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ANESTÉSICOS LOCAIS

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ANESTÉSICOS LOCAIS
Disciplina: Farmacologia
Mestranda: Moema Oliveira
 A palavra anestesia vem do grego : 
 an = sem aisthesis = sensação.
Anestesicos locais 
Compreendem substâncias químicas localmente aplicadas, com estruturas moleculares semelhantes, capazes de inibir a percepção das sensações e também de prevenir o movimento.
ANESTÉSICO LOCAL
CONCEITO
São substâncias capazes de impedir, de modo reversível, a condução de impulsos nas fibras nervosas.
As sensações que vem da periferia para o SNC (aferentes) e as mensagens que o SNC envia para a periferia (eferentes) deixam de ser conduzidas pelo nervo sob a ação do anestésico local.
Desaparecem assim diversas forma de sensibilidade 
Tátil, térmica e dolorosa
A atividade motora da área em que se distribui o nervo ou grupos de nervos bloqueados
ANESTÉSICO LOCAL
HISTÓRICO
1600 (Valverdi) -O meio mais antigo usado pelo homem para suprimir a dor foi a compressão do nervo (↓ sensibilidade) = Isquemia e reduz a circulação regional.
Séc. XIII (Hunter) -O frio é outro elemento usado para a anestesia = torna insensível ao tato e a dor→ isquemia nos nervos p/ hipotermia 
1851 (Arnott) – foi o 1º a introduzir a anestesia cirúrgica (refrigerante+gelo picado+sal marinho) → Richardson adicionou cloreto de amônio → só atingia tecidos superficiais (abscessos, flegmões)
ANESTÉSICO LOCAL
HISTÓRICO
O 1º anestésico local foi a cocaína, proveniente das folhas do arbusto Erythroxylon coca.
Foi isolada a 1ª vez em 1860 por
 Albert Niemann
ANESTÉSICO LOCAL
“coquear “- dormência na língua
A planta Erythroxylon Coca, comumente conhecida como coca, já era utilizada pelos índios da América do Sul, como pela elite Inca, por exemplo, há milhares de anos. Eles mascavam as folhas da planta, um hábito chamado “coquear”, e o faziam por motivos sociais, místicos, medicinais e religiosos. Como anestésico, começou a ser muito prestigiada pela sua eficiência na oftalmologia, que havia tempos procurava um bom anestésico local para realizar cirurgias com os pacientes conscientes. Os sucessos obtidos logo corriam pelo mundo
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HISTÓRICA
Freud estudou as ações fisiológicas da cocaína
Em 1884 Koller utilizou na prática clinica – cirurgia oftalmológica
Halsted popularizou sua aplicação como anestésico
Em 1905 Einhron sintetizou a procaína= “Novocaína”
ANESTÉSICO LOCAL
 Os anestésicos locais exercem seu efeito através do bloqueio dos canais de sódio regulados por voltagem
Os anestésicos locais não são seletivos para fibras de dor, bloqueiam também fibras sensoriais, motoras e autônomas e potenciais de ação no músculo esquelético e cardíaco.
ANESTÉSICO LOCAL
ANESTÉSICO LOCAL
FISIOLOGIA E MECANISMO DE AÇÃO
ANESTÉSICO LOCAL
Retirado de http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAA-0QAF-2.png
Anatomia dos Nervos
Nocicepção = ativação de fibras nervosas sensoriais primárias (nociceptores) por estímulos nocivos.
ANESTÉSICO LOCAL
Os nociceptores possuem terminações nervosas livres :
Na pele
Nos tecidos profundos
Nas vísceras 
Os nociceptores são denominados neurônios aferentes.
A lesão tecidual é o principal estímulo para a ativação dos nociceptores.
Os nociceptores possuem receptores para substâncias como a bradicinina.
ANESTÉSICO LOCAL
A bradicinina é um vasodilatador poderoso e permeabilizador da parede dos vasos. A bradicinina contrai o músculo bronquial em alguns mamiferos, mas, mais lentamente que a histamina, daí seu nome (Bradi=lentamente) e contrai o tecido múscular liso noutras localizações também.
Em terminações nervosas sensíveis ela causa ativação das vias da dor, sendo uma das causas da dor em qualquer processo inflamatório. Este efeito é potenciado por determinadas prostaglandinas.
Há dois receptores, B1 e B2. O B1 só é expresso após danos tecidulares ou após produção da citocina interleucina-1 e terá papel principal na dor crónica. O B2 é expresso normalmente em algumas células, como as do músculo liso, sendo responsável pelo efeito vasodilatador. A sua ação a nível dos vasos é devida em parte à produção de prostaglandinas e óxido nitrico (NO) que desencadeia.
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Fisiologia da nocicepção
ANESTÉSICO LOCAL
Os nociceptores transmitem a informação de dor através de uma variedade de mecanismos
Os nociceptores transmitem a informação de dor através de uma variedade de mecanismos. Alguns receptores transduzem 
estímulos nocivos (térmicos, mecânicos ou químicos) em potenciais elétricos. Outros receptores são estimulados por substâncias que são liberadas quando células adjacentes sofrem lesão (bradicinina, serotonina, prostaglandinas). A liberação de K+ das células adjacentes lesadas despolariza diretamente as membranas dos nociceptores. Todos esses estímulos causam “sensibilização” dos nociceptores, diminuindo o limiar para ativação. 
1a. Um estímulo nocivo leva à ativação dos nociceptores e à geração de potenciais de ação (2).1b. A lesão simultânea das células adjacentes causa sensibilização dos nociceptores. 3. Os nociceptores ativados liberam substâncias, incluindo a substância P(A substância P contribui para sensibilizar os receptores nociceptivos diretamante na periferia ou na membrana pós-sináptica ou através da interação com outros elementos algiogênicos. Por exemplo, a substância P promove vasodilatação e liberação de histamina do interior dos mastócitos, que liberada num ambiente tecidual, resulta em permeação dos vasos sangüíneos presentes no seu interior) e o peptídio relacionado com o gene da calcitonina (CGRP), que contribuem para uma maior sensibilização e que iniciam respostas inflamatórias para promover a cicatrização. Por exemplo: 4a. A dilatação de um vaso sangüíneo promove o recrutamento de leucócitos para a área; e 4b. A desgranulação dos mastócitos libera histamina e serotonina, aumentando, assim, a sensibilização.
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Condução nervosa
ANESTÉSICO LOCAL
Condução nervosa
As fibras nervosas são prolongamentos axônicos dos neurônios cujo corpo celular situa-se no gânglios da raiz dorsal (nervos sensitivos aferentes)
Ou no interior da medula (nervos motores eferentes)
Todas a fibras nervosas estão envoltas pelas célula Schwann
O desenvolvimento destas células de forma circular forma várias lâminas (membrana de mielina)
ANESTÉSICO LOCAL
Mielinização 
As fibras podem ser:
Mielinizadas 
Não milienizadas
A bainha de mielina é uma lâmina lipoprotéica que se enrola em espiral em torno da fibra nervosa
Impede que a membrana fique em contato com o meio extracelular
Diminui a resistência, evitando que a corrente perca intensidade no seu percurso.
ANESTÉSICO LOCAL
Nódulo de Ranvier
Nas fibras mielinizadas, a certa distância , dependendo da espessura , um estreitamento conhecido como nódulo de ranvier
Nestes pontos a bainha de mielina se interrompe e a membrana entra em contato direto com o meio extracelular
Nas fibras mielinizadas as trocas iônicas só se processam nos nódulos
A troca não é contínua , mas a intervalos, a corrente se faz em saltos de um nódulo a outro (condução saltatória)
Possibilita a propagação do impulso nervoso com uma velocidade maior do que as observadas nas fibras sem mielina
ANESTÉSICO LOCAL
ANESTÉSICO LOCAL
Impulso nervoso
ANESTÉSICO LOCAL
ANESTÉSICO LOCAL
Tabela 1. Classificação das Fibras Nervosas
As fibras mais importantes para a percepção da dor são os axônios dos nociceptores aferentes incluindo : fibras Aδ e fibras C.
Os nociceptores aferentes incluem:
Nociceptores térmicos
Nociceptores mecânicos de alto limiar
Nociceptores polimodais
ANESTÉSICO LOCAL
ônios dos nociceptores aferentes, incluindo as fibras A e as fibras C anatomicamente classificadas. Os nociceptores aferentes incluem nociceptores 
térmicos, que são ativados em temperaturas acima de 45 o C (fibras C) ou abaixo de 5 o C (fibras A�), nociceptores mecânicos de alto limiar
, que transmitem exclusivamente informações indicando uma força lesiva sobre a pele (fibras A�e
algumas fibras A�) e nociceptores 
Polimodais , que são ativados por estímulos térmicos, químicos e mecânicos (fibras C)
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Primeira dor e segunda dor
As fibras Aδ transmitem a primeira dor.
Necessitam de um estímulo menor para excitação.
Os impulsos nas fibras C são responsáveis pela denominada segunda dor.
O aparecimento é mais lento e de maior duração.
ANESTÉSICO LOCAL
ANESTÉSICO LOCAL
Analgesia x anestesicos locais
Analgésicos = inibidores específicos das vias de dor
Anestésicos locais = são inibidores inespecíficos das vias sensoriais periféricas ,motoras e autônomas.
ANESTÉSICO LOCAL
Hidrofóbico
Anel aromático
Hidrofílico
Amina terciária
 ou secundária
Cadeia intermediária
(Ligação ester ou amida)
ANESTÉSICO LOCAL
Química dos anestésicos locais
Os anestésicos locais podem ser classificados em :
ANESTÉSICO LOCAL
A procaína (A) e a lidocaína (B) são protótipos dos anestésicos locais com ligação éster e com ligação amida, respectivamente. Os anestésicos locais possuem um grupo aromático em uma das extremidades e uma amina na outra extremidade da molécula; esses dois 
grupos estão conectados por uma ligação éster (-RCOOR’) ou amida (-RHNCOR’). Em solução em pH alto, o equilíbrio entre as formas básica (neutra) e ácida (com carga) de um anestésico local favorece a forma básica. Na presença de pH baixo, o equilíbrio favorece a forma ácida. Em pH intermediário (fisiológico), são observadas concentrações quase iguais das formas básica e ácida. Em geral, os anestésicos locais com ligação éster são facilmente hidrolisados a ácido carboxílico (RCOOH) e a um álcool (HOR’) na presença de água e esterases. Em comparação, as amidas são muito mais estáveis em solução. Em conseqüência, os anestésicos locais com ligação amida possuem geralmente maior duração de ação do que os anestésicos com ligação éster
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Relação estrutura atividade
Ligação intermediária
Os derivados ésteres são metabolizados no sangue pelas esterases plasmáticas
Os derivados amidas são metabolizados no fígado
ANESTÉSICO LOCAL
QUÍMICA DOS ANESTÉSICOS LOCAIS
Grupo aromático
Todos os anestésicos locais contêm um grupo aromático que confere à molécula grande parte de seu caráter hidrofóbico.
Influencia a velocidade de inicio e potência 
ANESTÉSICO LOCAL
A. Os AL pouco hidrofóbicos são incapazes de atravessar eficientemente a dupla camada lipídica: (1) O AL neutro não pode sofrer adsorção ou penetrar na membrana celular neuronal, visto que o AL é muito estável na solução extracelular e possui uma energia de ativação muito alta para penetrar na membrana hidrofóbica. 
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ANESTÉSICO LOCAL
B. Os anestésicos locais (AL) moderadamente hidrofóbicos são os agentes mais efetivos: (1) O AL neutro sofre adsorção sobre o lado extracelular da membrana celular neuronal; (2) o AL difunde-se através da membrana celular para o lado citoplasmático; (3) o AL difunde-se e liga-se a seu sítio de ligação sobre o canal de sódio regulado por voltagem; (4) uma vez ligado, o AL pode passar de sua forma neutra para a protonada através de ligação e liberação de prótons. C. Os AL extremamente hidrofóbicos são retidos na dupla camada lipídica: (1) O AL neutro sofre adsorção sobre a membrana celular neuronal (2), onde fica tão estabilizado que não consegue se dissociar da membrana ou atravessá-la
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Mecanismo de ação dos anestésicos locais
ANESTÉSICO LOCAL
Os anestésicos locais (AL) são injetados ou aplicados fora do epineuro do nervo periférico (a bainha mais externa de tecido conjuntivo contendo vasos sangüíneos, tecido adiposo, fibroblastos e mastócitos). 2. As moléculas de AL devem atravessar o epineuro para alcançar o perineuro, outra membrana epitelial, que organiza as fibras nervosas em fascículos. O perineuro é a camada mais difícil para penetração dos anestésicos locais, devido à presença de junções firmes entre suas células. 3. A seguir, os AL penetram no endoneuro, que envolve as fibras mielinizadas e não-mielinizadas, as células de Schwann e os capilares. Apenas os AL que atravessaram essas três bainhas podem alcançar as membranas neuronais 
onde residem os canais de sódio regulados por voltagem. Clinicamente, deve-se aplicar uma alta concentração de anestésico local, visto que apenas uma fração das moléculas irá alcançar o sítio alvo
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x
ANESTÉSICO LOCAL
Se compararmos o nervo periférico a uma estrada de múltiplas pistas, então cada tipo de fibra pode ser considerada como uma pista nesta estrada. O bloqueio através de toda a estrada (isto é, o bloqueio por um anestésico local) irá interromper o tráfego em todas as pistas, 
em ambas as direções. Esta é a razão pela qual, no caso descrito na introdução, EM teve não apenas uma perda da sensação da dor, mas também um bloqueio mais completo de toda a sensação nos dedos de sua mão
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Mecanismo de ação dos AL
as regiões mais proximais do corpo são inervadas por axônios que seguem um trajeto relativamente superficial no nervo periférico
 enquanto as regiões mais distais são inervadas por axônios que seguem um trajeto mais próximo ao centro do nervo.
Por exemplo, se for aplicado um bloqueio nervoso ao plexo braquial, o ombro e o braço são bloqueados antes do antebraço, da mão e dos dedos
ANESTÉSICO LOCAL
Mecanismo de ação
Durante o início da anestesia local, os diferentes tipos de fibras dentro de um nervo periférico também são bloqueados em diferentes momentos, em virtude de sua sensibilidade intrínseca ao bloqueio e ao gradiente de concentração do AL dentro do nervo.
ANESTÉSICO LOCAL
Sequência de bloqueio das fibras
 Fibras delgadas e mielinizadas (Fibras A)
 Fibras espessas e desmielinizadas (Fibras C)
 Fibras espessas e mielinizadas (Nervos
motores)
ANESTÉSICO LOCAL
ANESTÉSICO LOCAL
Sequência de bloqueio das fibras
Bloqueio funcional diferencial
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Canais de Na+ regulados por voltagem
Detecção de Voltagem
Local de ligação
CANAIS DE SÓDIO REGULADOS POR VOLTAGEGM
O canal de sódio encontrado no cérebro de mamíferos é constituído por um complexo heterotrimérico de proteína glicosilada formado por três subunidades designadas de (260 Kilodaltons), 1 (36 Kilodaltons) e 2 (33 Kilodaltons), enquanto o canal de sódio do órgão elétrico de peixes (enguias elétricas) é formado por uma glicoproteína de aproximadamente 1850 aminoácidos com um peso molecular de 280 Kilodaltons. Somente a subunidade alfa é responsável pela função do canal, onde provavelmente, se ligam os anestésicos locais e neurotoxinas como a tetrodotoxina e saxitoxina. A subunidade alfa é mais extensa e contém quatro domínios transmembrana homólogos (I-IV) formado por uma seqüência repetida de aminoácidos. (Figura 5). Cada um desses domínios, por sua vez, consiste de seis segmentos transmembrana (-hélices) semelhantes (S1 - S6) que atravessam a membrana plasmática e conectam alças intra e extracelulares. O segmento S4 contém resíduos de aminoácidos positivamente carregados e corresponde ao sensor de voltagem do receptor. Acredita-se que os domínios transmembrana assumam uma estrutura helicoidal e que os poros dos canais sejam formados neste modelo pelos segmentos transmembrana S5 e S6 e pelos dois segmentos SS1 e SS2 da alça curta entre eles, que se organizam formando as paredes do poro ou canal no centro dos quatro domínios homólogos (Figura 5)10,11. Após a abertura, o canal de sódio é inativado dentro de poucos milissegundos em virtude do fechamento de um portão de inativação. A alça intracelular curta, que conecta os domínios homólogos III e IV, serve como portão de inativação dos canais de Na+.
A abertura do canal de sódio pode ser modulada pela fosforilação de proteínas. A fosforilação do portão de inativação entre os domínios homólogos III e IV pela proteína cinase C lentifica a inativação, enquanto a fosforilação de sítios na alça intracelular entre os domínios homólogos I e II, pela proteína cinase C ou por uma proteína cinase dependente de AMP cíclico, reduz a ativação dos canais de
Na+.
O estudo da seqüência de alterações conformacionais que ocorrem com o canal de sódio durante a ativação ou inativação, demonstra que pela despolarização cada um dos quatro domínios homólogos sofre alteração conformacional transformando-se em um estado ativado. Após todos os quatro domínios terem sido ativados ocorre a abertura do canal de Na+. Poucos milissegundos após a abertura, o portão de inativação, entre os domínios III e IV, se fecha sobre a boca intracelular do canal, ocluindo-o, e dessa forma, prevenindo subseqüente condutância iônica.
Os anestésicos locais bloqueiam a condução do impulso no nervo através da ligação com três resíduos de aminoácidos que formam o segmento S6 no domínio IV, que juntamente com os segmentos SS1 e SS2 da alça curta, entre os segmentos S5 e S6, contribuem para a formação da boca extracelular do poro ou canal. A lidocaína liga-se aos resíduos da fenilalanina e tirosina
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Canais de sódio
Canal de sódio regulado por voltagem
Existem em 3 estados principais: 
Aberto
Inativado
Repouso
ANESTÉSICO LOCAL
A. O canal de sódio é composto de uma cadeia polipeptídica com quatro unidades repetitivas. Uma região, conhecida como região S4, possui muitos aminoácidos de carga positiva (lisina e arginina). Esses resíduos conferem ao canal a sua dependência de voltagem. Em repouso, o poro encontra-se fechado. Quando a membrana é despolarizada, os resíduos com carga movem-se em resposta à mudança no campo elétrico. Isso resulta em diversas mudanças de conformação (estados fechados intermediários), que culminam na abertura do canal. Depois de cerca de 1 ms (o tempo de abertura do canal), a “região de ligação” de 3-4 aminoácidos tampa o canal aberto, produzindo a conformação inativada. A conformação inativada só retorna ao estado de repouso quando a membrana é repolarizada; essa mudança de conformação envolve o retorno da região S4 à sua posição original e a expulsão da região de ligação. O tempo necessário para o retorno do canal do estado inativado para o estado em repouso é conhecido como período refratário; durante esse período, o canal de sódio é incapaz de ser ativado
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Potencial de membrana
de repouso
Hiperpolarização
Potencial de ação
Despolarização
Repolarização
Limiar
Potencial
 Graduado
Potencial de Ação
Despolarização
Potencial de membrana menos negativo
Hiperpolarização
Potencial de membrana mais negativo
Potencial de Ação
Propriedade das células excitáveis = despolarização rápida
Limiar 
Potencial de membrana no qual o potencial de ação é inevitável.
ANESTÉSICO LOCAL
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Mecanismo de ação dos AL
Hipótese do receptor modulado
Os anestésicos locais tem maior afinidade pelos estados: fechado, aberto e inativado.
ANESTÉSICO LOCAL
B. A ligação de um anestésico local (AL) altera as propriedades das formas intermediárias assumidas pelo canal de sódio. Os canais de sódio em qualquer uma das conformações (em repouso, fechada, aberta ou inativada) podem ligar-se a moléculas de anestésicos locais, embora o estado em repouso tenha baixa afinidade pelos AL, enquanto os outros três estados exibem alta afinidade. O AL pode dissociar-se do complexo canal-AL em qualquer estado de conformação, ou o canal pode sofrer mudanças de conformação enquanto está associado à molécula de AL. Por fim, o complexo canal-AL deve dissociar-se, e o canal de sódio deve retornar a seu estado de repouso para se tornar ativado. A ligação do AL estende o período refratário, incluindo o tempo necessário para a dissociação da molécula de AL do canal de sódio e o tempo necessário para o retorno do canal ao estado de repouso
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Mecanismos de bloqueio de n. periférico
ANESTÉSICO LOCAL
Hipótese do receptor modulado
ANESTÉSICO LOCAL
Mecanismo de ação dos anestésicos locais
Outros receptores para anestésicos locais
Canais de potássio
Canais de calcio
Canais regulados por ligantes 
Receptores acoplados a proteína G
ANESTÉSICO LOCAL
Propriedades químicas
Algumas características:
São bases fracas
São utilizadas como sais para 
 melhorar sua estabilidade.
Lipossolubilidade: Principal determinante da potência
Compostos altamente lipofílicos tendem a penetrar na membrana nervosa mais facilmente
ANESTÉSICO LOCAL
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Os anestésicos locais são bases fracas poucos solúveis em águas, porém muito solúveis em lipídeos
Usados na forma de cloridrato que melhora a solubilidade e aumenta a estabilidade em meio aquoso
A capacidade de difusão depende do Pka e do Ph tecidual
ANESTÉSICO LOCAL
Farmacocinética dos AL
Absorção sistêmica
Após administração os AL se difundem para seus locais de ação.
A quantidade de anestésico local que penetra na circulação sistêmica e a potência do AL determinam a toxicidade sistêmica do agente.
A vascularidade, a [] do farmaco, a adição de vasoconstritor e as propriedades da solução influenciam a velocidade e extensão da absorção sistêmica.
Os vasoconstritores não são utilizados quando os AL são administrados nas extremidades.
ANESTÉSICO LOCAL
Farmacocinética dos AL
Metabolismo e excreção
AL com ligação éster 
 metabolizado por esterases 
 plasmáticas – excretada pelos rins
AL com ligação amida
 metabolizado no fígado (citocromo P450)
 excretados pelos rins
Atenção a pacientes com doenças hepáticas
Toxicidade e metabolismo extra-hepático
 
ANESTÉSICO LOCAL
Os AL com ligação éster são metabolizados por esterases (pseudocolinesterases) teciduais e plasmáticas. Esse processo é rápido (da ordem de minutos), e os produtos resultantes são excretados pelos rinsOs AL com ligação amida são primariamente metabolizados 
no fígado pelas enzimas do citocromo P450.
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Administração de AL
Anestesia tópica
Alívio da dor a curto prazo quando aplicados às mucosas ou à pele
Amplamente utilizados nas mucosas: oculares, do nariz e bucal
Principal obstáculo – estrato córneo
ANESTÉSICO LOCAL
Administração de AL
Anestesia infiltrativa
Anestesiar uma aréa da pele através de uma injeção
Administração – intradérmica ou subcutânea
Entorpecimento mais rápido
A injeção pode ser dolorosa
Anestésicos usados: lidocaína
 procaína 
 bupivacaína.
ANESTÉSICO LOCAL
Administração de AL
Bloqueio de nervos periféricos
Bloqueio na vizinhança imediata dos nervos periféricos individuais ou um plexo nervoso
Ex: bloq. nervos paravertebrais em bovinos
Bloqueio nervoso pequeno e grande
Via percutânea
A epinefrina ajuda a prolongar a duração de ação do bloqueio.
ANESTÉSICO LOCAL
Anestesia com vasoconstrictor
ANESTÉSICO LOCAL
Administração de AL
Bloqueio epidural
AL no espaço epidural, geralmente no espaço lombossadcro (cão, suíno) ou no 1º ou 2º espaços intercoccígeos (equi, bov) chamada também de anestesia caudal
 bupivacaína
 ropivacaína 
 lidocaina 
ANESTÉSICO LOCAL
Administração de anestésicos locais
Bloqueio intravascular
Introduzido no vaso sanguíneo
Anestesia regional a curto prazo
Isolamento da solução anestésica da circulação sistêmica – torniquete pneumático
Usadas frequentemente para operações do dedo nos bovinos
ANESTÉSICO LOCAL
É conseguida pela injeção iv de grandes volumes de aéstésicos local diluído em uma extremidade isolada do restante da circulação por um torniquete
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Efeitos adversos
Toxicidade sistêmica
Convulsões
Depressão respiratória 
Colapso cardiovascular
É possível evitar essas reações com algumas precauções:
Administrar a menor dose que produza anestesia eficaz
Empregar tecnicas apropriadas de injeção
Utilizar solução contendo vasoconstritor
ANESTÉSICO LOCAL
Efeitos adversos
Respostas teciduais locais
Indução de necrose no tecido muscular esquelético próximo ao local da injeção.
Podem impedir a motilidade celular, reduzir a síntese de colágeno e retardar a cicatrização de feridas.
As respostas teciduais são causadas ou
intensificadas pela adição de vasoconstritores.
ANESTÉSICO LOCAL
Efeitos adversos
Reações alérgicas
Historicamente, a maioria dos casos de alergia se dá pelos AL aminoéster como a procaína pode causar hipersensibilidade ou respostas anafiláticas
O mais comumente implicado é o PABA, produto do metabolismo do éster
ANESTÉSICO LOCAL
Associações
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Associações
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Classificação dos AL
ANESTÉSICO LOCAL
Anestésicos locais com ligação éster
Cloridrato de Procaína 
AL de ação curta
Baixa hidrofobicidade
É rapidamente degradada
Baixa potencia
Metabólito PABA pode exarcerbar infecções bacterianas.
É utilizado para infiltração e bloqueio nervoso
ANESTÉSICO LOCAL
O paba inibe a ação de antibióticos sulfonamidas
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Anestésicos locais com ligação éster
Cloridrato de Tetracaína 
Ação longa e altamente potente
Elevada hidrofobicidade
Usada em anestesia tópica do olho, garganta e nariz e espinhal 
Metabolismo lento
ANESTÉSICO LOCAL
Anestésicos locais com ligação éster
Cloridrato de Cocaína 
AL de ocorrencia natural
Potencia e duração média
Acentuada ação vasoconstritora
Não mais utilizada na clínica veterinária 
Cardiotoxicidade e a euforia limitam seu uso.
ANESTÉSICO LOCAL
Anestésicos locais com ligação amida
Cloridrato de Lidocaína
AL mais comumente utilizado na med veterinária
Hidrofobicidade moderada
Inicio rápido, duração média e potencia moderada
Velocidade de hidrólise reduzida
Usada na anestesia infiltrativa,bloqueio dos nervos periféricos, anestesia epidural, espinhal e tópica.
Metabolismo no fígado
ANESTÉSICO LOCAL
Anestésicos locais com ligação amida
Cloridrato de Prilocaína 
Ação intermediária
Assemelha-se a lidocaína
Atividade AL e vasocontritora
Menos tóxico do grupo amida e melhor disponível para IV
Efeito colateral por superdosagem é a metemogrobinemia
ANESTÉSICO LOCAL
Meta-hemoglobinemia, também conhecida por "meta-Hb", é uma desordem caracterizada pela presença de um nível mais alto do que o normal de meta-hemoglobina no sangue. A meta-hemoglobina é uma forma de hemoglobina que não se liga ao oxigênio
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Anestésicos locais com ligação amida
Cloridrato de Mepivacaína 
Média duração
Propriedades semelhantes a lidocaína
Duração mais prolongada que a lidocaína
Não é utilizada como anestesia obstetrícia
ANESTÉSICO LOCAL
Anestésicos locais com ligação amida
Cloridrato de Bupivacaína
Longa duração
Quatro vezes mais potente que a lidocaína
Altamente hidrofóbico
Bloqueio espinal,epidural
Metabolizada no fígado
Utilizada para anestesia obstetrícia
ANESTÉSICO LOCAL
Anestésicos locais com ligação amida
Cloridrato de ropivacaína
Longa duração
Ropivacaína menos lipossolubilidade que a bupivacaína
Concentrações baixas leva a uma vasocontrição e em concentrações mais elevadas resultam em vasodilatação
ANESTÉSICO LOCAL
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