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ANESTÉSICOS LOCAIS Disciplina: Farmacologia Mestranda: Moema Oliveira A palavra anestesia vem do grego : an = sem aisthesis = sensação. Anestesicos locais Compreendem substâncias químicas localmente aplicadas, com estruturas moleculares semelhantes, capazes de inibir a percepção das sensações e também de prevenir o movimento. ANESTÉSICO LOCAL CONCEITO São substâncias capazes de impedir, de modo reversível, a condução de impulsos nas fibras nervosas. As sensações que vem da periferia para o SNC (aferentes) e as mensagens que o SNC envia para a periferia (eferentes) deixam de ser conduzidas pelo nervo sob a ação do anestésico local. Desaparecem assim diversas forma de sensibilidade Tátil, térmica e dolorosa A atividade motora da área em que se distribui o nervo ou grupos de nervos bloqueados ANESTÉSICO LOCAL HISTÓRICO 1600 (Valverdi) -O meio mais antigo usado pelo homem para suprimir a dor foi a compressão do nervo (↓ sensibilidade) = Isquemia e reduz a circulação regional. Séc. XIII (Hunter) -O frio é outro elemento usado para a anestesia = torna insensível ao tato e a dor→ isquemia nos nervos p/ hipotermia 1851 (Arnott) – foi o 1º a introduzir a anestesia cirúrgica (refrigerante+gelo picado+sal marinho) → Richardson adicionou cloreto de amônio → só atingia tecidos superficiais (abscessos, flegmões) ANESTÉSICO LOCAL HISTÓRICO O 1º anestésico local foi a cocaína, proveniente das folhas do arbusto Erythroxylon coca. Foi isolada a 1ª vez em 1860 por Albert Niemann ANESTÉSICO LOCAL “coquear “- dormência na língua A planta Erythroxylon Coca, comumente conhecida como coca, já era utilizada pelos índios da América do Sul, como pela elite Inca, por exemplo, há milhares de anos. Eles mascavam as folhas da planta, um hábito chamado “coquear”, e o faziam por motivos sociais, místicos, medicinais e religiosos. Como anestésico, começou a ser muito prestigiada pela sua eficiência na oftalmologia, que havia tempos procurava um bom anestésico local para realizar cirurgias com os pacientes conscientes. Os sucessos obtidos logo corriam pelo mundo 5 HISTÓRICA Freud estudou as ações fisiológicas da cocaína Em 1884 Koller utilizou na prática clinica – cirurgia oftalmológica Halsted popularizou sua aplicação como anestésico Em 1905 Einhron sintetizou a procaína= “Novocaína” ANESTÉSICO LOCAL Os anestésicos locais exercem seu efeito através do bloqueio dos canais de sódio regulados por voltagem Os anestésicos locais não são seletivos para fibras de dor, bloqueiam também fibras sensoriais, motoras e autônomas e potenciais de ação no músculo esquelético e cardíaco. ANESTÉSICO LOCAL ANESTÉSICO LOCAL FISIOLOGIA E MECANISMO DE AÇÃO ANESTÉSICO LOCAL Retirado de http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAA-0QAF-2.png Anatomia dos Nervos Nocicepção = ativação de fibras nervosas sensoriais primárias (nociceptores) por estímulos nocivos. ANESTÉSICO LOCAL Os nociceptores possuem terminações nervosas livres : Na pele Nos tecidos profundos Nas vísceras Os nociceptores são denominados neurônios aferentes. A lesão tecidual é o principal estímulo para a ativação dos nociceptores. Os nociceptores possuem receptores para substâncias como a bradicinina. ANESTÉSICO LOCAL A bradicinina é um vasodilatador poderoso e permeabilizador da parede dos vasos. A bradicinina contrai o músculo bronquial em alguns mamiferos, mas, mais lentamente que a histamina, daí seu nome (Bradi=lentamente) e contrai o tecido múscular liso noutras localizações também. Em terminações nervosas sensíveis ela causa ativação das vias da dor, sendo uma das causas da dor em qualquer processo inflamatório. Este efeito é potenciado por determinadas prostaglandinas. Há dois receptores, B1 e B2. O B1 só é expresso após danos tecidulares ou após produção da citocina interleucina-1 e terá papel principal na dor crónica. O B2 é expresso normalmente em algumas células, como as do músculo liso, sendo responsável pelo efeito vasodilatador. A sua ação a nível dos vasos é devida em parte à produção de prostaglandinas e óxido nitrico (NO) que desencadeia. 11 Fisiologia da nocicepção ANESTÉSICO LOCAL Os nociceptores transmitem a informação de dor através de uma variedade de mecanismos Os nociceptores transmitem a informação de dor através de uma variedade de mecanismos. Alguns receptores transduzem estímulos nocivos (térmicos, mecânicos ou químicos) em potenciais elétricos. Outros receptores são estimulados por substâncias que são liberadas quando células adjacentes sofrem lesão (bradicinina, serotonina, prostaglandinas). A liberação de K+ das células adjacentes lesadas despolariza diretamente as membranas dos nociceptores. Todos esses estímulos causam “sensibilização” dos nociceptores, diminuindo o limiar para ativação. 1a. Um estímulo nocivo leva à ativação dos nociceptores e à geração de potenciais de ação (2).1b. A lesão simultânea das células adjacentes causa sensibilização dos nociceptores. 3. Os nociceptores ativados liberam substâncias, incluindo a substância P(A substância P contribui para sensibilizar os receptores nociceptivos diretamante na periferia ou na membrana pós-sináptica ou através da interação com outros elementos algiogênicos. Por exemplo, a substância P promove vasodilatação e liberação de histamina do interior dos mastócitos, que liberada num ambiente tecidual, resulta em permeação dos vasos sangüíneos presentes no seu interior) e o peptídio relacionado com o gene da calcitonina (CGRP), que contribuem para uma maior sensibilização e que iniciam respostas inflamatórias para promover a cicatrização. Por exemplo: 4a. A dilatação de um vaso sangüíneo promove o recrutamento de leucócitos para a área; e 4b. A desgranulação dos mastócitos libera histamina e serotonina, aumentando, assim, a sensibilização. 12 Condução nervosa ANESTÉSICO LOCAL Condução nervosa As fibras nervosas são prolongamentos axônicos dos neurônios cujo corpo celular situa-se no gânglios da raiz dorsal (nervos sensitivos aferentes) Ou no interior da medula (nervos motores eferentes) Todas a fibras nervosas estão envoltas pelas célula Schwann O desenvolvimento destas células de forma circular forma várias lâminas (membrana de mielina) ANESTÉSICO LOCAL Mielinização As fibras podem ser: Mielinizadas Não milienizadas A bainha de mielina é uma lâmina lipoprotéica que se enrola em espiral em torno da fibra nervosa Impede que a membrana fique em contato com o meio extracelular Diminui a resistência, evitando que a corrente perca intensidade no seu percurso. ANESTÉSICO LOCAL Nódulo de Ranvier Nas fibras mielinizadas, a certa distância , dependendo da espessura , um estreitamento conhecido como nódulo de ranvier Nestes pontos a bainha de mielina se interrompe e a membrana entra em contato direto com o meio extracelular Nas fibras mielinizadas as trocas iônicas só se processam nos nódulos A troca não é contínua , mas a intervalos, a corrente se faz em saltos de um nódulo a outro (condução saltatória) Possibilita a propagação do impulso nervoso com uma velocidade maior do que as observadas nas fibras sem mielina ANESTÉSICO LOCAL ANESTÉSICO LOCAL Impulso nervoso ANESTÉSICO LOCAL ANESTÉSICO LOCAL Tabela 1. Classificação das Fibras Nervosas As fibras mais importantes para a percepção da dor são os axônios dos nociceptores aferentes incluindo : fibras Aδ e fibras C. Os nociceptores aferentes incluem: Nociceptores térmicos Nociceptores mecânicos de alto limiar Nociceptores polimodais ANESTÉSICO LOCAL ônios dos nociceptores aferentes, incluindo as fibras A e as fibras C anatomicamente classificadas. Os nociceptores aferentes incluem nociceptores térmicos, que são ativados em temperaturas acima de 45 o C (fibras C) ou abaixo de 5 o C (fibras A�), nociceptores mecânicos de alto limiar , que transmitem exclusivamente informações indicando uma força lesiva sobre a pele (fibras A�e algumas fibras A�) e nociceptores Polimodais , que são ativados por estímulos térmicos, químicos e mecânicos (fibras C) 20 Primeira dor e segunda dor As fibras Aδ transmitem a primeira dor. Necessitam de um estímulo menor para excitação. Os impulsos nas fibras C são responsáveis pela denominada segunda dor. O aparecimento é mais lento e de maior duração. ANESTÉSICO LOCAL ANESTÉSICO LOCAL Analgesia x anestesicos locais Analgésicos = inibidores específicos das vias de dor Anestésicos locais = são inibidores inespecíficos das vias sensoriais periféricas ,motoras e autônomas. ANESTÉSICO LOCAL Hidrofóbico Anel aromático Hidrofílico Amina terciária ou secundária Cadeia intermediária (Ligação ester ou amida) ANESTÉSICO LOCAL Química dos anestésicos locais Os anestésicos locais podem ser classificados em : ANESTÉSICO LOCAL A procaína (A) e a lidocaína (B) são protótipos dos anestésicos locais com ligação éster e com ligação amida, respectivamente. Os anestésicos locais possuem um grupo aromático em uma das extremidades e uma amina na outra extremidade da molécula; esses dois grupos estão conectados por uma ligação éster (-RCOOR’) ou amida (-RHNCOR’). Em solução em pH alto, o equilíbrio entre as formas básica (neutra) e ácida (com carga) de um anestésico local favorece a forma básica. Na presença de pH baixo, o equilíbrio favorece a forma ácida. Em pH intermediário (fisiológico), são observadas concentrações quase iguais das formas básica e ácida. Em geral, os anestésicos locais com ligação éster são facilmente hidrolisados a ácido carboxílico (RCOOH) e a um álcool (HOR’) na presença de água e esterases. Em comparação, as amidas são muito mais estáveis em solução. Em conseqüência, os anestésicos locais com ligação amida possuem geralmente maior duração de ação do que os anestésicos com ligação éster 25 Relação estrutura atividade Ligação intermediária Os derivados ésteres são metabolizados no sangue pelas esterases plasmáticas Os derivados amidas são metabolizados no fígado ANESTÉSICO LOCAL QUÍMICA DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Grupo aromático Todos os anestésicos locais contêm um grupo aromático que confere à molécula grande parte de seu caráter hidrofóbico. Influencia a velocidade de inicio e potência ANESTÉSICO LOCAL A. Os AL pouco hidrofóbicos são incapazes de atravessar eficientemente a dupla camada lipídica: (1) O AL neutro não pode sofrer adsorção ou penetrar na membrana celular neuronal, visto que o AL é muito estável na solução extracelular e possui uma energia de ativação muito alta para penetrar na membrana hidrofóbica. 27 ANESTÉSICO LOCAL B. Os anestésicos locais (AL) moderadamente hidrofóbicos são os agentes mais efetivos: (1) O AL neutro sofre adsorção sobre o lado extracelular da membrana celular neuronal; (2) o AL difunde-se através da membrana celular para o lado citoplasmático; (3) o AL difunde-se e liga-se a seu sítio de ligação sobre o canal de sódio regulado por voltagem; (4) uma vez ligado, o AL pode passar de sua forma neutra para a protonada através de ligação e liberação de prótons. C. Os AL extremamente hidrofóbicos são retidos na dupla camada lipídica: (1) O AL neutro sofre adsorção sobre a membrana celular neuronal (2), onde fica tão estabilizado que não consegue se dissociar da membrana ou atravessá-la 28 Mecanismo de ação dos anestésicos locais ANESTÉSICO LOCAL Os anestésicos locais (AL) são injetados ou aplicados fora do epineuro do nervo periférico (a bainha mais externa de tecido conjuntivo contendo vasos sangüíneos, tecido adiposo, fibroblastos e mastócitos). 2. As moléculas de AL devem atravessar o epineuro para alcançar o perineuro, outra membrana epitelial, que organiza as fibras nervosas em fascículos. O perineuro é a camada mais difícil para penetração dos anestésicos locais, devido à presença de junções firmes entre suas células. 3. A seguir, os AL penetram no endoneuro, que envolve as fibras mielinizadas e não-mielinizadas, as células de Schwann e os capilares. Apenas os AL que atravessaram essas três bainhas podem alcançar as membranas neuronais onde residem os canais de sódio regulados por voltagem. Clinicamente, deve-se aplicar uma alta concentração de anestésico local, visto que apenas uma fração das moléculas irá alcançar o sítio alvo 29 x ANESTÉSICO LOCAL Se compararmos o nervo periférico a uma estrada de múltiplas pistas, então cada tipo de fibra pode ser considerada como uma pista nesta estrada. O bloqueio através de toda a estrada (isto é, o bloqueio por um anestésico local) irá interromper o tráfego em todas as pistas, em ambas as direções. Esta é a razão pela qual, no caso descrito na introdução, EM teve não apenas uma perda da sensação da dor, mas também um bloqueio mais completo de toda a sensação nos dedos de sua mão 30 Mecanismo de ação dos AL as regiões mais proximais do corpo são inervadas por axônios que seguem um trajeto relativamente superficial no nervo periférico enquanto as regiões mais distais são inervadas por axônios que seguem um trajeto mais próximo ao centro do nervo. Por exemplo, se for aplicado um bloqueio nervoso ao plexo braquial, o ombro e o braço são bloqueados antes do antebraço, da mão e dos dedos ANESTÉSICO LOCAL Mecanismo de ação Durante o início da anestesia local, os diferentes tipos de fibras dentro de um nervo periférico também são bloqueados em diferentes momentos, em virtude de sua sensibilidade intrínseca ao bloqueio e ao gradiente de concentração do AL dentro do nervo. ANESTÉSICO LOCAL Sequência de bloqueio das fibras Fibras delgadas e mielinizadas (Fibras A) Fibras espessas e desmielinizadas (Fibras C) Fibras espessas e mielinizadas (Nervos motores) ANESTÉSICO LOCAL ANESTÉSICO LOCAL Sequência de bloqueio das fibras Bloqueio funcional diferencial 34 Canais de Na+ regulados por voltagem Detecção de Voltagem Local de ligação CANAIS DE SÓDIO REGULADOS POR VOLTAGEGM O canal de sódio encontrado no cérebro de mamíferos é constituído por um complexo heterotrimérico de proteína glicosilada formado por três subunidades designadas de (260 Kilodaltons), 1 (36 Kilodaltons) e 2 (33 Kilodaltons), enquanto o canal de sódio do órgão elétrico de peixes (enguias elétricas) é formado por uma glicoproteína de aproximadamente 1850 aminoácidos com um peso molecular de 280 Kilodaltons. Somente a subunidade alfa é responsável pela função do canal, onde provavelmente, se ligam os anestésicos locais e neurotoxinas como a tetrodotoxina e saxitoxina. A subunidade alfa é mais extensa e contém quatro domínios transmembrana homólogos (I-IV) formado por uma seqüência repetida de aminoácidos. (Figura 5). Cada um desses domínios, por sua vez, consiste de seis segmentos transmembrana (-hélices) semelhantes (S1 - S6) que atravessam a membrana plasmática e conectam alças intra e extracelulares. O segmento S4 contém resíduos de aminoácidos positivamente carregados e corresponde ao sensor de voltagem do receptor. Acredita-se que os domínios transmembrana assumam uma estrutura helicoidal e que os poros dos canais sejam formados neste modelo pelos segmentos transmembrana S5 e S6 e pelos dois segmentos SS1 e SS2 da alça curta entre eles, que se organizam formando as paredes do poro ou canal no centro dos quatro domínios homólogos (Figura 5)10,11. Após a abertura, o canal de sódio é inativado dentro de poucos milissegundos em virtude do fechamento de um portão de inativação. A alça intracelular curta, que conecta os domínios homólogos III e IV, serve como portão de inativação dos canais de Na+. A abertura do canal de sódio pode ser modulada pela fosforilação de proteínas. A fosforilação do portão de inativação entre os domínios homólogos III e IV pela proteína cinase C lentifica a inativação, enquanto a fosforilação de sítios na alça intracelular entre os domínios homólogos I e II, pela proteína cinase C ou por uma proteína cinase dependente de AMP cíclico, reduz a ativação dos canais de Na+. O estudo da seqüência de alterações conformacionais que ocorrem com o canal de sódio durante a ativação ou inativação, demonstra que pela despolarização cada um dos quatro domínios homólogos sofre alteração conformacional transformando-se em um estado ativado. Após todos os quatro domínios terem sido ativados ocorre a abertura do canal de Na+. Poucos milissegundos após a abertura, o portão de inativação, entre os domínios III e IV, se fecha sobre a boca intracelular do canal, ocluindo-o, e dessa forma, prevenindo subseqüente condutância iônica. Os anestésicos locais bloqueiam a condução do impulso no nervo através da ligação com três resíduos de aminoácidos que formam o segmento S6 no domínio IV, que juntamente com os segmentos SS1 e SS2 da alça curta, entre os segmentos S5 e S6, contribuem para a formação da boca extracelular do poro ou canal. A lidocaína liga-se aos resíduos da fenilalanina e tirosina 35 Canais de sódio Canal de sódio regulado por voltagem Existem em 3 estados principais: Aberto Inativado Repouso ANESTÉSICO LOCAL A. O canal de sódio é composto de uma cadeia polipeptídica com quatro unidades repetitivas. Uma região, conhecida como região S4, possui muitos aminoácidos de carga positiva (lisina e arginina). Esses resíduos conferem ao canal a sua dependência de voltagem. Em repouso, o poro encontra-se fechado. Quando a membrana é despolarizada, os resíduos com carga movem-se em resposta à mudança no campo elétrico. Isso resulta em diversas mudanças de conformação (estados fechados intermediários), que culminam na abertura do canal. Depois de cerca de 1 ms (o tempo de abertura do canal), a “região de ligação” de 3-4 aminoácidos tampa o canal aberto, produzindo a conformação inativada. A conformação inativada só retorna ao estado de repouso quando a membrana é repolarizada; essa mudança de conformação envolve o retorno da região S4 à sua posição original e a expulsão da região de ligação. O tempo necessário para o retorno do canal do estado inativado para o estado em repouso é conhecido como período refratário; durante esse período, o canal de sódio é incapaz de ser ativado 36 Potencial de membrana de repouso Hiperpolarização Potencial de ação Despolarização Repolarização Limiar Potencial Graduado Potencial de Ação Despolarização Potencial de membrana menos negativo Hiperpolarização Potencial de membrana mais negativo Potencial de Ação Propriedade das células excitáveis = despolarização rápida Limiar Potencial de membrana no qual o potencial de ação é inevitável. ANESTÉSICO LOCAL 37 Mecanismo de ação dos AL Hipótese do receptor modulado Os anestésicos locais tem maior afinidade pelos estados: fechado, aberto e inativado. ANESTÉSICO LOCAL B. A ligação de um anestésico local (AL) altera as propriedades das formas intermediárias assumidas pelo canal de sódio. Os canais de sódio em qualquer uma das conformações (em repouso, fechada, aberta ou inativada) podem ligar-se a moléculas de anestésicos locais, embora o estado em repouso tenha baixa afinidade pelos AL, enquanto os outros três estados exibem alta afinidade. O AL pode dissociar-se do complexo canal-AL em qualquer estado de conformação, ou o canal pode sofrer mudanças de conformação enquanto está associado à molécula de AL. Por fim, o complexo canal-AL deve dissociar-se, e o canal de sódio deve retornar a seu estado de repouso para se tornar ativado. A ligação do AL estende o período refratário, incluindo o tempo necessário para a dissociação da molécula de AL do canal de sódio e o tempo necessário para o retorno do canal ao estado de repouso 38 Mecanismos de bloqueio de n. periférico ANESTÉSICO LOCAL Hipótese do receptor modulado ANESTÉSICO LOCAL Mecanismo de ação dos anestésicos locais Outros receptores para anestésicos locais Canais de potássio Canais de calcio Canais regulados por ligantes Receptores acoplados a proteína G ANESTÉSICO LOCAL Propriedades químicas Algumas características: São bases fracas São utilizadas como sais para melhorar sua estabilidade. Lipossolubilidade: Principal determinante da potência Compostos altamente lipofílicos tendem a penetrar na membrana nervosa mais facilmente ANESTÉSICO LOCAL 42 42 Os anestésicos locais são bases fracas poucos solúveis em águas, porém muito solúveis em lipídeos Usados na forma de cloridrato que melhora a solubilidade e aumenta a estabilidade em meio aquoso A capacidade de difusão depende do Pka e do Ph tecidual ANESTÉSICO LOCAL Farmacocinética dos AL Absorção sistêmica Após administração os AL se difundem para seus locais de ação. A quantidade de anestésico local que penetra na circulação sistêmica e a potência do AL determinam a toxicidade sistêmica do agente. A vascularidade, a [] do farmaco, a adição de vasoconstritor e as propriedades da solução influenciam a velocidade e extensão da absorção sistêmica. Os vasoconstritores não são utilizados quando os AL são administrados nas extremidades. ANESTÉSICO LOCAL Farmacocinética dos AL Metabolismo e excreção AL com ligação éster metabolizado por esterases plasmáticas – excretada pelos rins AL com ligação amida metabolizado no fígado (citocromo P450) excretados pelos rins Atenção a pacientes com doenças hepáticas Toxicidade e metabolismo extra-hepático ANESTÉSICO LOCAL Os AL com ligação éster são metabolizados por esterases (pseudocolinesterases) teciduais e plasmáticas. Esse processo é rápido (da ordem de minutos), e os produtos resultantes são excretados pelos rinsOs AL com ligação amida são primariamente metabolizados no fígado pelas enzimas do citocromo P450. 45 Administração de AL Anestesia tópica Alívio da dor a curto prazo quando aplicados às mucosas ou à pele Amplamente utilizados nas mucosas: oculares, do nariz e bucal Principal obstáculo – estrato córneo ANESTÉSICO LOCAL Administração de AL Anestesia infiltrativa Anestesiar uma aréa da pele através de uma injeção Administração – intradérmica ou subcutânea Entorpecimento mais rápido A injeção pode ser dolorosa Anestésicos usados: lidocaína procaína bupivacaína. ANESTÉSICO LOCAL Administração de AL Bloqueio de nervos periféricos Bloqueio na vizinhança imediata dos nervos periféricos individuais ou um plexo nervoso Ex: bloq. nervos paravertebrais em bovinos Bloqueio nervoso pequeno e grande Via percutânea A epinefrina ajuda a prolongar a duração de ação do bloqueio. ANESTÉSICO LOCAL Anestesia com vasoconstrictor ANESTÉSICO LOCAL Administração de AL Bloqueio epidural AL no espaço epidural, geralmente no espaço lombossadcro (cão, suíno) ou no 1º ou 2º espaços intercoccígeos (equi, bov) chamada também de anestesia caudal bupivacaína ropivacaína lidocaina ANESTÉSICO LOCAL Administração de anestésicos locais Bloqueio intravascular Introduzido no vaso sanguíneo Anestesia regional a curto prazo Isolamento da solução anestésica da circulação sistêmica – torniquete pneumático Usadas frequentemente para operações do dedo nos bovinos ANESTÉSICO LOCAL É conseguida pela injeção iv de grandes volumes de aéstésicos local diluído em uma extremidade isolada do restante da circulação por um torniquete 51 Efeitos adversos Toxicidade sistêmica Convulsões Depressão respiratória Colapso cardiovascular É possível evitar essas reações com algumas precauções: Administrar a menor dose que produza anestesia eficaz Empregar tecnicas apropriadas de injeção Utilizar solução contendo vasoconstritor ANESTÉSICO LOCAL Efeitos adversos Respostas teciduais locais Indução de necrose no tecido muscular esquelético próximo ao local da injeção. Podem impedir a motilidade celular, reduzir a síntese de colágeno e retardar a cicatrização de feridas. As respostas teciduais são causadas ou intensificadas pela adição de vasoconstritores. ANESTÉSICO LOCAL Efeitos adversos Reações alérgicas Historicamente, a maioria dos casos de alergia se dá pelos AL aminoéster como a procaína pode causar hipersensibilidade ou respostas anafiláticas O mais comumente implicado é o PABA, produto do metabolismo do éster ANESTÉSICO LOCAL Associações 55 Associações 56 Classificação dos AL ANESTÉSICO LOCAL Anestésicos locais com ligação éster Cloridrato de Procaína AL de ação curta Baixa hidrofobicidade É rapidamente degradada Baixa potencia Metabólito PABA pode exarcerbar infecções bacterianas. É utilizado para infiltração e bloqueio nervoso ANESTÉSICO LOCAL O paba inibe a ação de antibióticos sulfonamidas 58 Anestésicos locais com ligação éster Cloridrato de Tetracaína Ação longa e altamente potente Elevada hidrofobicidade Usada em anestesia tópica do olho, garganta e nariz e espinhal Metabolismo lento ANESTÉSICO LOCAL Anestésicos locais com ligação éster Cloridrato de Cocaína AL de ocorrencia natural Potencia e duração média Acentuada ação vasoconstritora Não mais utilizada na clínica veterinária Cardiotoxicidade e a euforia limitam seu uso. ANESTÉSICO LOCAL Anestésicos locais com ligação amida Cloridrato de Lidocaína AL mais comumente utilizado na med veterinária Hidrofobicidade moderada Inicio rápido, duração média e potencia moderada Velocidade de hidrólise reduzida Usada na anestesia infiltrativa,bloqueio dos nervos periféricos, anestesia epidural, espinhal e tópica. Metabolismo no fígado ANESTÉSICO LOCAL Anestésicos locais com ligação amida Cloridrato de Prilocaína Ação intermediária Assemelha-se a lidocaína Atividade AL e vasocontritora Menos tóxico do grupo amida e melhor disponível para IV Efeito colateral por superdosagem é a metemogrobinemia ANESTÉSICO LOCAL Meta-hemoglobinemia, também conhecida por "meta-Hb", é uma desordem caracterizada pela presença de um nível mais alto do que o normal de meta-hemoglobina no sangue. A meta-hemoglobina é uma forma de hemoglobina que não se liga ao oxigênio 62 Anestésicos locais com ligação amida Cloridrato de Mepivacaína Média duração Propriedades semelhantes a lidocaína Duração mais prolongada que a lidocaína Não é utilizada como anestesia obstetrícia ANESTÉSICO LOCAL Anestésicos locais com ligação amida Cloridrato de Bupivacaína Longa duração Quatro vezes mais potente que a lidocaína Altamente hidrofóbico Bloqueio espinal,epidural Metabolizada no fígado Utilizada para anestesia obstetrícia ANESTÉSICO LOCAL Anestésicos locais com ligação amida Cloridrato de ropivacaína Longa duração Ropivacaína menos lipossolubilidade que a bupivacaína Concentrações baixas leva a uma vasocontrição e em concentrações mais elevadas resultam em vasodilatação ANESTÉSICO LOCAL Boa tarde!!!
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