sua 
assinatura, todas as páginas. 
 
O Testamento Cerrado é o escrito em carta sigilosa feito de próprio 
punho pelo testador ou por alguém a seu rogo desde que todas as páginas 
sejam assinadas pelo testador, tem caráter de carta sigilada, completada por 
instrumento de aprovação feito pelo tabelião, na presença de duas 
testemunhas. Trata-se de documento particular, aprovado pelo tabelião diante 
de duas testemunhas e lacrado em seguida. 
Essa modalidade testamento teve origem no direito romano, tendo sido 
criado por uma Constituição dos Imperadores Teodósio e Valentiniano III, no 
ano 439 e regulado, depois, no Código de Justiniano. Era utilizado na França, 
nas regiões de direito costumeiro. Ele foi utilizado em Portugal nas Ordenações 
Afonsinas, Manuelinas e Filipinas com a recepção do direto romano. 
O mencionado testamento é composto de dois elementos: a cédula 
testamentária e o auto de aprovação. O documento fica então guardado com 
pessoa de confiança do testador que pode ser um dos herdeiros ou um 
advogado, por exemplo. No momento daabertura da sucessão, esta pessoa 
deverá estar presente, caso contrário, o testamento perde sua validade. O 
mesmo acontece se houver algum indício de violação do lacre. 
 
 
 
 
 
12 
 
3.4 - TESTAMENTO PARTICULAR 
 
O referido testamento, que está previsto no art. 1.876 CC, também pode 
ser alcunhado de hológrafo por conta da grafia em francês, olographe, ele é 
escrito e assinado pelo testador na presença de pelo menos três testemunhas, 
dispensa o registro em cartório. No entanto, é ideal que todas estejam 
presentes no momento da sucessão, para atestarem a veracidade do conteúdo 
do testamento. Caso alguma pessoa esteja ausente por qualquer motivo, o 
testamento só será confirmado mediante autorização do juiz, que irá analisar 
sua veracidade. 
Esta forma de testamento é bastante simplificada devendo ser escrito, 
datado e assinado pelo testador, não havendo necessidade da presença de 
testemunhas, permite que seja escrito em língua estrangeira, desde que as 
testemunhas compreendam a linguagem adotada. Porém, no Código Civil, 
regula certas formalidades, solenidade e de cautelas para impedir a ocorrência 
de eventuais fraudes. 
As vantagens do testamento particular são a desnecessidade da 
presença do tabelião, uma vez que o testamento não será registrado, e a 
rapidez, facilidade e gratuidade do instrumento, já a desvantagem são 
possiblidade de extravio, substituição, alteração e destruição, em virtude de 
sua existência não haver qualquer registro em ofício público. Nessa 
modalidade de testamento existe uma maior possibilidade de fraude, outra 
desvantagem é quanto ao falecimento das testemunhas ou que não sejam 
localizados seus endereços, nessa situação o testamento não poderá ser 
cumprido. 
Os requisitos para a feitura do testamento particular são os previstos no 
art. 1.876, §§ 1° e 2º do Código Civil: 
Art. 1.876. O testamento particular pode ser 
escrito de próprio punho ou mediante processo 
mecânico. 
§ 1o Se escrito de próprio punho, são 
requisitos essenciais à sua validade seja lido e 
assinado por quem o escreveu, na presença de 
pelo menos três testemunhas, que o devem 
subscrever. 
§ 2o Se elaborado por processo mecânico, não 
pode conter rasuras ou espaços em branco, 
devendo ser assinado pelo testador, depois de 
o ter lido na presença de pelo menos três 
testemunhas, que o subscreverão. 
 
13 
 
Em situações emergenciais em iminência de risco de perder a vida, 
como por exemplo em um desastre, naufrágio, sequestro, preso numa caverna, 
dentro de avião em queda, entre outras situações, e diante da ausência de 
testemunhas disponíveis, será permitido o testamento particular 
excepcional, obrigatoriamente dever ser manuscrito ficando aceitação ou não 
a cargo do juiz. 
 
 3.5 - TESTAMENTOS ESPECIAIS 
 
Essa forma de testamento tem redação nos artigos 1.888 a 1.896 do 
Código Civil, os tipos de testamento desta modalidade são os elencados no 
artigo mencionado acima e abaixo subscritos: 
Art. 1.886. São testamentos especiais: 
I - o marítimo; 
II - o aeronáutico; 
III - o militar. 
 
Vale ressaltar que esse rol é taxativo, não sendo admitidas outras 
formas de testamentos especiais, senão as mencionadas no dispositivo legal, 
conforme prevê o art. 1.887 do CC: 
Art. 1.887. Não se admitem outros testamentos 
especiais além dos contemplados neste 
Código. 
 
Os testamentos especiais são considerados mais simples e fáceis de 
fazer do que os testamentos ordinários, pois possui menos solenidades. No 
entanto eles não são de livre opção do testador, uma vez que só pode ser feito 
se ele estiver numa situação especial. Outra característica peculiar é quanto a 
prescrição, isto é, tem um prazo de eficácia e também carecem de serem 
confirmados, enquanto que testamento ordinário pode ser celebradopor uma 
pessoa com 16 anos, e mesmo que só venha a falecer aos 90 anos, o 
documento ainda terá validade depois de passados 74 anos. 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
3.6 TESTAMENTO MARÍTIMO 
 
Essa forma de testamento tem o seu registro feito no diário de bordo e 
poderá ser feito perante o comandante da embarcação, e o referente 
instrumento deverá ser entregue pelo comandante às autoridades 
administrativas do primeiro porto nacional, para ulteriores providências para o 
seu cumprimento pelos interessados. Vale ressaltar que somente valerá se for 
feito no andamento de uma viagem e ainda que o navio não esteja atracado em 
porto que possibilite o desembarque do testador para que este o faça da forma 
ordinária. 
Esse tipo de testamento só terá validade se a morte do testador ocorrer 
durante a viagem ou nos noventa dias (art. 1.891 CC) subsequentes ao 
desembarque. Após esse prazo o testamento caducará. Não prevalecerá 
testamento marítimo se o testador estiver em um pequeno cruzeiro em uma 
viagem de turismo e se, ao tempo da elaboração do testamento, a embarcação 
encontrava-se em porto onde o mesmo pudesse desembarcar e testar 
ordinariamente. 
 
3.7 TESTAMENTO AERONÁUTICO 
 
Esse tipo de testamento pode ser feito no durante uma viagem a bordo 
de aeronave militar ou comercial, ante a pessoa designada pelo comandante, 
com procedimento equivalente do testamento marítimo. 
O testamento aeronáutico foi uma nova forma de disposição de última 
vontade incluída no ordenamento pelo Novo Código Civil idêntico ao 
testamento marítimo, segundo o que pode ser observado no artigo 1.889, 
sendo que a diferença é que a pessoa perante a qual o interessado testará, 
será alguém designado pelo comandante da aeronave. 
Atualmente, tanto o testamento marítimo quanto o aeronáutico são 
regulados pelos os arts. 1.888 a 1892 do Código Civil e ambos são redigidos e 
registrados no diário de bordo, como se o comandante fosse um tabelião 
fazendo um registro de um testamento público em sua serventia, o testamento 
deve ficar em poder do comandante da embarcação ou aeronave, que deverá, 
na primeira oportunidade entregar às autoridades administrativas do primeiro 
porto ou aeroporto que parar, conforme art. 1.892, in verbis: 
 
 
15 
 
Art. 1.890 - O testamento marítimo ou 
aeronáutico ficará sob a guarda do 
comandante, que o entregará às autoridades 
administrativas do primeiro porto ou aeroporto 
nacional, contra recibo averbado no diário de 
bordo. 
 
Assim como no testamento marítimo, o testamento aeronáutico caducará caso 
não ocorra a morte do testado durante a viagem ou nos noventa dias subsequentes ao 
desembarque em terra, com previsão legal nos artigos 1.891 e 1892 do Código Civil. 
Senão vejamos: 
Art. 1.891 Código Civil. Caducará o testamento 
marítimo, ou aeronáutico, se o testador não 
morrer na viagem, nem nos noventa dias 
subsequentes ao seu desembarque em terra, 
onde possa fazer, na forma ordinária, outro 
testamento. 
Art. 1.892. Não valerá o testamento marítimo, 
ainda que feito no curso de uma viagem, se, ao 
tempo em que se fez, o navio estava em porto 
onde o testador pudesse desembarcar e testar 
na forma ordinária. 
 
Não é justificável essa forma de testamento em vôos considerado 
normais, cabendo ao testador aguardar até o desembarque, devendo se aplicar 
a forma de testamento particular excepcional em caso de perigo iminente. 
 
3.8 TESTAMENTO MILITAR 
 
O testamento militar é permitido aos militares e demais pessoas a 
serviço das Forças Armadas em expedição, dentro do país ou fora dele, bem 
como em praça sitiada, ou quem esteja de comunicações interrompidas 
conforme prevê o art. 1.893 do Código Civil: 
Art. 1.893 – “O testamento dos militares e 
demais pessoas a serviço das Forças Armadas 
em campanha, dentro do País ou fora dele, 
assim como em praça sitiada, ou que esteja de 
comunicações interrompidas, poderá fazer-se, 
não havendo tabelião ou seu substituto legal, 
ante duas, ou três testemunhas, se o testador 
não puder, ou não souber assinar, caso em que 
assinará por ele uma delas. 
 
Essa categoria de testamento, na ausência de tabelião ou substituto 
legal, poderá ser feito na presença de duas testemunhas, e na hipótese de o 
 
16 
 
testador não puder, ou não souber assinar, diante de três, ocasião em que uma 
delas assinará por ele. O comandante da campanha ou oficial, servirá, neste 
ato de notário público. O testamento militar só deve ser usado nos casos em 
que o testador se encontre em ocasiões extraordinárias que o impossibilite de 
usar as formas originárias de testamento. 
Advém a caducidade do testamento militar se o testador estiver em 
algum lugar onde possa fazer um testamento ordinário, por um prazo certo de 
90 dias, conforme o disposto no art. 1.895 do Código Civil: 
Art. 1.895. Caduca o testamento militar, desde 
que, depois dele, o testador esteja, noventa 
dias seguidos, em lugar onde possa testar na 
forma ordinária, salvo se esse testamento 
apresentar as solenidades prescritas no 
parágrafo único do artigo antecedente. 
 
O testamento militar nuncupativo é uma forma especialíssima, só 
sendo admitido nos casos de testamento militar, quando a pessoa está 
impossibilitada de escrever, por estar em combate e ferida, conferindo a sua 
última vontade a duas testemunhas. Este tipo de testamento não terá efeito se 
o testador não morrer na guerra e se restabelecer do ferimento. 
Com relação às testemunhas testamentárias, conceitua ROBERTO 
SENSE LISBOA: Testemunhas testamentárias são os sujeitos que se fizeram 
presentes ao de testar. Elas garantem e veracidade das disposições. 
Não é permitido o testemunho do menor de 16 anos, dos portadores de 
enfermidade física ou psíquica grave, que obsta o discernimento, dos 
analfabetos, do legatário, do herdeiro instituído e seus ascendentes, 
descendentes, irmãos, tios, sobrinhos e cônjuge, assim como os parentes por 
afinidade até o 3º grau, o surdo-mudo que não sabe exprimir a sua vontade e 
do cego. 
Excluindo-se as pessoas acimas mencionadas, as quais a lei veda 
expressamente de servir de testemunhas testamentárias, todas as pessoas 
capazes podem testemunhar no ato do testamento. 
Conforme ensinamentos de MARIA HELENA DINIZ 2 - São 
instrumentárias, pois subscrevem o ato para o qual foram convocadas, 
intervindo ad probationem e ad solemnitatem, tendo um dever de fiscalização, 
assegurado a identidade do testador, a autenticidade e a liberdade da 
declaração de sua vontade e verificando se sua manifestação volitiva foi 
reproduzida com fidelidade na facção testamentária. Por isso, não podem ser 
 
2
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil brasileiro - Direito de Família. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2002, v. 5, p. 
171 
 
17 
 
incapazes de testemunhar por inaptidão de ordem física ou psíquica, por 
suspeição ou por interesse. 
 
4 DIREITO DE ACRESCER – FIDEICOMISSÁRIA 
Decorre de quando na mesma cláusula o testador deixa bens a 
pessoas em disposição conjunta, e no entanto uma dessas pessoas não quer 
ou não pode receber a herança ou legado. 
 
Art. 1.941. Quando vários herdeiros, pela mesma 
disposição testamentária, forem conjuntamente 
chamados à herança em quinhões não 
determinados, e qualquer deles não puder ou não 
quiser aceitá-la, a sua parte acrescerá à dos co-
herdeiros, salvo o direito do substituto. 
 
No entanto para algumas disposições conjuntas pode não existir o 
direito de acrescer entre os co - herdeiros, e sim o quinhão daquele 
determinado faltoso que irá beneficiaros herdeiros legítimos de forma que não 
há direito de representação na sucessão testamentária. 
O falta de ocorrência do direito de acrescer importará na 
transmissão da cota vaga do nome aos herdeiros legítimos, isto é, sempre que 
houver fato determinante para que haja rompimento da disposição 
testamentária, a porção descrita será designada aos herdeiros legítimos. 
De acordo com o art 1.944 do Código Civil, que vem confirmar a 
fundamentação citada, no que diz respeito ao parágrafo único do dispositivo 
legal, determina este que a não existência do direito de acrescer entre co- 
legatários, a quota que faltar acrescerão herdeiro ou ao legatário encarregado 
de atender o legado, ou a todos os herdeiros, na proporção do seu quinhão, se 
o legado se deduzir da herança. 
Por tanto na falta de alguém em disposição testamentária, é preciso 
interpretar o testamento para que se faça a avaliação se a cota irá para o co- 
herdeiro/colegatário, ou se irá para os herdeiros legítimos. 
 
 
 
 
 
18 
 
4.1 FIDEICOMISSO 
 
A lei concede o direito de dispor e seus bens á pessoa capaz sobre 
o ato de última vontade, entretanto devendo respeitar a legítima dos herdeiros 
necessários. Contudo não é o bastante apenas a concessão de tal direito, o 
legislador concedeu ao testador, alémde instituir herdeiro ou legatário, a 
indicação de substituto. 
De acordo com o código civil o Fideicomisso é uma espécie de 
substituição testamentária onde o testador institui herdeiros na abertura da 
sucessão. Provavelmente fazendo-se presente a manifestação de último 
desejo do fideicomitente que fundamentado na confiança iráabrir espaço, na 
disposição testamentária chamando o fiduciário para que transmita a 
propriedade dos bensao fideicomissário, onde receberá após a morte do 
fiduciário ou após o decurso de certo tempo ou ainda por determinada condição 
estabelecida no testamento. 
 
Art. 1.953. O fiduciário tem a propriedade da herança ou 
legado, mas restrita e resolúvel. 
Parágrafo único. O fiduciário é obrigado a proceder ao 
inventário dos bens gravados, e a prestar caução de 
restituí-los se o exigir o fideicomissário. 
 
Para existir a substituição denominada de fideicomisso é necessário a 
presença de três elementos essenciais. O fideicomitente, ou seja o próprio 
testador, que por manifestação de sua vontade estabelece através de 
testamento, o fideicomisso, o fiduciário este ao qual irá ficar com a guarda da 
propriedade resolúvel dos bens, o fideicomissário será o ultimo a receber os 
bens fideicometidos. 
 
4.2 CARACTERÍSTICAS DO FIDEICOMISSO 
 
O código de 1916 garantia ampla liberdade para nomeação do fideicomissário, 
onde poderia ser os nascituros ou filhos eventuais, o que atualmente não é 
permitido pelo código civil de 2002 em seu artigo 1.952. 
Para Caio Mário, o Fideicomisso consiste na ¨ Instituição de herdeiro ou 
legatário com o encargo de transmitir os bens a uma outra pessoa a certo 
 
19 
 
tempo, por morte, ou sobre condição preestabelecida ( instituições de direito 
civil- Forense- vol. VI, pág. 146). 
Logo o fideicomisso só irá até o segundo grau, não havendo a possibilidade de 
instituir outro substituto, após o fideicomissário. 
 
4.3 DUPLA – VOCAÇÃO 
 
Duas exigências ao mesmo tempo para pessoas diferentes que 
receberão a herança ou legado, uma após a outra. 
 
4.4 ORDEM SUCESSIVA 
 
Um beneficiário só será chamado após o outro, seus direitos serão 
simultâneos. 
 
4.5 ÔNUS DE CONSERVAR PARA RESTITUIR 
 
Baseado na fé e confiança, o fiduciário terá que conservar o bem que recebeu, 
tendo o dever de zelar. 
 
4.6 CAPACIDADE PASSIVA DO FIDEICOMISSO 
 
A Análise será feita no momento da abertura da sucessão, a capacidade do 
fideicomisso será no momento da substituição. 
 
4.7 EVENTUALIDADE DA VOCAÇÃO DO FIDEICOMISSO 
 
O fiduciário e portador do direito, enquanto não acontecer à substituição, trata-
se de um direito meramente eventual sobre o bem fideicometido. No entanto a 
falta de um desses requisitos irá descaracterizar a substituição testamentária 
fideicomisso. 
 
20 
 
5. INVENTÁRIO / PARTILHA 
 
No meio jurídico, há quem ainda confunda os termos inventário e 
partilha, sendo essencial elencar os pontos de cada procedimento: 
 Inventário: Procedimento/ momento processual, no qual os 
herdeiros, credor ou interessado informará os bens e dívidas 
que serão herdados. 
Ao término da apuração de todo o patrimônio, apurado os 
créditos e dívidas, contabilizadas todas as pendências, e, 
havendo saldo positivo, ocorrerá a partilha. 
 Partilha: Procedimento para a divisão do acervo hereditário, 
sendo na verdade parte do inventário, ressaltando que a 
partilha possui caráter declaratório de direitos e não 
constitutivos. 
 
Obs¹: Um aspecto relevante a ser destacado é que, apesar 
da partilha fazer parte do inventário, poderá ou não ser 
realizada nos mesmo autos do inventário, cabendo à partilha 
posterior. 
 
5.1 DISPOSIÇÕES DO TEMA 
 
O livro V, do código civil, onde trata do direito das sucessões, é dividido em 
quatro títulos, sendo o último deles, destacando-se o do “Inventário e da 
Partilha” bem como, no Código do Processo Civil, nos procedimentos 
especiais. 
O título IV, por sua vez, é divido em capítulos, sendo o primeiro 
deles, “Do Inventário”, já a partilha será tratada no Capítulo V do mesmo 
título. Com a abertura da sucessão, transmite-se a herança aos herdeiros 
legítimos os testamentários, no entanto, com a abertura do inventário, o 
espólio ficará sob a administração do inventariante, que terá esse cargo, 
obedecendo a uma ordem legal, sendo esse responsável pelas perdas e 
 
21 
 
danos patrimoniais, os bens eventualmente venham a sofrer, para tanto, o 
compromisso do inventariante começa a partir da assinatura do termo de 
compromisso, até a homologação da partilha. 
O Novo Código do Processo Civil, tratando-se dos procedimentos 
especiais, no artigo 617, traz a baila, uma ordem lógica da nomeação do 
inventariante, In Verbis. 
Artigo 617 Código do Processo Civil 
O juiz nomeará inventariante na seguinte ordem: 
 
I - o cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde que 
estivesse convivendo com o outro ao tempo da morte 
deste; 
II - o herdeiro que se achar na posse e na administração 
do espólio, se não houver cônjuge ou companheiro 
sobrevivente ou se estes não puderem ser nomeados; 
III - qualquer herdeiro, quando nenhum deles estiver na 
posse e na administração do espólio; 
IV - o herdeiro menor, por seu representante legal; 
V - o testamenteiro, se lhe tiver sido confiada a 
administração do espólio ou se toda a herança estiver 
distribuída em legados; 
VI - o cessionário do herdeiro ou do legatário; 
VII - o inventariante judicial, se houver; 
VIII - pessoa estranha idônea, quando não houver 
inventariante judicial. 
 
Parágrafo único. O inventariante, intimado da 
nomeação, prestará, dentro de 5 (cinco) dias, o 
compromisso de bem e fielmente desempenhar a 
função. 
 
Posto isso, conclui-se que, caso o Juiz não indique o inventariante 
de acordo com a vontade das partes, será respeitada a ordem do artigo 
vislumbrado acima. 
À luz do Novo Código Processual Civil Brasileiro, em seu artigo 618, 
traz as disposições que o nomeado a inventariante deverá tomar, 
eis: 
 
 
22 
 
Art. 618. 
Incumbe ao inventariante: 
I - representar o espólio ativa e passivamente, em juízo 
ou fora dele, observando-se, quanto ao dativo, o 
disposto no art. 75, § 1º; 
II - administrar o espólio, velando-lhe os bens com a 
mesma diligência que teria se seus fossem;III - prestar as primeiras e as últimas declarações 
pessoalmente ou por procurador com poderes especiais; 
IV - exibir em cartório, a qualquer tempo, para exame 
das partes, os documentos relativos ao espólio; 
V - juntar aos autos certidão do testamento, se houver; 
VI - trazer à colação os bens recebidos pelo herdeiro 
ausente, renunciante ou excluído; 
VII - prestar contas de sua gestão ao deixar o cargo ou 
sempre que o juiz lhe determinar; 
VIII - requerer a declaração de insolvência. 
 
Como se pode notar, a responsabilidade de um inventariante em um 
processo é um importante como se ratifica, no artigo 619 do NCPC: 
Art. 619. 
Incumbe ainda ao inventariante, ouvidos os interessados 
e com autorização do juiz: 
I - alienar bens de qualquer espécie; 
II - transigir em juízo ou fora dele; 
III - pagar dívidas do espólio; 
IV - fazer as despesas necessárias para a conservação e 
o melhoramento dos bens do espólio. 
 
Muito importante mencionar, que caso o inventariante, não cumpra certos 
preceitos, postos no artigo 622 NCPC, será removido do seu encargo de 
inventariante: 
Art. 622. O inventariante será removido de ofício ou a 
requerimento: 
I - se não prestar, no prazo legal, as primeiras ou as 
últimas declarações; 
II - se não der ao inventário andamento regular, se 
suscitar dúvidas infundadas ou se praticar atos 
meramente protelatórios; 
 
23 
 
III - se, por culpa sua, bens do espólio se deteriorarem, 
forem dilapidados ou sofrerem dano; 
IV - se não defender o espólio nas ações em que for 
citado, se deixar de cobrar dívidas ativas ou se não 
promover as medidas necessárias para evitar o 
perecimento de direitos; 
V - se não prestar contas ou se as que prestar não forem 
julgadas boas; 
VI - se sonegar, ocultar ou desviar bens do espólio. 
 
Obs²: Apesar de ser o inventariante, responsável por todas as atividades, 
elencadas acima, os herdeiros e sucessores na sua totalidade, serão 
autores e réus nas ações em que o espóliofor parte, pois poderá ocorrer 
prejuízo ou acréscimo patrimonial, sendo, portanto, de interesse destes. 
Entretanto, caso seja preciso à realização de benfeitorias necessárias, 
terá direito a receber o que gastou, devendo ser o valor descontado do 
espólio. 
Obs³:Após a assinatura do termo de compromisso, terá o inventariante, 
20 dias para apresentar as primeiras declarações, tendo o inventário 
assim como a partilha, devem ser requerido no prazo de sessenta dias, 
contados da abertura da sucessão. A legislação prevê prazos, para esse 
procedimento, de início e de termino, que será de doze meses, mas 
poderá ser prorrogado a pedido. Caso haja a perda do prazo, poderá ser 
aplicada multa, sobre o imposto devido à transmissão causa mortis, mas 
se o atraso pelo o término ou inicio do processo não foi por culpa, não 
será punida com a multa, trata-se de um entendimento consolidado pelo 
Supremo Tribunal Federal na Súmula 542, eis: 
 
Não é inconstitucional a multa instituída pelo 
Estado-membro, como sanção pelo 
retardamento do início ou da ultimação do 
inventário. 
 
O foro competente para o inventário será do domicilio do autor da 
herança, se não houver um definido, será competente onde se encontram 
os bens a serem inventariados, não obstante, não havendo domicilio certo e 
existência de bens em mais de um foro, será competente para processar o 
inventário, o local do óbito. 
5.2 INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL OU ADMINITRATIVO 
 
Assim como ocorre com o divórcio, as partes poderão realizar 
inventário e partilha por meio de uma Escritura Pública, desde não exista 
 
24 
 
herdeiros menores ou incapazes, se ocorrer de forma consensual e se 
estiverem assistidos por um advogado. 
 Esse procedimento, sé será possível, se houver total concordância 
entre as partes, sendo obrigatoriamente judicial, quando houver divergência 
entre herdeiros ou se algum deles for incapaz. Isso se justifica pelo o conflito 
de interesses que necessita ser dirimido por quem não faz parte da 
demanda e, no caso da incapacidade, para que ao seu detentor não 
sobrevenha lesão. 
 
5.3 INVENTÁRIO NEGATIVO 
 
Aquele que é instaurado para se obter o reconhecimento judicial de 
inexistência de bensdo falecido a serem partilhados. 
 Esse instituto, tem como objetivo, de evitar confusão, caso o viúvo 
ou viúva, queira contrair novas nupciais ou quando tiver que provar que os 
encargos deixados pelo o autor da herança, ultrapassam o valor desta, 
concluindo, essa disposição de tema, este instituto também servirá para 
que o herdeiro não corra o risco de pagar uma dívida que não é sua. 
 
5.4 PARTILHA 
 
Segundo Venosa, 
Terminado o inventário ou arrolamento, quando 
já existe o quadro completo do monte, acervo ou 
patrimônio sucessório, seguir-se-á a partilha, isto 
é, a divisão dos bens entre os herdeiros e 
legatários e a separação da meação do cônjuge 
ou direitos do companheiro se for o caso” 
(2011,p.395). 
 
Desta forma, verifica-se que a partilha será um procedimento posterior ao 
inventário, podendo ocorrer de forma judicial ou extrajudicial, sendo nela 
definida a parte ou quinhão de cada um dos herdeiros, após descontadas as 
dívidas e despesas do de cujus. 
 
 
25 
 
Obs¹:Se não houver consenso entre as partes, o juiz designar os bens 
que comporão cada quinhão, se necessário, será nomeado um partido, 
que procederá a divisão, nos termos da decisão judicial, o que versa o 
artigo 653 do NCPC: 
Art. 653 A partilha constará: 
I – de auto de orçamento, que mencionará: 
a) os nomes do autor da herança, do inventariante, do 
cônjuge ou companheiro supérstite, dos herdeiros, 
dos legatários e dos credores admitidos; 
b) o ativo, o passivo e o líquido partível, com as 
necessárias especificações; 
c) o valor de cada quinhão; 
II – de folha de pagamento para cada parte, 
declarando a quota a pagar-lhe, a razão do 
pagamento e a relação dos bens que lhe compõem o 
quinhão, as características que os individualizam e os 
ônus que os gravam. 
Parágrafo único. O auto e cada uma das folhas 
serão assinados pelo juiz e pelo escrivão. 
Após, da delimitação das cotas, será emitido o formal de partilha. 
Será possível, ingressar com ação de anulação de partilhaamigável,no 
prazo decadencial de um ano, nos casos em que houver dolo, coação, 
erro essencial, ou intervenção de incapaz, nos termos dos artigos 657 e 
966 do CPC, in verbis: 
Art. 657 CPC 
A partilha amigável, lavrada em instrumento público, 
reduzida a termo nos autos do inventário ou 
constante de escrito particular homologado pelo juiz, 
pode ser anulada por dolo, coação, erro essencial ou 
intervenção de incapaz, observado o disposto no § 4º 
do art. 966. 
 
26 
 
Parágrafo único. O direito à anulação de partilha 
amigável extingue-se em 1 (um) ano, contado esse 
prazo: 
I - no caso de coação, do dia em que ela cessou; 
II - no caso de erro ou dolo, do dia em que se realizou 
o ato; 
III - quanto ao incapaz, do dia em que cessar a 
incapacidade. 
Art. 966 (...) § 4º Os atos de disposição de direitos, 
praticados pelas partes ou por outros participantes do 
processo e homologados pelo juízo, bem como os 
atos homologatórios praticados no curso da 
execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da 
lei. 
5.5 SOBREPARTILHA 
Nos casos em que exista patrimônio não partilhado, sendo esse 
justificadamente apresentado, será realizada uma nova partilha, ou 
sobrepartilha destes bens do espólio, nos mesmos moldes do inventário já 
concluído, segundo o artigo 669 NCPC, in verbis: 
Art. 669. 
São sujeitos à sobrepartilha os bens: 
I - sonegados; 
II - da herança descobertos após a partilha; 
III- litigiosos, assim como os de liquidação difícil ou 
morosa; 
IV - situados em lugar remoto da sede do juízo onde 
se processa o inventário. 
Parágrafo único. Os bens mencionados nos incisos 
III e IV serão reservados à sobrepartilha sob a guarda 
e a administração do mesmo ou de diverso 
inventariante, a consentimento da maioria dos 
herdeiros. 
 
27 
 
 
6. HISTÓRICO DA COLAÇÃO 
 
Colação (rapport, dos franceses, Collazione, dos italianos, colación, dos 
espanhóis, ausgleichung, dos alemães) é o ato de reunir ao monte partível, 
qualquer liberalidade recebida do de cujus, pelo herdeiro descendente, antes 
da abertura da sucessão. O vocábulo teve origem em Roma. Provem do termo 
latino- collatio, oriundo por sua vez do supino – collatum, do verbo conferre, o 
qual significa em português, conferir, ajuntar, reunir, trazer juntamente. 
Este é o motivo pelo qual se empregam de modo equivalente as 
expressões trazer à colação e conferir. Para o direito sucessório não há 
diferença entre colação e conferência. 
O instituto em apreço, desde a sua origem, na antiga Roma, sempre 
teve a mesma finalidade, qual seja, estabelecer a igualdade entre os 
sucessores. No direito patriarcal na Roma antiga, o filho emancipado tornava-
se paterfamilias, desligando-se completamente da sua família de origem. Assim 
sendo, este perdia os eventuais direitos que tinha sobre os bens de seus 
ascendentes, inclusive os direitos oriundos da sucessão causa mortis. 
A partir do direito pretoriano houve uma evolução no direito civil, o 
qual passou a chamar tanto os filhos in potestate pátria quanto os filhos 
emancipados, conjuntamente, à bonorumpossessioab intestato e 
àbonorumpossessio contra tabulas. 
Os filhos emancipados desde cedo, iniciavam a formação de 
patrimônios próprios, eles trabalhavam para si mesmos. De outro vértice, os 
 
28 
 
demais filhos que não eram emancipados, trabalhavam em comum, para 
aumentar a fortuna do pai. 
Diante disto, quando o pai falecia era uma injustiça enorme, pois os 
filhos emancipados também iriam participar da divisão dos bens do pai, que 
eram frutos das atividades que dos irmãos que se encontravam sob o pátrio 
poder. 
Com a finalidade de acabar cm tal injustiça, o pretor, através de 
edito, determinou que o filho emancipado devesse conferir todos os bens que 
tivesse adquirido desde a sua emancipação até a morte do pater, sempre que 
concorresse à herança com outros herdeiros não emancipados. Surge, então, a 
collatiobonorumveiemancipati. 
Posteriormente, o poder de colação foi estendida à filha, no que se 
refere ao dote havido do pater; era a chamada collatiodotis. A filha casada que 
se encontrava sujeita ao pátrio poder do falecido pai, e não do marido, recebia 
um dote, que se tornava propriedade deste. Com a dissolução do casamento, a 
mulher, em certas condições, podia exigir do ex-marido a restituição do dote. 
Conforme será analisado doravante, a lei brasileira não impõe o 
dever de conferência a todos os herdeiros necessários, mas, apenas, aos 
descendentes em linha reta e o cônjuge ou companheiro sobrevivente. 
 
 
 
 
29 
 
 6.1 FUNDAMENTOS 
Com a finalidade de justificar de justificar a exigência da colação, a 
doutrina elenca diversos fundamentos. Desde o início, deixamos claro que de 
todas as teorias expostas abaixo, as que melhor servem ao direito pátrio são a 
da igualdade entre os descendentes e a da antecipação da herança. 
6.2 VONTADE PRESUMIDA DO ASCENDENTE 
O primeiro fundamento que a doutrina utiliza para justificar a 
exigência da colação é a vontade presumida de que o ascendente tratava de 
igual afeto todos seus descendentes. Por esta razão, deve-se manter igualadas 
as partes legitimas dos herdeiros necessários. 
O ascendente permite que o seu herdeiro necessário desfrute do 
bem que só receberia quando abrisse a sucessão paterna, isto é, há a 
antecipação do gozo, mas jamais do domínio do bem em favor do herdeiro 
beneficiado. Por este motivo, faz-se imperativo que o herdeiro donatário 
colacione o bem quando abrir a sucessão do ascendente doador. 
Orlando Gomes sacramenta que “a teoria da vontade presumida 
deve ser rejeitada, não somente por se atritar com a disciplina legal do instituto, 
como, também, por defeito técnico. Choca-se, realmente, com a norma que 
faculta ao ascendente dispensar a colação. Tecnicamente, as regras que 
estabelecem presunção criam, como hipótese, direitos substantivos nem 
constituem obrigações, limitando-se a impor ao juiz o dever de considerar 
provado determinado fato jurídico. Da vontade presumida do ascendente não 
poderia nascer à obrigação de conferir, constituída por lei supletiva.” 
 
 
30 
 
6.3 A COMPROPRIEDADE FAMILIAR 
O segundo fundamento apresentado pela doutrina minoritária para 
justificar a exigência de colação é a compropriedade familiar. 
Para os defensores deste fundamento, os descendentes teriam a 
compropriedade dos bens que o ascendentes possuía em vida. Sendo assim, 
se um dos descendentes fosse agraciado por uma doação feita em vida pelo 
ascendente, ele deveria colacionar o bem recebido, pois, na verdade, este bem 
é de compropriedade de todos os ascendentes. 
Tal teoria é criticada por vários doutrinadores e juristas, tendo em 
vista que os herdeiros necessários, enquanto viver o ascendente, possuem 
uma expectativa de direito de receber herança deste. De forma alguma, 
podemos afirmar que esta expectativa de direito converte-se em 
compropriedade. O patrimônio do ascendente é dele enquanto viver, e cabe ao 
mesmo à liberdade de sobre ele dispor, é claro, respeitando as limitações 
impostas pelos artigos 548 e 549 do Código Civil. 
 In verbis 
Art. 548: É nula a doação de todos os 
bens sem reserva da parte, ou renda 
suficiente para a subsistência do doador. 
 
Art. 549: Nula é também a doação quanto 
à parte que exceder à de que o doador, 
no momento da liberalidade poderia 
dispor em testamento. 
 
 
31 
 
6.4 INTERESSE SUPERIOR DA FAMÍLIA 
Inaceitável, também, fundamentar a obrigatoriedade de colação sob 
o argumento do interesse superior da família. Este fundamento é deveras 
genérico, abstrato, não serve de alicerce para sustentar a necessidade de 
conferir doações feitas pelo ascendente em favor de herdeiro necessário. 
6.5 A IGUALDADE ENTRE OS DESCENDENTES 
Ao contrário dos três fundamentos supracitados, a teoria da 
igualdade entre descendentes ou igualdade entre legítimas foi um dos nortes 
que inspiraram o legislador na regulamentação do instituto da colação. 
O emitente professor Carlos Roberto Gonçalves afirma que a 
doutrina contemporânea sustenta que desde a sua origem, no direito romano, a 
colação assenta o seu fundamento jurídico no princípio da equidade das 
legítimas.Os descendentes e o cônjuge sobrevivente são herdeiros necessários 
do de cujus, nesta qualidade, possuem, de direito, e em frações iguais, a 
metade dos bens deste. Quando um ascendente beneficia, em vida, um 
descendente ou cônjuge sobrevivente com uma doação ou qualquer outra 
liberalidade, está quebrando com aquela condição de igualdade e desfalcando 
o monte em detrimento dos demais. 
6.6 ADIANTAMENTO DE LEGÍTIMA 
A forma de impor obediência ao princípio da igualde entre os 
descendentes é considerando as liberalidades feitas pelo ascendente doador, 
em vida, beneficiando herdeiro necessário, como adiantamento de legítima 
(CC, art. 544). 
 
32 
 
Neste sentido afirma Arnaldo Rizzardo: “Todo ato de liberalidade, 
inclusive doação, feito a descendente e/ou herdeiro necessário nada mais é 
que adiantamento de legítima, impondo, portanto, o dever de trazer à colação,sendo irrelevante a condição dos demais herdeiros.” 
Pode-se afirmar, portanto, que a doutrina contemporânea considera 
ter a colação como escopo a equidade e a igualdades das legítimas, fundando-
se na vontade presumida do finado. Comprova-se a veracidade dessa 
concepção o fato de o doador necessitar, se desejar realmente gratificar o 
donatário, colocando-o em posição vantajosa em relação aos demais 
descendentes, declarar expressamente essa intenção, dispensando da colação 
o beneficiários como prevê o art. 2.005, caput, do Código Civil. Neste caso, a 
doação que antes seria destacada da parte legítima passa a ser destacada da 
parte disponível. 
6.7 NATUREZA JURÍDICA DA COLAÇÃO 
Primeiramente, cumpre salientar que não é pacifico o entendimento 
doutrinário acerca da natureza jurídica da colação. 
Parte da doutrina entende que a natureza jurídica da colação funda-
se na vontade presumida do ascendente doador. Conforme dito anteriormente, 
há muita divergência entre os doutrinadores sob tal fundamento. 
Prevalece entre os doutrinadores a opinião de que a natureza 
jurídica da colação funda-se na obrigação imposta legalmente ao herdeiro 
necessário de restituir ao monte-partível as liberalidades que recebeu do 
ascendente doador quando este ainda era vivo. Diante disto, chega-se ao 
 
33 
 
objetivo principal deste instituto, qual seja, a igualdade das legítimas dos 
descendentes, segundo preceitua o artigo 2.003, do Código Civil. 
6.8 PRESSUPOSTOS DA COLAÇÃO 
No direito brasileiro a colação possui três pressupostos: (I) A colação 
é cabível apenas na sucessão legítima; (II) Existência de co-herdeiros 
necessários, descendentes; (III) A ocorrência de uma liberalidade feita em vida, 
pelo ascendente, em favor de descendente ou do cônjuge sobrevivente. 
 
6.9 A COLAÇÃO É CABÍBEL APENAS NA SUCESSÃO LEGÍTIMA 
Como primeiros pressupostos, podemos citar que a colação cabe 
apenas nos casos de sucessão legítima. Não há colação na sucessão 
testamentária porque, como o objetivo da colação é igualar a legítima dos 
descendentes e estando esta fora do poder de disposição do testador, é na 
sucessão legítima que se há de colacionar ou conferir a liberalidade dos 
ascendentes. Havendo apenas herdeiros testamentários, ou legados, ninguém 
poderá reclamar que se considere, para o monte da parte disponível, aquilo 
que foi objeto de doação. 
 
 
 
 
 
34 
 
6.10 EXISTÊNCIA DE CO-HERDEIROS NECESSÁRIOS, 
DESCENDENTES 
Além disto, para que seja obrigatória a colação, é necessária a 
existência de co-herdeiros necessários, descendentes. Se houver apenas um 
descendente, não se pode falar em colação, já que não há que se estabelecer 
qualquer igualdade. Também não há colação quando os legitimários são 
apenas ascendentes. 
6.11 A OCORRÊNCIA DE UMA LIBERALIDADE FEITA EM VIDA, PELO 
ASCENDENTE EM FAVOR DE DESCENDENTE OU DO CÔNJUGE 
SOBREVIVENTE 
Por fim, tem-se como último pressuposto da colação, a ocorrência 
de uma liberalidade feita em vida, pelo ascendente, em favor de descendente 
ou do cônjuge sobrevivente. As liberalidades ou doações devem ser entendidas 
em sentido amplo, de forma que abranja todas as liberalidades com que o de 
cujus tenha, direta ou indiretamente, gratificado o herdeiro. Assim, as quantias 
com que o pai solveu, gratuitamente, as dividas do filho devem ser computadas 
também na sua legítima. 
6.12 DEVER DE COLAÇÃO 
Colação é o dever imposto aos descendentes e ao cônjuge de 
levarem à herança os valores das doações que receberam do de cujus, em 
vida deste, para que possam compor o valor total da legítima dos herdeiros 
necessários. Tem por fito a equalização das partes de todos os herdeiros 
necessários sucessíveis, em relação ao valor da legítima. 
 
35 
 
Conforme disposto no artigo 1.992 do Código Civil: 
Art.1.992. O herdeiro que sonegar bens da 
herança, não os descrevendo no inventário 
quando estejam em seu poder, ou, com o 
seu conhecimento, no de outrem, ou que 
os omitir na colação, a que os deva levar, 
ou que deixar de restituí-los, perderá o 
direito que sobre eles lhe cabia. 
 
O dever de trazer o bem doado à colação é do herdeiro necessário 
que recebeu a doação, o descumprimento do dever de colação tem como 
consequência a pena de sonegação, explicitamente referida no Código Civil de 
2002. “A colação é figura típica da sucessão legítima, até, melhor dizendo, da 
sucessão necessária ou legítima, pois tem o objetivo de igualar os quinhões 
dos herdeiros necessários.” 
Ressalta-se que o cônjuge também tem esse dever de colacionar, se 
concorrer na herança com o descendente. 
 Os valores das doações são deduzidos da parte que cada um teria 
a receber, em relação ao montante da legítima. 
Exemplificando: se são três os filhos do de cujus e um deles recebeu 
doação em vida no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) sendo o valor total da 
parte legítima de R$ 7.000,00 (sete mil reais) soma-se este àquele, resultando 
em R$ 9.000,00 (nove mil reais); cabe a cada filho o valor de R$ 3.000,00 (três 
 
36 
 
mil reais) devendo receber o donatário apenas o acréscimo de R$ 1.000,00 
(um mil reais). 
É necessário ser arrolado todo e qualquer bem doado, não 
importando a data ou valor ou se o herdeiro necessário ainda figura ou não 
como proprietário. Se o bem passou pelo patrimônio do herdeiro, pressupõe-se 
que houve fruição com sua utilização. 
O dever é o mesmo a quem renuncia à herança ou é excluído da 
sucessão, sendo que estes também devem trazer à colação os bens que 
receberam como doação quando o falecido ainda vivia. 
O que exceder à quota do herdeiro necessário, beneficiário da 
doação, terá de ser reduzido. 
 Por isso é que a solução da lei é considerar a doação a herdeiro 
necessário como adiantamento da legítima, sendo a colação o meio que 
permite a verificação se o valor da liberalidade não ultrapassou a sua quota da 
legítima e também a integração desse valor nessa quota. A colação permite 
discriminar o que foi e o que não foi adiantamento da legítima. 
6.13 DOAÇÃO ENTRE HERDEIROS NECESSÁRIOS 
De acordo com o Código Civil vigente, o artigo 2.002° dispõe: 
Art. 2.002. Os descendentes que concorrerem 
à sucessão do ascendente comum são 
obrigados, para igualar as legítimas, a conferir 
o valor das doações que dele em vida 
receberam, sob pena de sonegação. 
 
37 
 
Parágrafo único. Para cálculo da legítima, o 
valor dos bens conferidos será computado na 
parte indisponível, sem aumentar a disponível. 
Portanto, tornou claro que o que vai à colação é o valor da doação. 
Não é objeto da colação a doação em si ou o bem doado. A obrigação de 
trazer bens à colação é dos herdeiros legítimos, não se aplicando aos 
herdeiros facultativos, aos herdeiros testamentários e aos legatários. 
Com a leitura do artigo supratranscrito, depreende-se que o dever de 
levar bens à colação se aplica, em suma, aos descendentes. Entretanto, 
importante frisar que tal dever também se estende ao cônjuge sobrevivente, 
que, com o advento do Código Civil de 2002, foi qualificado como herdeiro 
necessário privilegiado, capaz de concorrer com o descendente nas hipóteses 
elencadas no inciso I do artigo 1829 do referido diploma legal. Note-se, 
inclusive, que o artigo 2.003 do Código Civil confirma essa assertiva: 
 
"Art. 2.003. A colação tem por fim igualar, na 
proporção estabelecida neste Código, as 
legítimas dos descendentes e do cônjuge 
sobrevivente, obrigando também os donatários 
que, ao tempo do falecimento do doador, já não 
possuírem os bens doados". 
 
 
38 
 
Os ascendentes são herdeiros necessários, mas não foram citados 
na obrigatoriedadede trazer bens à colação. Tendo em vista que se trata de 
ônus imposto ao herdeiro, não se pode utilizar de analogia para restringir 
direitos. Nesse sentido é o magistério de Zeno Veloso: 
"Se a colação toma por base de que o doador quer apenas adiantar 
(antecipar) a herança do herdeiro, e não colocá-lo em situação mais vantajosa 
que a dos outros, não é razoável imaginar que o descendente que doa algo ao 
pai ou à mãe tenha em mente adiantar a herança dos genitores, pois o normal 
é que os pais morram antes do filho". 
Por esse motivo, os ascendentes não são elencados como 
obrigados à colação. 
Se o herdeiro necessário que recebeu a doação morrer antes do "de 
cujus", dar-se-á o chamado direito de representação, sendo os herdeiros do 
donatário a obrigação de trazer à colação quando comparecerem em 
substituição ao pré-morto na abertura da sucessão do "de cujus". 
Cabe aqui citar Maria Berenice Dias: 
"Os netos precisam trazer à colação os bens recebidos 
pelo seu genitor, quando comparecem à sucessão do avô 
por direito de representação. Quando a doação é feita 
pelo avô ao neto, não há dever de colação, ainda que por 
ocasião de abertura da sucessão forem os netos os 
únicos herdeiros. Do mesmo modo, o pai não tem que 
colacionar o bem doado pelo seu pai ao seu filho". 
 
39 
 
Nesse aspecto há uma grande crítica trazida pela doutrina, pois 
ainda que os que representem o pré-morto jamais tenham auferido qualquer 
tipo de ganho com a doação recebida, serão responsáveis pela restituição. 
O momento da verificação da qualidade do herdeiro como 
necessário ou não é o da doação e não da abertura da sucessão. Assim, se no 
momento da doação o donatário não possuía a qualidade de herdeiro 
necessário, não será, portanto, obrigado a trazer a doação à colação – ainda 
que no momento da abertura torne-se herdeiro necessário. 
Para ilustrar, pode-se citar doação feita por avô ao seu neto 
enquanto seu filho ainda estava vivo. No momento da doação o neto não 
figurava como herdeiro necessário, porém no momento do falecimento de seu 
avô seu pai já era pré-morto, tornando-se, assim, herdeiro necessário. A 
doação auferida anteriormente não será objeto de colação. 
Outra observação importante é acerca do surgimento de novos 
herdeiros, situação comum atualmente com o número de divórcios e 
surgimento de novas famílias em paralelo à anterior. O nascimento de novo 
herdeiro após ser feita a doação não exime o donatário, se herdeiro 
necessário, de trazer o bem à colação. 
As doações aos futuros herdeiros são permitidas; o que não se 
permite é o excesso do valor correspondente às legítimas dos herdeiros 
necessários. Denomina-se doação inoficiosa a que excede esse limite, o que 
conduz à nulidade do excedente. 
Como previam as Ordenações Filipinas o fundamento é o de evitar-
se “enganos e demandas” entre ascendentes e descendentes. 
 
40 
 
 Teixeira de Freitas, em nota ao art. 1.206 da sua Consolidação das 
Leis Civis, disse, em lição atual, que a obrigação de trazer à colação, “não 
depende de nenhuma declaração do ascendente doador”, positiva ou negativa 
. O doador não pode fazer declaração em contrário, que afaste a 
incidência da colação, em qualquer circunstância, salvo sua dispensa, dentro 
dos limites legais. 
6. 14 DOAÇÃO ENTRE CÔNJUGES E ENTRE COMPANHEIROS 
Incluiu-se na incidência do adiantamento da legítima a doação entre 
cônjuges, apesar da omissão do art. 2002, pois este deve ser interpretado 
sistematicamente com o art. 544, que alude expressamente ao cônjuge, porque 
um está relacionado ao outro. A doação, nessa hipótese, depende do regime 
matrimonial de bens, para que sejam identificáveis os bens particulares ou fora 
da comunhão, que podem ser individualmente disponíveis. 
 Apenas considera-se adiantamento da legítima se o cônjuge 
estiver na ordem da vocação hereditária, quando da abertura da sucessão, isto 
é, se não houver descendentes ou descendentes do outro cônjuge. Todavia, 
considerar-se-á adiantamento quando concorrer com os descendentes ou 
ascendentes, porque investe-se em peculiar posição de herdeiro necessário. 
Em relação aos ascendentes, só há colação se o cônjuge sobrevivente tiver 
recebido bens em doação do outro e concorrer com os ascendentes. 
O Código Civil não se refere ao companheiro em união estável, entre 
os que estão obrigados à colação. Todavia, o princípio da igualdade impõe 
tratamento idêntico ao do cônjuge. O companheiro é herdeiro necessário, tanto 
sobre o ponto de vista da constitucionalidade do art. 1.790 do Código Civil, 
 
41 
 
quanto o de sua inconstitucionalidade, como sustentamos. Herdeiro por 
sucessão concorrente quer pela aplicação do art. 1.790, quer pela aplicação 
analógica do art. 1.829, em seu lugar, é espécie do gênero herdeiro 
necessário. Sendo assim, qualquer doação que o outro companheiro lhe faça é 
adiantamento da legítima e, consequentemente, dever de colação. 
6.15 DOAÇÕES EXCLUÍDAS DA COLAÇÃO 
As doações remuneratórias como recompensa de serviços feitos ao 
ascendente-doador não importam adiantamento, estando excluídas do dever 
de colação. 
 Exemplifique-se com a doação feita pelo pai a um filho, por 
determinados trabalhos que este realizou em favor daquele, sem nada cobrar. 
Além da doação pura, onde a liberalidade é integral sem qualquer restrição, o 
Código Civil admite outros tipos, nos quais a liberalidade é contida (doação 
meritória, doação remuneratória, doação com encargo ou modal), mas seu art. 
2.011 apenas alude às doações remuneratórias, como as não sujeitas a 
colação. 
A doação remuneratória conjuga liberalidade e remuneração por 
serviços prestados pelo donatário ao doador. Tem o propósito de recompensar 
serviços gratuitos recebidos. 
A doação remuneratória não se confunde com adimplemento de 
obrigação nem com dação em pagamento, que é a substituição da coisa devida 
por outra. O pagamento ou adimplemento de obrigação é incompatível com a 
causa donandi; em outras palavras, se há negócio jurídico, não se pode solver 
a obrigação mediante doação. Se, na doação remuneratória houver excesso da 
 
42 
 
remuneração, em relação aos serviços, que ponha em dúvida o elemento de 
gratidão e generosidade que caracteriza essa doação, o excesso deve ir à 
colação, pois é doação dissimulada. 
Também não estão sujeitos à colação os gastos na educação, 
vestuário, sustento do descendente menor, as despesas com casamento do 
descendente e as feitas no interesse de sua defesa criminal (CC, art. 2.010), 
segundo as condições sociais e econômicas do ascendente e os costumes. 
 Entendem-se como despesas com o casamento, que escapam da 
colação, a dação de móveis e utensílios para a casa onde morará o 
descendente. Porém, se o de cujus vendeu imóvel ou outro bem valioso para 
empregar o valor decorrente na festa suntuosa de casamento do descendente, 
esse valor deve ir à colação, porque é despesa manifestamente excessiva que 
deslizou para doação inoficiosa, dadas as condições do de cujus. 
Excluem-se da colação os gastos do “descendente menor”, cuja 
menoridade, literalmente (CC, art. 5º) cessa aos dezoito anos, mas a doutrina e 
a jurisprudência tem admitido a extensão da idade até vinte quatro anos, 
quando se presume que um brasileiro possa concluir o curso universitário, para 
fins de alimentos; a razão de ser dessa extensão é a mesma que deve orientar 
a aplicação da norma que exclui da colação as despesas educacionais do 
menor, por sua natureza protetiva. 
Os gastos com educação incluem a compra de livros, materiais 
escolares, roupas, equipamentos eletrônicos, instrumentos para pesquisa. 
As despesas feitas pelo de cujus com herdeironecessário, excluídas 
da colação, não se esgotam no elenco da lei, que são meramente 
 
43 
 
exemplificativas. Não constituem, portanto, numerus clausus. Contrariamente, 
amplia-se o sentido de doação indireta ou dissimulada, as quais, se 
configuradas assim, dever ser levadas à colação. 
Pontes de Miranda exclui também da colação os gastos com 
montagem de locais de trabalho profissional, como escritórios, consultórios, 
oficinas, lojas, salvo se houver excesso. O ônus de provar de que tais 
despesas estiveram dentro dos limites do razoável é do herdeiro necessário 
beneficiário. 
6.16 BENS SUJEITOS A COLAÇÃO 
São sujeitos à obrigação conferencial os bens doados a herdeiros 
necessários (descendentes e cônjuge sobrevivente). Até o falecimento do 
doador, o bem pertence ao donatário com exclusividade. No momento em que 
morre o doador, os bens da sucessão passam a todos herdeiros de forma 
indivisa, em condomínio (CC, art. 1.791, parágrafo único). Como houve 
adiantamento da legítima, a quota hereditária doada precisa ser trazida à 
colação. 
Em linhas gerais a doutrina considera que devem ser trazidos à 
colação os seguintes bens: 
1- As doações constituídas pelo ascendentes. 
2- Doações doas avós aos netos, quando eles 
concorrerem a herança com tios ou primos. 
3- Doações recebidas pelos pais, quando estes 
falecerem antes do doador e forem representados pelo 
sucessor. 
 
44 
 
4- Recursos fornecidos pelo ascendente, para que o 
descendente pudesse adquirir bens. 
5- Dinheiro colocado a juros pelos ascendente em 
nome do descendente ou cônjuge sobrevivente. 
6- Valor da dívida do descendente, remitida pelo pai. 
E entre outras, ressalta-se que não são apenas as doações feitas 
diretamente ao herdeiro, como também as indiretas devem ser trazidas à 
colação. A doação feita por interposta pessoa física ou jurídica configura 
simulação. 
6.17 BENS E DESPESAS EXCLUÍDOS DA CONFERÊNCIA COLACIONAL 
Vale salientar, um dos principais bens e despesas que são excluídos 
da conferencia colacional, que sãos as despesas ordinárias do ascendente 
com o descendente, enquanto menor. 
O artigo 2.010, do CC, dispensa de colação os gastos normais de 
ascendente com descendente, enquanto menor, na sua educação, estudos, 
sustento, vestuários, tratamento nas enfermidades, e entre outros. 
Estes gastos ordinários não constituem doação, porque não 
aumenta o patrimônio dos filhos. Ademais, tais despesas correspondem ao 
cumprimento de obrigação natural imposta pelo direito aso pais. 
Portanto, não há do que se falar em colação. 
6.18 MODOS DE REALIZAÇÃO DA COLAÇÃO 
Existem dois modos de levar à conferência as doações recebidas, o 
primeiro modo é o da colação por substância, que se considera que o bem 
 
45 
 
doado é restituído ao monte partível, desconstituindo-se, então, a doação. 
Assim, cabe atribuir-lhe o valor ao tempo da abertura da sucessão. 
O segundo modo é o da colação por estimação, sustenta que o 
cálculo do valor da doação deve ser eito pelo valor estimativo à época da 
liberalidade. O herdeiro não traz o bem à sucessão, apenas computa o seu 
valor para simples conferência. 
O código civil de 2002, parece adotar as duas teorias. Prevalece na 
doutrina a teoria da estimação e só alternativamente a da substância (CC, art. 
2003 paragrafo único). 
7. SONEGADOS 
É a ocultação dolosa de bens que devem ser inventariados ou 
levados à colação. Pode ser praticada pelo inventariante (quando omite 
intencionalmente bens e valores ao prestar as primeiras e últimas declarações) 
ou pelos herdeiros (que não indicam bens em seu poder). 
De acordo com o artigo 1992 do Código Civil, impõe-se a pena de 
sonegados ao herdeiro: a) que sonegar bens da herança, não os descrevendo 
no inventário quando estejam em seu poder, ou, com o seu conhecimento, 
estejam no poder de outrem; b) que os omitir na colação, a que os deva levar, 
ou ainda que deixar de restituí-los. Como consequência direta, o herdeiro 
sonegador perde o direito existente sobre tais bens. 
Diante do exposto, sonegados são os bens que deveriam ter sido 
inventariados ou trazidos à colação, mas não o foram, pois ocultados pelo 
inventariante ou por herdeiro. Como consequência, a pena de sonegados 
constitui uma sanção ou penalidade civil imposta para os casos de ocultação 
de bens da herança, gerando a perda do direito sobre os bens ocultados. 
 
46 
 
Para a imposição de tal penalidade, exige-se a presença de dois 
elementos: um objetivo – a ocultação dos bens em si – e outro subjetivo – o ato 
malicioso do ocultador, o seu dolo, a sua intenção de prejudicar. 
 A ação de sonegados somente pode ser promovida pelos herdeiros 
ou pelos credores da herança, correndo no mesmo foro do inventário (artigo 
1994 do Código Civil). 
O prazo prescricional para a sua propositura, a jurisprudência do 
STJ vem aplicando o prazo de 20 anos, constante do artigo 177 do Código 
Civil/1916, que deve ser contado da prática de cada ato irregular (STJ, REsp 
2991177/SP 3ª Turma, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, j. 04.04.2016, DJ 
14.08.2006. p.276) 
De acordo com o artigo 205 do Código Civil, o prazo prescricional 
é de 10 anos. 
No que se refere à sentença que for proferida na ação de 
sonegados, aproveitará aos demais interessados (artigo 1994, parágrafo único 
do Código Civil). Isso faz com que os bens sonegados voltem ao monte para 
serem sobrepartilhados. 
O artigo 1996 do Código Civil prevê quais são os momentos 
oportunos para arguir a sonegação, ou seja, para ingressar com a ação de 
sonegados. A saber: 
 
a) Quanto à sonegação praticada pelo inventariante, a alegação 
somente poderá ser feita depois de encerrada a descrição dos 
bens, com a declaração, por ele feita, de não existirem outros 
bens por inventariar (em regra, após as últimas declarações) 
b) Em relação ao herdeiro, somente cabe a arguição de sonegados 
depois de ele declarar no inventário que não possui tais bens. Se 
a ação for proposta antes desses momentos, deverá ser extinta 
sem resolução do mérito, por falta de interesse processual (artigo 
485 VI, do Código Civil) 
 
47 
 
8. CONCLUSÃO 
 
No curso do presente estudo, foi possível conjecturamos a importância 
da sucessão testamentária haja vista que esta pode harmonizar as relações 
familiares através de suas disposições. 
Nessa modalidade de testamento prevalece o ato de vontade do autor 
da herança, sendo lhe permitido a sua manifestação em testamento e pode ser 
alterado a qualquer tempo pelo testador. 
Averiguamos ao longo do nosso estudo que o ato de testar, apesar de 
não ser uma rotina cotidiana da população, é permitido a qualquer pessoa 
dispor, via testamento de parte dos seus bens ou até mesmo de sua totalidade 
para depois de sua morte. Contudo, havendo herdeiros necessários, o testador 
só poderá dispor da metade dos seus bens, cognominada de parte legítima, 
esta não poderá ser incluída no testamento. 
Vale lembrar que não é permito que, a pessoa que, a rogo, escreveu o 
testamento, nem o seu cônjuge, ou companheiro, ou os seus ascendentes e 
irmãos, bem como, as testemunhas, sejam nomeados herdeiros nem 
legatários. Na ausência de testamento, obrigatoriamente, deverá ser aberto o 
processo de inventário. 
Ao longo desse trabalho foi enumerada as formas de testamentos cada 
uma com suas peculiaridades e o disposto legal correspondente a cada um. 
Mas, é interessante aludir, que de acordo com alguns autores, as espécies de 
testamentos que se tem nos dias de hoje, não possuem a mesma ênfase que 
outrora tiveram, lá na Roma Antiga onde teve sua origem. Isso decorre do fato 
de a população nacional não ter o hábito

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