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Aula - Suspensão Condicional da Pena

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DIREITO PENAL II
AULA 11 – SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA
HISTÓRICO
A suspensão condicional da pena tem suas raízes no Direito penal romano. Também no Direito penal canônico foi utilizada, sendo condicionada à não reincidência, para penas temporais e espirituais aplicadas. 
A partir do séc. XIX adquiriu os contornos atuais. Foi agasalhada pela legislação penal belga (1888) e depois pela lei penal francesa (1891). Posteriormente, foi adotada por diversos países europeus. 
No Brasil, foi introduzida pelo Decreto nº 16.588 de 1924. Foi também adotada pelo Código Penal de 1940 (arts. 57 a 59) e pelo Código de Processo Penal de 1941 (arts. 696 a 709).
CONCEITO
Também chamada de sursis, a suspensão condicional da pena é a suspensão parcial da pena privativa de liberdade de curta duração por determinado prazo, desde observadas determinadas condições e requisitos, previstos no art. 77 CP. 
O magistrado, quer a conceda que a denegue (art. 157 LEP) deverá manifestar-se na sentença condenatória.
NATUREZA JURÍDICA
Trata-se de questão controvertida (p.e. meio repressivo e preventivo da prática de novos delitos; substitutivo da pena privativa de liberdade de curta duração; causa sub conditione de extinção de punibilidade). 
A doutrina majoritária a vê como direito público subjetivo, com caráter nitidamente sancionatório (sobretudo após a Reforma de 1984). 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA x SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO
Na suspensão condicional do processo (prevista na Lei 9.099/95 – Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais) o que se suspende é o próprio processo - e não a sanção penal – por determinado prazo (entre 2 e 4 anos), se cumpridos determinadas condições (art. 89, §§ 1º e 2º) e preenchidos requisitos objetivos e subjetivos (art. 77 CP).
Só é cabível para sanções com pena igual ou inferior a 1 ano (art. 89, Lei 9.099/95).
SISTEMAS
Sistema anglo-saxão (probation system):
 
	Consiste na suspensão da ação penal durante determinado tempo, podendo ser aquela reiniciada ou definitivamente extinta. A extinção fica condicionada à boa conduta do apenado, aferida mediante fiscalização de agentes estatais.
b) Sistema franco-belga (sursis):
Adotado pelo Brasil.
c) Sistema alemão:
	Determina que a pena seja fixada pelo magistrado, mas afasta a condenação do acusado. Embora determinado o quantum da pena, ficará suspensa a condenação se o réu não pratica novo delito durante o período de prova. 
	Se aproxima do sistema anglo-saxão quando omite a condenação, e dele se afasta quando permite a apuração de responsabilidade e a fixação da pena.
	Se aproxima do modelo franco-belga uma vez que suspende a execução da pena, porém dele se afasta quando omite a condenação. 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA
	ESPÉCIES DE SURSIS
sursis simples (art. 78, § 1º CP);
sursis especial (art. 78 § 2º CP);
sursis etário;
sursis humanitário.
REQUISITOS
Requisitos objetivos
	Relativos à natureza e ao quantum da pena aplicada e à avaliação sobre a possibilidade de sua substituição. 
	1 - Só é possível a concessão de suspensão em caso de pena privativa de liberdade (reclusão, detenção ou prisão simples), não se estendendo às penas restritivas de direitos e à pena de multa (arts. 77 e 80 CP). 
	2 - A pena aplicada não pode ser superior a 2 anos (art. 77 CP), salvo na hipótese do art. 77 § 2º CP. 
	3 – Havendo concurso de crimes, considera-se o quantum resultante da soma das penas impostas (concurso material e formal impróprio) ou da exasperação da sanção (concurso formal próprio e crime continuado), desde que igual ou inferior ao limite legal de 2 anos.
	4 – Não pode ser indicada ou cabível a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos – hipótese prevista no art. 44 CP.
b) Requisitos subjetivos:
	São previstos no art. 77, inc. I e II CP. 
	1 – O condenado não pode ser reincidente em crime doloso. Não veda a concessão do sursis pela prática de crime culposo anterior a condenação por crime doloso, e vice-versa.
	Admite hipótese de 2 SURSIS SIMULTÂNEOS, em caráter provisório, enquanto o acusado aguarda a sentença, já que se a soma das sanções aplicadas for superior ao limite legal de 2 anos tem-se a revogação do benefício.
	É possível também o SURSIS SUCESSIVO, nas seguintes hipóteses:
	a) Prática de 2 crimes culposos, de 1 crime culposo e outro doloso, ou de 1 crime doloso e outro culposo, pelo condenado.
	
	b) Decurso do prazo de 5 anos estabelecido pelo art. 64, I CP. Vale dizer, que a condenação anterior à pena de multa não impede a concessão do sursis (art. 77 § 1º CP).
	Exige-se também, como requisito subjetivo, que a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, os motivos e as circunstâncias da prática do crime, justifiquem a concessão do benefício (art. 77 II CP)
CONDIÇÕES OBRIGATÓRIAS
Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz. 
§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48). 
§ 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente:
a) proibição de freqüentar determinados lugares; 
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz; 
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades
CONDIÇÕES FACULTATIVAS
Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e ao autor
Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem à multa.
PERÍODO DE PROVA
 § 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo.
§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado.
REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA
Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: 
I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; 
II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; 
III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código
REVOGAÇÃO FACULTATIVA
§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos
PRORROGAÇÃO
Art. 81, § 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo. 
§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado
EXTINÇÃO
Expirado o período de prova sem que tenha havido a revogação da suspensão condicional da pena, considera-se extinta a sanção privativa de liberdade aplicada (art. 82 CP).
SURSIS PROCESSUAL
A SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO TEM POR OBJETIVO EVITAR A APLICAÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE NOS CRIMES EM QUE A PENA MÍNIMA COMINADA FOR IGUAL OU INFERIOR A 1 ANO. 
AS CONDIÇÕES IMPOSTAS AO CUMPRIMENTO DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO SÃO AS MESMAS IMPOSTAS AO CUMPRIMENTO DO SURSIS, MAS AS CONSEQÜÊNCIAS DOS INSTITUTOS SÃO DIVERSAS:
1o) no sursis o agente foi condenado e a concessão da suspensão da pena só pode ocorrer após o trânsito em julgado da sentença condenatória, na audiência ADMONITÓRIA;
2o) na suspensão condicional do processo, o juiz recebe a denúncia, e só. Todos os demais atos do processo ficarão suspensos, não havendo condenação do réu;
 3o) a vítima eu figurou no processo em que se deuo sursis tem direito a seu título executivo judicial, nos termos do art. 584, II, do CPC. No processo em que houve suspensão, por não haver condenação, não tem direito a título executivo judicial;
4o) o beneficiário do sursis, após o período de prova, não apaga seus dados criminais, servindo a condenação em que houve o sursis para forjar a reincidência ou maus antecedentes do agente. Não havendo condenação na suspensão condicional do processo, uma vez cumpridas as condições da mesma, o juiz declarará EXTINTA A PUNIBILIDADE, não servindo essa declaração para atestar maus antecedentes ou reincidência.

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