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EFEITOS DECORRENTES DA MORTE PRESUMIDA NAS RELAÇÕES DE FAMILIA

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EFEITOS DECORRENTES DA MORTE PRESUMIDA NAS RELAÇÕES DE FAMÍLIA
Palavras- Chave: Desaparecimento; Herança; Morte; Sucessão
Introdução e Objetivo:
A personalidade civil da pessoa natural começa com o nascimento com vida e termina com a morte. Entretanto, nem sempre que uma pessoa falece, é possível encontrar o corpo. Então, na falta dos requisitos da morte natural, o Código Civil elenca algumas hipóteses em que é possível que a morte seja presumida, que é procedimento legal para atestar o falecimento de vítimas de acidentes cujos corpos não foram encontrados após o encerramento das buscas e posterior declaração oficial das autoridades de que não foi possível seu reconhecimento ou localização. Legalmente, o procedimento exige intervenção do Ministério Público para solicitar ao juízo a declaração da morte presumida. Assim, o objetivo deste artigo é analisar todas as hipóteses em que é possível se presumir a morte e estudar o que dispõe o ordenamento jurídico em relação ao problema da ausência com e sem declaração, inclusive quanto à eficácia da sentença declarada caso o declarado morto apareça nas relações de família.
Material e Método 
Para o estudo e elaboração do conceito, a metodologia adotada foi a revisão bibliográfica, que é o passo inicial na construção efetiva de um protocolo de investigação, utilizando então, o Código Civil Brasileiro como base norteadora juntamente com o apoio de doutrinas dos autores Carlos Roberto Gonçalves e Silvio de Salvo Venosa. Os dados obtidos com a pesquisa têm por finalidade observar, registrar e analisar os fenômenos, possibilitando a identificação dos fatores determinantes para ocorrência dos mesmos. A obtenção desses dados ocorreu através de pesquisas em paginas conceituadas como jusbrasil, com o objetivo de esclarecer os efeitos decorrentes da morte nas relações de família.
Resultados:
O art. 2º do Código Civil dispõe que a personalidade civil de uma pessoa começa com o nascimento com vida, porém a lei garante direitos desde a concepção. Nasceu, respirou, viveu, ainda que tenha perecido logo em seguida, adquiriu personalidade e portanto, está apto a receber os direitos patrimoniais e entre outros dispostos no ordenamento jurídico. Desse modo, a existência humana termina com a morte. Em caso de ausentes, presume-se a morte e a lei autoriza a sucessão definitiva.
Para abordagem do tema, há que se distinguir três conceitos. Primeiramente MORTE CIVIL, que era um instituto previsto nas legislações medievais, especialmente para condenados a penas perpetuas, os quais eram privados dos seus direitos e considerados mortos para o mundo. O segundo conceito é a MORTE REAL, o término da existência da pessoa natural, provado através do atestado de óbito e a MORTE PRESUMIDA sem decretação de ausência caso seja extremamente provável a morte da pessoa, ou se estiver desaparecido em campanha ou feito prisioneiro e não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Com decretação de ausência acontece quando uma pessoa desaparece de seu domicilio sem ter noticia, caso não haja um responsável pelos bens, o juiz declarara a ausência, e nomeia um curador. 
A simples ausência de uma pessoa, ainda que prolongada, não tem por si só, repercussão jurídica, e em matéria de direito patrimonial, o simples desaparecimento ou ausência decretada não rompe o vínculo do casamento, o que ocorrerá somente pelo divórcio ou com certeza ou reconhecimento presumido da morte. Ela tem como objetivo a preservação do patrimônio do falecido levando-se a sucessão provisória e depois à definitiva. 
Sendo assim, a sentença que declara a morte não faz coisa julgada e pode ser revista a qualquer momento desde que surjam novas provas, tenha notícia da localização do desaparecido ou o mesmo retorne. Se ficar provada a morte ou a data da morte, deverá ser registrado o óbito retroativo à data.. Assim, a sucessão deverá ser aberta na data do óbito. Se e o declarado morto regressar, a sentença perderá a eficácia ex tunc e os efeitos da extinção da personalidade desaparecem. Caso esteja aberta a sucessão, terá direito aos bens existentes, no estado em que se acharem, ou aos sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados.
Considerações Finais:	
Portanto, concluem-se que vários são os efeitos decorrentes da declaração judicial da morte presumida, abalando as relações referentes ao direito de família, sucessões, patrimoniais, dentre outros. Assim, o ordenamento jurídico soluciona o problema da ausência, com a evolução jurídica trazida pelo Código Civil de 2002, possibilitando a proteção dos bens do ausente até que seja presumidamente morto, mas sempre pensando na possibilidade de seu retorno e no direito dos seus herdeiros.

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