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Introdução ao Direito Civil LINDB e Código Civil

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Direito Civil| Material Complementar 
Prof. Juliana Pereira | fb.com/julianavipe
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro 
Instituída pelo Decreto-lei n. 4.657, de 1942, e, embora seu conteúdo seja estudado em Direito Civil, essa lei não é 
parte integrante do Código Civil e seu conteúdo trata de assuntos relacionados à aplicação das leis em geral. É 
importante que você saiba que até 2010, essa lei era chamada de Lei de Introdução ao Código Civil de forma 
equivocada. Por isso, foi editada a Lei n. 12.376/2010, com único objetivo de sanar esse equívoco. Portanto, 
atualmente, o conteúdo que será estudado a seguir é o da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, também 
chamada de LINDB, que é uma norma sobre normas, ou seja, é uma lei que visa regulamentar as próprias normas 
jurídicas, também chamada de norma de sobredireito. 
A LIND traz como conteúdo: 
1. Início da obrigatoriedade da lei (art.1 º);
2. Tempo de obrigatoriedade da lei (art. 2º);
3. Garantia da eficácia global da norma jurídica (art. 3º);
4. Mecanismos de integração da norma jurídica, quando houver lacuna (art. 4º);
5. Critérios de hermenêutica jurídica (art. 5º);
6. Direito intertemporal (art. 6º);
7. Direito internacional privado brasileiro (arts. 7º a 17);
8. Atos civis, praticados no estrangeiro, pelas autoridades consulares brasileiras (arts. 18 e 19).
1. Início da obrigatoriedade da lei.
A lei, é uma das fontes do direito, mas não a única, e, quando válida e vigente, passa ser dirigida a todos (geral) e é
imperatividade (obrigatória). A LINDB traz como conteúdo regras relativas à vigência das leis, ou seja, quando uma lei
passará a fazer parte do ordenamento jurídico, de forma válida.
O processo legislativo, que compreende a elaboração das leis, está previsto na Constituição Federal, e é um conjunto
de fases constitucionalmente estabelecidas, pelas quais deverá passar o projeto de lei, até sua transformação em lei
vigente. Basicamente, os tramites constitucionalmente previstos são iniciativa, discussão, deliberação, sanção,
promulgação e publicação. Embora o processo legislativo não seja o objeto do nosso estudo, é importante ter essa
breve noção.
Para o estudo da LINDB, importará principalmente a publicação, porque após essa última fase, a lei se tornará vigente,
e passará a fazer parte do ordenamento jurídico, tornando-se obrigatória aos seus destinatários.
A promulgação é o ato pelo qual o Executivo atesta a existência da lei, dando autenticidade, ordenando sua aplicação 
e cumprimento. 
A publicação é o ato pelo qual a nova lei se torna pública e obrigatória, já que possibilita o seu conhecimento pelos 
seus destinatários. 
A vigência é o período de vida da norma, desde o início de sua obrigatoriedade até a sua revogação. 
A lei poderá se tornar vigente, a critério do legislador: 
 na data da publicação; ou
 em data posterior à publicação.
A obrigatoriedade da norma, não se inicia na data da publicação, salvo se ela assim determinar. A escolha da data de 
início de vigência de uma lei compete ao legislador, mas essa escolha, dependerá da repercussão que ela terá no 
ordenamento jurídico. 
O artigo 1º, caput, da LINDB, dispõe que: “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta 
e cinco dias depois de oficialmente publicada”. 
Resumindo, o início da vigência/obrigatoriedade de uma lei ocorrerá: 
1. Na data da publicação da lei: quando o legislador assim determinar de forma expressa.
Exemplo: “Essa lei entrará em vigor na data da sua publicação”.
2. Em data posterior à publicação da lei:
a) quando o legislador for omisso, a lei entrará em vigor 45 dias após oficialmente publicada.
Iniciativa Discussão Deliberação Sanção Promulgação Publicação
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b) quando o legislador mencionar expressamente, lei entrará em vigor após o prazo
mencionado pelo legislador.
Exemplo: “Essa lei entrará em vigor 90 dias após a sua publicação”.
Importante: quando o legislador indica a data a partir da qual a lei entra em vigor, chamamos essa menção cláusula 
de vigência. 
Vacatio legis. 
O intervalo entre a data da publicação e a data da vigência de lei é denominado “vacatio legis”. 
PUBLICAÇÃO VIGÊNCIA 
A vacatio legis serve para que todos os destinatários da lei se adaptem ao seu conteúdo, caso a lei publicada seja de 
grande complexidade. Ainda, a vacatio legis NÃO é obrigatória, ou seja, fica a critério do legislador a existência ou não 
desse tempo entre a publicação e a vigência da lei, com pouquíssimas exceções previstas na Constituição Federal, 
como por exemplo, artigos 150, III, “c” e 195 § 6º, em que é obrigatória. 
Não existe, também, prazo máximo ou mínimo, ficando também esse período a critério do legislador. 
Quando houver “vacatio legis”, antes do decurso do seu prazo, a lei não se tornará obrigatória, mesmo que 
devidamente promulgada e publicada, porque a lei ainda não estará vigente. 
O computo do prazo da “vacatio legis” está previsto no artigo 8º da Lei Complementar n. 95/98 e ocorre da seguinte 
forma: inclui a data da publicação da lei e o último dia do prazo, iniciando a vigência da lei no dia seguinte. 
Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo 
razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor 
na data de sua publicação" para as leis de pequena repercussão. 
§ 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de
vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando
em vigor no dia subseqüente à sua consumação integral.
§ 2º As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra
em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial’.
Observações: 
a) É possível que o início da vigência ocorra em sábado, domingo ou feriado, pois não se trata de prazo de cumprimento
de obrigação, mas sim de início de vigência de lei. Não precisa ser em dia útil.
b) A LINDB adotou o princípio da vigência sincrônica, ou seja, a lei, quando vigente e válida, se torna obrigatória
simultaneamente em todo o país.
Vacatio legis de lei brasileira no estrangeiro. 
Vigência
Data da Publicação
Legislador menciona 
expressamente 
(destinada a leis de 
pequena repercussão)
Data Posterior à 
Publicação
(Vacatio Legis)
Legislador é omisso
(45 dias após a 
publicação)
Legislador menciona 
expressamente 
quantidade em dias ou 
meses
VACATIO LEGIS 
2
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Existem situações em que a lei brasileira poderá ter aplicabilidade em países estrangeiros, como ocorre nas hipóteses 
de atribuições dos ministros, embaixadores, princípios e convenções internacionais, interesses de brasileiros no que 
se refere ao seu estatuto pessoal, dentre outros. 
A obrigatoriedade da norma brasileira no exterior, quando admitida, se inicia 3 (três) meses depois de oficialmente 
publicada. Essa é a regra do § 1º, art. 1º, da LINDB. 
Observação: se porventura o comando legal estipular prazo de vacatio legis superior 3 (três) meses no Brasil, não faz 
sentido a lei se tornar obrigatória em território estrangeiro, sem que tenha iniciado a sua vigência no Brasil. Nesses 
casos, o início da vigência da lei será simultâneo no território nacional e estrangeiro. 
Resumindo, uma lei no Brasil, quando admitida sua aplicação no exterior, terá sempre vacatio 
legis obrigatória de 3 (três) meses, no mínimo. 
Revogação de lei anterior vigente. 
É possível também que a lei nova preveja a revogação de uma lei anterior vigente. Nesse caso, durante a “vacatio 
legis”, essa lei ainda estará vigente, pois a lei nova só produziráefeitos e se tornará obrigatória quando vencer o prazo 
de vacatio legis estipulado na lei. A lei anterior (a ser revogada), nesse intervalo, deverá ser observada mesmo que 
incompatível com a lei nova. 
Exemplo prático: O “antigo” Código de Processo Civil (Lei n. 5.869/1973) foi revogado expressamente pelo “novo” 
Código de Civil (Lei n. 13.105/2015), em seu art. 1.046. No entanto, o novo CPC previu “vacatio legis” de um ano (ver 
art. 1.045), e passou e ter vigência somente em 18 de março de 2016. Sendo assim, até 17 de março de 2016, estava 
vigente o “antigo” Código de Processo Civil, apesar do “novo” CPC já estar publicado o DOU desde 17.3.2015. Nesse 
caso específico, o legislador entendeu que o prazo de “vacatio legis” deveria ser de um ano, tendo em vista a 
complexidade dessa norma no ordenamento jurídico. 
Código de Processo Civil 
Art. 1.045. Este Código entra em vigor após decorrido 1 (um) ano da data de sua 
publicação oficial. 
Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo 
aos processos pendentes, ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973. 
Lei corretiva. 
Pode ocorrer de uma lei ser publicada com algum erro. Nesse caso, pode o legislador corrigir esse erro. Importante 
distinguir a correção desse texto dentro da vacatio legis ou durante a vigência da lei. 
1. CORREÇÃO durante o período de “vacatio legis”.
Quando a lei está publicada, mas ainda não vigente, pode o legislador corrigir o texto da lei durante o período de
“vacatio legis”, e ocorrer nova publicação do seu texto. Nesse caso, o prazo de “vacatio legis” começará a correr da
nova publicação, tanto em território nacional, como no território estrangeiro, conforme regra do art. 1º, § 3º, do CPC.
2. CORREÇÃO de lei em vigor.
Nesse caso, a correção considera-se lei nova, conforme art. 1º, § 4º, da LINDB, e o prazo de vacatio legis, se houver,
ficará a critério do legislador, ou seja, se ele for omisso, prevalece a regra geral do caput do art. 1º, entrará em vigor
45 dias após oficialmente publicada.
 Resumindo: 
Lei não entrou em vigor, ou seja, está no 
prazo de vacatio legis 
Lei já entrou em vigor 
Após a correção, republica-se a lei e inicia a 
nova contagem do prazo da vacatio da data 
da publicação da correção, anulando-se o 
tempo decorrido. 
A correção de lei já em vigor é considerada lei 
nova e para o começo de obrigatoriedade se 
aplica o princípio geral da vacatio legis. Se 
omisso, 45 dias, ou legislador utiliza-se da 
cláusula de vigência 
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2. TEMPO DE OBRIGATORIEDADE DA LEI.
A lei, quando vigente no ordenamento jurídico, tem caráter permanente (princípio da continuidade das leis), com
exceção da lei temporária, por exemplo. É o que prevê o art. 2º, caput, da LINDB.
A lei temporária é a que nasce com termo prefixado de duração ou com um objetivo a ser cumprido. A lei já nasce
com um prazo para perder sua vigência.
Regra geral, só lei revoga lei.
Revogação é a supressão da força obrigatória da lei, retirando-lhe a sua eficácia, o que só pode ser feita por outra lei
da mesma hierarquia ou hierarquia superior.
No entanto, com a velocidade da evolução da nossa sociedade, muitas vezes o legislador não consegue acompanhar
essa evolução, podendo existir algumas situações de conflitos de leis, ou até mesmo, pode ocorrer de uma norma,
mesmo que vigente, seja ineficaz ou inaplicável em nosso ordenamento jurídico.
Temos como exemplo o crime de adultério, que era previsto no art. 240 do Código Penal, só foi revogado
expressamente em 2005, mas que já não tinha mais aplicabilidade em nosso ordenamento jurídico há muitos anos
(revogação tácita), ou seja, ainda estava vigente até 2005, mas não tinha vigor (obrigatoriedade).
Segundo o artigo 2º, § 1º da LINDB, “A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja
com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior”.
Resumindo, a revogação pode ser: 
Quanto à forma 
de revogação 
1. EXPRESSA Lei declara expressamente
2. TÁCITA
(ocorre de duas
formas)
Lei nova incompatível 
*é a revogação tácita por incompatibilidade
Lei nova regula inteiramente matéria da lei anterior 
*é a revogação tácita global
Ainda, quanto à extensão, uma norma pode ser totalmente revogada ou parcialmente revogada. 
Quanto à extensão 
a revogação pode ser: 
1. TOTAL (AB-ROGAÇÃO),
Ex.: Lei n. 3.071/2016 (CC 1916) - ver. art. 2.045 CC
2. PARCIAL (DERROGAÇÃO).
Ex.: Lei n. 556/1850 (Código Comercial) - ver. art. 2.045 CC
 Obs.: 
- A revogação expressa e a revogação tácita global tem o mesmo efeito (ambas revogam totalmente a lei anterior).
- A diferença é que a primeira declara expressamente a revogação a segunda não, regula inteiramente a matéria da
lei anterior.
 VEJA COMO É FÁCIL ENTENDER: 
 O Código Civil/2002 em seu Artigo 2.045 revogou totalmente o Código Civil/1916 anterior de forma expressa. 
Caso esse artigo de revogação expressa não tivesse sido previsto pelo legislador, a revogação ocorreria da mesma 
forma, porque o CC/2002 regulou inteiramente a matéria do CC/1916, e a revogação ocorreria da mesma forma, só 
que de forma tácita (global). 
O ideal é que não haja revogação tácita, para que não ocorram conflitos entre leis. No entanto, o legislador prevendo 
que essas situações poderiam ocorrer, criou essas regras acima explicitadas. 
Princípio da conciliação das leis. 
Consiste na possibilidade de convivência harmônica das normas gerais com as especiais, que versem sobre a mesma 
matéria, sempre que possível. 
Por isso, dispõe o art. 2º, § 2º da LINDB que “A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já 
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior”. 
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*Pode ser promulgada nova lei sobre o mesmo assunto de norma já promulgada, sem que se ab-rogue tacitamente a 
anterior. 
 
 Para melhor entendimento: 
- Se a lei nova apenas estabelecer disposições gerais ou especiais, sem conflitar com a antiga, não a revoga nem 
modifica a lei anterior. 
- As leis especiais não revogam nem modificam as leis gerais (Ex.: o CDC/90 não revogou nem modificou o CC/16). 
- As leis gerais não revogam nem modificam as leis especiais (Ex.: o CC/02 não revogou nem modificou o CDC/90). 
 
Estudo das antinomias. 
As antinomias jurídicas representam o conflito de duas normas válidas emanadas de autoridade competente (lacunas 
de conflito ou de colisão). 
 ANTINOMIA = CONFLITO DE LEIS. 
Em casos tais, três são os critérios para solução desses conflitos: cronológico, especialidade e hierárquico. 
A. critério cronológico. 
É o mais fraco de todos. 
B. critério da especialidade. 
É o critério intermediário. 
C. critério hierárquico. 
É o mais forte de todos. 
 
Obs.: a especialidade é mais forte que o critério cronológico, pois consta da CF/88, enquanto que o último critério 
consta da LINDB em seu art. 2º. 
Se a antinomia envolver um desses critérios, é chamada de 1º grau. 
Se envolver dois desses critérios, é chamada de 2º grau. 
 
Exemplos: 
Norma Posterior X Norma Anterior = Antinomia de 1º grau aparente (critério cronológico). 
Norma Especial X Norma Geral = Antinomia de 1º grau aparente (critério especialidade). 
Norma Superior X Norma Inferior = Antinomia de 1º grau aparente (critério hierárquico). 
 
Norma Anterior Especial X Norma Posterior Geral = Antinomia de 2º grau aparente (critérios: cronológico e 
especialidade). 
Norma Anterior Superior X Norma Posterior Inferior = Antinomia de 2º grau aparente (critérios: cronológico e 
hierárquico) 
 
Repristinação. 
É a restauração da vigência de uma lei anteriormente revogada em virtudeda revogação da lei revogadora. 
 O fenômeno repristinatório existe no direito brasileiro, porém ele NÃO é automático, devendo vir expresso na lei, 
conforme previsão do art. 2º, § 3º da LINDB, que diz: “Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura 
por ter a lei revogadora perdido a vigência”. 
 
Exemplo: 
LEI A revoga LEI B 
LEI B é revogada pela LEI C 
Lei A (revogada) não volta a ter vigência por ter a lei revogadora (B) ter sido revogada (pela C). 
 
3. Garantia da eficácia global da norma jurídica (OBRIGATORIEDADE DAS LEIS). 
O artigo 3º da LINDB dispõe que: “Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece”. 
Esse dispositivo visa garantir a eficácia global da ordem jurídica, que estaria comprometida se se admitisse a alegação 
de ignorância da lei vigente. Esse dispositivo visa dispõe que após a publicação da lei, ninguém mais pode alegar a sua 
ignorância. É obrigatória para todos, mesmo para os que a ignoram, porque assim o exige o interesse público. 
 
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4. Mecanismos de integração da norma jurídica, quando houver lacuna.
Nem sempre o legislador consegue prever todas as situações para o presente e para o futuro, pois o direito é dinâmico
e está em constante movimento, acompanhando a evolução da vida social, que traz em si novos fatos e conflitos.
Assim, o nosso sistema jurídico, por mais perfeito que seja, não pode prever todas as situações de fato, que 
constantemente se transformam, em decorrência da evolução rápida de nossa sociedade. 
Dessa forma, o termo “lacuna” foi introduzido para designar possíveis casos em que o direito não apresenta solução. 
A lacuna ocorre pela falta de lei, mas não há lacuna no sistema jurídico, que fornece opções para que exista solução 
no caso concreto. 
Classificação das lacunas: 
 Lacuna normativa: ausência de norma prevista para um determinado caso concreto.
 Lacuna ontológica: presença de norma para o caso concreto, mas que não tenha eficácia social. AUSÊNCIA
DE EFICÁCIA SOCIAL.
 Lacuna axiológica: presença de norma para o caso concreto, mas cuja aplicação seja insatisfatória ou injusta.
AUSÊNCIA DE JUSTIÇA.
 Lacuna de conflito ou antinomia: choque de duas ou mais normas válidas, pendente de solução no caso
concreto.
Dispõe o art. 4º da LINDB que: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes 
e os princípios gerais de direito”. 
Assim, poderá ocorrer que, devido a um defeito em nosso sistema, exista uma ausência de norma, onde estaremos 
diante do problema das lacunas. 
Quando houver uma lacuna, ou seja, ausência de norma para o caso concreto, o juiz deverá decidir de acordo com a 
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. São os chamados mecanismos destinados a suprir as lacunas 
da lei. 
IMPORTANTE: NÃO CONFUNDIR LACUNA COM ANTINOMIA. 
Pelo que está previsto na LINBD, o juiz, ao decidir, deverá utilizar os mecanismos nessa ordem: 
1. Analogia;
2. Costumes;
3. Princípios gerais do direito.
O juiz não pode deixar de proferir uma decisão alegando que a lei é omissa. Trata-se do Princípio da Obrigatoriedade 
da Jurisdição. É o que prevê o artigo 140 do Código de Processo Civil. 
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do 
ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. 
Analogia: aplicação de uma norma próxima ou de um conjunto de normas próximas. 
Costumes: práticas e usos reiterados com conteúdo lícito e relevância jurídica. Exemplo: cheque, que é ordem de 
pagamento à vista, mas na prática, admite-se cheque pré-datado. 
São condições para se aplicar o costume: continuidade, uniformidade, diuturnidade, moralidade e obrigatoriedade. 
Obs.: diuturnidade quer dizer (longa duração). 
Princípios gerais do direito: são regramentos básicos aplicáveis a um determinado instituto ou ramo jurídico, visando 
a auxiliar o aplicador do direito na busca da justiça e da pacificação social. 
Obs.: os princípios podem ser extraídos nas normas jurídicas, dos costumes, da doutrina, da jurisprudência e de 
aspectos políticos, econômicos e sociais. 
IMPORTANTE: Na prova, essa ordem deve ser respeitada: analogia, costumes e princípios gerais de direito. 
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NÃO CONFUNDIR: a equidade não constitui meio supletivo de lacuna na lei, sendo mero recurso auxiliar da aplicação 
desta. É o que dispõe o art. 140, parágrafo único, do Código de Processo Civil: “O juiz só decidirá por equidade nos 
casos previstos em lei”. 
5. Critérios de hermenêutica jurídica.
Hermenêutica é a ciência de interpretação das leis.
O artigo 5º da LINDB adotou a interpretação sociológica ou teleológica, que tem por objetivo adaptar o sentido da
norma às novas exigências sociais, com abandono do individualismo e dispõe que: “Na aplicação da lei, o juiz atenderá
aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”.
As principais técnicas de interpretação apresentadas por nossa doutrina são: 
a) gramatical ou literal: o intérprete se restringe apenas aos aspectos linguísticos, seja na etimologia da palavra ou na
sintaxe. Em resumo: busca o sentido literal do texto normativo.
b) lógica ou racional: o intérprete busca o sentido e o alcance da norma, por meio de raciocínios lógicos. Em resumo:
busca eliminar as contradições gramaticais, utilizando-se de silogismos, deduções e presunções.
c) ontológica: o intérprete busca a razão normativa.
d) histórica: o intérprete usa como elemento interpretativo a evolução histórica do instituto e exposições de motivos,
ou seja, baseia-se na averiguação dos antecedentes da norma.
e) sistemática: o intérprete considera o sistema em que se insere a norma, relacionado com outras com o mesmo
objeto, ou seja, considera o ordenamento jurídico de forma mais plena.
f) teleológica ou sociológica: o intérprete busca a finalidade da norma às novas exigências sociais.
6. Direito Intertemporal.
A norma jurídica é criada para valer ao futuro, sendo a retroatividade exceção, somente se prevista em lei
eventualmente poderá atingir fatos pretéritos, desde que respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a
coisa julgada.
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito 
adquirido e a coisa julgada. 
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se
efetuou.
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer,
como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida
inalterável, a arbítrio de outrem.
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.
 Regra: Irretroatividade
 Exceção: Retroatividade mínima, mas sempre respeitando o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa
julgada.
Direito adquirido: é o direito já incorporado definitivamente ao patrimônio e à personalidade de seu titular, de modo 
que nem lei nem fato posterior possa alterar sua situação jurídica. 
Exemplo: benefício previdenciário já usufruído por alguém, pessoa que preencheu os requisitos para requerer o 
benefício previdenciário durante a lei vigente. 
Observação: inexiste direito adquirido a regime jurídico, ou seja, se hoje a lei prevê um direito, mas amanhã revogar 
esse direito. Após a revogação não há mais como a pessoa invocar o direito a seu favor. 
Exemplo: se uma lei permite a construção de um prédio no bairro X, mas amanhã revoga esse direito, a pessoa não 
pode invocar direito adquirido se não obteve autorização para construção segundo a lei vigente. 
Ato jurídico perfeito: é a manifestaçãode vontade lícita, já emanada por quem esteja em livre disposição e 
aperfeiçoada. Ex.: casamento celebrado. 
Coisa julgada: é a decisão judicial já prolatada, da qual não cabe mais recurso. 
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7. Direito internacional privado brasileiro (arts. 7º a 17). 
Para uma melhor didática, nesse ponto será mencionado o artigo de lei e, se necessário, algum comentário sobre o 
dispositivo. 
Esses artigos regulam o chamado Estatuto do Direito Internacional, e é mais comum constarem perguntas sobre os 
assuntos nas provas específicas dessas matérias (Direito Internacional Público e Privado). 
Pelo princípio da territorialidade da lei a regra é que no Brasil somente se pode aplicar a norma jurídica nacional. Os 
Estados contemporâneos, todavia, têm admitido, em determinadas circunstâncias, a aplicação de normas estrangeiras 
e de fontes do Direito Internacional Público (tratados e convenções) em seu território, com o intuito de facilitar as 
relações entre os países. 
Dessa forma, nosso país adotou o princípio da territorialidade moderada ou temperada, princípio pelo qual as leis e 
as sentenças estrangeiras podem ser aplicadas no Brasil, observadas certas regras, algumas delas constantes na 
própria Lei de Introdução. 
 
Resumindo: 
REGRA: Aplica-se lei brasileira. 
EXCEÇÃO: Aplicam-se normas e sentenças de outros países, desde que respeitado os parâmetros da LINDB, ou seja, 
nada que ofenda a soberania, ordem pública e bons costumes será aplicado no Brasil (art. 17 da LINDB). 
 
Observação: é importante que você saiba a diferença entre domicílio e residência, para melhor entendimento da 
matéria a seguir. Domicílio é um conceito jurídico, e é o local onde a pessoa se presume presente para efeitos de 
direito, ou seja, o local onde a pessoa pode ser sujeito de direitos e obrigações na ordem privada. Em resumo: é onde 
a pessoa se situa permanentemente, a maior parte do tempo, com ânimo definitivo. A residência é o lugar em que 
habita, com intenção de permanecer, mesmo que dele se ausente temporariamente. Admite-se, no ordenamento 
cível brasileiro, a pluralidade de domicílios. 
 
Após essas noções introdutórias, vamos ao estudo dos artigos. 
 
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da 
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 
 
COMENTÁRIO 
Se houver qualquer litígio envolvendo: 
 Começo e fim da personalidade 
 Nome 
 Capacidade 
 Direito de Família 
A lei aplicável será a lei do domícilo ou lex domicilii 
 
§ 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos 
dirimentes e às formalidades da celebração. 
 
COMENTÁRIO 
Para os casamentos realizados no Brasil, quanto aos: 
 Impedimentos dirimentes (são as causas de nulidade e anulabilidade previstas no 
Código Civil) 
 Formalidades da celebração 
A lei aplicável é a lei brasileira 
Ex.: no Brasil, um estrangeiro não poderá casar com duas mulheres, mesmo que a lei do seu 
país permita, porque no Brasil só se admite casamento monogâmico. 
 
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou 
consulares do país de ambos os nubentes. 
 
COMENTÁRIO 
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É possível que estrangeiros de mesma nacionalidade (noivos conacionais) se casem no Brasil, 
perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes, pois não se 
justificaria o império da lei local para pessoas sem obediência político-jurídica. Nesse caso, 
aplica-se a lei pessoal, excepcionalmente. 
Obs.: se os noivos (também chamados de nubentes) tiverem nacionalidade diferentes, aplica-
se a lei local brasileira. 
 
 
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do 
primeiro domicílio conjugal. 
 
 
COMENTÁRIO 
A invalidade matrimonial será apurada pela lei do domicílio comum dos nubentes ou pela lei 
do primeiro domicílio conjugal, se tiverem domicílios diferentes. 
Não importa onde o casamento foi celebrado, se os noivos (nubentes), tiverem domicílio 
diverso para se declarar: 
 Invalidade do matrimônio 
A lei aplicável é a lei do primeiro domicílio conjugal 
Exemplos: 
- casamento no Brasil de franceses que tem domicílio na França e o primeiro domicílio 
conjugal também será na França. Para declarar a invalidade do matrimônio, aplica-se a lei do 
primeiro domicílio conjugal, que nesse exemplo seria a lei francesa. 
- casamento no Brasil de uma pessoa domiciliada no Brasil com uma pessoa domiciliada na 
Bélgica, sendo o primeiro domicílio conjugal no Brasil. Para declarar a invalidade do 
matrimônio, aplica-se a lei brasileira (porque foi o primeiro domicílio conjugal, nesse 
exemplo) 
Obs.: Nesses casos, não importa a nacionalidade nem onde o casamento foi celebrado, a regra 
aplicável é do primeiro domicílio conjugal, ou seja, o estabelecido logo após o casamento. 
 
COMO PODERÁ SER COBRADO NA SUA PROVA 
- Noiva domiciliada no Brasil e noivo domiciliado na França, com primeiro domicílio conjugal 
no Brasil. Qual lei será aplicável para validade ou invalidade do casamento (brasileira ou a 
francesa)? 
R. A brasileira, lei do primeiro domicílio conjugal. 
- Noivo domiciliado na Alemanha, noiva domiciliada na Itália, e primeiro domicílio conjugal na 
Itália. Qual lei será aplicável para validade ou invalidade do casamento (brasileira ou a 
italiana)? 
R. A italiana, primeiro domicílio conjugal. 
 
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes 
domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. 
 
COMENTÁRIO 
O regime de bens, que é o aspecto econômico do casamento, sempre deverá obedecer: 
- a lei do país do domicílio ou do primeiro domicílio conjugal dos nubentes, se tiverem 
domicílios diversos. 
 
§ 5º O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu 
cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a 
adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta 
adoção ao competente registro. 
 
COMENTÁRIO 
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O § 5º permite ao estrangeiro casado que se naturalizar brasileiro, domiciliado no Brasil, com 
concordância do cônjuge, requerer ao magistrado no ato da entrega do decreto de 
naturalização, havendo razão plausível, a adoção do regime da comunhão parcial de bens, 
alterando o regime matrimonial de bens com que começará a sociedade conjugal, 
respeitando-se o direito de terceiros. 
 
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será 
reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida 
de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, 
obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O 
Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a 
requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças 
estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. 
 
COMENTÁRIO 
Após a Emenda Constitucional n. 66/2010, que deu nova redação ao artigo 226, § 6º, da 
Constituição Federal, os requisitos desse artigo para homologação no Brasil de divórcio 
realizado no estrangeiro, devendo ser lido com ressalvas. Não se exige mais o prazo de 1 ano 
nem que seja antecedidode separação judicial por igual prazo. É hipótese de revogação tácita 
de parte da norma. 
Atualmente, para ser reconhecido divórcio de brasileiro realizado no exterior, exige-se apenas 
observar os requisitos do art. 15 da LINDB e homologação pelo STJ. 
 
§ 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos 
filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda. 
 
COMENTÁRIOS 
1. O domicílio do chefe de família se estende, salvo no caso de abandono: 
 Cônjuge 
 Filhos não emancipados 
 
2. O domicílio do tutor ou curador se estende, salvo no caso de abandono: 
 Incapazes sob sua guarda 
 
Obs.: Esse parágrafo utiliza o critério da unidade do domicílio familiar. 
Exemplo: criança nascida no Brasil, com pais domiciliados na França, será o direito francês 
que determinará o modo de se conferir personalidade ao recém-nascido. 
 
§ 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência 
ou naquele em que se encontre. 
 
COMENTÁRIO 
O domicílio da pessoa que não tiver residência fixa será o local em que a mesma for 
encontrada (moradia habitual). A pessoa sem domicílio é chamada de adômide. 
 
Art. 8º Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país 
em que estiverem situados. 
§ 1º Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que 
ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares. 
§ 2º O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa 
apenhada. 
 
COMENTÁRIO 
Bens em geral (móveis ou imóveis) → lei do país onde estão situados (ius rei sitiae) 
Exceções: 
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1. Bens móveis na posse do proprietário ou bens que se destinam a transporte do 
proprietário → aplica-se lei do país do domicílio do proprietário (lex domicilii) 
2. Penhor (é direito real de garantia de bem móvel) → aplica-se a lei do domicílio da 
pessoa que tem a posse da coisa apenhada (lex domicilii). 
 
 
Art. 9º Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. 
§ 1º Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será 
esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do 
ato. 
§ 2º A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente. 
 
COMENTÁRIO 
 Obrigações em geral → aplica-se a lei do país que se constituírem. 
 Obrigação a ser executada no Brasil → aplica-se a lei brasileira quanto à forma 
essencial, se houver. 
Ex.: necessidade de escritura pública (forma especial) para compra e venda de bem 
imóvel acima de 30 salários mínimos. Ver art. 109 do Código Civil. 
 Obrigações resultantes de contrato (contratos internacionais) → aplica-se a lei do 
lugar que residir o proponente. 
 
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto 
ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. 
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em 
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja 
mais favorável a lei pessoal do de cujus. 
§ 2º A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder. 
 
COMENTÁRIO 
Sucessão por morte ou ausência → lei do domicílio do de cujus ou ausente (lex domicilii) 
Sucessão de bens estrangeiros situados no país → lei brasileira, salvo se a lei pessoa do de 
cujus não for mais favorável 
Capacidade para suceder → Lei do domicílio do herdeiro ou legatário (lex domicilii) 
 
Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, 
obedecem à lei do Estado em que se constituírem. 
§1º Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem os 
atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira. 
§2º Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham 
constituído, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens 
imóveis ou susceptíveis de desapropriação. 
§3º Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos 
representantes diplomáticos ou dos agentes consulares. 
 
Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham 
constituído, dirijam ou hajam investido de funções públicas: 
- NÃO poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptíveis de desapropriação; 
- SOMENTE podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos 
representantes diplomáticos ou dos agentes consulares. 
 
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou 
aqui tiver de ser cumprida a obrigação. 
§1º Só a autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados 
no Brasil. 
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§2º A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma 
estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, 
observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências. 
 
COMENTÁRIO 
O artigo 12 diz que é competente a autoridade judiciária brasileira nos seguintes casos: 
 Réu domiciliado no brasil 
 Obrigação a ser cumprida no Brasil 
 Ações relativas a imóveis situados no Brasil 
 Cumprir diligências de autoridade estrangeira, aplicando a lei brasileira quanto à 
forma e a lei estrangeira quanto ao objeto das diligências 
 
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto 
ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira 
desconheça. 
 
Os tribunais brasileiros admitem prova de fatos ocorridos em país estrangeiros, e essas provas 
serão regidas pela lei do país que ocorreram os fatos, quanto ao ônus e ais meios de produzir-
se. 
No entanto, os tribunais brasileiros não admitem provas que a lei brasileira desconheça. 
 
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e 
da vigência. 
 
A regra geral é a de que o juiz conhece o direito (iura novit curia). No entanto, o art. 14 traz 
uma exceção. O juiz, no caso de lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova 
do texto e da vigência. 
 
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes 
requisitos: 
a) haver sido proferida por juiz competente; 
b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia; 
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar 
em que foi proferida; 
d) estar traduzida por intérprete autorizado; 
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (Vide art.105, I, i da Constituição Federal). 
 
COMENTÁRIO 
Requisitos para execução de sentença proferida no estrangeiro: 
- proferida por juiz competente 
- terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia 
- ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para execução no 
lugar em que foi proferida 
- estar traduzida por intérprete autorizado 
- ter sido homologada pelo Superior Tribunal de Justiça 
 
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-
á em vistaa disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. 
 
Se o juiz brasileiro aplicar lei estrangeira, considerará somente o seu texto, desconsiderando 
remissão feita nessa lei de outra lei. 
 
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não 
terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons 
costumes. 
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Leis, atos, sentenças, declarações de vontade de outros países não terão eficácia no Brasil se 
ofender: 
 Soberania nacional 
 Ordem pública 
 Bons costumes 
 
8. Atos civis, praticados no estrangeiro, pelas autoridades consulares brasileiras. 
 
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes 
celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de 
nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. 
§1º As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a separação consensual e o 
divórcio consensual de brasileiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados 
os requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar da respectiva escritura pública as 
disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao 
acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome 
adotado quando se deu o casamento. 
§2º É indispensável a assistência de advogado, devidamente constituído, que se dará mediante a 
subscrição de petição, juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a outra 
constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que a assinatura do advogado conste da 
escritura pública. 
 
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e celebrados pelos cônsules 
brasileiros na vigência do Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que satisfaçam 
todos os requisitos legais. 
Parágrafo único. No caso em que a celebração desses atos tiver sido recusada pelas autoridades 
consulares, com fundamento no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado renovar 
o pedido dentro em 90 (noventa) dias contados da data da publicação desta lei. 
 
Exercícios 
 
1. Ano: 2015/Banca: CESPE/Órgão: TJ-DFT/Prova: Técnico - Administração 
À luz da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, julgue o item a seguir. 
O conhecimento da lei estrangeira é dever do magistrado, não podendo o juiz exigir de quem a invoca a prova do texto 
nem de sua vigência. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
2. Ano: 2015/Banca: FGV/Órgão: TJ-RO/Prova: Técnico Judiciário 
Se, antes de entrar a Lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada à correção, o prazo para vigência 
começará a correr: 
a)a partir da nova publicação; 
b)03 (três) meses após a primeira publicação oficial; 
c)a partir da primeira publicação oficial o marco inicial para contagem do prazo não se altera; 
d)01 (um) ano após a primeira publicação; 
e)45 (quarenta e cinco) após a primeira publicação. 
 
3. Ano: 2016/Banca: CESPE/Órgão: TRT - 8ª Região (PA e AP)/Prova: Analista Judiciário - Área Judiciária 
Assinale a opção correta, em relação à classificação e à eficácia das leis no tempo e no espaço. 
a)Quanto à eficácia da lei no espaço, no Brasil se adota o princípio da territorialidade moderada, que permite, em 
alguns casos, que lei estrangeira seja aplicada dentro de território brasileiro. 
b)De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), em regra, a lei revogada é restaurada 
quando a lei revogadora perde a vigência. 
c)Por ser o direito civil ramo do direito privado, impera o princípio da autonomia de vontade, de forma que as partes 
podem, de comum acordo, afastar a imperatividade das leis denominadas cogentes. 
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d)A lei entra em vigor somente depois de transcorrido o prazo da vacatio legis, e não com sua publicação em órgão 
oficial. 
e)Dado o princípio da continuidade, a lei terá vigência enquanto outra não a modificar ou revogar, podendo a 
revogação ocorrer pela derrogação, que é a supressão integral da lei, ou pela ab-rogação, quando a supressão é 
apenas parcial. 
 
4. Ano: 2016/Banca: FCC/Órgão: TRT - 23ª REGIÃO (MT)/Prova: Analista Judiciário - Área Judiciária 
Objetivando construir uma casa, Cássio adquiriu terreno no qual existe um pequeno riacho. Depois da aquisição, 
entrou em vigor lei proibindo a construção em terrenos urbanos nos quais haja qualquer tipo de curso d'água. Referida 
lei possui efeito 
a)imediato, atingindo Cássio, porque a lei de ordem pública se sobrepõe ao direito adquirido. 
b)retroativo, por tratar de meio ambiente, mas não atinge Cássio, porque a lei de ordem pública não se sobrepõe ao 
direito adquirido. 
c)imediato, atingindo Cássio, porque este não possui direito adquirido. 
d)retroativo, por tratar de meio ambiente, atingindo Cássio, porque a lei de ordem pública se sobrepõe ao direito 
adquirido. 
e)imediato, mas não atinge Cássio, porque a lei de ordem pública não se sobrepõe ao direito adquirido. 
 
5. Ano: 2016/Banca: CESPE/Órgão: TRE-PI/Prova: Analista Judiciário 
O aplicador do direito, ao estender o preceito legal aos casos não compreendidos em seu dispositivo, vale-se da 
a) interpretação teleológica. 
b) socialidade da lei. 
c) interpretação extensiva. 
d) analogia. 
e) interpretação sistemática. 
 
6. Ano: 2015/Banca: CESPE/Órgão: TJ-DFT/Prova: Técnico – Administração 
À luz da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, julgue o item a seguir. 
Ato jurídico perfeito é aquele que está em consonância com as regras, costumes e princípios gerais vigentes. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
Comentário professor: Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se 
efetuou, ou seja, é a manifestação de vontade lícita, já emanada por quem esteja em livre disposição e aperfeiçoada. 
Ex.: casamento celebrado. 
 
7. Ano: 2015/Banca: FCC/Órgão: TRE-PB/Prova: Analista Judiciário - Área Administrativa 
Considere: 
I. As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. 
II. Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia seis meses depois de 
oficialmente publicada. 
III. Em regra, a lei revogada se restaura quando a lei revogadora perde a vigência. 
De acordo com a Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, está correto o que se afirma APENAS em: 
a)II e III. 
b)I e II. 
c)I. 
d)I e III. 
e)III. 
 
8. Ano: 2015/Banca: FCC/Órgão: TRE-AP/Prova: Analista Judiciário - Área Administrativa 
Considere: 
I. A Lei X revogou expressamente a Lei Y. Salvo disposição em contrário, se a lei X perder a sua vigência, a Lei Y será 
restaurada. 
II. A Lei Z regulou inteiramente a matéria de que trata a lei anterior W. Neste caso, ocorreu a revogação da Lei W. 
III. A Lei H estabeleceu disposições gerais a par das já existentes na lei F. Neste caso, a Lei H não revogou a lei anterior 
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F. 
De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, está correto o que se afirma em 
a)II, apenas. 
b)I e II, apenas. 
c)I, II e III. 
d)I e III, apenas. 
e)II e III, apenas. 
 Parte inferior do formulário 
 
9. Ano: 2015/Banca: FCC/Órgão: TCM-GO/Prova: Auditor de Controle Externo - Jurídica 
No tocante à Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, é correto afirmar que a 
a)lei nova, que estabeleça disposiçõesgerais ou especiais a par das já existentes, revoga parcial ou totalmente a lei 
anterior. 
b)alegação de desconhecimento da lei escusa o seu cumprimento, como regra geral. 
c)jurisdição é obrigatória e deverá ser prestada, pelo juiz, mesmo que não haja lei expressa sobre determinada 
matéria. 
d)lei só poderá ser revogada expressamente por outra lei, inexistindo revogação normativa tácita. 
e)lei em vigor terá efeito imediato e geral, significando que, em regra, retroage para alcançar os fatos pretéritos e os 
efeitos produzidos desses fatos. 
 
10. Ano: 2007 Banca: FCC Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova: Analista Judiciário - Área Judiciária - Execução de Mandados 
Paulo é equatoriano, domiciliado no Peru e casou-se, no Uruguai, com Maria, Argentina, domiciliada no Uruguai. Logo 
após a celebração do matrimônio, fixaram domicílio no Brasil. De acordo com a Lei de Introdução ao Código Civil 
brasileiro, o regime de bens entre os cônjuges obedecerá a lei 
a)equatoriana. 
b)brasileira. 
c)peruana. 
d)argentina. 
e)uruguaia. 
 
11. FCC2014/ TRT19ª Região (AL)/Analista Judiciário-Oficial de Justiça Avaliador. 
João cumpre os requisitos para se aposentar. No entanto, algum tempo depois, é editada lei que amplia em 5 anos o 
prazo para sua aposentação. João: 
a) poderá se aposentar, mas apenas se o requerer no prazo de 15 dias do início da vigência da nova lei. 
b) terá de aguardar 5 anos para se aposentar, pois a lei nova possui efeito imediato, impondo-se aos fatos passados, 
pendentes e futuros. 
c) poderá se aposentar, pois, apesar de possuir efeito imediato, a lei nova deve respeitar o direito que João já havia 
adquirido. 
d) terá que aguardar 5 anos para se aposentar, pois o direito somente é adquirido com o seu exercício efetivo. 
e) poderá se aposentar, pois, apesar de possuir efeito imediato, a lei nova deve respeitar a expectativa que João 
possuía sobre o direito, por questão de justiça 
 
Gabarito: 
1: ERRADO 
2: A 
3: A 
4: C 
5: D 
6: ERRADO 
7: C 
8: E 
9: C 
10: B 
11: C 
15
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CONTEÚDO DO DIREITO CIVIL 
O Direito Civil tem por finalidade regular “os direitos e obrigações de ordem privada concernentes às pessoas, aos 
bens e às suas relações”, como bem disciplinava o artigo 1º do Código Civil de 1916. 
QUADRO SINÓTICO 
Parte geral - Pessoas 
-Bens 
- Fatos jurídicos em sentido amplo 
Parte Especial - Direito das obrigações 
- Direito de empresa 
- Direito das coisas 
- Direito de família 
- Direito das sucessões 
Livro complementar - Disposições finais e transitórias 
 
Posto isso, conceituamos o Direito Civil como o ramo do Direito que disciplina todas as relações jurídicas da pessoa, 
seja uma com as outras (físicas e jurídicas), envolvendo relações familiares e obrigacionais, seja com as coisas 
(propriedade e posse)1. 
Assim, podemos dizer que o Direito Civil é aquele ramo do direito privado mais abrangente, pois é o direito comum a 
todas as pessoas, e trata das regras das pessoas, de seus bens e das relações a eles concernentes. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS. 
GAGLIANO, Pablo Stolze. FILHO. Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil, Parte Geral, 16ª edição, Saraiva: São 
Paulo. 
 
DAS PESSOAS NATURAIS 
A ordem jurídica reconhece duas espécies de pessoas: 
1. Pessoa natural (o ser humano, também chamado de pessoa física); 
2. Pessoa jurídica (agrupamento de pessoas naturais, criado na forma da lei, com personalidade jurídica própria, 
para realização de fins comuns). 
 
PERSONALIDADE JURÍDICA DA PESSOA NATURAL. 
A personalidade jurídica da pessoa natural está diretamente ligada ao conceito de pessoa. 
Podemos dizer que todo aquele que nasce com vida, adquire uma personalidade. A personalidade é, portanto, uma 
qualidade do ser humano. 
A personalidade jurídica, então, pode ser conceituada como sendo a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair 
obrigações ou deveres na ordem civil. 
Dessa forma, a personalidade é um atributo de qualquer pessoa, seja ela a pessoa natural ou física, ou jurídica. 
Importante mencionar que existem alguns conceitos que não podem ser confundidos com a personalidade jurídica, 
como por exemplo, a capacidade, a legitimidade e a legitimação. 
A capacidade de uma pessoa é a medida da sua personalidade, que pode ser plena ou limitada, conforme artigos 3º 
e 4º do Código Civil. 
 
Capacidade. 
A capacidade da pessoa natural também pode ser de direito e de fato. 
Todo ser humano, ao nascer com vida, adquire personalidade jurídica e, concomitantemente, a capacidade de direito, 
também denominada capacidade de aquisição de direitos. 
Prevê o art. 1º do CC que toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
Sendo assim, o dispositivo consagra a capacidade de direito que toda pessoa tem sem distinção. No entanto, nem 
todas as pessoas tem a capacidade de exercício ou ação, denominada como capacidade de fato. 
 
 
1 GAGLIANO, Pablo Stolze. FILHO. Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil, Parte Geral, 16ª edição, Saraiva: 
São Paulo, p. 77. 
16
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Capacidade de direito: Aptidão genérica para titularizar direitos e obrigações  inicia com nascimento com vida. 
 
Capacidade de fato: Capacidade para exercer pessoalmente os atos da vida civil  inicia aos 18 anos, em regra, 
segundo art. 5º do CC. 
 
Legitimidade. 
Podemos dizer que a legitimidade é uma capacidade processual específica, nos termos do art. 70 do Código de 
Processo Civil, uma das condições da ação. 
 
Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em 
juízo. 
Legitimação. 
A legitimação, é um conceito de direito civil, que é a capacidade especial para celebrar determinado ato ou negócio 
jurídico. 
Exemplos de legitimação: 1. necessidade de outorga conjugal (art. 1.647 CC). 2. tutor, proibido de adquirir bens do 
tutelado (art. 1.749, I). 3. Os tutores, curadores e em geral todos os administradores de bens alheios não poderão dar 
em comodato, sem autorização especial, os bens confiados à sua guarda (art. 580). 
 
 
IMPORTANTE. 
O próprio legislador, ao elaborar o Código Civil, em seu art. 12, confundiu os conceitos de legitimidade e 
legitimação. 
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, 
sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o 
cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. (GRIFOS NOSSOS) 
COMENTÁRIO: 
Aqui o artigo utilizou-se da expressão incorreta. Por ser uma norma processual, deveria ser legitimidade e não 
legitimação. 
 
Início da personalidade jurídica da pessoa natural. 
A pessoa natural, também chamada de pessoa física, adquiri personalidade jurídica com o nascimento com vida, 
conforme primeira parte do art. 2º do CC. 
Segundo o artigo 2º do Código Civil: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a 
salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. 
Sendo assim, podemos dizer que a personalidade jurídica plena inicia-se com o nascimento com vida, ainda que por 
poucos instantes. 
Para se dizer que nascer com vida é necessário que tenha respirado, e essa constatação se faz pelo exame clínico 
denominado docimasia hidrostática de Galeno. 
Quanto à situação jurídica do nascituro, sempre existiu divergência sobre ter ele ou não personalidade jurídica antes 
do nascimento, e o art. 2º do CC/02 deixa dúvidas, pois utiliza as expressões “nascimento” e “concepção”. 
 
O nascituroé aquele que foi concebido, mas ainda não nasceu. 
Sobre o tratamento jurídico do nascituro, três teorias são apresentadas sob diferentes prismas: 
 
Capacidade 
de Direito
Capacidade 
de Fato
Capacidade 
Civil Plena 
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a) teoria natalista: o nascituro não é pessoa humana, pois a personalidade começa com o nascimento com vida, tendo 
apenas expectativas de direitos. 
 
b) teoria concepcionista: o nascituro é pessoa humana, pois tem direitos da personalidade desde a concepção, ou 
seja, o nascituro possui personalidade jurídica. 
 
c) teoria da personalidade condicional: o nascituro possui direitos da personalidade desde a concepção, mas os 
direitos patrimoniais estão condicionados ao nascimento com vida. 
 
Qual a teoria adotada pelo Código Civil para o nascituro? 
Há divergência doutrinária, mas a maioria da doutrina contemporânea entende que a adoção da teoria concepcionista 
seria mais adequada. Isso porque o Código Civil reconhece vários direitos ao nascituro, como reconhecimento de 
filiação, possibilidade de ser nomeado curador, recebimento de doação, reconhecimento de capacidade sucessória 
(artigos 1.609, parágrafo único, 1.779, 542 e 1.798). No entanto, podemos concluir, segundo a redação do artigo 2º 
do CC, que na primeira parte, quando menciona que “a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com 
vida”, adotou o Código a TEORIA NATALISTA e, na segunda parte, quando menciona “mas a lei põe a salvo desde a 
concepção os direitos do nascituro”, o Código adotou a TEORIA CONCEPCIONISTA. 
 
INCAPACIDADES. 
A incapacidade é uma restrição legal ao exercício dos atos da vida civil, aos que, excepcionalmente, necessitam de 
proteção. Capacidade é a regra e incapacidade é exceção. 
Com a publicação da Lei n. 13.146/2015, que institui o Estatuto da Pessoa com Deficiência, o artigo 3º do Código Civil, 
que continha um rol de pessoas presumidamente absolutamente incapazes, foi revogado. 
Logo, não existe mais, no sistema privado brasileiro, pessoa absolutamente incapaz que seja maior de idade. Sendo 
assim, foi excluída do nosso sistema civil a ação de interdição absoluta, pois os menores não são interditados. 
Todas as pessoas com deficiência, das quais tratava o comando anterior, passam a ser, em regra, plenamente capazes 
para o Direito Civil, o que visa a sua plena inclusão social, em prol de sua dignidade. 
Segundo o Código Civil, em seu art. 3º, atualmente, somente os menores de 16 (dezesseis) anos são considerados 
presumidamente como pessoas absolutamente incapazes para exercer sozinhas os atos da vida civil. Os 
absolutamente incapazes, para exercer os atos da vida civil, deverão ser representados, sob pena de nulidade. 
São considerados como pessoas relativamente incapazes, conforme art. 4º, do Código Civil: os maiores de dezesseis 
e menores de dezoito anos, os ébrios habituais e os viciados em tóxico, aqueles que, por causa transitória ou 
permanente, não puderem exprimir sua vontade e os pródigos. Para exercer os atos da vida civil, os relativamente 
incapazes deverão ser assistidos, sob pena de anulabilidade dos atos e negócios jurídicos celebrados por ele sem 
assistência. 
Veja o quadro comparativo das incapacidades: 
 
REVOGADO VIGENTE 
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou à 
maneira de os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, 
não puderem exprimir sua vontade; 
IV - os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será 
regulada por legislação especial. 
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer 
pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 
(dezesseis) anos. 
 
 
REVOGADO VIGENTE 
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Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à 
maneira de os exercer: 
 
 
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, 
por deficiência mental, tenham o discernimento 
reduzido; 
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental 
completo; 
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada 
por legislação especial. 
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou à 
maneira de os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, 
não puderem exprimir sua vontade; 
IV - os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será 
regulada por legislação especial. 
 
Obs.: a cessação da incapacidade relativa, para os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos, ocorre aos 18 
anos, conforme previsão do artigo 5º do Código Civil. Essa capacidade de natureza civil não deve ser confundida com 
capacidades previstas em leis especiais, como a capacidade eleitoral e responsabilidade penal. 
 
Menor de 16 anos Menor entre 16 e 18 anos 
Absolutamente Incapaz Relativamente Incapaz 
 
EMANCIPAÇÃO. 
A emancipação é a aquisição da maioridade civil antes da idade legal. As hipóteses de emancipação estão presentes 
no artigo 5º, parágrafo único do Código Civil. 
 
Existem três espécies de emancipação: 
 Voluntária – concedida pelos pais, quando menor completa 16 anos; 
 Judicial – concedida pelo juiz, ouvido o tutor, em favor do tutelado que completa 16 anos; 
 Legal – concedida pela própria lei, nos seguintes casos: casamento, emprego público efetivo, colação de grau em 
ensino superior, estabelecimento civil ou comercial ou existência de relação de emprego, desde que menos com 16 
anos completos tenha economia própria. 
 
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática 
de todos os atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, 
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor 
tiver dezesseis anos completos; 
II - pelo casamento; 
III - pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, 
em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. 
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EXTINÇÃO DA PESSOA NATURAL. 
A existência da pessoa natural termina com a morte. 
Preceitua o artigo 6º do Código Civil que: “A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, 
quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva”. 
 
No entanto, juridicamente, podemos dizer que existem 3 tipos de mortes: 
1. Morte real 
2. Morte simultânea ou comoriência 
3. Morte presumida 
 
MORTE REAL. 
A morte real é aquela atestada por profissional de Medicina, por regra, e ocorre com a cessação das funções vitais, 
quando ocorre a parada do sistema cardiorrespiratório. 
 
MORTE PRESUMIDA. 
A morte presumida por ser: 
 com declaração de ausência → aquele que desaparece do seu domicílio sem deixar notícia; 
 sem declaração de ausência → casos mencionados expressamente no art. 7º do Código Civil. 
 
A morte presumida sem declaração de ausência pode ocorrer em duas situações: 
1. Extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida. 
2. Desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. 
Observação: somente pode ser requerida a declaração de morte presumida depois deesgotadas as buscas e 
averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. 
 
Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: 
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos 
após o término da guerra. 
Espécie de 
emancipação
Voluntária:é a 
concedida pelos pais se 
o menor tiver 16 anos 
completos 
- concessão de ambos os pais, em decorrência de ato 
unilateral destes
- ou por um deles na falta do outro, devidamente justificada
- divregência entre os pais, será dirimida pelo juiz
- instrumento público
- irrevogável
- anulável se não for de interesse do menor
Judicial: é a deferida por 
sentença, ouvido o 
tutor, em favor do 
tutelado que já 
completou 16 anos.
- menor sob tutela que já completou 16 anos
- procedimento judicial de jurisdição voluntária
- sentença judicial
Legal: é a que decorre 
de determinados fatos 
previstos na lei.
- casamento 
- exercício de emprego público efetivo
- colação de grau em curso de ensino superior
- estabelecimento civil ou comercial ou relação de 
emprego, que gerem econômia própria
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Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida 
depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do 
falecimento. 
 
A morte presumida com declaração de ausência pode ocorrer (nos casos em que a lei autoriza a abertura da sucessão 
definitiva) em duas situações: 
1. Após 10 anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura de sucessão provisória; ou 
2. Ausente com 80 anos de idade e que de cinco datam as últimas notícias dele. 
Resumindo: a lei autoriza, quando aos ausentes, a abertura da sucessão definitiva, que terá como consequência, a 
transferência dos bens do ausente para seus sucessores, por exemplo. 
 
Procedimento/fases para reconhecimento da morte presumida com declaração de ausência (Artigos 22 até 39 CC). 
a) Curadoria dos bens do ausente. 
b) Sucessão provisória. 
c) Sucessão definitiva. 
 
a) Curadoria dos bens do ausente (artigos 22 a 25 do Código Civil e 744 e seguintes do novo Código de Processo 
Civil). 
 
É o pedido inicial de declaração de ausência. Nessa fase, somente será nomeada uma pessoa que cuidará dos bens do 
ausente. 
Ocorre em dois casos: 
1. Ausente que não deixou representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens; 
2. Ausente deixou representante que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus 
poderes forem insuficientes 
Pode requerer: qualquer interessado direto ou Ministério Público. 
O Juiz: nomeia curador, para gerir negócios do ausente, até eventual retorno, providenciando a arrecadação dos bens 
para controle. 
Pode ser curador, nessa ordem: 
1. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes 
da declaração da ausência (chamado de legítimo curador). 
2. Pais (ascendentes) 
3. Descendentes (os mais próximos precedem os mais remotos). 
4. Qualquer pessoa, à escolha do juiz. 
 
b) Sucessão provisória (artigos 26 a 36 do Código Civil). 
 
OS HERDEIROS SERÃO POSSUÍDORES PROVISÓRIOS DOS BENS DO AUSENTE E SE ELE RETORNAR, SERÃO A ELE 
DEVOLVIDOS 
 
É a fase de declaração efetiva e formal da ausência com abertura provisória da sucessão. Os herdeiros terão direito de 
provisoriamente se imitir na posse dos bens na medida do seu quinhão. 
 
Prazo para abertura da Sucessão Provisória: 
- 1 ano da arrecadação dos bens do ausente. 
- 3 anos da arrecadação dos bens do ausente se deixou representante ou procurador. 
 
Quem pode requerer: 
I - o cônjuge não separado judicialmente; 
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; 
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; 
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas. 
V - Ministério Público, findo o prazo acima se não haver interessados na sucessão provisória. 
 
Regras após sentença que decreta a sucessão provisória: 
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1. a sentença só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa (trânsito em julgado). 
 
2. Após o trânsito em julgado: 
a) a requerimento dos herdeiros ou interessados: abre testamento (se houver) e ao inventário e partilha de bens, 
como se o ausente fosse falecido. 
b) se não houver herdeiros ou interessados: após 30 depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a 
sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823 
(herança jacente). 
 
3. Regras gerais: 
a) Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração 
ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União. 
 
b) Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles (salvo, 
ascendentes, descendentes e cônjuge, que não precisarão prestar garantia), mediante penhores ou hipotecas 
equivalentes aos quinhões respectivos. 
- Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, 
mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, 
e que preste essa garantia. O excluído poderá, justificando falta de meios (para sua sobrevivência), requerer lhe seja 
entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria. 
- Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, 
independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente. 
 
c) Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, 
para lhes evitar a ruína. 
 
d) Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente o ausente, de modo 
que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas. 
 
e) O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e 
rendimentos dos bens que a este couberem. 
 
f) Os outros sucessores (colaterais, por exemplo), porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos, e 
prestar anualmente contas ao juiz competente, salvo se o desaparecimento for voluntário e injustificado, caso em que 
o ausente perderá os frutos e rendimentos. 
 
g) Se durante a posse provisória, se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-se-á, nessa data, 
aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo. 
 
h) Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo 
as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até 
a entrega dos bens a seu dono. 
 
Observação: durante a fase da sucessão provisória duas coisas podem ocorrer para cessar o processo: 
1. Prova da época exata do falecimento do ausente, que implica a abertura da sucessão em tal data; 
2. Retorno do ausente, que implica extinção de todos os direitos sobre os seus bens, com dever de preservação 
até entrega definitiva ao ausente. 
 
c) Sucessão definitiva (artigos 37,38 e 39 do Código Civil). 
 
OS HERDEIROS SERÃO TERÃO A PROPRIEDADE RESOLÚVEL DOS BENS: EM HAVENDO RETORNO DO AUSENTE, SERÁ 
RESOLVIDA A PROPRIEDADE E TERÁ DIREITO AOS BENS EXISTENTES NO ESTADO EM QUE SE ACHAREM, OS SUB-
ROGADOS EM SEU LUGAR OU AOS PREÇOQUE OS HERDEIROS E DEMAIS INTERESSADOS RECEBERAM PELOS BENS 
ALIENADOS 
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Prazo para requerer abertura e levantamento das cauções: 
- 10 anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória; 
OU 
- prova que o ausente conta com oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele. 
 
Regras gerais: 
a) Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes 
ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu 
lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele 
tempo. 
b) Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão 
definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas 
circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal. 
 
MORTE SIMULTÂNEA OU COMORIÊNCIA. 
A morte simultânea ou comoriência está prevista no artigo 8º do Código Civil que diz que: “Se dois ou mais indivíduos 
falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-
ão simultaneamente mortos”. 
Sendo assim, se dois ou mesmo indivíduos falecerem na mesma ocasião (não precisa ser no mesmo lugar), não se 
podendo averiguar quem morreu primeiro, presumir-se-ão simultaneamente mortos. 
Essa regra somente interessa se aqueles que morrerem simultaneamente, sem poder saber qual deles morreu 
primeiro, forem herdeiros ou beneficiários uns dos outros. Sendo assim, não tendo oportunidade de transferência 
dos bens entre os comorientes, um não herda do outro. 
Resumindo: não há transferência de bens e direitos entre comorientes. 
Exemplo: em um acidente de trânsito, morre um casal sem descendentes e ascendentes, mas cada um deles tem um 
irmão (colateral), e não há como saber quem morreu primeiro. Dessa forma, não haverá transferência de bens entre 
eles e a meação da mulher ficará para o irmão (colateral) e a meação do marido ficará para seu irmão (colateral). 
Observação: o diagnóstico científico do momento da morte só pode ser feito por médico legista. Se este não puder 
saber o exato momento da morte, presume-se simultaneamente mortos e eles passarão a ser considerados pela lei 
como comorientes. 
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QUESTÕES 
 
1 Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: DPE-RO Prova: Analista Jurídico 
Vivian, dezesseis anos de idade, contraiu matrimônio com Eduardo, mediante autorização expressa de seus pais. 
É correto afirmar que, em decorrência exclusiva do casamento, Vivian: 
a)passa a ser civilmente responsável pelos danos que vier a causar a terceiro; 
b)permanece relativamente incapaz, adquirindo a plena capacidade tão somente quando completar dezoito anos de 
idade; 
c)torna-se plenamente capaz para a prática dos atos civis, em decorrência da emancipação; 
d)equipara-se a uma pessoa de dezoito anos de idade, passando a exercer todos os direitos e a arcar com todos os 
deveres de uma pessoa dessa idade; 
e)permanece relativamente incapaz, adquirindo a plena capacidade tão somente quando completar vinte e um anos 
de idade. 
 
2 Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: MANAUSPREV Prova: Analista Previdenciário 
A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida 
civil, cessando a incapacidade para os menores: 
I. pelo casamento. 
II. pelo exercício de emprego público efetivo. 
Extinção da pessoa 
natural
Morte real
- paralisação da 
atividade 
encefálica
- atestado de óbito
Comoriência: modalidade de 
morte real quando duas pessoas 
falecem na mesma ocasião não 
podendo averiguar qual morreu 
primeiro.
Consequência: presumem-se 
simultaneamente mortos.
Relevância: não há transferência 
de bens e direitos sucessórios 
entre os comorientes. 
Morte presumida
com decretação de 
ausência
- pessoa 
desaparecida que não 
deixou representante
Fases:
- curadoria dos bens 
do ausente
- sucessão provisória
- sucessão definitiva: 
10 anos depois da 
sentença que 
decretou a sucessão 
provisória ou 80 anos 
e cinco anos 
desaparecido
sem decretação de 
ausência
- extremamente 
provável a morte de 
quem estava em 
perigo de vida
- desaparecido em 
campanha ou feito 
prisionerio, não for 
encontrado até dois 
anos após o término 
da guerra
- sentença fixa 
provável data do 
falecimento
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III. pela colação de grau em curso de ensino médio. 
De acordo com o ordenamento jurídico vigente, está correto o que se afirma APENAS em 
a)II. 
b)I. 
c)I e II. 
d)III 
e)I e III. 
 
3 Ano: 2009 Banca: CESPE Órgão: TRT - 17ª Região (ES) Prova: Analista Judiciário - Área Judiciária 
A respeito das pessoas naturais e jurídicas, e do domicílio, julgue os seguintes itens. 
A declaração de ausência acarreta a incapacidade do ausente. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
4 Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TJ-DFT Prova: Técnico - Administração 
Com base nas disposições do Código Civil, julgue o item seguinte. 
Situação hipotética: Fábio e Cristiano, ao transportarem Batista, que se encontrava seriamente enfermo, para um 
hospital, colidiram o veículo em que estavam com um poste. Em virtude do acidente, todos os três morreram, não 
tendo sido possível verificar quem morreu primeiro. Assertiva: Nesse caso, considerando-se o debilitado estado de 
saúde de Batista, presume-se que ele morreu primeiro. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
5 Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TJ-DFT Prova: Técnico - Administração 
Com base nas disposições do Código Civil, julgue o item seguinte. 
Sendo o ser humano sujeito de direitos e deveres, a capacidade é a medida da personalidade. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
6 Ano: 2006 Banca: FCC Órgão: TRT - 20ª REGIÃO (SE) Prova: Técnico Judiciário - Área Administrativa 
Pode ser declarada a morte presumida sem decretação de ausência se alguém desaparecer 
a)em campanha, após ter sido feito prisioneiro e não for libertado no prazo de 5 anos, ainda que a guerra não tenha 
terminado. 
b)de seu domicílio e não for encontrado no prazo de 10 anos. 
c)em campanha e não for encontrado na constância da guerra. 
d)de seu domicílio, quando estava em perigo de vida e for extremamente provável a sua morte. 
e)de seu domicílio e não for encontrado no prazo de 20 anos. 
 
7 Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: TJ-PI Prova: Analista Judiciário 
Lívia e Leonardo são os pais de Luís, de 16 anos. Como presente de aniversário, os pais lhe deram uma viagem ao 
exterior. Entretanto, em razão da idade, certos atos jurídicos não poderiam ser praticados validamente pelo menino 
sem a assistência de um ou ambos os genitores. Para solucionar juridicamente a situação, apresenta-se como 
adequado buscar: 
a)transferir a representação legal para algum acompanhante; 
b)uma emancipação consensual através de instrumento público; 
c)uma decisão judicial que constitua a emancipação do menor; 
d)uma homologação judicial de acordo entre os genitores quanto à emancipação do menor; 
e)a constituição de um tutor apto a assistir o menor nos atos jurídicos necessários. 
 
8 Ano: 2015 Banca: FUNCAB Órgão: ANS Prova: Atividade Técnica de Suporte 
A personalidade começa quando: 
a)em seguida ao parto, o bebê respira. 
b)se considera viável o recém-nascido. 
c)ocorre o parto. 
d)o feto adquire forma humana. 
e)o óvulo é fecundado pelo espermatozoide. 
 
9 Ano: 2010 Banca:

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