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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA Profº. Me. Laércio Cerqueira MICROECONOMIA Apresentação adaptada de Vasconcellos e Garcia (2008) & Vasconcellos (2011) 2013.2 1 Unidade I: A ciência Econômica Sua concepção: A economia repousa sobre os atos humanos e é por excelência uma ciência social. Apesar da tendência atual ser a de se obter resultados cada vez mais precisos para os fenômenos econômicos é quase que impossível se fazer análises puramente frias e numéricas, isolando as complexas reações do homem no contexto das atividades econômicas. 2 Conceito de Economia Deriva do grego: “aquele que administra o lar”. Economia é uma ciência social que estuda como os indivíduos e a sociedade decidem utilizar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre os grupos da sociedade, com a finalidade de satisfazer as necessidades humanas. • A ciência que estuda a escassez. • A ciência que estuda o uso dos recursos escassos na produção de bens alternativos. • O Estudo da forma pela qual a sociedade administra seus recursos escassos. 3 Problemas econômicos fundamentais Necessidades Humanas: Ilimitadas / Infinitas. Versus Recursos Produtivos (Fatores de Produção) (Recursos naturais, Mão de Obra, Capital) Limitados e Finitos Problema Escassez: natureza limitada dos recursos da sociedade. (restrição física dos recursos) 4 Problemas econômicos fundamentais O QUE e QUANTO produzir ? A sociedade deve produzir mais bens de consumo ou bens de capital, e quanto ? COMO produzir ? Questão de eficiência produtiva. Capital ou mão-de-obra intensiva. PARA QUEM produzir ? Como será a distribuição de renda gerada pela atividade econômica. Quais os setores beneficiados. 5 Sistema Econômico / Organização Econômica É a forma como a sociedade está organizada para desenvolver as atividades econômicas. Atividades de produção, circulação, distribuição e consumo de bens e serviços. 6 Sistema Econômico / Organização Econômica Principais formas: Economia de Mercado (ou descentralizada, tipo capitalista) Economia Planificada (ou centralizada, tipo socialista) 7 Economias de Mercado - Sistema de concorrência pura (sem interferências do governo) - Sistema de concorrência mista (com interferência governamental) 8 Sistema de concorrência pura Laissez-faire: O mercado resolve os problemas econômicos fundamentais (o que e quanto, como e para quem produzir), como guiados por uma mão invisível, sem a intervenção do governo. Mão invisível: mecanismo de preço que promove o equilíbrio dos mercados. 9 Sistema de concorrência pura Excesso de oferta (escassez de demanda) Formam-se estoques Redução de preços Até o equilíbrio Existirá concorrência entre empresas para vender os bens aos escassos consumidores. 10 Sistema de concorrência pura Excesso de demanda (escassez de oferta) Formam-se filas Tendência ao aumento de preços Até o equilíbrio Existirá concorrência entre consumidores para compra. 11 Sistema de concorrência pura O QUE e QUANTO produzir ? (o que) Decidido pelos consumidores (soberania do consumidor). (quanto) Determinado pelo encontro da oferta e demanda de mercado. COMO produzir ? Questão de eficiência produtiva. Resolvido no âmbito das empresas. PARA QUEM produzir ? Decidido no mercado de fatores de produção (demanda e oferta de fatores de produção). Questão distributiva. 12 Sistema de concorrência pura Base da filosofia do liberalismo econômico. Advoga a soberania do mercado, sem interferência do Estado. Este deve responsabilizar mais com justiça, paz, segurança, e deixar o mercado resolver as questões econômicas fundamentais. 13 Sistema de concorrência pura Oferta de bens e serviços Empresas Como Mercado de Bens e Serviços O que e quanto produzir Demanda de bens e serviços Famílias produzir Demanda de serviços dos fatores de produção. (mão-de-obra, terra, capital) Para quem produzir Mercado de Fatores de Produção Oferta de serviços dos fatores de produção 14 Sistema de concorrência pura Críticas: Ø Grande simplificação da realidade; Ø Os preços podem variar não devido ao mercado mas, em função de: • força de sindicatos ( através dos salários que remuneram os serviços de mão-de-obra); • poder de monopólios e oligopólios na formação de preços no mercado; • intervenção do governo (impostos, subsídios, tarifas, política salarial, fixação de preços mínimos, política cambial); 15 Sistema de concorrência pura Críticas: • o mercado sozinho não promove perfeita alocação de recursos. A produção ou consumo de um determinados bens ou serviços pode produzir efeitos colaterais externalidades); além disso, existem bens públicos, disponibilizados pelo Governo. • o mercado sozinho não promove perfeita distribuição de renda, pois as empresas estão procurando a obtenção do máximo lucro, e não com questões distributivas. 16 Sistema de concorrência pura Essas críticas justificam a atuação governamental para complementar a iniciativa privada e regular alguns mercados. Há muitos mercados, entretanto, que comportam-se como um sistema de concorrência pura. Ex. hortifrutigranjeiro. 17 Sistema de mercado misto O papel econômico do governo Séc. XVIII - XIX Início do Séc. XX Predominância : Sistema de mercado, próximo ao da concorrência pura. O mercado sozinho não garante que a economia opere sempre com pleno emprego dos seus recursos. Necessitando de maior atuação do Setor Público na economia. De que forma ? 18 Sistema de mercado misto Atuação do setor público com o objetivo de evitar distorções alocativas e distributivas: • sobre a formação de preços, (via impostos, etc.); • complemento da iniciativa privada (infra-estrutura, etc.); • fornecimento de serviços públicos; • fornecimento de bens públicos (não vendidos no mercado) Exemplo: educação, segurança, justiça, etc.); • compra de bens e serviços do setor privado. 19 Economia Centralizada Agência ou Órgão Central de Planejamento decide a forma como resolver os problemas econômicos fundamentais. Meios de produção Matéria-prima, imóveis capital. Meios de sobrevivência Carros, roupas, televisores, etc. Estado Indivíduos 20 Economia Centralizada Processo Produtivo: os preços representam apenas recursos contábeis que permitem o controle da eficiência das empresas (não há desembolso onerário); Distribuição do Produto: os preços dos bens de consumo são determinados pelo governo; Repartição do lucro: Governo, investimento da empresa e o restante dividido entre os administradores e os trabalhadores. 21 Sistemas Econômicos - Síntese Mercado Propriedade Privada Centralizada X Propriedade Pública Problemas econômicos fundamentais resolvidos pelo mercado Maior eficiência alocativa pelo orgão central Maior eficiência distributiva 22 Curva (Fronteira) de Possibilidade de Produção Gráfico que mostra as várias combinações de produto que a economia pode produzir potencialmente, dados os fatores de produção e a tecnologia disponíveis. É a fronteira máxima que a economia pode produzir, dados os recursos produtivos limitados. Mostra as alternativas de produção da sociedade, supondo os recursosplenamente empregados. 23 Curva (Fronteira) de Possibilidade de Produção Modelo: 2 bens utilizando em conjunto todos os Fatores de Produção Quantidade Produzida (bem y) ymax x= 0 Quantidade x Produzida (bem x) max y= 0 A CPP mostra o tradeoff da sociedade, ou seja, a obtenção de alguma coisa, está sujeita a abrir mão de outra. “Nada é de graça”! Razão da Concavidade: lei dos custos de oportunidade crescentes, devido à inflexibilidade dos custos de produção. 24 Curva (Fronteira) de Possibilidade de Produção Lei dos custos de oportunidade crescentes: Dadas como inalteradas as capacidades tecnológicas e de produção de uma economia e estando o sistema a operar a níveis de pleno emprego, a obtenção de quantidades adicionais de determinada classe de produto implica necessariamente a redução das quantidades de outra classe. Em resposta a constantes reduções impostas à classe que estará sendo sacrificada, serão obtidas quantidades adicionais cada vez menos expressivas da classe cuja produção estará sendo aumentada, devido à relativa e progressiva inflexibilidade dos recursos de produção disponíveis e em uso. 25 Curva (Fronteira) de Possibilidade de Produção Os pontos da CPP representam as possíveis combinações dos fatores de produção na obtenção dos bens x e y. A: capacidade ociosa (ineficiência). Neste ponto o custo de oportunidade é zero, pois não é necessário sacrifício de recursos produtivos para aumentar a produção de um bem, ou mesmo, dois bens. B e C: Não há como produzir mais, sem reduzir a produção do outro. Combinações de produto; (Nível de produto Eficiente /Pleno Emprego). D: Nível impossível de produção. Posição inalcançável no período imediato. Depende de fatores como inovação tecnológica. Quantidade Produzida (bem y) y max x= 0 · B · C ·A ·D x max y= 0 Quantidade Produzida (bem x) 26 Curva (Fronteira) de Possibilidade de Produção Um exemplo: Alternativas de produção Máquinas (milhares) Alimentos (toneladas) A 25 0 B 20 30,0 C 15 47,5 D 10 60,0 E 0 70,0 27 Curva (Fronteira) de Possibilidade de Produção Os pontos da CPP representam as possíveis combinações dos fatores de produção na obtenção dos bens x e y. Quantidade Deslocamentos positivos: decorrem da expansão ou melhoria dos fatores de produção disponíveis (Crescimento Econômico). Inovações tecnológicas: com a mesma quantidade de insumos obtém-se maior quantidade de produtos Deslocamentos negativos: decorrem da redução, sucateamento ou progressiva desqualificação do fatores de produção disponíveis. Produzida (bem y) y max x= 0 · B ·A Deslocamentos Negativos ·D · C Deslocamentos Positivos x max Quantidade y= 0 Produzida (bem x) 28 Curva (Fronteira) de Possibilidade de Produção: Custo de Oportunidade / Custo alternativo / Custo implícito É o grau de sacrifício que se faz ao optar pela produção de um bem, em termos da produção alternativa sacrificada. O custo de alguma coisa é o que você desiste para obtê-la. Quantidade Trade off + Produto x B à C fi - Produto y Custo de Oportunidade C à B fi custo de oportunidade de 200 unidades de y é 50 de x. Produzida (bem y) y max x= 0 450 250 · B (150; 450) ·D · C (200; 250) ·A Quantidade 150 200 x max Produzida (bem x) y= 0 29 Análise Positiva - Análise Normativa Declarações Positivas: os economistas tentam descrever (Descritivas) o mundo como ele é. Ex.: Uma redução na taxa de crescimento da quantidade de moeda reduziria a Taxa de Inflação. (Cientistas econômicos) Declarações Normativas: os economistas prescrevem (Prescritivas) como o mundo deveria ser. Ex.: O Banco Central deveria reduzir a quantidade de moeda emitida. (Envolve: Valores, ética, religião, política,etc.) (Formuladores de políticas) 30 Autonomia e Inter-relação: A Economia repousa sobre os Com o passar do tempo: atos humanos, objetivando a Concepção Humanística satisfação das necessidades humanas (Ciência Social). 31 Autonomia e Inter-relação: Dificuldade de separar os fatores essencialmente econômicos dos extra-econômicos. A Autonomia da cada um dos ramos das Ciências Sociais não deve ser confundida com um total isolamento, mas sim observada sob diferentes óticas e investigada em termos não unilaterais. As manifestações das modernas sociedades encontram-se interligadas. 32 Aspecto Econômico Aspecto Político Aspecto Histórico Realidade Aspecto Material do Objeto Aspecto Geográfico Aspecto Social Aspecto Demográfico 33 Autonomia e Inter-relação: Economia e Política Política é a arte de governar. O exercício do poder. É natural que este poder tente exercer o domínio sobre a coisa econômica. Uso da política do Estado para concessão de vantagens econômicas pelos grandes grupos econômicos. Ex.: Agricultores na época da política do café com leite. Crédito subsidiado e tarifas protecionistas para grandes industrias. 34 Autonomia e Inter-relação: Economia e História Os próprios sistemas econômicos estão condicionados à evolução histórica da civilização. As idéias que constroem as teorias são formuladas num contexto histórico onde se desenvolvem as atividades e as instituições econômicas. 35 Autonomia e Inter-relação: Economia e Geografia Os acidentes geográficos interferem no desempenho das atividades econômicas e, inúmeras vezes, as divisões regionais são utilizadas para se estudar as questões ligadas aos diferenciais de distribuição de renda, de recursos produtivos, de localização de empresas, dos efeitos da poluição, das aglomerações urbanas, etc. 36 Autonomia e Inter-relação:Economia e Sociologia Quando a política econômica visa atingir os indivíduos de certas classes sociais, interfere diretamente no objeto da sociologia, isto é, a dinâmica da mobilidade social entre as diversas classes de renda. Políticas salariais e gastos sociais ( educação, saúde, transporte, alimentação etc. ) são exemplos que direta ou indiretamente influenciam essa mobilidade. 37 Autonomia e Inter-relação: Economia e Direito Leis Anti-truste: atuam sobre as estruturas de mercado, assim como o comportamento das empresas. Agências de Regulamentação: ditam as regras de atuação em determinadas áreas (ex.: petróleo, telecomunicações,etc) Constituição Federal: Determina a competência para execução de política econômica. Estabelece os direitos e deveres dos agentes econômicos. 38 Autonomia e Inter-relação: Economia, Matemática e Estatística A Economia faz uso da lógica matemática e das probabilidades estatísticas. Muitas relações do comportamento econômico podem ser expressas através de funções matemáticas. Econometria: a estratégia de se estimar as relações econômicas, matematicamente formuladas, a partir da minimização dos desvios aleatórios. 39 Divisão do Estudo Econômico Microeconomia: é o ramo da Teoria Econômica que estuda o funcionamento do mercado de um determinado produto ou grupo de produtos, ou seja, o comportamento dos compradores (consumidores) e vendedores (produtores) de tais bens. Estuda o comportamento de consumidores e produtores e o mercado no qual interagem. Preocupa-se com a determinação dos preços e quantidades em mercadosespecíficos. Ex.: Evolução dos preços internacionais do café brasileiro. O nível de vendas no varejo, numa capital. 40 Divisão do Estudo Econômico Macroeconomia: é o ramo da Teoria Econômica que estuda o funcionamento como um todo, procurando identificar e medir as variáveis (agregadas) que determinam o volume da produção total (crescimento econômico), o nível de emprego e o nível geral de preços (Inflação) do sistema econômico, bem como a inserção do mesmo na economia mundial. 41 Divisão do Estudo Econômico Desenvolvimento Econômico: estuda modelos de desenvolvimento que levem à elevação do padrão de vida (bem estar) da coletividade. Questões estruturais, de longo prazo (crescimento da renda per capita, distribuição de renda, evolução tecnológica). Economia Internacional: estuda as relações de troca entre países (transações de bens e serviços e transações monetárias). Trata-se da determinação da taxa de câmbio, do comércio exterior e das relações financeiras 42 internacionais. ADENDO - Gráficos Gráficos de duas variáveis (Sistema de Coordenadas) Nota Média 10 8 6 4 2 0 Correlação Positiva 5 10 15 Nota Média 10 8 6 4 2 20 0 Correlação Negativa 5 10 15 20 Tempo de Estudo (h. semanais) Nº de Festas Freqüentadas Unidade II: Mercado Fundamentos de Microeconomia Análise da Demanda de Mercado Análise da Oferta de Mercado O Equilíbrio de Mercado 44 Uma introdução Fundamentos da microeconomia Microeconomia (Teoria de Preços) - estuda o comportamento das famílias e das empresas e os mercados nos quais operam. (Consumidores) (Firmas) (Mercados específicos) 45 Fundamentos de Microeconomia Microeconomia analisa a formação de preços no mercado. Os preços formam-se com base em dois mercados: mercado de bens e serviços Mercado dos serviços dos fatores de produção Remuneração Remuneração preços dos bens e serviços salários, juros, aluguéis e lucros 46 Fundamentos de Microeconomia coeteris Paribus Expressão latina traduzida como “ outras coisas sendo iguais ”, é usada para lembrar que todas as variáveis, que não aquela que está sendo estudada, são mantidas constantes. - “tudo o mais constante”. 47 Fundamentos de Microeconomia coeteris Paribus Analisar um mercado Supor todos os demais isoladamente mercados constantes - O mercado em estudo não afeta e não é afetado pelos demais. Verifica o efeito de variáveis isoladas, independentemente dos efeitos de outras variáveis. Ex.: D Preço sobre a procura de determinado bem Independente Outras variáveis: renda do consumidor, gostos, preferências, etc. 48 Elementos básicos da Demanda de Mercado Demanda (ou procura) é a quantidade de determinado bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir, num dado período. A Demanda não representa a compra efetiva, mas a intenção de comprar, a dados preços. A escala de demanda indica quanto (quantidade) o consumidor pode adquirir, dadas várias alternativas de preços de um bem ou serviço. 49 Elementos básicos da Demanda de Mercado Fundamentos da Teoria da Demanda Baseia-se na teoria do Valor Utilidade. Dada uma Renda Dados os preços de mercado Consumidor Ao demandar um bem ou serviço Maximizando a utilidade (satisfação) que atribui ao bem ou serviço. 50 Elementos básicos da Demanda de Mercado Utilidade Total e Utilidade Marginal Aumenta quanto maior a Satisfação adicional (na margem) quantidade consumida do bem obtida pelo consumo de mais uma unidade do bem É decrescente porque o consumidor vai saturando-se desse bem, quanto mais o consome. 51 Elementos básicos da Demanda de Mercado Utilidade Total e Utilidade Marginal U mag DU = t Quantidade que o consumidor deseja consumir. Dq Utilidade Utilidade Total Marginal Quantidade Quantidade Consumida Consumida 52 Elementos básicos da Demanda de Mercado Ex: Utilidade Marginal Paradoxo da Água e do Diamante Por que a água, sendo mais necessária, é tão barata, e o diamante supérfluo, tem preço tão elevado ? Grande Utilidade Total Água Diamante Baixa Utilidade Marginal (encontrada em abundância) Grande Utilidade Marginal (escasso) 53 Elementos básicos da Demanda de Mercado Variáveis que afetam a Demanda: • Riqueza (e sua distribuição) • Renda (e sua distribuição) • Preço do bem • Preço dos outros bens • Fatores climáticos e sazonais • Propaganda • Hábitos, gostos, preferências dos consumidores • Expectativas sobre o futuro • Facilidades de crédito (disponibilidade, tx. juros, prazos) 54 Elementos básicos da Demanda de Mercado Variáveis que afetam a Demanda qdi = f( pi , ps , pc , R, G): Função Geral da Demanda qdi = quantidade procurada (demandada) do bem i pi = preço do bem i ps = preço dos bens substitutos ou concorrentes pc = preço dos bens complementares R = renda do consumidor G = gostos, hábitos e preferências do consumidor Obs.: Para estudar o efeito de cada uma das variáveis, deve-se recorrer à hipótese coeteris paribus. 55 Elementos básicos da Demanda de Mercado Relação entre a quantidade demandada e o preço do próprio bem Função Convencional q d = f ( p ) Supondo ps , pc , R e G constantes i Dq d i i < 0 Lei Geral da Demanda Dp i Tudo o mais constante (coeteris paribus), a quantidade demandada de um bem ou serviço varia na relação inversa de seu preço. 56 Elementos básicos da Demanda de Mercado Relação entre a quantidade demandada e o preço do próprio bem. Efeito preço total: O bem fica mais barato relativamente aos Efeito substituição Efeito renda concorrentes, fazendo com que a qtd. demandada aumente. Com a queda do preço, o poder aquisitivo do consumidor aumenta, e a qtd. demandada do bem deve aumentar. 57 Elementos básicos da Demanda de Mercado Ex: Gráfico- Curva de Demanda - Função Linear Representa o efeito do preço de um bem sobre a quantidade Preço do qdi = a - b.pi Livro(R$) qd do bem que os consumidores estão dispostos a comprar e não a compra efetiva (coeteris paribus). Como o preço e a quantidade demandada têm relação 80 60 40 20 0 5 i = 25 - 0,25pi Ex.Renda de R$ 2 mil 10 15 20 negativa, a curva de demanda se inclina para baixo. Qtd adquirida de livros 58 Elementos básicos da Demanda de Mercado Relação entre a quantidade demandada e preços de outros bens e serviços Bem substituto: o consumo de um bem substitui o consumo ou concorrente do outro. q d = f ( p ) Supondo pi , pc , R e G constantes i s d Dois bens para os quais, tudo o mais Dq mantido constante (coeteris paribus), um i Dp < 0 s aumento no preço de um deles aumenta a demanda pelo outro. Ex.: Manteiga e margarina. 59 Elementos básicos da Demanda de Mercado Relação entre a quantidade demandada e preços de outros bens e serviços Preço da Bem substituto ou concorrente Ex.: 1. Carne de vaca, frango e peixe. 2. Cerveja Antarctica e Brahma. 3. Coca-cola e Pepsi. Coca-cola(R$) 80 60 40 20 0 5000 (Supondo um aumento no preço do guaraná) D1 D0 10000 15000 20000 Qtd. consumida de Coca-cola 60 Elementos básicos da Demanda de Mercado Relação entre a quantidade demandada e preços de outros bens e serviçosBens complementares = são bens consumidos em conjunto. qdi = f( pc ) qd Supondo pi , ps , R e G constantes Bens para os quais o aumento no preço de i pc < 0 um dos bens leva a uma redução na demanda pelo outro bem. Ex.: Computador e software. 61 Elementos básicos da Demanda de Mercado Relação entre a quantidade demandada e preços de outros bens e serviços Bens complementares: Preço do litro de gasolina (R$) (Supondo um aumento no preço dos automóveis) 8 1. Camisa social e gravata; 2. Pneu e câmara; 3. Pão e manteiga; 4. Sapato e meia; 5. Litro de gasolina e automóvel. D06 4 6 4 D12 2 0 10000 20000 30000 40000 Qtd. de litros de gasolina 62 Elementos básicos da Demanda de Mercado Relação entre a demanda de um bem e renda do consumidor (R) qdi = f( R) Supondo pi , ps , pc e G constantes Em relação à renda dos consumidores, há três situações distintas: qd R i > 0 Bem Normal: tudo o mais constante, um aumento na renda provoca um aumento na quantidade demandada do bem. 63 Elementos básicos da Demanda de Mercado qd R qd R i < 0 i = 0 Bem Inferior: tudo o mais constante, um aumento na renda provoca uma diminuição na quantidade demandada do bem. Ex.: Passagem de ônibus, carne de segunda. Bem de consumo saciado: se aumentar a renda do consumidor, não aumentará a demanda do bem. Ex: demanda de alimentos básicos, como o açúcar, sal, arroz. 64 Elementos básicos da Demanda de Mercado Relação entre a demanda de um bem e renda do consumidor (R) Essa classificação depende da classe de renda dos consumidores. Para consumidores de baixa renda não existem muitos bens inferiores. Com a renda mais elevada, maior nº de produtos passa a ser classificado como bem inferior. 65 Elementos básicos da Demanda de Mercado Relação entre a demanda de um bem e renda do consumidor (R) Bem normal Preço da carne de 1ª (R$) (Supondo um aumento na renda do consumidor) D1 D0 Qtd. de carne de 1ª 66 Elementos básicos da Demanda de Mercado Relação entre a demanda de um bem e renda do consumidor (R) Bem inferior Preço da carne de 2ª (R$) (Supondo um aumento na renda do consumidor) D0 D1 Qtd. de carne de 2ª 67 Elementos básicos da Demanda de Mercado Relação entre a demanda de um bem e renda do consumidor (R) Bem saciado Preço do arroz (R$) (Supondo um aumento na renda do consumidor) Qtd. de arroz 68 Elementos básicos da Demanda de Mercado Relação entre a demanda de um bem e hábitos dos consumidores (G). qdi = f(G) Supondo pi , ps , pc e R constantes Hábitos, preferências ou gostos (G) podem ser alterados, “manipulados” por propaganda e campanhas promocionais, incentivando ou reduzindo o consumo de bens. 69 Elementos básicos da Demanda de Mercado Relação entre a demanda de um bem e hábitos dos consumidores (G). Preço do Campanha do tipo “beba mais leite” Bem (R$) D0 80 60 D1-Leite Redução Aumento Campanha do tipo “o fumo é prejudicial à saúde” Desloca p/ direita 40 D1-Cigarro 20 0 5 10 15 Quantidade adquirida do bem Desloca p/ esquerda 20 70 Elementos básicos da Demanda de Mercado Curva de Demanda de Mercado de um Bem ou Serviço A demanda de Mercado é igual ao somatório das demandas individuais. D mercado n= Â i=1 d consumidores individuais para i = 1, 2,3,...n A cada preço, a demanda de mercado é a soma das demandas dos consumidores individuais. 71 Elementos básicos da Demanda de Mercado Curva de Demanda de Mercado de um Bem ou Serviço Preço do Bem (R$) 80 60 40 20 0 50 100 150 200 0 100 200 300 400 Qtd - Consumidor A Qtd - Consumidor B 72 Elementos básicos da Demanda de Mercado Curva de Demanda de Mercado de um Bem ou Serviço Preço do Bem R$) 80 60 40 20 0 150 300 450 600 Total do Mercado 73 Elementos básicos da Demanda de Mercado Importante: variações na demanda ¹ variações na quantidade demandada Variações na demanda: dizem respeito ao deslocamento da curva da demanda, em virtude de alterações em ps, pc, R, G (ou seja, mudança na condição coeteris paribus). Variações na quantidade demandada: refere-se ao movimento ao longo da própria curva de demanda, em virtude da variação do preço do próprio bem pi, mantendo as demais variáveis constantes paribus). (coeteris 74 Análise da Demanda de Mercado Variações na Quantidade Demandada Preço do próprio bem Movimento ao longo da curva de demanda Variações na Demanda Renda Preços de bens relacionados Gostos Desloca a curva de demanda Expectativas Número de compradores 75 Elementos básicos da Demanda de Mercado Variação na quantidade demandada Movimento ao longo da curva Preço do Cigarro (R$) Variação na Demanda Deslocamento da curva Preço do Cigarro (R$) D 80 60 40 20 0 5 Ex.: Imposto que aumenta o preço do cigarro. 10 15 20 D’ D 80 60 40 20 0 5 Ex.: Política de combate ao fumo. 10 15 20 No. Cigarros fumados/dia. No. Cigarros fumados/dia.
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